Como cookie velho vendido a R$ 65 causou revolta nas redes sociais da Austrália
Caso gerou indignação nas redes sociais, resultando em críticas à qualidade dos produtos e questionamentos sobre as táticas de marketing utilizadas. Consumidores australianos desembolsaram a exorbitante quantia de 17,50 dólares australianos (R$ 65) por cookies em uma loja pop-up falsa, sem qualquer ligação com a famosa matriz americana
Divulgação/Crumbl
A praia de Bondi, conhecida por suas mansões à beira de penhascos e belíssimas vistas para o oceano, se tornou o destino preferido para marcas internacionais que desejam lançar produtos na Austrália.
Recentemente, uma notícia no TikTok anunciava a chegada de uma loja pop-up da Crumbl Cookie, uma famosa rede americana de padarias, ao icônico ponto à beira-mar de Sydney.
LEIA TAMBÉM
Boca Rosa quer faturar R$ 1 bilhão até 2030 e bater de frente com gigantes nacionais
O polêmico contrato do novo CEO da Starbucks que prevê viagem de jatinho de casa ao escritório
Por que o Starbucks escolheu o ex-presidente de uma rede de comida mexicana para salvar a empresa?
A empolgação tomou conta, já que a marca tem uma legião de fãs, mas poucos questionaram a origem dos produtos.
Mas quando os foodies australianos experimentaram os cookies, a polêmica começou.
Eles descobriram que estavam consumindo biscoitos velhos, vendidos por alguns empreendedores locais — que não tinham ligação com a Crumbl — e que trouxeram os cookies em malas do Havaí.
Para piorar a situação, os consumidores pagaram 17,50 dólares australianos (R$ 65) por esses cookies, que haviam sido transportados no compartimento de carga de um avião comercial.
O caso gerou debates intensos nas redes sociais, com ameaças de processo contra os vendedores e críticas a quem estava disposto a pagar um preço tão alto apenas para ser visto desfrutando da última moda gastronômica.
A polêmica também levou o jornal americano Washington Post a redigir uma crítica aos cookies, classificando-os como "decepcionantes" e "mal-assados".
Americana Crumbl tem uma base de fãs leais, em parte devido à sua lista de sabores em constante mudança
Divulgação / Crumbl
A saga começou quando uma multidão se aglomerou em um quarteirão comercial de North Bondi, em um domingo (20/09), em busca da famosa caixa colorida da Crumbl.
Os consumidores registraram suas experiências no TikTok, frequentemente em tempo real, enquanto mordiam os cookies endurecidos, reagindo com expressões de desagrado.
Um vlogger comentou: "(Este cookie) está realmente muito ruim... a textura é estranha", e outra mulher revelou ter gasto 150 dólares australianos (R$ 563) em apenas 10 cookies, desabafando durante o vídeo.
Após o ocorrido, o fundador da Crumbl rapidamente utilizou as redes sociais para esclarecer que a loja pop-up australiana não tinha nenhuma associação com a empresa.
Tudo isso resultou em uma história confusa, que foi seguida por um pedido de desculpas dos organizadores de Sydney.
Em uma declaração, um porta-voz — que preferiu não revelar seu nome completo — informou que centenas dos cookies foram adquiridos durante uma viagem ao Havaí e depois trazidos de volta para a Austrália na bagagem.
Ele afirmou que todas as ações da loja pop-up — que incluíram o uso de fotografias profissionais dos doces e a imitação da marca Crumbl — eram "legais".
Além disso, destacou que tentaram cumprir os requisitos de armazenamento da Crumbl, que recomenda que os produtos possam ser consumidos até três dias após a compra, desde que sejam mantidos em um recipiente hermético.
“Nós seguimos essas diretrizes. Alguns cookies foram aquecidos para melhorar sua textura, algo que a Crumbl também faz.", disse ele.
"Pedimos desculpas por não termos atendido às expectativas. Contudo, no final das contas, são apenas cookies”, acrescentou o porta-voz.
A peculiaridade de um grupo de pessoas "fazendo um voo internacional apenas para conseguir biscoitos" não passou despercebida pelo especialista em marketing australiano Andrew Hughes, que observa que as táticas de engano não são novidades.
Um exemplo recente que ele mencionou ocorreu quando diversas pessoas compraram ingressos para um baile temático da série Bridgerton em Detroit, Michigan.
No entanto, em vez de serem recebidas com o glamour, brilho e comida sofisticada prometidos pelos organizadores do evento, elas se depararam com macarrão amolecido, um único violinista e uma dançarina de pole dance.
Para entender como essas fraudes virais atraem as pessoas, é crucial analisar as emoções intensas geradas pelo "medo de ficar de fora" — ou FOMO, em inglês — afirma Hughes.
"Em uma era onde a informação se espalha com tanta rapidez... as pessoas não querem ficar para trás. Elas agem por impulso em vez de usar a lógica”, explica.
Não está claro se a loja pop-up que usou a marca Crumbl violou a lei de defesa do consumidor na Austrália, ou se os afetados têm justificativas para agir legalmente.
Entretanto, além de algumas cartas de cessar e desistir, Hughes acredita que é improvável que a marca americana tome medidas adicionais.
"Elas irão negar. Dirão que é ruim. Mas, no final das contas, isso gera uma boa publicidade, pois aumenta a visibilidade da marca na Austrália", diz.
"De repente, pessoas que não conheciam a marca agora estão falando sobre ela."
Censo 2022: 470 mil indígenas vivem sem água, esgoto e coleta de lixo adequados
Número equivale a 29% da população, dez vezes a média nacional (2,9%). Nas terras indígenas, sobe para 62,2%. Quase um terço dos indígenas brasileiros (29%, ou 470.250 pessoas) vive sem abastecimento de água, sem sistema de esgoto e sem coleta de lixo adequados, segundo dados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (4). Os dados não levam em consideração os indígenas que vivem em habitações sem paredes ou malocas – cabanas grandes de madeira e palha onde várias famílias vivem juntas, e que respondem por uma parcela pequena da população indígena brasileira (3% ou 52.249 pessoas). Considerando os indígenas que vivem em condições precárias de pelo menos uma das situações (sem água, ou sem esgoto ou sem coleta de lixo adequados), o percentual sobe para mais de dois terços (69%, ou 1,1 milhão de pessoas) e, nas terras indígenas, para 96% (545.706 pessoas) – veja nos números abaixo. Abastecimento de água População brasileira: 6% não têm abastecimento adequado; População indígena total: 38% não tem; Indígenas dentro das terras indígenas: 69% não têm. Esgoto População brasileira: 24% não têm População indígena total: 60% não têm Indígenas dentro das terras indígenas: 85% não têm Coleta de lixo População brasileira: 9% não têm População indígena total: 45% não têm Indígenas dentro das terras indígenas: 86% não têm 'A solução não é ir todo mundo para a cidade' Marta Antunes, coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, diz que é possível ter políticas públicas para melhorar as condições de saneamento básico dos povos indígenas sem precisar mudar a organização social e espacial dos territórios indígenas. “A solução não passa por mudar as terras, a solução passa por mudar as soluções. Você está garantindo que os indígenas continuem mantendo suas formas de estar, fazer e ser, ao mesmo tempo que possibilita que eles tenham acesso a formas mais adequadas de saneamento básico. A solução não é todo mundo ir para a cidade”, disse. Marta destaca que, desde 2010, quando ocorreu o Censo anterior, houve avanços nas condições de saneamento básico para os indígenas: o percentual da população indígena que vive sem saneamento de esgoto era de 73% (agora, está em 60%); e sem coleta de lixo era de 72% (agora, 61%). Em razão de mudança no método de coleta dos dados, não é possível avaliar o que mudou em relação ao abastecimento de água. 1 Taxa de analfabetismo entre indígenas é o dobro A taxa de analfabetismo entre a população indígena é o dobro do que a taxa nacional. Isso é o que apontam os novos dados do Censo Demográfico 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira (4). ➡️Os dados mostram que 15% dos indígenas maiores de 15 anos não sabiam ler e escrever em 2022. Entre a população geral, esse percentual era de 7%. Apesar do resultado elevado em comparação ao panorama nacional, a taxa de analfabetismo entre indígenas teve queda de cerca de oito pontos percentuais entre 2010 (ano do censo anterior) e 2022 – passando de 23% para 15% (leia mais aqui). Maioria dos indígenas vivem em casas Os dados do Censo de 2022 mostram também que a maioria dos indígenas (91,9%) vivem em casas – mesmo dentro das terras indígenas (91,4%). O que vivem em habitações sem paredes ou malocas correspondem a 3,1% da população indígena em geral e 8,1% dos que vivem em malocas (veja os números abaixo). Casa População brasileira: 84,7% População indígena total: 91,9% Indígenas dentro das terras indígenas: 91,4% Casa de vila ou condomínio População brasileira: 2,4% População indígena total: 1,1% Indígenas dentro das terras indígenas: 0,1% Apartamento População brasileira: 12,5% População indígena total: 3,5% Indígenas dentro das terras indígenas: 0,02% Habitação em casa de cômodos ou cortiço População brasileira: 0,2% População indígena total: 0,2% Indígenas dentro das terras indígenas: 0,2% Habitação indígena sem paredes ou maloca População brasileira: 0,03% População indígena total: 3,1% Indígenas dentro das terras indígenas: 8,1% Estrutura residencial permanente degradada ou inacabada População brasileira: 0,04% População indígena total: 0,08% Indígenas dentro das terras indígenas: 0,07% Dados do Censo 2022 Veja o que Censo de 2022 já permitiu saber: O Brasil tem 203 milhões de habitantes, número menor do que era estimado pelas projeções iniciais; O país segue se tornando cada vez mais feminino e mais velho. A idade mediana do brasileiro passou de 29 anos (em 2010) para 35 anos (em 2022). Isso significa que metade da população tem até 35 anos, e a outra metade é mais velha que isso. Há cerca de 104,5 milhões de mulheres, 51,5% do total de brasileiros; 1,3 milhão de pessoas que se identificam como quilombolas (0,65% do total) – foi a primeira vez na história em que o Censo incluiu em seus questionários perguntas para identificar esse grupo; O número de indígenas cresceu 89%, para 1,7 milhão, em relação ao Censo de 2010. Isso pode ser explicado pela mudança no mapeamento e na metodologia da pesquisa para os povos indígenas, que permitiu identificar mais pessoas; Pela primeira vez, os brasileiros se declararam mais pardos que brancos, e a população preta cresceu. Também pela primeira vez, o instituto mapeou todas as coordenadas geográficas e os tipos de edificações que compõem os 111 milhões de endereços do país, e constatou que o Brasil tem mais templos religiosos do que hospitais e escolas juntos. Após 50 anos, o termo favela voltou a ser usado no Censo. O Brasil tinha, em 2022, 49 milhões de pessoas vivendo em lares sem descarte adequado de esgoto. Esse número equivale a 24% da população brasileira. Já a falta de um abastecimento adequado de água atingia 6,2 milhões de brasileiros. Mais da metade dos 203 milhões de brasileiros – 54,8% – mora a até 150 km em linha reta do litoral.
Dólar opera em queda, com dados de emprego dos EUA no radar; Ibovespa oscila
No dia anterior, a moeda norte-americana teve alta de 0,54%, cotada a R$ 5,4734. Já o principal índice de ações da bolsa encerrou em queda de 1,38%, aos 131.672 pontos.
Karolina Grabowska/Pexels
O dólar inverteu o sinal e opera em baixa nesta sexta-feira (4), com investidores de olho nos novos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que vieram bem melhores que as projeções. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, oscila entre altas e baixas.
A criação de novas vagas não-agrícolas em setembro foi de mais 250 mil, enquanto a taxa de desemprego caiu para 4,1% no mês.
Investidores prestam atenção nesses dados porque uma geração forte de empregos pode continuar pressionando a inflação no país, já que coloca mais dinheiro na mão da população, e levar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a reduzir o ritmo ou a magnitude do seu ciclo de corte nas taxas de juros americanas, hoje entre 4,75% e 5,00% ao ano.
Esse patamar foi atingido em setembro, após a instituição cortar os juros em 0,50 ponto percentual. Agora, o mercado acredita que os próximos cortes sejam menores, de 0,25, principalmente se o mercado de trabalho continuar se mostrando muito resiliente.
Além disso, a tensão e sentimento de aversão com a guerra no Oriente Médio permanecem, com Israel ainda atacando o Líbano, enquanto discute, com os Estados Unidos, uma resposta aos ataques desta semana do Irã.
Ontem, o presidente americano, Joe Biden, foi questionado se apoiaria um ataque israelense às instalações petrolíferas iranianas em conversa com repórteres nesta quinta. "Estamos discutindo isso. Acho que seria um pouco...", respondeu.
Isso fez o petróleo disparar mais de 5% nesta quinta-feira (3), por conta da importância que o Irã tem na produção e exportação de petróleo no mundo todo. Hoje, a commodity continua subindo e o barril é negociado acima dos US$ 78.
Guerra no Oriente Médio: entenda o papel e o tamanho do Irã na produção de petróleo no mundo
Veja abaixo o resumo dos mercados.
MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
Dólar
Às 11h35, o dólar caía 0,23%, cotado a R$ 5,4608. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda subiu 0,54%, cotada a R$ 5,4734. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,5107.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,68% na semana;
avanço de 0,49% no mês;
ganho de 12,80% no ano.
O
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,02%, aos 131.661 pontos.
Na véspera, o índice caiu 1,38%, aos 131.672 pontos.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,80% na semana;
perdas de 0,11% no mês; e
recuo de 1,88% no ano.
O que está mexendo com os mercados
Em uma semana que foi marcada pela divulgação de vários dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, o principal deles veio apenas nesta sexta.
O payroll, que reúne diversos dados de emprego do país, mostrou uma taxa de desemprego de 4,1% em setembro. Esse número representa uma leve melhora em relação ao mês anterior, quando a taxa ficou em 4,2%. O mercado esperava que a taxa se mantivesse nesse patamar.
Já o número de criação de vagas não-agrícolas ficou em 254 mil, muita acima dos 147 mil esperados e dos 159 mil registrados no mês anterior.
O ganho médio por hora trabalhada subiu 0,4% em setembro, contra alta esperada de 0,3%. No entanto, apresenta uma desaceleração em relação ao avanço de 0,5% do mês anterior.
"Isso diminui a chance de um corte de 0,5% na taxa de juros pelo Fed em novembro, indicando uma provável desaceleração para 0,25% tanto em novembro quanto em dezembro", explica Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.
"No geral, o payroll não sinaliza um enfraquecimento significativo da economia americana, o que pode levar muitos analistas a reverem suas previsões negativas sobre o país", pontua.
No Brasil, o destaque fica com a balança comercial de setembro, que será divulgada às 15h.
Mais cedo, em entrevista à agência de notícias Reuters, Todd Martinez, codiretor de riscos soberanos das Américas da Fitch, disse que a agência de classificação de riscos não deve elevar a nota de crédito do Brasil no curto prazo, por conta dos riscos fiscais.
A agência atualmente classifica o crédito do Brasil como BB, com perspectiva estável, dois níveis abaixo do chamado grau de investimento.
"Para elevar a classificação de crédito do Brasil, precisaríamos ter mais confiança na capacidade do governo de gerar superávits primários", disse Martinez em entrevista na quinta-feira.
Martinez reconheceu que o país tem crescido acima do esperado, com o crescimento do PIB projetado em 3,0% em 2024, mas destacou que "as contas públicas continuam sendo um ponto fraco.
A declaração veio apenas alguns dias depois da agência Moody's elevar a nota de crédito do Brasil de de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva, deixando o país está a um passo do grau de investimento.
Mesmo com a elevação, a Moody's também citou o cenário fiscal brasileiro como um ponto de risco.
Os últimos números fiscais do Brasil foram divulgados nesta quinta pelo Tesouro Nacional, que mostrou que o governo teve um déficit de R$ 100 bilhões de janeiro a agosto deste ano, o quinto pior resultado para esse período desde o início da divulgação dos dados, em 1997.
O resultado representa uma melhora em relação ao déficit de R$ 105,88 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. Porém, está muito acima das previsões do governo para o fim do ano, de um rombo de R$ 68,83 bilhões.
Guerra no Oriente Médio
A escalada dos conflitos no Oriente Médio continuam pesando sobre os mercados globais. Veja, abaixo, um resumo do que está acontecendo na região:
Depois de quase um ano dos ataques do grupo terrorista Hamas aos israelenses, e de uma guerra que devastou a Palestina, o enfrentamento vinha escalando com a entrada do grupo extremista Hezbollah — que nasceu no Líbano, é financiado pelo Irã e aliado do Hamas.
O avanço nas tensões na região começou há duas semanas, quando pagers e walkie talkies de integrantes do grupo extremista Hezbollah explodiram em série, o que o grupo atribui a Israel.
Nos dias seguintes, Israel passou a atacar regiões do Líbano mirando alvos do Hezbollah e, na última sexta-feira (27), matou o chefe do grupo, Sayyed Hassan Nasrallah e outros líderes.
Israel, na segunda-feira (30), iniciou uma incursão por terra no Líbano, no que classificaram como uma operação limitada contra alvos do Hezbollah.
No sábado (28), o líder supremo do Irã, que apoia e financia o Hezbollah, disse que a morte de Nasrallah não ficaria "sem vingança". Depois disso, na terça-feira (1), o Irã disparou centenas de mísseis contra Israel, que prometeu retaliação.
Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, também disse que vai retaliar o Irã pelo ataque promovido contra o país.
Saiba quais são as principais usinas nucleares do Irã, possíveis alvos de um ataque de Israel
E na iminência de contra-atacar o Irã, Israel continua bombardeando o Líbano, ainda sob a alegação de desmantelar o Hezbollah. O país lançou nesta quinta-feira (3) novos bombardeios no centro de Beirute, no Líbano, segundo testemunhas ouvidas pela agência de notícias Reuters. Explosões também aconteceram nos subúrbios da capital libanesa.
Os ataques deixaram nove pessoas mortas e outras 14 feridas, segundo o governo local — no total, mais de 1.000 pessoas morreram no Líbano em quase duas semanas de bombardeios de Israel.
Essas tensões, que geram preocupação com a escalada do conflito para uma guerra total no Oriente Médio, já fizeram o preço do petróleo disparar.
A região é a mais importante do mundo na exportação da commodity e qualquer conflito lá pode gerar problemas de oferta e desabastecimento para o mundo todo, que tem o petróleo como principal fonte de combustível e energia.
Além disso, os temores também direcionam os investidores para o dólar, considerada a moeda mais segura do mundo, em busca de proteção contra os ativos de risco — como mercado de ações e moedas de países emergentes, como o Brasil —, que tendem a apresentar mais volatilidade, principalmente em momentos de incertezas política e econômica.
Agência Fitch descarta elevar nota de crédito do Brasil no curto prazo; diretor cita risco fiscal
A agência atualmente classifica o crédito do Brasil como BB, com perspectiva estável, dois níveis abaixo do chamado grau de investimento. Logo da Fitch Ratings em seu escritório de Londres.
Reuters
A agência Fitch não deve elevar a classificação de risco de crédito do Brasil no curto prazo devido a dúvidas de que o país será capaz de melhorar significativamente suas contas públicas, apesar do crescimento econômico melhor do que o esperado, disse à Reuters Todd Martinez, codiretor de riscos soberanos das Américas da Fitch.
A agência atualmente classifica o crédito do Brasil como BB, com perspectiva estável, dois níveis abaixo do chamado grau de investimento.
"Para elevar a classificação de crédito do Brasil, precisaríamos ter mais confiança na capacidade do governo de gerar superávits primários", disse Martinez em entrevista na quinta-feira.
No início desta semana, a agência Moody's elevou a classificação de crédito do Brasil para apenas um nível abaixo do grau de investimento, em um voto de confiança para o país, que perdeu seu status de baixo risco há quase uma década.
Moody's: entenda por que a agência decidiu elevar a nota de crédito do Brasil
A Fitch, no entanto, está mantendo uma postura mais conservadora do que a Moody's, que elevou as classificações de emissor de longo prazo e títulos sêniores sem garantia do Brasil para Ba1, de Ba2, com perspectiva positiva.
Martinez, da Fitch, observou que a atividade econômica no Brasil continuou a surpreender positivamente. Atualmente, os economistas esperam que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça em torno de 3% em 2024.
"Mas as contas públicas continuam sendo um ponto fraco, com repercussões na confiança, nas taxas de câmbio e, portanto, no crescimento", disse ele.
Por outro lado, Martinez elogiou os esforços do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para melhorar a situação fiscal, com mudanças em suas regras tributárias e um acordo recente para reverter as isenções da folha de pagamentos.
Apesar destes movimentos, a Fitch ainda vê o déficit primário subindo para 1,0% do PIB em 2025, de 0,6% neste ano, antes de cair para 0,8% em 2026. Com base nas expectativas atuais da agência para crescimento e taxas de juros, isso elevaria a relação entre dívida bruta e PIB de 77,8% este ano para 83,9% até 2026.
Assim como a Fitch, a agência de classificação de risco Standard & Poor's mantém o Brasil dois níveis abaixo do grau de investimento, com classificação BB e perspectiva estável.
Mas Lula e sua equipe econômica sonham com o Brasil recuperando o grau de investimento perdido em 2015. No fim de setembro, em visita a Nova York, o presidente se encontrou com representantes das três agências de classificação de risco para discutir a nota de crédito do Brasil.
Mesário tem direito a folga por trabalhar nas eleições? Veja o que diz a lei
Quem atua como mesário tem garantido o direito a duas folgas para cada dia de trabalho prestado à Justiça Eleitoral, sem descontos no salário. Regra inclui também os dias de treinamento. Aluno mesário participa de votação fictícia em projeto de escola em Hortolândia
Reprodução EPTV
O primeiro turno das eleições 2024 está marcado para o próximo domingo (6). Os trabalhadores convocados para atuarem como mesários nas seções eleitorais ou na apuração dos votos têm direito a dois dias de descanso para cada dia trabalhado.
O dia de treinamento, oferecido pela Justiça Eleitora, também conta na regra e também dá direito a dois dias de folga. Assim, o trabalhador poderá tirar quatro dias de descanso no total, sem desconto no salário.
Caso o trabalhador esteja de férias durante o período eleitoral, ele poderá tirar os dias de folga na volta ao serviço. Para ter direito, é necessário apresentar ao patrão uma declaração expedida pela Justiça Eleitoral.
🤔 Mas como funcionam as folgam para mesários? Quais são os benefícios? O g1 conversou com especialistas no assunto e responde abaixo.
Quais são os benefícios dos mesários?
O que acontece com quem trabalha aos domingos?
O trabalhador pode escolher os dias de folga?
É possível tirar folga antes das eleições?
A empresa pode negar a folga?
Como comunicar à empresa que foi convocado?
É necessário ter vínculo empregatício?
LEIA MAIS
Quanto ganha um mesário nas eleições? Veja perguntas e respostas
Eleições 2024: como descobrir número do título de eleitor, zona e seção?
1. Quais são os benefícios dos mesários?
O trabalho de mesário não é remunerado. Mas são concedidos benefícios, como:
Duas folgas por dia trabalhado, que também se aplica em dias de treinamentos, sem descontos no salário;
Auxílio-alimentação, no valor de R$ 60 por turno trabalhado, conforme estabelecido pela Portaria TSE nº 63/2023;
Trabalho de mesário pode ser considerada critério de desempate em concursos públicos (quando previsto em edital);
Utilização das horas trabalhadas nas eleições como atividade curricular complementar (no caso de estudantes de universidades conveniadas).
As folgas abrangem os dias de treinamento, preparação ou montagem de locais de votação, participação, do primeiro e segundo turno, e ainda, qualquer outro evento que a Justiça Eleitoral entenda como pertinente para o pleito.
Esses dias de folga não serão considerados faltas ao trabalho, não trazendo prejuízos ao empregado na contagem de suas férias, na garantia do repouso semanal remunerado, no cálculo do 13º salário, entre outros direitos trabalhistas.
Volte para o início.
2. O que acontece com quem trabalha aos domingos?
Para quem trabalha aos domingos, a atuação nas eleições é considerada “serviço público relevante”. Por isso, o empregador é obrigado a liberar o funcionário para desempenhar as funções durante o período eleitoral, sem a necessidade de fazer banco de horas posteriormente.
“Funcionários sob o regime CLT precisam informar o empregador assim que receberem a convocação da Justiça Eleitoral, pois precisarão se ausentar para participar dos treinamentos obrigatórios e, também, no dia da eleição, caso o contrato inclua trabalho aos finais de semana”, orienta advogada trabalhista Agatha Otero.
Além disso, o empregador deve conceder tempo suficiente para que os empregados exerçam o direito ao voto no dia das eleições, considerando o tempo de deslocamento até as zonas eleitorais, sem prejuízo na remuneração. Impedir o exercício do voto é crime eleitoral.
Vale a infração inclusive para aquelas pessoas que não são obrigadas a votar conforme estabelece a lei, como analfabetos, maiores de 70 anos e jovens menores de 18 anos (entenda o que é assédio eleitoral no trabalho).
"O empregador pode definir e estabelecer regras que proíbam, nas dependências da empresa, o uso de adereços, distintivos ou adesivos vinculados a qualquer candidato. Porém, não é a mesma coisa que induzir ou forçar o voto em determinado candidato", explica o advogado trabalhista Tadeu Henrique Machado Silva.
Volte para o início.
3. O trabalhador pode escolher os dias de folga?
A Justiça Eleitoral orienta que os dias de folga sejam tirados logo após os dias trabalhados nas eleições. No entanto, os patrões e empregados podem entrar em acordo para escolher a melhor data.
Também não há prazo limite para que os dias de descanso sejam tirados. Além disso, as folgas por prestação de serviço à Justiça Eleitoral não poderão ser convertidas em dinheiro.
Os dias escolhidos para folga o deverão cair, obrigatoriamente, em dias de escala de trabalho. As datas não podem coincidir com dias em que o funcionário já estaria em descanso.
Volte para o início.
4. É possível tirar folga antes das eleições?
Segundo a Justiça Eleitoral, o benefício de folga será concedido somente após o encerramento dos serviços eleitorais (treinamento e dias de votação), para uso futuro e a ser acordado entre funcionário e empresa.
Portanto, não é possível antecipar as folgas do serviço eleitoral. Os descansos só poderão ser utilizados após emissão do certificado validado pelo Cartório Eleitoral ou declaração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao fim das eleições.
Volte para o início.
5. A empresa pode negar a folga?
A empresa não pode negar o descanso ao empregado. Caso ocorra algum impasse sobre a concessão do período de descanso, o trabalhador deve procurar o cartório eleitoral, ou denunciar no sindicato e/ou Superintendência Regional do Trabalho.
O patrão que descumprir o previsto no artigo 98 da Lei nº 9.504/1997 poderá responder judicialmente. Casos referentes à não aplicação do benefício deve ser encaminhados ao juiz eleitoral responsável pela convocação e nomeação do mesário.
Volte para o início.
6. Como comunicar à empresa que foi convocado?
O empregado deve comunicar ao seu empregador assim que for convocado, entregando uma cópia do documento de convocação. Após as eleições, deverá apresentar à empresa uma declaração expedida pelo juiz eleitoral que comprova a atividade durante o pleito.
Volte para o início.
7. É necessário ter vínculo empregatício?
Sim. Para que a pessoa nomeada para atuar nas eleições faça uso do direito às folgas, é necessária a existência de relação trabalhista entre empresa e empregado na época da convocação.
Nos casos de suspensão ou interrupção do contrato de trabalho, o uso do benefício deverá ser acordado previamente entre patrão e empregado. O direito ao benefício será válido enquanto durar o vínculo empregatício.
Volte para o início.
LEIA MAIS
Ameaças de demissão, promessas e mais: saiba o que é assédio eleitoral no trabalho e como denunciar
Semana de 4 dias: por que empresas topam gastar mais para fazer o sistema funcionar
Aposentadoria pelo INSS: conheça as mais de 10 modalidades do benefício e os requisitos de cada uma
Saiba mais sobre direitos dos trabalhadores
Aposentadoria pelo INSS: veja como calcular valor do benefício e tempo de contribuição
Tem dia certo para pedir demissão? Advogados trabalhistas explicam que sim; veja as dicas
‘A próxima reforma deveria ser a administrativa’, diz Henrique Meirelles ao g1
Ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda lança o livro 'Calma Sob Pressão', que reconta aprendizados de sua trajetória. Ao g1, comenta sobre o atual estado atual das cadeiras que comandou na economia do país. 'A próxima reforma deveria ser a administrativa', diz Henrique Meirelles
Para Henrique Meirelles, o Brasil precisa avaliar com cuidado a possibilidade de fazer uma reforma administrativa. O ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central concedeu entrevista ao g1.
Para ele, um modelo interessante é o do estado de São Paulo. Meirelles foi secretário da Fazenda do Estado de São Paulo entre 2019 e 2022.
"O governo de São Paulo fez uma reforma administrativa que gerou um saldo orçamentário e de caixa para o governo de São Paulo de R$ 52 bilhões. Como? Fechando empresas que deixavam de ter finalidade, cortando determinados tipos de benefícios do funcionalismo público e tudo isso", diz ele.
Pelas contas de Meirelles, algo na mesma linha geraria impacto de R$ 150 bilhões a R$ 200 bilhões, em diminuição de despesas obrigatórias e correntes do governo federal.
"Evidentemente que isso tem resistência. Os funcionários que estão nessa empresa não gostam disso e reagem a isso, protestam, etc. Tem que se enfrentar uma resistência importante."
Meirelles lançou na semana passada o livro “Calma sob pressão: O que aprendi comandando o Banco de Boston, o Banco Central e o Ministério da Fazenda”. Nele, conta suas memórias ao ocupar os cargos mais relevantes da economia e avalia os desafios.
Você pode conferir a íntegra da entrevista no vídeo abaixo ou leia nesta reportagem.
Ex-ministro Henrique Meirelles concede entrevista ao g1 sobre novo livro; veja íntegra
Em seguida, há um resumo de melhores momentos, em que Meirelles comenta:
Sobre o episódio favorito de seu novo livro
Sobre quem tem o trabalho mais difícil: Haddad ou Campos Neto?
Sobre o maior desafio do BC hoje em dia
Sobre se Galípolo vai enfrentar confronto com Lula no BC
Sobre o trabalho de Haddad no Ministério da Fazenda
Sobre o futuro da economia brasileira
Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, concede entrevista ao g1
Fábio Tito/g1
Sobre o episódio favorito de seu novo livro
A crise de 2008 foi um evento muito interessante. Muito grave e, ao mesmo tempo, muito gratificante porque nós enfrentamos muito bem.
A economia americana entrou em colapso, até que todas as linhas de crédito internacionais para o Brasil — que representavam mais de um quarto do total de crédito — de importação, de exportação, tudo foi paralisado. O Brasil entrou em uma crise de crédito e uma recessão fortíssima.
Felizmente, tínhamos recursos para enfrentar isso porque tínhamos feito uma acumulação de reservas importantes no Banco Central.
Mas aí apareceu um outro problema, dos chamados derivativos tóxicos. As empresas vendiam o dólar a descoberto — isto é, sem ter o dólar —, apostando que o dólar ia cair, para ganhar com isso. Mas o dólar começou a subir com a crise, dando um prejuízo brutal. E era difícil descobrir qual era o tamanho do problema.
Conversei com muitos banqueiros centrais e dimensionei o total de US$ 40 bilhões. Em outra coletiva de imprensa, disse que o Banco Central ia entrar no mercado vendendo o dólar futuro — isto é, na posição oposta a essas companhias.
Eu anunciei: “Olha, o BC vai entrar vendendo dólar futuro e vai entregar futuros no mercado de derivativos aqui, na bolsa.” A pergunta dos jornalistas foi: “Quanto?” Eu disse: “Nosso limite é vender, hoje, até US$ 50 bilhões.”
O mercado acalmou, o dólar derreteu. Resolveu a crise. E esse conjunto de ações fez com que o país, que tinha entrado em recessão, já saísse e já entrasse, em janeiro de 2009, em uma rota de crescimento.
Voltar ao topo
Sobre quem tem o trabalho mais difícil: Haddad ou Campos Neto?
São trabalhos bem diferentes, e com desafios diferentes. O BC tem um instrumento mais decisivo, que é a taxa de juros, e faz a gerência das reservas internacionais. São duas coisas muito importantes para o país.
E o presidente do BC lida com os efeitos das decisões que toma. É um trabalho muito técnico, que envolve previsões de inflação, taxa de juros e atividade.
O Ministério da Fazenda não tem instrumentos próprios de ação direta que possam influenciar a economia, a não ser a gerência das letras do Tesouro Nacional.
Mas o Ministério da Fazenda lida basicamente com toda a estrutura política do país. Depende muito daquilo que é apresentado e aprovado no Congresso Nacional, e também do que o presidente da República pretende fazer. Tem que influenciar outras áreas do governo, muitas vezes por persuasão.
Voltar ao topo
Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, concede entrevista ao g1
Fábio Tito/g1
Sobre o maior desafio do BC hoje em dia
A questão dos atritos tende a acabar. É algo que pode dar mais conforto ao presidente Lula que as pessoas que estão lá são nomeadas por ele. Ele não precisa ficar preocupado que alguma medida possa ter como finalidade prejudicar o governo.
Particularmente, acho que o Roberto Campos Neto fez um bom trabalho. Mas é normal que o presidente fique meio preocupado com uma diretoria nomeada pelo Bolsonaro.
Isso faz com que o grande desafio volte a ser aquilo que é a missão básica do BC: manter a inflação sob controle e dar condições para o país crescer no seu máximo potencial, sem exagerar. Quando exagera dá inflação, e dá problema.
Voltar ao topo
Sobre se Galípolo vai enfrentar confronto com Lula no BC
Acho que a probabilidade disso é menor. A questão aí não é se o presidente concorda ou não com as decisões. No momento em que ele confia que o presidente do BC vai tomar decisões que possam prejudicar o governo, ele se tranquiliza.
E aqui tem uma diferença importante: a questão não é exatamente um BC que vá tomar decisões para agradar o presidente, porque isso seria perigoso. Não acredito que isso vá acontecer. Mas, no sentido de que dá uma tranquilidade ao presidente de que, mesmo quando houver movimentos que ele não goste, ele tem uma tranquilidade de que aquilo está sendo feito por decisões técnicas, sem nenhum componente de ação política.
Voltar ao topo
Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, concede entrevista ao g1
Fábio Tito/g1
Sobre o trabalho de Haddad no Ministério da Fazenda
O ministro Haddad está fazendo um bom trabalho. Ele está em um governo que tem uma visão de que o gasto público é o que conduz a economia, o crescimento e a criação de emprego. Ele tem consciência das limitações, dos riscos e dos custos dessa expansão fiscal.
Então, existe um meio-termo. É uma situação em que, de um lado, está o que os analistas e o mercado esperam de política fiscal e, do outro, o que os políticos, particularmente o partido dele, esperam da política fiscal. E ele tem que conviver com esses dois lados da equação.
Ele está fazendo isso com habilidade, e conseguindo manter as contas em relativo controle.
Recentemente, algumas coisas geraram uma preocupação maior, como criar uma despesa passando pela Caixa Econômica, de maneira que não entre no orçamento. Isso é negativo, um sinal negativo. Espero que seja controlado e que tenham sido situações pontuais. No caso, por exemplo, do governo Dilma, isso gerou problemas importantes.
Então, eu acredito que a gestão fiscal, na medida em que continue obedecendo a certos limites, é positiva. O arcabouço fiscal é muito mais flexível, permite um crescimento real das despesas. O teto de gastos era algo que colocava um limite mais direto e mais duro. Do meu ponto de vista, também mais eficaz.
De qualquer forma, é positiva a existência do arcabouço. Poderia ser melhor? Sim. Mas também poderia ser muito pior.
Voltar ao topo
Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, concede entrevista ao g1
Fábio Tito/g1
Sobre o futuro da economia brasileira
A tendência da economia brasileira é ter esse crescimento entre 2,5% e 3%, que é o que tem acontecido — tem sido até mais para 3% do que para 2,5% mais recentemente —, mas, olhando à frente, vai ficar por aí. Não é o crescimento ideal, mas é um crescimento razoável.
Ao mesmo tempo, temos uma perspectiva de uma inflação sob controle e um BC independente, o que ajuda dentro do processo de manutenção de uma economia estável e um crescimento também estável.
Para termos uma mudança desse cenário, nós teremos que avançar. Por exemplo, uma reforma administrativa para gerar recursos que permitissem inclusive uma diminuição da carga tributária. Isso beneficiaria a economia.
As reformas de produtividade também são muito importantes. Não se tem falado sobre isso, mas a reforma tributária também tem um efeito na produtividade. Seria muito importante que fizéssemos uma reforma tributária o mais simplificadora possível. Estudos do Banco Mundial mostram que uma das maiores questões da baixa produtividade do Brasil é exatamente uma tributação muito complexa.
Partindo do pressuposto de que esse assunto não está sendo discutido, o crescimento é esse, de 2,5% a 3%. Vai ser mais de 3% dependendo da circunstância, e eventualmente menos.
A vantagem? Não se prevê uma crise à frente. Crise sempre pode existir, mas não há necessidade de se prever uma crise no Brasil porque as coisas estão relativamente equilibradas. Além de que o Brasil é um país que tem uma democracia estabilizada, tem o Judiciário independente, Congresso independente, a imprensa independente.
Então, tudo isso dá uma estabilidade para o país seguir essa rota, sem grandes oscilações.
Voltar ao topo
Mark Zuckerberg desbanca Jeff Bezos e se torna o 2º mais rico do mundo em lista da Bloomberg
CEO da Meta acumula agora uma fortuna acima de US$ 206 bilhões, maior cifra já alcançada por ele. Mark Zuckerberg, CEO da Meta
Reuters
O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, se tornou o segundo homem mais rico do mundo nesta quinta-feira (3) ao alcançar uma fortuna de US$ 206 bilhões, informou a Bloomberg. Com a cifra, ele superou o fundador da Amazon, Jeff Bezos, que caiu para a 3ª posição com US$ 205 bilhões.
Essa é a primeira vez que o cofundador da empresa controladora do Facebook, WhatsApp e Instagram ocupa a segunda posição na lista de bilionários da Bloomberg. Também é a maior cifra já alcançada por ele. Só neste ano, Zuckerberg viu seu patrimônio disparar US$ 78 bilhões.
Ainda assim, o primeiro lugar no ranking segue com o fundador da Tesla, Elon Musk, que acumula US$ 256 bilhões. (veja mais abaixo a lista com os 10 mais ricos do mundo)
De acordo com a publicação, o avanço na fortuna de Zuckerberg acompanha a valorização das ações da Meta, que subiram 23% desde a divulgação dos resultados da empresa no segundo trimestre.
Na ocasião, a companhia reportou vendas melhores do que o esperado e destacou avanços nos modelos de linguagem que alimentam os chamados chatbots (assistentes virtuais) de inteligência artificial.
A Bloomberg também ressaltou que a Meta investiu fortemente em data centers e poder computacional, com Zuckerberg buscando papel de liderança na corrida de IA.
Nesta quinta-feira, o papel da companhia fechou em recorde histórico, de US$ 582,77.
Veja abaixo os 10 homens mais ricos do mundo, segundo a Bloomberg:
Elon Musk: US$ 256 bilhões
Mark Zuckerberg: US$ 206 bilhões
Jeff Bezos: US$ 205 bilhões
Bernard Arnault: US$ 193 bilhões
Larry Ellison: US$ 179 bilhões
Bill Gates: US$ 161 bilhões
Larry Page: US$ 150 bilhões
Steve Ballmer: US$ 145 bilhões
Warren Buffett: US$ 143 bilhões
Sergey Brin: US$ 141 bilhões
Quem são os cinco novos bilionários brasileiros
Governo proíbe a venda de 11 marcas de azeite: saiba como escolher o produto com segurança
Ministério da Agricultura e Pecuária considerou que os itens estavam impróprios para o consumo. Entenda como é feita a fiscalização do azeite. De onde vem o azeite
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) proibiu a venda de 11 marcas de azeite de oliva consideradas impróprias para o consumo. A lista foi divulgada nesta quinta-feira (3).
As marcas proibidas foram: Málaga, Rio Negro, Quinta de Aveiro, Cordilheira, Serrano, Oviedo, Imperial, Ouro Negro, Carcavelos, Pérola Negra e La Ventosa.
Não é a primeira vez que marcas ou lotes de azeite vendidos no Brasil são considerados impróprios para consumo pelo Mapa. Segundo o órgão, inclusive, o azeite é o segundo produto alimentar mais fraudado do mundo, atrás apenas do pescado.
Leia mais: 11 azeites brasileiros entram em guia de melhores do mundo; veja lista
Por isso, é preciso ter cuidado na hora de escolher esse produto. Confira algumas dicas de especialistas para escolher azeite com segurança:
Ministério da Agricultura dá algumas pistas para encontrar um azeite de qualidade
Arte/g1
Para comprar um azeite de boa qualidade, é importante optar pelos que foram envasados mais recentemente.
Isso porque a palavra azeite, em sua origem árabe, significa "suco de azeitona"; portanto, é importante ter o máximo de frescor, explica Ana Beloto, azeitóloga e considerada a sexta mulher mais poderosa do agro pelo ranking da revista Forbes.
O azeite tem três inimigos que o fazem estragar rapidamente: a luz, o oxigênio e o calor. Por causa da influência da luz, as embalagens costumam ser vidros escuros, isolando, assim, o contato com a claridade. Também existe o produto em lata.
Leia também: Apreensão de azeite falsificado em 2024 já supera todo o ano de 2023
O azeite é o segundo produto alimentar mais fraudado do mundo, atrás apenas do pescado.
ShutterStock
Como é feita a fiscalização
A fiscalização de azeite é um trabalho bastante minucioso no Brasil. O processo é feito pelo Ministério da Agricultura e conta com testes de fraude e qualidade. Veja o passo a passo mais abaixo.
Depois de apreender garrafas nos supermercados, o governo envia amostras para um laboratório, que investiga se o azeite é verdadeiro – isto é, se está misturado a um outro óleo e se realmente se trata de azeite. Esses são os chamados testes de fraude.
Uma vez que o produto for classificado como azeite, segue para a próxima etapa, os testes de qualidade. Nessa parte do processo, os especialistas vão investigar se o produto é extravirgem, virgem tipo único ou mesmo um lampante, que não pode ser consumido.
A equipe conta com pessoas especializadas em descobrir irregularidades pelo cheiro e pelo paladar.
Passo a passo de como o azeite é fiscalizado
Arte/g1
Tipos de azeite
Extravirgem: é o tipo de azeite de maior qualidade, produzido a partir de azeitonas em ótimo estado, com acidez menor que 0,8%. Nas análises sensoriais, predominam atributos positivos de frutado, amargo e picante. Tem ausência de defeitos;
Virgem: é um azeite de qualidade intermediária, que também provém de extração de frutos de qualidade, mas com algum estágio de oxidação e com acidez menor que 2%. Nas análises sensoriais, aparecem defeitos, mas sem muita intensidade;
Lampante: é um azeite de péssima qualidade, com acidez maior que 2% e que não pode ser destinado ao consumo humano. É muito provável que tenha sido feito a partir de azeitonas em péssimo estado de qualidade (colhidas estragadas, do chão ou armazenadas inadequadamente). Nas análises sensoriais, predominam os defeitos;
Tipo Único: é um azeite geralmente derivado da mistura com refinado, ou seja, que foi alterado quimicamente para eliminar impurezas e ser destinado ao consumo humano. É misturado com o azeite de oliva virgem. Ele não chega a ser avaliado sensorialmente, mas é bastante neutro, traz aromas e defeitos diluídos, indicado para fritar por exemplo.
Prejuízos à saúde
Nas fraudes de azeite de oliva, diversos componentes podem ser usados, por isso, é difícil determinar os riscos para saúde do consumidor, explica o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Ministério da Agricultura e Pecuária, Hugo Caruso.
Por exemplo, na década de 80, mais de mil pessoas morreram na Espanha depois de consumirem o produto fraudado. O caso ficou conhecido como "a síndrome do azeite tóxico".
Caruso afirma que, no Brasil, é muito comum serem adicionados corantes e aromatizantes que não possuem autorização como ingrediente em óleos e que ainda não se sabe os riscos desses produtos para a saúde do consumidor.
Outro problema seria o fato de o azeite ser recomendado pelos médicos para pacientes cardiovasculares, como um alimento que ajuda no sistema circulatório. Assim, pessoas que o adquirem com esse fim podem comprometer ainda mais a saúde em caso de adulteração, explica.
Caroço da azeitona também tem azeite e oliveira só dá frutos quando passa frio
Saiba se a cor da tampa do azeite tem significado
Mega-Sena, concurso 2.782: prêmio acumula e vai a R$ 50 milhões
Veja os números sorteados: 06 - 11 - 16 - 25 - 28 - 45. Quina teve 62 apostas ganhadoras; cada uma vai levar R$ 50.508,99. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O sorteio do concurso 2.782 da Mega-Sena foi realizado na noite desta quinta-feira (3), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas, e o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 50 milhões.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
Veja os números sorteados: 06 - 11 - 16 - 25 - 28 - 45
5 acertos - 62 apostas ganhadoras: R$ 50.508,99
4 acertos - 5.587 apostas ganhadoras: R$ 800,72
O próximo sorteio da Mega será no sábado (5).
Mega-Sena, concurso 2.782
Reprodução/Caixa
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
CNU: Justiça suspende divulgação das notas do bloco 4 por acesso antecipado às provas no Recife
Em agosto, candidata denunciou que participantes receberam as provas da tarde por engano no período da manhã e ficaram com elas por 11 minutos. Decisão liminar diz que incidente viola a isonomia entre os candidatos. A União pode recorrer. Candidatos chegam para as provas do CNU na UERJ
Tânia Rêgo/Agência Brasil
A Justiça do Distrito Federal determinou, nesta quinta-feira (3), a suspensão dos efeitos da prova do bloco 4 do Concurso Nacional Unificado (CNU), o "Enem dos concursos".
A liminar proíbe o governo de divulgar as notas desse grupo até o julgamento final do caso. A previsão inicial de publicação era no próximo dia 8.
A União pode recorrer da decisão. Ao g1, o Ministério da Gestão afirmou que ainda não foi notificado, mas que "reafirma o seu empenho para garantir a regular continuidade do certame".
✅ Siga o canal do g1 Concursos no WhatsApp.
A decisão foi tomada pelo juiz Eduardo Rocha Penteado, da 14ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, em uma ação popular ajuízada contra o governo e a Fundação Cesgranrio, por causa de uma situação que ocorreu durante a aplicação das provas em Recife (PE).
Um grupo de candidatos do CNU, que fez prova na Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Jornalista Trajano Chacon, recebeu pela manhã, por engano, o caderno que deveria ser entregue no período da tarde.
A situação foi denunciada por uma candidata nas redes sociais e, em setembro, o advogado Igor Oliva de Souza entrou com a ação popular.
Segundo a denúncia, os candidatos ficaram com as provas erradas por cerca de 11 minutos, até que perceberam o erro e informaram aos fiscais. Neste período, a concurseira chegou a anotar o nome na folha e ler algumas questões.
Na época, o Ministério da Gestão confirmou a ocorrência, mas disse que "a situação foi corrigida imediatamente" e “não afetou a aplicação nem o sigilo das informações”. À Justiça, a União também negou vazamento de conteúdo, dizendo que os cadernos teriam sido recolhidos antes da autorização para o início das provas.
No entanto, o juiz considerou que há elementos que derrubam os argumentos da União, como um um e-mail enviado por uma candidata, 12h51, relatando já ter conhecimento do conteúdo das questões (leia mais abaixo).
"Sendo assim, em que pese a União alegar que o equívoco teria sido sanado a tempo de não causar prejuízo à lisura do certame, as provas dos autos indicam que os fatos não se limitaram à violação do malote com os cadernos de questões, mas avançaram para o vazamento do conteúdo das próprias questões, o que, ao tempo em que viola a isonomia entre os candidatos, contamina o prosseguimento do concurso com a pecha da imoralidade, exigindo-se, assim, a pronta atuação do Judiciário no caso concreto", diz a decisão.
"Ante o exposto, defiro a liminar para determinar a suspensão dos efeitos da prova do Bloco 4 do Concurso Nacional Unificado (CNU), devendo os réus absterem-se de divulgar as respectivas notas até o julgamento final da presente ação."
LEIA TAMBÉM:
CNU muda regras para o envio de títulos; veja como fazer
Concurso dos Correios: provas serão em 15 de dezembro
Provas apresentadas
A candidata que denunciou o acesso antecipado às provas do CNU em Recife enviou um e-mail para a banca examinadora do concurso logo após o primeiro turno do exame, para relatar a situação. A mensagem foi anexada à ação popular.
No e-mail, enviado às 12h51 (antes, portanto, do início do segundo turno do exame), a participante diz já ter conhecimento do conteúdo da primeira questão da prova da tarde, alegando ser sobre “motivação”.
E, analisando o caderno de questões do bloco 4 do turno da tarde, “verifica-se que, de fato, a primeira questão trata de motivação”, destaca a decisão liminar. Veja abaixo o print da questão do gabarito 1.
Print de questão do bloco 4 do CNU
Reprodução
CNU: os próximos passos depois da prova do ‘Enem dos concursos’
Ministério da Agricultura proíbe a venda de 11 marcas de azeite de oliva; saiba quais
Outros rótulos ainda estão sendo analisados e a lista deve ser atualizada em breve, segundo o Mapa. O azeite é o segundo produto alimentar mais fraudado do mundo, atrás apenas do pescado.
Shutterstock
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou uma lista com marcas de azeite de oliva considerados impróprios para o consumo. A divulgação foi feita nesta quinta-feira (3).
Ao todo são 11 marcas: Málaga, Rio Negro, Quinta de Aveiro, Cordilheira, Serrano, Oviedo, Imperial, Ouro Negro, Carcavelos, Pérola Negra e La Ventosa.
Duas delas, a Serrano e a Cordilheira, já tinham sido proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última terça-feira (24).
Leia mais: 11 azeites brasileiros entram em guia de melhores do mundo; veja lista
De acordo com o Mapa, os produtos foram analisados pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária e foram desclassificados por estarem em desacordo com os parâmetros estabelecidos pelas normas vigentes.
Outro fator que colaborou com a determinação de fraude nos azeites é o fato das empresas responsáveis por esses produtos estarem todas com CNPJ baixado junto à Receita Federal (ou seja, sem registro ativo), segundo o órgão.
O Ministério disse também que outras marcas de azeite de oliva ainda estão sendo analisadas e que, assim que os resultados forem concluídos, uma nova lista será divulgada.
Segundo o Mapa, os supermercados e atacadistas que disponibilizam produtos desclassificados e de procedência desconhecida aos consumidores poderão ser responsabilizados.
Ainda, o órgão enfatizou que os produtos listados não devem ser consumidos e que os consumidores que já tinham comprado esses azeites têm o direito de solicitar a sua substituição.
"Essa solicitação deve ser feita nos moldes determinado pelo Código de Defesa do Consumidor ou ainda para o Mapa pelo canal oficial Fala.BR, informando o estabelecimento e endereço onde o produto foi adquirido", orientou o Mapa.
Confira abaixo a lista com as 11 marcas de azeite de oliva proibidas pelo Mapa:
O azeite é o segundo produto alimentar mais fraudado do mundo, atrás apenas do pescado, segundo o Mapa.
Não é a primeira vez que marcas ou lotes de azeite vendidos no Brasil são consideradas impróprias para consumo. Em 2021, por exemplo, o governo suspendeu a venda de 24 marcas de azeite de oliva, e em março de 2024, outras 10.
Por isso, a escolha por esse produto requer cuidados. A seguir, confira dicas de especialistas na hora de comprar azeite.
Ministério da Agricultura dá algumas pistas para encontrar um azeite de qualidade
Arte/g1
Para comprar um azeite de boa qualidade, é importante optar pelos que foram envasados mais recentemente.
Isso porque a palavra azeite, em sua origem árabe, significa "suco de azeitona"; portanto, é importante ter o máximo de frescor, explica Ana Beloto, azeitóloga e considerada a sexta mulher mais poderosa do agro pelo ranking da revista Forbes.
O azeite tem três inimigos que o fazem estragar rapidamente: a luz, o oxigênio e o calor. Por causa da influência da luz, as embalagens costumam ser vidros escuros, isolando, assim, o contato com a claridade. Também existe o produto em lata.
Leia também:
Apreensão de azeite falsificado em 2024 já supera todo o ano de 2023
Azeite de oliva está quase 50% mais caro, e não deve baratear tão cedo
Como é feita a fiscalização
A fiscalização de azeite é um trabalho bastante minucioso no Brasil. O processo é feito pelo Ministério da Agricultura e conta com testes de fraude e qualidade. Veja o passo a passo mais abaixo.
Depois de apreender garrafas nos supermercados, o governo envia amostras para um laboratório, que investiga se o azeite é verdadeiro – isto é, se está misturado a um outro óleo e se realmente se trata de azeite. Esses são os chamados testes de fraude.
Uma vez que o produto for classificado como azeite, segue para a próxima etapa, os testes de qualidade. Nessa parte do processo, os especialistas vão investigar se o produto é extravirgem, virgem tipo único ou mesmo um lampante, que não pode ser consumido.
A equipe conta com pessoas especializadas em descobrir irregularidades pelo cheiro e pelo paladar.
Passo a passo de como o azeite é fiscalizado
Arte/g1
Tipos de azeite
Extravirgem: é o tipo de azeite de maior qualidade, produzido a partir de azeitonas em ótimo estado, com acidez menor que 0,8%. Nas análises sensoriais, predominam atributos positivos de frutado, amargo e picante. Tem ausência de defeitos;
Virgem: é um azeite de qualidade intermediária, que também provém de extração de frutos de qualidade, mas com algum estágio de oxidação e com acidez menor que 2%. Nas análises sensoriais, aparecem defeitos, mas sem muita intensidade;
Lampante: é um azeite de péssima qualidade, com acidez maior que 2% e que não pode ser destinado ao consumo humano. É muito provável que tenha sido feito a partir de azeitonas em péssimo estado de qualidade (colhidas estragadas, do chão ou armazenadas inadequadamente). Nas análises sensoriais, predominam os defeitos;
Tipo Único: é um azeite geralmente derivado da mistura com refinado, ou seja, que foi alterado quimicamente para eliminar impurezas e ser destinado ao consumo humano. É misturado com o azeite de oliva virgem. Ele não chega a ser avaliado sensorialmente, mas é bastante neutro, traz aromas e defeitos diluídos, indicado para fritar por exemplo.
Prejuízos à saúde
Nas fraudes de azeite de oliva, diversos componentes podem ser usados, por isso, é difícil determinar os riscos para saúde do consumidor, explica o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov) do Ministério da Agricultura e Pecuária, Hugo Caruso.
Por exemplo, na década de 80, mais de mil pessoas morreram na Espanha depois de consumirem o produto fraudado. O caso ficou conhecido como "a síndrome do azeite tóxico".
Caruso afirma que, no Brasil, é muito comum serem adicionados corantes e aromatizantes que não possuem autorização como ingrediente em óleos e que ainda não se sabe os riscos desses produtos para a saúde do consumidor.
Outro problema seria o fato de o azeite ser recomendado pelos médicos para pacientes cardiovasculares, como um alimento que ajuda no sistema circulatório. Assim, pessoas que o adquirem com esse fim podem comprometer ainda mais a saúde em caso de adulteração, explica.
Caroço da azeitona também tem azeite e oliveira só dá frutos quando passa frio
Saiba se a cor da tampa do azeite tem significado
Saiba como azeite é produzido
De onde vem o azeite
Ministro pede que Aneel analise custo e risco de rejeitar venda de distribuidora do AM ao grupo J&F
Aneel é responsável por aprovar a venda da Amazônia Energia ao grupo J&F. Agência também pode considerar intervenção na distribuidora e posterior relicitação dos serviços --quando o ativo vai a leilão. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, enviou nesta quinta-feira (3) um ofício à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em que pede para a agência analisar os custos e riscos de rejeitar a venda da Amazonas Energia ao grupo J&F. O ofício, obtido pelo g1, foi assinado após uma decisão da Justiça Federal que determina a aprovação da venda da Amazonas Energia nos termos da proposta do grupo J&F, e não nos termos da área técnica da Aneel (entenda mais abaixo). "Além dos custos, importante considerar, conforme atribuição legal da Agência, os riscos associados à prestação do serviço público de distribuição de energia elétrica, a partir de potencial cenário de subinvestimento e degradação da capacidade operacional para a situação de intervenção", diz Silveira no ofício encaminhado ao diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa. A situação econômico-financeira da Amazonas Energia é objeto de análise do governo desde 2023, quando criou um grupo de trabalho para tratar do assunto. Uma das saídas encontradas foi a transferência de controle societário da distribuidora para outro grupo econômico. É esse plano que está em discussão na Aneel, uma vez que a Âmbar Energia, do grupo J&F, apresentou interesse em assumir a concessão. No entanto, caso não haja sucesso nessa transferência, a Aneel também pode considerar intervenção na distribuidora e posterior relicitação dos serviços --quando o ativo vai a leilão. "Nesse contexto, reputamos importante que as análises empreendidas pela Agência, no exercício autônomo de suas competências, considerem todos os cenários possíveis para o deslinde da questão da Amazonas Energia, incluindo eventual intervenção administrativa, seguida de processo de caducidade com nova licitação", diz Silveira. ANEEL discute transferência da Amazonas Energia pro Grupo Âmbar O ministro pede que a análise da Aneel considere: o tempo esperado de intervenção, com custos durante o período; a flexibilização de obrigações que deverá ser adotada para a entrada de um novo controlador a partir de leilão; e a indenização dos ativos não depreciados da Amazonas Energia, que deve ser paga aos seus controladores atuais, a Oliveira Energia. O documento, obtido pelo g1, foi assinado na tarde desta qiunta, depois de decisão judicial considerada "confusa" por integrantes da Aneel. Isso porque, ao determinar o cumprimento de sua decisão, a juíza Jaiza Maria Pinto Fraxe não esclarece exatamente o que deveria ser cumprido. Ao relatar o pedido judicial da Amazonas Energia, a decisão apenas sugere que a agência deveria aprovar, em até 24 horas, a venda da distribuidora do Amazonas conforme a proposta apresentada pelo grupo J&F. O g1 apurou que, por causa da dificuldade para entender a determinação, a Aneel deve entrar com "embargos de declaração" junto à Justiça Federal, solicitando esclarecimentos. Prazo apertado A Âmbar Energia corre contra o tempo para aprovar a transferência de controle. 🕐 Isso porque o governo Lula publicou uma medida provisória que prevê a venda da Amazonas Energia com flexibilizações de custos, transferidas ao consumidor, o que torna o negócio mais atrativo para a empresa. 🕐 Contudo, por falta de deliberação pelo Congresso, essa MP perde validade no próximo dia 10. Por causa da MP, os seguintes custos da distribuidora podem ser transferidos para a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) -- paga por todos os consumidores: ▶️ furtos de energia, que são altos no Amazonas; ▶️ ônus com sobrecontratação involuntária --quando a distribuidora tem mais geração de energia contratada que o consumo de seus clientes; ▶️ e outras despesas regulatórias, como custos operacionais e receitas irrecuperáveis (contas de consumidores inadimplentes). Pela decisão da Aneel, na última terça-feira (1º), esses custos seriam limitados a R$ 8 bilhões, mas a Âmbar Energia considera que as condições tornariam a recuperação da Amazonas Energia inviável. Entenda o impasse A Amazonas Energia é a distribuidora responsável pelos serviços de energia no estado do Amazonas. A empresa enfrenta uma crise financeira que levou à recomendação de cassação do contrato junto ao Ministério de Minas e Energia. A Eletrobras detinha a concessão no estado. Após a Eletrobras sair do segmento de distribuição, o contrato foi assumido pelo Consórcio Oliveira Energia em 2019. "Mesmo após o processo de desestatização e garantido o atendimento aos dispositivos legais, regulamentares e contratuais aplicáveis, a distribuidora [Amazonas Energia] não conseguiu atingir níveis sustentáveis do ponto de vista econômico-financeiro", afirmou a Aneel em relatório de 2023. A extinção do contrato foi recomendada pela Aneel em novembro de 2023, após verificar que a empresa não tinha condições financeiras de manter a concessão. A empresa tem uma dívida de R$ 10 bilhões. Uma medida provisória publicada em junho pelo governo previa uma mudança de controle da distribuidora. Pelo texto, os adquirentes teriam que apresentar um plano de transferência de controle societário, que deveria ser analisado e aprovado pela Aneel. A MP previa também tirar da Amazonas Energia um custo que ela tinha que arcar, por contrato, com o acionamento de usinas termelétricas no estado. A flexibilização das regras para a Amazonas Energia, por meio da medida provisória, foi uma forma de garantir a continuidade da prestação de serviços à população, ameaçada pela situação econômica da concessão. Em 28 de junho, a Âmbar Energia apresentou o plano para assumir o controle da distribuidora. O documento enviado à Aneel previa a compra da distribuidora pelos fundos Futura Venture e Fundo Milão, da J&F. Esse plano foi considerado insatisfatório pela área técnica da Aneel, por não solucionar o endividamento da empresa. Uma decisão judicial, da juíza Jaiza Maria Pinto Fraxe, deu à agência um prazo de 48 horas para que a Aneel aprovasse o plano apresentado em 28 de junho. A Aneel votou o tema em duas reuniões: ▶️ na sexta-feira (27), a diretoria colegiada empatou na decisão, com dois votos a dois. Isso impossibilitou a aprovação da venda, como determinava a decisão da juíza Fraxe; ▶️ na terça-feira (1º), o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, mudou seu voto e possibilitou a aprovação a venda da Amazonas Energia, conforme as determinações da área técnica da agênca. Na ocasião, o diretor-geral informou que a Âmbar pediu uma reunião com a Aneel sobre a análise da área técnica, que foi aprovada "A empresa avaliou que, em um primeiro momento, precisaria avaliar melhor aquela proposta. Nem disse sim, nem disse não", declarou. Para Feitosa, a Aneel deu uma resposta administrativa ao impasse. "O desfecho: o que posso dizer é que estamos bem melhor do que estávamos na sexta-feira [27 de setembro]. Nós não temos a insegurança apenas de uma decisão judicial", declarou Ainda na terça, a Âmbar disse que não tinha interesse em continuar com a compra da Amazonas Energia nos termos aprovados. No dia seguinte, informou que entrou com recurso na Aneel. Enquanto isso, a Amazonas Energia ingressou com um pedido na Justiça Federal para que a Aneel cumpra a decisão judicial aprovando o último plano submetido pela Âmbar, no dia 26 de setembro. Foi esse pedido que foi acolhido pela juíza Jaiza Maria Pinto Fraxe nesta quinta-feira (3).
Governo adota medida que eleva arrecadação em R$ 16 bilhões a mais de bancos em 2025
Com a medida provisória, os bancos terão que pagar os tributos de 2025 ainda sem os descontos, o que eleva a arrecadação federal. Ministério da Fazenda
Adriano Machado/Reuters
O governo adotou uma medida que deve elevar a arrecadação federal em R$ 16 bilhões no próximo ano.
A mudança de regra foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União de quarta-feira (2). Na prática, a medida prevê o alongamento do período em que os bancos vão poder reconhecer créditos tributários — pagando menos impostos por causa de inadimplência.
Ou seja, antes da medida provisória, a lei previa que os bancos fizessem as deduções a partir de 1º de janeiro de 2025, com o prazo de três anos — o que representaria uma perda de arrecadação para a União.
O que muda é que, com a nova determinação, os prazos serão adiados para 1º de janeiro de 2026, com prazo de até dez anos. Portanto, os bancos terão que pagar os tributos de 2025 ainda sem os descontos — o que gera um aumento da arrecadação federal.
A Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) e o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) são os dois tributos que incidem sobre os lucros das empresas.
Enquanto a CSLL é usada para o financiamento da Seguridade Social, o IRPJ é um imposto que contribui para o orçamento geral da União.
Fernando Haddad projeta PIB acima de 3%
Meta de déficit zero
Como adia uma despesa da União, o efeito da medida provisória é de arrecadação em 2025. Essa quantia, no entanto, não está prevista no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) do ano que vem.
Segundo a subsecretária da Receita Federal, Claudia Pimentel, o impacto na arrecadação tem efeito maior em 2025, já que as deduções poderão ser feitas a partir de 2026.
“A arrecadação de R$ 16 bilhões decorre do alongamento do reconhecimento da despesa”, disse Pimentel. Segundo ela, a medida tende a ser neutra “ao longo do tempo”.
De acordo com o governo, a medida foi proposta pelo Banco Central, com concordância do Ministério da Fazenda. Os bancos seriam beneficiados por uma “transição mais suave” de regras.
“Se ele [o banco] não conseguir deduzir, se não tiver rentabilidade para deduzir, ele acaba recebendo um tratamento ainda pior”, disse o subsecretário de Reformas Microeconômicas e Regulação Financeira da Secretaria de Reformas Econômicas (SRE), Vinícius Brandi.
Segundo ele, as novas regras são mais benéficas para os bancos do ponto de vista regulatório, evitando punições pelo Comitê de Basileia – organismo internacional que trata de boas práticas financeiras em instituições bancárias.
De reparadora a influencer: conheça a Niela Mecânica, fenômeno nas redes sociais
Uma das mais jovens mecânicas do Brasil, ela conquistou mais de 1,6 milhão de seguidores dando dicas de manutenção automotiva. O objetivo agora é levar conhecimento para seus seguidores, sobretudo para o público feminino. [vídeo]
Uma jovem de 17 anos, de sorriso largo e mãos sujas, já encontrou um propósito profissional: ensinar, sobretudo o público feminino, a se virar com o básico da manutenção de veículos.
Daniela Marques é mais conhecida na internet como Niela Mecânica. Seu conteúdo sobre mecânica automotiva já atinge mais de 1,6 milhão de seguidores em suas plataformas digitais — e ela não para de crescer.
O sucesso nas redes já lhe deu sete patrocinadores, e ela empilha convites para parcerias. Afinal, não são muitas mulheres no meio, em especial as que nem chegaram à maioridade.
Em entrevista ao g1, Niela conta sua trajetória, explica por que decidiu trilhar um caminho tão incomum e reflete sobre o que o (longo) futuro ainda a reserva.
A reparadora se especializou em injeção eletrônica, mas quer focar no futuro: carros elétricos e híbridos
Fábio Tito | g1
LEIA MAIS
LISTA: Veja quais foram as 10 motos mais vendidas neste ano
VÍDEO: conheça a Shineray Storm 200, nova concorrente de Bros e Crosser
Nova Honda XRE 190 traz novo design e fica R$ 1.290 mais cara
Niela, para os íntimos
Daniela Marques é filha de Daiane e Jonas Marques, caçula da família que mora em Barueri, na região metropolitana de São Paulo.
Segundo a mãe, “Dani” era um apelido muito comum para a menina. “Niela” foi a forma carinhosa — e exclusiva — que a família e amigos próximos escolheram para chamá-la.
“Era um apelido que só usávamos em casa. De repente, as pessoas na rua passaram a me chamar assim. No começo, foi estranho perceber que estava ficando famosa”, diz a mecânica.
Filha de um experiente reparador, Niela nunca quis saber de mecânica. Quando Jonas decidiu abrir seu próprio negócio, a menina de XX anos não tinha outra pretensão que não fosse ajudar o pai e juntar um dinheirinho só seu.
“Foi assim que comecei: ajudando a minha mãe na parte administrativa, a mais chata. Nesse trabalho, você não se mexe, não faz nada, fica só ali dentro do escritório”, explicou Niela.
Niela e seu principal tutor, Jonas, o pai da influenciadora.
Fábio Tito | g1
Entediada com a parte burocrática do negócio, Niela viu a oportunidade de auxiliar Jonas e seu irmão mais velho, Daniel, também na operação e atendimento da Gênesis Car, a oficina da família.
“Como eles eram muito desorganizados e deixavam a mecânica bagunçada, decidi ir para o pátio ajudar na organização. Aí eles passaram a me chamar mais vezes para organizar, para lavar uma peça aqui, outra ali. E foi assim que eu fui entendendo para quê tudo aquilo servia”, disse Niela.
A virada de chave veio em um dia comum, em que Daniel lhe pediu uma ajuda para montar um novo amortecedor. “Ele me ensinou como tirar, o que cada peça fazia, onde encaixava. Levantamos o carro no elevador e, então, ele me mostrou tudo por baixo. Fiquei apaixonada! Não sabia que tinha tudo aquilo”, contou a reparadora.
Dali em diante, foi um caminho sem volta — não que tenha sido sem percalços.
A influenciadora Niela Mecânica garante que seu principal objetivo nas redes sociais é ensinar
Fábio Tito | g1
Desconfiança e começo difícil
Em 2021, Niela chegou ao ensino médio com a possibilidade de fazer um curso técnico do Instituto Técnico de Barueri (ITB), mas nenhum currículo fez os olhos da jovem brilharem.
“Não gostei de nada. Eu até pensei em cursar administração, mas não gostava nem de fazer orçamento na oficina. Imagina ter que cursar administração”, contou Niela.
Quando um professor descobriu que Niela havia rejeitado o ITB, a chamou de “tola”. “Ele disse que eu estava sendo burra por sujar minha mão de graxa, e que isso não daria nenhuma garantia na minha vida.”
“O sentimento de incapacidade foi o meu combustível para provar que eu podia fazer qualquer coisa. Eu estava com sangue no olho para aprender e esse episódio me deu muita motivação”, relata Niela.
Niela começou a se interessar por mecânica automotiva em 2020, quando tinha apenas 13 anos. Hoje, está prestes a completar 18 e já garante 80% dos clientes da oficina da família.
Fábio Tito | g1
Nem Jonas Marques era grande fã da escolha de menina. Queria poupá-la do que ela poderia enfrentar na profissão ao ver como parte dos clientes questionava a habilidade e a confiabilidade do serviço de Niela.
“Alguns chegavam à oficina e não me respeitavam, nem respondiam meu ‘bom dia’. Outros não gostavam que eu mexesse no carro e até perguntavam se eu realmente sabia o que estava fazendo”, diz.
Mas ela sabia. Aos 16 anos, Niela já tinha diploma de Injeção Eletrônica pelo Senac. Outras especializações vieram na sequência///genérico demais. Seu desejo é focar na parte elétrica.
“Quero aprender tudo, desde o básico à eletrônica embarcada, programação... Mas só quero aprender porque vai ser o futuro. A verdade é que eu gosto de mexer em motor e mecânica pesada, só que isso está acabando”, disse.
Daniela Marques, mais conhecida como Niela Mecânica, é autoridade nas redes sociais e ensina seu público sobre reparação automotiva
Fábio Tito | g1
De mecânica a influencer
Niela sempre foi discreta e tímida. Só se interessava pelos consertos e em aprender mais sobre carros. Foi sua mãe que viu uma oportunidade nas mídias digitais.
“Uma menina de 14 anos querendo ser mecânica, era algo totalmente diferente para as pessoas. Eu pensei: ‘vou postar'. Gravava, editava e postava escondido dela no TikTok”, conta Daiane Marques.
“No começo, a gente chamava a Niela de ‘Mecânica Mudinha’, porque ela não interagia com a câmera. Ela virava o rosto.”
Quando a rede social começou a monetizar o trabalho de criadora de conteúdo, Daiane repassou os primeiros R$ 1 mil para Niela. Ali, a jovem mecânica percebeu que a internet poderia ser muito mais útil do que apenas uma vitrine para a oficina do pai.
E mais: percebeu que poderia ajudar outras pessoas, principalmente mulheres, a se virar melhor com a mecânica automotiva — e a não serem enganadas em oficinas mecânicas oportunistas. Em dois anos de produção de conteúdo, a fama de Niela já melhorou os negócios da família.
“Depois que ela estourou na rede social, a gente conseguiu expandir e mudar de endereço. Tem cliente que vem de todo o estado de São Paulo para consertar o carro com ela. Agora a gente já pensa em mudar para o Morumbi, em São Paulo”, afirmou Daiane Marques.
Quando tudo começou: na foto da direita, Niela tinha acabado de trocar o primeiro amortecedor. Na esquerda, atualmente, com experiência e bombando nas redes sociais.
Fábio Tito | g1
Próximos passos
Com quase 1 milhão de seguidores no Instagram e mais de 310 mil no TikTok, Niela não só traz público para a oficina como pode se dar ao luxo de escolher com quais clientes quer trabalhar. “Só vou atender os que vem pela internet, pois são os que me respeitam", confidencia.
“Aqui na oficina, a gente tem todo um carinho especial com as mulheres. Mas, no geral, a gente estende um tapete vermelho para todo cliente que vem das redes sociais”, diz Niela.
Por conta da visibilidade, a agenda está lotada. Quem quer que o carro passe pelas mãos de Niela enfrenta fila de dois meses. Hoje, 80% dos clientes da oficina são de Niela, enquanto o pai fica com os 20% restantes.
“Eu nunca acreditei que um dia eu conseguiria conversar com as pessoas do jeito que eu converso hoje. E imagino a Niela do futuro como uma grande empreendedora. Eu quero ter muitas filiais, ter um instituto de ensino e mostrar que a mecânica é legal”, finalizou.
“Eu não imaginava nem metade. Quando minha mãe começou a gravar os vídeos que eu não gostava, dizia: ‘um dia você vai estar na Globo’. Eu dava risada. E hoje eu estou na Globo.”
Concurso dos Correios: provas estão previstas para 15 de dezembro
Edital será publicado na próxima quarta-feira (9), anunciou a estatal. Seleção vai preencher mais de 3 mil oportunidades de nível médio e superior, com salários de até R$ 6,8 mil. Concurso dos Correios: provas estão previstas para 15 de dezembro
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Os Correios anunciaram nesta quinta-feira (3) que as provas do novo concurso público da estatal estão previstas para o dia 15 de dezembro. O edital com as regras para a seleção será publicado na próxima quarta-feira (9).
Serão preenchidas 3.099 oportunidades imediatas de nível médio (cargo agente de Correios) e 369 para nível superior (cargo analista de Correios). Os salários iniciais serão de R$ 2.429,26 e R$ 6.872,48, respectivamente.
✅ Siga o canal do g1 Concursos no WhatsApp.
Há ainda vagas para cadastro reserva: 5.344 para o cargo de agente e mais 631 para analista. De acordo com a estatal, 30% das vagas serão reservadas para pessoas negras (pretas e pardas) e indígenas.
Os Correios não realizavam um concurso público em âmbito nacional desde 2011, quando 1,1 milhão de pessoas se inscreveram para as mais de 9 mil oportunidades.
LEIA MAIS
CNU muda regras para o envio de títulos; veja como fazer
Inscrições para concurso da Dataprev terminam nesta quinta
O que se sabe sobre as provas
As provas do concurso dos Correios serão aplicadas em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, podendo abranger até 306 localidades, segundo a empresa.
A banca responsável pela organização do certame é o Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC). O anúncio foi feito no último dia 11.
A prova para o cargo de agente de Correios (nível médio) será objetiva, com questões de múltipla escolha de conhecimentos gerais e específicos.
Já a avaliação para analista de Correios (nível superior) vai cobrar, além da parte de múltipla escolha, uma redação de texto dissertativo, de até 30 linhas.
Falta de mão de obra
A realização do novo concurso dos Correios foi decidida entre a estatal e as federações representativas de empregados e empregadas durante as negociações do Acordo Coletivo de Trabalho em 2023.
Segundo os Correios, realizar o concurso público é um dos compromissos assumidos pela atual gestão para solucionar a demanda acumulada nos últimos anos por mais profissionais em posições estratégicas da empresa e evitar a sobrecarga de trabalho.
“A contratação de pessoas é uma medida essencial para que a empresa possa corresponder às novas demandas da sociedade e do mercado”, disse o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, em comunicado.
A quantidade de vagas abertas, no entanto, é considerada insuficiente para suprir o déficit de mão de obra na empresa, alega a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect).
Recentemente, a empresa também abriu as inscrições para outro concurso público, com 33 vagas e salários iniciais de até R$ 6,8 mil. As oportunidades eram para cargos da área de medicina e segurança do trabalho.
Veja dicas de como estudar para concurso
Veja dicas de como fazer uma boa redação para concurso
Como estudar legislação para concurso?
Petróleo dispara 5% após Biden afirmar que discute ataques a instalações iranianas; entenda papel do Irã no mercado
Preço do barril da commodity fechou acima de US$ 77. Irã tem uma das maiores refinarias de petróleo do mundo. Domo de Ferro abate mísseis disparados pelo Irã em Ashkelon, em Israel, nesta terça-feira (1º).
Amir Cohen/Reuters
O preço do petróleo disparou mais de 5% nesta quinta-feira (3) e a cotação do barril superou os US$ 77, depois que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mencionou a possibilidade de Israel atacar refinarias de petróleo do Irã.
Nas últimas semanas, os bombardeios de Israel ao Líbano já deixaram quase 2 mil pessoas mortas, e na terça-feira o Irã lançou ataque contra os israelenses em resposta às recentes mortes de chefes do Hezbollah.
Biden foi questionado se apoiaria um ataque israelense às instalações petrolíferas iranianas em conversa com repórteres nesta quinta. "Estamos discutindo isso. Acho que seria um pouco...", respondeu.
Após a fala do presidente, o preço do barril de petróleo, que já estava em alta, passou a subir ainda mais. No dia, o petróleo tipo Brent avançou 5,18% e o barril fechou negociado a US$ 77,73.
Desde a última sexta-feira (27), a commodity já disparou cerca de 8%, com a intensificação dos conflitos. Entenda, abaixo, como a participação do Irã na guerra faz o preço da commodity subir.
LEIA MAIS
Guerra no Oriente Médio: como a escalada do conflito pode prejudicar a economia do Brasil
Preço do petróleo dispara com ataque de Irã a Israel
Irã lança mísseis contra Israel, que promete vingança
Qual o tamanho e o papel do Irã no mercado de petróleo?
O novo capítulo da guerra no Oriente Médio, com o Irã atacando Israel, fez com que uma preocupação para além da tragédia humanitária também tomasse conta do mundo: a produção e o preço do petróleo.
O petróleo subiu 3,85% após o Irã disparar centenas de mísseis contra o território israelense na terça-feira (1°). O preço continua avançando nesta quarta-feira (2), conforme seguem as ameaças de retaliação que chegam de Israel e dos Estados Unidos, seu maior aliado.
O Oriente Médio é uma das regiões mais importantes para a produção da commodity no mundo. Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, o Irã era o sétimo maior produtor de petróleo no mundo em 2023, com uma produção de 3,9 milhões de barris por dia.
Com esse número, o país respondeu por quase 5% de toda a produção mundial, que foi de 82,8 milhões de barris por dia. (veja abaixo o comparativo)
Embora sozinho pareça não ter tanta relevância na produção mundial, o Irã tem um papel-chave como membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+). Esse é o cartel de petróleo mais importante do mundo, e é quem determina na prática os rumos do preço da commodity.
Entre os países membros e aliados da Opep+ estão Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Venezuela e Rússia, por exemplo.
Como membro da Opep+, o Irã pode influenciar e receber o apoio dos demais países do grupo caso a guerra escale ainda mais, explica Celso Grisi, professor especialista em macroeconomia da FIA Business School.
O cartel pode escolher reduzir sua produção diária de barris de petróleo para diminuir a oferta da commodity no mundo. Se a opção for pela redução, os preços do barril de petróleo no mercado internacional podem subir ainda mais.
O Irã também tem como trunfo uma das maiores reservas de petróleo do mundo, responsável por 10% de toda a disponibilidade global conhecida até aqui.
"O Irã tem um papel extremamente importante na produção de petróleo de todo o mundo e isso deriva naturalmente de uma reserva de petróleo muito grande com localização geográfica bastante estratégica", diz Grisi.
Cristian Pelizza, economista-chefe da Nippur, explica que o poder de barganha dos países do Oriente Médio vem do excedente de petróleo que produzem. Como são economias pequenas em relação aos gigantes como EUA e China, podem reduzir a produção sem medo de desabastecimento.
Economias desenvolvidas consomem muito petróleo, mesmo que também sejam grandes produtores. Assim, ainda dependem de importação para completar a demanda, em especial por combustíveis.
Outro ponto sensível é se forem aplicadas novas sanções econômicas aos países da região, como já aconteceu outras vezes. Os especialistas ouvidos pelo g1 concordam que isso poderia ser um fator de piora expressiva do preço do petróleo, por problemas de distribuição.
Tensão no Irã e economia brasileira
Estreito de Ormuz
Um aspecto final que faz do Irã uma região estratégica para o mercado de petróleo é sua localização. O Estreito de Ormuz, uma passagem que liga o Golfo Pérsico ao Oceano Índico, é uma das principais rotas do petróleo do Oriente Médio para o resto do mundo.
Pelo Estreito de Ormuz passam cerca de 20 a 30 milhões de barris de petróleo todos os dias, comenta Roberto Ardenghy, presidente do IBP.
Em outras oportunidades, como nas tensões entre Israel e Irã ocorridas em abril, o país árabe ameaçou fechar o estreito, impedindo a circulação da commodity. As ameaças nunca se concretizaram, principalmente porque colocariam o Irã em uma posição vulnerável também com os países aliados da Opep+.
O que o Irã pode fazer — e já fez — é interceptar embarcações específicas de países inimigos. De todo modo, Ardenghy destaca que essa é "uma região crítica para o escoamento do produto e qualquer tipo de problema no acesso a ao estreito pode causar problema de abastecimento global".
Deseja morar nos EUA? Entenda o visto EB-2 e confira o passo a passo para conquistá-lo
Advogado especialista em imigração revela dicas essenciais e os diferenciais do escritório para garantir o sucesso do seu processo. O sonho de viver nos Estados Unidos, com suas oportunidades e segurança, inspira milhares de pessoas ao redor do mundo. Mas o processo de imigração pode ser complexo e cheio de desafios. Para te ajudar a realizar esse sonho de forma segura e eficiente, o advogado Pedro Dearaujo, da PD Law Firm, especializado em vistos EB-2 e outros tipos de vistos, compartilha suas dicas e experiências.
Realize seu sonho de conquistar o visto e morar nos EUA com a PD Law Firm.
Divulgação
Visto EB-2: ponto de partida
O visto EB-2 é uma categoria de imigração destinada a profissionais com habilidades excepcionais ou avançadas em áreas específicas. Pedro Dearaujo, com sua vasta experiência em direito de imigração, destaca que a PD Law Firm oferece um atendimento personalizado e estratégico para cada cliente, aumentando as chances de aprovação do visto.
Sobre o visto EB-2: é uma categoria de imigração para os Estados Unidos que permite obter residência permanente (o famoso Green Card). Ele é direcionado a profissionais estrangeiros que possuem habilidades excepcionais ou avançadas em suas áreas de atuação e que podem contribuir significativamente para a economia norte-americana.
"O sonho americano é possível para quem se dedica e busca as informações corretas. A PD Law Firm está aqui para auxiliar nesse processo, oferecendo um atendimento personalizado e estratégico. Acredito que a perseverança e a determinação são as chaves para o sucesso", comentou o advogado Dearaujo.
Diferenciais da PD Law Firm
Especialização: concentra seus esforços na área de imigração, garantindo um profundo conhecimento das leis e regulamentações mais recentes;
Atendimento personalizado: cada caso é único e a PD Law Firm desenvolve estratégias personalizadas para atender às necessidades específicas de cada cliente;
Disponibilidade: a equipe do advogado está disponível para tirar dúvidas e oferecer suporte de seus clientes;
Experiência: 28 anos morando nos Estados Unidos e atuando como advogado desde 2013, Dearaujo possui um profundo conhecimento do sistema imigratório americano.
PD Law Firm é referência nos EUA
Divulgação
Cinco erros comuns
O advogado alerta para os principais erros que as pessoas cometem ao buscar a imigração:
Confiáveis: é fundamental buscar informações em fontes confiáveis e consultar um advogado especializado;
Mudança: as leis de imigração estão em constante atualização, por isso é importante estar atento às mudanças;
Consultorias: desconfie de empresas que prometem resultados rápidos e fáceis, pois podem estar envolvidas em esquemas ilegais;
Processo: a imigração é um processo complexo e demorado. Se algo parecer fácil demais, desconfie;
Opiniões: consulte mais de um advogado porque cada profissional pode ter uma opinião diferente sobre seu caso. Busque aquele com quem você se identificou e te passou mais confiança para cuidar do seu pleito imigratório. Os Estados Unidos oferecem uma série de oportunidades para quem busca uma vida melhor. Com planejamento, dedicação e a ajuda de um advogado especializado, é possível realizar o sonho de imigrar para esse país.
Passo a passo EB-2
Importante: este guia serve como um ponto de partida e não substitui a consultoria de um advogado de imigração especializado. As leis de imigração dos Estados Unidos estão em constante mudança. Um profissional qualificado poderá oferecer a orientação mais precisa para o seu caso específico.
1: Advogado de imigração:
Procure um advogado com experiência em casos de EB-2;
Verifique a reputação do advogado e as avaliações de outros clientes;
Escolha um advogado com quem você se sinta confortável em comunicar e que esteja disposto a responder suas dúvidas.
2: Elegibilidade:
Você possui um diploma de mestrado, doutorado ou equivalente em sua área de atuação?
Se você não possui um grau avançado, pode demonstrar habilidades excepcionais em sua área com evidências como publicações, prêmios, patentes ou cartas de recomendação de especialistas no campo?
Você possui uma oferta de emprego nos Estados Unidos de um empregador disposto a patrocinar seu visto? Ou você pode demonstrar que seu trabalho é de interesse nacional (NIW)?
3: Documentação:
Formulário I-140: este é o formulário principal para a petição de imigrante;
Diplomas e transcrições: documentos que comprovem sua formação acadêmica;
Currículo: um currículo detalhado que evidencie sua experiência profissional e realizações;
Cartas de recomendação: cartas de profissionais renomados em sua área que atestem suas habilidades e potencial de contribuição para os Estados Unidos;
Publicações, prêmios e patentes: qualquer documento que comprove suas realizações profissionais;
Oferta de emprego: uma carta de oferta de emprego de um empregador nos Estados Unidos, detalhando o salário, as responsabilidades e a duração do contrato.
4: Preparação do processo
O advogado irá analisar sua documentação e identificar as melhores estratégias para fortalecer seu caso;
O advogado irá preparar a petição I-140, incluindo todos os documentos necessários e argumentos que demonstrem sua elegibilidade para o visto.
5: Petição:
USCIS: a petição será enviada ao Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS) para análise.
6: Processo de análise:
O USCIS irá revisar sua petição e os documentos anexados;
Em alguns casos, o USCIS pode solicitar documentos adicionais para complementar sua petição;
Após a análise, o USCIS emitirá uma decisão sobre a aprovação ou negação da sua petição.
7: Aprovação:
Se você estiver fora dos Estados Unidos, precisará passar pelo processo consular para obter o visto de imigrante;
Se você já estiver nos Estados Unidos com outro tipo de visto, poderá solicitar o ajuste de status para residente permanente.
Lembre-se: o visto EB-2 é uma oportunidade para profissionais qualificados construírem uma nova vida nos Estados Unidos. Com planejamento adequado e a ajuda de um advogado de imigração, você pode aumentar suas chances de sucesso.
Além do visto EB-2, os brasileiros buscam diversos outros tipos de vistos para se mudar para os Estados Unidos. A escolha do visto ideal depende de fatores como qualificação profissional, experiência, propósito da viagem e situação familiar.
Outros vistos mais comuns para brasileiros
H-1B: destinado a profissionais com qualificação superior em áreas específicas, geralmente em áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM). Requer um patrocinador nos EUA;
L-1: para executivos, gerentes ou funcionários especializados transferidos por uma empresa com filial nos EUA;
O-1: para indivíduos com extraordinária capacidade em ciências, artes, educação, negócios ou esportes.
F-1: destinado a pessoas que querem estudar nos Estados Unidos, sendo estudar inglês, faculdade, pós-graduação ou qualquer outro programa acadêmico;
J-1: para participantes em programas de intercâmbio cultural, como professores, pesquisadores, au pairs e estudantes;
EB-5: permite a obtenção do Green Card através de um investimento em um negócio nos Estados Unidos, gerando empregos para cidadãos americanos;
Visto de Religião (R-1): para clérigos e seus familiares;
Visto de Atleta (P-1): para atletas profissionais e equipes;
Visto de Artista (P-2): para artistas que participam de produções reconhecidas internacionalmente.
Fatores a considerar ao escolher um visto:
Seu nível de educação e experiência profissional;
Sua área de conhecimento e as oportunidades de trabalho nos EUA;
Se você deseja estudar, trabalhar, investir ou se reunir com a família;
Os custos associados a cada tipo de visto, como taxas governamentais e honorários advocatícios.
Saiba mais falando com a PD Law Firm nos EUA
Divulgação
Quero saber mais
Dicas anotadas? Então dê o primeiro passo entrando em contato com a PD Law Firm nos Estados Unidos. Lembrando que é possível atender brasileiros que estejam morando no Brasil ou em qualquer lugar do mundo que desejam se mudar para qualquer região dos EUA (não somente a Flórida).
1601 Park Center Dr. Suite 6A, Orlando, Florida 32835
Brasil (11) 3042-5631 / USA (407) 490-0696
WhatsApp (407) 793-9455
Acesse o site oficial da PD Law Firm.
Fiat Strada é o veículo novo mais vendido do Brasil até setembro de 2024; veja o top 10
De janeiro a setembro, o país registrou 1,8 milhão novos emplacamentos, um aumento de 14,1% em relação ao mesmo período de 2023. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (3) pela Fenabrave. Fiat Strada
divulgação/Fiat
A Fiat Strada foi o veículo novo mais vendido nos três trimestres de 2024, segundo dados divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) nesta quinta-feira (3).
No acumulado de janeiro a setembro, foram emplacadas 101.450 unidades da picape. A Strada liderou a lista de mais vendidos de 2021 a 2023, e volta a ter hegemonia também em 2024.
Ela chegou a ser ameaçada pelo vice-líder Volkswagen Polo. A dupla revezou posições entre março e junho, mas a Strada voltou à ponta. No ano, o Polo emplacou 97.031 unidades.
Veja a lista de mais vendidos até o 3º trimestre.
Fiat Strada: 101.450 unidades;
Volkswagen Polo: 97.031 unidades;
Chevrolet Onix: 68.653 unidades
Fiat Argo: 64.473 unidades;
Hyundai HB20: 63.991 unidades;
Volkswagen T-Cross: 55.362 unidades;
Fiat Mobi: 49.672 unidades;
Hyundai Creta: 48.937 unidades;
Chevrolet Tracker: 47.849 unidades;
Nissan Kicks: 45.143 unidades.
No total, os brasileiros já compraram 1.858.760 veículos novos em 2024, incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. O g1 contabiliza motos à parte, e desconsidera implementos rodoviários.
Isso representa uma alta de 14,1% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram emplacados 1.629.075 veículos novos.
LEIA MAIS
LISTA: veja quais foram os 10 carros usados mais vendidos no Brasil
Troca de óleo: como escolher o melhor lubrificante para o seu carro?
Licenciamento atrasado? Veja quanto e quando pagar a taxa
IPVA à vista ou parcelado: veja como se organizar
Da saída da Ford ao recorde de investimentos: o que reacendeu o ânimo das montadoras no Br
Resultados do mês
Em setembro, o país emplacou 236.353 veículos novos. Trata-se de um leve recuo (0,43%) em relação ao mês de agosto, quando foram registradas 237.373 unidades.
“Nos emplacamentos, por dias úteis, o resultado de setembro foi superior aos de julho e de agosto, que foram os meses com maior volume de emplacamentos no ano até agora. Isso mostra que o mercado está se estabilizando com um bom volume de vendas”, disse Andreta Jr., presidente da Fenabrave.
A líder no mês foi também a Fiat Strada, com 14 mil emplacamentos. Veja abaixo a lista mensal.
Fiat Strada: 14.240 unidades;
Volkswagen Polo: 12.355 unidades;
Chevrolet Onix: 8.610 unidades
Volkswagen T-Cross: 8.543 unidades;
Fiat Argo: 8.421 unidades;
Hyundai HB20: 6.966 unidades;
Chevrolet Tracker: 6.179 unidades;
Fiat Mobi: 5.860 unidades;
Fiat Cronos: 5.858 unidades;
Nissan Kicks: 5.792 unidades.
Como trocar o filtro de ar?
Secretário do Tesouro diz que país precisa controlar gastos para atingir grau de investimento
Para Rogério Ceron, governo deve fazer 'pacto' com sociedade para melhorar avaliação econômica do Brasil. Contas públicas tiveram rombo de R$ 100 bi de janeiro a agosto de 2024. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, durante apresentação do Resultado do Tesouro Nacional
Washington Costa/MF
O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, admitiu nesta quinta-feira (3) que é preciso controlar o ritmo de crescimento dos gastos obrigatórios para manter de pé o arcabouço fiscal. E, com isso, atingir o chamado grau de investimento.
Nesta terça-feira (1º), a agência Moody's elevou a nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva.
Agora, o país está a um passo do chamado grau de investimento, um selo de bom pagador concedido pelas agências, que assegura aos investidores um menor risco de calotes.
Confirmado o grau de investimento, os investidores tendem a aceitar juros menores na "rolagem" da dívida brasileira. Ou seja, na venda de títulos públicos para pagar seus vencimentos, o que também seria repassado às taxas cobradas do setor produtivo — favorecendo o crescimento da economia.
"O Brasil está diante de uma nova responsabilidade para consolidar ciclo de crescimento sustentável. Precisa garantir o cumprimento do arcabouço, que as despesas tenham uma tendência de crescimento em linha com o arcabouço", disse o secretário de Tesouro.
Segundo ele, um "pacto" pelo grau de investimento deveria ser firmado com toda a sociedade, envolvendo os estados, municípios, os demais poderes (Legislativo e Judiciário), com a população e, também, com o mercado financeiro.
"O desafio é uma oportunidade, o país está a meio passo do grau de investimento. É a grande oportunidade do país fazer a virada", declarou o secretário.
Mais cedo nesta quinta-feira, o Tesouro informou que as contas do governo registraram déficit de R$ 100 bilhões de janeiro a agosto deste ano, valor ainda bem distante da meta de zerar o rombo em 2024.
Reformas estruturais dos gastos públicos
Para atingir o grau de investimento, disse Ceron, serão necessárias medidas estruturais para conter o ritmo de crescimento das despesas obrigatórias.
Medidas de revisão dos gastos obrigatórios ajudariam no cumprimento das metas fiscais, mas também impediriam a limitação de políticas públicas.
A explicação é que, sem a contenção de gastos obrigatórios, os gastos livres do governo acabem nos próximos anos e que isso gere paralisia do Estado.
As reformas estruturais dos gastos públicos, entretanto, costumam ser impopulares, dependendo do que for proposto.
As propostas de desvinculação, por exemplo, podem desatrelar os gastos em saúde e educação das receitas (regra atual), o que pode gerar perda grande de recursos para essas áreas.
As desvinculações também podem desatrelar as despesas previdenciárias do salário mínimo, que, pelas regras atuais, têm crescimento real (acima da inflação). Ou seja, os benefícios podem ser menores do que o salário mínimo.
As desvinculações também podem desindexar outros benefícios, como seguro-desemprego e abono salarial do salário mínimo. Ou seja, os benefícios passariam a ser menores do que o salário mínimo.
Integração de políticas públicas pode significar a unificação de regras para benefícios, como, Auxílio Brasil, Auxílio Gás, Auxílio reclusão, Farmácia Popular, salário maternidade, salário família, seguro defeso, BPC, dentre outros. O objetivo seria evitar que pessoas recebam benefícios de forma cumulativa.
No mês passado, o secretário Rogério Ceron afirmou ao g1 que a agenda de revisão de gastos públicos vai ser o foco da área econômica em 2025.
Ruídos do mercado
O secretário do Tesouro também afirmou que é preciso eliminar o que ele classificou de "ruídos" do mercado financeiro para atingir o grau de investimento.
"Ainda que tenham impacto diminuto, criam insegurança e incerteza que podem atrapalhar esse processo. Com serenidade, não é um desafio só da Fazenda, mas fazer esse debate e eliminar tudo o que é ruído em prol desse objetivo. Tudo aquilo que atrapalha a obtenção do grau de investimento deveria ser debatido com cuidado para deixar um legado muito relevante para nossos filhos e netos", afirmou Rogério Ceron.
Nas últimas semanas, economistas têm elevado o tom nas críticas ao manejo das contas públicas, o que tem pressionado a taxa futura de juros. Com isso, os investimentos do setor produtivo ficam mais caros.
Veja os problemas apontados:
Estimativa de valores elevados em receitas extraordinárias,
Subestimação de gastos previdenciários;
Receios sobre o retorno de manobras contábeis;
Ímpeto da equipe econômica em elevar impostos para tentar reequilibrar as contas;
Dificuldade em promover cortes de gastos estruturais;
Elevado volume de gastos fora da meta fiscal, por conta de exceções.
O secretário afirmou que não comentaria a opinião de analistas específicos, mas avaliou que poucas das análises "têm uma isenção necessária, ou não têm conflito de interesse". "Normalmente, vem de uma instituição que tem uma posição armada no mercado, no câmbio, nos juros", declarou.
Justiça publica nova decisão para Aneel aprovar venda de distribuidora ao grupo J&F; agência aguarda parecer da AGU
Agência liberou transação, mas definiu teto de R$ 8 bilhões para custos a serem repassados às contas de luz. Decisão pode restaurar R$ 14 bilhões previstos originalmente. Amazonas Energia
Divulgação
A Justiça Federal determinou, nesta quinta-feira (3) que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprove a venda da distribuidora do Amazonas, a Amazonas Energia, ao grupo J&F conforme o plano de negócios submetido pela empresa.
A decisão pode implicar custos de R$ 14 bilhões a todos os consumidores.
Em nota, a Aneel disse que "espera ser notificada oficialmente e aguarda orientações da AGU quanto ao cumprimento da decisão".
Reservadamente, membros da agência afirmaram ao g1 que consideram a decisão judicial "confusa" e tentam entender, na prática, o que pode mudar na venda da Amazonas Energia a partir de agora.
O g1 apurou que, por causa da dificuldade para entender a determinação, a Aneel deve entrar com "embargos de declaração" junto à Justiça Federal, solicitando esclarecimentos.
No texto da determinação, a juíza Jaiza Maria Pinto Fraxe relata o pedido da Amazonas Energia para que a agência aprove a venda nos termos no voto da diretora Agnes Costa, que acolhe a proposta do grupo J&F. Fraxe determina que a Aneel cumpra, mas não esclarece a sua determinação.
Na terça-feira (1⁰), a Aneel aprovou o plano de transferência para a Âmbar Energia -- empresa do grupo J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista. Contudo, os termos aprovados foram determinados pela área técnica, com custos menores aos consumidores, de R$ 8 bilhões.
A Âmbar se recusou a assinar o contrato conforme os termos aprovados pela Aneel e, na quarta-feira (2), entrou com um recurso contra a decisão.
Na ocasião, também por força de uma decisão judicial, a Aneel votou a transferência. Dois votos foram apresentados:
o diretor Ricardo Tili seguiu a área técnica, limitando o custo a R$ 8 bilhões – esse foi o voto vencedor;
a diretora Agnes Costa seguiu a determinação judicial, aprovando a transferência de controle conforme o último plano submetido pela empresa, com custo de R$ 14 bilhões.
Âmbar recusou as condições da Aneel pra assumir a Amazonas Energia
Prazo apertado
A Âmbar Energia corre contra o tempo para aprovar a transferência de controle.
🕐 Isso porque o governo Lula publicou uma medida provisória que prevê a venda da Amazonas Energia com flexibilizações de custos, transferidas ao consumidor.
🕐 Contudo, por falta de deliberação pelo Congresso, essa MP perde validade no próximo dia 10.
Por causa da MP, os seguintes custos da distribuidora podem ser transferidos para a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) -- paga por todos os consumidores:
furtos de energia, que são altos no Amazonas;
ônus com sobrecontratação involuntária --quando a distribuidora tem mais geração de energia contratada que o consumo de seus clientes;
e outras despesas regulatórias, como custos operacionais e receitas irrecuperáveis (contas de consumidores inadimplentes).
Pela decisão da Aneel, esses custos seriam limitados a R$ 8 bilhões, mas a Âmbar Energia considera que as condições tornariam a recuperação da Amazonas Energia inviável.
Entenda o impasse
A Amazonas Energia é a distribuidora responsável pelos serviços de energia no estado do Amazonas.
A empresa enfrenta uma crise financeira que levou à recomendação de cassação do contrato junto ao Ministério de Minas e Energia.
A Eletrobras detinha a concessão no estado. Após a Eletrobras sair do segmento de distribuição, o contrato foi assumido pelo Consórcio Oliveira Energia em 2019.
"Mesmo após o processo de desestatização e garantido o atendimento aos dispositivos legais, regulamentares e contratuais aplicáveis, a distribuidora [Amazonas Energia] não conseguiu atingir níveis sustentáveis do ponto de vista econômico-financeiro", afirmou a Aneel em relatório de 2023.
O acordo entre o Ministério e a Âmbar
A extinção do contrato foi recomendada pela Aneel em novembro de 2023, após verificar que a empresa não tinha condições financeiras de manter a concessão. A empresa tem uma dívida de R$ 10 bilhões.
Uma medida provisória publicada em junho pelo governo previa uma mudança de controle da distribuidora. Pelo texto, os adquirentes teriam que apresentar um plano de transferência de controle societário, que deveria ser analisado e aprovado pela Aneel.
A MP previa também tirar da Amazonas Energia um custo que ela tinha que arcar, por contrato, com o acionamento de usinas termelétricas no estado.
A flexibilização das regras para a Amazonas Energia, por meio da medida provisória, foi uma forma de garantir a continuidade da prestação de serviços à população, ameaçada pela situação econômica da concessão.
Em 28 de junho, a Âmbar Energia apresentou o plano para assumir o controle da distribuidora. O documento enviado à Aneel previa a compra da distribuidora pelos fundos Futura Venture e Fundo Milão, da J&F.
Esse plano foi considerado insatisfatório pela área técnica da Aneel, por não solucionar o endividamento da empresa.
Uma decisão judicial, da juíza Jaiza Maria Pinto Fraxe, deu à agência um prazo de 48 horas para que a Aneel aprovasse o plano apresentado em 28 de junho.
A Aneel votou o tema em duas reuniões:
na sexta-feira (27), a diretoria colegiada empatou na decisão, com dois votos a dois. Isso impossibilitou a aprovação da venda, como determinava a decisão da juíza Fraxe;
na terça-feira (1º), o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, mudou seu voto e possibilitou a aprovação a venda da Amazonas Energia, conforme as determinações da área técnica da agênca.
Na ocasião, o diretor-geral informou que a Âmbar pediu uma reunião com a Aneel sobre a análise da área técnica, que foi aprovada.
"A empresa avaliou que, em um primeiro momento, precisaria avaliar melhor aquela proposta. Nem disse sim, nem disse não", declarou.
Para Feitosa, a Aneel deu uma resposta administrativa ao impasse.
"O desfecho: o que posso dizer é que estamos bem melhor do que estávamos na sexta-feira [27 de setembro]. Nós não temos a insegurança apenas de uma decisão judicial", declarou.
Ainda na terça, a Âmbar disse que não tinha interesse em continuar com a compra da Amazonas Energia nos termos aprovados. No dia seguinte, informou que entrou com recurso na Aneel.
Enquanto isso, a Amazonas Energia ingressou com um pedido na Justiça Federal para que a Aneel cumpra a decisão judicial aprovando o último plano submetido pela Âmbar, no dia 26 de setembro. Foi esse pedido que foi acolhido pela juíza Jaiza Maria Pinto Fraxe nesta quinta-feira (3).
Déficit nas contas do governo atinge marca dos R$ 100 bilhões de janeiro a agosto
Segundo os números do Tesouro Nacional, houve melhora frente ao mesmo período do ano passado. Mesmo assim, valor ainda está bem distante da meta de zerar o rombo das contas públicas em 2024. As contas do governo registraram déficit de R$ 100 bilhões de janeiro a agosto deste ano, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta quinta-feira (3). ➡️O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo das despesas do governo. Se as receitas superam as despesas, o resultado é de superávit primário. Segundo os números do Tesouro Nacional, houve melhora frente ao mesmo período do ano passado, quando foi registrado um déficit de R$ 105,88 bilhões. Esse foi o quinto pior resultado para esse período da série histórica, que tem início em 1997. Os valores foram corrigidos pela inflação para permitir a comparação. O rombo de R$ 100 bilhões nas contas do governo foi registrado apesar do bom desempenho da arrecadação, que bateu recorde para os oito primeiros meses deste ano. A alta real das receitas líquidas foi de 8,4% de janeiro a agosto, para R$ 1,38 trilhão, informou o Tesouro Nacional. O resultado negativo decorreu, entretanto, também por conta do aumento das despesas totais, que somaram R$ 1,48 trilhão. A expansão real foi de 7,1% nos oito primeiros meses deste ano. No acumulado em 12 meses, o déficit até agosto é de R$ 227 bilhões – o equivalente a 1,98% do Produto Interno Bruto (PIB). Setor público têm déficit de R$ 86,2 bi de janeiro a agosto; Bruno Carazza comenta Meta fiscal Para este ano, a meta formal é de zerar o déficit das contas públicas. Entretanto, a área econômica estima um rombo acima de R$ 65 bilhões neste ano, e sem que a meta seja descumprida. Entenda: Pelas regras do arcabouço fiscal, o governo pode ter um déficit de até 0,25% do PIB sem que o objetivo de zerar o rombo fiscal seja formalmente descumprido, o equivalente a R$ 28,8 bilhões (veja vídeo acima). Além disso, para fins de cumprimento da meta fiscal, também são excluídos outros R$ 38,6 bilhões em créditos extraordinários. Esse montante foi reservado para enfrentamento das enchentes no Rio Grande do Sul. Há, ainda, R$ 514,5 milhões foram direcionados para o combate a incêndios, principalmente no pantanal e na na Amazônia. Também foi concedido um crédito extraordinário de R$ 1,35 bilhão em favor do Judiciário e do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público). Pelas regras, R$ 40,5 bilhões podem ser contabilizados fora da meta fiscal neste ano. O déficit estimado para 2024 pela equipe econômica é de R$ 68,83 bilhões -- sem que a meta fiscal seja descumprida. Meta fiscal é 'mais possível do que se esperava há seis, sete meses', diz secretário do Tesouro O g1 conversou, na semana passada, com especialistas em contas públicas, que apontaram uma série de problemas nas contas públicas. Entre elas, autorização para realização de gastos fora da meta fiscal, por conta de exceções. "Me preocupa, por exemplo, que os precatórios pagos acima do antigo limite constitucional, no ano que vem, não sejam compensados por outros esforços. O que precisa ficar claro é que o desafio atual é produzir superávit, para a dívida voltar a estabilizar-se em relação ao PIB. Não adianta apenas cumprir regras legais, se elas não forem suficientes para gerar esse objetivo", disse Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos e ex-diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado Federal. Resultado do mês de agosto Somente em agosto, ainda segundo informações do Tesouro Nacional, as contas do governo apresentaram um déficit de R$ 22,4 bilhões. Com isso, houve uma melhora na comparação com igual período do ano passado, quando o rombo fiscal somou R$ 26,73 bilhões. De acordo com o governo, a receita líquida total somou R$ 148,9 bilhões no mês retrasado, enquanto a despesa alcançou R$ 171,3 bilhões.
Dólar sobe e fecha em R$ 5,47, com temores crescentes com o Oriente Médio; Ibovespa cai
A moeda norte-americana teve alta de 0,54%, cotada a R$ 5,4734. Já o principal índice de ações da bolsa encerrou em queda de 1,38%, aos 131.672 pontos. Foto mostra edifícios destruídos após ataque de Israel aos subúrbios ao sul de Beirute, no Líbano, em 3 de outubro de 2024.
Reuters/Mohamed Azakir
O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (3) e chegou a bater os R$ 5,51 ao longo da sessão, refletindo uma maior aversão aos riscos dos mercados globais.
O movimento acompanhou a escalada dos conflitos no Oriente Médio e também teve reflexos na bolsa de valores brasileira. O Ibovespa, principal índice acionário da B3, encerrou em queda.
Enquanto o mundo segue atento os conflitos entre Israel e Irã, o preço do petróleo não parou de subir, gerando preocupação com a inflação. Ao final da sessão, os preços do petróleo Brent fecharam em alta de 5,03%, a US$ 77,62 o barril.
Guerra no Oriente Médio: entenda o papel e o tamanho do Irã na produção de petróleo no mundo
Por se tratar da principal fonte de energia para a maioria dos países, uma alta acelerada nos preços da commodity tem força para pressionar a inflação de curto prazo pelo mundo, com o encarecimento dos combustíveis.
Isso em um momento em que os Estados Unidos acabaram de iniciar um ciclo de cortes em suas taxas de juros, com perspectivas de que o ambiente inflacionário está mais controlado, reforça a visão do mercado de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve reduzir o tamanho das quedas em suas próximas reuniões.
Hoje, as taxas americanas estão entre 4,75% e 5,00% ao ano, depois do Fed cortar os juros em 0,50 ponto percentual em setembro.
No cenário interno, o mercado repercute os novos dados fiscais do Brasil, divulgados hoje pelo Tesouro Nacional. O país teve um rombo de R$ 100 bilhões nas contas públicas entre janeiro e agosto.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
Dólar
Ao final da sessão, o dólar subiu 0,54%, cotado a R$ 5,4734. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,5107. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,68% na semana;
avanço de 0,49% no mês;
ganho de 12,80% no ano.
No dia anterior, a moeda caiu 0,36%, cotada a R$ 5,4441.
O
Ibovespa
Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, encerrou em queda de 1,38%, aos 131.672 pontos.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,80% na semana;
perdas de 0,11% no mês; e
recuo de 1,88% no ano.
Na véspera, o índice subiu 0,77%, aos 133.515 pontos.
O que está mexendo com os mercados
A escalada dos conflitos no Oriente Médio trouxe um sentimento de maior aversão aos riscos para o mercado nesta quinta-feira (3).
Depois de quase um ano dos ataques do grupo terrorista Hamas aos israelenses, e de uma guerra que devastou a Palestina, o enfrentamento vinha escalando com a entrada do grupo extremista Hezbollah — que nasceu no Líbano, é financiado pelo Irã e aliado do Hamas.
O avanço nas tensões na região começou há duas semanas, quando pagers e walkie talkies de integrantes do grupo extremista Hezbollah explodiram em série, o que o grupo atribui a Israel.
Nos dias seguintes, Israel passou a atacar regiões do Líbano mirando alvos do Hezbollah e, na última sexta-feira (27), matou o chefe do grupo, Sayyed Hassan Nasrallah e outros líderes.
Israel, na segunda-feira (30), iniciou uma incursão por terra no Líbano, no que classificaram como uma operação limitada contra alvos do Hezbollah.
No sábado (28), o líder supremo do Irã, que apoia e financia o Hezbollah, disse que a morte de Nasrallah não ficaria "sem vingança". Depois disso, na terça-feira (1), o Irã disparou centenas de mísseis contra Israel, que prometeu retaliação.
Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, também disse que vai retaliar o Irã pelo ataque promovido contra o país.
Saiba quais são as principais usinas nucleares do Irã, possíveis alvos de um ataque de Israel
E na iminência de contra-atacar o Irã, Israel continua bombardeando o Líbano, ainda sob a alegação de desmantelar o Hezbollah. O país lançou nesta quinta-feira (3) novos bombardeios no centro de Beirute, no Líbano, segundo testemunhas ouvidas pela agência de notícias Reuters. Explosões também aconteceram nos subúrbios da capital libanesa.
Os ataques deixaram nove pessoas mortas e outras 14 feridas, segundo o governo local — no total, mais de 1.000 pessoas morreram no Líbano em quase duas semanas de bombardeios de Israel.
Essas tensões, que geram preocupação com a escalada do conflito para uma guerra total no Oriente Médio, já fizeram o preço do petróleo disparar.
A região é a mais importante do mundo na exportação da commodity e qualquer conflito lá pode gerar problemas de oferta e desabastecimento para o mundo todo, que tem o petróleo como principal fonte de combustível e energia.
Além disso, os temores também direcionam os investidores para o dólar, considerada a moeda mais segura do mundo, em busca de proteção contra os ativos de risco — como mercado de ações e moedas de países emergentes, como o Brasil —, que tendem a apresentar mais volatilidade, principalmente em momentos de incertezas política e econômica.
Ainda no exterior, os dados de emprego marcam a semana nos Estados Unidos.
Hoje, o Departamento do Trabalho divulgou que o número de pedidos iniciais por seguro-desemprego subiu para 225 mil na semana passada, acima das projeções de 222 mil e também mais do que os 219 mil registrados na semana anterior.
O dado mais aguardado da semana, porém, chega amanhã, com o relatório de empregos mais popular dos Estados Unidos, o payroll. A expectativa do mercado financeiro é que a taxa de desemprego tenha se mantido em 4,2% em setembro, com uma geração de 144 mil empregos não-agrícolas.
No Brasil, o destaque fica com os novos dados do Tesouro Nacional, que mostra que o governo teve um déficit de R$ 100 bilhões de janeiro a agosto deste ano, o quinto pior resultado para esse período desde o início da divulgação dos dados, em 1997.
O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo das despesas do governo. Se as receitas superam as despesas, o resultado é de superávit primário.
O resultado representa uma melhora em relação ao déficit de R$ 105,88 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. Porém, está muito acima das previsões do governo para o fim do ano, de um rombo de R$ 68,83 bilhões.
Esse rombo não fará com que a meta fiscal seja considerada descumprida formalmente, no entanto.
Isso porque as regras do arcabouço fiscal determinam que o governo pode ter um déficit de até 0,25% do PIB sem que o objetivo de zerar o rombo fiscal seja formalmente descumprido, além de outros créditos extraordinários que serão excluídos da meta pelo seu caráter emergencial, como os bilhões destinados ao enfrentamento das enchentes no Rio Grande do Sul.
Governo atualiza lista de bets liberadas a operar no Brasil; VaideBet recebe autorização estadual, e Esportes da Sorte continua de fora
Nova lista do Ministério da Fazenda autoriza 205 bets, que pertencem a 93 empresas, a operarem nacionalmente até dezembro, e libera 18 sites de atuarem em nível estadual. Apostas esportivas; bet
Joédson Alves/Agência Brasil
O Ministério da Fazenda atualizou na noite desta terça-feira (3) a lista de bets autorizadas a continuar operando em território nacional até dezembro. Agora, são 205 bets, que pertencem a 93 empresas (veja quais são as empresas mais abaixo). Há, ainda, 18 sites que receberam autorização do governo federal para atuar somente em nível estadual.
Para estar na lista, a bet precisaria ter pedido uma autorização para continuar operando até 17 de setembro à Secretaria de Prêmios e Apostas do MF. Cerca de 27 empresas que haviam pedido dentro do prazo ficaram de fora da primeira lista, divulgada em 1º de outubro – nela, estavam 89 empresas, donas de 193 bets.
Entre as empresas que pediram autorização mas não entraram na primeira lista estavam a Esportes da Sorte e a VaideBet. Elas pediram autorização em 16 e 19 de agosto, respectivamente, segundo o site do Ministério da Fazenda.
🔎 Ambas são alvo de uma investigação da Polícia Civil de Pernambuco sobre um suposto esquema de jogo ilegal. A influencer Deolane Bezerra, que chegou a ser presa preventivamente, e o cantor Gusttavo Lima, indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa, também são alvos das apurações. Eles negam irregularidades.
Apesar de não ter autorização do Ministério da Fazendo para atuação em todo o país, uma decisão judicial (entenda mais abaixo) permitiu que a VaideBet possa funcionar estado do Rio de Janeiro com autorização da autarquia estadual Loterj (Loteria Estadual do Estado do Rio de Janeiro). O órgão é responsável pela administração e fiscalização de jogos de loteria e apostas no estado.
A Esportes da Sorte, no entanto, continuou fora da lista tanto nacional quanto estadual.
Ao g1, a VaideBet afirmou que segue com o pedido de notificação para que apareça na lista de bets autorizadas nacionalmente. A Esportes da Sorte não respondeu até a publicação desta reportagem sobre quais ações pretende tomar com a nova lista do Ministério da Fazenda.
O g1 entrou em contato com a pasta para confirmar se as bets autorizadas pela Loterj poderão atuar somente no Rio de Janeiro ou se a decisão judicial libera a operação em nível nacional, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
Haddad diz que 600 bets irregulares sairão do ar nos próximos dias
Em nota, o Ministério da Fazenda afirmou que "por erros no sistema de recepção das notificações, três indicações realizadas em conformidade com os requisitos e prazos não haviam sido incluídas na primeira lista nacional publicada. Além disso, uma empresa e suas bets foram incluídas na relação após a confirmação de que o pedido tinha sido devidamente assinado por um representante legal autorizado pela empresa".
Sem citar nenhuma empresa, o MF também informou que ficaram de fora empresas que foram encontradas informações que "colocam em questão elementos fundamentais" para operar, "como idoneidade das pessoas físicas e jurídicas envolvidas, bem como a origem e utilização dos recursos".
As empresas que não obtiverem permissão por parte do governo brasileiro serão proibidas de atuar no Brasil. Nesta segunda-feira (30), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que até 600 sites de apostas online serão banidos do Brasil nos próximos dias por apresentarem irregularidades em relação à legislação aprovada pelo Congresso Nacional.
O ministro recomendou que os jogadores resgatem os recursos nesses sites, para evitar que o dinheiro seja perdido. Será dado um prazo de dez dias, a partir desta terça-feira (1º), para sacar os recursos depositados nas empresas que não conseguirem permissão.
Também foi anunciado que o governo adotará novas medidas e fiscalizará, de forma mais dura, regras que já estão em vigor, como o acompanhamento das apostas por CPF, a limitação das formas de pagamento e a regulamentação da publicidade das empresas.
Imbróglio com a Loterj
Apesar da VaideBet constar na lista de empresas aprovadas em âmbito estadual, a empresa afirmou ao g1 que acredita poder operar de forma nacional.
"A licença da Loterj neste momento é considerada habilitada para operação nacional. Então a VaideBet não pode ser chamada de ilegal, proibida, bloqueada ou nada do tipo. Perceba que até o cabeçalho da lista da Loterj, publicada pelo Ministério da Fazenda, não cita "território estadual"", afirmou a empresa.
O posicionamento da empresa está relacionado a decisão da Justiça Federal do Distrito Federal (TRF1) de conceder uma liminar (decisão provisória) que suspende os efeitos de três portarias do Ministério da Fazenda, as quais estabeleciam a necessidade de credenciamento de casas de apostas online.
Com a decisão, as empresas que já haviam sido credenciadas pela Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro), e que estão operando desde abril de 2023, poderão continuar suas atividades sem a chancela do órgão federal.
O mandado de segurança foi impetrado pela Loterj contra o Secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda. Na decisão, o juiz plantonista da 8ª Vara Federal Cível, Antônio Cláudio Macedo da Silva, destacou que as portarias ultrapassaram a competência regulamentar da União, invadindo uma área de atribuição dos estados.
"As portarias, à toda evidência, invadindo a competência regulamentar dos estados, extrapolam a competência federal, conforme estabelecido pela Constituição e decisões do STF", afirmou o magistrado, referindo-se ao artigo 25 da Constituição e às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) em ações anteriores.
A fala do Haddad sobre suspender 600 bets não impacta as empresas credenciadas pela Loterj, que agora estão protegidas pela decisão judicial. O juiz argumentou que as portarias violam os direitos das empresas credenciadas antes das mudanças regulatórias implementadas pelo Ministério da Fazenda.
Lista das bets autorizadas
Veja as bets autorizadas pela Fazenda para operar no país (algumas empresas são responsáveis por mais de uma bet):
Betano – Kaizen Gaming Brasil Ltda
Superbet - Superbet Interactive Brasil Ltda (SPRBT)
Magicjackpot - Superbet Interactive Brasil Ltda (SPRBT)
Luckydays – Superbet Interactive Brasil Ltda (SPRBT)
ReidoPitaco - MMD Tecnologia, Entretenimento e Marketing Ltda
Pitaco – MMD Tecnologia, Entretenimento e Marketing Ltda
Sportingbet - Ventmear Brasil S.A.
Betboo – Ventmear Brasil S.A.
Caesar’s – Big Brazil Tecnologia
Betnacional – NSX Brasil S.A.
Mr. Jack Bet – NSX Brasil S.A.
Pagbet – NSX Brasil S.A.
KTO – Apollo Operations Ltda
Betsson – Simulcasting Brasil Som e Imagem S.A.
Galera Bet – Galera Gaming Jogos Eletrônicos S.A.
F12.be – F12 do Brasil Jogos Eletrônicos
Luva.bet – F12 do Brasil Jogos Eletrônicos
Brasil bet – F12 do Brasil Jogos Eletrônicos
SportyBet – Blac Jogos Ltda
EstrelaBet – EB Intermediações e Jogos S/A
Betfair – Betfair Brasil Ltda
PokerStars – Betfair Brasil Ltda
7 Games – OIG Gaming Brasil Ltda
Betao – OIG Gaming Brasil Ltda
R7 – OIG Gaming Brasil Ltda
Novibet – NVBT Gaming Ltda
SeguroBet – Seguro Bet Ltda
Ijogo - GameWiz Brasil Ltda
fogo777 – GameWiz Brasil Ltda
p9 – GameWiz Brasil Ltda
9f – GameWiz Brasil Ltda
6r – GameWiz Brasil Ltda
bet.app – GameWiz Brasil Ltda
Bet365 – HS do Brasil Ltda
Aposta Ganha – Aposta Ganha Loterias Ltda
Brazino777 – Futuras Apostas Ltda
Betway – Sorento Bay Ltda
Jackpot City – Sorento Bay Ltda
Spin Palace – Sorento Bay Ltda
SeuBet – H2 Licensed Ltda
H2 Bet – H2 Licensed Ltda
VBet – SC Operating Brasil Ltda
Vivaro – SC Operating Brasil Ltda
Casa de Apostas – CDA Gaming Ltda
Bet Sul – CDA Gaming Ltda
BetFast – Fast Gamings S.A.
Faz1bet – Fast Gamings S.A.
Tivobet – Fast Gamings S.A.
4play – Lucky Gaming LTDA
Pagol – Lucky Gaming LTDA
Estadium– Grove Eagle Gestão de Bens LTDA
Joganho – Grove Eagle Gestão de Bens LTDA
Oten – Grove Eagle Gestão de Bens LTDA
SupremaBet – Suprema Bet Ltda
MaximaBet – Suprema Bet Ltda
XPGames – Suprema Bet Ltda
Betesporte – Betesporte Aposta Online Ltda
Lance de Sorte – Betesporte Aposta Online Ltda
King Panda – King Panda Group Ltda
Leo Vegas – Boa Lion S.A.
Royal Panda – Boa Lion S.A.
Betspeed – Betspeed Ltda
Sorte online – Levante Brasil Ltda
Lottoland – Levante Brasil Ltda
ArenaPlus – Digiplus Brazil Interactive Ltda
PixBet – Pixbet Soluções Tecnológicas Ltda
Flabet – Pixbet Soluções Tecnológicas Ltda
Bet da Sorte – Pixbet Soluções Tecnológicas Ltda
Rio Jogo – Lema Administração e Participações S.A.
LottoMaster – Lema Administração e Participações S.A.
betagora – Lema Administração e Participações S.A.
Playpix – Hope Gaming Ltda
Dupoc – Hope Gaming Ltda
Apostou - Betbr Loterias Ltda
b1.bet – Betbr Loterias Ltda
BRBET – Betbr Loterias Ltda
Bet Gorillas – Gorillas Group do Brasil Ltda
Donald bet – Gorillas Group do Brasil Ltda
BateuBet – EA Entretenimento e Esportes Ltda
Bet Warrior – Track Gaming Brasil Ltda
Pixmile– Sortenabet Gaming Brasil S.A.
Sorte na Bet – Sortenabet Gaming Brasil S.A.
Bet Fusion – Sortenabet Gaming Brasil S.A.
Bandbet – Bell Ventures Digital Ltda
vivasorte – Bell Ventures Digital Ltda
Afun – Brilliant Games
Blaze – Foggo Entertainment
Jonbet – Foggo Entertainment
Bet7k – Ana Gaming Brasil S/A
Cassino Pix – Ana Gaming Brasil S/A
Bet Vera – Ana Gaming Brasil S/A
Cbet – 7MBR Ltda
Vertbet – 7MBR Ltda
Dashboard Fund – 7MBR Ltda
UPBETBR – UPBET Brasil Ltda
9d – UPBET Brasil Ltda
Wjcasino – UPBET Brasil Ltda
Betmotion– Enseada Serviços e Tecnologia Ltda
Betman – Enseada Serviços e Tecnologia Ltda
Apostou Ganhou – Enseada Serviços e Tecnologia Ltda
Alfa.bet – Alfa Entretenimento S.A
MMABet – Select Operations Ltda
PAPI GAMES – Select Operations Ltda
IN2BET – Select Operations Ltda
Bet4 – B3T4 International Group LTDA
BR4Bet – Select Operations Ltda
GoldeBet – Select Operations Ltda
lotogreen – Sabiá Administração Ltda
Bolsa de Aposta – A2FBR Ltda
Fullbet – A2FBR Ltda
BetBra – A2FBR Ltda
Pinnacle – A2FBR Ltda
MatchBook – A2FBR Ltda
Verdinha – A2FBR Ltda
betboom – Betboom Ltda
BetFive – Tropicalize Bet Ltda
IO – Tropicalize Bet Ltda
B2X - Tropicalize Bet Ltda
JetBet – Tropicalize Bet Ltda
SorteBet – Tropicalize Bet Ltda
Pinbet – Tropicalize Bet Ltda
Aposta 1 – Aposta 1 Ltda
Apostamax – Aposta 1 Ltda
InplayBet– Jogo Principal Ltda
GingaBet – Jogo Principal Ltda
QGBet – Jogo Principal Ltda
Bacana Play – Skill on net Ltda
Play Uzu – Skill on net Ltda
BetCopa – Worls Sports Technology Ltda
Aposta365 – AF Tecnologia e Soluções Financeiras Ltda
multibet – RR Participações e Intermediações de Negócios Ltda
acelerabet – RR Participações e Intermediações de Negócios Ltda
Play7 – GGR7 Lazer Pagm e Particip S.A.
Zedocash – GGR7 Lazer Pagm e Particip S.A.
Bankbet – GGR7 Lazer Pagm e Particip S.A.
Amabet – Fortuna Diversões Eletrônicas Ltda
BetFortuna – Fortuna Diversões Eletrônicas Ltda
Fortuna Play – Fortuna Diversões Eletrônicas Ltda
LampionsBet – FC Entretenimento Esportivo Ltda
Responsa – Responsa Camming Brasil Ltda
Joga Limpo – Responsa Camming Brasil Ltda
Odd Fair – Responsa Camming Brasil Ltda
Única Bet – SPE Única Bet Ltda
Bicho no Pix – SPE Única Bet Ltda
Claro Bet – SPE Única Bet Ltda
FazoBetAí – Lindau Gaming Brasil S.A.
oleybet – Lindau Gaming Brasil S.A.
betpark – Lindau Gaming Brasil S.A.
Meridianbet – Meridian Gaming Brasil SPE Ltda
NossaBet– Laguna Serviços e Tecnologia Ltda
Spin365 – Laguna Serviços e Tecnologia Ltda
Mundifortuna – Laguna Serviços e Tecnologia Ltda
MetBet – Atlantis Comércio Eletrônico e Software House
EsportivaBet – Atlantis Comércio Eletrônico e Software House
MetGol 100% – Atlantis Comércio Eletrônico e Software House
Tropino – Estadox Ltda
Anima Bet – Estadox Ltda
Esporte 365 – Vanguard Entretenimento Brasil Ltda
Bet Aki – Vanguard Entretenimento Brasil Ltda
Jogo de Ouro – Vanguard Entretenimento Brasil Ltda
GeralBet - WK Negócios e Finanças Ltda
Betinha - WK Negócios e Finanças Ltda
Zona de Jogo - WK Negócios e Finanças Ltda
ApostaOnline - WK Negócios e Finanças Ltda
OnlyBets – Zona de Jogo Negócios e Participações Ltda
Logame – Logame do Brasil Ltda
LogFlix – Logame do Brasil Ltda
Liderbet – Logame do Brasil Ltda
Bullsbet – SevenX Gaming S/A
Elisa.bet – Elisa.bet Casa de Apostas Esportivas e Cassino Online
Pagamentos.bet – Elisa.bet Casa de Apostas Esportivas e Cassino Online
Lotoaposta – Elisa.bet Casa de Apostas Esportivas e Cassino Online
Davbet – Bbet Ltda
playbonds – Bbet Ltda
Bet.bet – Bet.bet Soluções Tecnológicas S.A
1xBet – Defy Ltda
1xcassinos – Defy Ltda
Apuesta 360 – Defy Ltda
Rivalo – Olavir Ltda
A247 – Hilgardo Gaming Ltda
Receba.com – Brand Force Mastery Ltda
Latinbet – Brand Force Mastery Ltda
Lumosbet – Brand Force Mastery Ltda
Mc Games – Sistema Lotérico de Pernambuco Ltda
MonteCarlosbet – Sistema Lotérico de Pernambuco Ltda
MonteCarlos – Sistema Lotérico de Pernambuco Ltda
Betmillion – Cash for Pay Ltda
ApostaTudo – Cash for Pay Ltda
Betsat – Cash for Pay Ltda
Zbet– Zbet Ltda
Xbet – Zbet Ltda
Kbet – Zbet Ltda
Puskás Bet – Puskas Bet Administradora de Apostas Esportivas
Cibet – Puskas Bet Administradora de Apostas Esportivas
Big Win Free – Puskas Bet Administradora de Apostas Esportivas
GRXBet – G2 Negócios Digitais Ltda
BRX Gaming – BRX Gaming S.A.
Ricobet – BRX Gaming S.A.
Parimatch – Amplexus Corporation Ltda
Megaposta – Nexus International Ltda
Betex – Nexus International Ltda
Lanistar – Nexus International Ltda
Marjosports– JBD Comunicação e Tecnologia Ltda
Hanzbet – JBD Comunicação e Tecnologia Ltda
Chegou Bet – JBD Comunicação e Tecnologia Ltda
Autorizadas em seus estados:
1. BETPR Concessionária de Loterias do Estado do Paraná SPE LTDA
Estado: Paraná
2. WLC Paraná Exploração de Jogos e Apostas SPE LTDA
Estado: Paraná
3. GAEV Concessionária de Loterias do Estado do Paraná SPE LTDA
Estado: Paraná
4. SPE Pix Bet Soludges Concessionária de Loterias do Estado do Paraná SPE LTDA
Estado: Paraná
5. Concessionária de Loterias do Estado do Paraná Laguna Serviços e Tecnologia LTDA
Estado: Paraná
6. Embralote Concessionária de Serviços Lotéricos do Maranhão SPE S/A
Estado: Maranhão
7. WLC Maranhão Exploração de Jogos e Apostas SPE LTDA
Estado: Maranhão
8.SDL Concessionária de Loterias no Estado do Maranhão SPE S/A
Estado: Maranhão
9. BR Lotto Concessionária da Loteria Estadual do Maranhão SPE S/A
Estado: Maranhão
10. Keno Loteria do Brasil LTDA
Estado: Minas Gerais
11.Rede Loto LTDA – BestBet e LotoLegal
Estado: Rio de Janeiro
12. JJBD Comunicação e Tecnologia LTDA – marjosports
Estado: Rio de Janeiro
13. PixBet Soluções Tecnológicas LTDA - pixbet e pixhora
Estado: Rio de Janeiro
14. STD Soft Desenvolvimento de Programas de Computadores LTDA – Apostou
Estado: Rio de Janeiro
15. Lema Administração e Participações LTDA – RioJogos
Estado: Rio de Janeiro
16. Big Brazil Tecnolotia e Loteria S.A – Caesars
Estado: Rio de Janeiro
17 .BetVip Apostas Esportivas S.A – ganhabet, betvip
Estado: Rio de Janeiro
18. Vaidebet Apostas LTDA – vaidebet.com
Estado: Rio de Janeiro
Regulamentação
No fim do ano passado, o Congresso aprovou e o governo sancionou uma lei que regulamenta as apostas online no Brasil.
A regulamentação traz uma série de regras para que essas empresas possam operar no país e estipula pagamento de impostos — o que hoje não acontece.
Desde 2018, as apostas de quotas fixas, as bets, são autorizadas no Brasil. Mas a maioria desses sites de apostas hoje está hospedada em outros países e oferece seus serviços aos brasileiros pela internet.
“Nós vamos ter total controle de quem são os apostadores, quais são os meios de pagamento que esses apostadores estão se utilizando. Nós vamos ter regras muito claras de combate à lavagem de dinheiro", afirmou Régis Dudena, secretário de prêmios e apostas do Ministério da Fazenda em entrevista ao Fantástico no início do mês.
Com a regulamentação, a partir de janeiro de 2025 elas terão que estar hospedadas no Brasil, o que vai facilitar a fiscalização, de acordo com o governo.
"Nós temos regras também de proteção do apostador. Sabemos qual é o volume financeiro que esses apostadores estão gastando nas casas de apostas. Elas vão ser monitoradas e elas vão ser fiscalizadas pelo Ministério da Fazenda”, completou.
11 azeites brasileiros entram em guia de melhores do mundo; veja lista
Seis marcas são do Rio Grande do Sul; quatro de São Paulo e uma de Minas Gerais. Guia italiano Flos Olei costuma ser consultado por importadores na hora de escolher produtos para compra. Prosperato, no Rio Grande do Sul, e Fazenda do Azeite Sabiá, em São Paulo, foram os azeites brasileiros que receberam a maior pontuação dentre os produtos nacionais.
Divulgação
Onze azeites brasileiros entraram para a edição de 2025 do guia Flos Olei, que seleciona, há 14 anos, os melhores azeites de oliva do mundo.
Editada pelos jornalistas e críticos italianos Marco Oreggia e Laura Marinelli, a publicação costuma ser consultada por importadores para fazer escolhas de produtos em negociações comerciais.
Dos azeites brasileiros que entraram na lista, seis são do Rio Grande do Sul, quatro de São Paulo e um de Minas Gerais. Veja lista abaixo.
As marcas que entram no ranking são selecionadas por uma equipe de provadores de azeite do Flos Olei, que dão notas para os produtos de acordo com o aroma e o sabor do azeite.
Só conquista um lugar na lista o produto que recebe nota acima de 80 pontos.
O g1 solicitou ao Flos Olei, na quarta-feira (2), mais informações sobre os critérios do guia, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.
Dentre os azeites brasileiros, os que receberam maior pontuação foram o da Fazenda do Azeite Sabiá, em São Paulo, e o da Prosperato, no Rio Grande do Sul. Os dois conquistaram 97 pontos.
Já o azeite da Estância das Oliveiras, no RS, levou a segunda maior nota, com 90 pontos. Em 2022, o g1 visitou essa fazenda para mostrar o passo a passo da produção do óleo de azeitona, da colheita à mesa.
Apenas a Itália, Espanha e Croácia tiveram azeites com nota 100. Os italianos tiveram cinco marcas ranqueadas com a nota máxima, enquanto os espanhóis, três, e os croatas, uma.
Neste ano, os especialistas avaliaram azeites de 500 fazendas de 5 continentes, em 56 países.
Leia também:
Azeite de oliva extravirgem, virgem ou falso? Entenda como são os testes de autenticidade
Marcas de azeite proibidas pela Anvisa: saiba como não cair em golpe na hora de comprar o produto
Azeitonas verdes e pretas: nascem na mesma árvore? O gosto é diferente? Veja curiosidades
Caroço da azeitona também tem azeite e oliveira só dá frutos quando passa frio
'Enem dos concursos' muda regras para o envio de títulos; veja prazos e como fazer
Para alguns cargos do CNU, comprovar experiências profissionais e titulação acadêmica, como pós-graduação, mestrado e doutorado, ajuda a compor a nota final do candidato. Milhares de candidatos realizam provas do Concurso Público Nacional Unificado em Fortaleza
Carlos Daniel/SVM
O governo federal alterou, nesta semana, as regras do Concurso Público Nacional Unificado (CNU) para a prova de títulos.
Essa é uma etapa do "Enem dos concursos" prevista para alguns cargos (veja abaixo), em que a comprovação de experiências profissionais e titulação acadêmica, como pós-graduação, mestrado e doutorado, ajuda a compor a nota final dos candidatos.
✅ Siga o canal do g1 Concursos no WhatsApp.
A convocação dos participantes para o envio de títulos será feita na próxima terça-feira, dia 8 de outubro, junto com a divulgação das notas da prova aplicada em 18 de agosto.
A partir disso, quem for convocado deverá enviar documentos para comprovar os títulos entre quarta (9) e quinta-feira (10) pela página do concurso, no site da Fundação Cesgranrio.
Entre outras mudanças, a retificação publicada na terça-feira (1º) estabelece que as imagens desses documentos deverão ser anexadas com frente e verso, além de conter data e assinatura. Confira abaixo todas as regras para o envio.
Em seguida, veja também:
Quem é convocado para a prova de títulos?
Como os títulos compõem a nota final do concurso?
Quando sai o resultado desta etapa? Dá para recorrer?
Envio de títulos: passo a passo
Cada cargo do CNU atribui pontuações diferentes para os títulos. Para as vagas de arquiteto na Advocacia Geral da União (AGU), por exemplo, o candidato que tiver mestrado ganha 4 pontos, e doutorado, mais 6.
1. Assim, o primeiro passo para o envio dos documentos é verificar quais títulos valem pontos em cada um dos cargos para os quais o candidato está concorrendo.
Essa informação está nos "quadros de atribuição de pontos para a avaliação de títulos", disponíveis no Anexo VI dos editais dos blocos 1 a 7, de ensino superior, e no Anexo V do edital do bloco 8, de nível médio. Acesse aqui.
Vale lembrar, também, que nem todos os cargos do CNU exigem essa etapa.
2. O segundo passo é enviar as imagens dos documentos que comprovam os títulos do participante, via upload, para cada cargo, no site do concurso.
Os documentos que são aceitos pela banca para a comprovação de cada título (mestrado, doutorado, especialização, residência em saúde, experiência profissional e produção acadêmica/técnica/cultural) estão descritos no item 7.1.3 dos editais.
Para comprovar doutorado, por exemplo, o candidato pode enviar o diploma ou certificado/declaração de conclusão de curso, acompanhado de histórico escolar.
Veja as regras para o envio:
As imagens enviadas deverão ser dos documentos originais ou de cópias autenticadas em cartório;
Somente serão aceitas imagens nos formatos PDF, JPEG e JPG, no tamanho máximo de 2MB;
Os candidatos devem manter consigo os documentos originais, já que a apresentação deles pode ser exigida a qualquer momento pelo Ministério da Gestão;
Os diplomas ou documentos que comprovem a escolaridade exigida como requisito básico do cargo não serão considerados na avaliação de títulos;
Não serão aceitas imagens enviadas de qualquer outra forma nem documentos ilegíveis.
Quem é convocado para a prova de títulos?
A convocação para a prova de títulos depende da nota que o candidato tirou na prova de múltipla escolha do concurso.
De acordo com o edital, o critério é o mesmo que foi utilizado para selecionar quais participantes terão a parte escrita do exame corrigida. Funciona assim:
Quem acertou menos de 30% da prova de múltipla escolha, no caso do exame de nível médio, e menos de 40%, no de nível superior, está automaticamente eliminado do concurso.
Então, a Fundação Cesgranrio, banca responsável pelo processo seletivo, monta rankings dos candidatos que não foram eliminados: um para cada cargo, com base na nota da prova de múltipla escolha.
A partir disso, a banca vai convocar para a prova de títulos um determinado número de participantes, seguindo a ordem dos rankings.
Conforme o edital, esse número será igual a nove vezes o total de vagas imediatas de cada cargo, para ampla concorrência, candidatos negros, pessoas com deficiência e indígenas; respeitando o limite mínimo de dez candidatos por cargo e os empates na última posição.
Como os títulos compõem a nota final do concurso?
Para os cargos sem avaliação de títulos, a nota final do candidato será composta apenas pela pontuação da prova de múltipla escolha (80% da nota) e da parte escrita (20%).
Já para os cargos que possuem essa etapa, as notas poderão ser calculadas da seguinte forma:
múltipla escolha: 75% | discursiva: 20% | títulos: 5%; ou
múltipla escolha: 70% | discursiva: 20% | títulos: 10%.
Conforme o edital, a prova de títulos vale, no máximo, 10 pontos, ainda que a soma dos valores dos títulos apresentados seja superior a esse valor.
O candidato que não enviar os títulos na forma e no prazo estabelecidos no edital vai receber nota zero nesta etapa, mas não será desclassificado, ou seja, vai concorrer à vaga com a pontuação obtida na prova escrita e de múltipla escolha.
Os participantes do "Enem dos concursos" terão uma nota diferente para cada um dos cargos a que eles estão concorrendo.
Quando sai o resultado? Dá para recorrer?
O resultado preliminar da prova de títulos será divulgado no dia 4 de novembro. A partir disso, caso o candidato discorde da pontuação que recebeu, ele poderá pedir uma revisão da nota até o dia seguinte, 5 de novembro.
Ao recorrer, não será permitido enviar novos documentos comprobatórios, alerta o edital.
O resultado dos pedidos de revisão será divulgado no dia 19 de novembro. Já a lista final dos participantes aprovados nas vagas do CNU está prevista para sair no dia 21.
CNU: os próximos passos depois da prova do ‘Enem dos concursos’
ENTREVISTA: Henrique Meirelles fala ao g1 sobre Galípolo no BC, trabalho de Haddad e livro de memórias
Ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda lança o livro 'Calma Sob Pressão', que reconta aprendizados de sua trajetória. Ao g1, comenta também sobre o atual estado atual das cadeiras que comandou na economia do país. Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, concede entrevista ao g1
Fábio Tito/g1
O ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles concedeu entrevista ao g1, em que compartilhou o que pensa sobre o Brasil atual ao mesmo tempo que trazia suas próprias lembranças de quando ocupou as principais cadeiras da economia do país.
As memórias estão frescas porque Meirelles lançou na semana passada o livro “Calma sob pressão: O que aprendi comandando o Banco de Boston, o Banco Central e o Ministério da Fazenda”.
Na conversa, Meirelles diz que o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, fez um bom trabalho, e que a primeira transição da Presidência do BC após a aprovação da lei de autonomia será tranquila.
Segundo ele, o novo indicado para o cargo, Gabriel Galípolo, tem a vantagem de não ter que enfrentar um ambiente tão conflituoso com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto seu antecessor.
“A questão dos atritos tende a acabar. É algo que pode dar mais conforto ao presidente Lula que as pessoas que estão lá são nomeadas por ele. Ele não precisa ficar preocupado que alguma medida possa ter como finalidade prejudicar o governo”, disse.
O ex-banqueiro central também disse que o maior desafio da instituição nesse momento é “manter a inflação sob controle e dar condições para o país crescer no seu máximo potencial, sem exagerar”.
Meirelles também reconhece um bom trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele reafirma a preocupação com a situação fiscal do país, mas diz que o atual ministro está “enfrentando batalhas importantes para manter o orçamento público sob controle”.
“É uma situação em que, de um lado, está o que os analistas e o mercado esperam de política fiscal e, do outro, o que os políticos, particularmente o partido dele, esperam da política fiscal. E ele tem que conviver com esses dois lados da equação”, diz.
“Ele está fazendo isso com habilidade, e conseguindo manter as contas em relativo controle.”
Veja a íntegra da entrevista abaixo em vídeo.
Ex-ministro Henrique Meirelles concede entrevista ao g1 sobre novo livro; veja íntegra
Nos links abaixo, você pode navegar até os cortes dos melhores momentos.
Meirelles conta o episódio favorito de seu livro de memórias
Haddad ou Campos Neto? Meirelles conta quem tem o trabalho mais difícil
Meirelles diz o que espera da primeira transição de um BC autônomo
‘Acredito que o ministro Haddad está fazendo um bom trabalho’, diz Meirelles
'A próxima reforma deveria ser a administrativa', diz Meirelles
A seguir, veja como foi a entrevista em texto. Algumas frases foram levemente editadas para melhor compreensão durante a leitura.
g1 – O senhor já foi presidente de banco, foi o presidente do BC mais longevo da história, foi ministro da Fazenda. Qual é a faceta que está mais presente no livro?
São aquelas relacionadas aos eventos importantes para o país. Sobre como enfrentamos a crise de 2008, ou a crise fiscal que o Brasil vivia quando eu assumi o Ministério da Fazenda, em 2016. Além de aspectos relacionados à minha função como presidente mundial do BankBoston, onde fiquei praticamente 30 anos até entrar na vida pública em 2002.
g1 – Qual desses episódios mais gostou de contar no seu livro? Por qual você gostaria de ser lembrado?
A crise de 2008 foi um evento muito interessante. Muito grave e, ao mesmo tempo, muito gratificante porque nós enfrentamos muito bem.
A economia americana entrou em colapso, até que todas as linhas de crédito internacionais para o Brasil — que representavam mais de um quarto do total de crédito — de importação, de exportação, tudo foi paralisado. O Brasil entrou em uma crise de crédito e uma recessão fortíssima.
Felizmente, tínhamos recursos para enfrentar isso porque tínhamos feito uma acumulação de reservas importantes no Banco Central.
Na época, convoquei uma coletiva de imprensa e disse: “Olha, nós vamos usar as reservas para emprestar aos bancos e às empresas”. Isso baixou muito a possibilidade de crise. A economia começou a reagir.
Mas aí apareceu um outro problema, dos chamados derivativos tóxicos. As empresas vendiam o dólar a descoberto — isto é, sem ter o dólar —, apostando que o dólar ia cair, para ganhar com isso. Mas o dólar começou a subir com a crise, dando um prejuízo brutal. E era difícil descobrir qual era o tamanho do problema.
Henrique Meirelles conta o episódio favorito de seu livro de memórias
Conversei com muitos banqueiros centrais e dimensionei o total de US$ 40 bilhões. Em outra coletiva de imprensa, disse que o Banco Central ia entrar no mercado vendendo o dólar futuro — isto é, na posição oposta a essas companhias.
Eu anunciei: “Olha, o BC vai entrar vendendo dólar futuro e vai entregar futuros no mercado de derivativos aqui, na bolsa.” A pergunta dos jornalistas foi: “Quanto?” Eu disse: “Nosso limite é vender, hoje, até US$ 50 bilhões.”
O mercado acalmou, o dólar derreteu. Resolveu a crise. E esse conjunto de ações fez com que o país, que tinha entrado em recessão, já saísse e já entrasse, em janeiro de 2009, em uma rota de crescimento.
Naquela época, eu como presidente do BC ia às reuniões dos bancos centrais que ocorrem na cidade de Basileia, na Suíça. Quando entrei na sala do jantar de encerramento, os demais 32 presidentes de BCs estavam sentados e se levantaram para me aplaudir de pé.
Foi muito gratificante, porque banqueiro central não é necessariamente um sujeito dado a esse tipo de efusão.
Volte para o índice.
Haddad ou Campos Neto? Henrique Meirelles conta quem tem o trabalho mais difícil
g1 – O ministro Fernando Haddad recentemente fez uma brincadeira, dizendo que o trabalho dele, como ministro da Fazenda, era mais difícil do que o de Roberto Campos Neto, como presidente do BC. Pouca gente poderia responder essa pergunta com tanta propriedade. O senhor acha que qual deles é mais difícil?
São trabalhos bem diferentes, e com desafios diferentes. O BC tem um instrumento mais decisivo, que é a taxa de juros, e faz a gerência das reservas internacionais. São duas coisas muito importantes para o país.
E o presidente do BC lida com os efeitos das decisões que toma. É um trabalho muito técnico, que envolve previsões de inflação, taxa de juros e atividade.
O Ministério da Fazenda não tem instrumentos próprios de ação direta que possam influenciar a economia, a não ser a gerência das letras do Tesouro Nacional.
Mas o Ministério da Fazenda lida basicamente com toda a estrutura política do país. Depende muito daquilo que é apresentado e aprovado no Congresso Nacional, e também do que o presidente da República pretende fazer. Tem que influenciar outras áreas do governo, muitas vezes por persuasão.
g1 – Quem está mais desafiado hoje em dia, Haddad ou Campos Neto?
Devido a todo o questionamento feito pelo presidente Lula, o Campos Neto passou por uma situação muito desafiadora. Isso tende, agora, a arrefecer um pouco com a entrada dos diretores nomeados pelo presidente.
Agora, a situação fiscal do país também é muito desafiadora. Não há dúvida de que o ministro Haddad está enfrentando batalhas importantes para manter o orçamento público sob controle.
Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, concede entrevista ao g1
Fábio Tito/g1
g1 – O senhor menciona a influência do presidente, mas vê alguma diferença em relação a como era o BC quando o senhor assumiu em relação a agora?
São etapas diferentes. Quando eu assumi o BC, o maior problema do país era a falta de reservas para estabilizar a economia brasileira. Tínhamos uns US$ 33 bilhões em reservas, por aí, além de uma dívida com o FMI.
Paguei as dívidas vincendas durante os primeiros meses e o total de reservas tinha caído para US$ 15 bilhões. Nossa dívida com o FMI era de US$ 30 bilhões. Então, o país estava em situação de insolvência. Quando eu saí do BC, nós tínhamos US$ 300 bilhões nas reservas brasileiras.
Isso só foi possível por uma série de circunstâncias. A agricultura brasileira foi fundamental. Em vários estados, tínhamos terras boas porque são planas, mas eram muito ácidas. Não funcionam para a agricultura. A Embrapa, que é a empresa de pesquisa agrícola do governo, desenvolveu uma maneira de quebrar a acidez do solo, por meio do uso de calcário e melhorou muito a produtividade.
Ao mesmo tempo, conseguimos estabilizar a inflação. E o crédito começou a crescer muito. Passou a ser possível dar crédito no país sem grande risco. Havia o risco do tomador, mas não mais o risco macroeconômico.
A disponibilidade de crédito e terras que passaram a ser agricultáveis tornaram possível uma produção agrícola crescente, que foi possível exportar. Isso gerou saldo de exportação grande, que nos permitiu construir as reservas.
A economia, muitas vezes, não depende de uma coisa ou outra. É um conjunto de fatores que permitiu que o Brasil acumulasse reservas e saísse daquela crise. Países vizinhos até hoje enfrentam esse problema. De 2003 até o começo de 2011, o país cresceu a uma média de 4% ao ano. É muita coisa.
g1 – Atualmente, qual o senhor acha que é o maior desafio do BC?
A questão dos atritos tende a acabar. É algo que pode dar mais conforto ao presidente Lula que as pessoas que estão lá são nomeadas por ele. Ele não precisa ficar preocupado que alguma medida possa ter como finalidade prejudicar o governo.
Particularmente, acho que o Roberto Campos Neto fez um bom trabalho. Mas é normal que o presidente fique meio preocupado com uma diretoria nomeada pelo Bolsonaro.
Isso faz com que o grande desafio volte a ser aquilo que é a missão básica do BC: manter a inflação sob controle e dar condições para o país crescer no seu máximo potencial, sem exagerar. Quando exagera dá inflação, e dá problema.
Volte para o índice.
Henrique Meirelles diz o que espera da primeira transição de um BC autônomo
g1 – Ao longo do livro, o senhor cita uma passagem de uma certa pressão que o presidente Lula fez na época em que o senhor estava no BC, para baixar os juros. E o senhor falou que o acordo não foi esse, que queria autonomia para trabalhar, e seguiu no cargo. Como o senhor acha que vai ser essa primeira transição de um BC autônomo? E que dicas daria para o próximo presidente?
Deixa o Banco Central em paz (risos).
Acho que vai ser uma transição tranquila. O presidente indicado já faz parte da diretoria, é diretor de política monetária, e já existem outros diretores indicados pelo presidente Lula.
Tendo a ver uma situação de continuidade. Eles já estão lá, já estão votando, as votações, na maioria, têm sido unânimes. Não vejo nada que seja uma ruptura, uma mudança brusca.
g1 – Essa transição parecia estar sendo muito esperada pelo presidente Lula, justamente para ter um nome com o qual ele tenha mais intimidade. Mas temos visto o Gabriel Galípolo votar com a diretoria. Isso não pode causar uma nova crise, eventualmente, de ele começar a atacar o Galípolo ou então criar um ruído?
Acho que a probabilidade disso é menor. A questão aí não é se o presidente concorda ou não com as decisões. No momento em que ele confia que o presidente do BC vai tomar decisões que possam prejudicar o governo, ele se tranquiliza.
E aqui tem uma diferença importante: a questão não é exatamente um BC que vá tomar decisões para agradar o presidente, porque isso seria perigoso. Não acredito que isso vá acontecer. Mas, no sentido de que dá uma tranquilidade ao presidente de que, mesmo quando houver movimentos que ele não goste, ele tem uma tranquilidade de que aquilo está sendo feito por decisões técnicas, sem nenhum componente de ação política.
g1 – Vai conhecer mais as intenções da pessoa?
Sim. De que a decisão é técnica porque precisava, e não é uma decisão que vai prejudicar o governo.
Mesmo que você suba a taxa de juros em um primeiro momento, que é uma coisa que atinge negativamente o governo porque baixa um pouco o nível de atividade, quando você controla a inflação, o país cresce. Isso beneficia o país e o próprio governo.
Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, concede entrevista ao g1
Fábio Tito/g1
g1 – Bastante gente no mercado ainda fica receosa sobre a transição no BC. O que o senhor achou da última decisão de juros? Ela foi realmente técnica ou serviu mais para sinalizar credibilidade do BC, de que segue autônomo, independente e perseguindo suas metas?
Evidentemente que as pessoas do mercado não estão no Copom, não têm acesso aos estudos técnicos, às motivações das decisões, etc. Mas, tudo indica, inclusive pela leitura cuidadosa da ata, que foi uma decisão técnica, tomada exatamente para controlar a inflação.
É normal que o mercado, em um primeiro momento, estivesse preocupado. Mas isso tende a desaparecer, à medida em que a transição para o novo presidente dê demonstrações claras — como tem dado — de que as medidas são necessárias.
g1 – Essa reafirmação da credibilidade é necessária? Parece, em alguns momentos, que o BC está um pouco refém das projeções de mercado, do boletim Focus, e que levar tanto em conta faria da subida de juros uma profecia autorrealizável. Existe essa contaminação?
A expectativa de inflação é importante. Se você dirige uma empresa, você é um formador de preço daquele produto. Se você acha que a inflação vai subir, você tende a aumentar o preço para poder se precaver.
Isso pode, de fato, criar uma profecia autorrealizável. No momento em que a maioria acredita que o BC vai fazer bem o seu trabalho — e aí entra a questão da credibilidade —, a expectativa de inflação baixa, porque todos já passam a pressupor que o BC vai controlar a inflação.
Isso torna, inclusive, menos custoso o combate à inflação. Quer dizer, precisa subir menos os juros para obter o mesmo resultado, porque todos ou a maioria acredita que o BC vai tomar as decisões corretas.
Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, concede entrevista ao g1
Fábio Tito/g1
g1 – Mas existe alguma chance de os analistas estarem exagerando um pouco nas preocupações? As últimas projeções de crescimento sempre têm vindo menores do que o esperado pelo mercado.
São coisas diferentes. A expectativa de inflação é uma, a perspectiva de crescimento, outra.
Agora, é uma situação muito particular que estamos vendo [de erros nas projeções]. Que são [efeitos das] reformas feitas durante o governo Temer.
A reforma trabalhista, que aumentou muito a produtividade da economia. A reforma do sistema financeiro, com a viabilização da criação do PIX, que naquela época se chamou de lei do cadastro positivo, permitindo a criação desses novos produtos todos. A própria lei das estatais, que permitiu uma tendência à melhora da gestão das estatais.
Em resumo, todas as reformas estão fazendo efeito agora. E isso, sim, está surpreendendo o mercado.
É uma visão equivocada achar que o mercado é um agente político que quer pressionar para lá ou para cá. O mercado é um grupo de pessoas que estão produzindo, tendo expectativas e formando o preço. Um grande fundo na Faria Lima é mercado, mas um padeiro, um produtor de pão no interior da Bahia também é mercado. Ele também contrata gente, compra produtos, compra forno, diminui a produção, etc.
E o interesse de cada um desses é acertar, não é puxar alguma coisa para cima por meio da opinião dele. Todos estão procurando acertar o máximo possível, porque é assim que a empresa vai ter melhor resultado.
g1 – Mas foram muitos erros recentes. Ano após ano, vemos o Focus do começo do ano com resultados muito diferentes do que no final. O senhor cita as reformas que participou, mas por que o pessoal ainda não acerta, mesmo depois de tanto tempo? Onde precisa ajustar?
É difícil medir o efeito dessas reformas. Os erros não estão na previsão da inflação, estão na previsão de crescimento, que é um negócio menos politizado. Não há controvérsia.
Realmente está se discutindo muito qual é a capacidade de o país crescer. Quanto foi produto de reformas, quanto não foi produto de reforma, para o crescimento estar surpreendendo consistentemente para cima. Mas é positivo. Ainda bem que está assim. Seria ruim se fosse o contrário.
g1 – Mas, ao mesmo tempo, também atrasa a tomada de decisão dessa economia real. Se um investidor ou empresário vê que o país talvez não vá crescer tanto, ele não vai colocar o dinheiro dele para o investimento.
As previsões de crescimento do país não influenciam tanto. A inflação, sim. Cada empresário procura avaliar o que, na área dele, no mercado específico, está acontecendo.
O padeiro lá do interior da Bahia ou o presidente de uma fábrica de automóveis aqui do ABC não vai lá olhar o Focus para saber qual a previsão de crescimento para tomar a decisão.
Então, eu não acredito que haja um movimento articulado de errar para baixo as previsões. Eu acho que está havendo uma dificuldade de entender o que está acontecendo. Isso, sim.
g1 – Isso não gera um pouco de ruído no dólar, por exemplo? O grande investidor, um investidor institucional, não vai frear o ímpeto de trazer dinheiro para dentro do país porque acha que não vai crescer tanto?
Acho que não. Porque o investidor estrangeiro, por exemplo, vai investir na subsidiária da fábrica dele e, para isso, faz uma previsão de vendas. Não vão olhar o Focus.
Já o investimento financeiro é totalmente baseado no diferencial de juros — isto é, qual é o juro que os papéis brasileiros estão pagando versus os papéis americanos. Isso, sim, influencia fortemente o valor do dólar, a entrada de capitais no país.
Além da questão de expectativa. Quando os investidores acham que o governo vai tomar alguma decisão errada, eles ficam preocupados. O investidor de dólar é fundamentalmente financeiro.
Volte para o índice.
‘Acredito que o ministro Haddad está fazendo um bom trabalho’, diz Henrique Meirelles
g1 – Agora, da sua visão como ministro da Fazenda, só se fala em contas públicas. Qual é o seu diagnóstico em relação à situação, e sobre o trabalho do ministro Haddad? Faria algo diferente?
O ministro Haddad está fazendo um bom trabalho. Ele está em um governo que tem uma visão de que o gasto público é o que conduz a economia, o crescimento e a criação de emprego. Ele tem consciência das limitações, dos riscos e dos custos dessa expansão fiscal.
Então, existe um meio-termo. É uma situação em que, de um lado, está o que os analistas e o mercado esperam de política fiscal e, do outro, o que os políticos, particularmente o partido dele, esperam da política fiscal. E ele tem que conviver com esses dois lados da equação.
Ele está fazendo isso com habilidade, e conseguindo manter as contas em relativo controle.
Recentemente, algumas coisas geraram uma preocupação maior, como criar uma despesa passando pela Caixa Econômica, de maneira que não entre no orçamento. Isso é negativo, um sinal negativo. Espero que seja controlado e que tenham sido situações pontuais. No caso, por exemplo, do governo Dilma, isso gerou problemas importantes.
Então, eu acredito que a gestão fiscal, na medida em que continue obedecendo a certos limites, é positiva. O arcabouço fiscal é muito mais flexível, permite um crescimento real das despesas. O teto de gastos era algo que colocava um limite mais direto e mais duro. Do meu ponto de vista, também mais eficaz.
De qualquer forma, é positiva a existência do arcabouço. Poderia ser melhor? Sim. Mas também poderia ser muito pior.
g1 – A próxima pergunta era sobre o que acha da diferença entre o arcabouço fiscal e o teto de gastos. E quais saídas vê para essa questão fiscal, já que o aumento da arrecadação pode não ser suficiente?
O arcabouço é um pouco mais flexível que o teto, pois permite um crescimento real das despesas, acima da inflação. Mas também estabelece um limite para isso, que é positivo.
O teto foi colocado em um momento de crise. Ele não tinha crescimento real, era simplesmente a manutenção dos valores por meio da correção monetária. E tivemos sucesso durante certo período, uma diminuição do percentual do PIB ocupado pelas despesas públicas.
No início da década de 1990, o total de despesas públicas equivalia a cerca de 12% do PIB. Em 2016, estava em 20,5%. Com o teto, chegou a baixar para 19,5%, e depois [subiu] quando o teto começou a ser abandonado.
g1 – Mas o senhor acha bom ou ruim?
É positivo. Ele poderia ser um pouco mais duro, no sentido de não permitir um crescimento real ou um crescimento real menor de maneira a diminuir um pouco as despesas e, portanto, a carga tributária no Brasil.
No momento que você tem despesas elevadas, você tem que pagar isso. Tem que tributar mais, que é o que está se fazendo. E isso tem um custo para a economia.
Volte para o índice.
'A próxima reforma deveria ser a administrativa', diz Henrique Meirelles
g1 – No começo do ano, o senhor chegou a falar que uma reforma administrativa seria necessária. Como seria?
Um modelo interessante é o do estado de São Paulo [Meirelles foi secretário da Fazenda do Estado de São Paulo entre 2019 e 2022]. O governo de São Paulo fez uma reforma administrativa que gerou um saldo orçamentário e de caixa para o governo de São Paulo de R$ 52 bilhões. Como? Fechando empresas que deixavam de ter finalidade, cortando determinados tipos de benefícios do funcionalismo público e tudo isso.
Uma reforma administrativa desse tipo no governo federal poderia gerar, algo muito maior. Se São Paulo foi R$ 52 bilhões, vamos imaginar algo na linha dos R$ 150 bilhões ou R$ 200 bilhões de diminuição de despesas obrigatórias e correntes do governo federal.
Por exemplo, você pega as empresas que foram formadas há muitos anos atrás (...) para fazer alguma obra ou algum projeto que não foi executado. A empresa continua existindo, com funcionários, com prédio, com despesa de luz, água, telefone, automóvel, etc. Então, uma reforma administrativa iria fechar esse tipo de empresa.
Evidentemente que isso tem resistência. Os funcionários que estão nessa empresa não gostam disso e reagem a isso, protestam, etc. Tem que se enfrentar uma resistência importante.
Agora, é a única maneira, de fato, de você estruturalmente diminuir o tamanho do gasto público e não ficar sempre tapando um pedacinho aqui, um pedacinho ali.
Como a reforma da Previdência, que foi muito importante — talvez já esteja chegando até na hora até de fazer outra. Sem ela, nós já estaríamos em uma situação muito pior. A próxima reforma certamente deveria ser a reforma administrativa.
g1 – Não acha que pode ser difícil de aprovar, tendo em vista que o Congresso é mais difícil de manejar atualmente?
Sim, é difícil. Por isso que não sai. (Risos)
g1 – Para fechar, aquele exercício de futurologia: temos números bons de PIB, a inflação está, de certa forma, sob controle. Temos um desemprego nas menores taxas desde 2014. Ao mesmo tempo, seguimos com níveis de investimento baixos e uma taxa de juros que ainda compromete bastante. Como o senhor vê os próximos anos da economia do Brasil? E o que falta para destravar investimentos?
A tendência da economia brasileira é ter esse crescimento entre 2,5% e 3%, que é o que tem acontecido — tem sido até mais para 3% do que para 2,5% mais recentemente —, mas olhando à frente, vai ficar por aí. Não é o crescimento ideal, mas é um crescimento razoável.
Ao mesmo tempo, temos uma perspectiva de uma inflação sob controle e um BC independente, o que ajuda dentro do processo de manutenção de uma economia estável e um crescimento também estável.
Para termos uma mudança desse cenário, nós teremos que avançar. Por exemplo, uma reforma administrativa para gerar recursos que permitissem inclusive uma diminuição da carga tributária. Isso beneficiaria a economia.
As reformas de produtividade também são muito importantes. Não se tem falado sobre isso, mas a reforma tributária também tem um efeito na produtividade. Seria muito importante que fizéssemos uma reforma tributária o mais simplificadora possível. Estudos do Banco Mundial mostram que uma das maiores questões da baixa produtividade do Brasil é exatamente uma tributação muito complexa.
Partindo do pressuposto de que esse assunto não está sendo discutido, o crescimento é esse, de 2,5% a 3%. Vai ser mais de 3% dependendo da circunstância, e eventualmente menos.
A vantagem? Não se prevê uma crise à frente. Crise sempre pode existir, mas não há necessidade de se prever uma crise no Brasil porque as coisas estão relativamente equilibradas. Além de que o Brasil é um país que tem uma democracia estabilizada, tem o Judiciário independente, Congresso independente, a imprensa independente.
Então, tudo isso dá uma estabilidade para o país seguir essa rota, sem grandes oscilações.
Volte para o índice.
Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, concede entrevista ao g1
Fábio Tito/g1
Dezenas de tigres e leões em cativeiro morrem no Vietnã; exames detectam gripe aviária
Suspeita é a de que animais tenham sido infectados ao comerem frango. Autoridades estão rastreando a origem da carne. Em imagem de arquivo, animais infectados com gripe aviária são recolhidos
Tyrone Siu/Reuters
Dezenas de tigres e leões em cativeiro morreram na região sul do Vietnã, informaram o Ministério da Saúde e a mídia estatal nesta quinta-feira (3), segundo a agência Reuters. As mortes de cerca de 50 animais, em dois locais, aconteceram ao longo do mês passado.
Duas amostras retiradas de tigres mortos no Mango Garden Resort, na província de Dong Nai, testaram positivo para a cepa H5N1 da gripe aviária, de acordo com um comunicado do ministério. Vinte tigres morreram no resort desde o início do mês passado.
✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp
A disseminação da influenza aviária altamente patogênica, comumente conhecida como gripe aviária, para mamíferos, incluindo vacas, cães, gatos e até golfinhos em todo o mundo, levantou preocupações sobre a possível transmissão de humano para humano, informou a Reuters.
Na vizinha província de Long An, 27 tigres e três leões morreram de gripe aviária no My Quynh Safari, um parque que abriga diversas espécies de animais selvagens, entre 6 e 18 de setembro.
GRIPE AVIÁRIA: Como humanos pegam? Tire dúvidas
'Explica Aí' mostra riscos da gripe aviária; entenda
Um oficial do Centro de Controle de Doenças da província de Dong Nai explicou que os tigres do Mango Garden Resort foram alimentados com frango antes de morrer.
"É provável que os tigres tenham sido infectados por frango doente, e as autoridades estão rastreando a origem do frango para determinar a causa", citou o comunicado.
Em seu site, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta contra o consumo de carne crua ou mal cozida e ovos de regiões que estão passando por surtos de influenza aviária devido ao alto risco de infecção.
Inscrições para concurso da Dataprev com salários de até R$ 9,1 mil terminam nesta quinta; veja como participar
São 2,1 mil vagas, com oportunidades são para atuar no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Santa Catarina. As provas serão aplicadas em todos os estados no dia 17 de novembro. Dataprev abre concurso público para 236 vagas imediatas e 1.909 oportunidades para cadastro de reserva.
Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
As inscrições para o concurso público da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev) terminam nesta quinta (3), às 16h.
Os interessados podem se candidatar pelo site da Fundação Getulio Vargas (FGV), a banca organizadora do processo seletivo.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Concursos no WhatsApp.
O concurso público que vai preencher 236 vagas imediatas com salários iniciais de até R$ R$ 9.173,62.
O processo seletivo ainda prevê 1.909 vagas para cadastro de reserva. No total, são 2.145 oportunidades, que se dividem entre as seguintes especialidades:
Auxiliar ou técnico de enfermagem (nível médio): salário inicial de R$ 3.893,95 (6h dia/30h semanais);
Técnico de segurança do trabalho (nível médio): salário inicial de R$ 3.893,95 (8h dia/40h semanais);
Analista de processamento (nível superior): salário inicial de R$ 7.103,31 (6h dia/30h semanais);
Analista de tecnologia da informação (nível superior): salário inicial de R$ 9.173,62 (8 h dia/40h semanais);
Médico do trabalho (nível superior): salário inicial de R$ 9.173,62 (8 h dia/40h semanais);
Engenheiro de segurança do trabalho (nível superior): salário inicial de R$ 9.173,62 (8 h dia/40h semanais).
O concurso irá destinar 5% das vagas para pessoas com deficiência (PCD) e 20% para pessoas que se declararem negras (pretas ou pardas).
➡️ VEJA O EDITAL COMPLETO
Além do salário-base e do adicional de atividade, que compõem a remuneração inicial, os aprovados vão receber os seguintes benefícios:
Vale-alimentação/refeição no valor de R$ 1.165,20;
Auxílio pré-escolar ou escolar para filhos de até R$ 1.586,71;
Auxílio tratamento especializado para filhos com deficiência de até R$ 1.230;
Seguro de vida em grupo;
Reembolso de assistência à saúde;
Participação nos lucros e resultados (PLR);
Gratificação variável por resultado, conforme regras da empresa;
Possibilidade de progressão na carreira e plano de previdência complementar (Prevdata).
Os aprovados vão trabalhar em todas as unidades da empresa, localizadas no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Santa Catarina. (veja a distribuição de vagas abaixo)
As provas, por sua vez, serão aplicadas em todos os estados no dia 17 de novembro. A seleção terá as seguintes fases:
Prova objetiva, de caráter eliminatório e classificatório, para todos os cargos;
Procedimento de heteroidentificação e avaliação biopsicossocial para aqueles que concorrerem, respectivamente, à reserva de vagas para candidatos negros e pardos e para candidatos com deficiência.
Os interessados precisam pagar uma taxa de inscrição de R$ 100, para os cargos de nível superior, e de R$ 80, para os cargos de nível médio. Candidatos doadores de medula óssea em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde e inscritos no CadÚnico podem solicitar isenção da taxa.
O prazo de validade do Concurso Dataprev será de dois anos, contados a partir da data de homologação do resultado final, podendo ser prorrogado pelo mesmo período.
LEIA MAIS
Nova regra garante uso do nome social por pessoas trans em concursos públicos federais
'Enem dos concursos' muda regras para o envio de títulos; veja prazos e como fazer
Veja dicas de como estudar para concurso:
Veja dicas de como fazer uma boa redação para concurso
Como estudar legislação para concurso?
Mega-Sena pode pagar R$ 45 milhões nesta quinta-feira
Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O concurso 2.782 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 45 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h desta quinta-feira (3), em São Paulo.
No concurso da última terça (1º), ninguém levou o prêmio máximo.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega-Sena tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Audi Q8: o g1 testou o novo SUV cupê de R$ 800 mil; veja a avaliação
Utilitário esportivo tem acabamento primoroso, motor V6 e muita tecnologia. Mas será que oferece tudo que o consumidor procura em um carro de quase R$ 1 milhão? Audi Q8 2025 chega importado da Alemanha por R$ 774.990
Divulgação | Audi
A Audi apresentou nesta quinta-feira (3) o Q8, seu SUV topo de linha para o mercado brasileiro.
Como se espera do exemplar mais luxuoso da marca alemã, ele chega com visual elegante, acabamento primoroso e dirigibilidade avançada para um bom motor V6, de 340 cv de potência.
Também como se espera, vem com preço inicial salgado, de nada menos que R$ 774.990.
O g1 testou o lançamento da Audi, e traz uma avaliação.
LEIA MAIS
VÍDEO: veja como é a Shineray Storm 200, nova concorrente de Honda Bros e Yamaha Crosser
LISTA: veja quais são as 5 motos mais econômicas do Brasil
Honda ADV ou Shineray Urban: veja o comparativo entre duas scooters para iniciantes nas motos
Proporções fora do padrão
O Audi Q8 tem medidas superlativas, seguindo o estilo dos SUVs topo de gama. São 4,99 m de comprimento, 2,19 m de largura, 1,69 m de altura e 2,99 m de distância entre-eixos.
São 23 cm a mais no comprimento e 34 cm na largura que um Jeep Commander, que leva até sete pessoas. O entre-eixos também é 20 cm maior.
O porta-malas tem 605 litros. São 56 litros a menos que o Commander, mas não há uma terceira fileira de bancos. Um latifúndio, portanto.
As dimensões são mais próximas de outro peso-pesado do mercado de SUVs, o BMW X6. O Q8 é 3 cm mais longo, 19 cm mais largo, e tem entre-eixos 2 cm maior. O bagageiro é 25 litros maior que o X6.
Veja abaixo como se comparam as fichas técnicas.
É possível viajar com bastante espaço também no banco traseiro. Com quase 3 metros de distância entre-eixos, dá para cruzar as pernas sem encostar no assento da frente. E o bagageiro de 605 litros permite que malas grandes e médias sejam encaixadas com facilidade.
Recheado de tecnologia
Mas não é só isso que um carro de R$ 800 mil entrega. Os equipamentos tradicionais, como vidros, travas, espelhos retrovisores, bancos dianteiros e coluna de direção com ajustes elétricos são itens mandatórios. No Q8, os retrovisores também são rebatíveis, aquecíveis, antiofuscantes e com memória.
As rodas de liga-leve são de 23 polegadas, uma vantagem frente ao seu principal concorrente, o BWM X6, que tem rodas de 22 polegadas.
Por dentro, a lista de equipamentos continua com seis airbags (frontais, laterais, de cortina) e tudo que se refere ao ADAS, o sistema avançado de auxílio ao condutor, como:
Assistente de troca de faixa;
lerta de tráfego traseiro;
Alerta de saída de vaga;
Câmera 360º;
Piloto automático adaptativo;
Park Assist.
A despeito dos benefícios do ADAS, que tem diversos recursos de auxílio ao motorista, o assistente de permanência em faixa do Q8 é muito intrusivo e tenta manter o carro na faixa mesmo quando o motorista demonstra claramente que quer trocar de via ao ligar a seta.
O volante faz movimento de retornar o carro para o centro da faixa e é preciso imprimir uma força maior do que a ideal para realizar a manobra. É como se o motorista tivesse que brigar com o sistema. Mas isso só acontece em rodovias bem sinalizadas.
SUV topo de linha da Audi tem 4,99m de comprimento e motor de 340 cv
Um dos trunfos da cabine do Q8 é carregar um sistema de som da grife Bang & Olufsen com tecnologia de som 3D com 17 alto falantes que somam 730 Watts de potência. Com tanta potência, é possível escutar música na mais alta qualidade, como se fosse um cinema.
Para se ter uma ideia, uma TV de 50 polegadas tem caixas de som com 40 Watts de potência. Só uma caixa de som portátil, como a JBL PartyBox 710, chega a 800 Watts.
O Q8 tem painel de instrumentos digital de 12,3 polegadas e nele dá para checar a “visão noturna” do modelo, item também opcional por módicos R$ 24 mil. Essa função nada mais é do que uma espécie de câmera que reproduz o que acontece na dianteira do carro, mostrando pedestres, ciclistas, animais e outros veículos.
Como item de segurança para quem costuma viajar em rodovias sem iluminação pública, essa tecnologia ajuda a evitar acidentes, tornando tudo que há na frente do carro mais visível. Não conseguimos testar em nosso primeiro contato com o carro, pois a condução foi realizada durante o dia.
A versão do carro avaliada pelo g1, todos os equipamentos, chega à bagatela de R$ 848.990. Em opcionais, o preço do Q8 pode aumentar em R$ 74 mil, o que corresponde ao valor de um Fiat Mobi 0 km (R$ 73.990).
De tudo, o que valeria realmente a pena seria o farol Matrix, que carrega tecnologia a laser para aumentar a eficiência de iluminação (e custa R$ 26 mil).
O novo Q8 é um híbrido leve, ou seja, carrega uma bateria de 48V que auxilia na redução do consumo de combustível. Assim, entre 55 e 160 km/h, o Q8 pode rodar com o motor a combustão desligado por até 40 segundos quando o motorista tira o pé do acelerador.
Mas o que realmente arrasta o Q8 é um motor V6 de 3 litros que entrega 340 cv de potência e 51 kgfm de torque. Com um câmbio automatizado Tiptronic de oito marchas, o SUV acelera de 0 a 100 km/h em 5,6 segundos, e atinge a velocidade máxima de 210 km/h.
O rival da BMW é apenas 0,1 segundo mais rápido na prova de 0 a 100 km/h — o que não faz diferença para quem vai utilizar o carro como meio de transporte. O X6 tem 41 cv a mais e 1 kgfm a mais de torque, o que explica a aceleração ligeiramente superior à do Q8.
Em nosso primeiro contato com o SUV de quase cinco metros de comprimento, o que mais chamou a atenção foi a facilidade de pilotagem, uma sensação de estar dirigindo um carro menor.
Isso porque o eixo traseiro também esterça em até 5º para facilitar manobras tanto em alta quanto em baixa velocidade. Quando as rodas traseiras ajudam a dianteira em manobras, é possível reduzir o raio de giro das manobras efetuadas pelo volante e ganha-se em estabilidade em maiores velocidades.
Outro fator que corrobora com a facilidade de guiar o Q8 é o sistema de suspensão pneumática controlada eletronicamente que pode aumentar ou diminuir a altura do carro em até 9 cm. No modo off-road, ela sobe até 5 cm em relação ao nível normal. Já no modo esportivo está ativo, para diminuir o arrasto com o vento, o carro fica 4 cm mais baixo.
Interior primoroso
O acabamento é daqueles em que se demora a encontrar algum defeito, com sofisticação e esportividade. O couro está presente nos bancos, no volante, manopla de câmbio, na forração de portas e painel.
Os bancos são um capítulo à parte, com couro de ótima qualidade, denominado pela Audi como Valcona. O assento tem encosto de cabeça integrado que proporciona toda a esportividade que o SUV merece. Em formato parecido com os concha de carros esportivos, com abas laterais proeminentes, os bancos da dianteira garantem horas tranquilas de viagem sem nenhum desconforto.
Mas há pontos de melhoria no interior. O acabamento em black piano no painel, em certas ocasiões, ofusca a visão do motorista durante a rodagem. Até na foto de divulgação da marca, é possível ver o reflexo da luz que incide sobre ele.
Audi Q8 tem acabamento de ótima qualidade, mas o excesso de black piano reflete luzes de fora
Divulgação | Audi
Já a tela de 8,6 polegadas de controle do ar-condicionado é pouco responsiva. É necessário afundar o dedo contra o touch para que o sistema obedeça aos comandos, o que não acontece na central multimídia de 10,1 polegadas, também sensível ao toque.
Comparado ao principal concorrente, o SUV cupê da BMW tem acabamento mais requintado, com telas maiores, denominadas de Curved Display. O painel de instrumento de 12,3 polegadas se une à central multimídia de 14,9 polegadas, formando um única peça que eleva o nível de tecnologia do carro.
O X6 ainda oferece ao consumidor a possibilidade de utilizar o assistente pessoal inteligente, que é capaz de executar inúmeras funções no veículo ou explicar o funcionamento de equipamentos. O Q8 também tem comando de voz, mas o X6 pode se conectar com a Amazon Alexa e casas inteligentes.
O seletor dos modos de condução poderia ser mais intuitivo. Ao todo, são cinco: automático, eco, comfort, individual e esportivo. O seletor fica “escondido” abaixo da tela do comando de ar-condicionado. Fora isso, é preciso dois passos para selecionar o modo desejado.
Fazer esse duplo movimento na estrada faz o motorista tirar os olhos da pista por mais tempo do que deveria. Por fim, o tamanho do volante é grande para um carro que tem pretensões esportivas. A peça deveria ter um raio menor para facilitar manobras em alta velocidade.
Por outro lado, há espaço suficiente para três passageiros no banco de trás e o ar-condicionado tem quatro zonas. Ou seja, quase todos os usuários do Q8 podem escolher uma temperatura para si.
Os passageiros de trás contam com uma saída central de ar, e outra localizada na coluna B. Desta forma, a eficiência na refrigeração da cabine está garantida. Há ainda duas entradas USB do tipo C para carregar o celular e uma tomada tradicional de 12V.
Um show de luzes
A eficiência da iluminação frontal do Q8 é uma das melhores do mercado. O conjunto óptico frontal tem 24 LEDs e um diodo de laser compõem o sistema de farol e farol alto.
Segundo a Audi, o laser (que proporciona uma iluminação mais eficiente a longas distâncias) é ativado a partir de 70 km/h e aumenta significativamente o alcance do farol alto.
Denominado HD Matrix LED, esse tipo de tecnologia ajuda a manter os faróis altos acesos sem ofuscar a visão do carro à frente nem o que vem no sentido oposto.
Assim como no filme Matrix, no qual o ator Keanu Reeves desvia de balas, a lógica desse tipo de iluminação é a mesma. Por ser a laser, o facho de luz “recorta” de forma precisa o carro que vem no sentido contrário.
Confira o funcionamento desta tecnologia no vídeo abaixo:
Como funciona o farol Matrix do novo Audi Q8
Além disso, a tecnologia de iluminação dianteira e traseira permitem que, através dos LEDs que acendem de forma independente, o proprietário de um Q8 consiga formar o desenho das luzes diurnas e da lanterna conforme o seu gosto pessoal. Ao todo, são quatro opções de assinatura digital tanto na frente quanto atrás.
Afinal o Q8 vale R$ 800 mil? Depende de quais equipamentos fazem mais sentido no seu dia a dia. Se preferir um carro com tração integral, suspensão pneumática ativa e ótima tecnologia de iluminação, ele é o carro ideal.
Mas se preferir conexão com inteligência artificial, motor mais potente e requinte aprimorado, talvez a opção da BMW seja uma melhor escolha.
Lanterna do Q8 tem LEDs que permitem quatro desenhos diferentes
Divulgação | Audi
Confira os principais itens da lista de equipamento do Q8:
Chave de presença;
Luzes customizáveis na cabine com 30 opções de cores;
Tampa do porta-malas com acionamento elétrico;
Teto-solar;
Ar-condicionado de 4 zonas;
Regulagem elétrica do volante;
Aletas para trocas de marchas atrás do volante;
Federação de bancos se reúne com Haddad e defende suspender uso do Pix para apostas online
Nos últimos dias, levantamentos do Banco Central e do Senado mostraram que algumas pessoas têm gastado mais dinheiro do que têm com apostas, o que suscitou uma discussão no governo sobre formas de limitar essas despesas. Representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) se reuniram nesta quarta-feira (2) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e defenderam suspender temporariamente o uso do Pix para pagamento de apostas online. No fim do ano passado, o Congresso aprovou e o governo sancionou uma lei que regulamenta as apostas online no Brasil. A regulamentação traz uma série de regras para que essas empresas possam operar no país e estipula pagamento de impostos. Nos últimos dias, levantamentos do Banco Central e do Senado mostraram que algumas pessoas têm gastado mais dinheiro do que têm com apostas, o que suscitou uma discussão no governo sobre formas de limitar essas despesas. A conversa da Febraban com Haddad tratou desse tema. "Nós temos defendido que os meios instantâneos de pagamento, há exemplo do PIX, mas não são só esses, os meios instantâneos de transferências possam temporariamente ficar suspensos para o pagamento de apostas", afirmou Isaac Sidney, presidente da entidade. "Também estamos cogitando propor ao governo a criação de uma força-tarefa multigovernamental, multissetorial, para aprofundar os impactos da atividade de bets no Brasil", completou.
+Milionária, concurso 186: prêmio acumula e vai a R$ 14 milhões
Duas apostas que acertaram cinco dezenas e dois trevos vão levar R$ 90.688,64 cada. +Milionária
Rafael Leal /g1
O sorteio do concurso 186 da +Milionária foi realizado na noite desta quarta-feira (2), em São Paulo, e nenhuma aposta acertou a combinação de seis dezenas e dois trevos. Com isso, o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 14 milhões.
De acordo com a Caixa Econômica Federal, 2 apostas que acertaram cinco dezenas e dois trevos vão levar R$ 90.688,64 cada.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
Veja os números sorteados:
Dezenas: 03 - 15 - 16 - 21 - 25 - 47
Trevos: 1 - 3
Os outros ganhadores foram:
5 acertos + 1 ou nenhum trevo - 16 apostas ganhadoras: R$ 5.038,26
4 acertos + 2 trevos - 60 apostas ganhadoras: R$ 1.439,50
4 acertos + 1 ou nenhum trevo - 677 apostas ganhadoras: R$ 127,57
3 acertos + 2 trevos - 905 apostas ganhadoras: R$ 50,00
3 acertos + 1 trevo - 7734 apostas ganhadoras: R$ 24,00
2 acertos + 2 trevos - 7023 apostas ganhadoras: R$ 12,00
2 acertos + 1 trevo - 60838 apostas ganhadoras: R$ 6,00
O próximo sorteio da +Milionária será no sábado (5).
+Milionária, concurso 186
Reprodução/Caixa
+Milionária: veja como jogar na loteria da Caixa
aA
Sobre a +Milionária
As chances de vencer na loteria são ainda menores do que na Mega-Sena tradicional: para levar o prêmio máximo, é preciso acertar seis dezenas e dois “trevos”. (veja no vídeo mais abaixo)
O valor de uma aposta simples é de R$ 6. Com ela, o apostador pode escolher 6 números de 50 disponíveis e mais 2 trevos, dentre os seis disponíveis.
Para apostas múltiplas, é possível escolher de seis a 12 números e de dois a seis trevos, com preços que chegam a R$ 83,1 mil.
A +Milionária teve seu primeiro sorteio em maio de 2022. Na época, a Caixa informou que ela foi a primeira modalidade "a oferecer prêmio mínimo de dois dígitos de milhões". Cada concurso distribui o valor mínimo de R$ 10 milhões. Saiba mais aqui.
Além disso, a +Milionária se destaca por ter dez faixas de premiação. São elas:
6 acertos + 2 trevos
6 acertos + 1 ou nenhum trevo
5 acertos + 2 trevos
5 acertos + 1 ou nenhum trevo
4 acertos + 2 trevos
4 acertos + 1 ou nenhum trevo
3 acertos + 2 trevos
3 acertos + 1 trevo
2 acertos + 2 trevos
2 acertos + 1 trevo
Citroën Basalt chega a partir de R$ 89.990, como SUV cupê mais barato do Brasil; veja detalhes e versões
Modelo tem a tarefa de fazer a marca ganhar tração nas vendas do Brasil, e vai brigar com Volkswagen Nivus e Fiat Fastback. Citroën Basalt
divulgação/Citroën
A Citroën lança nesta quarta-feira (2) o SUV cupê Basalt, novidade da linha mais econômica da marca francesa e terceiro derivado do projeto que deu origem ao atual C3.
Com preço a partir de R$ 89.990, chega ao mercado como o mais barato da categoria. O preço agressivo serve para incomodar Fiat Fastback e Volkswagen Nivus, que têm preço inicial de R$ 119.990.
Os três fazem a linha cupê, em que o teto inclinado na parte traseira serve para dar um ar mais invocado sem perder o espaço de porta-malas, que fica próximo aos sedãs.
O Basalt é mais uma aposta da marca francesa para aquecer as vendas da Citroën no país. Em 2024, a montadora ocupa a singela 12ª posição no ranking de emplacamentos, representando 1,74% de todo mercado nacional, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
A Citroën não divulga projeções de vendas para o Basalt, mas ele chega para concorrer com dois campeões de vendas. O Volkswagen Nivus conta com 35.893 emplacamentos em oito meses, um 11º lugar no ranking geral de vendas da Fenabrave. O Fiat Fastback tem 31.792 unidades, um 14º lugar.
“Estou bastante seguro, otimista e certo de que o Basalt vem para agregar bastante para o market share da marca no mercado brasileiro. Nosso cliente pode vir de hatches mais simples, sedãs e até outros SUVs”, diz Felipe Daemon, vice-presidente da Citroën para a América do Sul.
LEIA MAIS
Bateria do carro no limite? Veja 5 sinais de que é hora de trocar
BYD convoca recall de 97 mil carros na China por risco de incêndio
Carros eletrificados serão 65% das vendas de zero km a partir de 2035, diz Anfavea
Carro usado: saiba 6 pontos muito importantes para verificar antes da compra
Citroën Basalt por fora
Basalt tem público-alvo diverso
Ao g1, a Citroën diz que o cliente potencial do Basalt tem dois caminhos principais: quem procura seu primeiro SUV ou quem quer trocar dentro do piso da categoria.
Além de Nivus e Fastback, os interessados em um Nissan Kicks ou no recém-lançado Renault Kardian são potenciais clientes. Pelo preço agressivo, a Citroën quer beliscar também quem pensava em comprar um hatch compacto nas versões mais completas.
“Entendo que atributos do carro podem atender os mais diversos perfis de cliente, mas mantendo acessibilidade para diferentes territórios e necessidades”, diz Daemon, da Citroën.
“O novo carro tem um posicionamento bastante distinto, trazendo itens e visuais de carros mais caros para um patamar mais acessível e que não se encontra hoje no mercado”, prossegue.
Basalt nasceu de investimento de R$ 10 bi no estado do RJ
O Basalt, fabricado no Brasil na planta da Citroën de Porto Real (RJ), nasceu em um projeto global com foco no mercado indiano. Ele esteve presente em um grande aporte financeiro que a marca fez entre 2011 e 2024, somando R$ 10 bilhões de investimentos na unidade carioca.
O Basalt tem duas opções de motor, ambas flex. A primeira é o tradicional motor 1.0 Firefly aspirado, com 75 cv de potência e torque marcado em 10,5 kgfm. O câmbio manual é de cinco marchas.
Esse é o conjunto da versão de entrada Feel, modelo mais barato.
Motor T200 1.0 turbo
divulgação/Citroën
A segunda opção é o motor T200, 1.0 turbo, da Stellantis. A potência chega a 130 cv e o torque vai a 20,4 kgfm. A transmissão é automática do tipo CVT, que simula sete marchas.
O bloco turbo equipa as duas outras versões, Feel Turbo e Shine Turbo. O T200 também equipa modelos como C3 You, o Peugeot 208 e o Fiat Fastback.
Mesmo com praticamente o dobro da potência, o motor T200 1.0 turbo consome apenas entre 6% e 10% a mais que a versão aspirada.
Segundo dados do Inmetro, o motor 1.0 Firefly aspirado consome:
Cidade: 13,0 km/l (gasolina) / 9,3 km/l (etanol);
Estrada: 14,6 km/l (gasolina) / 10,2 km/l (etanol).
Já o T200 1.0 turbo tem os seguintes números:
Cidade: 11,9 km/l (gasolina) / 8,3 km/l (etanol);
Estrada: 13,7 km/l (gasolina) / 9,6 km/l (etanol).
Interior do Citroën Basalt
Design mais invocado
Por fora, o Basalt lembra o Fiat Fastback, com quinas e ângulos retos na carroceria. Mas a aposta é no espaço interno, em que o Basalt leva vantagem sobre os principais concorrentes.
O entre-eixos tem 2,64 metros. São 8 cm a mais que o modelo da Volkswagen e 11 cm maior que Fastback. É praticamente o entre-eixos de um Toyota Corolla. O sedã japonês tem apenas 6 cm a mais.
Assim, o espaço é generoso para todos os ocupantes da segunda fileira. O porta-malas também tira proveito das medidas, com 490 litros. É o suficiente para duas malas grandes, encaixando bem até um carrinho de bebê.
Dos concorrentes diretos neste segmento de SUV cupê, o Fastback nada de braçadas: são 600 litros. O Nivus tem 415 litros.
Lista de equipamentos
Por dentro, todas as versões do Citroën Basalt contam com:
Painel de instrumentos digital de sete polegadas;
Central multimídia de 10 polegadas (com Apple CarPlay e Android Auto sem fio);
Câmera de ré;
Quatro airbags;
Três portas USB, sendo duas para os passageiros da segunda fileira;
Luzes de condução diurna (DRL);
Ar-condicionado.
A versão Feel Turbo 200 troca ganha o motor 1.0 turbo e o câmbio automático CVT.
Já a topo de linha, chamada de Shine Turbo 200, inclui todos os itens anteriores e adiciona:
Ar-condicionado automático digital;
Sensor de estacionamento traseiro;
Rodas de liga-leve de 16 polegadas;
Faróis de neblina;
Piloto automático e limitador de velocidade;
Bancos e volante com revestimento colorido;
Encostos de cabeça traseiros laterais com abas de apoio.
Por tempo limitado, uma edição extra chamada de First Edition adota todos os itens do modelo topo de linha, trocando a roda para uma versão escurecida, além de tapetes, pedaleiras, soleiras e logotipos exclusivos. São itens apenas visuais, que incluem até teto em cor diferente.
Os preços do Citroën Basalt seguem abaixo:
Citroën Basalt Feel: R$ 89.990;
Citroën Basalt Feel Turbo 200: R$ 96.990;
Citroën Basalt Shine Turbo 200: R$ 104.990;
Citroën Basalt First Edition Turbo 200: R$ 107.390.
Como trocar o filtro de ar?
Argentina: Milei decreta Aerolíneas como 'sujeita a privatização' e intensifica conflito com sindicatos
Apesar da publicação no Diário Oficial desta quarta-feira (2), medida precisa ser discutida no Congresso Nacional. Na prática, esse foi o primeiro passo para uma possível desestatização da companhia aérea. Boeing 737-887, da companhia Aerolíneas Argentinas, decola no aeroporto Jorge Newbery, em Buenos Aires, na Argentina.
Reuters
O presidente da Argentina, Javier Milei, intensificou os conflitos com os sindicatos aeronáuticos ao publicar, nesta quarta-feira (2), um decreto que classifica a Aerolíneas Argentinas como "sujeita à privatização". Esse é o primeiro passo para a desestatização da companhia aérea.
A medida, que já havia sido adiantada pelo porta-voz presidencial, Manuel Adorni, foi publicada no Diário Oficial do país. Apesar do decreto, o tema ainda precisa ser discutido pelo Congresso Nacional, já que a legislação exige autorização do Legislativo.
O governo já estava em conflito com os trabalhadores da Aerolíneas. Em setembro, eles entraram em greve, pedindo por aumentos salariais como forma de compensar a deterioração de renda na Argentina, que tem uma inflação anual em 236,7%. A greve afetou os serviços da companhia.
LEIA TAMBÉM
Argentina: pobreza dispara e atinge 15,7 milhões de pessoas; situação afeta 52,9% da população
Agência Moody's eleva nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva
Bets: Haddad diz que Fazenda terá sistema para impedir apostas com cartão de crédito e irá monitorar CPFs
No decreto, a gestão Milei destaca que a Aerolíneas foi reestatizada há 16 anos e que, "apesar das boas intenções" com a medida, "os objetivos propostos não foram alcançados".
"A privatização da empresa e o seu funcionamento em condições de mercado permitirão uma melhor prestação de serviços, o cuidado dos cofres públicos e, principalmente, que os argentinos deixem de financiar o déficit de uma empresa ineficiente", diz o texto.
Segundo o decreto, a companhia teve perdas acentuadas depois de ser reestatizada, obrigando aportes do Tesouro Nacional "para garantir a continuidade operacional".
Ao justificar a ineficiência operacional, a gestão de Milei também afirma que a Aerolíneas Argentinas têm um quadro de 1.107 pilotos para 81 aeronaves ativas, o que representa uma proporção de aproximadamente 14 pilotos para cada aeronave operacional.
"Um número desproporcional em relação aos padrões globais da indústria", alega o governo.
A iniciativa pela privatização da empresa é mais uma medida de Milei em direção à diminuição da participação do Estado na economia. O presidente foi eleito sob uma agenda ultraliberal, com foco em privatizações e enxugamento da máquina pública.
Essa é a segunda tentativa de desestatização da Aerolíneas. Neste ano, Milei havia incluído a companhia em uma lista de estatais a serem privatizadas na chamada Lei de Bases. O Congresso, no entanto, recusou a inclusão da aérea.
Argentina: pobreza 15,7 milhões de pessoas; situação afeta 52,9% da população
Greve e embate nos últimos meses
Em 19 de setembro, o governo argentino já havia afirmado aos sindicatos aeroviários que, caso a greve persistisse, a operação da Aerolíneas seria entregue a empresas privadas.
"Em virtude das persistentes greves convocadas pelo sindicato (...), o governo nacional iniciou diálogos com várias empresas privadas latino-americanas para finalmente assumir a operação da Aerolíneas Argentinas, caso as extorsões que os argentinos estão recebendo com esse tipo de medidas continuem", disse, na ocasião, Manuel Adorni, porta-voz da Presidência.
Em agosto, os sindicatos já haviam rejeitado, como "provocativa", uma oferta de reajuste de 3% proposta pelo governo.
Nesse sentido, Adorni também questionou o direito de greve. O porta-voz de Milei fez comparações a empresas privadas ao dizer que, "se você entra em greve e complica as operações, você é demitido".
Uma das paralisações da companhia, em 13 de setembro, durou 24 horas e afetou 319 voos e mais de 30 mil passageiros domésticos e internacionais. A interrupção dos serviços custou entre US$ 2,5 milhões e US$ 3 milhões, de acordo com a empresa.
Em meio ao processo de privatização, os sindicatos acusaram o governo de "buscar o fechamento da Aerolíneas Argentinas".
"Isso seria um locaute patronal [boicote ou falta de condições de trabalho], buscando interromper a operação da empresa e depois culpar os sindicatos e seus trabalhadores", argumentaram.
* Com agências internacionais
Guerra no Oriente Médio: entenda o papel e o tamanho do Irã na produção de petróleo no mundo
Ataques do Irã a Israel trouxeram impacto imediato nos preços da commodity no mercado internacional, que podem contaminar também os preços dos combustíveis dentro e fora do Brasil. Uma tocha de gás em uma plataforma de produção de petróleo nos campos de petróleo de Soroush é vista ao lado de uma bandeira iraniana no Golfo Pérsico, no Irã
Raheb Homavandi/File Photo/Reuters
O novo capítulo da guerra no Oriente Médio, com o Irã atacando Israel, fez com que uma preocupação para além da tragédia humanitária também tomasse conta do mundo: a produção e o preço do petróleo.
O petróleo subiu 3,85% após o Irã disparar centenas de mísseis contra o território israelense na terça-feira (1°). O preço continua avançando nesta quarta-feira (2), conforme seguem as ameaças de retaliação que chegam de Israel e dos Estados Unidos, seu maior aliado.
O Oriente Médio é uma das regiões mais importantes para a produção da commodity no mundo. Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás, o Irã era o sétimo maior produtor de petróleo no mundo em 2023, com uma produção de 3,9 milhões de barris por dia.
Com esse número, o país respondeu por quase 5% de toda a produção mundial, que foi de 82,8 milhões de barris por dia. (veja abaixo o comparativo)
LEIA MAIS
Guerra no Oriente Médio: como a escalada do conflito pode prejudicar a economia do Brasil
Preço do petróleo dispara com ataque de Irã a Israel
Irã lança mísseis contra Israel, que promete vingança
Embora sozinho pareça não ter tanta relevância na produção mundial, o Irã tem um papel-chave como membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+). Esse é o cartel de petróleo mais importante do mundo, e é quem determina na prática os rumos do preço da commodity.
Entre os países membros e aliados da Opep+ estão Arábia Saudita, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Venezuela e Rússia, por exemplo.
Como membro da Opep+, o Irã pode influenciar e receber o apoio dos demais países do grupo caso a guerra escale ainda mais, explica Celso Grisi, professor especialista em macroeconomia da FIA Business School.
O cartel pode escolher reduzir sua produção diária de barris de petróleo para diminuir a oferta da commodity no mundo. Se a opção for pela redução, os preços do barril de petróleo no mercado internacional podem subir ainda mais.
O Irã também tem como trunfo uma das maiores reservas de petróleo do mundo, responsável por 10% de toda a disponibilidade global conhecida até aqui.
"O Irã tem um papel extremamente importante na produção de petróleo de todo o mundo e isso deriva naturalmente de uma reserva de petróleo muito grande com localização geográfica bastante estratégica", diz Grisi.
Cristian Pelizza, economista-chefe da Nippur, explica que o poder de barganha dos países do Oriente Médio vem do excedente de petróleo que produzem. Como são economias pequenas em relação aos gigantes como EUA e China, podem reduzir a produção sem medo de desabastecimento.
Economias desenvolvidas consomem muito petróleo, mesmo que também sejam grandes produtores. Assim, ainda dependem de importação para completar a demanda, em especial por combustíveis.
Outro ponto sensível é se forem aplicadas novas sanções econômicas aos países da região, como já aconteceu outras vezes. Os especialistas ouvidos pelo g1 concordam que isso poderia ser um fator de piora expressiva do preço do petróleo, por problemas de distribuição.
Tensão no Irã e economia brasileira
Estreito de Ormuz
Um aspecto final que faz do Irã uma região estratégica para o mercado de petróleo é sua localização. O Estreito de Ormuz, uma passagem que liga o Golfo Pérsico ao Oceano Índico, é uma das principais rotas do petróleo do Oriente Médio para o resto do mundo.
Pelo Estreito de Ormuz passam cerca de 20 a 30 milhões de barris de petróleo todos os dias, comenta Roberto Ardenghy, presidente do IBP.
Em outras oportunidades, como nas tensões entre Israel e Irã ocorridas em abril, o país árabe ameaçou fechar o estreito, impedindo a circulação da commodity. As ameaças nunca se concretizaram, principalmente porque colocariam o Irã em uma posição vulnerável também com os países aliados da Opep+.
O que o Irã pode fazer — e já fez — é interceptar embarcações específicas de países inimigos. De todo modo, Ardenghy destaca que essa é "uma região crítica para o escoamento do produto e qualquer tipo de problema no acesso a ao estreito pode causar problema de abastecimento global".
TCU decide acompanhar eventuais custos das bets na saúde pública e impacto no orçamento das famílias
Serão fiscalizados 'os custos envolvidos na saúde pública, o impacto no poder de compra das famílias e as ações propostas pelo governo federal para prevenir, por exemplo, lavagem de dinheiro'. O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou nesta quarta-feira (2) o acompanhamento do mercado de apostas esportivas pela área técnica. Serão fiscalizados "os custos envolvidos na saúde pública, o impacto no poder de compra das famílias e as ações propostas pelo governo federal para prevenir, por exemplo, lavagem de dinheiro, roubo de dados dos apostadores e o envolvimento dos menores de idade", disse o presidente do TCU, Bruno Dantas. Na comunicação em que propõe o acompanhamento, Dantas afirma que o mercado de apostas pode repercutir no orçamento federal para a saúde. "Com a inclusão de ações voltadas à população com vício nas bets, haverá possibilidade de um aumento significativo nos atendimentos em saúde mental realizados na Atenção Primária à Saúde e nos Centros de Atenção Psicossocial", disse. Dantas também cita dados do Banco Central que apontam que, somente em agosto, 5 milhões de integrantes de famílias beneficiárias do Bolsa Família apostaram R$ 3 bilhões em bets por meio do PIX. A deliberação do TCU vem em um momento em que o governo se debruça sobre os impactos do mercado de apostas e cassinos online sobre a saúde pública e o endividamento das famílias. Como mostrou o g1, o Instituto DataSenado aponta que 42% dos brasileiros que dizem ter gastado alguma quantia em apostas esportivas ao longo de um mês estavam endividados. Segundo o levantamento, cerca de 20,3 milhões de pessoas com mais de 16 anos afirmam ter apostado em bets. Esse número equivale a 13% da população brasileira com essa faixa etária. Haddad diz que 600 bets irregulares sairão do ar nos próximos dias Regulamentação No fim do ano passado, o Congresso aprovou e o governo sancionou uma lei que regulamenta as apostas online no Brasil. A regulamentação traz uma série de regras para que essas empresas possam operar no país e estipula pagamento de impostos — o que hoje não acontece. Desde 2018, as apostas de quotas fixas, as bets, são autorizadas no Brasil. Mas a maioria desses sites de apostas hoje está hospedada em outros países e oferece seus serviços aos brasileiros pela internet. “Nós vamos ter total controle de quem são os apostadores, quais são os meios de pagamento que esses apostadores estão se utilizando. Nós vamos ter regras muito claras de combate à lavagem de dinheiro", afirmou Régis Dudena, secretário de prêmios e apostas do Ministério da Fazenda em entrevista ao Fantástico no início do mês. Com a regulamentação, a partir de janeiro de 2025 elas terão que estar hospedadas no Brasil, o que vai facilitar a fiscalização, de acordo com o governo. "Nós temos regras também de proteção do apostador. Sabemos qual é o volume financeiro que esses apostadores estão gastando nas casas de apostas. Elas vão ser monitoradas e elas vão ser fiscalizadas pelo Ministério da Fazenda”, completou.
Esportes da Sorte e VaideBet ficam fora da lista de bets autorizadas a operar no Brasil até dezembro e pedem retificação
Empresas que patrocinam ou já patrocinaram o Corinthians fizeram a solicitação dentro do prazo estabelecido pelo Ministério da Fazenda. Procurada, a pasta não se manifestou até a publicação desta reportagem. Mercado regular de apostas online no Brasil só começa a valer em janeiro de 2025. Porém, muitas bets já atuam no Brasil, a partir de sites registrados no exterior.
Rodrigo Coca/Ag. Corinthians
A Esportes da Sorte e a VaideBet ficaram de fora da lista de bets autorizadas a continuar a operar no Brasil. As empresas foram divulgadas na noite de terça-feira (1º) pelo Ministério da Fazenda.
🎰 A Esportes da Sorte patrocina diversos clubes de futebol, incluindo Corinthians, Athletico Paranaense, Náutico e Santa Cruz;
🎰A VaideBet foi patrocinadora master do Corinthians por aproximadamente seis meses, entre janeiro e junho de 2024.
Ambas são alvo de uma investigação da Polícia Civil de Pernambuco sobre um suposto esquema de jogo ilegal. A influencer Deolane Bezerra (que chegou a ser presa preventivamente) e o cantor Gusttavo Lima (indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa) também são alvos das apurações. Eles negam irregularidades.
O que é a lista do Ministério da Fazenda?
O mercado regular de apostas online no Brasil só começa a valer em janeiro de 2025. Porém, muitas bets já atuam no Brasil, a partir de sites registrados no exterior.
O Ministério da Fazenda, então, decidiu anunciar 89 empresas que poderão continuar operando até dezembro de 2024. Para estar na lista, as bets tinham de ter pedido autorização até 17 de setembro.
Os sites que não estão na lista divulgada pela Fazenda não podem mais ofertar apostas, em âmbito nacional.
"[Poe ora, os sites] permanecerão no ar, nos próximos dez dias, somente para facilitar o pedido de devolução, pelos apostadores, do dinheiro que está depositado em seus nomes junto a essas empresas. A partir do dia 11 de outubro, esses sites começarão a ser derrubados, com auxílio da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)", informou o Ministério da Fazenda.
A partir do próximo ano, só empresas com sede no país e que tiverem autorização do governo poderão operar. Os sites das legalizadas terão o endereço eletrônico terminado em bet.br e as demais plataformas devem ser bloqueadas.
O que disseram VaideBet e Esportes da Sorte?
A Esporte da Sorte e a VaideBet pediram autorização no prazo – 16 e 19 de agosto, respectivamente, segundo o site do Ministério da Fazenda.
Em notas, as donas das duas marcas disseram que pediram retificação ao Ministério da Fazenda.
"A empresa protocolou o requerimento em 19 de agosto no SIGAP e apresentou a indicação de suas marcas e domínios em 26 de setembro, dentro dos prazos estabelecidos", informou o BPX Bets Sports Group, detentor das marcas VaideBet, ObaBet e BetPix365.
A Esporte da Sorte declarou que "cumpriu com todas as exigências das portarias desde o dia 20/09, e desde a noite de ontem [terça, 1º] já está em contato com a SPA para retificação. Aguardando retorno para hoje". Leia a nota no fim da reportagem.
Procurado, o Ministério da Fazenda não comentou até a publicação desta reportagem.
Ao todo, 27 empresas pediram autorização até 17 de setembro e ficaram fora da lista das 89 autorizadas. Veja abaixo:
Aposta 7 Ltda;
Boa Sorte Premios Ltda;
Zeroumbet Plataforma Digital Ltda;
Bingo Em Casa Ltda;
F12 Do Brasil Jogos Eletronicos Ltda;
Bpx Bets Sports Group Ltda;
Esportes Gaming Brasil Ltda;
Reals Brasil Ltda;
Caixa Loterias S.a;
Gustavo Henrique Vieira Angelotti;
Wudi Pay Correspondente De Instituicao Financeira;
Gsemp Comercio E Servicos;
Stayman Participacoes S.a.;
Vl Intermediacao Em Vendas Online Ltda;
Lbbr Apostas De Quota Fixa Limitada;
Rt 216 Empreendimentos E Participacoes Ltda;
Stake Brazil Ltda;
Sportvip Group International Apostas Ltda;
Sampameo Ltda;
B3t4 International Group Ltda;
Tqj-par Participacoes Societarias S.a.;
Blow Marketplace Ltda;
Rrx Solucoes Tecnologicas Ltda;
Grove Eagle Gestao De Bens Ltda;
Lucky Gaming Ltda;
Hiper Bet Tecnologia;
Eb Intermediacoes E Jogos S/a.
Íntegra da nota da Esportes da Sorte
"Nosso compromisso sempre foi com a transparência e em favor da regulamentação, tanto é que o Grupo Esportes da Sorte cumpriu com todas as exigências das portarias SPA/MF Nº 827/2024 e SPA/MF Nº 1.475/2024 e entregou toda a documentação correspondente dentro dos prazos estabelecidos nas respectivas portarias. Já estamos em contato com a Secretaria de Prêmios e Apostas para solicitar maiores esclarecimentos, uma vez que não existe qualquer impedimento legal para a continuidade da nossa atividade, que sempre ocorreu em conformidade às normas do Governo Federal."
BYD convoca recall de 97 mil carros na China por risco de incêndio
Fabricante afirma que defeito está no sistema de direção elétrica, e que o problema não deve afetar os proprietários no Brasil. BYD Dolphin passa por recall na China
Divulgação | BYD
A fabricante chinesa BYD convocou cerca de 97 mil carros dos modelos Dolphin e Yuan Plus, ambos totalmente elétricos, para um recall do sistema de direção que pode resultar em incêndio. O possível defeito está no auxílio elétrico à direção.
Os casos foram identificados na China, fabricandos entre novembro de 2022 e dezembro de 2023. Em nota ao g1, a montadora garante que a ocorrência não deve afetar modelos importados para o Brasil.
"A BYD esclarece que trata-se de medida relacionada exclusivamente a carros que circulam na China. São produções diferentes dos veículos de exportações, o que torna o tema apenas do mercado interno chinês, sem relação alguma com os modelos em circulação no Brasil", diz a marca.
De acordo com a BYD, o chamamento foi comunicado à Administração Estatal de regulação de Mercado da China no último domingo (29). Aos proprietários, basta levar o carro até uma revenda para realizar os reparos necessários.
LEIA MAIS
LISTA: veja quais são as 5 motos mais econômicas do Brasil
Honda ADV ou Shineray Urban: veja o comparativo entre duas scooters para iniciantes nas motos
VÍDEO: veja como é a Shineray Storm 200, nova concorrente de Honda Bros e Yamaha Crosser
Yuan Plus
Divulgação | BYD
Modelos
Os modelos envolvidos no recall são o Dolphin e Yuan Plus. O hatch compacto é vendido em duas versões no Brasil e o que as difere é o tamanho da bateria, potência e torque.
Confira abaixo.
Dolphin: R$ 159.800
Bateria: 45 kWh;
Potência: 95 cv;
Torque: 18 kgfm;
Autonomia: 291 km.
Dolphin Plus: R$ 184.800
Bateria: 60 kWh;
Potência: 204 cv;
Torque: 31 kgfm;
Autonomia: 350 km.
O SUV Yuan Plus (R$ 235.800) também carrega o conjunto motriz do Dolphin Plus, e tem 204 cv de potência.
Aqui no Brasil, a BYD está entre as dez montadoras mais desejada pelos brasileiros, somando mais de 45 mil veículos emplacados.
O Dolphin é um dos responsáveis por esse bom resultado nas vendas, acumulando 11.076 veículos vendidos de janeiro a julho deste ano, segundo números divulgados pela ABEIFA (Associação Brasileiros das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores).
O Yuan Plus tem média mensal de vendas que chega a 200 veículos, somando 1.482 modelos emplacados no mesmo período.
G1 testou o novo BYD Yuan Pro
Quaest: 'realidades distintas' fazem percepções positiva e negativa da economia subirem ao mesmo tempo
Fatia dos eleitores que viram piora na economia subiu de 36% para 41% e a dos que veem melhora, também, de 28% para 33%. Para o futuro, porém, a expectativa piorou. Supermercado
Jornal Nacional/Reprodução
Pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (2) aponta que houve aumento na avaliação tanto de quem diz que a economia melhorou (de 28% para 33%) nos últimos 12 meses quanto para quem diz que piorou (de 36% para 41%). O comparativo é com o levantamento anterior, feito em julho deste ano.
Para 22% dos entrevistados, a economia ficou igual no último ano. Em julho, 32% tinham essa opinião. A margem de erro do levantamento é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
“Avalio que o país esteja vivendo realidades distintas. Para uma parcela, há percepção de melhora e, para outra, de piora. É como se o governo cuidasse bem dos pobres e mal dos ricos. É uma opção política”, diz Felipe Nunes, diretor da Quaest.
A pesquisa, encomendada pela Genial Investimentos, ouviu 2 mil pessoas com mais de 16 anos nas quatro regiões do país entre os dias 25 e 29 de setembro. O nível de confiança é de 95%.
LEIA TAMBÉM
51% aprovam o trabalho de Lula e 45% reprovam
Quaest: 38% acham governo Lula melhor do que o de Bolsonaro e 33%, pior
Combustíveis
A mesma coisa acontece nos combustíveis: tanto a parcela dos que acham que houve alta quanto a que acha que houve baixa subiram na comparação com julho: a primeira, de 44% para 59%; a segunda, de 11% para 17%.
Alimentos, água e luz
Nos alimentos, o cenário é diferente: houve queda na fatia dos que acham que ficaram mais caros (de 70% para 65%) e alta na fatia dos que acham que ficaram mais baratos (de 12% para 22%).
Em relação às contas de água e luz, houve aumento na parcela dos que acham que ficaram mais baratos (de 8% para 14%), e oscilação dentro da margem de erro (de 61% para 64%) entre os que acham que ficaram mais caros.
Futuro da economia
Já a percepção sobre o futuro da economia piorou: a fatia dos que acham que vai piorar caiu de 52% para 45% e a dos que acham que vai melhorar subiu de 27% para 36%.
A parcela dos que acham que vai ficar igual seguiu em 18%.
Aprovação de Lula e avaliação do governo
A pesquisa aponta que o trabalho do presidente Lula (PT) é aprovado por 51% dos eleitores brasileiros e reprovado por 45%. Outros 4% não sabem ou não responderam.
Aprova: 51% (eram 54%);
Desaprova: 45% (eram 43%);
Não sabe/não respondeu: 4% (eram 3%).
O levantamento da Quaest também perguntou como os entrevistados avaliam o governo Lula de forma geral.
Para 32%, a avaliação do governo é positiva (eram 36%), para 31% é negativa (eram 30%), e para 33% é regular (eram 30%). Não souberam ou não responderam somam 4%.
Positiva: 32% (eram 36%);
Negativa: 31% (eram 30%);
Regular: 33% (eram 30%);
Não sabem/Não responderam: 4% (eram 4%).
Quaest: 51% aprovam trabalho do presidente Lula; 45% desaprovam
Auditoria do INSS aponta R$ 45,5 milhões em descontos indevidos nos benefícios
Depois de milhares de denúncias de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões, relatório aponta que mais da metade dos valores descontados entre janeiro de 2023 e maio de 2024 foram feitos de maneira indevida. Um relatório elaborado pela Auditoria-Geral do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aponta que R$ 45,5 milhões foram descontados de maneira indevida em benefícios do instituto — como pensões, aposentadorias e auxílios — entre janeiro de 2023 e maio de 2024.
Nesse período, mais de 1,1 milhão de beneficiários solicitaram a exclusão de descontos. Na amostra analisada pela auditoria, foi constatado que em 54% dos casos os descontos ocorriam sem autorização dos beneficiários, ou seja, de maneira fraudulenta.
A auditoria sobre os descontos indevidos foi solicitada pelo presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, em maio deste ano, após milhares de beneficiários denunciarem descontos mensais nos benefícios que recebem. Na folha de pagamento, esses descontos não autorizados estavam em nome de entidades conveniadas ao Instituto.
O relatório elaborado pela auditoria foi enviado à Polícia Federal e à Controladoria-Geral da União (CGU).
INSS tem mais de 130 mil reclamações por desconto indevido
Em março deste ano, o INSS tinha 29 associações conveniadas a ele. Elas oferecem serviços como seguros para os aposentados e pensionistas. Caso o beneficiário autorize, torna-se associado de uma dessas entidades e passa a ser descontado mensalmente, direto na folha de pagamento.
No entanto, os beneficiários alegam que nunca solicitaram ou autorizaram esses descontos. Com o crescimento exponencial de associados, o valor dos repasses que essas entidades recebiam do INSS chegou a dobrar, em alguns casos.
De acordo com o relatório produzido pela auditoria, a média dos descontos é de R$ 43,12. A maior parte deles aconteceu por apenas um mês até a solicitação da exclusão. Portanto, a conclusão do relatório é que ao menos R$ 45,5 milhões foram descontados de maneira indevida de beneficiários do INSS no período analisado.
INSS investiga alta de repasses para entidades
Em julho deste ano, depois do início das investigações internas do instituto sobre esses casos, o Diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do INSS, André Fidelis — responsável por firmar os convênios entre o instituto e as entidades —, foi exonerado do cargo.
Além das apurações internas do INSS, o Ministério Público de São Paulo também investiga os descontos indevidos em uma operação realizada em conjunto com a Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
O INSS disse, em nota, que para resguardar aposentados e pensionistas, emitiu uma Instrução Normativa com novas regras para os descontos. O Instituto também afirma que aguarda as conclusões do inquérito e de possível ação para tomar as providências, que podem ser de suspensão e até rescisão dos contratos com as entidades conveniadas.
União Europeia propõe adiar por 1 ano lei que proíbe importação de produtos de áreas desmatadas
Mudança de data ainda precisa ser aprovada pelo Parlamento Europeu e estados-membros do bloco. Nova lei atinge diretamente exportações de carne, soja e café do Brasil. Soja é o produto que o Brasil mais vende pra UE.
Prefeitura de Itapetininga/Divulgação
Após pressões de países exportadores agrícolas, como o Brasil, a Comissão Europeia propôs, nesta quarta-feira (2), adiar em 1 ano a implementação da lei antidesmatamento, que deveria entrar em vigor em 30 de dezembro de 2024.
A proposta precisará da aprovação do Parlamento Europeu e dos estados-membros.
Se aprovada, a lei vai começar a valer no dia 30 de dezembro de 2025 para grandes empresas, e 30 de junho de 2026 para micro e pequenas.
"Como todas as ferramentas de implementação estão tecnicamente prontas, os 12 meses extras podem servir como um período de introdução gradual para garantir uma implementação adequada e eficaz", disse a Comissão, em comunicado.
A legislação prevê que as empresas europeias provem que seus produtos importados não vieram de áreas desmatadas. Do contrário, ficarão sujeitas a multas.
A medida inclui produtos dos quais o Brasil é o maior exportador mundial, como carne, soja e café. Outras mercadorias que fazem parte da legislação são o cacau, produtos florestais (papel, celulose, e madeira), borracha, óleo de palma, couro, móveis e chocolate.
Dos produtos listados acima, os que a UE mais compra do Brasil são soja, café, produtos florestais e carnes.
Brasil pediu adiamento
No último dia 11, os ministros brasileiros da Agricultura, Carlos Fávaro, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira, enviaram uma carta à cúpula da União Europeia pedindo que a legislação não seja aplicada, sob risco de impactar diretamente as exportações do agro para os países da região.
“O Brasil é um dos principais fornecedores para a UE da maioria dos produtos objetos da legislação, que correspondem a mais de 30% de nossas exportações para o bloco comunitário”, dizia o documento.
Para o Brasil, um dos principais problemas da legislação é que ela não conversa com as regras do Código Florestal do Brasil, disse a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em uma entrevista ao g1, em fevereiro deste ano.
Atualmente, o Código Florestal do Brasil prevê que as propriedades rurais reservem uma parte de sua terra para preservação ambiental, enquanto uma outra parte pode ser desmatada para a produção agrícola e pecuária.
No caso da Amazônia, por exemplo, os proprietários podem usar 20% da sua terra para produzir, mas devem deixar 80% para a reserva legal. Já no Cerrado, a Área de Reserva Legal (ARL) é de 35%.
Dificuldades de implementação da lei
A lei foi saudada como um marco na luta contra as mudanças climáticas, mas países e indústrias do Brasil à Malásia dizem que ela é protecionista e pode acabar excluindo milhões de pequenos agricultores pobres do mercado da UE, destacou a Reuters.
Também houve alertas generalizados da indústria de que a lei interromperia as cadeias de suprimentos da União Europeia e aumentaria os preços.
Cerca de 20 dos 27 estados-membros da UE pediram a Bruxelas, em março, para reduzir e possivelmente suspender a lei, dizendo que prejudicaria os próprios agricultores do bloco, que seriam proibidos de exportar produtos cultivados em terras desmatadas.
Neste ano, a UE chegou a flexibilizar algumas regras ambientais para a sua produção agrícola, depois que diversos protestos de agricultores europeus tomaram a região, no início de 2024. Os produtores se manifestaram contra as importações de produtos mais baratos e aumento dos custos agrícolas.
Como vai ser o rastreio
Para provarem que seus produtos não vieram de áreas desmatadas, as empresas europeias terão que elaborar maneiras de mapear a produção de uma mercadorias de ponta a ponta. No caso de uma carne bovina, por exemplo, desde o nascimento do boi até o abate do mesmo.
Críticos da medida dizem que esse processo será extremamente complexo por envolver fornecedores de todo o mundo, milhões de fazendas e diversos intermediários.
Já a UE argumenta que a lei é necessária para acabar com a contribuição do bloco para o desmatamento, a segunda principal causa das mudanças climáticas depois da queima de combustíveis fósseis.
A UE é o segundo maior contribuinte do mundo para o desmatamento por meio de suas importações, de acordo com dados do grupo de campanha ambiental WWF.
PF, prato do futuro: o rastreamento de bois com chip na Amazônia
Por que tem tanto boi na Amazônia?
Ministério da Agricultura apreende 10 mil litros de vinho falsificado no Paraná
Fábrica clandestina funcionava sem autorização do governo e tinha acúmulo de sujeira e presença de odor de fezes próximo à área de envase. Líquido continha corantes, conservantes, aromatizantes e açúcar, substâncias proibidas na produção de vinho. Imagem do vinho falsificado apreendido pelo Ministério da Agricultura.
Divulgação
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apreendeu 800 caixas com mais de 10 mil litros de vinho falsificado em uma fábrica clandestina em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba (PR).
A operação foi realizada na sexta-feira (27) em conjunto com a Polícia Militar (PM) e a Polícia Civil do Paraná.
O vinho falso era vendido em uma garrafa de plástico com o nome de "Vinho Colonial". O g1 busca mais informações junto ao Ministério.
O líquido continha corantes, conservantes, aromatizantes e açúcar, substâncias proibidas na produção de vinho, o que indica que o produto foi falsificado. Além disso, o local onde as bebidas eram fabricadas apresentava condições insalubres, como acúmulo de sujeira e presença de odor de fezes próximo à área de envase.
local onde as bebidas eram fabricadas apresentava condições insalubres, como acúmulo de sujeira e presença de odor de fezes próximo à área de envase.
Divulgação
O local possuía um barracão equipado para a produção, envasamento e armazenamento de bebidas. Mas o proprietário não possuía nota fiscal ou autorização para a fabricação, disse o Ministério.
O órgão coletou amostras das bebidas e do álcool para análise.
Caixas de vinho falsificados.
Divulgação
“O combate às fraudes é essencial para garantir que os alimentos e bebidas que chegam à mesa do consumidor sejam seguros e de qualidade. Nosso objetivo é fortalecer cada vez mais essa cooperação em prol da saúde pública e da integridade do mercado nacional,” afirmou o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, Hugo Caruso.
Ministério da Agricultura apreende 10 mil litros de vinho falsificado
Divulgação
Leia também:
Anvisa proibiu a comercialização de duas marcas de azeite falsas
Testes de fraude e qualidade: entenda como funciona a fiscalização de azeite no Brasil
De onde vem o vinho: Entenda se todo vinho envelhece bem e por quantos anos pode ficar no barril
Dólar recua e fecha em R$ 5,44, após melhora na nota de crédito do Brasil; Ibovespa sobe
A moeda norte-americana caiu 0,36%, cotada a R$ 5,4441. Já o principal índice de ações da bolsa fechou em alta de 0,77%, aos 133.515 pontos.
Pixabay
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em alta nesta quarta-feira (2), após a agência de classificação de risco Moody's elevar a nota de crédito do Brasil, com perspectivas positivas que podem levar o país ao chamado "grau de investimento". O dólar, por sua vez, fechou em queda.
A agência elevou a nota brasileira de Ba2 para Ba1, que ainda é um "grau especulativo", mas com expectativas de que novas melhoras podem vir. O crescimento do PIB e as reformas econômicas contribuíram para a elevação, enquanto o cenário fiscal continua pesando contra.
Moody's: entenda por que a agência decidiu elevar a nota de crédito do Brasil
No exterior, mais um dado de emprego foi divulgado nos Estados Unidos. O Relatório Nacional de Empregos da ADP mostrou a criação de 143 mil novas vagas privadas não-agrícolas no país em setembro, bem acima da projeção de 124 mil e dos 103 mil novos postos registrados em agosto.
Isso mostra um mercado de trabalho ainda aquecido e que pode levar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a reduzir seu ritmo de cortes nas taxas de juros do país, hoje entre 4,75% e 5,00% ao ano.
O Fed cortou seus juros em 0,50 ponto percentual em sua última reunião, em setembro, e há expectativas de novos cortes nos próximos meses. Porém, o mercado ainda tem dúvidas sobre qual será a magnitude dessas novas quedas.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
Dólar
Ao final da sessão, o dólar recuou 0,36%, cotado a R$ 5,4441. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,14% na semana;
queda de 0,05% no mês;
ganho de 12,19% no ano.
No dia anterior, a moeda subiu 0,31%, cotada a R$ 5,4640.
O
Ibovespa
Já o Ibovespa encerrou em alta de 0,77%, aos 133.515 pontos.
Com o resultado, acumulou:
ganhos de 0,59% na semana;
alta de 1,29% no mês; e
queda de 0,50% no ano.
Na véspera, o índice subiu 0,51%, aos 132.495 pontos.
O que está mexendo com os mercados
No cenário interno, o destaque desta quarta ficou com a elevação da nota de crédito do Brasil pela agência classificadora de riscos Moody's.
A agência elevou a nota brasileira de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva, e colocou o Brasil a um passo do grau de investimento, um selo que classifica o país como um bom pagador e com baixo risco de calote.
A nota Ba1 ainda indica um grau especulativo. Ou seja, o país está menos vulnerável aos riscos no curto prazo, mas com incertezas importantes no radar.
No caso do Brasil, a melhora reflete, principalmente, o crescimento mais expressivo do Produto Interno Bruto (PIB) — que avançou 1,4% no segundo trimestre, bem acima das expectativas — e reformas econômicas e fiscais recentes. Em contrapartida, o cenário fiscal ainda acende o alerta da Moody's.
Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, diz que, em um momento em que o mundo toda enfrenta problemas com dívidas altas, o Brasil "não é diferente disso".
"Há, sim, um problema de pressão fiscal na economia brasileira. O governo está gastando muito", diz Gala. "A Moody's reconhece a luta do Ministério da Fazenda para honrar o arcabouço fiscal, mas tem desafios que não são pequenos".
No entanto, reforça a visão de que as perspectivas são positivas para o país, o que pode levar a uma nova elevação da nota mais para frente, e que, entre os pares emergentes, a situação do Brasil gera mais confiança entre os investidores. "O país demanda cuidados, mas não tantos cuidados assim".
Nesse sentido, os últimos dados fiscais do país são de segunda-feira, com o relatório de estatísticas fiscais do Banco Central do Brasil (BC).
As contas do setor público do país tiveram um déficit primário de R$ 21,4 bilhões em agosto. O déficit primário acontece quando as receitas com impostos ficam abaixo das despesas, desconsiderando os juros da dívida pública.
Apesar da leve alta entre julho e setembro, o resultado do mês representa uma melhora em relação ao mesmo período do ano passado, quando o déficit era maior, de R$ 22,8 bilhões.
O Governo Federal foi o único ente da pesquisa que teve um déficit, de R$ 22,3 bilhões. Os estados e municípios tiverem um superávit de R$ 435 milhões, enquanto as empresas estatais apresentaram superávit de R$ 469 milhões.
Já no acumulado do ano até aqui, as contas públicas apresentaram um resultado negativo de R$ 86,2 bilhões, o equivalente a 1,14% do PIB. Para 2024, a meta fiscal, fixada pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), é de um déficit de até R$ 13,31 bilhões.
Isso representa piora em relação ao mesmo período do ano passado, quando foi registrado um déficit primário de R$ 79 bilhões, ou 1,11% do PIB.
Cenário externo
Lá fora, os dados de emprego marcam a semana nos Estados Unidos.
Hoje, os números do relatório ADP foram divulgados e vieram acima das projeções, em linha com o resultado do relatório de ofertas de emprego JOLTS, divulgado na terça-feira (1°), que é uma pesquisa do Departamento do Trabalho americano que monitora e mede o número de empregos, demissões e novas vagas no país.
Segundo o JOLTS, o país gerou 8,04 milhões de vagas em agosto, uma aceleração em relação aos 7,673 milhões registrados em julho e acima das projeções.
O analista de investimentos Vitor Miziara explica que, "como a inflação aparentemente está sob controle (nos Estados Unidos), o segundo ponto de atenção do FED é o mercado de trabalho para decidir sobre os próximos movimentos na taxa de juros".
A inflação oficial anual do país foi de 2,5% em setembro, bem próxima a meta de 2,00% do Fed. No entanto, um mercado de trabalho mais aquecido poderia colocar um freio no ciclo do Fed, já que mais empregos implicam em mais dinheiro na mão da população e maior pressão inflacionária.
Nesse sentido, Jerome Powell , presidente do Fed, reforçou a intenção da instituição em acompanhar de perto esses números e que não está "com pressa para cortar as taxas de juros".
Nesta segunda (30), o Powell disse que o BC vai reduzir os juros em mais 0,50 ponto percentual daqui até o fim do ano — 0,25 em cada uma das reuniões que ainda restam em 2024 —, e somente se os dados econômicos, com destaque para inflação e mercado de trabalho, vierem em linha com o esperado.
"É importante observar, no entanto, que parece haver uma divisão sobre o ritmo adequado para o próximo corte de juros entre os demais membros do Comitê", destaca a XP Investimentos.
Por isso, o mercado segue acompanhando os dados a fim de tentar se antecipar aos próximos movimentos do Fed.
E numa semana marcada por diversas divulgações, o dado mais aguardado só chega na sexta-feira, com o relatório de empregos mais popular dos Estados Unidos, o payroll. A expectativa do mercado financeiro é que a taxa de desemprego tenha se mantido em 4,2% em setembro, com uma geração de 144 mil empregos não-agrícolas.
Além disso, os conflitos no Oriente Médio, que vivem mais um momento de acirramento, com o ataque do Irã a Israel nesta terça, seguem no radar
Depois de quase um ano dos ataques do grupo terrorista Hamas aos israelenses, e de uma guerra que devastou a Palestina, o enfrentamento vinha escalando com a entrada do grupo extremista Hezbollah — que nasceu no Líbano, é financiado pelo Irã e aliado do Hamas.
Há uma semana, Israel vem bombardeando regiões do Líbano. Nesta terça-feira, lançou uma operação terrestre "limitada" contra alvos específicos do Hezbollah. A escalada dos ataques entre os dois lados começou após explosões em série de pagers e walkie-talkies de membros do grupo, que acusam Israel pelo ataque.
Após o ataque do Irã, os preços do barril de petróleo no mercado internacional dispararam 5%. A alta da cotação tende a beneficiar empresas exportadoras da commodity, como a Petrobras, que opera em forte alta nesta terça e ajuda a manter o Ibovespa no azul.
Por outro lado, aumento dos conflitos elevam o clima de incerteza entre os investidores, que tendem a migrar seus investimentos para o dólar. O movimento fortalece a moeda norte-americana frente ao real.
Ameaças de demissão, promessas e mais: saiba o que é assédio eleitoral no trabalho e como denunciar
É considerado crime qualquer ato abusivo que exponha o trabalhador a constrangimentos, humilhações, intimidação, ameaças ou coação por conta da escolha política. MPT recebeu 513 denúncias de assédio eleitoral no ambiente de trabalho até setembro. Prometer benefício ou ameaçar empregados a depender do resultado das eleições é considerado assédio eleitoral no trabalho.
Reprodução/TRE-RN
O primeiro turno das eleições municipais de 2024 está marcado para o próximo domingo (6). Com a chegada da votação, os casos de assédio eleitoral no a trabalho vêm crescendo.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) recebeu, até setembro deste ano, 513 denúncias de assédio eleitoral no ambiente de trabalho.
Além disso, o Tribunal Superior do Trabalho recebeu mais de 249 novos processos envolvendo o assunto “assédio eleitoral” entre janeiro de 2021 a agosto de 2024.
Segundo a Justiça do trabalho, entre maio e outubro de 2024 foram analisados mais de 1 milhão de petições. Desse total, 212 processos foram identificados como relacionados ao assédio eleitoral.
🤔 Mas o que é assédio eleitoral no trabalho? Quais medidas tomar se for vítima? O g1 conversou com especialistas no assunto e responde abaixo:
O que é assédio eleitoral no trabalho?
Assédio eleitoral no trabalho é crime?
Quais são os exemplos de assédio eleitoral no trabalho?
Como provar o assédio eleitoral?
Quais medidas tomar se for vítima?
O que acontece com quem pratica assédio eleitoral?
1. O que é assédio eleitoral no trabalho?
O assédio eleitoral é quando o patrão ou um colega tenta forçar ou constranger o trabalhador a votar em um candidato ou partido político específico, conforme define a Resolução CSJT 355/2023, da Justiça do Trabalho.
É considerado assédio eleitoral qualquer coação, intimidação, ameaça, humilhação ou constrangimento do empregado, no intuito de influenciar ou manipular o voto, o apoio, a orientação ou a manifestação política.
Também é assédio eleitoral quando, no ambiente de trabalho, ocorre distinção, exclusão ou preferência por um funcionário por conta da convicção ou opinião política, inclusive no processo de admissão.
2. Assédio eleitoral no trabalho é crime?
Sim. Conforme os artigos 299 e 301 da Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), a conduta é considerada crime para todos, tanto empregadores quanto colegas de trabalho (veja as penalidades abaixo).
3. Quais são os exemplos de assédio eleitoral no trabalho?
Segundo José de Lima Ramos Pereira, procurador-geral do Trabalho, são exemplos de assédio eleitoral no trabalho:
Reunião com trabalhadores para fazer campanhas políticas;
Obrigar o uso de uniformes de determinada campanha eleitoral;
Ameaça de demissão caso não vote em certo candidato;
Promessas de promoção, aumento de salário ou qualquer outro benefício a depender do resultado das eleições;
Após a votação, exigir do trabalhador comprovação de voto em candidato específico;
Definir escala de trabalho no dia da eleição para beneficiar ou prejudicar os empregados.
“Algo muito comum é a construção da narrativa de que, caso o candidato não vença a eleição, implicará no fechamento da empresa ou redução dos quadros de empregados”, completa Elisa Alonso, advogada especialista em direito trabalhista.
“É importante saber que, no dia da votação, o empregador tem que liberar, facilitar e possibilitar que o funcionário exerça o direto de votar”, explica o procurador-geral do Trabalho.
De acordo com o Código Eleitoral, a lei 4.737/1965, impedir ou embaraçar o exercício do voto é crime eleitoral punido com detenção de até 6 meses e pagamento de multa. O direito está previsto no art. 234, que diz “Ninguém poderá impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio”.
4. Como provar o assédio eleitoral?
O assédio eleitoral pode ser comprovado por meio de:
Troca de mensagens;
E-mails;
Comentários e postagens nas redes sociais;
Documentos;
Imagens;
Áudios;
Ligações telefônicas gravadas;
Vídeos;
Registros de ocorrências em canais internos da empresa ou órgãos públicos.
É possível ainda provar o assédio eleitoral por meio de testemunhas que presenciaram a atuação do assediador ou tiveram conhecimento dos fatos. A advogada Elisa Alonso ainda destaca a importância de registrar a situação.
“O empregado deve gravar as reuniões ou manifestações que possam conter ameaças do empregador. Uma alternativa é salvar as mensagens enviadas, e-mails ou documentos internos indicativos da ameaça ou coação, que são provas tanto para a denúncia, quanto processo”, explica.
5. Quais medidas tomar se for vítima?
Caso identifique que está sendo vítima de assédio eleitoral, o trabalhador pode fazer uma denúncia no Ministério Público do Trabalho, na Justiça Eleitoral ou nas Ouvidorias dos Tribunais Regionais do Trabalho.
Além disso, as vítimas também podem procurar os sindicatos que representam a classe trabalhadora, que também podem auxiliar nas denúncias e adoção das medidas necessárias para coibir a prática do assédio.
As centrais sindicais, por exemplo, disponibilizaram o site centraissindicais.org.br/ae para receber denúncias de assédio eleitoral no trabalho. O portal promete garantir o sigilo da identidade do trabalhador que registrar a queixa.
6. O que acontece com quem pratica assédio eleitoral?
Em caso de confirmação de assédio eleitoral, a pessoa que pratica poderá ser penalizada tanto na esfera trabalhista como na criminal e eleitoral, com:
Multa: o empregador pode ser multado pelas autoridades responsáveis, como o Ministério Público do Trabalho ou a Justiça Eleitoral.
Rescisão indireta: se o chefe estiver pressionando o trabalhador a votar em determinado candidato ou partido, o funcionário pode pedir demissão por meio da rescisão indireta do contrato de trabalho, garantindo mais verbas rescisórias (entenda como funciona).
Indenização: caso o funcionário sofra com o assédio eleitoral, o empregador pode ser obrigado a pagar uma indenização por danos morais.
Sanções penais: o assédio eleitoral é considerado um crime eleitoral. Isso significa que o empregador pode ser penalizado até mesmo com prisão, dependendo da gravidade da situação.
LEIA MAIS
Aposentadoria pelo INSS: conheça as mais de 10 modalidades do benefício e os requisitos de cada uma
Semana de 4 dias: por que empresas topam gastar mais para fazer o sistema funcionar
Saiba mais sobre direitos dos trabalhadores:
Aposentadoria pelo INSS: veja como calcular valor do benefício e tempo de contribuição
Tem dia certo para pedir demissão? Advogados trabalhistas explicam que sim; veja as dicas
FGTS: entenda se vale usar o fundo para quitar dívidas, e saiba riscos e cuidados para o trabalhador
Segundo especialistas, é preciso cautela ao usar os recursos, uma vez que isso pode diminuir o saldo na conta e deixar o trabalhador desprotegido para eventuais emergências no futuro. Entenda como fica o rendimento do FGTS com a nova fórmula de correção, estipulada pelo STF
Jornal Nacional/ Reprodução
Os trabalhadores que tiverem dívidas em aberto podem utilizar parte dos recursos de sua conta no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para honrar seus compromissos. Segundo especialistas, no entanto, é preciso cautela e planejamento financeiro para evitar novos débitos.
Além da possibilidade de usar recursos do fundo para amortizar ou liquidar o pagamento de prestações (entenda mais abaixo), o trabalhador também pode optar por retirar uma parte do saldo disponível em sua conta no FGTS por meio do saque-aniversário.
Entenda nesta reportagem:
Em quais casos o trabalhador pode sacar recursos do FGTS?
Vale a pena usar os recursos do FGTS para quitar dívidas?
Como saber se sacar os recursos para quitar dívidas é a melhor opção?
Há algum risco para o trabalhador?
Quais os cuidados necessários antes de optar por usar o FGTS para quitar dívidas?
Em quais casos o trabalhador pode sacar recursos do FGTS?
Segundo a Caixa Econômica Federal, o FGTS só pode ser sacado nas seguintes ocorrências:
na demissão, feita pelo empregador, sem justa causa;
na rescisão por acordo, estipulado pela lei nº 13.467, trazida pela reforma trabalhista, em 2017;
no término do contrato por prazo determinado;
na extinção total ou parcial da empresa, ou supressão de parte de suas atividades;
nos casos de falecimento do empregador (individual ou doméstico) ou no caso de falência da empresa que deve guardar nexo causal, ou seja, uma correlação entre a data do afastamento e a data da sua decretação pelo juízo competente;
no caso de anulação do contrato de trabalho por infringência do dispositivo constitucional, quando mantido o direito ao salário do trabalhador;
na rescisão do contrato por culpa recíproca ou força maior;
na aposentadoria;
no caso de necessidade pessoal, urgente e grave, decorrente de desastre natural que tenha atingido a área de residência do trabalhador e quando a situação de emergência ou o estado de calamidade pública for reconhecido pelo Governo Federal;
na suspensão do trabalho avulso;
no falecimento do trabalhador;
quando o titular da conta tiver 70 anos ou mais;
quando o trabalhador ou seu dependente for portador do vírus HIV;
quando o trabalhador ou seu dependente estiver acometido de neoplasia maligna — câncer;
quando o trabalhador ou seu dependente estiver em estágio terminal, em razão de doença grave;
quando a conta permanecer sem depósito por três anos ininterruptos;
na amortização, liquidação de saldo devedor e pagamento de parte das prestações adquiridas em sistemas imobiliários de consórcio; e
na aquisição de órtese e/ou prótese não relacionadas ao ato cirúrgico e constantes na Tabela de Órtese, Prótese e Meios Auxiliares de Locomoção – OPM, do Sistema Único de Saúde – SUS, para promoção de acessibilidade e inclusão social.
Além disso, o trabalhador também pode realizar o saque de parte do saldo de sua conta do FGTS anualmente, no mês de seu aniversário. Para isso, ele precisará acessar o fundo por meio do aplicativo ou pelo internet banking, fazer login e selecionar a opção "Saque-Aniversário".
Nessa modalidade, o valor do saque é determinado pela aplicação de uma alíquota, que varia de 5% a 50% sobre a soma de todos os saldos das contas do FGTS do trabalhador, mais uma parcela adicional.
Então, se o trabalhador tiver R$ 1 mil na conta do FGTS, ele pode receber R$ 400 no saque-aniversário (alíquota de 40%), acrescido de uma parcela adicional de R$ 50. Nesse caso, o total que pode ser sacado anualmente é de R$ 450.
As alíquotas e a parcela adicional variam conforme o saldo.
Veja na tabela abaixo:
Quanto posso receber anualmente no Saque-Aniversário do FGTS?
Outra opção é o "Saque-Rescisão", que é uma sistemática em que o trabalhador, quando demitido sem justa causa, consegue sacar integralmente o saldo em sua conta no FGTS, incluindo a multa rescisória, quando devida. Essa é a modalidade padrão em que o trabalhador entra no FGTS.
🚨ATENÇÃO: O trabalhador só consegue escolher uma dessas duas modalidades. Ou seja, se tiver optado pelo saque-aniversário, não conseguirá sacar todo o saldo de sua conta caso seja demitido — podendo retirar apenas a multa rescisória — e vice-versa.
Veja aqui a lista de documentos necessários para conseguir sacar os recursos do FGTS
Vale a pena usar os recursos do FGTS para quitar dívidas?
Segundo especialistas consultados pelo g1, apesar de poder ser uma estratégia interessante, o uso do FGTS para quitar dívidas depende de uma série de fatores para valer a pena. O principal fator, afirmam, diz respeito às taxas de juros que o trabalhador estiver pagando em eventuais dívidas.
"O FGTS é uma reserva financeira que o trabalhador pode acessar em situações específicas. Em momentos de aperto financeiro, quando as dívidas acumulam juros altos, como no caso de cartão de crédito ou cheque especial, pode ser vantajoso utilizar esse recurso para eliminar esses débitos", afirmou a sócia da HCI Invest Wanessa Guimarães.
De acordo com a especialista, quitar esse tipo de débito pode ajudar o trabalhador a evitar que essa dívida continue a crescer, podendo gerar uma "economia significativa" no longo prazo. Para Guimarães, os principais benefícios são:
Eliminação de juros: ao quitar uma dívida com o FGTS, o trabalhador deixa de pagar juros, o que pode gerar uma economia significativa a longo prazo;
Recuperação do crédito: a quitação de dívidas permite que o trabalhador "limpe" seu nome e tenha acesso a novas linhas e financiamentos;
Organização financeira: ao quitar uma dívida, o trabalhador pode conseguir organizar suas finanças com mais facilidade e evitar o acúmulo de novas dívidas.
Os especialistas alertam, no entanto, que essa não é uma operação livre de riscos (entenda mais abaixo) e é preciso de planejamento financeiro para evitar problemas futuros.
Como saber se sacar os recursos para quitar dívidas é a melhor opção?
Além de fazer uma análise detalhada das suas dívidas — colocando na ponta do lápis quais são, os juros que cada uma carrega e o total devido —, o trabalhador também pode precisar fazer um balanço do seu orçamento mensal para entender se sacar seus recursos do FGTS é, realmente, uma boa ideia.
Segundo a responsável pelas áreas de cobrança digital da Recovery, Camila Poltronieri Flaquer, esse balanço deve conter o quanto o trabalhador ganha e o quanto gasta mensalmente. Além disso, ele também precisará avaliar se é possível economizar algum valor por mês para começar a renegociar suas dívidas ou fazer algo para ter uma renda extra.
"Se os juros forem muito altos e ele não vê outra saída, usar o FGTS pode ser uma boa opção para se ver livre de dívidas e recomeçar. No entanto, é essencial ter um plano financeiro para evitar cair em novas dívidas", afirmou a executiva.
Além disso, as especialistas ainda reforçam que o trabalhador precisa também pensar no longo prazo, uma vez que fazer o saque dos recursos pode implicar em um saldo menor na conta do fundo para uma eventual emergência ou planos futuros.
"O FGTS é uma espécie de colchão financeiro, e é importante avaliar se sacar os recursos para quitar dívidas é mesmo a melhor opção. É preciso considerar qual o saldo atual do FGTS, as opções de saques disponíveis e as possíveis necessidades futuras de usar o fundo para outros fins, como a compra de um imóvel", completou Flaquer.
FGTS não pode mais perder para a inflação
Há algum risco para o trabalhador?
Além de possivelmente reduzir o saldo do FGTS, as especialistas alertam que fazer saques também podem deixar o trabalhador desprotegido no futuro.
"Um dos riscos para o trabalhador é utilizar os recursos agora e não ter recursos suficientes para a sua aposentadoria, por exemplo. No caso de optar pelo saque-aniversário, também não poderá resgatar o saldo do FGTS se for mandado embora sem justa causa", alertou a planejadora financeira certificada pela Planejar Leticia Camargo.
Outro ponto é que, caso o trabalhador use o saldo do FGTS para quitar dívidas, mas não consiga reorganizar as finanças, o padrão tende a se repetir.
"Se a dívida for causada por um comportamento financeiro descontrolado, há o risco de que, mesmo após a quitação, o problema persista e novas dívidas sejam acumuladas, sem que o trabalhador tenha mais essa reserva para recorrer", disse Guimarães, da HCI Invest.
Calculadora do g1 mostra quanto você vai ganhar com a distribuição do Lucro do FGTS
Quais os cuidados necessários antes de optar por usar o FGTS para quitar dívidas?
As especialistas consultadas pelo g1 também juntaram uma série de dicas sobre os cuidados necessários ao trabalhador, antes de optar em sacar os recursos do FGTS.
Veja abaixo.
📒Organize o orçamento e faça um balanço de suas finanças. Colocar as contas e os ganhos na ponta do lápis, e listar todas as dívidas inadimplentes ou em aberto pode ajudar o trabalhador a ter um panorama fiel da sua saúde financeira e a identificar possíveis saídas para quitar as dívidas e reorganizar as finanças.
💡Avalie alternativas e tenha um planejamento financeiro. Um passo importante nesse processo é entender que sacar os recursos do FGTS podem deixar o trabalhador desprotegido no futuro ou sem dinheiro para uma eventual emergência ou planos futuros, como a compra de um imóvel, por exemplo.
💸 Identifique os juros de suas dívidas e avalie se esse débito realmente justifica o uso do FGTS. Se após uma avaliação financeira criteriosa o trabalhador chegar à conclusão de que será necessário sacar os recursos do FGTS, a dica é dar preferência aos débitos que têm taxas altas — como os do cartão de crédito ou do cheque especial, por exemplo — para evitar que essa dívida vire uma bola de neve.
🤝Identifique as dívidas e renegocie com seus credores. Parte importante da reorganização financeira também passa por listar todos os débitos — já inadimplentes ou ainda em aberto. Com isso em mãos e com o orçamento organizado, a dica é entender quanto é possível separar por mês para pagar as dívidas e procurar os credores para tentar uma renegociação, visando parcelas mais brandas e que caibam no bolso.
💲Se necessário, busque uma renda extra. Manter as contas em dia é um grande desafio para muitos brasileiros, mas é importante saber recomeçar ou buscar alternativas quando preciso. Faça uma análise da situação financeira geral, identifique a causa do endividamento e planeje medidas para evitar que o problema se repita.
💰Mantenha uma reserva financeira. Outro passo importante na organização do orçamento é manter um colchão financeiro, que pode ajudar o trabalhador a se preparar para eventuais emergências. Segundo especialistas, o ideal é que essa reserva seja a soma de seis meses a um ano de despesas.
💻Pesquise sobre o tema e se informe. Entender como melhorar a saúde financeira é um passo importante para o trabalhador conseguir usar apenas parte dos recursos se necessário e ainda manter dinheiro na conta para o futuro. A internet pode ser uma aliada, com vários aplicativos, planilhas prontas e vídeos online.
+Milionária pode pagar R$ 13 milhões nesta quarta-feira
Apostas podem ser feitas até as 19h em casas lotéricas, pelo site da Caixa Econômica Federal ou pelo aplicativo do banco. Volantes da +Milionária
Rafael Leal /g1
O concurso 186 da +Milionária pode pagar um prêmio de R$ 13 milhões para quem acertar seis dezenas e dois trevos. O sorteio ocorre às 20h desta quarta-feira (2), em São Paulo.
No concurso do último sábado (28), ninguém levou o prêmio máximo.
A aposta mínima para a +Milionária custa R$ 6 e pode ser realizada até as 19h em casas lotéricas, pelo site da Caixa Econômica Federal ou pelo aplicativo do banco.
A +Milionária soma dois sorteios semanais: às quartas e sábados.
+Milionária: veja como jogar na loteria da Caixa
Sobre a +Milionária
As chances de vencer na loteria são ainda menores do que na Mega-Sena tradicional: para levar o prêmio máximo, é preciso acertar seis dezenas e dois “trevos”. (veja no vídeo acima)
O valor de uma aposta simples é de R$ 6. Com ela, o apostador pode escolher 6 números de 50 disponíveis e mais 2 trevos, dentre os seis disponíveis.
Para apostas múltiplas, é possível escolher de seis a 12 números e de dois a seis trevos, com preços que podem chegar a R$ 83,1 mil.
A +Milionária se destaca por oferecer o prêmio principal mínimo de R$ 10 milhões por sorteio e por possuir dez faixas de premiação. Saiba mais aqui.
Moody's: entenda por que a agência decidiu elevar a nota de crédito do Brasil
Agora, o país está a um passo do chamado grau de investimento, um selo de bom pagador concedido pelas agências, que assegura aos investidores um menor risco de calotes. Logo da Moody's na sede da empresa em Nova York
REUTERS/Brendan McDermid
A agência de classificação de risco Moody's elevou nesta terça-feira (1º) a nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva. Agora, o país está a um passo do chamado grau de investimento, um selo de bom pagador concedido pelas agências, que assegura aos investidores um menor risco de calotes.
A nova classificação ainda indica um "grau especulativo" — o que, segundo as agências de risco, aponta que o Brasil está menos vulnerável ao risco no curto prazo, mas segue enfrentando incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas. (entenda mais abaixo)
Segundo a Moody's, a elevação da nota brasileira reflete a melhora significativa no crédito do país, incluindo um crescimento mais robusto do Produto Interno Bruto (PIB) e um histórico crescente de reformas econômicas e fiscais.
A mudança no rating soberano, disse a agência, ocorre apesar de o arcabouço fiscal (a nova regra de gastos do Brasil) ainda ter "credibilidade moderada", como indicado pelo "custo relativamente elevado da dívida".
"Em contrapartida, um crescimento mais robusto e uma política fiscal com adesão consistente ao arcabouço fiscal permitirão que a carga da dívida se estabilize no médio prazo, embora em níveis relativamente altos", disse a agência.
Moody's eleva nota de crédito do Brasil
Confira abaixo, em três pontos, o que disse a Moody's.
Crescimento econômico
Arcabouço fiscal e contas públicas
O que pode levar o país ao grau de investimento
Crescimento econômico
Ao justificar a elevação do rating soberano do Brasil, a agência informou ter revisado sua projeção de crescimento do PIB do país para 2,5%.
Também passou a prever, no médio prazo, um crescimento econômico "muito mais sólido" em comparação com anos anteriores à pandemia, "resultado, em parte, das reformas estruturais implementadas ao longo de sucessivas administrações".
"Nos próximos anos, antecipamos que o crescimento continuará abrangente, com a demanda interna impulsionada por um mercado de trabalho relativamente forte – em comparação com o passado do Brasil – e por salários reais mais altos", afirmou.
Na avaliação da agência, o crescimento do PIB também se mostrou mais forte e resiliente em relação às altas taxas de juros e às severas enchentes que atingiram o Brasil neste ano.
"Além disso, o desempenho fiscal e o orçamento do governo apresentado para o próximo ano permaneceram consistentes com as metas fiscais."
Ainda para a Moody's, a agenda de transição energética do governo é outro fator que pode acrescentar potencial de crescimento no médio a longo prazo. O tema passa, entre outros pontos, pela atração de investimentos privados para projetos de energia limpa.
No documento divulgado nesta terça, a agência também citou os seguintes avanços "em sucessivos governos":
o fortalecimento da independência do Banco Central;
a melhoria na governança das empresas estatais;
a digitalização financeira;
e a reforma trabalhista.
Arcabouço fiscal e contas públicas
De acordo com a agência, a decisão de manter a nota do Brasil com perspectiva positiva reflete a possibilidade de que o crescimento econômico e o cumprimento do arcabouço fiscal ajudem a reduzir a incerteza em torno da trajetória da dívida do Brasil.
Na visão da Moody's, essa combinação aumentaria a credibilidade da política fiscal e "apoiaria o fortalecimento institucional".
"Um custo mais baixo da dívida teria impacto positivo na trajetória da dívida pública do Brasil, especialmente se combinado com um crescimento mais robusto do que o que esperamos atualmente", afirmou.
Ainda em relação às contas públicas, a Moody’s disse esperar uma melhora gradual nos resultados primários do governo, em linha com as metas fiscais para os próximos três anos.
A perspectiva, no entanto, não afasta os receios da agência de que um aumento de gastos estruturais e despesas obrigatórias — como seguridade social, programas de assistência social, saúde e educação — coloque em risco o alcance das metas fiscais.
"Essas limitações afetam a credibilidade da política fiscal e complicam os esforços em curso para cumprir as metas fiscais, o que compromete a eficácia das políticas e contribui para prêmios de risco relativamente altos", alertou.
Sobre o tema, o Ministério da Fazenda afirmou, em comunicado publicado após a decisão da agência, que mantém seu compromisso "com a melhoria contínua dos resultados fiscais, empreendendo esforços para aumentar a arrecadação e conter gastos".
"Além de estabilizar a relação dívida/PIB, um balanço fiscal mais robusto contribuirá para a redução das taxas de juros e a melhoria das condições de crédito, criando um ambiente favorável à expansão dos investimentos públicos e privados", afirmou a pasta.
A Moody's também citou a reforma tributária, a classificando como "uma reforma estrutural notável que irá melhorar o ambiente de negócios e a alocação de recursos, contribuindo para o potencial de crescimento a longo prazo".
O que pode levar o país ao grau de investimento
Em relatório, a Moody's também apontou que a adoção de medidas fiscais estruturais ajudaria o Brasil a conquistar o grau de investimento.
"Isso facilitaria a redução da dívida em caso de ambiente econômico favorável e limitaria seu aumento em uma mudança de ciclo. Além disso, indicaria uma maior eficácia nas políticas, apoiando nossa avaliação da força institucional e da resiliência a choques."
Segundo a Moody's, a atual perspectiva positiva — que torna improvável um rebaixamento da nota brasileira no curto prazo — pode mudar para "estável" caso haja um "enfraquecimento do compromisso ou da capacidade do país de implementar a consolidação fiscal".
"O aumento contínuo nos custos de financiamento do governo também enfraqueceria a solvência do [rating] soberano. Um retorno a um crescimento do PIB persistentemente baixo representaria um desenvolvimento negativo para o crédito, afetando adversamente o perfil de crédito do Brasil", concluiu.
Entenda as notas de crédito do Brasil
Mesmo com a mudança anunciada nesta terça, o Brasil segue sem o chamado "selo de bom pagador", classificação que sinaliza menor risco de calote para quem investe em títulos do Tesouro Nacional. (saiba mais sobre as notas de crédito abaixo)
Em maio, a Moody's havia anunciado a manutenção da nota de crédito do Brasil em nível Ba2 e a mudança da perspectiva da avaliação de "estável" para "positiva" — sinalizando uma possível elevação da nota no futuro.
A Fitch Ratings e a Standard & Poor’s (S&P) ainda mantêm a classificação para o Brasil com a nota de crédito BB, com perspectiva "estável", o que coloca o país em um grau especulativo, mas a dois passos do grau de investimento.
Veja na imagem abaixo.
Veja as notas de crédito do Brasil (ratings) em todas as agências de risco
Kayan Albertin/Arte g1
Como funcionam as notas de crédito
As agências têm uma longa escala de classificação, com mais de 20 notas. Quanto mais alta a posição, mais eficiente, confiável e robusta é a economia — e menor o seu risco.
Há ainda uma divisão em duas "prateleiras" principais:
Grau de investimento;
Grau especulativo.
O grau de investimento é um selo de qualidade que assegura aos investidores um menor risco de calotes. A partir da nota de crédito que determinado país recebeu, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros) compensa o risco de perder o capital investido com a instabilidade econômica local.
O grau especulativo surge quando o país perde o selo de bom pagador, porque as agências deixam de dar sua chancela de segurança para um investimento. Nessa situação, é comum que o país perca também possibilidades de investimento.
Alguns fundos de pensão internacionais, de países da Europa ou Estados Unidos, por exemplo, seguem a regra de que só se pode investir em títulos de países que estejam classificados com grau de investimento por agências internacionais.
"Ter esse selo, portanto, facilita a atração de capital. E à medida que o país recebe mais recursos, ele amplia sua liquidez e sua capacidade de realizar investimentos", explica Alex Nery, professor da FIA Business School.
Na história, o único período em que o país obteve selo de bom pagador foi entre os anos 2008 e 2015. A entrada ou saída do grau de investimento é definida pelas agências de risco a partir de fatores como o nível das reservas internacionais, cenário fiscal e estabilidade política.
De acordo com analistas de mercado, historicamente, um país que perde o selo de bom pagador costuma levar de 5 a 10 anos para recuperar. O Brasil já está a nove anos no grau especulativo.
A trajetória da nota do Brasil
▶️ A chegada ao grau de investimento
As agências internacionais Fitch Ratings e S&P deram grau de investimento ao Brasil pela primeira vez em 2008, no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já a Moody's concedeu o selo em 2009. Com as alterações, o país passou naquela época a ser reconhecido como um destino mais seguro para investimentos estrangeiros.
Na ocasião, a S&P atribuiu a elevação da nota brasileira à mudança na política econômica do país — especialmente com a redução da dívida externa — e à melhora das perspectivas de crescimento.
"Um mercado de consumo maior, com crescimento do mercado de capitais e da formalização dão sustentação às intenções de investimento", afirmou, na época, a S&P.
Para a Fitch, a concessão do selo de bom pagador foi resultado da "dramática melhora dos resultados do Brasil nos setores externo e público, que reduziu enormemente a vulnerabilidade do país a problemas externos e a choques de câmbio".
"[Além disso, o Brasil] fortificou a estabilidade macroeconômica e aumentou as perspectivas de crescimento a médio prazo", informou a agência em nota oficial.
Veja o histórico das notas na imagem abaixo:
Histórico das notas de crédito do Brasil
Kayan Albertin/Arte g1
▶️ Uma nova elevação
Em 2011, o país subiu mais um degrau na classificação de bom pagador pelas três agências. Já era o início do governo de Dilma Rousseff (PT).
Na ocasião, a Fitch afirmou que a melhora na nota refletia a avaliação de que a taxa de crescimento potencial sustentável da economia brasileira tinha aumentado, suportando as perspectivas fiscais a médio prazo e o fortalecimento contínuo da liquidez externa do país.
A S&P, por sua vez, destacou que o governo brasileiro vinha demonstrando seu compromisso em cumprir as metas fiscais.
Já a Moody's seguiu a mesma linha e enfatizou os ajustes fiscais promovidos pelo país. A agência apontou que o governo vinha se mostrando disposto a reverter políticas expansionistas e a adotar uma posição mais conservadora e consistente com um crescimento sustentável.
A expectativa da agência também era de queda na relação dívida/PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, em conformidade com as metas fiscais do país na época.
▶️ Perda do grau de investimento
A S&P foi primeira a retirar o selo de bom pagador do Brasil, em setembro de 2015. A ação foi seguida pelas agências Fitch, no mesmo ano, e pela Moody's, em 2016. Foram dois anos de intensa crise econômica, depois do fim do manejo de preços no governo de Dilma.
Em seu comunicado, a Fitch apontou que o rebaixamento do Brasil refletiu uma recessão econômica mais profunda do que a prevista. Citou também o aumento das incertezas — o que, segundo a agência, dificultou um cenário de controle fiscal.
A S&P seguiu a mesma linha e destacou, na época, que o país passava por uma deterioração nas contas públicas, enquanto enfrentava desafios políticos.
Aquele ano foi marcado, entre outros pontos, por discussões em torno de um ajuste fiscal e de uma reforma política.
No ano seguinte, a Moody's destacou que o corte da nota foi influenciado pela maior deterioração das métricas de crédito do Brasil, em um ambiente de baixo crescimento, com expectativa de aumento da dívida do governo nos anos seguintes.
O contexto econômico brasileiro
Um grau de investimento não é alcançado da noite para o dia. A classificação depende de um processo mais longo de construção de confiança, que é alicerçada, principalmente, em bons resultados econômicos e em um cenário político estável.
"As agências analisam se o crescimento econômico do país é sustentável, observam como anda a dívida pública, se há esforço para o controle das contas. Além de outros pontos, como o controle da inflação, a política monetária e reformas", explica o professor Alex Nery, da FIA Business School.
Fator importante para a análise das agências, o PIB do Brasil, por exemplo, já vinha apresentando dados positivos anos antes da primeira elevação da nota de crédito do país.
Em 2000, a economia brasileira havia crescido 4,4%. Todos os anos seguintes também foram de resultados favoráveis, até a pequena retração registrada em 2009, em meio à crise econômica global que se iniciou nos Estados Unidos.
A crise do subprime, como ficou conhecido o episódio, levou terror ao mercado financeiro. Em síntese, o problema teve origem no acesso desenfreado ao crédito imobiliário no país, criando uma bolha no setor.
O ápice da crise ocorreu após setembro de 2008, quando o banco Lehman Brothers, uma das maiores instituições de investimentos do país, quebrou. Foi, então, que a contaminação do sistema financeiro se espalhou pelo mundo, gerando falta de confiança e impactando o mundo todo.
Mesmo com a retração em 2009, os dados positivos que o Brasil já vinha registrando ajudaram a manter o grau de confiança no país.
Veja no gráfico abaixo a variação do PIB brasileiro:
Naqueles anos, o Brasil também se beneficiou do chamado "boom das commodities" — que, na época, impulsionou as exportações brasileiras, com uma China superaquecida — e de uma série de medidas do governo para incentivar a economia local em meio à crise global.
O resultado foi o maior avanço do PIB na história recente do Brasil, de 7,5%, em 2010. Foi esse cenário que garantiu mais uma elevação da nota de crédito do país em 2011 pela S&P, Fitch e Moody's.
A dívida do setor público em relação ao PIB, outro ponto essencial na análise das agências, também vinha em processo de melhora — ou seja, de redução — no início dos anos 2000.
"Em 2003, a dívida era, em média, de mais de 70% em relação ao PIB. E esse valor foi caindo, chegando a 63% em 2007. Então, era uma relação decrescente, o que é positivo aos olhos das agências. Significa um esforço fiscal", explica Alex Nery.
Veja no gráfico abaixo:
O caminho inverso começou a ser desenhado anos depois, até resultar na perda de grau de investimento e em novas reduções na nota do Brasil.
Em 2014, a dívida do governo em relação ao PIB iniciava um movimento de alta mais evidente, chegando ao patamar de 70% em 2015 — ano em que o país deixou de ter o selo de bom pagador.
A dívida pública seguiu em alta, atingindo a casa de 80% do PIB em 2017. O cenário foi o suficiente para duas novas quedas de notas do país: em 2016 e 2018.
Nesses anos, a nota do país caiu de BB+ para BB- tanto pela S&P quanto pela Fitch. Na Moody's, a queda foi de Baa3 para Ba2.
O que esperar pela frente
O Brasil está a dois degraus de obter selo de bom pagador. Para Alex Nery, no entanto, algumas barreiras têm dificultado a elevação da nota brasileira. Uma delas é o fato de o país enfrentar um histórico político recente mais turbulento do que em meados de 2008.
"Temos também fatores como a pandemia de Covid-19 e todo um endividamento que foi surgindo a partir dos eventos recentes. Isso não quer dizer que o Brasil não vai conseguir grau de investimento, mas ainda é preciso fazer a lição de casa e colocar as coisas em ordem", diz o professor da FIA.
No caso da Moody's, a perspectiva "positiva" lançada pela agência em maio deste ano sinaliza que, com o cenário atual, a empresa pode elevar a nota do país em um degrau rumo ao selo de bom pagador. (reveja na arte no início desta reportagem)
A perspectiva "estável", na prática, significa que não há tendência nem de elevação nem de queda da nota.
Após a empolgação do mercado com as aprovações das reformas tributária e da Previdência — que beneficiaram a nota brasileira nas últimas decisões —, o desafio, agora, está na execução e na condução dessas e outras medidas já aprovadas no país.
Alex Nery, da FIA, também inclui na conta o arcabouço fiscal, que ficará no radar das agências daqui para frente. "O desenho do arcabouço é interessante, mas, se mudar muito a meta fiscal, ele perde credibilidade. Esse é outro fator de atenção para as agências de risco", conclui o especialista.
Ministério da Fazenda divulga lista de bets liberadas para atuar no Brasil; veja quais
Permissão atual vale durante 'transição' até o fim do ano; Fazenda ainda analisa cadastros. Regras mais rígidas sobre pagamentos e identificação de apostadores começam a valer em 2025.
Getty Images (via BBC)
O Ministério da Fazenda divulgou nesta terça-feira (1º) a lista das empresas de apostas online, conhecidas como "bets", que estão aptas a continuar operando em território nacional.
Ao todo, são 193 bets, que pertencem a 89 empresas, que poderão atuar no país. Ainda há 6 bets autorizada para nível estadual (veja a lista mais abaixo).
Neste primeiro momento, a lista inclui todas as empresas que, pelo menos, deram início ao pedido de autorização definitiva. Os pedidos seguem em análise.
As empresas que não obtiverem permissão por parte do governo brasileiro serão proibidas de atuar no Brasil.
Nesta segunda-feira (30), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que até 600 sites de apostas online serão banidos do Brasil nos próximos dias por apresentarem irregularidades em relação à legislação aprovada pelo Congresso Nacional.
Ele recomendou que os jogadores resgatem os recursos nesses sites, para evitar que o dinheiro seja perdido. Será dado um de prazo dez dias, a partir desta terça-feira (1º), para sacar os recursos depositados nas empresas que não conseguirem permissão.
E anunciou que o governo adotará novas medidas e fiscalizará, de forma mais dura, regras que já estão em vigor – como o acompanhamento das apostas por CPF, a limitação das formas de pagamento e a regulamentação da publicidade das empresas.
Segundo o ministro, a equipe econômica vai banir determinadas formas de pagamento para as apostas online, como os cartões de crédito e, também, o cartão do Bolsa Família.
Somente em agosto de 2024, 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões com as bets.
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão já instaurou um procedimento para verificar o impacto das apostas online nas pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica.
Em outra frente, a pedido do diretor-geral Andrei Passos, a Polícia Federal abriu uma investigação preliminar para apurar a atuação de grupos internacionais suspeitos de lavar dinheiro no mercado de apostas esportivas.
Lista das bets autorizadas
Veja as bets autorizadas pela Fazenda para operar no país (algumas empresas são responsáveis por mais de uma bet):
Kaizen Gaming Brasil Ltda – Betano;
Superbet Interactive Brasil Ltda (SPRBT) – Superbet, Magicjackpot e Luckydays;
MMD Tecnologia, Entretenimento e Marketing Ltda – ReidoPitaco e Pitaco;
Ventmear Brasil S.A. – Sportingbet e Betboo;
Big Brazil Tecnologia – Caesar's e JogaBet;
NSX Brasil S.A. – Betnacional, Mr. Jack Bet e Pagbet;
Apollo Operations Ltda – KTO;
Simulcasting Brasil Som e Imagem S.A. – Betsson;
Galera Gaming Jogos Eletrônicos S.A. – Galera Bet;
Blac Jogos Ltda - SportyBet;
EB Intermediações e Jogos S/A - EstrelaBet;
Betfair Brasil Ltda – Betfair e PokerStars;
OIG Gaming Brasil Ltda – 7 Games, Betão e R7;
NVBT Gaming Ltda – Novibet;
Seguro Bet Ltda – SeguroBet;
GameWiz Brasil Ltda – ijogo, fogo777, p9, 9f, 6r e bet.app;
HS do Brasil Ltda – Bet365;
Aposta Ganha Loterias Ltda – Aposta Ganha;
Futuras Apostas Ltda – Brazino777;
Sorento Bay Ltda – Betway, Jackpot City, Spin Palace;
H2 Licensed Ltda – SeuBet e H2 Bet;
SC Operating Brasil Ltda – VBet e Vivaro;
CDA Gaming Ltda – Casa de Apostas e Bet Sul;
Fast Gamings S.A. – BetFast, Faz1bet e Tivobet;
Suprema Bet Ltda – SupremaBet, MaximaBet e XPGames;
Betesporte Aposta Online Ltda – Betesporte e Lance de Sorte;
King Panda Group Ltda – King Panda;
Boa Lion S.A. – Leo Vegas e Royal Panda;
Betspeed Ltda – Betspeed;
Levante Brasil Ltda – Sorte online e Lottoland;
Digiplus Brazil Interactive Ltda – ArenaPlus;
Pixbet Soluções Tecnológicas Ltda – PixBet, Flabet e Bet da Sorte;
Lema Administração e Participações S.A. – Rio Jogo, LottoMaster e betagora;
Hope Gaming Ltda – Playpix e Dupoc;
Betbr Loterias Ltda – Apostou, b1.bet e BRBET;
Gorillas Group do Brasil Ltda – Bet Gorillas;
EA Entretenimento e Esportes Ltda – BateuBet;
Track Gaming Brasil Ltda – Bet Warrior;
Sortenabet Gaming Brasil S.A. – pixmile, Sorte na Bet e Bet Fusion;
Bell Ventures Digital Ltda – Bandbet e vivasorte;
Brilliant Games – Afun;
Foggo Entertainment – Blaze e Jonbet;
Ana Gaming Brasil S/A – Bet7k, Cassino Pix e Bet Vera;
7MBR Ltda – Cbet, Vertbet e Dashboard Fund;
UPBET Brasil Ltda – UPBETBR, 9d e Wjcasino;
Enseada Serviços e Tecnologia Ltda – Betmotion e Apostou Ganhou;
Alfa Entretenimento S.A – Alfa.bet;
Select Operations Ltda – MMABet;
Sabiá Administração Ltda – BR4Bet, GoldeBet e lotogreen;
A2FBR Ltda – Bolsa de Aposta, Fullbet, BetBra, Pinnacle, MatchBook e Verdinha;
Betboom Ltda – betboom;
Tropicalize Bet Lrda – BetFive, IO, B2X, JetBet, SorteBet e Pinbet;
Aposta 1 Ltda – Aposta 1 e Apostamax;
Jogo Principal Ltda – InplayBet, GingaBet e QGBet;
Skill on net Ltda – Bacana Play e Play Uzu;
Worls Sports Technology Ltda – BetCopa;
AF Tecnologia e Soluções Financeiras Ltda – Aposta365;
RR Participações e Intermediações de Negócios Ltda – multibet e acelerabet;
GGR7 Lazer Pagm e Particip S.A. – Play7, Zedocash e Bankbet;
Fortuna Diversões Eletrônicas Ltda – Amabet, BetFortuna e Fortuna Play;
FC Entretenimento Esportivo Ltda – LampionsBet;
Responsa Camming Brasil Lrda – Responsa, Joga Limpo e Odd Fair;
SPE Única Bet Ltda – Única Bet, Bicho no Pix e Claro Bet;
Lindau Gaming Brasil S.A. – FazoBetAí, oleybet e betpark;
Meridian Gaming Brasil SPE Ltda – Meridianbet;
Laguna Serviços e Tecnologia Ltda – NossaBet, Spin365 e Mundifortuna;
Atlantis Comércio Eletrônico e Software House – MetBet, EsportivaBet e MetGol 100%;
Estadox Ltda – Tropino e Anima Bet;
Vanguard Entretenimento Brasil Ltda – Esporte 365, Bet Aki e Jogo de Ouro;
WK Negócios e Finanças Ltda – Geral Bet e Betinha;
Zona de Jogo Negócios e Participações Ltda – Zona de Jogo, ApostaOnline e OnlyBets;
Logame do Brasil Ltda – Logame, LogFlix e Liderbet;
SevenX Gaming S/A – Bullsbet;
Elisa.bet Casa de Apostas Esportivas e Cassino Online – Elisa.bet, Pagamentos.bet e Lotoaposta;
Bbet Ltda – Davbet e playbonds;
Bet.bet Soluções Tecnológicas S.A – Bet.bet;
Defy Ltda – 1xBet, 1xcassinos e Apuesta 360;
Olavir Ltda – Rivalo;
Hilgardo Gaming Ltda – A247;
Brand Force Mastery Ltda – Receba.com, Latinbet e Lumosbet;
Sistema Lotérico de Pernambuco Ltda – Mc Games, MonteCarlosbet e MonteCarlos;
Cash for Pay Ltda – Betmillion, ApostaTudo e Betsat;
Zbet Ltda – Zbet, Xbet e Kbet;
Puskas Bet Administradora de Apostas Esportivas – Puskás Bet, Cibet e Big Win Free;
G2 Negócios Digitais Ltda – GRXBet;
BRX Gaming S.A. – BRX Gaming e Ricobet;
Amplexus Corporation Ltda – Parimatch;
Nexus International Ltda – Megaposta, Betex e Lanistar;
JBD Comunicação e Tecnologia Ltda – Marjosports, Hanzbet e Chegou Bet.
Autorizadas em seus estados:
1. BETPR Concessionária de Loterias do Estado do Paraná SPE LTDA
Estado: Paraná
Site: pr.apostou.com
2. WLC Paraná Exploração de Jogos e Apostas SPE LTDA
Estado: Paraná
Site: parana.bplay.com.br
3. GAEV Concessionária de Loterias do Estado do Paraná SPE LTDA
Estado: Paraná
Site: pr.betplay.bet
4. SPE Pix Bet Soludges Concessionária de Loterias do Estado do Paraná SPE LTDA
Estado: Paraná
Site: pr.pixbet.com.br
5. Concessionária de Loterias do Estado do Paraná Laguna Serviços e Tecnologia LTDA
Estado: Paraná
Site: nossabet.com.br
6. Embralote Concessionária de Serviços Lotéricos do Maranhão SPE S/A
Estado: Maranhão
Haddad diz que 600 bets irregulares sairão do ar nos próximos dias
Levantamento do BC
Levantamento do BC divulgado na semana passadas aponta que os brasileiros gastaram cerca de R$ 20 bilhões por mês em apostas online nos primeiros oito meses de 2024.
Os dados mostram que aproximadamente 24 milhões de pessoas físicas participaram de jogos de azar e apostas online, realizando pelo menos uma transferência via PIX durante o período analisado.
"O grosso hoje é [via] PIX, não é cartão de crédito, que deve ser 10% a 15%. Quando impede usar cartão de crédito, pode fazer via carteiras digitais. É algo que estamos olhando também", afirmou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na ocasião.
Bets: 42% dos brasileiros que dizem apostar estão endividados e quase um terço está fora do mercado de trabalho, diz pesquisa do Senado
Segundo ele, o BC ainda está avaliando qual é o impacto das bets no mercado de crédito e, consequentemente, no nível de endividamento da população.
"Se houver inadimplência na ponta, temos que ver o que vai representar para o BC [na definição da taxa de juros]", declarou.
Regulamentação
No fim do ano passado, o Congresso aprovou e o governo sancionou uma lei que regulamenta as apostas online no Brasil.
A regulamentação traz uma série de regras para que essas empresas possam operar no país e estipula pagamento de impostos — o que hoje não acontece.
Desde 2018, as apostas de quotas fixas, as bets, são autorizadas no Brasil. Mas a maioria desses sites de apostas hoje está hospedada em outros países e oferece seus serviços aos brasileiros pela internet.
“Nós vamos ter total controle de quem são os apostadores, quais são os meios de pagamento que esses apostadores estão se utilizando. Nós vamos ter regras muito claras de combate à lavagem de dinheiro", afirmou Régis Dudena, secretário de prêmios e apostas do Ministério da Fazenda em entrevista ao Fantástico no início do mês.
Com a regulamentação, a partir de janeiro de 2025 elas terão que estar hospedadas no Brasil, o que vai facilitar a fiscalização, de acordo com o governo.
"Nós temos regras também de proteção do apostador. Sabemos qual é o volume financeiro que esses apostadores estão gastando nas casas de apostas. Elas vão ser monitoradas e elas vão ser fiscalizadas pelo Ministério da Fazenda”, completou.
Mega-Sena, concurso 2.781: prêmio acumula e vai a R$ 45 milhões
Veja os números sorteados: 10 - 31 - 35 - 45 - 50 - 55. Quina teve 51 apostas ganhadoras; cada uma vai levar R$ 59.449,24. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O sorteio do concurso 2.781 da Mega-Sena foi realizado na noite desta terça-feira (1º), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas, e o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 45 milhões.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
Veja os números sorteados: 10 - 31 - 35 - 45 - 50 - 55
5 acertos - 51 apostas ganhadoras: R$ 59.449,24
4 acertos - 3.673 apostas ganhadoras: R$ 1.179,22
O próximo sorteio da Mega será na quinta-feira (3).
Mega-Sena, concurso 2.781
Reprodução/Caixa
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Veja o histórico das notas de crédito do Brasil e entenda o que leva um país a ter grau de investimento
O único período em que o país obteve selo de bom pagador foi entre os anos 2008 e 2015. Cenário era de queda da dívida pública e avanço do Produto Interno Bruto (PIB). A agência de classificação de risco Moody's elevou nesta terça-feira (1º) a nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva. Agora, o país está a um passo do chamado grau de investimento, um selo de bom pagador concedido pelas agências, que assegura aos investidores um menor risco de calotes.
A nova classificação ainda indica um "grau especulativo" — o que, segundo as agências de risco, aponta que o Brasil está menos vulnerável ao risco no curto prazo, mas segue enfrentando incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas.
Em outras palavras, o Brasil não tem o chamado "selo de bom pagador", classificação que sinaliza menor risco de calote para quem investe em títulos do Tesouro Nacional. (saiba mais sobre as notas de crédito abaixo)
Em maio, a Moody's havia anunciado a manutenção da nota de crédito do Brasil em nível Ba2 e a mudança da perspectiva da avaliação de "estável" para "positiva" — sinalizando uma possível elevação da nota no futuro.
A Fitch Ratings e a Standard & Poor’s (S&P) ainda mantêm a classificação para o Brasil com a nota de crédito BB, com perspectiva "estável", o que coloca o país em um grau especulativo, mas a dois passos do grau de investimento.
Veja na imagem abaixo.
Veja as notas de crédito do Brasil (ratings) em todas as agências de risco
Kayan Albertin/Arte g1
Na história, o único período em que o país obteve selo de bom pagador foi entre os anos 2008 e 2015. A entrada ou saída do grau de investimento é definida pelas agências de risco a partir de fatores como o nível das reservas internacionais, cenário fiscal e estabilidade política.
Nesta reportagem, você vai entender:
Como funcionam as notas de crédito
A trajetória da nota do Brasil em cada agência
O contexto econômico brasileiro
O que esperar pela frente
Como funcionam as notas de crédito
As agências têm uma longa escala de classificação, com mais de 20 notas. Quanto mais alta a posição, mais eficiente, confiável e robusta é a economia — e menor o seu risco.
Há ainda uma divisão em duas "prateleiras" principais:
Grau de investimento;
Grau especulativo.
O grau de investimento é um selo de qualidade que assegura aos investidores um menor risco de calotes. A partir da nota de crédito que determinado país recebeu, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros) compensa o risco de perder o capital investido com a instabilidade econômica local.
O grau especulativo surge quando o país perde o selo de bom pagador, porque as agências deixam de dar sua chancela de segurança para um investimento. Nessa situação, é comum que o país perca também possibilidades de investimento.
Alguns fundos de pensão internacionais, de países da Europa ou Estados Unidos, por exemplo, seguem a regra de que só se pode investir em títulos de países que estejam classificados com grau de investimento por agências internacionais.
"Ter esse selo, portanto, facilita a atração de capital. E à medida que o país recebe mais recursos, ele amplia sua liquidez e sua capacidade de realizar investimentos", explica Alex Nery, professor da FIA Business School.
De acordo com analistas de mercado, historicamente, um país que perde o selo de bom pagador costuma levar de 5 a 10 anos para recuperar. O Brasil já está a nove anos no grau especulativo.
A trajetória da nota do Brasil
▶️ A chegada ao grau de investimento
As agências internacionais Fitch Ratings e S&P deram grau de investimento ao Brasil pela primeira vez em 2008, no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já a Moody's concedeu o selo em 2009. Com as alterações, o país passou naquela época a ser reconhecido como um destino mais seguro para investimentos estrangeiros.
Na ocasião, a S&P atribuiu a elevação da nota brasileira à mudança na política econômica do país — especialmente com a redução da dívida externa — e à melhora das perspectivas de crescimento.
"Um mercado de consumo maior, com crescimento do mercado de capitais e da formalização dão sustentação às intenções de investimento", afirmou, na época, a S&P.
Para a Fitch, a concessão do selo de bom pagador foi resultado da "dramática melhora dos resultados do Brasil nos setores externo e público, que reduziu enormemente a vulnerabilidade do país a problemas externos e a choques de câmbio".
"[Além disso, o Brasil] fortificou a estabilidade macroeconômica e aumentou as perspectivas de crescimento a médio prazo", informou a agência em nota oficial.
Veja o histórico das notas na imagem abaixo:
Histórico das notas de crédito do Brasil
Kayan Albertin/Arte g1
▶️ Uma nova elevação
Em 2011, o país subiu mais um degrau na classificação de bom pagador pelas três agências. Já era o início do governo de Dilma Rousseff (PT).
Na ocasião, a Fitch afirmou que a melhora na nota refletia a avaliação de que a taxa de crescimento potencial sustentável da economia brasileira tinha aumentado, suportando as perspectivas fiscais a médio prazo e o fortalecimento contínuo da liquidez externa do país.
A S&P, por sua vez, destacou que o governo brasileiro vinha demonstrando seu compromisso em cumprir as metas fiscais.
Já a Moody's seguiu a mesma linha e enfatizou os ajustes fiscais promovidos pelo país. A agência apontou que o governo vinha se mostrando disposto a reverter políticas expansionistas e a adotar uma posição mais conservadora e consistente com um crescimento sustentável.
A expectativa da agência também era de queda na relação dívida/PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, em conformidade com as metas fiscais do país na época.
▶️ Perda do grau de investimento
A S&P foi primeira a retirar o selo de bom pagador do Brasil, em setembro de 2015. A ação foi seguida pelas agência Fitch, no mesmo ano, e pela Moody's, em 2016. Foram dois anos de intensa crise econômica, depois do fim do manejo de preços no governo de Dilma.
Em seu comunicado, a Fitch apontou que o rebaixamento do Brasil refletiu uma recessão econômica mais profunda do que a prevista. Citou também o aumento das incertezas — o que, segundo a agência, dificultou um cenário de controle fiscal.
A S&P seguiu a mesma linha e destacou, na época, que o país passava por uma deterioração nas contas públicas, enquanto enfrentava desafios políticos.
Aquele ano foi marcado, entre outros pontos, por discussões em torno de um ajuste fiscal e de uma reforma política.
No ano seguinte, a Moody's destacou que o corte da nota foi influenciado pela maior deterioração das métricas de crédito do Brasil, em um ambiente de baixo crescimento, com expectativa de aumento da dívida do governo nos anos seguintes.
O contexto econômico brasileiro
Um grau de investimento não é alcançado da noite para o dia. A classificação depende de um processo mais longo de construção de confiança, que é alicerçada, principalmente, em bons resultados econômicos e em um cenário político estável.
"As agências analisam se o crescimento econômico do país é sustentável, observam como anda a dívida pública, se há esforço para o controle das contas. Além de outros pontos, como o controle da inflação, a política monetária e reformas", explica o professor Alex Nery, da FIA Business School.
Fator importante para a análise das agências, o PIB do Brasil, por exemplo, já vinha apresentando dados positivos anos antes da primeira elevação da nota de crédito do país.
Em 2000, a economia brasileira havia crescido 4,4%. Todos os anos seguintes também foram de resultados favoráveis, até a pequena retração registrada em 2009, em meio à crise econômica global que se iniciou nos Estados Unidos.
A crise do subprime, como ficou conhecido o episódio, levou terror ao mercado financeiro. Em síntese, o problema teve origem no acesso desenfreado ao crédito imobiliário no país, criando uma bolha no setor.
O ápice da crise ocorreu após setembro de 2008, quando o banco Lehman Brothers, uma das maiores instituições de investimentos do país, quebrou. Foi, então, que a contaminação do sistema financeiro se espalhou pelo mundo, gerando falta de confiança e impactando o mundo todo.
Mesmo com a retração em 2009, os dados positivos que o Brasil já vinha registrando ajudaram a manter o grau de confiança no país.
Veja no gráfico abaixo a variação do PIB brasileiro:
Naqueles anos, o Brasil também se beneficiou do chamado "boom das commodities" — que, na época, impulsionou as exportações brasileiras, com uma China superaquecida — e de uma série de medidas do governo para incentivar a economia local em meio à crise global.
O resultado foi o maior avanço do PIB na história recente do Brasil, de 7,5%, em 2010. Foi esse cenário que garantiu mais uma elevação da nota de crédito do país em 2011 pela S&P, Fitch e Moody's.
A dívida do setor público em relação ao PIB, outro ponto essencial na análise das agências, também vinha em processo de melhora — ou seja, de redução — no início dos anos 2000.
"Em 2003, a dívida era, em média, de mais de 70% em relação ao PIB. E esse valor foi caindo, chegando a 63% em 2007. Então, era uma relação decrescente, o que é positivo aos olhos das agências. Significa um esforço fiscal", explica Alex Nery.
Veja no gráfico abaixo:
O caminho inverso começou a ser desenhado anos depois, até resultar na perda de grau de investimento e em novas reduções na nota do Brasil.
Em 2014, a dívida do governo em relação ao PIB iniciava um movimento de alta mais evidente, chegando ao patamar de 70% em 2015 — ano em que o país deixou de ter o selo de bom pagador.
A dívida pública seguiu em alta, atingindo a casa de 80% do PIB em 2017. O cenário foi o suficiente para duas novas quedas de notas do país: em 2016 e 2018.
Nesses anos, a nota do país caiu de BB+ para BB- tanto pela S&P quanto pela Fitch. Na Moody's, a queda foi de Baa3 para Ba2.
O que esperar pela frente
Com exceção da Moody's, o Brasil segue a dois degraus de obter selo de bom pagador pelas agências Fitch e S&P.
Para Alex Nery, no entanto, algumas barreiras têm dificultado a elevação da nota brasileira. Uma delas é o fato de o país enfrentar um histórico político recente mais turbulento do que em meados de 2008.
"Temos também fatores como a pandemia de Covid-19 e todo um endividamento que foi surgindo a partir dos eventos recentes. Isso não quer dizer que o Brasil não vai conseguir grau de investimento, mas ainda é preciso fazer a lição de casa e colocar as coisas em ordem", diz o professor da FIA.
No caso da Moody's, a perspectiva "positiva" lançada pela agência em maio deste ano sinaliza que, com o cenário atual, a empresa pode elevar a nota do país em um degrau rumo ao selo de bom pagador. (reveja na arte no início desta reportagem)
Já na S&P e na Fitch, a nota BB dada pelas duas agências está acompanhada de uma perspectiva "estável" — o que, na prática, significa que não há tendência nem de elevação nem de queda da nota.
Após a empolgação do mercado com as aprovações das reformas tributária e da Previdência — que beneficiaram a nota brasileira nas últimas decisões —, o desafio, agora, está na execução e na condução dessas e outras medidas já aprovadas no país.
Alex Nery, da FIA, também inclui na conta o arcabouço fiscal, que ficará no radar das agências daqui para frente. "O desenho do arcabouço é interessante, mas, se mudar muito a meta fiscal, ele perde credibilidade. Esse é outro fator de atenção para as agências de risco", conclui o especialista.
Agência Moody's eleva nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva
Agora, o país está a um passo do chamado grau de investimento, um selo de bom pagador concedido pelas agências, que assegura aos investidores um menor risco de calotes. Logo da Moody's na sede da empresa em Nova York
REUTERS/Brendan McDermid
A agência de classificação de risco Moody's elevou nesta terça-feira (1º) a nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva. Agora, o país está a um passo do chamado grau de investimento, um selo de bom pagador concedido pelas agências, que assegura aos investidores um menor risco de calotes.
A nova classificação ainda indica um "grau especulativo" — o que, segundo as agências de risco, aponta que o Brasil está menos vulnerável ao risco no curto prazo, mas segue enfrentando incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas.
Em outras palavras, o Brasil não tem o chamado "selo de bom pagador", classificação que sinaliza menor risco de calote para quem investe em títulos do Tesouro Nacional. (saiba mais sobre as notas de crédito abaixo)
Em maio, a Moody's havia anunciado a manutenção da nota de crédito do Brasil em nível Ba2 e a mudança da perspectiva da avaliação de "estável" para "positiva" — sinalizando uma possível elevação da nota no futuro.
A Fitch Ratings e a Standard & Poor’s (S&P) ainda mantêm a classificação para o Brasil com a nota de crédito BB, com perspectiva "estável", o que coloca o país em um grau especulativo, mas a dois passos do grau de investimento.
Veja na imagem abaixo.
Veja as notas de crédito do Brasil (ratings) em todas as agências de risco
Kayan Albertin/Arte g1
O que disse a Moody's
Segundo a agência, a elevação da nota brasileira reflete a melhora significativa no crédito do país, incluindo um crescimento mais robusto do Produto Interno Bruto (PIB) e um histórico crescente de reformas econômicas e fiscais.
A mudança, diz a Moody's, ocorre apesar de o arcabouço fiscal do Brasil ainda ter "credibilidade moderada", como refletido no "custo relativamente elevado da dívida" pública.
"Em contrapartida, um crescimento mais robusto e uma política fiscal com adesão consistente ao arcabouço fiscal permitirão que a carga da dívida se estabilize no médio prazo, embora em níveis relativamente altos", afirmou a agência.
De acordo com a Moody's, a decisão de manter a perspectiva positiva reflete a possibilidade de que o crescimento econômico e o cumprimento do arcabouço fiscal ajudem a reduzir a incerteza em torno da trajetória da dívida do Brasil.
Ao explicar a elevação do rating soberano do Brasil, a agência informou ter revisado sua projeção de crescimento do PIB do país para 2,5%.
Também passou a prever, no médio prazo, um crescimento "muito mais sólido" em comparação com anos anteriores à pandemia, "resultado, em parte, das reformas estruturais implementadas ao longo de sucessivas administrações".
"Nos próximos anos, antecipamos que o crescimento continuará abrangente, com a demanda interna impulsionada por um mercado de trabalho relativamente forte – em comparação com o passado do Brasil – e por salários reais mais altos", continuou.
No documento, a Moody's ainda apontou como avanços "em sucessivos governos":
o fortalecimento da independência do Banco Central;
a melhoria na governança das empresas estatais;
a digitalização financeira e a reforma trabalhista.
A reforma tributária, por sua vez, foi apontada como "uma reforma estrutural notável que irá melhorar o ambiente de negócios e a alocação de recursos, contribuindo para o potencial de crescimento a longo prazo".
Por fim, em relação às contas públicas, a Moody’s disse esperar uma melhora gradual nos resultados primários do governo, em linha com as metas fiscais para os próximos três anos.
Em comunicado publicado após a decisão da agência, o Ministério da Fazenda disse que "mantém seu compromisso com a melhoria contínua dos resultados fiscais, empreendendo esforços para aumentar a arrecadação e conter gastos".
"Além de estabilizar a relação dívida/PIB, um balanço fiscal mais robusto contribuirá para a redução das taxas de juros e a melhoria das condições de crédito, criando um ambiente favorável à expansão dos investimentos públicos e privados", afirmou a pasta.
Como funcionam as notas de crédito
As agências têm uma longa escala de classificação, com mais de 20 notas. Quanto mais alta a posição, mais eficiente, confiável e robusta é a economia — e menor o seu risco.
Há ainda uma divisão em duas "prateleiras" principais:
Grau de investimento;
Grau especulativo.
O grau de investimento é um selo de qualidade que assegura aos investidores um menor risco de calotes. A partir da nota de crédito que determinado país recebeu, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros) compensa o risco de perder o capital investido com a instabilidade econômica local.
O grau especulativo surge quando o país perde o selo de bom pagador, porque as agências deixam de dar sua chancela de segurança para um investimento. Nessa situação, é comum que o país perca também possibilidades de investimento.
Alguns fundos de pensão internacionais, de países da Europa ou Estados Unidos, por exemplo, seguem a regra de que só se pode investir em títulos de países que estejam classificados com grau de investimento por agências internacionais.
"Ter esse selo, portanto, facilita a atração de capital. E à medida que o país recebe mais recursos, ele amplia sua liquidez e sua capacidade de realizar investimentos", explica Alex Nery, professor da FIA Business School.
Na história, o único período em que o país obteve selo de bom pagador foi entre os anos 2008 e 2015. A entrada ou saída do grau de investimento é definida pelas agências de risco a partir de fatores como o nível das reservas internacionais, cenário fiscal e estabilidade política.
De acordo com analistas de mercado, historicamente, um país que perde o selo de bom pagador costuma levar de 5 a 10 anos para recuperar. O Brasil já está a nove anos no grau especulativo.
A trajetória da nota do Brasil
▶️ A chegada ao grau de investimento
As agências internacionais Fitch Ratings e S&P deram grau de investimento ao Brasil pela primeira vez em 2008, no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já a Moody's concedeu o selo em 2009. Com as alterações, o país passou naquela época a ser reconhecido como um destino mais seguro para investimentos estrangeiros.
Na ocasião, a S&P atribuiu a elevação da nota brasileira à mudança na política econômica do país — especialmente com a redução da dívida externa — e à melhora das perspectivas de crescimento.
"Um mercado de consumo maior, com crescimento do mercado de capitais e da formalização dão sustentação às intenções de investimento", afirmou, na época, a S&P.
Para a Fitch, a concessão do selo de bom pagador foi resultado da "dramática melhora dos resultados do Brasil nos setores externo e público, que reduziu enormemente a vulnerabilidade do país a problemas externos e a choques de câmbio".
"[Além disso, o Brasil] fortificou a estabilidade macroeconômica e aumentou as perspectivas de crescimento a médio prazo", informou a agência em nota oficial.
Veja o histórico das notas na imagem abaixo:
Histórico das notas de crédito do Brasil
Kayan Albertin/Arte g1
▶️ Uma nova elevação
Em 2011, o país subiu mais um degrau na classificação de bom pagador pelas três agências. Já era o início do governo de Dilma Rousseff (PT).
Na ocasião, a Fitch afirmou que a melhora na nota refletia a avaliação de que a taxa de crescimento potencial sustentável da economia brasileira tinha aumentado, suportando as perspectivas fiscais a médio prazo e o fortalecimento contínuo da liquidez externa do país.
A S&P, por sua vez, destacou que o governo brasileiro vinha demonstrando seu compromisso em cumprir as metas fiscais.
Já a Moody's seguiu a mesma linha e enfatizou os ajustes fiscais promovidos pelo país. A agência apontou que o governo vinha se mostrando disposto a reverter políticas expansionistas e a adotar uma posição mais conservadora e consistente com um crescimento sustentável.
A expectativa da agência também era de queda na relação dívida/PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, em conformidade com as metas fiscais do país na época.
▶️ Perda do grau de investimento
A S&P foi primeira a retirar o selo de bom pagador do Brasil, em setembro de 2015. A ação foi seguida pelas agências Fitch, no mesmo ano, e pela Moody's, em 2016. Foram dois anos de intensa crise econômica, depois do fim do manejo de preços no governo de Dilma.
Em seu comunicado, a Fitch apontou que o rebaixamento do Brasil refletiu uma recessão econômica mais profunda do que a prevista. Citou também o aumento das incertezas — o que, segundo a agência, dificultou um cenário de controle fiscal.
A S&P seguiu a mesma linha e destacou, na época, que o país passava por uma deterioração nas contas públicas, enquanto enfrentava desafios políticos.
Aquele ano foi marcado, entre outros pontos, por discussões em torno de um ajuste fiscal e de uma reforma política.
No ano seguinte, a Moody's destacou que o corte da nota foi influenciado pela maior deterioração das métricas de crédito do Brasil, em um ambiente de baixo crescimento, com expectativa de aumento da dívida do governo nos anos seguintes.
O contexto econômico brasileiro
Um grau de investimento não é alcançado da noite para o dia. A classificação depende de um processo mais longo de construção de confiança, que é alicerçada, principalmente, em bons resultados econômicos e em um cenário político estável.
"As agências analisam se o crescimento econômico do país é sustentável, observam como anda a dívida pública, se há esforço para o controle das contas. Além de outros pontos, como o controle da inflação, a política monetária e reformas", explica o professor Alex Nery, da FIA Business School.
Fator importante para a análise das agências, o PIB do Brasil, por exemplo, já vinha apresentando dados positivos anos antes da primeira elevação da nota de crédito do país.
Em 2000, a economia brasileira havia crescido 4,4%. Todos os anos seguintes também foram de resultados favoráveis, até a pequena retração registrada em 2009, em meio à crise econômica global que se iniciou nos Estados Unidos.
A crise do subprime, como ficou conhecido o episódio, levou terror ao mercado financeiro. Em síntese, o problema teve origem no acesso desenfreado ao crédito imobiliário no país, criando uma bolha no setor.
O ápice da crise ocorreu após setembro de 2008, quando o banco Lehman Brothers, uma das maiores instituições de investimentos do país, quebrou. Foi, então, que a contaminação do sistema financeiro se espalhou pelo mundo, gerando falta de confiança e impactando o mundo todo.
Mesmo com a retração em 2009, os dados positivos que o Brasil já vinha registrando ajudaram a manter o grau de confiança no país.
Veja no gráfico abaixo a variação do PIB brasileiro:
Naqueles anos, o Brasil também se beneficiou do chamado "boom das commodities" — que, na época, impulsionou as exportações brasileiras, com uma China superaquecida — e de uma série de medidas do governo para incentivar a economia local em meio à crise global.
O resultado foi o maior avanço do PIB na história recente do Brasil, de 7,5%, em 2010. Foi esse cenário que garantiu mais uma elevação da nota de crédito do país em 2011 pela S&P, Fitch e Moody's.
A dívida do setor público em relação ao PIB, outro ponto essencial na análise das agências, também vinha em processo de melhora — ou seja, de redução — no início dos anos 2000.
"Em 2003, a dívida era, em média, de mais de 70% em relação ao PIB. E esse valor foi caindo, chegando a 63% em 2007. Então, era uma relação decrescente, o que é positivo aos olhos das agências. Significa um esforço fiscal", explica Alex Nery.
Veja no gráfico abaixo:
O caminho inverso começou a ser desenhado anos depois, até resultar na perda de grau de investimento e em novas reduções na nota do Brasil.
Em 2014, a dívida do governo em relação ao PIB iniciava um movimento de alta mais evidente, chegando ao patamar de 70% em 2015 — ano em que o país deixou de ter o selo de bom pagador.
A dívida pública seguiu em alta, atingindo a casa de 80% do PIB em 2017. O cenário foi o suficiente para duas novas quedas de notas do país: em 2016 e 2018.
Nesses anos, a nota do país caiu de BB+ para BB- tanto pela S&P quanto pela Fitch. Na Moody's, a queda foi de Baa3 para Ba2.
O que esperar pela frente
O Brasil está a dois degraus de obter selo de bom pagador. Para Alex Nery, no entanto, algumas barreiras têm dificultado a elevação da nota brasileira. Uma delas é o fato de o país enfrentar um histórico político recente mais turbulento do que em meados de 2008.
"Temos também fatores como a pandemia de Covid-19 e todo um endividamento que foi surgindo a partir dos eventos recentes. Isso não quer dizer que o Brasil não vai conseguir grau de investimento, mas ainda é preciso fazer a lição de casa e colocar as coisas em ordem", diz o professor da FIA.
No caso da Moody's, a perspectiva "positiva" lançada pela agência em maio deste ano sinaliza que, com o cenário atual, a empresa pode elevar a nota do país em um degrau rumo ao selo de bom pagador. (reveja na arte no início desta reportagem)
A perspectiva "estável", na prática, significa que não há tendência nem de elevação nem de queda da nota.
Após a empolgação do mercado com as aprovações das reformas tributária e da Previdência — que beneficiaram a nota brasileira nas últimas decisões —, o desafio, agora, está na execução e na condução dessas e outras medidas já aprovadas no país.
Alex Nery, da FIA, também inclui na conta o arcabouço fiscal, que ficará no radar das agências daqui para frente. "O desenho do arcabouço é interessante, mas, se mudar muito a meta fiscal, ele perde credibilidade. Esse é outro fator de atenção para as agências de risco", conclui o especialista.
Governo pede à Aneel que use saldo da 'conta bandeira' para reduzir cobrança extra na conta de luz
Ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) enviou ofício à agência. Diretor disse que ainda não havia recebido pedido. E que Aneel tem autonomia para definir tarifa, que está no patamar 2 da bandeira vermelha, o mais caro ao consumidor no sistema de cores. Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia
Ton Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo
O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, enviou nesta terça-feira (1º) um ofício à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pedindo a redução da bandeira vermelha patamar 2, cobrança adicional na conta de luz.
No documento, o ministro argumenta que a Aneel deveria considerar o uso do saldo superavitário da "conta bandeira" – que recolhe as cobranças extras na conta de luz dos consumidores.
"Como formulador de política pública, reforço à Aneel que avalie a utilização do saldo superavitário da conta como instrumento para definição da aplicação das bandeiras a cada mês, inclusive a partir da competência de outubro de 2024", diz Silveira no ofício obtido pelo g1.
A "conta bandeira" recebe os valores pagos pelos consumidores na conta de luz para arcar com despesas de geração de energia – quando há falta de chuva, por exemplo , o que leva à aplicação das bandeiras tarifárias.
Em julho, a "conta bandeira" tinha um saldo de R$ 5,2 bilhões. Segundo Silveira, esse valor pode ser maior por causa do acionamento das bandeiras amarela e vermelha patamar 1 neste ano.
O ministro diz que isso demonstra que "o sistema de bandeiras, sob a ótica financeira, encontra-se com sobra de recursos".
Mais cedo, o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, disse que ainda não havia recebido o ofício. E que a agência tem autonomia para defender as tarifas da conta de luz.
"Não conheço o teor dele [do ofício de Silveira]. E, assim, a autoridade tarifária no Brasil é a Agência Nacional de Energia Elétrica. Ela que responde quando a tarifa está alta ou está baixa, claro que seguindo toda a legislação associada", declarou.
Em entrevista a jornalistas, na manhã desta terça-feira (1º), Feitosa explicou que o saldo positivo da conta foi acumulado com a manutenção da bandeira verde, sem cobrança extra, ao longo de dois anos.
O diretor-geral da Aneel reforçou que a perspectiva de chuvas ainda é incerta e, portanto, a "conta bandeira" seria um "seguro" para o sistema.
"Não sabemos, e acredito que ninguém saiba, qual será a extensão da gravidade deste momento de estiagem. Apenas para terem uma ideia, na crise de escassez hídrica [de 2021] nós tivemos cerca de R$ 5,65 bilhões apenas em outubro de 2021", declarou.
Em nota, a Aneel afirmou que irá "fazer a devida análise" assim que receber o ofício, sendo que qualquer alteração deverá seguir o rito da agência.
"Vale dizer, em fevereiro o saldo era de R$ 10 bilhões, tendo reduzido para R$ 5 bilhões e, a depender das condições hidrológicas, pode ser rapidamente consumido, dado estarmos atravessando um período de seca e de baixa produção de energia por hidrelétricas", acrescentou a Aneel.
A agência também afirma que a bandeira tarifária tem "efeito educacional", sinalizando a necessidade de economia de energia para os consumidores.
Saiba quanto custa a bandeira
Além da bandeira vermelha, conta de luz pode subir mais que o esperado
Cada bandeira tarifária acionada pela Aneel sinaliza um cenário de geração de energia, podendo gerar um custo extra ao consumidor:
🟩bandeira verde (condições favoráveis de geração de energia) – sem custo extra;
🟨bandeira amarela (condições menos favoráveis) – R$ 18,85 por MWh (megawatt-hora) utilizado (ou R$ 1,88 a cada 100kWh);
🟥bandeira vermelha patamar 1 (condições desfavoráveis) – R$ 44,63 por MWh utilizado (ou R$ 4,46 a cada 100 kWh);
🟥bandeira vermelha patamar 2 (condições muito desfavoráveis) – R$ 78,77 por MWh utilizado (ou R$ 7,87 a cada kWh).
Justiça Federal derruba portarias da Fazenda e autoriza funcionamento em todo país de bets credenciadas no Rio
Mandado de segurança foi impetrado pela Loterj contra o Secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda. Decisão da Justiça é liminar (provisória) e ainda pode ser contestada. A Justiça Federal do Distrito Federal (TRF1) concedeu uma liminar (decisão provisória) que suspende os efeitos de três portarias do Ministério da Fazenda, as quais estabeleciam a necessidade de credenciamento de casas de apostas online. Com a decisão, as empresas que já haviam sido credenciadas pela Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro), e que estão operando desde abril de 2023, poderão continuar suas atividades sem a chancela do órgão federal. O mandado de segurança foi impetrado pela Loterj contra o Secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda. Na decisão, o juiz plantonista da 8ª Vara Federal Cível, Antônio Cláudio Macedo da Silva, destacou que as portarias ultrapassaram a competência regulamentar da União, invadindo uma área de atribuição dos estados. "As portarias, à toda evidência, invadindo a competência regulamentar dos estados, extrapolam a competência federal, conforme estabelecido pela Constituição e decisões do STF", afirmou o magistrado, referindo-se ao artigo 25 da Constituição e às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) em ações anteriores. Impacto para o mercado de apostas A decisão acontece em um momento de intensificação do controle sobre as apostas online no Brasil. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia anunciado que até 600 sites de apostas irregulares seriam retirados do ar nos próximos dias, como parte de um esforço para regulamentar o setor. Segundo Haddad, a lista das "bets" autorizadas será divulgada em breve, e os sites que não estiverem nessa lista terão seus domínios suspensos a partir do dia 11 de outubro, dando aos apostadores 10 dias para sacar seus saldos. Essa suspensão temporária, no entanto, não afeta as empresas credenciadas pela Loterj, que agora estão protegidas pela decisão judicial. O juiz argumentou que as portarias violam os direitos das empresas credenciadas antes das mudanças regulatórias implementadas pelo Ministério da Fazenda. Consequências para os apostadores A decisão também tem implicações para os apostadores, uma vez que muitos sites de apostas estão em situação irregular. O governo federal recomendou que jogadores resgatem seus recursos desses sites para evitar perdas financeiras, especialmente antes do banimento das plataformas. Além disso, a Fazenda pretende implementar novas regras para controlar o fluxo de dinheiro nas apostas, como o acompanhamento por CPF e a limitação de formas de pagamento, incluindo o uso de cartões de crédito e do benefício do Bolsa Família. Somente em agosto de 2024, 5 milhões de beneficiários do programa gastaram R$ 3 bilhões em apostas, segundo dados do governo. Apoio à fiscalização Em outra frente, a Polícia Federal iniciou investigações preliminares sobre a atuação de grupos internacionais que estariam usando o mercado de apostas esportivas para lavagem de dinheiro. A regulamentação aprovada no fim de 2023, que entrará em vigor em 2025, exige que as empresas estejam hospedadas no Brasil, facilitando a fiscalização e o monitoramento de suas atividades financeiras. Enquanto o mercado de apostas online no Brasil ainda passa por ajustes e regulamentações, a decisão da Justiça Federal de suspender as portarias do Ministério da Fazenda reforça a importância do debate sobre as competências dos estados e da União na regulação desse setor crescente.
Guerra no Oriente Médio: como a escalada do conflito pode prejudicar a economia do Brasil
Especialistas ouvidos pelo g1 destacam que ataques do Irã a Israel trazem impacto imediato no preço do petróleo, com possível contaminação dos preços dos combustíveis. Dólar e inflação também podem ser pressionados. Imagem mostra destruição após ataque de Israel a Haret Hreik, bairro de Beirute, capital do Líbano
Ibrahim Amro / AFP
Os conflitos no Oriente Médio vivem mais um momento de acirramento, com o ataque do Irã a Israel.
Depois de quase um ano dos ataques do grupo terrorista Hamas aos israelenses, e de uma guerra que devastou a Palestina, o enfrentamento vinha escalando com a entrada do grupo extremista Hezbollah — que nasceu no Líbano, é financiado pelo Irã e aliado do Hamas.
Há uma semana, Israel vem bombardeando regiões do Líbano. Nesta terça-feira, lançou uma operação terrestre "limitada" contra alvos específicos do Hezbollah. A escalada dos ataques entre os dois lados começou após explosões em série de pagers e walkie-talkies de membros do grupo, que acusam Israel pelo ataque.
Para além da tragédia humanitária, com as mortes e a migração, que deixa milhares de desabrigados, a guerra também pode trazer sérios impactos econômicos para o mundo, inclusive o Brasil, por se tratar da região mais importante para a produção de petróleo.
Após o ataque do Irã, os preços do barril de petróleo no mercado internacional dispararam 5%.
LEIA MAIS
Além do dólar e petróleo, veja os possíveis impactos do conflito entre Irã e Israel na economia
'Estamos vencendo', diz Netanyahu na ONU; delegações abandonam Assembleia Geral em protesto
Octavio Guedes fala sobre impactos da guerra no petróleo e economia
Petróleo e combustíveis
Todos os especialistas ouvidos pelo g1 afirmam que o maior problema para a economia brasileira com a escalada do conflito no Oriente Médio é a elevação do preço do petróleo. A possibilidade de envolvimento de outros países na guerra sempre gera receio de uma queda ou interrupção na produção.
Helena Veronese, economista-chefe da B.Side, diz que a entrada do Irã no conflito era o maior dos riscos, tendo em vista que o país apoia o Hezbollah e é um dos maiores produtores de petróleo do mundo.
O professor Paulo Feldmann, da FIA Business School, faz um paralelo da situação com o que aconteceu durante a pandemia de Covid-19, quando as medidas de isolamento e controle da doença causaram problemas de produção e escoamento de matérias-primas essenciais para as indústrias, o que encareceu os produtos.
"Podemos ter algo parecido em relação ao petróleo e não é a primeira vez que o mundo vai se deparar com uma crise da commodity decorrente de problemas bélicos no Oriente Médio", diz Feldmann.
No começo do conflito entre Israel e Hamas, por exemplo, logo no primeiro dia útil após os primeiros ataques o preço do barril de petróleo avançou mais de 4% nas primeiras horas do dia, próximo ao patamar de US$ 90.
Depois da elevação desta terça-feira (1º), o preço da commodity subiu para a casa dos US$ 75. Ontem, havia fechado em US$ 71.
"Com medo de uma eventual escassez ou disrupção do transporte de combustíveis, que levariam ao aumento futuro do preço, os compradores já se antecipam e estocam petróleo, o que leva a uma subida imediata do preço", explica Emanuel Pessoa, especialista em Direito Internacional.
Em um cenário de manutenção dessa alta forte do petróleo, o Brasil poderia enfrentar avanços nos preços dos combustíveis, principalmente gasolina e diesel.
Dólar
Assim como acontece no mercado de commodities, os investidores também podem, por receio de uma maior escalada do conflito, migrar seus investimentos para o dólar, valorizando a moeda norte-americana, principalmente em relação aos países emergentes.
"Apesar da elevada dívida dos Estados Unidos, o dólar ainda é considerado a moeda de reserva global, de modo que em toda crise, os investidores correm para aportar dinheiro no mercado norte-americano, retirando investimentos de países mais voláteis e arriscados, entre os quais o Brasil", comenta Emanuel Pessoa.
"Com isso, há uma fuga de capitais que acaba pressionando a cotação do dólar", destaca o especialista.
Somado aos fatores de incerteza interna — sobretudo o cenário fiscal brasileiro, com dúvidas sobre a capacidade do governo de arcar com as contas públicas —, há uma corrente de pressão contra a taxa de câmbio, que já acumula alta de 12% neste ano.
Tensão no Irã e economia brasileira
Pressão inflacionária
Com combustíveis e dólar pressionados, a próxima a sofrer é a inflação. A gasolina tem um forte peso no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, pontua Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos.
Assim, uma disparada persistente do petróleo tende a ser refletida muito rapidamente nos índices de preços. Há impacto também no diesel, que é combustível para caminhões. Quando o diesel sobe, há reflexos na cadeia logística, já que o transporte rodoviário é a principal forma de escoamento de produtos no país.
Um aumento no preço do frete encarece toda a cadeia de produção, e a inflação acaba sendo repassada ao consumidor final nos valores de produtos, como alimentos e bebidas.
Andréa destaca que os preços dos combustíveis no Brasil apresentam uma defasagem porque estão mais caros do que o praticado no resto do mundo. Assim, há um espaço para a Petrobras segurar aumentos, pelo menor por um tempo, caso a guerra tome proporções maiores.
Mas Helena Veronese, da B.Side, complementa que "toda guerra tem uma característica inflacionária" porque costuma impactar a distribuição de produtos importantes para todo o mundo. "Quanto mais tempo dura a guerra, maior a pressão inflacionária".
Preço do petróleo dispara mais de 5% com ataque de Irã a Israel
Forças Armadas de Israel e do Irã confirmaram envio. Explosões foram registradas em Tel Aviv. Octavio Guedes fala sobre impactos da guerra no petróleo e economia
Israel divulga imagens de operações realizadas na fronteira com o Líbano
O preço do barril de petróleo dispara mais de 5% nos mercados globais, com o mercado reagindo ao ataque do Irã de mísseis balísticos contra Israel, que começou nas primeiras horas da tarde desta terça-feira (1°).
Às 14h15, o petróleo tipo Brent avançava 5,10%, enquanto o petróleo tipo WTI subia 5,30%.
Guerra no Oriente Médio: como a escalada do conflito pode prejudicar a economia do Brasil
A alta da commodity tem relação com a região em que o conflito ocorre, o Oriente Médio. Essa é a região mais importante na produção de petróleo do mundo, e o Irã é um dos países que lidera essa produção.
Apesar da intensificação da guerra no Oriente Médio, com os ataques de Israel ao Líbano — alegando ser contra o grupo extremista Hezbollah — na última semana, o preço do petróleo não havia subido expressivamente até então justamente porque o Irã ainda não estava envolvido.
O grande temor de especialistas do mercado financeiro era que o Irã se envolvesse, porque essa participação pode gerar uma resposta mais forte e generalizada de Israel contra o país, além do possível envolvimento dos Estados Unidos, que prometeu uma "resposta severa".
Tensão no Irã e economia brasileira
Entenda o conflito
O Irã disparou mísseis balísticos em direção a Israel nesta terça-feira (1º), segundo as Forças Armadas israelenses. O Irã também confirmou o envio.
Uma série de explosões foi registrada em Tel Aviv após o envio. A imprensa iraniana afirmou que a Universidade de Tel Aviv foi atingida.
O ataque é a primeira resposta do Irã desde a escalada nos conflitos entre Israel e o Hezbollah — o grupo extremista, embora atue no Líbano, é financiado pelo regime iraniano.
Segundo a imprensa israelense, mais de cem mísseis balísticos foram lançados pelo Irã. Imagens de Tel Aviv mostraram mísseis cruzando o céu. Alguns deles foram abatidos pelo Domo de Ferro, um dos poderosos sistemas antimísseis israelenses.
O governo de Israel afirmou que os moradores da cidade se refugiaram em bunkers. Ainda não havia informações sobre vítimas ou danos até a última atualização dessa reportagem.
Mais cedo, a Casa Branca havia afirmado que o Irã preparava um ataque a Israel com mísseis balísticos e que pode acontecer a qualquer momento, afirmaram nesta terça-feira (1º) membros do Departamento de Estado dos Estados Unidos. Israel está em alerta e avisou moradores que se protejam em abrigos caso o ataque aconteça.
Segundo o site de notícias dos EUA Axios, os mísseis balísticos alcançarão Israel apenas 12 minutos após serem lançados. O site também relatou que o secretário de Defesa dos EUA, LLoyd Austin, tratou do tema com Yoav Gallant, ministro da Defesa de Israel.
Segundo disse uma das fontes à agência de notícias Associated Press, Washington promete "consquências severas" a um eventual ataque iraniano.
Os EUA, em paralelo, estão ajudando Israel a se preparar para a ofensiva de Teerã, disse ainda o funcionário do departamento. Um porta-voz das Forças Armadas israelenses afirmou que Israel já espera resposta do Irã e disse que o país está preparado "para qualquer ameaça".
"Os sistemas de defesa aérea que temos estão totalmente preparados e as aeronaves da Força Aérea estão intensificando suas saídas', disse o porta-voz das Forças Armadas israelenses para países árabes, Avichay Adraee. "Estamos no auge da nossa prontidão ofensiva e defensivamente".
Caso o ataque ocorra, esta não será a primeira ofensiva do Irã contra Israel. Em abril, forças iranianas lançaram 300 drones e mísseis contra o território israelenses em retaliação a um bombardeio ao Consulado do Irã em Damasco, na Síria, que causou a morte de um comandante do Exército iraniano.
Na ofensiva de abril, os drones e mísseis causaram diversas explosões nos arredores de Jerusalém, mas não houve vítimas.
O Irã e Israel são os principais rivais no Oriente Médio, e a tensão entre os dois países aumentou após o início da guerra na Faixa de Gaza — o Hamas, assim como o Hezbollah, é financiado pelo regime iraniano.
O dilema do Irã em se envolver ou não em disputa do aliado Hezbollah com Israel
Invasão ao Líbano
Soldados de Israel e do Hezbollah travaram nesta terça-feira (1º) o primeiro combate direto desde o início da guerra na Faixa de Gaza.
O embate aconteceu em um dos vilarejos do sul do Líbano onde o Exército de Israel faz incursões por terra — na segunda-feira (31), as Forças Armadas israelenses anunciaram que invadiram o território libanês para operações pontuais e limitadas contra bases do Hezbollah.
Israel lançou uma operação terrestre "limitada" contra alvos específicos do Hezbollah, no sul do Líbano, nesta terça-feira (1º). A ação conta com tropas do Exército por terra, além do apoio da Força Aérea com aeronaves pelo ar.
O porta-voz dos militares, Avichay Adraee, enviou uma ordem a residentes de mais de 20 cidades do sul do Líbano para que saiam imediatamente de suas casas "para a sua própria segurança".
A ordem é para que os civis se desloquem para a margem norte do rio Awali, cuja saída pro mar fica praticamente no meio do caminho entre a fronteira com Israel e Beirute. Segundo Israel, o Hezbollah tem usado infraestrutura civil e residentes do sul como escudo humano.
O grupo extremista libanês reagiu à incursão terrestre israelense com disparo de mísseis direcionados, entre outras localidades, a Tel Aviv — de acordo com o Hezbollah, direcionados a instalações do serviço secreto do país, o Mossad. A milícia Houthi, financiada pelo Irã e que atua no Iêmen, também afirmou ter disparado foguetes em direção ao território israelense.
O Hezbollah tem bombardeado o norte de Israel desde outubro de 2023, em solidariedade aos terroristas do Hamas e às vítimas da guerra na Faixa de Gaza. Israel vinha respondendo e repelindo os ataques.
A tensão na região escalou nos últimos dias, com bombardeios de Israel contra alvos do Hezbollah em vários pontos do Líbano, incluindo a capital Beirute. Um dos ataques provocou a morte do chefe do grupo extremista, Hassan Nasrallah, na sexta-feira (27).
Israel faz bombardeio em área no sul do Líbano
AP Photo/Leo Correa
A operação terrestre de Israel no Líbano já era esperada. Nesta terça-feira, moradores libaneses na região de fronteira relataram intenso bombardeio, além da presença de helicópteros e drones na área.
Israel disse que estava fazendo "ataques precisos" contra alvos do Hezbollah que apresentavam uma ameaça imediata ao território israelense. Toda a operação tem o apoio de artilharia e da Força Aérea.
"Essas operações foram aprovadas e realizadas de acordo com a decisão do escalão político. A Operação 'Setas do Norte' continuará de acordo com a avaliação da situação e em paralelo ao combate em Gaza e em outras frentes", afirmaram os militares israelenses.
Os militares israelenses justificaram a ação para garantir que moradores da região norte do país possam voltar para casa. Essas pessoas deixaram a área por causa de ataques constantes do Hezbollah.
Logo após o início da operação, o Hezbollah lançou pelo menos 10 foguetes contra Israel. Parte dos artefatos foi abatida, enquanto os demais caíram em áreas abertas. Não há informações sobre estragos ou feridos no território israelense.
Um tanque israelense avança no norte de Israel, perto da fronteira com o Líbano
Baz Ratner/AP
Já no Líbano, a agência Reuters afirmou que um dos ataques atingiu um edifício usado como acampamento para refugiados palestinos. O alvo do ataque seria Mounir Maqdah, comandante da ala militar da Fatah — grupo político que controla a Cisjordânia e está à frente da Autoridade Palestina. O paradeiro dele é desconhecido.
Até a publicação desta reportagem o Hezbollah e o governo do Líbano não haviam se pronunciado sobre a operação israelense. Informações sobre mortos e feridos também não foram divulgadas.
Os Estados Unidos disseram que concordaram sobre a necessidade de um ataque contra o Hezbollah ao longo da fronteira entre Israel e Líbano. O secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, conversou com o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant.
Austin defendeu uma resolução diplomatica para garantir o retorno de civis ao norte de Israel com segurança.
LEIA TAMBÉM
AO VIVO: Acompanhe a operação de Israel no Líbano
HEZBOLLAH: o que é o grupo extremista do Líbano que é alvo de Israel
VÍDEO: Israel bombardeia área próxima ao aeroporto de Beirute
Veja onde fica o Líbano
Arte/g1
Histórico do conflito
Nos últimos meses, Israel e Hezbollah viveram um aumento nas tensões. Um comandante do grupo extremista foi morto em um ataque israelense no Líbano, em julho. No mês seguinte, o grupo preparou uma resposta em larga escala contra Israel, que acabou sendo repelida.
Mais recentemente, líderes israelenses emitiram uma série de avisos sobre o aumento de operações contra o Hezbollah. O gatilho para uma virada no conflito veio após os seguintes pontos:
Nos dias 17 e 18 de setembro, centenas de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah explodiram em uma ação militar coordenada.
A imprensa norte-americana afirmou que os Estados Unidos foram avisados por Israel de que uma operação do tipo seria realizada. Entretanto, o governo israelense não assumiu a autoria.
Após as explosões, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que estava começando "uma nova fase na guerra".
Enquanto isso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu que levará de volta para casa os moradores do norte do país, na região de fronteira, que precisaram deixar a área por causa dos bombardeios do Hezbollah.
Segundo o governo, esse retorno de moradores ao norte do país só seria possível por meio de uma ação militar.
Em 23 de setembro, Israel bombardeou diversas áreas do Líbano. Cerca de 500 pessoas morreram e centenas ficaram feridas. O dia foi o mais sangrento desde a guerra de 2006.
Em 27 de setembro, Israel matou o chefe do Hezbollah por meio de um bombardeio em Beirute.
Na semana passada, as Forças de Defesa de Israel anunciaram que militares estavam se preparando para uma possível operação terrestre no Líbano. Bombardeios aéreos executados pelos israelenses seriam indícios de uma preparação de terreno.
VÍDEOS: mais assistidos do g1
Bets: 42% dos brasileiros que dizem apostar estão endividados e quase um terço está fora do mercado de trabalho, diz pesquisa do Senado
Estudo indica que 13% dos brasileiros dizem ter apostado ao longo de um mês. Governo vem regulamentando setor e promete banir empresas que não se adequarem às regras. Um levantamento nacional realizado pelo Instituto DataSenado aponta que 42% dos brasileiros que dizem ter gastado alguma quantia em apostas esportivas ao longo de um mês estavam endividados. Segundo a pesquisa, divulgada nesta terça-feira (1º), o percentual diz respeito aos apostadores com contas atrasadas há mais de 90 dias. No total, de acordo com o levantamento, cerca de 20,3 milhões de pessoas com mais de 16 anos afirmam ter apostado nas chamadas "bets", que têm passado por um processo de regulamentação. O número equivale a 13% da população do país com essa faixa etária. Os dados do DataSenado foram coletados entre 5 e 28 de junho de 2024. A pesquisa ouviu 21.808 pessoas. Além das apostas esportivas, a pesquisa aborda, ainda, o endividamento da população brasileira e o número de brasileiros vítimas de golpes digitais. O perfil dos apostadores no país também é um dos pontos explorados na pesquisa. Segundo o levantamento, a maior parte das pessoas que dizem ter apostado exerce alguma atividade remunerada (68%). O outro grupo, que soma 32%, está dividido entre pessoas que estão fora da força de trabalho (nem trabalham, nem buscam ocupação) e desocupados (não trabalham e estão em busca de ocupação). Brasileiros com renda familiar de até dois salários mínimos foram os que mais apostaram (52%) ao longo de um mês. Na sequência, aparecem apostadores com renda familiar entre dois e seis salários mínimos (35%); e acima de seis salários mínimos (13%). Apostadores terão 10 dias para resgatar valores de bets irregulares, diz Haddad Entre os que apostam: 23% possuem até o ensino fundamental incompleto; 18% ensino fundamental completo; 40% o ensino médio completo; 20% o ensino superior incompleto ou mais. Regulamentação As apostas de cota fixa — ou seja, jogos em que o apostador sabe, no momento da aposta, quanto poderá ganhar em caso de acerto — foram alvo de debates no Congresso e no Executivo. A modalidade — explorada virtualmente pelas "bets" — foi autorizada no Brasil por uma medida provisória, aprovada pelo Congresso e sancionada pelo então presidente Michel Temer (MDB) em 2018. A norma estabelecia um prazo para que houvesse uma regulação em até quatro anos — o que não ocorreu. Sem as regras para esse mercado, casas de apostas online hospedadas no exterior passaram a oferecer serviços a brasileiros. No último ano, deputados e senadores se debruçaram sobre a criação de regras para a exploração desse mercado no país. Esse conjunto de medidas foi aprovado pelo parlamento, no fim de 2023, e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no início deste ano. Bets sem autorização serão suspensas em outubro O mercado legal das "bets" terá início em janeiro de 2025, segundo cronograma do Ministério da Fazenda. As primeiras empresas interessadas em operar legalmente já no início do próximo ano tiveram até 20 de agosto para se candidatar. A pasta, a quem coube destrinchar e operacionalizar a aplicação do regramento, fará a análise e concederá as autorizações ainda no segundo semestre deste ano. Pedidos enviados depois dessa data deverão ser analisados após a abertura do mercado legalizado. Pelo cronograma, ainda em outubro, os sites de apostas que não tiverem dado entrada no registro junto à Fazenda serão proibidos de operar. O governo busca, com a medida, ampliar o controle e impedir excessos de sites ilegais. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, até 600 sites poderão ser banidos do Brasil. Governo quer colocar travas para apostadores compulsivos em bets e jogos
Após pedido do governo, diretor da Aneel diz que agência é autônoma para definir tarifas de luz
Ao jornal 'Folha de S.Paulo', ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) disse que pediu à Aneel alteração na bandeira vermelha 2 – a mais cara ao consumidor no sistema de cores. Sandoval Feitosa, diretor-geral da agência, disse não conhecer o teor da solicitação. Especialistas acreditam que a Aneel pode acionar a bandeira vermelha já no próximo mês, com cobrança adicional nas contas de luz
Getty Images via BBC
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, disse nesta terça-feira (1º) que não recebeu o pedido do governo para alterar a bandeira tarifária de outubro.
Atualmente, a bandeira está no patamar vermelha 2 – o maior do sistema de cores da Aneel--, o que implica cobrança extra na conta de luz de R$ 7,87 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Feitosa se refere a uma declaração do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ao jornal "Folha de S. Paulo" nesta terça-feira (1º).
"Não conheço o teor dele [do ofício de Silveira]. E, assim, a autoridade tarifária no Brasil é a Agência Nacional de Energia Elétrica. Ela que responde quando a tarifa está alta ou está baixa, claro que seguindo toda a legislação associada", disse.
"Qualquer alteração do mecanismo passará por uma análise competente, pública, transparente, seguindo o rito da agência", continuou.
O consumo médio em uma casa brasileira na zona urbana é de aproximadamente 150 kWh a 200 kWh (sem ar-condicionado).
Segundo a "Folha", Silveira disse que enviou um ofício à Aneel sobre a possibilidade de se usar os recursos da "conta bandeira" para reduzir o patamar da cobrança adicional na conta de luz.
A "conta bandeira" recolhe os valores pagos pelos consumidores na conta de luz para arcar com despesas de geração de energia, quando as bandeiras tarifárias são acionadas.
Sandoval de Araújo Feitosa Neto, diretor da Aneel, durante reunião em comissão do Senado
Roque de Sá/Agência Senado
Segundo o diretor-geral da Aneel, a "conta bandeira" tem um saldo de R$ 5,22 bilhões – acumulado com a manutenção da bandeira verde, sem cobrança adicional, por dois anos.
"Não sabemos, e acredito que ninguém saiba, qual será a extensão da gravidade deste momento de estiagem. Apenas para terem uma ideia, na crise de escassez hídrica [de 2021] nós tivemos cerca de R$ 5,65 bilhões apenas em outubro de 2021", declarou.
Para Feitosa, o saldo da "conta bandeira" funciona como um "seguro para um momento de maio adversidade, caso venha".
Saiba quanto custa a bandeira
Além da bandeira vermelha, conta de luz pode subir mais que o esperado
Cada bandeira tarifária acionada pela Aneel pode gerar um custo extra ao consumidor:
🟩bandeira verde (condições favoráveis de geração de energia) – sem custo extra;
🟨bandeira amarela (condições menos favoráveis) – R$ 18,85 por MWh (megawatt-hora) utilizado (ou R$ 1,88 a cada 100kWh);
🟥bandeira vermelha patamar 1 (condições desfavoráveis) – R$ 44,63 por MWh utilizado (ou R$ 4,46 a cada 100 kWh);
🟥bandeira vermelha patamar 2 (condições muito desfavoráveis) – R$ 78,77 por MWh utilizado (ou R$ 7,87 a cada kWh).
Em busca de consenso, Receita abre canais de atendimento para orientar contribuintes e evitar disputas
Receita Federal lançou nesta terça-feira dois programas, o 'Receita Soluciona' e o 'Receita de Consenso'. Órgão diz estar migrando de uma 'atuação punitiva' para uma forma de agir 'orientadora'. Superintendência da Receita Federal, em Brasília.
Marcelo Camargo/Agência Brasil
A Secretaria da Receita Federal anunciou nesta terça-feira (1º) dois novos programas para facilitar o diálogo com os contribuintes, buscando orientá-los a respeito de seu entendimento sobre a legislação vigente, e, com isso, evitar disputas nas esferas administrativa e judicial.
Para isso, foram lançados dois programas, o "Receita Soluciona" e o "Receita de Consenso".
"O contribuinte pode entrar, debater e discutir, e no fim dizer que não quer participar. Não há nenhuma sanção com relação a isso", afirmou o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas.
Ele reafirmou que o órgão vem buscado mudar seu foco de uma atuação punitiva para uma forma de agir orientadora.
"Desde o ano passado não tivemos nenhuma grande operação de fiscalização, tivemos grandes operações de orientação", afirmou.
Barreirinhas lembrou que o projeto de lei que busca instituir uma relação de cooperação entre a Receita Federal e os contribuintes – e distinguir bons pagadores (que poderão contar com benefícios), ainda não foi aprovado pelo Legislativo.
Explicou que os programas lançados nesta semana buscam avançar, antes mesmo da análise do projeto, no relacionamento com os contribuintes que tenham uma boa avaliação por parte da Receita Federal.
Receita Soluciona
O secretário informou que o "Receita Soluciona" funcionará como um "canal VIP" de diálogo com confederações nacionais representativas de categorias econômicas; centrais sindicais; e entidades de classe de âmbito nacional.
Ele citou, por exemplo, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
"Estamos abrindo esse espaço para que essas entidades tenham um canal vip de diálogo, incentivando-as a serem cada vez mais parceiras", disse Barreirinhas, da Receita Federal.
Segundo ele, o objetivo do programa é sempre buscar evitar o litígio. "Que passemos a pensar na publicação de normativos conjuntos com esses órgãos", acrescentou.
O protocolo do requerimento será feito por meio do Portal de Serviços Digitais da Receita Federal, utilizando identificação gov.br.
Serão discutidos, dentro do programa:
Matérias com trâmite processual específico;
Arguição de constitucionalidade de lei ou tratado;
Solicitação de Informações que podem ser obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação;
Atendimento e andamento processual relativos a contribuintes específicos;
Denúncias.
Receita de Consenso
O outro programa lançado nesta terça-feira buscará oferecer aos contribuintes um "defensor" dentro da Receita Federal, que funcionará de forma autônoma.
Será como o "ombudsman" de um grande jornal, que recebe críticas dos leitores e busca agir de forma imparcial para dirimir conflitos, explicou o secretário Barreirinhas.
"Com essa mudança de postura da Receita punitiva para a Receita orientadora, alguns canais de diálogo têm de ser construídos. É um facilitador do diálogo. Não só não estamos mais evitando o diálogo com o contribuinte, que era uma postura de décadas, como vamos incentivar esse diálogo. Tornar o diálogo mais fluído antes que haja o litigio", disse o secretário.
De acordo com o órgão, o ingresso no Receita de Consenso é permitido para contribuintes com alta classificação em Programas de Estímulo à Conformidade. Que poderá ocorrer nesses casos:
um procedimento fiscal, caso haja divergência, no procedimento fiscal, entre os entendimentos da fiscalização e do interessado
sem um procedimento fiscal, caso haja dúvidas quanto à consequência fiscais de um determinado negócio jurídico do interessado.
Aneel libera venda de distribuidora de energia do Amazonas à J&F, dos irmãos Batista
Área técnica da agência delimitou flexibilização de obrigações a R$ 8 bilhões, no lugar dos R$ 14 bilhões propostos pela empresa. Custos serão repassados a conta do setor elétrico bancada por todos os consumirdores . Sandoval de Araújo Feitosa Neto, diretor-geral da Aneel, durante reunião em comissão do Senado.
Roque de Sá/Agência Senado
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira (1º) a venda da distribuidora do Amazonas, a Amazona Energia, ao grupo J&F — dos irmãos Wesley e Joesley Batista.
O negócio foi aprovado depois de o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, mudar o seu voto no processo, que havia terminado empatado na última sexta-feira (27).
A Aneel havia convocado uma reunião extraordinária na sexta para tratar sobre o processo, já que decisões judiciais obrigavam a agência a aprovar a venda da Amazonas Energia (entenda mais abaixo).
No início da noite desta terça, no entanto, a Âmbar divulgou nota dizendo que não concorda com os termos aprovados pela Aneel e que vai pedir revisão da medida.
ANEEL discute transferência da Amazonas Energia pro Grupo Âmbar
"Nós agendamos uma reunião extraordinária em função de uma decisão judicial, e é natural que nem todas as impressões, as análises, estivessem exauridas. Os impactos não puderam ser completamente avaliados", afirmou Feitosa, em entrevista a jornalistas.
Feitosa acompanhou o voto do diretor relator, Ricardo Tili, que determinou a aprovação da venda nos termos do parecer da área técnica da Aneel.
🔎Os técnicos da agência limitaram as flexibilizações de obrigações em R$ 8 bilhões, no lugar de R$ 14 bilhões — como previa a proposta da Âmbar Energia, empresa do grupo J&F, dos irmãos Wesley e Joesley Batista. Custos esses que serão repassados aos consumidores.
Segundo a decisão desta terça, a Âmbar tem 24 horas para decidir assinar ou não o contrato no termos aprovados. Se optar por assinar, a empresa deverá abdicar de qualquer questionamento judicial ou administrativo no âmbito da Aneel.
Em nota, a Âmbar Energia afirmou que "analisará a decisão da diretoria da Aneel desta terça e seguirá mantendo o diálogo com a agência, em busca de uma solução definitiva para a situação dos consumidores de energia do Amazonas".
Medida provisória
A transferência de controle da Amazonas Energia está prevista em uma medida provisória, publicada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em junho.
Contudo, por falta de deliberação pelo Congresso, a MP deve perder validade em 10 de outubro — o que coloca a venda da distribuidora em xeque. Na prática, a Âmbar tem 10 dias para fechar o negócio.
A empresa também conta com outro ponto da MP: a permissão para transferir os contratos de seis usinas termelétricas para o regime de energia de reserva. Hoje, as térmicas estão contratadas pela Amazonas Energia.
No entanto, esse processo segue em empate na Aneel, sem uma decisão. Na prática, pode mudar a avaliação de custo da Âmbar, uma vez que a Amazonas Energia está sobrecontratada.
Entenda o processo da venda
A Amazonas Energia é a distribuidora responsável pelos serviços de energia no estado do Amazonas.
A empresa enfrenta uma crise financeira que levou à recomendação de cassação do contrato junto ao Ministério de Minas e Energia.
A Eletrobras detinha a concessão no estado. Após a Eletrobras sair do segmento de distribuição, o contrato foi assumido pelo Consórcio Oliveira Energia em 2019.
"Mesmo após o processo de desestatização e garantido o atendimento aos dispositivos legais, regulamentares e contratuais aplicáveis, a distribuidora [Amazonas Energia] não conseguiu atingir níveis sustentáveis do ponto de vista econômico-financeiro", afirmou a Aneel em relatório de 2023.
A extinção do contrato foi recomendada pela Aneel em novembro de 2023, após verificar que a empresa não tinha condições financeiras de manter a concessão. A empresa tem uma dívida de R$ 10 bilhões.
Uma medida provisória publicada em junho pelo governo previa uma mudança de controle da distribuidora. Pelo texto, os adquirentes teriam que apresentar um plano de transferência de controle societário, que deveria ser analisado e aprovado pela Aneel.
A MP previa também tirar da Amazonas Energia um custo que ela tinha que arcar, por contrato, com o acionamento de usinas termelétricas no estado.
A flexibilização das regras para a Amazonas Energia, por meio da medida provisória, foi uma forma de garantir a continuidade da prestação de serviços à população, ameaçada pela situação econômica da concessão.
Em 28 de junho, a Âmbar Energia apresentou o plano para assumir o controle da distribuidora. O documento enviado à Aneel previa a compra da distribuidora pelos fundos Futura Venture e Fundo Milão, da J&F.
Esse plano foi considerado insatisfatório pela área técnica da Aneel, por não solucionar o endividamento da empresa.
Uma decisão judicial, da juíza Jaiza Maria Pinto Fraxe, deu à agência um prazo de 48 horas para que a Aneel aprovasse o plano apresentado em 28 de junho.
O diretor-geral informou que a Âmbar pediu uma reunião com a Aneel sobre a análise da área técnica, que foi aprovada.
"A empresa avaliou que, em um primeiro momento, precisaria avaliar melhor aquela proposta. Nem disse sim, nem disse não", declarou.
Para Feitosa, a Aneel deu uma resposta administrativa ao impasse.
"O desfecho: o que posso dizer é que estamos bem melhor do que estávamos na sexta-feira [27 de setembro]. Nós não temos a insegurança apenas de uma decisão judicial", declarou.
Apostadores terão 10 dias para sacar valores de bets irregulares que forem proibidas, diz Haddad
Governo vai divulgar nesta terça lista de bets que começaram a se regularizar – e poderão seguir operando. Sites que nem sequer pediram a autorização serão banidos ainda este mês. Apostadores terão 10 dias para resgatar valores de bets irregulares, diz Haddad Apostadores que têm dinheiro depositado em empresas de aposta online irregulares terão um prazo de dez dias, a partir desta terça-feira (1º), para sacar os recursos. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o governo deve divulgar nesta terça a lista das "bets" autorizadas a seguir em funcionamento. As que não estiverem na lista serão proibidas de operar e terão os sites derrubados – mas só a partir do dia 11, para que os apostadores possam sacar os valores depositados nesses serviços. "Quem não pediu credenciamento não vai poder operar desde já, vai ter 10 dias. Esses 10 dias são mais para o apostador do que para a casa de aposta, porque tem muita gente que tem recurso financeiro depositado na casa de aposta", explicou Haddad. "Então, os 10 dias é para a pessoa verificar se tem saldo e pedir a restituição. Caso contrário, nós já tiraríamos do ar imediatamente, mas não vamos fazê-lo pra proteger a poupança do eventual apostador", disse Haddad a jornalistas. Segundo o ministro, as empresas que estão em processo de credenciamento poderão permanecer em operação, desde que estejam atendendo à regulamentação da Secretaria de Prêmios e Apostas do ministério. "E, caso não venham a ser credenciadas até o final do ano, ou não paguem a outorga, também sairão do ar", acrescentou. Nesta tarde, o secretário da Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Regis Dudena, afirmou que após os 10 dias de prazo as casas de apostas deverão se responsabilizar pela devolução dos valores. "É de responsabilidade das casas com dinheiro depositado providenciar a devolução. As casas com dinheiro depositado vão ter dever de devolver aos consumidores", afirmou. Haddad diz que 600 bets irregulares sairão do ar nos próximos dias Até 600 sites sairão do ar Nesta segunda-feira (30), o ministro Fernando Haddad afirmou que até 600 sites de apostas online serão banidos do Brasil nos próximos dias por apresentarem irregularidades em relação à legislação aprovada pelo Congresso Nacional. Ele recomendou que os jogadores resgatem os recursos nesses sites, para evitar que o dinheiro seja perdido. E anunciou que o governo adotará novas medidas e fiscalizará, de forma mais dura, regras que já estão em vigor – como o acompanhamento das apostas por CPF, a limitação das formas de pagamento e a regulamentação da publicidade das empresas. Segundo o ministro, a equipe econômica vai banir determinadas formas de pagamento para as apostas online, como os cartões de crédito e, também, o cartão do Bolsa Família. Somente em agosto de 2024, 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões com as bets. A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão já instaurou um procedimento para verificar o impacto das apostas online nas pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica. Em outra frente, a pedido do diretor-geral Andrei Passos, a Polícia Federal abriu uma investigação preliminar para apurar a atuação de grupos internacionais suspeitos de lavar dinheiro no mercado de apostas esportivas. Regulamentação No fim do ano passado, o Congresso aprovou e o governo sancionou uma lei que regulamenta as apostas online no Brasil. A regulamentação traz uma série de regras para que essas empresas possam operar no país e estipula pagamento de impostos — o que hoje não acontece. Desde 2018, as apostas de quotas fixas, as bets, são autorizadas no Brasil. Mas a maioria desses sites de apostas hoje está hospedada em outros países e oferece seus serviços aos brasileiros pela internet. “Nós vamos ter total controle de quem são os apostadores, quais são os meios de pagamento que esses apostadores estão se utilizando. Nós vamos ter regras muito claras de combate à lavagem de dinheiro", afirmou Régis Dudena, secretário de prêmios e apostas do Ministério da Fazenda em entrevista ao Fantástico no início do mês. Com a regulamentação, a partir de janeiro de 2025 elas terão que estar hospedadas no Brasil, o que vai facilitar a fiscalização, de acordo com o governo. "Nós temos regras também de proteção do apostador. Sabemos qual é o volume financeiro que esses apostadores estão gastando nas casas de apostas. Elas vão ser monitoradas e elas vão ser fiscalizadas pelo Ministério da Fazenda”, completou.
Dólar e Ibovespa sobem com escalada dos conflitos no Oriente Médio e novos dados de emprego nos EUA
A moeda norte-americana avançou 0,31%, cotada a R$ 5,4640. Já o principal índice de ações da bolsa fechou em alta de 0,51%, aos 132.495 pontos.
Karolina Grabowska
O dólar fechou em alta esta terça-feira (1), primeiro pregão de outubro, diante da escalada dos conflitos no Oriente Médio e de olho nos novos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, também fechou em alta.
O Irã disparou cerca de 120 mísseis balísticos em direção a Israel nesta terça, segundo as Forças Armadas israelenses. O Irã também confirmou o envio, que culmina o aumento de tensões entre Israel e o Hezbollah nas duas últimas semanas.
A maior parte dos mísseis atingiu Tel Aviv, onde uma série de explosões foi registrada. A população se abrigou em bunkers e abrigos. O espaço aéreo chegou a ficar totalmente fechado, mas foi reaberto cerca de uma hora após o ataque.
Nos EUA, dados do mercado de trabalho mostraram que, em agosto, o país registrou a abertura de mais de 8 milhões de postos de trabalho, bem acima das expectativas do mercado financeiro, que esperava uma geração de 7,64 milhões.
O mercado acompanhou esses números com atenção em busca de novas pistas sobre como o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve conduzir as taxas de juros no país, hoje entre 4,75% e 5,0O% ao ano, depois de um corte de 0,50 ponto percentual na última reunião da instituição.
Nesta segunda (30), o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que o BC vai reduzir os juros em mais 0,50 ponto percentual daqui até o fim do ano — 0,25 em cada uma das reuniões que ainda restam em 2024 —, e somente se os dados econômicos, com destaque para inflação e mercado de trabalho, vierem em linha com o esperado.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
Dólar
Ao final da sessão, o dólar subiu 0,31%, cotado a R$ 5,4640. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,51% na semana;
avanço de 0,31% no mês;
ganho de 12,60% no ano.
No dia anterior, a moeda subiu 0,19%, cotada a R$ 5,4469.
O
Ibovespa
Já o Ibovespa fechou em alta de 0,51%, aos 132.495 pontos.
Com o resultado, acumulou:
perdas de 0,18% na semana;
alta de 0,51% no mês; e
queda de 1,26% no ano.
Na véspera, o índice caiu 0,69%, aos 131.816 pontos.
O que está mexendo com os mercados
Os conflitos no Oriente Médio vivem mais um momento de acirramento, com o ataque do Irã a Israel.
Depois de quase um ano dos ataques do grupo terrorista Hamas aos israelenses, e de uma guerra que devastou a Palestina, o enfrentamento vinha escalando com a entrada do grupo extremista Hezbollah — que nasceu no Líbano, é financiado pelo Irã e aliado do Hamas.
Há uma semana, Israel vem bombardeando regiões do Líbano. Nesta terça-feira, lançou uma operação terrestre "limitada" contra alvos específicos do Hezbollah. A escalada dos ataques entre os dois lados começou após explosões em série de pagers e walkie-talkies de membros do grupo, que acusam Israel pelo ataque.
Após o ataque do Irã, os preços do barril de petróleo no mercado internacional dispararam 5%. A alta da cotação tende a beneficiar empresas exportadoras da commodity, como a Petrobras, que opera em forte alta nesta terça e ajuda a manter o Ibovespa no azul.
Por outro lado, aumento dos conflitos elevam o clima de incerteza entre os investidores, que tendem a migrar seus investimentos para o dólar. O movimento fortalece a moeda norte-americana frente ao real.
Hoje, o mercado também olha com atenção para mais um dado de emprego nos Estados Unidos. O relatório de ofertas de emprego JOLTS é uma pesquisa do Departamento do Trabalho americano que monitora e mede o número de empregos, demissões e novas vagas no país.
O país gerou 8,04 milhões de vagas em agosto, uma aceleração em relação aos 7,673 milhões registrados em julho e acima das projeções.
O analista de investimentos Vitor Miziara explica que, "como a inflação aparentemente está sob controle (nos Estados Unidos), o segundo ponto de atenção do FED é o mercado de trabalho para decidir sobre os próximos movimentos na taxa de juros".
A inflação oficial anual do país foi de 2,5% em setembro, bem próxima a meta de 2,00% do Fed. No entanto, um mercado de trabalho mais aquecido poderia colocar um freio no ciclo do Fed, já que mais empregos implicam em mais dinheiro na mão da população e maior pressão inflacionária.
Nesse sentido, Jerome Powell reforçou a a intenção da instituição em acompanhar de perto esses números e que não está "com pressa para cortar as taxas de juros".
"É importante observar, no entanto, que parece haver uma divisão sobre o ritmo adequado para o próximo corte de juros entre os demais membros do Comitê", destaca a XP Investimentos.
Por isso, o mercado segue acompanhando os dados a fim de tentar se antecipar aos próximos movimentos do Fed.
E numa semana marcada por diversas divulgações, o dado mais aguardado só chega na sexta-feira, com o relatório de empregos mais popular dos Estados Unidos, o payroll. A expectativa do mercado financeiro é que a taxa de desemprego tenha se mantido em 4,2% em setembro, com uma geração de 144 mil empregos não-agrícolas.
No Brasil, o dia de agenda mais vazia, com destaque apenas para a divulgação da lista de bets liberadas pelo Ministério da Fazenda.
No noticiário econômico, investidores seguem monitorando dados divulgados nesta segunda-feira, com destaque para o relatório de estatísticas fiscais do BC, que mostrou um leve crescimento na dívida pública do país. O resultado veio me linha com as projeções do mercado, sem pesar sobre os ativos brasileiros neste início de pregão.
As contas do setor público do país tiveram um déficit primário de R$ 21,4 bilhões em agosto. O déficit primário acontece quando as receitas com impostos ficam abaixo das despesas, desconsiderando os juros da dívida pública.
Apesar da leve alta entre julho e setembro, o resultado do mês representa uma melhora em relação ao mesmo período do ano passado, quando o déficit era maior, de R$ 22,8 bilhões.
O Governo Federal foi o único ente da pesquisa que teve um déficit, de R$ 22,3 bilhões. Os estados e municípios tiverem um superávit de R$ 435 milhões, enquanto as empresas estatais apresentaram superávit de R$ 469 milhões.
Já no acumulado do ano até aqui, as contas públicas apresentaram um resultado negativo de R$ 86,2 bilhões, o equivalente a 1,14% do PIB. Para 2024, a meta fiscal, fixada pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), é de um déficit de até R$ 13,31 bilhões.
Isso representa piora em relação ao mesmo período do ano passado, quando foi registrado um déficit primário de R$ 79 bilhões, ou 1,11% do PIB.
Ainda na agenda doméstica, o BC também divulgou mais um Boletim Focus, que mostrou que os economistas do mercado financeiro passaram a prever uma taxa Selic maior no final do ano.
A previsão do mercado passou a ser de dois aumentos de 0,50 ponto percentual na taxa Selic nas reuniões de novembro e de dezembro deste ano. Se confirmada a projeção do mercado, a Selic avançará para 11,25% ao ano em novembro e para 11,75% ao ano em dezembro de 2024.
Semana de 4 dias: por que empresas topam gastar mais para fazer o sistema funcionar
Empresários esperam que investimento em novas contratações e tecnologia seja revertido em atração de talentos e mais produtividade. Quem participou de teste no Brasil já viu resultados. Empresa de design de Belo Horizonte (MG) adotou semana de 4 dias
Greco/Divulgação
Para implementar a semana de quatro dias de trabalho em uma empresa, não basta avisar os funcionários: "Ei, pessoal! A partir de segunda-feira, todo mundo vai ganhar um dia a mais de folga."
As companhias que participaram de um experimento sobre a jornada reduzida no Brasil tiveram que fazer uma série de adaptações para o novo modelo funcionar. É que o objetivo era manter 100% da produtividade (e dos salários), mesmo com as horas a menos de trabalho.
Além de adotar um planejamento rigoroso e novas estratégias de produtividade, as participantes também perceberam que passaram a ter gastos extras com novas contratações e tecnologia. Um terço das empresas participantes precisaram reforçar suas equipes, segundo o relatório final do projeto.
LEIA MAIS
CONFIRA: Quais os prós e contras da semana de 4 dias
'Short friday': sair mais cedo do trabalho às sextas já é realidade
'Workation': a tendência que une viagem de lazer ao trabalho
“Teve custo inicial de 3% a 4% da nossa empresa. É difícil fazer mudanças sem investimento", diz Soraya Clementino, sócia-fundadora do escritório de advocacia Clementino e Teixeira, de São Paulo (SP).
Por lá, foi necessário contratar mais um funcionário, para compor a equipe de 15 pessoas. Também foi necessário implementar uma ferramenta de inteligência artificial para otimizar a realização de parte das tarefas.
“Mas entendo que é um valor baixo em relação ao tamanho do ganho, porque essas ferramentas e contratações permitirão, a longo prazo, absorver mais trabalho com a mesma equipe", pondera a sócia.
Para Cláudia Carmello, sócia-fundadora da agência de publicidade PiU Comunica, que também aderiu ao projeto em São Paulo (SP), o gasto com mão de obra e tecnologia vai valer a pena por causa da atração e retenção de talentos que a semana de quatro dias proporciona.
Ela reconhece, porém, que os seis meses do experimento ainda são um "tempo curto para fazer essa conta". (veja abaixo dados sobre as percepções dos participantes)
Para a professora de gestão em pessoas Lina Eiko Nakata, do Insper, é essencial que as empresas que desejam testar a semana de quatro dias tenham um capital extra para cobrir eventuais situações.
No caso do experimento em questão, uma iniciativa da "4 Day Week Brazil", a própria participação no projeto é paga: custa a partir de R$ 7 mil, a depender do tamanho da empresa.
Nesta primeira edição no Brasil, 19 empresas concluíram o teste. As companhias são de cinco cidades em quatro estados (SP, RJ, MG e PR) e participaram do projeto com, no máximo, 25 colaboradores.
A maioria é da área de tecnologia, comunicação e consultoria, mas um hospital também participou, com funcionários da área administrativa. A segunda edição do projeto está com inscrições abertas até o fim de setembro.
Short friday: sair mais cedo do trabalho às sextas já é realidade em algumas empresas
Funcionário 🤝 empresa
Atrair e manter funcionários na empresa eram desafios que as participantes do experimento procuravam resolver quando aderiram à semana de quatro dias. Após seis meses de testes, parte dos gestores já percebeu mudanças.
De acordo com o relatório final do projeto, 66,7% das empresas relataram que a capacidade de recrutar novos talentos aumentou. Já a rotatividade de colaboradores permaneceu estável para 75% das empresas e diminuiu para 25%.
“É um diferencial muito grande da empresa. Todos os meus amigos falavam sobre isso, perguntavam como estava sendo. Todo mundo queria mandar currículo para a gente”, diz Tadeu Carazza, associado do escritório de advocacia.
Ao fim do projeto, quase metade dos funcionários também afirmou que a relação com o líder melhorou, e mais de 65% perceberam um aumento do comprometimento com a empresa.
Por fim, muitos não mudariam de emprego, nem com um salário maior, para voltar a trabalhar cinco dias por semana:
16,7% não mudariam de emprego, independentemente do valor oferecido, para trabalhar cinco dias;
40,4% precisariam de um reajuste salarial de mais de 50% para considerar retornar à jornada de trabalho "cheia".
⬆️ Engajamento = ⬆️ Produtividade
Com um dia a menos de trabalho na semana, 81% dos funcionários que participaram do teste no Brasil relataram ter mais criatividade e 87%, mais energia para a realização das tarefas.
O engajamento aumentou para 60,3%, de acordo com o relatório final, e tudo isso contribuiu para ampliar a produtividade, segundo 71,5%.
Não à toa, a alta liderança viu melhorias nos processos da empresa (83,3%) e no funcionamento das equipes (75%).
Para a professora Nakata, do Insper, manter a produtividade com uma jornada reduzida de trabalho depende da maturidade dos funcionários para entender as prioridades e realizar as entregas dentro dos prazos.
Além disso, é necessário observar a característica da mão de obra de cada empresa. "Se a gente pensa num trabalho mais operacional e previsível, como numa linha de montagem, um dia a menos trabalhado é um dia de produção que você perde", avalia.
"Mas, quando a gente fala de profissionais que dependem mais do cognitivo, da criatividade, para fazer as entregas, e não do ritmo da máquina, o tempo é muito relativo."
A empresa de design Greco, de Belo Horizonte (MG), precisou fazer três novas contratações durante o experimento da semana de quatro dias. O número de funcionários passou de 19 para 22.
No entanto, o dono não sabe dizer se a medida foi necessária por causa da redução da carga horária. “A gente cresceu, então pode ser coincidência. O volume de projetos aumentou", diz Gustavo Greco.
Das empresas participantes do projeto, 72,7% observaram um aumento na receita durante os seis meses de teste, enquanto 27,3% experimentaram uma diminuição. Em termos de lucros, 63,6% relataram crescimento, e 36,4% enfrentaram uma redução.
O relatório destaca, porém, que "a melhoria na receita e nos lucros não pode ser atribuída exclusivamente à implementação da semana de quatro dias".
A qualidade do serviço apresentou um equilíbrio, com 50% das empresas mantendo a qualidade. Um terço reportou melhora, enquanto 16,7% indicaram queda.
Veja também
'Workation': conheça a tendência que une viagem de lazer ao trabalho
Governo detalha bloqueio de R$ 13,3 bilhões no Orçamento; Saúde e Cidades foram mais atingidos
Contenção de despesas era de R$ 15 bilhões e foi reduzida pelo governo no dia 20; medida faz parte do desafio de cumprir as regras fiscais. Medida reduz em R$ 974,8 milhões as emendas parlamentares
Unsplash
Os ministérios da Saúde e das Cidades seguem na lista das pastas mais atingidas pelo bloqueio de despesas no Orçamento deste ano.
O governo federal detalhou na noite de segunda-feira (30) o aperto nos gastos de 2024. A medida foi necessária para que as regras fiscais (das contas públicas) sejam cumpridas. O detalhamento da contenção de despesas foi publicado em edição extra do Diário Oficial.
Mesmo as áreas consideradas prioritárias pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como de saúde e educação, foram atingidas. Emendas parlamentares também foram alvo do bloqueio.
O Ministério da Saúde teve uma redução de R$ 4,5 bilhões, e o das Cidades perdeu R$ 1,8 bilhão. A pasta da Educação também foi atingida, com corte de R$ 1,4 bilhão.
A medida reduz em R$ 974,8 milhões as emendas parlamentares. Já o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) perdeu R$ 3,7 bilhões.
Orçamento 2025: governo estima que arrecadação atingirá maior nível em 15 anos
Regras fiscais
Há dois meses, o governo já havia feito um ajuste para seguir as regras de dois mecanismos de controle das contas públicas.
Um deles é o arcabouço fiscal, que prevê que o limite de crescimento dos gastos é de 2,5% ao ano, descontada a inflação.
Se a previsão de despesas no ano ultrapassa esse teto, o governo faz um bloqueio. Esse mecanismo é mais difícil de ser desfeito.
Outra regra é a meta fiscal. A meta do governo neste ano é gastar apenas o que conseguir arrecadar. É o chamado déficit zero. Essa conta não considera despesas financeiras, como gastos com juros da dívida.
Para não deixar esse limite estourar, o governo faz um contingenciamento — congela despesas. O contingenciamento é mais fácil de ser desfeito. Esses gastos podem ser novamente liberados, por exemplo, se houver uma arrecadação acima do esperado.
A contenção de despesas é feita na verba não obrigatória dos ministérios. Portanto, o ajuste é feito em investimentos e gastos de custeio, como energia elétrica e água, diárias e passagens e serviços de comunicações.
A meta do governo é de déficit zero. Mas, pelas regras do arcabouço fiscal, há uma banda de 0,25 ponto percentual do PIB para cima e para baixo da meta fiscal. O rombo máximo é de R$ 28,8 bilhões.
No fim julho, o governo havia feito um ajuste de R$ 15 bilhões, sendo R$ 11,2 bilhões em bloqueio e R$ 3,8 bilhões em contingenciamento.
Agora, em setembro, o contingenciamento foi totalmente desfeito. Por outro lado, o governo ampliou o bloqueio em R$ 2,1 bilhões. Por isso, o corte total chega a R$ 13,3 bilhões atualmente.
Aperto maior na Saúde
Apesar de o governo ter reduzido a contenção no Orçamento como um todo, o Ministério da Saúde sofreu um aumento no corte de despesas. Há dois meses, a pasta tinha perdido R$ 4,4 bilhões. Agora, esse valor subiu para R$ 4,5 bilhões.
Os outros ministérios, de forma geral, tiveram um alívio orçamentário no mesmo período.
O governo ainda não apresentou uma lista de quais programas e ações de cada ministério serão afetados pelos cortes.
Segundo o Ministério do Planejamento, isso será feito até dia 7 de outubro, prazo que cada órgão tem para apontar como o bloqueio será feito nas despesas previstas para o ano.
O Assunto #1313: Bets - novas regras e regulamentação
A partir desta terça-feira (1), quem não se cadastrar, vai começar a sair do ar — mais de 170 empresas estão em processo de certificação pelo Ministério da Fazenda e outras centenas delas, que não estão adequadas, devem ser bloqueadas pela Anatel. Você pode ouvir O Assunto no g1, no GloboPlay, no Spotify, no Castbox, no Apple Podcasts, na Deezer, na Amazon Music, no Hello You ou na sua plataforma de áudio preferida. Assine ou siga O Assunto, para ser avisado sempre que tiver novo episódio. Em 2018, sob a gestão Michel Temer (MDB), o governo federal legalizou o mercado de apostas no Brasil, depois de mais de 50 anos de proibições. De acordo com a lei, o próprio governo federal estava obrigado a regulamentar a atividade entre 2018 e 2022; o que não aconteceu na gestão Jair Bolsonaro. A regulamentação viria a ser sancionada apenas em dezembro de 2023, por Lula (PT). A estimativa é de que haja cerca de 2 mil empresas atuando no setor, que movimentou R$ 160 bilhões apenas nos oito primeiros meses deste ano. A partir desta terça-feira (1), quem não se cadastrar, vai começar a sair do ar — mais de 170 empresas estão em processo de certificação pelo Ministério da Fazenda e outras centenas delas, que não estão adequadas, devem ser bloqueadas pela Anatel, informa o ministro Fernando Haddad (PT). Para explicar o que muda neste mercado e as expectativas do governo sobre as bets, Natuza Nery conversa com Ana Flor, colunista do g1 e comentarista da GloboNews. O que você precisa saber: Haddad diz que até 600 sites de bets irregulares serão banidos em outubro Haddad diz que houve 'descaso' com bets e que 'chegou hora de colocar ordem e proteger a família brasileira' Banco Central monitora impacto das bets no endividamento dos brasileiros Governo analisa dados e pode proibir o uso do cartão do Bolsa Família para bets Bets precisarão ter sede no Brasil para patrocinar times de futebol e outros esportes 'Chegava a chorar', 'só traz perda': vício em 'bets' causa danos financeiros e psicológicos a pessoas de baixa renda O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Amanda Polato, Carol Lorencetti, Gabriel de Campos, Luiz Felipe Silva e Thiago Kaczuroski. Apresentação: Natuza Nery. Bets: o que muda a partir de agora
Mega-Sena pode pagar R$ 40 milhões nesta terça-feira
Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O concurso 2.781 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 40 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h desta terça-feira (1º), em São Paulo.
No concurso do último sábado (28), ninguém levou o prêmio máximo.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega-Sena tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
CNJ aprova resolução para reduzir volume de reclamações trabalhistas na Justiça
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou nesta segunda-feira (30) uma resolução que veda futuras reclamações trabalhistas quando o acordo ajustado entre empregador e empregado, na rescisão do contrato de trabalho, for homologado pela Justiça do Trabalho.
Pela resolução, apresentada pelo ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF e CNJ, será dada quitação final, sem possibilidade de recurso, quando a rescisão for aprovada e homologada pelo juiz do trabalho, depois de garantidos direitos como assistência jurídica e sindical ao trabalhador.
Em conversa com o blog, Barroso afirmou que o intuito é reduzir a litigiosidade trabalhista do país, que traz insegurança jurídica ao empregador e acaba por dificultar a formalização de trabalhadores. Segundo Barroso, dados do CNJ mostram que há 5 milhões de reclamações trabalhistas pendentes na Justiça do Trabalho.
Fachada do CNJ
Divulgação/CNJ
Exceções
O texto traz exceções para a quitação final, como no caso de sequelas ou doenças ocupacionais ignoradas no momento da homologação.
Nos primeiros seis meses, a resolução valerá para acordos com valor superior a 40 salários mínimos (pouco acima de R$ 56 mil), de forma a medir o impacto na redução dos processos.
Para a formulação da resolução, segundo CNJ, foram ouvidas centrais sindicais, setores empresariais, juízes do Trabalho, Ministério Público e o governo federal.
75 anos da revolução comunista na China: o 'milagre econômico' que fez de país pobre uma superpotência global
Nesta terça-feira (1º), quando se completam 75 anos do triunfo dos comunistas, o país está radicalmente diferente: é uma potência mundial de primeira grandeza e aspira chegar ao topo da economia global. 75 anos da revolução comunista na China: o 'milagre econômico' que fez de país pobre uma superpotência global
EPA-EFE/SHUTTERSTOCK via BBC
Quando Mao Tsé Tung (ou Zedong) chegou ao poder em 1949, a China estava dominada pela pobreza e devastada pela guerra.
Nesta terça-feira (1º), quando se completam 75 anos do triunfo dos comunistas, o país está radicalmente diferente: é uma potência mundial de primeira grandeza e aspira chegar ao topo da economia global.
Mas seu "milagre econômico", único na história, não se deve necessariamente ao "Grande Timoneiro", mas a uma campanha impulsionada por outro líder comunista, Deng Xiaoping.
A chamada política de Reforma e Abertura conseguiu tirar 740 milhões de pessoas da pobreza, segundo dados oficiais.
LEIA TAMBÉM
Argentina: pobreza dispara e atinge 15,7 milhões de pessoas, metade da população
Copom eleva a Selic, EUA baixam os juros: o que analistas esperam daqui para a frente
CEO da Nvidia vê fortuna disparar R$ 42,8 bilhões em um dia; entenda por quê
Sob a ideia de um "socialismo com características chinesas", Deng rompeu com o status quo e implementou uma série de reformas econômicas, centradas na agricultura, num ambiente liberal para o setor privado, na modernização da indústria e na abertura da China para o comércio exterior.
Esse percurso afastou o país do comunismo de Mao Tsé Tung e "rompia as correntes" do passado, nas palavras do atual presidente chinês, Xi Jinping.
Um país pobre
A mudança de rumo começou em 1978. À época, a China era uma nação bastante diferente da que vemos hoje.
Era um país pobre, com um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 150 bilhões e uma população de 800 milhões de pessoas. Hoje, são 1,4 bilhão de habitantes e um PIB de US$ 17 trilhões, segundo dados do Banco Mundial.
Mao, o histórico fundador da República Popular da China, havia morrido anos antes das mudanças de Deng, deixando um controverso legado.
Entre seus grandes projetos estão o Grande Salto Adiante (1958-62), que buscava transformar a economia agrária do país e provocou uma escassez de alimentos que levou à morte de ao menos 10 milhões de pessoas (fontes independentes falam em até 45 milhões de mortos); e a Revolução Cultural (1966-76), uma campanha de Mao contra os partidários do "capitalismo", que também levou a milhões de mortos e paralisou a economia nacional.
Deng Xiaoping rompeu com o caminho estabelecido pelo líder da revolução, Mao (à esq.)
Getty Images via BBC
Foi nesse cenário de pobreza e fome que Deng, então secretário-geral do Partido Comunista da China, propôs suas reformas.
Nova fórmula
Deng optou pelas chamadas "quatro modernizações" e uma evolução da economia na qual o mercado teria um protagonismo crescente.
Para ele, não importava se o sistema econômico chinês era comunista ou capitalista, mas sim se funcionava.
"Não importa se o gato é preto ou branco, desde que cace ratos", afirmou o chinês em um discurso na conferência da Liga da Juventude Comunista da China.
Seu programa foi ratificado em 18 de dezembro de 1978 por parte do Comitê Central do Partido Comunista da China e tornou a modernização econômica sua principal prioridade.
Nos anos seguintes, foram colocadas em prática mudanças que até então eram consideradas bastante ambiciosas e enfrentaram resistência da ala mais conservadora do partido no poder.
Uma imagem comum de Pequim em 1978: a avenida Chang'An tomada por bicicletas
Getty Images via BBC
O setor agrícola, por exemplo, abandonou progressivamente o sistema maoísta de economia rural planificada, o que permitiu incrementar a produtividade e tirar regiões do país da pobreza, fomentando a migração de mão de obra para zonas urbanas.
Também floresceram as cadeias do setor privado e, pela primeira vez desde a criação da República Popular em 1949, o país se abriu para investimentos estrangeiros.
Se na economia planificada o Estado determina o tipo, a quantidade e o preço das mercadorias que serão produzidas, na economia de mercado são as forças da oferta e da demanda que estabelecem o que é comprado e vendido.
Em sua cruzada para modernizar e fazer crescer a economia, o líder chinês incentivou sua equipe a aprender com as potências ocidentais.
Foram criadas também zonas econômicas especiais, como a da cidade de Shenzhen, que sofreu uma transformação incrível e hoje é conhecida como o Vale do Silício chinês.
Essa abertura ao exterior contribuiu para aumentar a capacidade produtiva da China e fomentar novos métodos de gestão.
Depois de um longo processo, as mudanças permitiram que a China conseguisse entrar na Organização Mundial do Comércio em 2001, ingresso que lhe abriu definitivamente as portas para a globalização e catalisou seu progresso econômico.
Assim, em 2008, quando a crise econômica global estourou e o Ocidente saiu em busca de novos mercados, a China conseguiu se destacar entre todos os outros e se converteu na "fábrica do mundo".
Brasil e China vão apresentar plano de paz entre Rússia e Ucrânia a países na ONU
Apesar do boom econômico, a China luta agora para se descolar dessa função: quer deixar a manufatura para trás e se tornar um país conhecido pela inovação.
À medida que o gigante asiático amadureceu, o crescimento do seu PIB desacelerou significativamente.
Se em 2007 era de 14,2%, em 2023 esse percentual de expansão foi reduzido para 5,2%.
Mas se olharmos mais para trás, desde 1980, o tamanho da economia chinesa foi multiplicado por 42.
Até 2030, os economistas estimam que o crescimento do país será reduzido a aproximadamente um terço do percentual atual.
Mas ainda assim seria suficiente para superar os Estados Unidos como a maior economia do mundo.
E as mudanças políticas?
A despeito do progresso econômico, as reformas trouxeram também consequências negativas para o país, como a alta desigualdade social e a grave contaminação do ar em diversas cidades chinesas.
Mas, segue intacto o rígido sistema de governo de partido único no país inaugurado com a revolução.
Críticos e ativistas denunciam uma crescente repressão dos direitos humanos e uma concentração de poder ainda maior em torno do atual presidente Xi Jinping, responsável por restringir ainda mais as liberdades da população.
Desde que ele aboliu o limite temporal de sua Presidência, em 2018, as notícias sobre descontentamentos com o governo cruzaram as fronteiras chinesas.
Seus críticos o acusam de concentrar ainda mais o poder e de promover uma campanha de culto a sua personalidade em nível inédito desde os tempos de Mao.
O mandatário também tem estado sob a mira da comunidade internacional por conta das denúncias sobre sistemas de vigilância massiva da população, de queixas de trabalhadores por jornadas laborais desmedidas e de detenções de membros da minoria muçulmana em campos de detenção na região de Xinjiang.
Xi Jinping é tido como o líder chinês com mais poder desde Mao
Getty Images via BBC
No aniversário de 40 anos da Reforma e Abertura de Deng Xiaoping, em dezembro de 2018, o mandatário chinês enfatizou a importância da "liderança" do Partido Comunista Chinês em seu discurso no Grande Palácio do Povo de Tiananmen, praça de Pequim onde o Exército reprimiu com violência manifestações a favor de reformas políticas, deixando um número desconhecido de mortos.
Esse capítulo sombrio da história recente da China segue sendo um tabu, como qualquer crítica ao sistema político chinês.
Efeito Ozempic: como medicamento transformou vida da pequena cidade dinamarquesa onde é produzido
A fábrica da Novo Nordisk em Kalundborg é agora o centro de uma revolução econômica e médica na Dinamarca. O crescimento econômico de Kalundborg, na Dinamarca, superou os 26% devido à expansão da farmacêutica Novo Nordisk.
Getty Images via BBC
A pequena localidade de Kalundborg, na Dinamarca, passou por uma transformação radical em sua economia e estilo de vida, impulsionada por um fator inesperado: a crescente demanda global por seus medicamentos para obesidade e diabetes.
Nas modernas instalações da empresa farmacêutica Novo Nordisk, atualmente em expansão, é produzida a molécula semaglutida, o ingrediente ativo de dois medicamentos que estão revolucionando o mercado: Ozempic e Wegovy.
Esses fármacos mudaram o tratamento da obesidade e da diabetes tipo 2 e, simultaneamente, transformaram a Novo Nordisk na empresa mais valiosa da Europa.
Esse crescimento não só beneficiou a Novo Nordisk, mas também teve um impacto significativo na economia dinamarquesa.
Kalundborg, em especial, tornou-se um polo de emprego e desenvolvimento, atraindo milhares de trabalhadores e promovendo a prosperidade na região.
Entretanto, esse crescimento também traz desafios. A dependência econômica de uma única empresa levanta preocupações sobre a sustentabilidade a longo prazo e a necessidade de diversificar a economia nacional.
Como uma pequena cidade dinamarquesa conseguiu se tornar o centro de uma revolução médica e econômica? Quais são as implicações disso para a Dinamarca e para o resto do mundo?
A tranquila cidade de Kalundborg agora precisa construir novas moradias, pois sua infraestrutura atual é insuficiente.
Getty Images via BBC
De insulina a Ozempic
O constante ruído da linha de produção permeia o ar em Hillerød, uma cidade nos arredores da capital dinamarquesa Copenhague, que também se beneficia da fabricação de medicamentos para diabetes e obesidade.
Dentro dessa instalação de alta tecnologia, são montadas canetas de injeção e preenchidas com pequenas cápsulas de vidro que contêm semaglutida.
Por quase um século, a Novo Nordisk foi a principal produtora de insulina do mundo.
Seu foco em pesquisa e desenvolvimento de tratamentos para diabetes a colocou como líder no setor.
Emily Field, chefe de Pesquisa de Equidade Farmacêutica Europeia no banco britânico Barclays, explica à BBC: "O Ozempic está disponível para diabéticos desde 2017. No entanto, a corrida sem precedentes que observamos hoje começou apenas em 2021, com a aprovação de Wegovy, uma dose maior de semaglutida para o tratamento da obesidade".
Os medicamentos tornaram-se um sucesso instantâneo, amplamente promovidos nas redes sociais e por celebridades que começaram a utilizá-los.
Ozempic estabeleceu-se como o tratamento para diabetes mais vendido do mundo. A Novo Nordisk destaca que deve ser usado e vendido somente com prescrição médica.
"A maioria dos analistas prevê um crescimento de receitas superior a 20% para a Novo Nordisk", acrescenta Field.
"Esse crescimento sustentável é impressionante e reflete o impacto global de seus produtos".
Na verdade, a Novo Nordisk cresceu quatro vezes mais rápido do que a média das empresas da União Europeia, o que demonstra seu sucesso inegável em comparação com outras companhias do continente.
As fábricas da Novo Nordisk em Kalundborg empregam milhares de moradores locais e atraem pessoas de outras regiões.
Getty Images via BBC
Contudo, esse sucesso não foi imediato.
"A alta cúpula da empresa não acreditava na semaglutida a princípio. Foi apenas graças à perseverança do diretor de pesquisa que se decidiu avançar com seu desenvolvimento entre 2005 e 2006", diz à BBC Kurt Jacobsen, professor da Escola de Negócios de Copenhague e autor de um livro sobre a Novo Nordisk.
Jacobsen ressalta a magnitude do impacto: "É muito difícil subestimar a importância disso e o efeito que teve na Novo Nordisk como empresa. Não só está crescendo, mas se está transformando em uma nova companhia em novas áreas de negócios".
O coração da nova economia dinamarquesa
Kalundborg, localizada a uma hora a noroeste de Copenhague, é o centro dessa transformação.
Com apenas 17.000 habitantes, a cidade testemunhou a Novo Nordisk investir US$ 8,6 bilhões na expansão de sua planta local, transformando esta pequena vila em um centro crucial para a produção global de semaglutida.
Ao desembarcar do trem em Kalundborg, é possível ouvir tanto o canto dos pássaros quanto o barulho constante da construção. Enormes guindastes dominam o horizonte.
O prefeito de Kalundborg, Martin Damm, conversou com o programa Business Daily da BBC enquanto visitava o local e revelou o impacto que Ozempic teve sobre a população local.
"Temos uma taxa de crescimento de 26,88% em um ano. Há dez anos, tínhamos uma taxa de desemprego bastante alta. Agora, temos uma das mais baixas da ilha da Zelândia", afirmou.
A expansão da planta atraiu milhares de trabalhadores da construção, gerando uma demanda sem precedentes por serviços locais.
"O proprietário do posto de gasolina próximo precisa preparar mais de 30 quilos de carne de porco todos os dias para fazer sanduíches para os trabalhadores", comentou Damm.
Negócios como supermercados viram suas vendas aumentarem até cinco vezes em comparação ao que vendiam antes do “boom” da semaglutida.
O crescimento da Novo Nordisk também teve um impacto significativo na arrecadação de impostos em Kalundborg.
Em pouco mais de uma década, a receita fiscal aumentou dez vezes.
Isso permitiu reduzir os impostos locais seis vezes em dez anos e realizar investimentos em infraestrutura e serviços públicos.
Impulsionando a economia
A Novo Nordisk não está apenas transformando Kalundborg, mas também está impulsionando a economia dinamarquesa como um todo.
Em 2023, seus lucros dispararam para mais de US$ 12 bilhões (cerca de R$ 65 bilhões), e seu valor de mercado ultrapassou US$ 600 bilhões (US$ 3,3 trilhões), tornando-a a maior empresa da Europa.
Las Olsen, economista-chefe do banco dinamarquês Danske Bank, diz à BBC: "No ano passado, a Dinamarca teve um crescimento do PIB de 1,9%. Sem a indústria farmacêutica, o crescimento teria sido exatamente 0%. O crescimento é realmente em grande parte graças à Novo Nordisk".
A semaglutida está mudando a vida das pessoas na Dinamarca devido à sua enorme popularidade.
Getty Images via BBC
Esse sucesso teve impactos diretos sobre a população dinamarquesa. Muitos cidadãos possuem ações da empresa, e a entrada de receitas em dólares resultou em taxas de juros mais baixas e hipotecas mais acessíveis.
"Atualmente, temos taxas de juros ligeiramente inferiores às da zona do euro, o que é um resultado muito direto de tudo isso", ressalta Olsen.
A influência da Novo Nordisk é tão significativa que o governo dinamarquês começou a publicar estatísticas econômicas separadas que excluem o setor farmacêutico, buscando uma imagem mais precisa da economia nacional.
O que acontece quando se para de tomar Ozempic, segundo estudos
O caso Nokia
O crescimento meteórico da Novo Nordisk gerou comparações com o caso da Nokia na Finlândia, lembra Las Olsen, do Danske Bank.
"O tamanho da Novo Nordisk é comparável ao que a Nokia tinha na Finlândia em 2007-2008. Naquele período, houve um declínio acentuado nas fortunas da Nokia, e a Finlândia enfrentou uma fase muito difícil", explica.
Quando a Nokia entrou em colapso, a Finlândia passou por uma crise econômica significativa, evidenciando os riscos de depender excessivamente de uma única empresa ou setor.
"Isso serve como um lembrete de que precisamos garantir que o restante da economia continue investindo em educação e infraestrutura para evitar riscos futuros", destaca Olsen.
A preocupação reside no fato de que, embora a Novo Nordisk esteja impulsionando o crescimento atual, uma possível desaceleração ou problemas na empresa poderiam ter consequências graves na economia dinamarquesa.
Por isso, especialistas e autoridades ressaltam a importância de diversificar e fortalecer outros setores econômicos.
Segundo Mads Lundby Hansen, economista-chefe do think tank dinamarquês CEPOS, "embora o desempenho da Novo Nordisk seja impressionante, é fundamental não esquecer o outro 99% da economia. Devemos continuar investindo em educação e infraestrutura para manter uma economia resiliente".
Um futuro promissor, mas incerto
As ruas de Kalundborg hoje apresentam mais vida graças ao boom econômico que a população desfruta.
Apesar das preocupações, o otimismo é palpável em Kalundborg e em toda a Dinamarca.
A expansão da Novo Nordisk gerou empregos e estimulou investimentos em infraestrutura e educação.
Um novo centro educacional com laboratórios e cursos especializados em biotecnologia está em desenvolvimento, sendo financiado em grande parte pela fundação sem fins lucrativos da Novo Nordisk.
Andreas Verdoes, que abriu uma loja de roupas masculinas em Kalundborg há dois anos, diz à BBC que a cidade mudou graças à empresa.
"Todos aqui têm uma conexão com a Novo Nordisk. Há anos, todos saíam da cidade para obter educação. Agora, há mais jovens na cidade. Acredito que o futuro é brilhante".
No entanto, há necessidades urgentes que precisam ser atendidas.
"Atualmente, precisamos de casas e apartamentos", destaca Verdoes.
A construção de uma nova rodovia que conectará Kalundborg à capital e a construção de mais de 1.200 novas moradias visam atender a essa demanda crescente.
Enquanto isso, a comunidade de Kalundborg continua avançando, ciente de que o verdadeiro desafio será transformar esse impulso em um progresso duradouro que beneficie a todos.
Escassez hídrica: agência declara situação crítica no rio Xingu, que abriga usina de Belo Monte
Quatro afluentes do rio Amazonas estão em situação crítica. Seca impacta geração de energia e navegação no rio Xingu. Usina Hidrelétrica Belo Monte fica localizada no rio Xingi, no Pará
Norte Energia
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) aprovou nesta segunda-feira (30) a declaração de situação crítica de escassez hídrica no rio Xingu e seu afluente, o rio Iriri, até o dia 30 de novembro.
O rio Xingu abriga uma das maiores usinas do país, a hidrelétrica de Belo Monte — que representa 11% da capacidade de geração do sistema interligado nacional.
A bacia do rio Xingu banha os estados de Mato Grosso e Pará, sendo usada para abastecimento público de 23 cidades, com mais de 560 mil habitantes.
Seca do rio Xingu prejudica a produção de energia da usina de Belo Monte, em Altamira
Em 2024, a ANA emitiu quatro declarações de situação crítica de escassez hídrica, todas até o dia 30 de novembro:
bacia hidrográfica do Paraguai;
rio Madeira;
rio Purus e seus afluentes;
trecho baixo do rio Tapajós.
Quatro afluentes do rio Amazonas — ou seja, rios que desaguam no Amazonas — estão em situação crítica. São: Madeira, Purus, Tapajós e Xingu.
Impactos da seca
Segundo a área técnica da ANA, por causa da demanda por energia e da falta de chuva, foi necessário rebaixar o nível do reservatório intermediário de Belo Monte.
"No entanto, com a redução dos níveis, há uma redução da energia gerada, da capacidade de geração da usina associada também à redução das vazões naturais", disse.
Em 20 de setembro, depois de obter autorização do Ibama, a ANA emitiu um ofício permitindo a redução da vazão mínima de Belo Monte. A medida havia sido indicada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), no último dia 3, para "economizar" água na usina.
Governo recomenda 'medidas preventivas' para garantir suprimento de energia durante seca histórica
Além da geração de energia, a seca no Xingu também afeta a navegação, que pode se tornar inviável em alguns trechos do rio.
"O cenário observado na Bacia do rio Xingu é de escassez hídrica relevante em comparação com períodos anteriores, com perspectiva de impactos aos usos da água, em especial para a geração hidrelétrica no complexo Belo monte e as estruturas de captação de usos consuntivos", diz a área técnica.
Declaração da ANA
💧A declaração de "situação crítica" de escassez hídrica da ANA permite que a agência defina regras especiais para uso da água e operação dos reservatórios, além de corroborar declarações de emergência nos municípios afetados.
A decisão também admite que entidades de regulação e empresas de saneamento dos estados aumentem o valor das tarifas de distribuição de água.
A declaração sinaliza a outros agentes públicos a necessidade de tomar medidas adicionais para garantir a navegabilidade dos rios ou adotar mecanismos de contingência, que não são de competência da agência de águas.
Lula diz que vai fechar acordo entre Mercosul e União Europeia 'ainda esse ano, se Deus quiser'
Blocos negociam acordo comercial há mais de duas décadas, mas ainda há entraves. Lula está no México para posse da nova presidente, Claudia Sheinbaum, marcada para esta terça. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento com empresários no México
Reprodução/Canal Gov
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (30), em discurso na Cidade do México, que espera concluir as negociações do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia ainda este ano.
O acordo entre os dois blocos vem sendo costurado há mais de 20 anos e já até foi assinado, mas ainda esbarra em pendências ligadas a temas comerciais e ambientais.
"E quero dizer para os companheiros empresários mexicanos: ainda esse ano, se Deus quiser, nós vamos fechar o acordo Mercosul e União Europeia. Está pronto. E o Brasil está pronto para assinar esse acordo", disse Lula.
O presidente disse ainda acreditar que o acordo pode ser ampliado do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia) para incluir toda a América Latina.
"Para ninguém nunca mais falar que é a América do Sul que não quer, que é a América Latina que não quer. E esse acordo da UE com a América do Sul pode ser extendido para um acordo da UE com a América Latina. O mundo está precisando disso. A economia está um pouco atrofiada no mundo inteiro. E nós temos mercado para isso", declarou.
Bruno Carazza analisa a relevância comercial do Mercosul
Lula participou da abertura de um fórum na Cidade do México que reúne empresários dos dois países. O presidente viajou ao México para a posse da nova presidente, Claudia Sheinbaum, marcada para esta terça-feira (1º).
Desde que tomou posse no terceiro mandato, em janeiro de 2023, Lula vem criticando a postura de países da União Europeia, como a França, que vêm travando a conclusão do acordo comercial. Nesta segunda, chegou a dizer que os blocos deveriam levar à reunião apenas "quem for favorável".
"Eu agora, quando quero fazer uma reunião, eu peço ao meu pessoal: só leve quem for favorável. Quem for contra fica aqui. Se você faz uma reunião para aprovar uma coisa e coloca alguém que é contra, não vai ter acordo", disse.
Acordos com o México
Lula incentivou que empresários mexicanos invistam no Brasil. Ele afirmou Brasil e México devem ampliar a relação comercial e precisão rever seus acordos na área.
"Eu penso inclusive que os nossos acordos comerciais precisam ser revistos e refeitos o mais rápido possível", afirmou.
Lula viajou ao México para participar da posse da nova presidente do país, Claudia Sheinbaum, nesta terça-feira (1º). Ele elogiou a nova chefe de Estado, a primeira mulher a governar o país latino.
"Ela está montando um governo que, pelo começo, parece que vai ser um governo comprometido com as melhores práticas do exercício da democracia e da relação plural que o México tem que ter com o mundo e que o Brasil tem que ter com o México", declarou.
Discurso em Nova York
Lula já havia falado que o Mercosul está pronto para assinar o acordo após se reunir com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Nova York, na semana passada. O presidente esteve nos Estados Unidos para participar da Assembleia Geral da ONU.
“Nunca estive tão otimista com o acordo União Europeia-Mercosul. Ontem, eu disse à Ursula von der Leyen que o Brasil está pronto para assinar o acordo, que agora a responsabilidade é toda da União Europeia e não do Brasil. Porque durante 20 anos se jogava a culpa nos países do Mercosul”, disse o presidente após o encontro com a presidente.
Lula afirmou ainda que sugeriu que a assinatura do acordo ocorra durante a Cúpula do G20 — grupo que reúne as maiores economias do mundo —, que será realizada em novembro, no Rio de Janeiro, ou em uma reunião na sede da União Europeia.
“Temos muitos outros acordos para fazer. Preciso fazer acordos estratégicos com a Índia, porque é um país muito grande. O nosso comércio bilateral é muito pequeno, se você imaginar as duas economias. Queremos trabalhar melhor a questão da China, da União Europeia, queremos voltar a trabalhar as nossas políticas na América do Sul, na América Latina”, declarou o presidente em Nova York.
Cidades inviáveis: por que tantos municípios do Brasil não conseguem se sustentar; veja a situação de cada um
No Brasil, 55,5% das cidades estão em situação 'crítica' no quesito autonomia financeira; confira a situação da sua cidade. Antes distrito de Paraguaçu Paulista, Borá tornou-se município em 1965
BBC
“Você já se perdeu por aqui?”, brinca Augusto Manuel Merci, 66 anos, sobre o tamanho da cidade de Borá (SP), onde ele mora e tem um bar.
O lugar é o segundo município com menor população do Brasil, com 907 habitantes, atrás de Serra da Saudade (MG), que tem 833 moradores segundo o Censo Demográfico 2022.
A cidade paulista reproduz um padrão comum aos municípios brasileiros pequenos: uma baixa geração de receitas próprias e forte dependência do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) — uma verba para as cidades prevista na Constituição e repassada da União às prefeituras.
Em média, o FPM foi responsável por 18,5% das receitas correntes dos municípios brasileiros em 2022, de acordo com o estudo "Multicidades 2024", encomendado pela Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP).
Entretanto, em cidades com até 10.188 habitantes, o percentual do FPM na receita chega em média a 45,1%.
Em Borá, no ano de 2023, 66% das receitas vieram do FPM.
Em outro extremo, São Paulo, a capital do Estado onde fica Borá, tem o menor percentual no Brasil de participação do FPM na receita, 0,6%.
LEIA TAMBÉM
Censo 2022: mais da metade da população brasileira vive a até 150 km do litoral
Censo: 6 milhões vivem em lares sem abastecimento de água no Brasil; 1 milhão são crianças de até 9 anos
Brasil tem mais templos religiosos do que hospitais e escolas juntos; Região Norte lidera com 459 para cada 100 mil habitantes
O FPM é apenas um dos repasses recebidos pelos municípios. Os Estados, por exemplo, também são obrigados a transferir às prefeituras parte do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS) (leia mais abaixo).
Por ter uma atividade econômica mais pujante, cidades maiores tendem a recolher maiores volumes de tributos municipais e taxas: os impostos sobre Serviços (ISS); sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) e sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), além de contribuições de melhorias, como a Contribuição de Iluminação Pública (Cosip).
Entretanto, há exceções no país, tanto de municípios relativamente pequenos que podem ter maior autonomia financeira, quanto os grandes, que podem ter baixa autonomia.
Segundo um estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) com dados de 2022, mais da metade dos municípios brasileiros tem uma situação “crítica” no quesito autonomia para sustentar sua estrutura básica com a própria atividade econômica.
De 0 a 1, sendo 1 a melhor nota, a média dos municípios brasileiros foi de 0,4088 no indicador de “Autonomia” do Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF).
O indicador calcula se as receitas correntes fruto da atividade econômica municipal suprem os custos de manutenção da Prefeitura e da Câmara de Vereadores.
De 5.240 cidades analisadas, 55,5% estão na pior classificação, em situação “crítica”; 9,7% em situação “difícil”; 9,1% em situação “boa”; e 25,8% em situação “excelente”.
Um terço dos municípios teve nota zero — ou seja, não tiveram receitas produzidas por sua atividade econômica suficientes nem para sustentar a Prefeitura e a Câmara de Vereadores.
As regiões Nordeste (62,4%) e Norte (42,4%) têm a maior proporção de nota zero, seguidas de Sudeste (15%), Centro-Oeste (11,4%) e Sul (5,9%).
Um dos municípios brasileiros com nota zero é Borá.
Borá é o segundo município com a menor população do Brasil
BBC
Na pacata cidade do oeste paulista onde parece ser difícil se perder, os moradores e até a Prefeitura têm a esperança de aumentar a população — e com isso, agitar sua atividade econômica, hoje resumida principalmente a uma usina de açúcar e álcool, uma fábrica de ração animal e uma empresa de biotecnologia que produz itens como fertilizantes.
Augusto Manuel, dono de bar, diz que demora horas até alguém entrar em seu estabelecimento e comprar uma bala que seja. Ele não tem funcionários e complementa a renda com uma lavoura em seu sítio na cidade vizinha.
O proprietário conta que nasceu na região, viveu em Borá entre 1986 e 1993 e voltou de vez em 2013. Ele diz que não tem o que reclamar da saúde e do sossego na cidade, mas acha que ela deveria receber empreendimentos para movimentá-la, como mais fábricas ou até uma vila industrial.
“Precisa trazer emprego. Hoje, o prefeito precisa dar ônibus para as pessoas trabalharem em Paraguaçu [Paulista, município vizinho, com 41 mil habitantes]. Não tem um escritório de contabilidade, não tem banco... Só tem a lotérica. Eu recebo [valores] na maquininha [de cartão] e preciso ir lá em Paraguaçu buscar o dinheiro”, diz Augusto Manoel.
Augusto Manuel diz que gosta do sossego e do acesso a serviços em Borá, mas pede mais empregos
BBC
Borá tem uma unidade básica de saúde (UBS), uma creche e uma escola municipal. Além disso, conta com um balneário público, quadras e até uma academia municipal, com aulas gratuitas.
A babá Rayane Santana, 23 anos, frequenta a academia. Moradora de Borá desde os 3 anos, quando se mudou de Maceió (AL) com os pais, ela conta que a maioria dos amigos já saiu da pequena cidade em busca de outras oportunidades e reconhece que esse pode ser seu futuro também, embora goste da tranquilidade do pequeno município.
Ela faz faculdade de administração por ensino à distância.
“Em Borá, só usina ou prefeitura”, resume a babá sobre as oportunidades de emprego na cidade.
“Mas saúde é uma maravilha. Tudo é bom. Só para os jovens que não tem nada. Pra sair [à noite], tem que ir para as cidades vizinhas."
Rayane (à direita) e uma amiga frequentam a academia municipal de Borá
BBC
Nas eleições municipais de 2024, há apenas um candidato à prefeitura — o atual mandatário, Luiz Carlos Rodrigues, que busca a reeleição. A BBC News Brasil tentou contato com ele via e-mail, telefone e visita pessoal, mas não foi atendida.
Na eleição atual, há 213 municípios brasileiros que só têm um candidato à prefeitura.
Em Borá, há 27 candidatos para nove vagas de vereador.
Paulo Paiva, economista e supervisor-geral (algo como um chefe de gabinete administrativo) da Prefeitura de Borá, afirma que a administração municipal tem um convênio quase formalizado para levar o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida para a cidade, o que, segundo ele, poderia trazer cerca de 200 habitantes para o município.
Paiva acrescenta que, até 2025, a Prefeitura também prevê contratar um auditor fiscal, o que permitiria fazer um Código Tributário e, com isso, iniciar a formulação da Planta Genérica de Valores (PGV) — a base para definir valores diferentes de IPTU, por exemplo, de acordo com o tamanho e a localidade do imóvel.
Hoje, segundo Paiva, cobra-se uma taxa básica de IPTU de todos os imóveis.
Outras receitas municipais, como ISS e ITBI, acabam não rendendo tanto para o município por conta da pouca atividade de serviços e transferências de imóveis, ele diz.
Cerca de 92% das receitas correntes de Borá em 2023 (aproximadamente R$ 21 milhões) vieram de transferências da União (72,2% das receitas), incluindo o FPM, e do Estado de São Paulo (19,8% das receitas).
Segundo dados levantados pela Firjan a pedido da BBC, a maior parte da receita própria do município em 2023 veio do imposto retido na fonte dos salários de servidores e pagamentos de fornecedores (cerca de R$ 389,9 mil), a que as cidades têm direito.
Já o ISS arrecadou R$ 223 mil para a cidade e o IPTU, apenas R$ 27,9 mil.
O supervisor-geral Paulo Paiva argumenta que o município gera bastante ICMS, Imposto de Renda, Imposto de Exportação e PIS/Cofins. Entretanto, o primeiro é recolhido pelo Estado e os outros, pela União — só depois uma parte de alguns desses tributos é repassada aos municípios, segundo critérios diversos.
“Se você olhar realmente o que é arrecadado dentro do município, ele é subsistente”, argumenta, afirmando que os índices econômicos podem ter falhas e defendendo que a população de Borá tem boa qualidade de vida e acesso a serviços públicos.
Mais de 1.400 novos municípios desde 1988
Moradores de Borá dizem que calma não falta na cidade — mas faltam pessoas
BBC
Borá era um distrito de Paraguaçu Paulista e virou município em 1965.
Paiva reconhece que projetos no Congresso que visam diminuir a quantidade de municípios pequenos no Brasil, por exemplo com a fusão de cidades, geram temor na Prefeitura de Borá.
“Se o município vira distrito, a população padece demais. Se a gente virasse distrito de Paraguaçu Paulista, não sei se manteria aqui dentro um ginecologista, um pediatra, três dentistas, dois fisioterapeutas...”, argumenta.
Já Jonathas Goulart, gerente de estudos econômicos da Firjan, acredita que os dados existentes mostram que o problema exige uma solução.
“Para o município existir, ele precisa, pelo menos, gerar receita para financiar sua estrutura administrativa mais básica. Porque senão, esse dinheiro que poderia ser utilizado em educação, em saúde, em diversas coisas, vai ser utilizado para financiar o salário da Câmara de Vereadores e da Prefeitura”, aponta Goulart.
Nayara Freire, especialista em estudos econômicos da Firjan, afirma que houve nas últimas décadas um “aumento muito grande no número de municípios com baixa autonomia”.
"São municípios que não têm nenhuma estrutura para arrecadar impostos e nenhuma atividade econômica suficiente para gerar, de fato, receitas. Então, esses municípios ficaram muito dependentes de transferências, principalmente da União", explica a especialista.
Desde a Constituição de 1988, o Brasil viu a criação de 1.452 municípios, de acordo com a Confederação Nacional de Municípios (CNM).
Uma emenda constitucional de 1996 congelou o processo de criação de novos municípios — mas outra emenda, de 2008, permitiu que processos de criação que já tivessem sido iniciados fossem concluídos.
A União é obrigada pela Constituição a repassar ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) cerca de um quarto dos valores arrecadados com o Imposto de Renda (IR) e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
O FPM é distribuído para os municípios através de uma combinação de características, principalmente o tamanho da população, a renda per capita dos Estados e a diferenciação entre municípios do interior versus capitais.
Pelo modelo atual, que passará por mudanças na reforma tributária (leia mais abaixo), os Estados são obrigados a repassar aos seus municípios 50% do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e 25% do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS).
Segundo dados levantados pela FNP a pedido da BBC News Brasil, em 2023, 94,8% dos municípios analisados (5.434 tinham dados disponíveis) tiveram 50% ou mais das suas receitas correntes transferidas por entes externos, seja Estados ou União.
Cerca de 19% dos municípios tinham dependência de 80% ou mais de transferências externas.
Esses repasses incluem não só os impostos já citados, mas também transferências relativas a royalties, ao Sistema Único de Saúde (SUS), ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), entre outros.
O escopo desse dado é diferente do IFGF da Firjan — que opta por considerar os impostos como ICMS e IPVA como fruto da atividade econômica dos municípios, e não como um indicador de mera dependência.
“Em geral, as cidades [mais dependentes] têm um porte populacional mais baixo, estão afastadas da área urbana, especialmente fora de área metropolitana, e não têm atividade econômica muito desenvolvida", explica Kleber Castro, consultor econômico da FNP.
“As cidades mais autônomas são exatamente o oposto: têm maior atividade, maior concentração populacional...”, enumera.
As diferenças entre as regiões do Brasil têm a ver com o grau de atividade econômica, acrescenta Castro.
Presidente da CNM, Paulo Ziulkoski rejeita a pecha de dependente atribuída a muitos municípios brasileiros. Ele diz que os repasses de ICMS ou FPM, por exemplo, não são benevolência dos Estados ou da União, e sim uma obrigação constitucional.
Por uma série de razões, são esses os entes a administrar os impostos, posteriormente repassando um percentual aos municípios.
“É nosso recurso, somos sócios do negócio. Apenas a administração está a cargo de alguém mais habilitado ou adequado a maximizar o projeto no qual estamos inseridos”, afirma Ziulkoski.
“Poderíamos inverter, nós administrarmos o ICMS e transferir uma parcela pertencente aos Estados. Nós administrarmos o Imposto de Renda e IPI e repassar as parcelas dos Estados e da União. Eles seriam nossos dependentes?”, indaga.
“A tributação sobre imposto de importação é feita pela União porque tem melhores condições técnicas de gerir as entradas nas fronteiras e no país do que os municípios. A mesma linha serve para o Imposto de Renda”, exemplifica.
O presidente da CNM assegura que os municípios estão melhorando sua estrutura para arrecadar impostos, mas destaca que os tributos municipais, para a maioria das cidades, têm uma capacidade de arrecadação limitada.
“O ISS merece que tenhamos a necessidade local de demanda de serviços; o ITBI, de aquisições imobiliárias. Os dois, na maioria dos municípios, são algo pouco significativo em termos de operações”, afirma Ziulkoski.
“Ainda temos o IPTU, mas a maioria dos municípios têm pequenas áreas urbanas. Mesmo que a administração tributária local atue nos limites máximos da eficiência, o fator número de imóveis é limitado e torna aquela soma arrecadada pequena.”
Como melhorar?
Fato é que, de 1988 a 2022, a participação de receitas próprias dos municípios no total de suas receitas aumentou, segundo o estudo "Multicidades 2024".
Em 1988, a receita própria compunha em média 20,6% da receita municipal total e passou para 35,4% em 2022.
Já a participação das transferências passou de 79,4% em 1988 para 64,6% em 2022.
Kleber Castro, da FNP, afirma que este avanço é fruto do esforço e investimento dos municípios em gestão e modernização da administração tributária.
"Como resultado disso, de forma direta, os municípios conseguem arrecadar. Eles estão cada vez mais exercendo a sua responsabilidade como agente arrecadador — coisa que eles não faziam, ou faziam muito menos, no passado", explica o consultor financeiro da entidade.
Castro cita também mudanças na legislação que aperfeiçoaram os tributos municipais, como uma lei de 2003 que na prática ampliou o rol de serviços que as cidades podem tributar com o ISS.
Segundo o estudo "Multicidades 2024", este imposto indireto é a principal fonte de recursos próprios dos municípios (44,4% das receitas próprias, em média) e teve uma alta real de 238,4% na arrecadação entre 2004 e 2022.
Outro fator que favorece a arrecadação do ISS — e, em consequência, a geração de receitas próprias dos municípios — é a crescente participação, nas últimas três décadas, dos serviços na economia brasileira, já que este é um tributo destinado a esse setor.
Mas Castro diz que ainda há espaço para melhora, já que, até hoje, há municípios que não têm estrutura para arrecadar, por exemplo, o IPTU.
"Apesar do crescimento recente, o IPTU é um imposto que está bastante aquém da sua capacidade de arrecadação”, aponta o especialista.
“E muito aquém da sua capacidade de ser utilizado como instrumento de redução de desigualdades. Você pode chegar em uma cidade e verificar quanto se cobra de IPTU de uma casa que custa no mercado R$ 1 milhão. Quando vai ver, o valor é irrisório, às vezes menor do que ele [proprietário] paga no IPVA do carro. Isso é muito comum", exemplifica Castro.
Por mais desagradável que isso seja, o especialista responde que sim, o caminho para a melhoria da autonomia financeira dos municípios muitas vezes passa pelo aumento de impostos cobrados da população.
"O Brasil precisa de mais divulgação acerca de cidadania fiscal. As pessoas têm que entender que imposto é uma coisa importante, porque um imposto se reverte em benefícios para a população. É doloroso, eu também sou contribuinte, sei como é. Mas é entender que, quando você paga imposto, aquilo de alguma forma está voltando para você ou para outras pessoas que precisam mais”, defende.
“O segundo aspecto é que se a gente deixar de cobrar o IPTU ou algum imposto, certamente o poder público vai precisar cobrar por outro caminho. O município que deixa de ter autonomia vai precisar de recursos dos Estados ou da União que, por sua vez, vão tributar de outra forma o cidadão. Então, de alguma forma essa conta chega.”
Nayara Freire, da Firjan, reconhece que os resultados dos investimentos das prefeituras em áreas que melhorem a vida da população, como saúde e habitação, não necessariamente se refletem direta e rapidamente na autonomia de um município.
Por exemplo, projetos que estimulem o acesso à educação e à capacitação profissional normalmente podem levar muitos anos para resultar em geração de empregos e atividade econômica mais pujante — e essas mudanças também dependem de outros fatores, como a atração de empresas e o contexto econômico da região e do país.
"O desenvolvimento econômico é um caminho sustentável para gerar o equilíbrio das contas públicas. O problema é que o gestor não quer fazer esse trabalho mais longo”, aponta a especialista.
Reforma tributária traz mudanças também para os municípios
Moradores de Borá dizem que calma não falta na cidade — mas faltam pessoas
BBC
Os entrevistados pela BBC News Brasil avaliam que, no saldo geral, a reforma tributária — aprovada no final de 2023 e em fase de regulamentação — traz possibilidades de melhoras para a autonomia dos municípios.
Um dos pontos positivos apontados é a criação de um comitê gestor do novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Esse tributo substituirá o ISS e o ICMS e, portanto, ocupará o lugar de impostos que são hoje municipal e estadual, respectivamente.
Os percentuais que os municípios e Estados receberão do IBS ainda serão definidos, mas há um princípio na reforma de que nenhum ente perca arrecadação em relação ao que recebe hoje — podendo haver compensações para evitar isso.
Após um período de transição, em 2033 o ICMS e o ISS serão extintos.
O comitê gestor do IBS será um órgão compartilhado pelos governos locais que vai gerenciar a arrecadação e a repartição das receitas entre Estados e municípios.
Para Paulo Ziulkoski, da CNM, o comitê gestor permitirá uma participação mais ativa dos municípios — que hoje, por exemplo, ficam distantes da gestão do ICMS por parte dos Estados.
“Uma das partes arrecadadas será o IBS municipal. E no IBS estadual, onde temos uma participação de 25% [correspondente ao atual ICMS], há uma mudança positiva: este valor virá diretamente do comitê gestor para o município, sem passar pelos cofres dos Estados”, comemora Ziulkoski.
Jonathas Goulart, da Firjan, aponta que a nova estrutura criada pela reforma possibilitará também que alguns municípios arrecadem tributos que hoje nem chegam a ser cobrados.
“Tem muito município que não tem nenhuma estrutura tributária para fazer a arrecadação. Como eles não têm nem a estrutura do município para, por exemplo, arrecadar ISS, eles não arrecadam. Agora, quando essa estrutura passa a ser de interesse do Estado, do governo federal e dos municípios, os municípios vão acabar também recebendo esse recurso”, explica o economista, destacando, porém, que ainda há muitos efeitos imprevisíveis da reforma.
“Por ser um período longo de transição, ninguém sabe exatamente o que vai acontecer", aponta Goulart.
Outra mudança importante da reforma é a cobrança de impostos no destino (local de consumo) em vez da origem (local de produção) — como ocorre atualmente.
Ziulkoski também vê aí vantagens para os municípios.
“Hoje, somos cobrados em muitos setores para fiscalizar, arrecadar, porém, a formatação de incidência tributária é atualmente concentrada na origem. Assim, por vezes a sociedade vê determinadas ações e atividades econômicas ocorrendo na sociedade local e espera que o produto desta arrecadação ocorra ali, mas não ocorre”, aponta.
Kleber Castro, da FNP, destaca também que, com as novas regras, a Planta Genérica de Valores (PGV) pode ser modificada por decreto dos prefeitos, não necessitando mais da aprovação da Câmara dos Vereadores.
“O prefeito pode tomar essa decisão, ainda que tenha que sustentar isso tecnicamente. Isso é muito importante e pode ajudar a alavancar o potencial de arrecadação do IPTU", destaca Castro.
Não há previsão de mudanças nos critérios de distribuição do FPM por conta da reforma. Entretanto, a partir de 2027, o Imposto Seletivo (IS) deve substituir o IPI na composição do fundo.
De acordo com análise do estudo "Multicidades 2024", as possibilidades de perdas de receita no FPM quando houver substituição pelo IS são "relativamente baixas", já que a reforma prevê a compensação por eventuais perdas.
Banco Central comunica vazamento de dados de 53 mil chaves PIX da Qesh Instituição de Pagamento
Segundo o BC, dados vazados não incluem informações sensíveis dos usuários. Pessoas que tiveram dados cadastrais vazados serão notificadas exclusivamente por meio do aplicativo ou pelo internet banking de sua instituição de relacionamento.
Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Banco Central (BC) comunicou nesta segunda-feira (30) que houve vazamento de dados cadastrais vinculados a 53.383 chaves PIX da "Qesh Instituição de Pagamento", entre 10 a 19 de setembro deste ano.
Segundo a instituição, não foram expostos dados sensíveis, tais como senhas, informações de movimentações ou saldos financeiros em contas transacionais, ou quaisquer outras informações sob sigilo bancário.
"As informações obtidas são de natureza cadastral, que não permitem movimentação de recursos, nem acesso às contas ou a outras informações financeiras", acrescentou o BC.
Em nota, o BC informou que as pessoas que tiveram seus dados cadastrais obtidos a partir do incidente serão notificadas exclusivamente por meio do aplicativo ou pelo internet banking de sua instituição de relacionamento.
"Nem o BC nem as instituições participantes usarão quaisquer outros meios de comunicação aos usuários afetados, tais como aplicativos de mensagens, chamadas telefônicas, SMS ou e-mail", explicou.
O BC informou, ainda, que foram adotadas as ações necessárias para a apuração detalhada do caso e serão aplicadas as medidas sancionadoras previstas na regulação vigente.
Em nota, a Qesh afirmou que "não foram expostos dados sensíveis vinculados às chaves Pix consultadas, não ocorrendo o vazamento de saldos, movimentações financeiras e informações sigilosas das contas atingidas".
A empresa também disse que o episódio "está relacionado a uma tentativa de invasão no sistema de um dos nossos clientes que utiliza nossa tecnologia" e que "o ataque se deu exclusivamente no ambiente do cliente e que todas as medidas necessárias foram tomadas."
Golpe do Pix: falsos aplicativos de banco geram comprovantes de transferências inexistentes
Veja a nota na íntegra:
"Regido pelo princípio da transparência, o Banco Central do Brasil (BC) vem a público informar a ocorrência de incidente de segurança com dados pessoais vinculados a chaves Pix sob a guarda e a responsabilidade da Qesh Instituição de Pagamento LTDA (Qesh), em razão de falhas pontuais em sistemas dessa instituição.
Não foram expostos dados sensíveis, tais como senhas, informações de movimentações ou saldos financeiros em contas transacionais, ou quaisquer outras informações sob sigilo bancário. As informações obtidas são de natureza cadastral, que não permitem movimentação de recursos, nem acesso às contas ou a outras informações financeiras.
As pessoas que tiveram seus dados cadastrais obtidos a partir do incidente serão notificadas exclusivamente por meio do aplicativo ou pelo internet banking de sua instituição de relacionamento. Nem o BC nem as instituições participantes usarão quaisquer outros meios de comunicação aos usuários afetados, tais como aplicativos de mensagens, chamadas telefônicas, SMS ou e-mail.
O BC informa que foram adotadas as ações necessárias para a apuração detalhada do caso e serão aplicadas as medidas sancionadoras previstas na regulação vigente.
Mesmo não sendo exigido pela legislação vigente, por conta do baixo impacto potencial para os usuários, o BC decidiu comunicar o evento à sociedade, à vista do compromisso com a transparência que rege sua atuação.
Ainda regido pelo princípio da transparência, o BC mantém página específica em seu sítio para registrar incidentes de segurança desse tipo".
Um em cada quatro brasileiros perdeu dinheiro em golpes digitais nos últimos 12 meses, diz pesquisa
Dado é de levantamento inédito do DataSenado em parceria com o Nexus; SP lidera ranking de vítimas. Golpe: 1 a cada 4 brasileiros perdeu dinheiro em algum crime digital
Uma pesquisa inédita feita pelo DataSenado em parceria com o Nexus ouviu 21 mil pessoas e revela que 1 em cada 4 brasileiros foi vítima de golpes digitais só nos últimos 12 meses. Esse é o levantamento mais amplo já feito sobre o assunto, que mostra também que mais da metade das vítimas ganham até dois salários mínimos.
A pesquisa mostra que:
👨💻 💸 São Paulo lidera o ranking dos golpes, com 30% dos entrevistados dizendo já terem perdido dinheiro para criminosos digitais;
👨💻 💸 o segundo estado com maior incidência é o Mato Grosso (28%), seguido por Distrito Federal (27%), Roraima (27%) e Espírito Santo (26%);
👨💻 💸 quando questionados se tiveram perda de valores nos últimos 12 meses para golpes digitais, 24% dos entrevistados no Brasil afirmaram que sim;
👨💻 💸 51% das vítimas ganham até dois salários mínimos; 35% ganham de dois a seis salários e apenas 14% recebem mais de 6;
👨💻 💸 três estados da região Nordeste estão na outra ponta do levantamento: Sergipe (19%), Piauí (18%) e Ceará (17%) são os com menor incidência de vítimas desses golpes, que levam em conta fraude em cartões, clonagens ou invasão de contas bancárias.
Segundo a pesquisa, clonagem de cartão, fraude de internet e invasão de contas são alguns dos golpes mais comuns.
População de São Paulo é a que mais sofreu golpes digitais no último ano.
GloboNews/Reprodução
Haddad diz que até 600 sites de bets irregulares serão banidos em outubro e orienta apostadores a resgatar dinheiro
Ministro também informou que governo vai proibir uso de cartão de crédito e do Bolsa Família em apostas. Publicidade do setor está 'completamente fora de controle' e será regulada, disse. Haddad diz que 600 BETs irregulares sairão do ar nos próximos dias O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (30) que até 600 sites de apostas online serão banidos do Brasil nos próximos dias por apresentarem irregularidades em relação à legislação aprovada pelo Congresso Nacional. Em entrevista à rádio CBN, Haddad recomendou que os jogadores resgatem os recursos nesses sites, para evitar que o dinheiro seja perdido. Haddad também anunciou que o governo adotará novas medidas e fiscalizará, de forma mais dura, regras que já estão em vigor – como o acompanhamento das apostas por CPF, a limitação das formas de pagamento e a regulamentação da publicidade das empresas (veja mais abaixo). Google vai barrar anúncios de 'bets' sem registro no Brasil a partir desta segunda "A primeira providência vai ser banir do espaço brasileiro as 'bets' não regulamentadas. Tem cerca de 500, 600 sites de apostas que vão sair do ar nos próximos dias. Porque a Anatel vai bloquear no espaço brasileiro o acesso a esses sites. Se você tem algum dinheiro em casa de aposta, peça a restituição já. Porque você tem direito a ter o seu valor restituído. Às vezes, o valor fica bloqueado lá pra você apostar de novo", disse o ministro à CBN. Segundo o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Régis Dudena, a lista de bets ilegais a serem banidas deve ser divulgada nesta terça-feira (1º). As operadoras deverão derrubar os sites a partir do dia 11 – a ordem será oficializada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Na entrevista à CBN, Haddad também afirmou que a equipe econômica vai banir determinadas formas de pagamento para as apostas online, como os cartões de crédito e, também, o cartão do Bolsa Família. Somente em agosto de 2024, 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões com as bets. "Nada disso vai poder ser utilizado para o pagamento de apostas. E vamos acompanhar CPF por CPF a evolução da aposta e dos prêmios, pois quem aposta muito e ganha pouco, em geral está com dependência psicológica do jogo. Quem aposta pouco e ganha muito, em geral é lavagem de dinheiro", afirmou o ministro da Fazenda. Governo quer colocar travas para apostadores compulsivos em bets e jogos A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão já instaurou um procedimento para verificar o impacto das apostas online nas pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica. E, em outra frente, a pedido do diretor-geral Andrei Passos, a Polícia Federal abriu uma investigação preliminar para apurar a atuação de grupos internacionais suspeitos de lavar dinheiro no mercado de apostas esportivas. O ministro Haddad também informou que o governo federal quer regulamentar a publicidade das apostas online, que, em sua visão, está "completamente fora de controle". "Amanhã, tenho encontro com entidades ligadas ao setor de publicidade, autorregulação, e vamos tratar esse assunto. Como tem regulação de publicidade de fumo e bebida alcoólica, temos de ter o mesmo zelo", explicou ele. Bets ilegais ainda nem começaram cadastro Segundo o secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Régis Dudena, a legislação atual no país dá prazo até o fim deste ano para que as bets se adequem às novas regras. Essas regras, de acordo com ele, já têm uma série de dispositivos para proibir o uso de cartão de crédito, proteger os apostadores e evitar crimes como a lavagem de dinheiro. "Começamos a identificar a formação de dois grupos: um de empresas sérias, que quiseram atuar e vieram ao Ministério da Fazenda pedir autorização. E um segundo, que podemos chamar de oportunista. Que começa a explorar os apostadores de uma forma descontrolada; em muitos casos, praticar fraudes; e, no extremo, ser utilizado pelo crime organizado para, por exemplo, lavagem de dinheiro", disse Dudena em entrevista ao Fantástico. Mesmo antes do fim do prazo, no entanto, o governo decidiu bloquear bets que, até agora, nem sequer começaram seus processos de regularização. "Se o processo foi aberto em maio e, até hoje, a empresa sequer pediu autorização, não dá para eu reconhecer que ela está em período de adequação. Estamos restringindo e dizendo: apenas aquelas que pediram autorização poderão operar nesse período de transição", explicou. Especial: a regulamentação das apostas no Brasil
Contas públicas têm déficit de R$ 21,4 bilhões em agosto; dívida avança para 78,5% do PIB
Números foram divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central. Na parcial do ano, déficit das contas públicas cresceu e atingiu R$ 86,2 bilhões. As contas do setor público consolidado apresentaram um déficit primário de R$ 21,4 bilhões em agosto, informou o Banco Central nesta segunda-feira (30). O déficit primário acontece quando as receitas com impostos ficam abaixo das despesas, desconsiderando os juros da dívida pública. Em caso contrário, há superávit. O resultado engloba o governo federal, os estados, municípios e as empresas estatais. O resultado representa melhora frente ao mesmo mês do ano passado, quando o rombo somou R$ 22,8 bilhões. De acordo com o BC, o déficit das contas públicas em agosto foi resultado do desempenho das contas somente do governo federal – estados, municípios e também das empresas estatais apresentaram superávit. Veja abaixo: governo federal registrou déficit de R$ 22,3 bilhões em julho; estados e municípios tiveram saldo superavitário de R$ 435 milhões; empresas estatais apresentaram saldo positivo de R$ 469 milhões. Qual o caminho para equilibrar as contas públicas? Parcial do ano e meta fiscal No acumulado dos oito primeiros meses deste ano, ainda segundo dados oficiais, as contas públicas apresentaram um resultado negativo de R$ 86,2 bilhões, o equivalente a 1,14% do PIB. Isso representa piora em relação ao mesmo período do ano passado, quando foi registrado um déficit primário de R$ 79 bilhões, ou 1,11% do PIB. Para 2024, a meta fiscal, fixada pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), é de um déficit de até R$ 13,31 bilhões para as contas do setor público consolidado (governo, estados, municípios e empresas estatais). A meta é zerar o déficit para as contas do governo federal. Porém, há um intervalo de tolerância de 0,25 ponto percentual previsto no arcabouço fiscal (a nova regra das contas públicas). Ou seja, pode haver variação de até R$ 28,75 bilhões, para cima ou para baixo, em relação ao objetivo. Com isso, o setor público pode apresentar um resultado negativo de até R$ 42,07 bilhões sem que a meta seja formalmente descumprida. Após despesas com juros Quando se incorporam os juros da dívida pública na conta – no conceito conhecido no mercado como resultado nominal, utilizado para comparação internacional –, houve déficit de R$ 1,11 trilhão nas contas do setor público em doze meses até agosto - o equivalente a 9,8% do PIB. Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco para a definição da nota de crédito dos países, indicador levado em consideração por investidores. O resultado nominal das contas do setor público sofre impacto do resultado mensal das contas, das atuações do BC no câmbio, e dos juros básicos da economia (Selic) fixados pela instituição para conter a inflação. Atualmente, a Selic está em 10,75% ao ano, após uma alta neste mês. Segundo o BC, em doze meses até agosto deste ano, as despesas com juros nominais somaram R$ 854 bilhões (7,55% do PIB). Dívida pública A dívida do setor público consolidado registrou alta de 0,1 ponto percentual do PIB no último mês, passando de 78,4% do PIB (valor revisado), em junho deste ano, para 78,5% do PIB em agosto – o equivalente a R$ 8,98 trilhões. O atual patamar é o mais alto desde outubro de 2021 – quando somou 79,5% do PIB. Ou seja, é o maior nível em quase três anos. O reequilíbrio das contas públicas é considerado importante pelo mercado financeiro para evitar uma disparada da dívida brasileira – indicador que é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco. Governo e mercado veem dívida pública em tendência de alta; entenda efeitos na economia e comparação com outros países No governo Lula, a dívida pública avançou 6,8 pontos percentuais, pois estava em 71,7% do PIB no fechamento do ano de 2022. A gestão petista aprovou, no fim de 2022, a PEC da transição, e depois o arcabouço fiscal (a nova regra para as contas públicas). As regras ampliaram em cerca de R$ 170 bilhões em gastos públicos por ano, recursos destinados a áreas como saúde, educação, benefícios previdenciários, investimentos e emendas parlamentares. Mesmo com o arcabouço fiscal, os analistas do mercado financeiro estimaram, de acordo com pesquisa do Banco Central, que a dívida pública brasileira deve atingir 88,7% do PIB em 2033. Para o governo, a dívida avançará até 79,7% do PIB em 2027 (cenário base), mas há possibilidade de que atinja 90,1% do PIB em 2028 (caso as previsões para as contas públicas e para o PIB sejam piores). Os números estão na proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025. Ministério da Fazenda revisa para cima previsões do PIB e da Inflação
Google vai barrar anúncios de 'bets' sem registro no Brasil a partir desta segunda
Nova política exige que sites de apostas tenham registro no Ministério da Fazenda para veicular anúncios nas plataformas da big tech. Google empresa companhia tecnologia escritório
Arnd Wiegmann/Reuters
O Google anunciou uma atualização em sua política de publicidade e passará a exigir que sites de apostas, também conhecidos como "bets", tenham registro no Ministério da Fazenda para anunciar em suas plataformas.
A nova política foi anunciada na sexta-feira (27) e passa a valer nesta segunda-feira, 30 de setembro.
Além do serviço de buscas, o Google também controla marcas como Android, Gmail, YouTube e Waze, entre outras.
O Google informou também que as regras para operadores de corridas de cavalos e loterias não vão mudar, mas que esses anunciantes precisam solicitar, novamente, uma certificação à big tech para continuar anunciando no Brasil, após 30 de setembro de 2024.
As empresas de apostas de quota fixa que não pediram autorização para funcionar no país terão a atuação suspensa a partir desta terça-feira, 1º de outubro, segundo o Ministério da Fazenda.
A partir de outubro e até o fim de dezembro, só poderão continuar funcionando empresas de apostas que:
já estão atuando;
e já solicitaram autorização para explorar a modalidade em setembro.
Pedidos de autorização das bets
O governo recebeu 113 pedidos de autorização de 108 empresas de apostas que desejam operar no Brasil a partir de janeiro de 2025, quando começam a valer as regras da chamada lei das bets.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda que até 600 "bets" serão banidas do Brasil nos próximos dias por apresentarem irregularidades em relação à legislação aprovada pelo Congresso Nacional.
Na sexta passada, Haddad afirmou que o presidente Lula pediu providência de todos os ministérios envolvidos na regulamentação de apostas on-line, argumentando que o governo atua para "colocar ordem" no tema.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, um grupo de trabalho apresentará medidas até a próxima semana para impedir a utilização de fundos do Bolsa Família com apostas on-line, em meio a uma disparada dos recursos gastos por brasileiros com as apostas.
LEIA TAMBÉM:
Como limitar quem pode te colocar em grupos no WhatsApp?
O que falta para o X ser liberado no Brasil
O serviço de internet da Amazon que quer competir com empresa de Elon Musk
Cozinheira faz alerta sobre vício em cassinos online
iPhone 16 é lançado com novo botão para controlar a câmera; veja preços no Brasil
O que são os supertênis, armas para atletas profissionais e amadores 'voarem'
Dólar sobe e fecha em R$ 5,44, com novos dados econômicos e cenário fiscal no radar; Ibovespa cai
A moeda norte-americana avançou 0,19%, cotada a R$ 5,4469. Já o principal índice de ações da bolsa encerrou em queda de 0,69%, aos 131.816 pontos. Dólar
Karolina Grabowska/Pexels
O dólar inverteu o sinal negativo visto pela manhã e fechou a sessão desta segunda-feira (30) em alta. Por ser o último pregão de setembro, a moeda também sofreu influência da disputa do mercado pela Ptax (entenda mais abaixo), que costuma trazer volatilidade para o câmbio.
Investidores começaram a semana na expectativa por uma série de dados econômicos importantes, que devem ser divulgados nos próximos dias. O destaque fica com os novos números do mercado de trabalho dos Estados Unidos, previstos para sexta-feira.
No Brasil, o Banco Central (BC) divulgou o relatório de estatística fiscais consolidadas até agosto, que mostram uma leve alta na dívida pública brasileira. A dívida bruta do país foi de 78,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no mês, contra 78,4% em julho.
Também, o mercado repercutiu mais um Boletim Focus — relatório do BC que reúne as projeções de economistas para os principais indicadores do país —, que elevou as projeções para a Selic, taxa básica de juros, neste ano.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em queda.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
MOTIVOS: Ibovespa tem melhor mês desde novembro, mas dólar não segue o entusiasmo
DÓLAR: Qual o melhor momento para comprar a moeda?
Dólar
Ao final da sessão, o dólar avançou 0,19%, cotado a R$ 5,4469. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,19% na semana;
queda de 3,30% no mês;
avanço de 12,25% no ano.
Na última sexta-feira (27), a moeda caiu 0,12%, cotada a R$ 5,4365.
Ibovespa
Já o Ibovespa encerrou em queda de 0,69%, aos 131.816 pontos.
Com o resultado, acumulou:
perdas de 0,69% na semana;
recuo de 3,08% no mês; e
queda de 1,77% no ano.
Na sexta, o índice caiu 0,21%, aos 132.730 pontos.
O que está mexendo com os mercados
Investidores começaram esta segunda-feira de olho na agenda da semana, que promete ser recheada de indicadores econômicos importantes no ambiente doméstico e internacional. Os dados divulgados devem ajudar o mercado a ajustar suas expectativas sobre o futuro dos juros aqui e lá fora.
No Brasil, o destaque do dia é o relatório de estatísticas fiscais do BC, que mostrou um leve crescimento na dívida pública do país. O resultado veio me linha com as projeções do mercado, sem pesar sobre os ativos brasileiros neste início de pregão.
As contas do setor público do país tiveram um déficit primário de R$ 21,4 bilhões em agosto. O déficit primário acontece quando as receitas com impostos ficam abaixo das despesas, desconsiderando os juros da dívida pública.
Apesar da leve alta entre julho e setembro, o resultado do mês representa uma melhora em relação ao mesmo período do ano passado, quando o déficit era maior, de R$ 22,8 bilhões.
O Governo Federal foi o único ente da pesquisa que teve um déficit, de R$ 22,3 bilhões. Os estados e municípios tiverem um superávit de R$ 435 milhões, enquanto as empresas estatais apresentaram superávit de R$ 469 milhões.
Já no acumulado do ano até aqui, as contas públicas apresentaram um resultado negativo de R$ 86,2 bilhões, o equivalente a 1,14% do PIB. Para 2024, a meta fiscal, fixada pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), é de um déficit de até R$ 13,31 bilhões.
Isso representa piora em relação ao mesmo período do ano passado, quando foi registrado um déficit primário de R$ 79 bilhões, ou 1,11% do PIB.
Ainda na agenda doméstica, o BC também divulgou mais um Boletim Focus, que mostrou que os economistas do mercado financeiro passaram a prever uma taxa Selic maior no final do ano.
A previsão do mercado passou a ser de dois aumentos de 0,50 ponto percentual na taxa Selic nas reuniões de novembro e de dezembro deste ano. Se confirmada a projeção do mercado, a Selic avançará para 11,25% ao ano em novembro e para 11,75% ao ano em dezembro de 2024.
Vale destacar que outro fator que influencia a taxa de câmbio doméstica nesta segunda-feira (30) é a disputa pela formação da Ptax do fim do mês.
A Ptax é a taxa de câmbio de referência do dólar, calculada diariamente pelo Banco Central. Essa disputa acontece entre os agentes de mercado, que apostam na alta ou na queda da moeda norte-americana, buscando influenciar sua formação. Isso porque a taxa é usada como referência em diversos produtos financeiros.
Já no exterior, o dado mais aguardado só chega na sexta-feira, com o relatório de empregos mais popular dos Estados Unidos, o payroll. A expectativa do mercado financeiro é que a taxa de desemprego tenha se mantido em 4,2% em setembro, com uma geração de 144 mil empregos não-agrícolas.
Antes disso, ao longo da semana, outros números do mercado de trabalho também serão divulgados, com o relatório Jolts, o ADP e os pedidos semanais por seguro-desemprego.
Esses números serão observados com atenção por um mercado que espera novas pistas sobre qual deve ser o comportamento do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em relação as taxas de juros do país nos próximos meses.
Em sua última reunião, a instituição iniciou um ciclo de corte nos juros, que estavam no maior patamar em duas décadas, e reduziu suas taxas em 0,50 ponto percentual, a um nível entre 4,75% e 5,00% ao ano.
Agora, investidores querem saber o que vem pela frente, se novas quedas virão e qual serão suas magnitudes. Nesse sentido, um mercado de trabalho mais aquecido pode colocar um freio no ciclo do Fed, já que mais empregos implicam em mais dinheiro na mão da população e maior pressão inflacionária;
Receita Federal arrola R$ 1,2 bilhão em bens do Assaí, por contingências do Grupo Pão de Açúcar; entenda
O arrolamento é um processo em que a Receita passa a monitorar determinados bens de uma companhia que pode estar devendo pagamento de impostos. Assaí Atacadista
Divulgação
A Receita Federal arrolou R$ 1,265 bilhão em bens da rede de atacarejo Assaí, enquanto investiga a existência de contingências tributárias do GPA, o Grupo Pão de Açúcar, informou a empresa neste domingo (30).
⚠️ O arrolamento é um processo em que a Receita passa a monitorar determinados bens de uma companhia que pode estar devendo pagamento de impostos.
O monitoramento ocorre para que, caso o bem seja transferido para outra pessoa ou CNPJ, a Receita tenha conhecimento da transação, "visando resguardar valor suficiente para quitação dos créditos tributários em discussão", disse, em nota, Vitor Fagá de Almeida, vice-presidente de finanças e relações com investidores do Assaí.
LEIA TAMBÉM
Gol, Dia, Casa do Pão de Queijo: as empresas que pediram recuperação judicial no 1° semestre de 2024
Grupo Dia fecha acordo para vender 100% do capital no Brasil
Além dos mais de R$ 1,2 bilhão arrolados em bens do Assaí, a Receita também arrolou outros R$ 11,654 bilhões em bens do GPA, totalizando R$ 12,913 bilhões arrolados.
Os bens do Assaí também entraram no processo porque a rede era uma propriedade do GPA até 2020. Em 2021, as empresas passaram por uma cisão parcial — um processo de divisão das duas companhias, em que ambas continuam existindo.
No processo, os acordos assinados entre as empresas estabeleceram que não haveria "solidariedade entre a companhia e GPA em relação aos passivos gerados até a data da cisão", explica Almeida. Ou seja, o acordo diz que a rede de atacarejo não precisaria arcar com dívidas do GPA.
Apesar de a cisão ter tornado o Assaí uma "companhia independente", conforme explica o documento da empresa, a legislação tributária brasileira determina que a Receita pode exigir, se necessário, o pagamento de dívidas de uma das partes pela outra, independentemente de acordos estabelecidos pelas próprias companhias.
"A companhia vem monitorando este tema de forma próxima ao GPA, que inclusive reafirmou sua responsabilidade perante a companhia pelos débitos e contingências de GPA gerados até a data da cisão", explicou Almeida.
O executivo também afirmou que o Assaí vai questionar a decisão da Receita e " tomará as medidas aplicáveis que sejam necessárias para defender-se fortemente da responsabilidade tributária pelas contingências do Termo de Arrolamento, considerando que as operações do Assaí sempre foram, de fato, segregadas das operações de GPA".
Caso o arrolamento implique em uma alienação de bens do Assaí, a companhia reafirma que "o GPA permanece responsável por suas próprias contingências, conforme os termos da Cisão, e deverá indenizar o Assaí por qualquer prejuízo decorrente".
GPA tenta reduzir suas dívidas
Em maio deste ano, o GPA, que atualmente é dono das marcas Pão de Açúcar e Extra, anunciou que vendeu imóveis de sua sede administrativa em São Paulo por R$ 218 milhões.
Em comunicado a investidores, a empresa informou que a transação faz parte de seu plano de redução da alavancagem financeira, iniciado em 2023. Disse ainda que a medida irá contribuir "para a redução da dívida líquida e o reforço da sua estrutura de capital".
Dois compradores adquiriam a torre administrativa e a área anexa: o fundo imobiliário Tellus Properties, que também emitiu um comunicado ao mercado nesta quinta revelando o acordo, e o empresário Frederico von Ihering Azevedo, presidente do grupo GVI.
Do valor total da venda, 82% serão recebidos pelo GPA em 2024, enquanto os 18% restantes serão divididos em parcelas até março de 2026.
A companhia informou que a transação contempla uma operação de sale and leaseback (quando a empresa vende o imóvel e, em seguida, aluga o espaço do novo proprietário) envolvendo a torre administrativa, com valor definido de R$ 109 milhões. O prazo inicial de locação do espaço pelo GPD será de 15 anos, e o contrato possui um cap rate (taxa de capitalização) aproximado de 9%.
Há também a celebração de um compromisso de compra e venda, no qual a companhia irá alienar, definitivamente, a área anexa à torre administrativa, também no valor de R$ 109 milhões.
Em junho de 2023, o GPA já havia anunciado uma operação de sale and leaseback com 11 de suas lojas de supermercados. A transação somou R$ 330 milhões.
Do total, oito contratos de venda e locação foram firmados com o prazo inicial de 15 anos. Os outros três tiveram prazo de 18 anos.
Na ocasião, o GPA disse que a operação fazia parte do plano de redução da alavancagem financeira da companhia para os anos de 2023 e 2024. Reforçou também que a medida iria contribuir para a redução da dívida líquida e o reforço da sua estrutura de capital.
Boletim Focus: mercado financeiro passa a prever alta maior dos juros neste ano
Números foram divulgados pelo Banco Central. Mercado elevou de 11,50% para 11,75% ao ano projeção para a taxa Selic ao fim de 2024. Sede do Banco Central em Brasília
Raphael Ribeiro/BCB
Os economistas do mercado financeiro passaram a projetar uma elevação maior da taxa básica de juros neste ano.
A expectativa, fruto de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras na última semana, constam do relatório "Focus" divulgado nesta segunda-feira (30) pelo Banco Central (BC).
Atualmente, a Selic está em 10,75% ao ano, após o primeiro aumento do terceiro mandato de Lula. A alta foi de 0,25 ponto percentual no juro neste mês.
A previsão do mercado passou a ser de dois aumentos de 0,50 ponto percentual na taxa Selic nas reuniões de novembro e de dezembro deste ano.
Até então, os analistas vinham estimando uma alta de 0,50 ponto em novembro e de 0,25 ponto em dezembro de 2024.
Se confirmada a projeção do mercado, a Selic avançará para 11,25% ao ano em novembro e para 11,75% ao ano em dezembro de 2024.
Para o fim de 2025, os analistas dos bancos elevaram sua projeção de 10,50% para 10,75% ao ano ao ano. Isso quer dizer que eles continuam estimando corte dos juros ano que vem, mas em menor intensidade.
Klava analisa no #JH a alta dos juros no Brasil em decisão unânime do Copom
Inflação
Os economistas do mercado mantiveram estável em 4,37% sua estimativa de inflação para 2024.
Com isso, a expectativa dos analistas para a inflação de 2024 continua acima da meta central de inflação e mais próxima do teto definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A meta central de inflação é de 3% neste ano – e será considerada formalmente cumprida se o índice oscilar entre 1,5% e 4,5% neste ano.
➡️Para 2025, a estimativa de inflação permaneceu em 3,97% na última semana. E, para 2026, a expectativa recuou de 3,62% para 3,60%.
A partir de 2025, a meta de inflação é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Para definir a taxa básica de juros e tentar conter a alta dos preços, o BC já está mirando, neste momento, na meta do ano que vem, e também em 12 meses até meados de 2026.
🔎Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento.
Produto Interno Bruto
Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, a projeção do mercado ficou estável em 3%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia.
Já para 2025, a previsão de alta do PIB do mercado financeiro subiu de 1,90% para 1,92%.
Outras estimativas
Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:
Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2024 permaneceu em R$ 5,40. Para o fim de 2025, a estimativa continuou em R$ 5,35.
Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção continuou em US$ 81 bilhões de superávit em 2024. Para 2025, a expectativa para o saldo positivo recuou de US$ 76,3 bilhões para US$ 76,2 bilhões.
Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano permaneceu caiu de US$ 70,8 bilhões para US$ 70,5 bilhões de ingresso. Para 2025, a estimativa de ingresso ficou estável em US$ 73 bilhões.
O Assunto #1312: Os alertas que vêm da China
De tudo que o Brasil exporta, mais de 30% vai para os chineses - é o nosso maior parceiro comercial e qualquer ruído na economia de lá pode ser sentido por nós. Depois de meses seguidos com indicadores abaixo do esperado e crescimento mais distante da meta, Pequim decidiu agir e lançou um pacote econômico inédito. Você pode ouvir O Assunto no g1, no GloboPlay, no Spotify, no Castbox, no Apple Podcasts, na Deezer, na Amazon Music, no Hello You ou na sua plataforma de áudio preferida. Assine ou siga O Assunto, para ser avisado sempre que tiver novo episódio. De tudo que o Brasil exporta, mais de 30% vai para os chineses – em 2023, a soma das vendas bateu os US$ 100 bilhões, o que deve se repetir em 2024. Para nosso maior parceiro comercial, mandamos, principalmente, minério de ferro, soja e petróleo; e recebemos mais bilhões de dólares, fundamentais para o crescimento do agronegócio e da indústria. Ou seja, qualquer ruído na economia chinesa pode ser muito sentido por aqui. E, por lá, sinais de alerta foram ligados. Depois de meses seguidos com indicadores abaixo do esperado, ficou mais difícil atingir a meta de crescimento estabelecida pelo governo para este ano: 5% – o que já seria um índice tímido em relação às últimas décadas. O governo de Xi Jinping decidiu agir, e lançou um pacote de medidas que envolve corte na taxa de juros, facilitação de crédito e injeção de cerca de US$ 140 bilhões na economia chinesa. Neste episódio, para explicar o que motivou o pacote econômico e como ele irá repercutir, Julia Duailibi conversa com Rodrigo Zeidan, professor da New York University Shanghai e da Fundação Dom Cabral, que fala diretamente de Xangai. Participa também Cláudia Trevisan, diretora-executiva do Conselho Empresarial Brasil-China, que analisa os impactos da medida neste lado do mundo. Brasil e China: a relação bilionária O que você precisa saber: China lança pacote sem precedentes para estimular economia Como crise no setor imobiliário da China pode impactar o Brasil Economia da China desacelera, mas cresce 4,7% no 2º trimestre Era dos megainvestimentos da China no Brasil acabou? Brasil é 6ª economia que mais cresceu no mundo em 2024 O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Amanda Polato, Carol Lorencetti, Gabriel de Campos, Luiz Felipe Silva e Thiago Kaczuroski. Apresentação: Natuza Nery.
Imposto de Renda 2024: Receita paga 5º lote de restituição nesta segunda; veja quem recebe e calendário
Ao todo, mais de 511 mil contribuintes serão contemplados, no valor total de R$ 1,03 bilhão. Consulta estará disponível às 10h. Imposto de Renda
AGÊNCIA BRASIL
A Receita Federal paga nesta segunda-feira (30) o 5º lote de restituições do Imposto de Renda 2024.
Ao todo, 511.025 contribuintes serão contemplados, no valor total de R$ 1,03 bilhão. O lote também inclui restituições residuais de exercícios anteriores. (veja abaixo como fazer a consulta)
Segundo a Receita Federal, 86.570 contribuintes domiciliados no Rio Grande do Sul (RS) foram priorizados e receberão suas restituições neste lote, devido ao estado de calamidade decretado no estado.
Do total, R$ 435,2 milhões referem-se ao quantitativo de contribuintes que têm prioridade no recebimento. Veja abaixo.
11.188 idosos acima de 80 anos
75.686 contribuintes entre 60 e 79 anos
6.731 contribuintes com alguma deficiência física ou mental ou moléstia grave
23.180 contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério
201.381 contribuintes que receberam prioridade por utilizarem a declaração pré-preenchida ou optarem por receber a restituição via PIX;
Outros 106.289 contribuintes que recebem a restituição neste lote não são prioritários.
LEIA MAIS
Saiba tudo sobre o Imposto de Renda 2024
Veja como fazer a declaração
Veja quem é obrigado a declarar
Imposto de Renda 2024: Saiba como evitar cair na malha fina
Veja o calendário da restituição do IR 2024
Os pagamentos das restituições do IR 2024 serão feitos em cinco lotes, segundo informações da Receita.
Veja as datas dos pagamentos:
1º lote: 31 de maio
2º lote: 28 de junho
3º lote: 31 de julho
4º lote: 30 de agosto
5º lote: 30 de setembro
Como fazer a consulta?
Assim que a consulta estiver disponível, o contribuinte deve acessar a página da Receita na internet e clicar na opção "Meu Imposto de Renda". Em seguida, basta clicar em "Consultar a Restituição".
A página oferece orientações e os canais de prestação do serviço, permitindo uma consulta simplificada ou completa da situação da declaração, por meio do extrato de processamento, acessado no e-CAC. Caso identifique alguma pendência na declaração, o contribuinte pode retificá-la, corrigindo as informações.
A Receita Federal disponibiliza, também, aplicativo para tablets e smartphones que permite consultar diretamente nas bases da Receita Federal informações sobre liberação das restituições do IRPF e a situação cadastral de uma inscrição no CPF.
Malha fina
Ao realizar a consulta, o contribuinte também poderá saber se há alguma pendência em sua declaração que impeça o pagamento da restituição, ou seja, se ele caiu na chamada "malha fina".
Para saber se está na malha fina, os contribuintes também podem acessar o "extrato" do Imposto de Renda no site da Receita Federal no chamado e-CAC (Centro Virtual de Atendimento).
Ao fazer o login, selecione a opção “Meu Imposto de Renda (Extrato da DIRPF)”. Na aba “Processamento”, escolha o item “Pendências de Malha”. Lá, você poderá verificar se sua declaração está na malha fina e verificar qual o motivo pelo qual ela foi retida.
Para acessar o extrato do IR, é necessário utilizar o código de acesso gerado na própria página da Receita Federal ou certificado digital emitido por autoridade habilitada.
As restituições de declarações que apresentam inconsistência (em situação de malha) são liberadas apenas depois de corrigidas pelo cidadão, ou após o contribuinte apresentar comprovação de que sua declaração está correta.
Quem é obrigado a declarar o Imposto de Renda em 2024
quem recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 30.639,90 em 2023. O valor é um pouco maior do que o da declaração do IR do ano passado (R$ 28.559,70) por conta da ampliação da faixa de isenção desde maio do ano passado;
contribuintes que receberam rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma tenha sido superior a R$ 200 mil no ano passado;
quem obteve, em qualquer mês de 2023, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas cuja soma foi superior a R$ 40 mil, ou com apuração de ganhos líquidos sujeitas à incidência do imposto;
quem teve isenção de imposto sobre o ganho de capital na venda de imóveis residenciais, seguido de aquisição de outro imóvel residencial no prazo de 180 dias;
quem teve, em 2023, receita bruta em valor superior a R$ 153.199,50 em atividade rural (contra R$ R$ 142.798,50 em 2022);
quem tinha, até 31 de dezembro de 2023, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 800 mil (contra R$ 300 mil em 2022);
quem passou para a condição de residente no Brasil em qualquer mês e se encontrava nessa condição até 31 de dezembro de 2023;
quem optou por declarar os bens, direitos e obrigações detidos pela entidade controlada, direta ou indireta, no exterior como se fossem detidos diretamente pela pessoa física;
Possui trust no exterior;
Deseja atualizar bens no exterior.
O que são lavagem de dinheiro e organização criminosa? Entenda os crimes pelos quais Gusttavo Lima foi indiciado
Lavagem consiste em esconder dinheiro e outros bens obtidos de forma ilegal, e organização criminosa, na união de pessoas de forma coordenada para praticar ilegalidades. Defesa do cantor nega ilegalidades. Gusttavo Lima é indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa em investigação sobre jogos ilegais O cantor Gusttavo Lima foi indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa numa investigação sobre jogos ilegais. A defesa do cantor nega ilegalidades (leia aqui). Mas, afinal de contas, o que é o crime de lavagem de dinheiro? ▶️ O objetivo é esconder a origem criminosa do dinheiro "sujo" e transformá-lo em dinheiro "limpo", fazendo com que ele pareça legal. ▶️ A lavagem de dinheiro pode ser cometida de duas formas: Direta - quem lava o dinheiro é a mesma pessoa que cometeu o crime de origem com o qual obteve o valor ilegal. Indireta - quem lava o dinheiro é uma pessoa sem ligação com o crime que gerou a quantia a ser lavada. “Basicamente, lavagem de dinheiro é: você recebe um dinheiro de forma ilegal, que não tem uma origem clara, e faz com que esse dinheiro passe a fazer parte do sistema financeiro, passe a ter uma origem [legal]”, afirma o professor de administração da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Rafael Alcadipani, que integra o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. ▶️ Quando surgiu o termo "lavagem de dinheiro"? No início do século 20, nos Estados Unidos, para se referir a criminosos que usavam lavanderias para camuflar seus lucros. ▶️ O combate efetivo a essa modalidade de crime começou na década 1970, para coibir o tráfico de drogas, lembra o presidente da Comissão Especial de Advocacia Criminal da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP), José Carlos Abissamra Filho. "A ideia da lei de lavagem de dinheiro é criminalizar o ganho, fazer com que o crime não possa gerar lucro e a pessoa não pode se beneficiar de um crime praticado. Primeiro [foi feito no combate ao] tráfico de drogas, depois foi generalizado para todos os crimes", afirma. ▶️ E no Brasil? Por aqui, a lei que define o crime de lavagem de dinheiro e suas penas é de 1998. Ela define como crime "ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal". ▶️ Também comete lavagem de dinheiro quem usa recursos que tiveram origem num crime ou que participa de uma organização sabendo que o objetivo dela é lavar dinheiro. No caso que envolve Gusttavo Lima, a polícia suspeita dinheiro de jogo bicho, que é ilegal, era misturado a dinheiro oriundo de bets legalizadas. E que, para dar aparência de legalidade e voltar ao mercado. Para dar aparência legal e voltar ao mercado limpo, o dinheiro contaminado, segundo a polícia, foi usado na negociação de aeronaves vendidas – uma dela, duas vezes – por uma empresa de Gusttavo Lima a outros investigados no esquema. ▶️ Qual é a pena? De 3 a 10 anos de prisão e multa. ▶️ Foi essa lei que criou o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que examina e identifica operações financeiras suspeitas para alimentar investigações da polícia e do Ministério Público. E o crime de organização criminosa? ▶️ É quando quatro ou mais pessoas se unem de forma coordenada e permanente para cometer um ou mais crimes. A tipificação do crime surgiu no Brasil em 2013 com uma lei especial, após o crescimento de facções, como o Primeiro Comando da Capital (PCC). ▶️ Qual a pena? De 3 a 8 anos de prisão com multa, a depender da função ocupada na organização. ▶️ Uma pessoa responde por organização criminosa quando tem conhecimento dos crimes praticados e tem a intenção de obter vantagem com o ilícito, explica o mestre em direito penal pela Universidade de São Paulo (USP) e advogado Fabrício Costa. “Quando a gente fala em organização criminosa, a gente pensa que todas as pessoas envolvidas nessa organização possuem a intenção de colaborar para um delito. Ou seja, uma organização criminosa voltada ao estelionato vai ter aquela pessoa que engana o idoso, a pessoa que maquia a origem do dinheiro, a pessoa que escolhe a vítima. Todo mundo funciona como uma engrenagem para participar dessa organização criminosa”, afirma. ▶️ Qual a diferença entre crime organizado e associação criminosa? Para ser uma organização criminosa precisa existir uma estrutura ordenada com divisão de tarefas, ainda que informalmente, enquanto a associação criminosa é a união de três pessoas para cometer crimes. “A organização criminosa é uma evolução da associação. Ela passa a ter estrutura organizada, poder de mando e sofisticação das ações", diz Costa. LEIA TAMBÉM: Como funcionava esquema de lavagem de dinheiro da Esportes da Sorte com Deolane Bezerra, segundo a polícia Empresas de Gusttavo Lima são suspeitas de ocultar valores e de receberem R$ 49,4 milhões de bets investigadas, aponta inquérito Investigados compraram 2 aeronaves da empresa de Gusttavo Lima e usaram uma 3ª para viajar, mostra relatório
Inconsistências no orçamento e risco do não cumprimento de metas pelo governo preocupam mercado; veja análises
Impacto na curva de juros está relacionado a incertezas sobre as contas públicas, avaliam economistas. Governo defende atuação e diz que resultados têm superado expectativas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
O mercado financeiro operou tenso no começo desta semana, com alta do dólar e tombo da bolsa de valores em meio a críticas sobre as contas públicas.
Ao mesmo tempo, os juros futuros, referência para os empréstimos ao setor produtivo, têm avançado. Com isso, os investimentos ficam mais caros.
Mas qual foi o gatilho para o comportamento ruim dos indicadores?
E o que é alvo de críticas por parte dos economistas?
O g1 conversou sobre o assunto com dois ex-secretários do Tesouro Nacional e com um ex-diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI).
O estopim da confusão no mercado foi a divulgação, pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento, de mais um relatório bimestral de receitas e despesas, na sexta-feira (20).
Embora tenha sido registrado um aumento nos gastos obrigatórios (previdência, por exemplo), a melhora na projeção de receitas permitiu liberar despesas dos ministérios que estavam bloqueadas.
A avaliação do mercado é que o bloqueio de R$ 2,1 bilhões, com a reversão de contingenciamento, liberando ao todo R$ 1,7 bilhão para gastos, porém, colocam em dúvida o atingimento da meta de 2024 — de zerar o rombo fiscal.
A preocupação está na dificuldade da equipe econômica de entregar a meta fiscal deste ano, que já havia sido externada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Haddad diz que governo trabalha para colocar contas públicas em ordem; Bruno Carazza comenta
Segundo análise da XP, o relatório bimestral indica que a meta fiscal deste ano não será cumprida.
"Acreditamos que a meta de resultado primário está comprometida, devido ao otimismo ainda presente em relação aos efeitos das medidas de aumento de receita e à subestimação das despesas com seguridade social", diz a empresa.
Pontos sensíveis
Os problemas não se resumem ao relatório bimestral do orçamento, que foi divulgado recentemente. Mas também a:
Inconsistências no orçamento, como a estimativa de valores elevados em receitas extraordinárias, a subestimação de gastos previdenciários e, até mesmo, receios sobre o retorno de manobras contábeis têm fomentado os debates.
O ímpeto da equipe econômica em elevar impostos para tentar reequilibrar as contas, aliada à resistência em promover cortes de gastos estruturais, é outro foco de preocupação.
A autorização para realização de gastos fora da meta fiscal, por conta de exceções, também tem atraído a atenção dos analistas.
A busca pelo equilíbrio das contas públicas, e a subsequente obtenção de superávits, é considerada essencial por economistas para conter o crescimento da dívida pública brasileira — que já está em patamar elevado para o padrão de países emergentes.
Endividamento alto, por sua vez, pressiona os juros cobrados do setor produtivo.
Receitas extraordinárias
Assim como em 2024, o governo segue prevendo, para o próximo ano, o ingresso de recursos extraordinários para tentar zerar o rombo das contas públicas — mesma meta deste ano.
As estimativas da área econômica, que constam na proposta de orçamento de 2025 para fechar as contas, são do ingresso de:
Processos no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf): R$ 28,6 bilhões;
Transação de Relevante e Disseminada Controvérsia Jurídica: R$ 26,5 bilhões;
Transação Tributária: R$ 31 bilhões;
Recuperação Créditos Inscritos na dívida ativa: R$ 15,5 bilhões.
Limitação da compensação de créditos por decisões judiciais: R$ 20 bilhões.
Em 2024, o governo estimava que entrariam R$ 54,7 bilhões de arrecadação com mudanças nas regras de julgamentos no Carf, mas, no último relatório de receitas e despesas, divulgado na semana passada, o valor caiu para R$ 847 milhões.
No entanto, para os analistas, será difícil o governo arrecadar, em 2025, o valor estimado com em receitas extraordinárias.
A Instituição Fiscal Independente estimou que, dos R$ 121,5 bilhões contabilizados pelo governo com essas medidas, serão arrecadados somente R$ 60,3 bilhões em 2025.
Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset Management, ex-secretário do Tesouro Nacional, diz não acreditar que o governo conseguirá arrecadar o que estima com as receitas do Carf.
"Provavelmente, não entrará esse volume tão expressivo, mas os efeitos do Carf, por exemplo, devem ser sentidos em 2025, uma vez que os julgamentos foram bastante acelerados em 2024", disse Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos e ex-diretor da IFI.
Novos aumentos de impostos
No ano passado, o governo aprovou uma série de medidas no Legislativo de aumento de tributos, que já estão tendo impacto na arrecadação.
E, para fechar as contas em 2025, a equipe econômica também conta com novos aumentos de tributos. São eles:
Alta de 1 ponto percentual na Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), tributo que incide sobre o lucro das empresas: impacto de R$ 14,93 bilhões;
Incremento de 15% para 20% no Imposto de Renda incidente sobre os Juros sobre Capital Próprio (JCP) das empresas — uma forma de distribuição de lucro, que incide sobre o acionista: incremento de R$ 6 bilhões na arrecadação.
O aumento da CSLL chegou a ser ventilado pela equipe econômica, em agosto, para compensar a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia, e de municípios, mas foi vetado no Senado.
O incremento do Juros sobre Capital Próprio também foi proposto, e chegou a ser incorporado ao relatório final, mas também não foi aceito pelos senadores na votação final.
Analistas avaliam que as medidas podem até passar pelo Legislativo, mas não arrecadar o valor estimado pelo governo.
Para Jeferson Bittencourt, head de macroeconomia do ASA e ex-secretário do Tesouro Nacional, é possível que uma parte destas medidas de aumento de tributo acabem passando no Congresso Nacional. "Mas parece improvável o pacote ser aprovado na íntegra", disse.
"A gente acredita que existe chance de ser aprovado, mas a gente sabe que tem toda discussão no trâmite. Em geral, é desidratado. Pode ser que caia pela metade. Então, está em dúvida ainda por conta dessa negociação", disse Bruno Funchal.
Felipe Salto informou não considerar em suas contas, por enquanto, o valor total de R$ 21 bilhões estimado pelo governo "por se tratar de algo bastante incerto".
Pente-fino em benefícios
Wellington Dias fala sobre pente-fino no BPC
Ao mesmo tempo, o governo anunciou um pente fino em benefícios sociais, com o objetivo de limitar o pagamento dos benefícios a quem tem direito, diminuindo as fraudes. A estimativa é gastar R$ 19,2 bilhões a menos em 2025.
Estão sendo revistos os registros de quem tem direito ao Bolsa Família, ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), quem está no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) e no auxílio-doença, entre outros.
A análise de especialistas é que há dúvida da obtenção destes recursos em sua integralidade.
"Não é uma iniciativa nova e, ao que parece, não produziu, em 2024, ganhos expressivos, por exemplo, na previdência. Entendo que essa estimativa é elevada", disse o economista Felipe Salto.
"Alcançar este número parece viável aritmeticamente (...) O que precisa ficar claro, no entanto, é que estas medidas não são exatamente um ajuste fiscal pelo lado da despesa. Apenas está se trocando espaço ocupado por despesa obrigatória por mais espaço para despesa discricionária", afirmou Jeferson Bitencourt.
"A gente acredita que os R$ 20 bilhões de redução do pente fino não vão ser atingidos", disse Bruno Funchal.
Gastos previdenciários subestimados
Com o pente fino não atingindo os resultados esperados, a crítica é que os gastos previdenciários continuarão sendo subestimados em 2025. Isso diminui a credibilidade das projeções oficiais.
Jeferson Bittencourt avaliou que eventuais despesas subestimadas no orçamento terão que ser "acomodadas" em algum momento.
As atualizações das projeções de despesas ocorrem de dois em dois meses, com base no valor pago até o momento, no ano em questão.
Para Felipe Salto, os gastos previdenciários seguem subestimados em 2025, mas "não tanto como aconteceu cem 2024".
"A gente está com uma estimativa de gastos [previdenciários] maior [do que a do governo] por conta da implementação do pente fino [nos benefícios]", afirmou Bruno Funchal.
Sem cortes de gastos estruturais
Enquanto atua para elevar a arrecadação, que bate recordes sucessivos, o governo, segundo analistas, tem falhado em implementar uma agenda de ajuste das contas pelo outro lado: o corte de gastos estruturais.
Para levar adiante essa agenda, o governo teria de propor mudanças em gastos obrigatórios, o que poderia ser feito por meio de, por exemplo:
Redução de gastos com servidores, por meio de uma reforma administrativa;
Contenção de gastos previdenciários, por meio de uma nova reforma da Previdência;
Reforma de gastos sociais, por meio da integração de políticas públicas;
Mudanças ou o fim do abono salarial;
Revisão de vinculações, como o piso da saúde e educação à receita, e dos benefícios previdenciários e assistenciais ao salário mínimo.
Entretanto, nada disso foi proposto pela área econômica até o momento.
"Quanto mais a gente seguir o arcabouço e conseguir casar receitas com despesas, de preferência reduzindo despesas obrigatórias, melhor vai ser a percepção sobre a regra fiscal, uma instituição importante ao país, que traz credibilidade, ancora expectativas e tem reflexo [de queda] nos juros", afirmou o economista Bruno Funchal.
Bruno Funchal, do Bradesco Asset Management
JN
Felipe Salto ponderou que a agenda de controle de gastos obrigatórios é importante para que os resultados das contas públicas migrem para o superávit mais rapidamente.
"Despesas, obrigatórias principalmente, em trajetória consistente de alta sendo parcialmente cobertas com receitas temporárias. Assim, a trajetória crescente de dívida pelos próximos anos traz dúvidas sobre a capacidade do arcabouço gerar sustentabilidade da política fiscal", disse Jeferson Bittencourt.
Em entrevista ao g1, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que a agenda de revisão de gastos públicos vai ser o foco da área econômica em 2025. Mas não antecipou propostas.
Governo nega manobras
Enquanto lida com a desconfiança do mercado sobre suas projeções, o governo também busca refutar o que alguns consideram o retorno de medidas sem amparo nas regras fiscais ou na contabilidade oficial.
A concessão de bolsa a estudantes do ensino médio (Programa Pé-de-Meia) por meio de um fundo social, e não via dotações orçamentárias tradicionais.
Pagamento do auxílio-gás foi desenhado, inicialmente, fora da contabilidade oficial, ou seja, sem passar pelas contas públicas. Entretanto, o ministro Haddad já informou que isso não será feito.
Proposta de incluir os recursos esquecidos nas contas dos correntistas dentro do superávit primário — algo que não tem o amparo técnico do Banco Central, o responsável pela contabilidade oficial. Os recursos não estão contabilizados no orçamento deste ano.
"Estratégias como a do vale gás fora do orçamento, programa Pé de Meia operado por fundo privado e recebendo aportes fora do limite de gastos e incorporação de receitas para a meta, contrariando o espírito da LRF, adicionam questionamentos sobre os instrumentos que serão usados para entregar os resultados no curto prazo", disse Jeferson Bittencourt.
Jeferson Bittencourt, economista do ASA
Divulgação (assessoria de imprensa)
Bruno Funchal avalia que não se trata de contabilidade criativa, mas que há sim um enfraquecimento o arcabouço fiscal, a regra para as contas públicas. "Se pegar auxílio gás, põe fora do arcabouço. Depósito judicial é outra forma. Então você acaba enfraquecendo o próprio arcabouço, o que é ruim para o próprio governo pois desancora as expectativas", disse.
Felipe Salto afirmou não estar vendo contabilidade criativa. "O arranjo daquele projeto do vale gás, de fato, se prosperasse, representaria uma contabilidade criativa das bem cabeludas", disse. Para ale, inclusive, os recursos esquecidos nas contas dos poupadores deveriam ser contabilizados dentro da meta fiscal, algo que o BC não concorda.
Exceções à meta fiscal
Outra preocupação dos economistas é a questão das exceções à meta fiscal, ou seja, pagamentos feitos por fora do limite de gastos, ou da meta de superávit primário -- sem compensação.
Isso ocorre, por exemplo, com precatórios. No ano passado, foram pagos R$ 92,4 bilhões fora da meta em precatórios e, para 2025, há a previsão de outros R$ 44 bilhões.
Neste ano, há também a despesa de R$ 28,8 bilhões para ajudar o Rio Grande do Sul a superar os efeitos das fortes enchentes de abril e maio.
Com isso, mesmo na possibilidade de o governo cumprir as metas fiscais, o déficit dificilmente chegará a zero — objetivo formal existente para 2024 e 2025.
"Me preocupa, por exemplo, que os precatórios pagos acima do antigo limite constitucional, no ano que vem, não sejam compensados por outros esforços. O que precisa ficar claro é que o desafio atual é produzir superávit, para a dívida voltar a estabilizar-se em relação ao PIB. Não adianta apenas cumprir regras legais, se elas não forem suficientes para gerar esse objetivo", disse Felipe Salto.
Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentosl
Agência Senado
Avaliações sobre as contas públicas
Bruno Funchal: "Hoje, os juros estão mais altos, a curva está inclinada, o prêmio de risco está alto, muito por conta dessa incerteza. A medida que ações sejam tomadas de compromisso com a regra fiscal, com a contenção de despesas obrigatórias, e o compromisso do governo entregar de fato as metas que foram propostas, acaba tendo um efeito positivo nos juros".
Jeferson Bittencourt: "Olhando a PLOA 2025 e a prática de 2024, penso que não faz sentido pensar que a peça oferece uma proposta de déficit zero. Há R$ 44 bilhões de precatórios a serem pagos fora da meta. Além disso, ao longo deste ano, o governo mostrou disposição de sustentar na programação receitas incertas".
Felipe Salto: "Entendo que o ministro Fernando Haddad está acertando, em geral, e que há um compromisso claro com a responsabilidade fiscal. A questão é que, a meu ver, seria importante uma convergência mais rápida para um resultado primário positivo e, para isso, não há como escapar da agenda do controle do gasto. Neste aspecto, pouco foi feito. Já na agenda da arrecadação, acertaram bastante".
O que diz o governo
Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda
Diogo Zacarias/MF
Em meio à tensão nos mercados, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, voltou a defender a atuação da equipe econômica na condução das contas públicas
Ele também criticou o que classificou como uma "irracionalidade" por parte dos agentes.
Segundo ele, a economia está se recuperando e segue crescendo mais do que o esperado. "É um ciclo positivo e a gente deveria torcer para que isso continue assim. Vamos entregar o melhor resultado fiscal dos últimos três ciclos de governo", prosseguiu.
O secretário também negou a avaliação, de alguns economistas do mercado financeiro, de que estaria havendo criatividade nas estimativas para este ano e para 2025 nas contas públicas.
Ele disse, ainda, que a equipe econômica gostaria de levar adiante o ajuste das contas públicas "o mais rápido possível", e afirmou que o déficit fiscal será menor neste ano, em relação a 2023, assim como as previsões de mercado estão melhorando e caminham para o cumprimento das metas das contas.
"É preciso reconhecer esse esforço. Não é razoável que isso não seja reconhecido. A gente saiu da descrença quase completa no início do ano, de um déficit de 0,8% [do PIB], para hoje o que muitos consideram muito razoável o cumprimento da meta", declarou Durigan.
Acrescentou que os investidores também estão melhorando a percepção sobre a economia brasileira, com a queda do risco Brasil nos últimos anos.
Clima atrapalha e produção de pêssego despenca no interior de SP
O clima extremo tem atrapalhado a produção do fruto este ano. O pêssego precisa de um clima ameno para dar a flor e, então, o fruto O pêssego precisa de um clima ameno para dar a flor e, então, o fruto
Reprodução/TV TEM
A região de Jundiaí (SP) é uma importante produtora de pêssegos. No entanto, essa época do ano, onde a colheita deveria estar em uma fase avançada, tem sido um período de frustração para os produtores rurais, pois o calor e a seca prejudicaram a produção.
📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp
No sítio do Cassiano Contensini, pessegueiro é o que não falta. São 800 pés, distribuídos em um hectare, mas a fruta em si está difícil de encontrar. Os extremos climáticos têm sido um grande desafio.
O pêssego precisa de um clima ameno para dar a flor e, então, o fruto. Por causa da onda de calor, Cassiano perdeu 70% da produção esse ano.
De modo geral, produtores de Jarinu (SP) e Jundiaí conseguem colher mais cedo do que em outros lugares do país. Essa vantagem tem relação com a boa amplitude térmica: calor moderado durante o dia e frio a noite. Porém, em 2024, a situação saiu do normal.
Das variedades “fascínio” e “rubi mel”, não haverá colheita na propriedade de Cassiano, mas para a surpresa dele, alguns ramos da variedade “Tropic Built” brotaram depois da época. De 20 toneladas esperadas, irá colher cerca de cinco.
Em Jundiaí, a cena se repete. A família de André e Rafael Michelin possui 400 pés de pêssego. No ano passado, a colheita foi de 19 toneladas, mas, neste ano, não chegará à metade disso.
Em um mesmo pé tem folha, flor, fruto pequeno e fruto grande. Tudo isso faz parte do comportamento anormal da planta. Durante o verão é feita a poda, mas, quando identificaram o problema, não fizeram, na esperança de manter galhos maiores e conseguirem mais frutos.
Com menos frutas, o preço deve aumentar. Em 2023, o quilo era vendido por R$ 7,30. Nesta safra, deve passar dos R$ 12.
Veja a reportagem exibida no programa em 29/09/2024:
Clima atrapalha e produção de pêssego despenca no interior de SP
VÍDEOS: veja as reportagens do Nosso Campo
Acesse + TV TEM | Programação | Vídeos | Redes sociais
Confira as últimas notícias do Nosso Campo
Hortas garantem renda para famílias em pequenas propriedades rurais
Horta pode ser uma boa opção de renda na zona rural. Com diferentes variedades, ela não é uma atividade complicada e ajuda as famílias que moram na região. Hortas garantem renda para famílias em pequenas propriedades rurais
Reprodução/TV TEM
Na região de Bauru (SP), uma pequena propriedade rural pode oferecer diferentes opções de geração de renda. Uma das mais comuns é a horta, que não é uma atividade complicada e pode ajudar a manter as famílias no campo.
📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp
Alex Pinheiro e a esposa Renata nasceram na roça, se casaram e mudaram para a cidade grande quando os filhos cresceram. Agora, aposentados, compraram uma propriedade de dois hectares para morar e obter uma nova fonte de renda.
Por ser filho de agricultores, Alex pegou gosto pelo ramo ainda na infância, tornando o comércio muito mais fácil. O cultivo é feito em uma estufa, dentro da chácara em que mora.
"Já tem 10 anos que eu estou me dedicando por aqui. Sou casado com a minha esposa há oito e, desde então, ela também ingressou na horta. Todo mundo aprendeu como cultivar aqui mesmo. Hoje, produzimos alface, cebolinha, hortaliças no geral. Também tem rúcula, coentro, rabanete, couve-flor, brócolis, entre outros", explica.
Hoje em dia, a produção é capaz de abastecer escolas e supermercados da região. O sustento é proveniente da terra, comprando as necessidades básicas, pagando a faculdade de Renata e guardando dinheiro para futuras viagens.
Veja a reportagem exibida no programa em 29/09/2024:
Hortas garantem renda para famílias em pequenas propriedades rurais
VÍDEOS: veja as reportagens do Nosso Campo
Acesse + TV TEM | Programação | Vídeos | Redes sociais
Confira as últimas notícias do Nosso Campo
Receita Nosso Campo: aprenda a fazer uma cocada queimada
Programa deste domingo (29) ensina a preparar uma deliciosa cocada queimada. Programa deste domingo (29) ensina a preparar uma deliciosa cocada queimada.
Reprodução/TV TEM
O Nosso Campo deste domingo (29) ensina a preparar uma deliciosa cocada queimada. Saiba como fazer:
📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp
Ingredientes
180 gramas de açúcar refinado;
150 gramas de coco em flocos grossos;
125 ml de leite condensado integral;
280 ml de água (sendo 100 ml para umedecer o coco).
Modo de preparo
Comece umedecendo o coco com a quantidade de água reservada para ele, e aqui vai um detalhe que faz muita diferença: flocos mais grossos deixam a cocada mais saborosa e com uma leve crocância. Feito isso, reserve;
Em seguida, derreta o açúcar em fogo médio. Mexa quando ele começar a derreter e, depois que já estiver caramelizado, adicione o restante da água;
Quando a calda chegar em ponto de caramelo, acrescente o coco ralado e continue mexendo por até 5 minutos;
Quando toda a água que soltar da mistura for absorvida, junte o leite condensado. Dê preferência para o integral, pois sua textura é mais espessa;
Modele porções com a ajuda de duas colheres e sirva quando desejar - ainda quente ou depois de esfriar.
Veja a reportagem exibida no programa em 29/09/2024:
Receita Nosso Campo: aprenda a fazer uma cocada queimada
VÍDEOS: veja as reportagens do Nosso Campo
Acesse + TV TEM | Programação | Vídeos | Redes sociais
Confira as últimas notícias do Nosso Campo
‘Licença por infelicidade’: empresário chinês cria folga para trabalhadores que estão tristes
Criada por Yu Donglai, fundador e presidente da rede de varejo Pang Dong Lai, os funcionários tristes podem tirar um dia de folga sem aprovação da liderança, com um limite de 10 dias por ano. Especialistas analisam a viabilidade para o Brasil. Yu Donglai é fundador e presidente da rede de varejo chinesa Pang Dong Lai.
Weibo/Reprodução
Enquanto algumas empresas apostam no “short friday”, “workation”, e a semana de 4 dias, uma política interna tem chamado a atenção na China: é a “licença por infelicidade”.
🤔 E COMO FUNCIONA? Basicamente os trabalhadores podem tirar um dia de folga quando estiverem estressados, tristes, ou se sentindo desanimados. E nem precisam da aprovação da liderança.
Criada por Yu Donglai, fundador e presidente da rede de varejo Pang Dong Lai, a licença tem um limite de 10 dias por ano. A ideia é ajudar os funcionários a alcançar um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
"Quero que todos os funcionários tenham liberdade. Todo mundo tem momentos em que não está feliz, então, se você não estiver feliz, não venha trabalhar”, disse Yu quando anunciou a novidade na China Supermarket Week 2024, em março.
O magnata do varejo afirmou que os funcionários podem determinar livremente o próprio tempo de descanso. “Esta licença não pode ser negada pela gerência. A negação é uma violação”, afirmou Yu, que conta com mais de 7 mil funcionários.
Segundo ele, o objetivo é que a empresa tivesse um “ambiente de trabalho semelhante ao europeu”. As empresas chinesas, em geral, são conhecidas pelo contrário, por longas jornadas de trabalho.
De acordo com o site de notícias South China Morning Post (SCMP), na empresa de Yu os funcionários trabalham apenas sete horas por dia, folgam aos fins de semana, além de terem direito a algo entre 30 e 40 dias de férias anuais, e cinco dias de folga durante o Ano Novo Chinês.
A rede de varejo Pang Dong Lai também criou um “Prêmio de Reclamação”, que presenteia os trabalhadores com 5 mil a 8 mil yuans (o que equivale de R$ 3,8 mil a R$ 6,2 mil) como forma de compensar os funcionários que lidam com reclamações ou são maltratados pelos clientes.
Segundo Yu, a generosidade tem valido a pena: menos de 5% dos funcionários deixam a empresa a cada ano. O executivo, que é um dos defensores de qualidade de vida no país asiático, já chegou a receber o apelido de "chefe mais idiota da China".
“Não queremos ser grandes. Queremos que nossos funcionários tenham uma vida saudável e relaxada, para que a empresa também tenha”, explica.
LEIA MAIS
Semana de 4 dias: por que algumas empresas decidiram não manter todas as folgas após teste
'Short friday': sair mais cedo do trabalho às sextas já é realidade para alguns brasileiros; entenda sistema
'Workation': conheça a tendência que une viagem de lazer ao trabalho adotada por algumas empresas no Brasil
A licença pode chegar ao Brasil?
Segundo a professora Dani Plesnik, coordenadora do curso de pós-graduação em segurança psicológica da Human SA, a iniciativa é um ótimo início para criar um ambiente de engajamento entre os funcionários, mas não pode ser uma ação isolada.
“Minha preocupação é que isso seja a única coisa que a empresa esteja fazendo. É como se estivéssemos trabalhando com um remédio, e não com a causa. Quando se trabalha com o bem-estar e a felicidade nas empresas, é preciso olhar a causa da tristeza como um todo”, afirma a especialista.
“Se o nexo causal do estresse do funcionário for o ambiente corporativo, por exemplo, não adianta sair para descansar e retornar exatamente para o mesmo ambiente estressante. Não vai resolver o problema”, completa a professora.
Para a especialista, é necessário repensar as formas de trabalho e como os funcionários se relacionam, para que o ambiente corporativo não seja um local de adoecimento. Além disso, a implementação desse tipo de benefício também influencia positivamente vários aspectos.
“A partir do momento que a gente considera o cuidado do psicossocial como algo que tem uma regulamentação e um incentivo legal, essa licença pode vir para o Brasil como uma solução para quem está realmente preocupado em mudar a cultura da empresa”, completa.
Já Roberta Basílio, cientista comportamental e professora do curso de Administração da ESPM, afirma que as medidas que garantam o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal são essenciais para o bem-estar dos trabalhadores.
"A produtividade no trabalho pode ser prejudicada no médio e longo prazo pela ausência deste equilíbrio. Em resumo, a falta de medidas não é sustentável e traz um desgaste ao longo do tempo, podendo resultar em um 'burnout'", explica.
Porém, segundo a professora, esse benefício de licença infelicidade é uma inovação, mas pode não ser a solução dos problemas de engajamento e saúde mental dos funcionários. "Ter folgas são um paliativo, mas não resolve uma liderança tóxica, o excesso de carga de trabalho, más condições de trabalho, remuneração baixa, dentre outros", diz a especialista.
Um estudo realizado pela Pluxee, em parceria com a The Happiness Index, revelou que os trabalhadores brasileiros estão 9% mais insatisfeitos com o trabalho do que a média global. A pesquisa, que avaliou o nível de felicidade e engajamento de colaboradores em mais de 100 países, ouviu mais de 23 mil profissionais entre fevereiro e março de 2024.
De acordo com o levantamento, a média de felicidade no trabalho entre os brasileiros é de 7,2, enquanto a média global é 7,8. O estudo analisou dois principais aspectos: a felicidade, que engloba as condições de trabalho e oportunidades de crescimento, e o engajamento, que mede a conexão dos funcionários com suas funções e com as empresas.
No quesito felicidade, o Brasil está 4% abaixo da média global, e, em termos de engajamento, a diferença aumenta para 10%.
VEJA MAIS EM:
'CLT Premium': o que é o termo que virou trend e que pode revolucionar o mercado
Tem dia certo para pedir demissão? Advogados trabalhistas explicam que sim; veja as dicas
Saiba de onde vem e como é feita a melhor manteiga do Brasil
Manteiga maturada produzida artesanalmente, desde 2017, na Região Serrana do Espírito Santo, venceu o 47º Concurso Nacional de Produtos Lácteos, em 2024. Manteiga produzida no ES ganha o concurso de melhor do Brasil
Com produção artesanal, desde 2017, em Pedra Azul, na Região Serrana do Espírito Santo, uma família capixaba alcançou o título de Melhor Manteiga do Brasil. A manteiga premiada é maturada, o que significa que o creme de leite utilizado na sua produção passa por um processo de fermentação que ressalta ainda mais os compostos aromáticos e de sabor.
📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp
A premiação aconteceu na 47ª edição do Concurso Nacional de Produtos Lácteos, realizado em julho de 2024, promovido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). Para os produtores da área, o evento é o mais respeitado do país.
Manteiga produzida em Pedra Azul, Domingos Martins, é eleita a melhor do Brasil.
TV Gazeta
Para chegar a esta conquista, a manteiga do Espírito Santo e suas concorrentes passaram pelo crivo de um júri formado por especialistas do ramo, que consideraram critérios como aspecto global, cor, sabor, aroma, textura e consistência.
A atribuição da pontuação para chegar ao vencedor foi feita por um "teste cego", quando apenas os produtos em si são avaliados, sem o conhecimento prévio das marcas.
Tatiane Pizzon e Rodrigo Guimarães Ferraz celebram a premiação de Melhor Manteiga do Brasil. Pedra Azul, Domingos Martins, Espírito Santo.
TV Gazeta
“A gente participou de um concurso nacional e ele é feito por um júri técnico. Então, a gente recebeu um atestado de pessoas que entendem tanto da técnica quanto dos sabores. Para nós foi surreal participar pela primeira vez e já ganhar o primeiro lugar", relatou a produtora e responsável pela Manteiga Valentim, Tatiane Pizzon.
Ainda celebrando a conquista, os produtores capixabas abriram a sua propriedade para mostrar como a manteiga campeã é feita.
Processo de fermentação dá sabor e aroma
Manteiga produzida em Pedra Azul, Domingos Martins, é eleita a melhor do Brasil.
TV Gazeta
O processo de produção da manteiga premiada começa na retirada de leite. São, em média, 10 mil litros por mês. Para garantir a segurança do produto, as tetas das vacas passam por higienização e testes para saber se existe alguma inflamação no animal.
A ordenha é mecânica, as bombas simulam as mamadas do bezerro e o processo leva em média 30 minutos. Depois, o leite vai para a fábrica, onde começa a produção da manteiga, com aquecimento do leite a 36ºC e destinação para o equipamento que separa a parte desnatada da gordura. Gordura essa que é o ingrediente principal da manteiga maturada.
LEIA TAMBÉM:
Produtor precisa modernizar lavouras para criar base de dados para uso de Inteligência Artificial no campo, diz especialista
Pesquisa quer descobrir espécies de café que se adaptam em cada região para diminuir perdas por pragas e aumentar a produtividade
Seca derruba pela metade a produção de pimenta-do-reino e colheita de café está comprometida no ES
Depois da separação, a gordura vai para outro tanque, onde acontece o processo de fermentação do creme de leite.
“Essa fermentação é que vai produzir os compostos, que vão dar o aroma e o sabor característicos da manteiga maturada. É um cheiro bem intenso, resultado de uma fermentação bem lenta, que demora 16h até ir para a câmara fria. Esse sabor da manteiga maturada é o que nos diferenciou para ganhar o prêmio de melhor do Brasil”, avaliou o produtor e engenheiro de alimentos, Rodrigo Guimarães Ferraz.
Manteiga produzida em Pedra Azul, Domingos Martins, é eleita a melhor do Brasil.
TV Gazeta
Segundo Rodrigo, no Brasil, a maioria das manteigas são de qualidade comum ou extra, ou seja, ela não fermenta, esse processo é pulado, indo diretamente para a fase de bater a gordura para virar manteigas.
“Na manteiga comum, é feita a separação da gordura do leite, o creme de leite é pasteurizado, resfriado e já vai direto para bater para virar manteiga. No caso da manteiga maturada, acontece o processo de fermentação, e, nosso caso, uma fermentação lenta, de 16h, para criar os compostos de sabor e aroma”, explicou Rodrigo.
A última fase do processo de produção é bater a manteiga em uma máquina por três horas. Apenas neste momento o tempero é adicionado. Com a massa pronta e brilhante, a embalagem é feita manualmente.
“Todas as etapas são muito importantes, para não haver nenhum problema, nenhuma contaminação. O leite é feito por transferência, a gente tem resfriadores do lado de fora que trazem o líquido direto para o tanque, sem nenhum contato direto nosso com o leite cru. Ele é bombeado para dentro da câmara, para não ter o risco de contaminação ou perder produto. A qualidade para gente é muito importante!”, pontuou o chefe de produção, Bismarck Alves.
Para Tatiane, os processos desenvolvidos garantem um sabor único ao produto. "Por ser maturada, esse creme de leite fica em fermentação, e como resultado temos uma manteiga mais leve, mais aromática, com sabor bem único", avaliou.
A parte líquida que sobra do processo de separação da gordura na fábrica Valentim é transformado em iogurte.
Produção de manteiga premiada em Pedra Azul, Domingos Martins.
TV Gazeta
Gordura que vem do leite
Tanto na produção artesanal, como em escala industrial, a manteiga é resultado da separação da gordura do leite de vaca do líquido que se desprende com o processo de batedura, como é possível ver na fábrica da manteiga capixaba premiada.
Ainda que existam variações da receita, a composição do produto no Brasil é regulamentada pelo Ministério da Agricultura e só pode ser chamado de "manteiga" o alimento produzido com gordura proveniente exclusivamente do leite, em uma porcentagem mínima de 80%. No caso da manteiga produzida em Pedra Azul, 1kg dela pronta possui 850 gramas de gordura.
Mercado de manteiga movimenta bilhões no mundo.
TV Gazeta
O que do processo de separação da gordura vira leite em pó desnatado e outros produtos como iogurte.
No mundo, o tamanho do mercado de manteiga é estimado em US$ 31,20 bilhões em 2024, e deverá atingir US$ 37,57 bilhões até 2029, segundo levantamento da Modor Intelligence, empresa que realiza pesquisas de mercado e opinião pública.
Portas abertas para o agroturismo
Além de ser vendida nos supermercados, é possível comprar a manteiga diretamente no sítio da família e desfrutar de um ambiente preparado para receber o visitante, com loja, jardins, mesas e animais. A intenção não é divulgar apenas o produto, mas fomentar o agroturismo na região de Pedra Azul, em Domingos Martins.
Família que produz manteiga premiada em Pedra Azul, fomenta o agroturismo abrindo a propriedade para os clientes.
TV Gazeta
“Como aqui é a extensão da nossa casa, a gente já tinha alguns animais, tinha alguns brinquedos, aí as famílias começaram a vir não apenas comprar os produtos, mas também para usufruir desse ambiente. A gente tem algumas interações com os animais, passeio de pônei, alimentar o bezerro, interações com o coelhinho. São algumas das rotinas que a gente tem na fazenda, que se tornam vivência para as crianças, algo marcante na memória delas”, falou Tatiane.
Produto em alta nas cestas básicas das capitais brasileiras
De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA), publicada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a manteiga é um dos 13 produtos que compõem a cesta básica dos brasileiros, e figura entre os alimentos que sofreram alta de preço nas capitais, tanto na comparação mês a mês, como no acumulado anual.
Entre julho e agosto de 2024, sete produtos tiveram alta nos preços médios: café em pó (4,63%), banana (3,46%), manteiga (2,14%), óleo de soja (1,07%), pão francês (0,71%), arroz agulhinha (0,65%) e carne bovina de primeira (0,37%).
Manteiga produzida em Pedra Azul, Domingos Martins, é eleita a melhor do Brasil.
TV Gazeta
No acumulado dos últimos 12 meses, foram observadas elevações em 10 dos 13 produtos da cesta: batata (53,75%), arroz agulhinha (41,06%), café em pó (16,66%), banana (12,26%), açúcar refinado (8,00%), óleo de soja (5,08%), manteiga (4,84%), leite integral (3,41%), pão francês (3,06%) e carne bovina de primeira (0,80%).
Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo
Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo
Carros eletrificados serão 65% das vendas de zero km a partir de 2035, diz Anfavea
Previsão tem como base pesquisa que prevê crescimento gradual da frota de veículos eletrificados, que inclui carros 100% elétricos e todos os sistemas híbridos. Jeep Compass 4xe híbrido carregando
Divulgação
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) projeta que dois terços das vendas de veículos novos no Brasil serão de carros eletrificados até 2035. O dado foi apresentado nesta sexta-feira (27), com base em pesquisa feita pela consultoria Boston Consulting Group (BCG) a pedido da associação.
O levantamento aconteceu durante o primeiro semestre deste ano e teve como base diretores executivos (CEOs) e líderes de montadoras no Brasil. Também foram consultados 3 mil consumidores e 40 clientes em todas as regiões do país.
Entre os eletrificados estão os totalmente elétricos ou com algum sistema híbrido de propulsão. No ano que vem, a categoria representará cerca de 13% das vendas.
Antes de explicar o setor, é importante relembrar quais são os sistemas de carros híbridos:
Híbrido leve (MHEV): onde a bateria pode ser utilizada para dar suporte ao motor em arrancadas, ou para suprir a carga elétrica do ar-condicionado e outros itens, reduzindo assim o consumo de combustível. Por aqui o carro consome, em média, 13 km/l.
Híbrido pleno (HEV): os carros com este sistema utilizam motor elétrico para tracionar as rodas, contam com baterias maiores e o consumo de combustível é ainda menor. Não é raro encontrar veículos híbridos marcando números próximos de 20 km/l.
Híbrido plug-in (PHEV): estes veículos utilizam baterias ainda maiores e podem trafegar em modo 100% elétrico. Os modelos trazem autonomia entre 30 e 120 km sem utilizar combustível, mas todos precisam recarregar a energia em eletropostos para alcançar estes números, economizando gasolina ou etanol. No modo híbrido, estes veículos podem alcançar consumo superior aos 40 km/l.
LEIA MAIS
Carro usado: saiba 6 pontos muito importantes para verificar antes da compra
Por que os EUA decidiram avançar com o banimento de importação de carros chineses
Leilão de veículos do Detran-SP tem Civic mais barato que iPhone e moto por R$ 700; veja a lista
Como está (e como ficará) a divisão
Estes dados consideram apenas as vendas de carros zero km, mas a Anfavea prevê que mesmo em 2040 os carros a combustão circulando no Brasil (independentemente do ano de fabricação) ainda serão a maioria:
Motor flex (etanol e gasolina): 40%;
Motor totalmente elétrico: 9%;
Híbrido leve: 8%;
Híbrido pleno: 7%;
Motor somente a gasolina: 3%;
Motor somente a diesel: 3%;
Híbrido plug-in: 2%.
Anfavea reconhece obstáculos para este crescimento
Para atender este crescimento na frota de carros totalmente elétricos e os híbridos plug-in, a infraestrutura de recarga precisa seguir também em expansão. Segundo dados da Bright Consulting, divulgados em abril deste ano, o Brasil dispõe de 4.230 pontos de recarga públicos.
Deste total, a grande maioria (1.121) está localizada no estado de São Paulo e isso representa 26,5% de todo leque de opções do país. Segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), já são cerca de 78 mil veículos elétricos circulando no país e com este número temos mais de 18 carros para cada ponto de recarga disponível no Brasil.
“A gente tem um grande desafio, que é a infraestrutura no Brasil. Hoje cerca de 90% dos proprietários de carros elétricos fazem as recargas em casa”, diz Luiz Carlos Moraes, vice-presidente da Anfavea.
“Por outro lado, a indústria vem desenvolvendo novas tecnologias de recarga mais rápida e baterias maiores, que podem estimular a segurança dos novos consumidores.”
Outro ponto que precisa mudar para acomodar o crescimento do mercado é a fabricação. “Para o volume de novos carros vendidos até 2030 e também 2040, não é possível trabalhar apenas com importação. O Brasil não tem sequer divisas financeiras para segurar a balança comercial, nem mesmo com o agro crescendo como cresce”, diz o executivo.
Ainda não existe uma grande fábrica criando carros elétricos no Brasil. Cláudio Sahad, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), acredita que mesmo com a instalação da primeira planta, a produção só deve alcançar seu ápice dois anos após a inauguração.
Por outro lado, em ônibus este cenário já é mais favorável. Exemplos são a BYD fabricando em Campinas (SP) e Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo (SP), além de outras marcas como Scania e Eletra.
Moraes comenta que esta é uma produção em escala muito menor, quando comparada ao esperado para os carros elétricos e híbridos.
Como trocar o filtro de ar?
+Milionária, concurso 185: prêmio acumula e vai a R$ 13 milhões
Uma aposta que acertou cinco dezenas e um ou nenhum trevo, e levou R$ 50.632,51. +Milionária
Rafael Leal /g1
O sorteio do concurso 185 da +Milionária foi realizado na noite deste sábado (28), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou a combinação de seis dezenas e dois trevos. Com isso, o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 13 milhões.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
De acordo com a Caixa Econômica Federal, uma aposta que acertou cinco dezenas e um ou nenhum trevo vai levar R$ 50.632,51.
Veja os números sorteados:
Dezenas: 11 – 30 – 35 – 42 – 45 – 50
Trevos: 1 – 4
Os outros ganhadores foram:
5 acertos + 1 ou nenhum trevo - 6 apostas ganhadoras: R$ 50.632,51
4 acertos + 2 trevos - 52 apostas ganhadoras: R$ 1.926,00
4 acertos + 1 ou nenhum trevo - 656 apostas ganhadoras: R$ 152,67
3 acertos + 2 trevos - 789 apostas ganhadoras: R$ 50,00
3 acertos + 1 trevo - 7025 apostas ganhadoras: R$ 24,00
2 acertos + 2 trevos - 6794 apostas ganhadoras: R$ 12,00
2 acertos + 1 trevo - 60252 apostas ganhadoras: R$ 6,00
O próximo sorteio da +Milionária será na quarta-feira (2).
+Milionária, concurso 185
Reprodução/Caixa
+Milionária: veja como jogar na loteria da Caixa
aA
Sobre a +Milionária
As chances de vencer na loteria são ainda menores do que na Mega-Sena tradicional: para levar o prêmio máximo, é preciso acertar seis dezenas e dois “trevos”. (veja no vídeo mais abaixo)
O valor de uma aposta simples é de R$ 6. Com ela, o apostador pode escolher 6 números de 50 disponíveis e mais 2 trevos, dentre os seis disponíveis.
Para apostas múltiplas, é possível escolher de seis a 12 números e de dois a seis trevos, com preços que chegam a R$ 83,1 mil.
A +Milionária teve seu primeiro sorteio em maio de 2022. Na época, a Caixa informou que ela foi a primeira modalidade "a oferecer prêmio mínimo de dois dígitos de milhões". Cada concurso distribui o valor mínimo de R$ 10 milhões. Saiba mais aqui.
Além disso, a +Milionária se destaca por ter dez faixas de premiação. São elas:
6 acertos + 2 trevos
6 acertos + 1 ou nenhum trevo
5 acertos + 2 trevos
5 acertos + 1 ou nenhum trevo
4 acertos + 2 trevos
4 acertos + 1 ou nenhum trevo
3 acertos + 2 trevos
3 acertos + 1 trevo
2 acertos + 2 trevos
2 acertos + 1 trevo
Mega-Sena, concurso 2.780: prêmio acumula e vai a R$ 40 milhões
Quina teve 93 apostas ganhadoras, e cada uma vai levar R$ 35.036,92. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O sorteio do concurso 2.780 da Mega-Sena foi realizado na noite deste sábado (28), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas, e o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 40 milhões.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
Veja os números sorteados: 07 – 09 – 10 – 14 – 46 – 53.
5 acertos - 93 apostas ganhadoras: R$ 35.036,92
4 acertos - 5.846 apostas ganhadoras: R$ 796,25
O próximo sorteio da Mega será na terça-feira (1º).
Mega-Sena, concurso 2.780
Reprodução/Caixa
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
'Devolvam nossa água': os pescadores da Amazônia que ficaram sem saída para rio pelo 2º ano seguido
Rio Negro na região de Manaus está a menos de dois metros de alcançar seu nível mais baixo, registrado na seca histórica de 2023. O rio Negro na região de Manaus está a menos de dois metros de alcançar seu nível mais baixo da história
VITOR SERRANO-BBC NEWS BRASIL
A pescadora Izabel Serrão esteve a vida inteira a poucos passos de um rio.
Primeiro, na canoa onde morava com pai, mãe e irmãos nas águas dos rios Jaú e Negro, no interior do Amazonas.
Depois, em um “beiradão”, a área imediatamente às margens de um rio — até ancorar raízes em uma área alagada do Cacau Pirêra, comunidade na cidade de Iranduba (AM), na região metropolitana de Manaus.
Mas os 38 anos vendo o sobe e desce natural das águas amazônicas não prepararam Izabel para a situação atual de seca dos rios e da estiagem na região.
“É o nosso costume ver o rio subir e descer durante o ano. Mas, neste ano, veio muito rápido a seca, pegou todo mundo de surpresa”, conta ela à BBC News Brasil.
Izabel agora está "presa" em terra. Com um barco encalhado e outro recolhido, ela não tem como sair para pescar, já que ao redor tudo virou areia — onde há água, a cerca de 2 km de sua casa, virou uma lagoa sem saída.
De acordo com dados da Defesa Civil do Amazonas, o rio Negro na região de Manaus está a menos de dois metros de alcançar seu nível mais baixo, registrado na seca histórica de 2023.
Na quinta-feira (26/9), o rio estava medindo 13,92 metros na régua da cidade, apenas 1,22 metro a mais que a cota mais baixa já registrada em 121 anos de medição: 12,70 metros.
Segundo o Serviço Geológico do Brasil, o curso d'água registrou nas últimas semanas uma taxa de redução diária, em média, de 20 cm.
Se o ritmo for mantido, isso poderia levar ao recorde histórico ainda em 2024.
A expectativa, porém, é que a baixa do rio comece a andar a passos mais lentos, explica o professor e doutor em Clima e Ambiente Rogério Marinho, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
“Está muito alarmante, mas a gente tem a esperança que não chegue ao nível do ano passado por causa de alguns sinais [como a subida no nível de rios] em alguns pontos da bacia do rio Negro”, explica Marinho.
"Mas deve ficar entre as maiores secas desses 120 anos de monitoramento."
Outros rios amazônicos, porém, já chegaram em 2024 às suas mínimas históricas, como o Solimões, em Tabatinga (AM), e o Madeira, em Porto Velho (RO).
O próprio rio Negro também está no menor nível registrado em regiões do interior do Estado, como na cidade de Barcelos.
Em Manaus, a maior cidade da Amazônia, o Solimões se junta ao rio Negro para formar o rio Amazonas.
As 62 cidades do Amazonas estão em estado de emergência e, segundo o governo estadual, mais de 500 mil pessoas já estão afetadas pela seca diretamente.
Leia também:
Incêndios causam prejuízos de mais de R$ 14 bilhões no campo
Carne, feijão, laranja: maior seca dos últimos 44 anos deve encarecer alimentos, dizem especialistas
Sem chuva e sem peixe
No Cacau Pirêra, cerca de 90 famílias vivem em flutuantes, moradias que ficam sobre a água — ou, em tempos de seca, encalhadas.
Segundo a comunidade local, 90% das famílias sobrevivem da pesca.
Quando há água, Izabel Serrão já está no rio às 4h: "É a hora boa para pegar peixe".
Na volta, o barco costuma estar cheio de pacus, sardinhas e tambaquis.
Em tempos “normais”, mesmo na época da vazante do rio, os pescadores da comunidade ainda conseguiam sair com seus barcos — se não da porta de casa, a alguns metros de caminhada.
Mas, desde 2023, o trabalho tem sido completamente paralisado.
"Como ano passado a seca foi muito grande, não deu tempo de o rio encher. Muito lugar onde a água chegava nem chegou mais", conta Izabel, apontando para os bancos de areia que cercam a comunidade.
"Eu queria uma explicação para isso. Devolva nossa água quem tiver com a nossa água."
Seca 'pegou todo mundo de surpresa', conta a pescadora Izabel Serrão
VITOR SERRANO-BBC NEWS BRASIL
O geógrafo Rogério Marinho, da Ufam, explica que “naturalmente o rio tem seu trabalho de depositar sedimentos e aparecer praias na sua história geológica”, mas que a frequência e a intensidade atual dos fenômenos não é normal.
“As comunidades ribeirinhas relatavam que demorava 20, 30 anos para vir uma seca dessa. Agora, esses eventos estão acontecendo em menos de 10 anos e mais forte”, diz Marinho.
O geógrafo explica que a intensidade da seca, em parte, pode ser explicada pelos fenômenos do El Nino, que aquece as águas do Oceano Pacífico, dificultando a formação de chuvas na Amazônia.
Além disso, diz, há um aquecimento das águas do Oceano Atlântico, que também reduz a quantidade de chuva na região.
No Cacau Pirêra, quanto mais antigo o morador, maior a sensação de que o que se vive é sem precedentes.
Na última vez que saiu para pescar, no meio de setembro, Ronilson Silva, 38 anos de vida e de comunidade, jogou a rede seis vezes e conseguiu apenas 25 peixes — um número para lá de modesto para os milhares que conseguiam levar para vender no mercado local.
“A gente está tudo encalhado, com os barcos atolados, sem saída. E ainda tem mais 30 dias para secar, então, acho que vai ser a maior estiagem da história”, diz Ronilson.
Além de pescador, ele também é gari fluvial do município, recolhendo lixo dos moradores dos flutuantes. “Mas agora, eu faço coleta por terra.”
O pescador Ronilson Silva está tendo dificuldades em conseguir pescas nas últimas semanas
VITOR SERRANO-BBC NEWS BRASIL
O ministro de Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), chegou a anunciar em entrevistas que o governo federal deve criar um auxílio emergencial para pescadores atingidos pela seca na região Norte do Brasil.
O benefício seria uma antecipação do "Seguro Defeso", normalmente dado a pessoas que vivem da pesca artesanal durante o período em que não podem realizar suas atividades devido à chamada "piracema", quando há o movimento migratório de peixes no sentido das nascentes dos rios, com fins de reprodução.
Questionado pela BBC News Brasil sobre valores e de quando a medida seria implementada, o ministério repassou a demanda para outra pasta, a de Integração e Desenvolvimento Regional, que, por sua vez, disse não ter responsabilidade sobre auxílio a pescadores.
Até a publicação desta reportagem, o Ministério de Desenvolvimento e Assistência Social não deu detalhes sobre ajuda aos profissionais da pesca.
O governo do Amazonas disse que têm realizado a entrega de ajuda humanitária às comunidades ribeirinhas de Iranduba, com 2,5 mil cestas básicas distribuídas.
Já a Prefeitura de Iranduba disse que iniciou a distribuição de cestas básicas e água potável nas "comunidades rurais do município mais afetadas por esse fenômeno natural" e "mais isoladas".
Os moradores do Cacau Pirêra ainda não foram contemplados.
Mais de 60 cidades do Amazonas estão em estado de emergência, afetando 500 mil pessoas
VITOR SERRANO-BBC NEWS BRASIL
Queimadas
O Amazonas também tem tido o maior número de queimadas desde que o Inpe começou a reunir dados, em 1998.
Segundo o órgão, até o dia 25 de setembro, o Estado do Amazonas registrava 6.695 focos de incêndio neste mês, totalizando 21.930 focos de incêndio no ano.
É um aumento de 66% em relação ao mesmo período do ano passado.
O programa de observação da Terra da União Europeia Copernicus também divulgou recentemente que regiões da Amazônia e do Pantanal enfrentaram suas piores temporadas de incêndios em 22 anos, incluindo o Amazonas.
O índice, que mede emissões de carbono decorrente de incêndios florestais, mostra que, no Amazonas, a poluição esteve significativamente acima da média durante julho, agosto e setembro.
Quando a reportagem da BBC News Brasil esteve em Iranduba, era possível ver ao longe diversos focos de incêndio. O cheiro de fumaça é constante.
Em Manaus e sua região metropolitana, tem sido rotina a população acordar com a cidade encoberta pela poluição resultante das queimadas.
No ano de 2023, segundo o relatorio da empresa IQAir, Manaus foi a capital com a pior qualidade do ar, na média, no Brasil.
O governo do Amazonas disse que o Corpo de Bombeiros vem atuando desde junho na região do Cacau Pirêra com equipes em prontidão na operação Céu Limpo.
Desde o início de junho até quarta-feira (25/09), foram combatidos 18.740 focos de incêndio no Estado, segundo o governo.
Amazonas tem neste ano o maior número de queimadas desde que o Inpe começou a reunir dados, em 1998
VITOR SERRANO-BBC NEWS BRASIL
Pelo que observa ao seu redor, a pescadora Izabel Serrão acredita que o desmatamento tem contribuído para o cenário em 2024.
“Onde não tem árvore, o sol se aproveita, né? Como todos sabem, o sol seca tudo”, diz ela.
Mas, apesar do cenário desanimador, os pescadores do Cacau Pirêra não pensam em sair do lugar de onde vêm nem de deixar de fazer o que fazem.
“Pescar é o que o sei fazer. Preciso desse rio para continuar o nosso trabalho, para continuar se sustentando e também botando o alimento [peixe] na mesa das pessoas”, diz Izabel.
Ronilson pensa da mesma forma. “É o que tenho, é onde eu sei viver. Se você gostasse do lugar onde você mora, você gostaria de deixá-lo para trás?”, questiona o pescador.
"Eu também não”.
Veja também:
Por que tem tanto boi na Amazônia?
Reforma tributária: alimentos que podem ficar mais baratos com imposto zero ou menor
Cartão MEI do governo ajuda a organizar finanças, mas pode gerar endividamento, dizem analistas
Opção de crédito deve ser usada para alavancar o negócio e não para resolver problemas imediatos de caixa, orienta contador. Segundo Márcio França, cartão também será 'identidade' do MEI e deve facilitar empréstimos. O Cartão MEI é um produto exclusivo para o Microempreendedor Individual.
Reprodução/Governo Federal
O governo federal lançou, na semana passada, um cartão de débito e crédito exclusivo para Microempreendedores Individuais (MEIs). O serviço está sendo oferecido inicialmente pelo Banco do Brasil e não possui anuidade.
Com o novo produto, o MEI poderá parcelar compras e faturas. O objetivo é “facilitar operações comerciais e contribuir para a sustentabilidade dos pequenos negócios”, segundo o Ministério do Empreendedorismo.
Oferecer um cartão de débito e crédito para microempreendedores não é, em si, uma novidade. Outros bancos também possuem o serviço, inclusive sem cobrança de anuidade, como o C6 Bank e o Nubank.
Ainda assim, muitos MEIs não têm contas específicas para gerir o seu negócio e acabam misturando as finanças da empresa com as pessoais. Então, o lançamento do governo pode ajudar a conscientizar os pequenos empreendedores sobre a importância de separar os orçamentos.
Mas vale um alerta importante em relação ao risco de endividamento, por conta das facilidades do cartão para o parcelamento de compras (veja dicas abaixo). O Banco do Brasil não divulgou as taxas de juros que serão aplicadas, que podem comprometer as finanças do negócio se não forem bem utilizadas.
Segundo o Ministério do Empreendedorismo, outras instituições bancárias já estão autorizadas a aderir à iniciativa, como fez o BB. Cada banco poderá aplicar suas próprias taxas, sem qualquer influência do governo. Mas, a própria criação do cartão "incentiva os bancos a oferecer condições diferenciadas", diz a pasta.
Ao g1, o ministro Márcio França explicou que a ideia é que o cartão também possa servir como uma espécie de documento de identidade do empreendedor e, através disso, o ajude a conseguir empréstimos mais vantajosos. Entenda mais a seguir.
LEIA MAIS
DET: Conheça o novo sistema obrigatório para MEIs e empregadores domésticos
MEI: Receita Federal alerta sobre sites falsos para gerar documentos
MEI: 1/3 dos microempreendedores individuais está inscrito no CadÚnico
'Identidade' MEI 🪪
O cartão lançado pelo Banco do Brasil já deve ajudar na identificação dos MEIs, pois conta com nome e CNPJ, além de um QR Code que redireciona o usuário ao Portal do Empreendedor, o canal oficial do governo com informações e serviços sobre a categoria.
"Dá uma dignidade maior para o MEI que trabalha na rua, que vende pipoca, que tem sua pequena operação. Ele vai poder se identificar com o cartão para os clientes, para a fiscalização. Traz um senso de pertencimento", diz Renan Luiz, superintendente de serviços institucionais da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Até o fim do ano, porém, o governo pretende lançar um cartão mais voltado para essa finalidade, sem relação com um banco específico, e que será distribuído gratuitamente aos cerca de 15 milhões de microempreendedores do Brasil, afirma o ministro Márcio França.
De acordo com ele, o cartão será vinculado a um aplicativo com informações sobre linhas de crédito, cursos de qualificação e até um sistema de avaliação do empreendedor.
“Nós vamos criar um rating (nota de crédito), para que as instituições, contabilistas e o próprio governo possam ver a avaliação daquele MEI. O MEI que fez dois cursos no Sebrae para aprender lidar com dinheiro, por exemplo, ganha uma estrelinha e vai subindo na classificação. Porque, para ter crédito, tem que ter algum tipo de avaliação."
Márcio França, ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, durante entrevista ao g1 em São Paulo
Fábio Tito/g1
Dicas de finanças 💸
Os especialistas ouvidos para a reportagem recomendam que o empreendedor abra uma conta para cuidar exclusivamente das finanças do negócio.
Não separar os gastos da empresa do orçamento pessoal pode fazer com que o MEI não enxergue se manter o negócio em funcionamento está sendo vantajoso.
"A gente já viu clientes reclamando que a empresa não dava lucro, mas aí a gente analisava e via que os gastos pessoais estavam dentro da empresa e camuflavam os resultados", explica Diogo Chamun, diretor legislativo da Federação das Empresas de Serviços Contábeis (Fenacon).
Já em relação ao cartão MEI, a dica é usá-lo com responsabilidade. "O crédito, se mal gerido, pode piorar a situação financeira tanto do CNPJ quanto do CPF dos empreendedores", alerta Murillo Torelli, professor de Ciências Contábeis da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Por isso, "é essencial que os gastos no cartão sejam direcionados para investimentos que gerem retorno financeiro ao microempreendimento".
"O crédito deve ser visto como um recurso para alavancar o negócio e não como uma solução para resolver problemas imediatos de caixa", diz o especialista.
Outro ponto de atenção, inclusive, é que, para ser registrado como MEI, o empreendedor não pode faturar mais que R$ 81 mil por ano, ou seja, aproximadamente R$ 6.700 mensais.
Assim, é importante que, antes de parcelar no cartão de crédito, o MEI calcule se as faturas estarão de acordo com suas possibilidades de pagamento, acrescenta Chamun.
"Além do controle financeiro, tem a questão legal. Se eu faço compras num valor superior ao limite do faturamento, eu estou demonstrando para a Receita Federal que eu estou sonegando", observa.
Veja também
Empreendedorismo penitenciário: O modelo de negócio que tem como foco as mulheres dos presos
Empreendedorismo Penitenciário: roupas de visita e “jumbo” viraram modelo de negócio
Taxidermistas: Quem são os profissionais que faturam 'eternizando' animais de estimação mortos
Quem são os profissionais que faturam ‘eternizando’ animais de estimação mortos
Tupperware: as 'festas' que fizeram os potes da marca ganharem fama ao redor do mundo
Movimento começou na década de 1950, quando as chamadas 'Tupperware parties' revolucionaram o marketing e ajudaram a marca a conquistar as donas de casa. Você já ouviu falar nas 'festas' do pote Tupperware?
Embora muitas pessoas não saibam, os potes da marca Tupperware ficaram famosos ao redor do mundo graças a algumas "festas".
O movimento começou na década de 1950, quando as chamadas "Tupperware parties" revolucionaram o marketing e ajudaram a marca a conquistar as donas de casa. (leia mais abaixo)
Agora, após 80 anos, a empresa enfrenta dificuldades financeiras e entrou em processo de falência.
LEIA TAMBÉM
Tupperware entra com pedido de recuperação judicial nos EUA
Tupperware anuncia que está falida: como marca de potes de alimentos entrou em colapso
Ações da Tupperware afundam após notícia de que empresa pode pedir falência
O início
Os icônicos potes Tupperware foram criados pelo químico americano Earl Tupper. Em 1946, ele descobriu uma maneira de fabricar plástico flexível e durável capaz de vedar tão bem quanto uma lata de tinta.
Mas, quando os recipientes foram lançados no mercado, eles não tiveram o sucesso que o empresário esperava. Na época, as donas de casa estavam céticas em relação ao produto e confusas sobre a necessidade de "arrotar" os potes para liberar o ar interno — que é o que proporciona a vedação.
Foi aí que Brownie Wise revolucionou o marketing da empresa com seus métodos exclusivos. Para ajudar a marca a se popularizar, um exército de vendedores amadores foi recrutado, principalmente donas de casa do subúrbio dos EUA.
Tupperware, empresa fabricante dos famosos potes, informou que enfrenta dificuldades financeiras
Garrett Cheen/AP
Reuniões caseiras
Começaram a ser feitas, então, as chamadas "Tupperware parties", festas que se popularizaram nas décadas de 50 e 60. Basicamente, eram reuniões caseiras marcadas por revendedoras da Tupperware que convidavam amigos e vizinhos para conhecer a linha de produtos.
Essas "festas" também podiam acontecer em locais de trabalho, escolas ou outros lugares. As donas de casa ganhavam comissão em cima das vendas e, para muitas, foi uma maneira de contribuir com a renda da família ou ter uma certa independência financeira dos maridos.
Com essa estratégia, demorou pouco tempo para os potes Tupperware decolarem, não só nos Estados Unidos, mas na Europa, Ásia e América Latina.
No Brasil, eles chegaram a virar desejo de consumo e até mesmo um símbolo de status. E as revistinhas com as coleções dos produtos se espalharam pelos bairros.
A origem da crise
Mas agora parece que a festa acabou para a empresa americana. Em setembro deste ano, a Tupperware entrou em falência, com processo de recuperação judicial nos Estados Unidos. Já fazia anos que a companhia estava com dívidas milionárias e problemas financeiros.
É que seu modelo de negócios sofreu com as transformações digitais e comportamentais, e acabou se tornando obsoleto.
Hoje em dia, a marca enfrenta concorrência com diferentes tipos de potes que podem ser comprados por plataformas de e-commerce. Além de ter se popularizado a entrega de comida em domicílio e o uso de embalagens descartáveis.
A queda na popularidade da Tupperware aconteceu principalmente entre os consumidores mais jovens, que preferem alternativas mais baratas, práticas ou sustentáveis.
O destino da marca ainda não está certo, mas o fato é que ela marcou lares de gerações — e influenciou outras empresas a adotarem o método de festas e representantes para vender produtos.
Honda ADV ou Shineray Urban: veja o comparativo entre duas scooters para iniciantes nas motos
Com propostas parecidas, motocicletas se distinguem pela tecnologia, espaço para bagagem e tamanho do tanque. Shineray Urban e Honda ADV disputam consumidor de scooters com estratégias semelhantes. Diferenças ficam por conta de tanque, espaço para bagagem e instalação de bauleto
Divulgação | Shineray e Honda
Há poucos mercados mais aquecidos do que o de venda de motos novas no Brasil. Nos primeiros oito meses do ano, foram 1.253.627 emplacamentos no país, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). A alta é de 19% contra o mesmo período de 2023.
Não é um fenômeno recente. No primeiro semestre de 2024, foram 930 mil emplacamentos, e isso representa crescimento de 76% contra o mesmo período de 2019. Além de ser uma forma de se locomover mais econômica, as motos ganharam público também em cidades com pouca infraestrutura de transporte público.
Por isso, as novidades no mercado não param. Em julho, a marca chinesa Shineray decidiu trazer para o Brasil a scooter Urban. A estratégia foi desenhada sob medida para roubar vendas de uma das líderes de mercado, a Honda ADV.
A Shineray não divulgou quantas scooters pretende vender por ano, mas afirma voltar seus esforços para conquistar novos motociclistas ou em quem quer deixar para trás a vida no ônibus e metrô. A título de comparação, a Honda de ADV emplacou 9.230 unidades até agosto deste ano.
Como é comum, a chinesa Urban chega para incomodar com preço agressivo, custando quase R$ 3.500 a menos que a ADV.
Shineray Urban: R$ 19.590
Honda ADV: R$ 23.060
Para descobrir se a Shineray tem potencial de incomodar a Honda nesse segmento para além do preço baixo, o g1 avaliou as duas scooters por uma semana.
Veja o comparativo abaixo, nos seguintes tópicos.
Um visual (muito) parecido;
Motorização e consumo;
Fichas técnicas;
Comodidade e conforto;
Tecnologia e periféricos;
Revisões;
Pontos fortes e fracos.
Comparativo de scooters: Shineray Urban encara a Honda ADV
LEIA MAIS
LISTA: Veja quais foram as 10 motos mais vendidas neste ano
VÍDEO: veja como é a Shineray Storm 200, nova concorrente de Honda Bros e Yamaha Crosser
Número de mulheres donas de motos quase dobra em 20 anos
Um visual (muito) parecido
Initial plugin text
É inegável a semelhança entre as duas motocicletas. Bolha, rodas, formato do banco, sistemas de iluminação e até as dimensões são quase as mesmas.
Durante os testes da scooter da Shineray, motociclistas paravam a reportagem para comentar o design. Alguns pediram fotos da Urban para mostrar aos amigos.
As dimensões são praticamente as mesmas. Na ficha técnica abaixo, é possível ver que o comprimento é igual nas duas, enquanto a Urban é 2 cm mais estreita, 3 cm mais alta e tem entre-eixos 2 cm maior.
Initial plugin text
Até a altura do assento é cravada na mesma medida: 79 cm de altura do solo para ambas. Em comparação com scooters mais populares, como Honda PCX e Yamaha NMAX, as aventureiras tem 2,5 cm a mais de altura, o que proporciona visão levemente melhor do trânsito.
As rodas são milimetricamente idênticas, com 14 polegadas na dianteira e 13" na traseira. Sobre o sistema de frenagem, a Shineray Urban sai na frente por ter ABS nas duas rodas, enquanto a ADV só tem a tecnologia antitravamento na dianteira.
Há poucas distinções de lanternas e faróis (estes, mais eficientes na Shineray).
Initial plugin text
Motorização e consumo
Com motor de 149 cilindradas cada, o torque das duas scooters é o mesmo: 1,3 kgfm. A potência também é muito parecida: 13,2 cv de potência para a Honda ADV e 12,9 cv para a Shineray Urban. A transmissão das duas é automática CVT.
A despeito das semelhanças, dá para dizer que a moto da Honda tem saídas mais espertas. No fim, é preciso girar menos o manete para fazê-la andar. Apesar do esforço maior, a Shineray não chega a incomodar o consumidor.
O que pode fazer o ponteiro mudar no final do mês é o consumo. Enquanto o Instituto Mauá indica que a Honda ADV tem consumo médio de 50 km/l, a Shineray divulga que a Urban faz 45 km/l na cidade e 36 km/l na estrada.
Apesar de mais econômica, a Honda ADV tem um tanque de apenas 8 litros, com autonomia de 400 quilômetros. A Shineray Urban carrega 13,5 litros de combustível, então a distância máxima percorrida chega a 607 quilômetros em perímetro urbando.
Quem busca um veículo para trabalhar com entregas de aplicativo, por exemplo, a ADV bebe menos, mas a Urban exige menos retornos ao posto.
Fichas técnicas
Comodidade e conforto
Honda ADV tem 27 litros de espaço abaixo do banco
Divulgação | Honda
Não tem segredo: se as dimensões são idênticas e a Urban tem tanque maior, algo precisaria ser sacrificado. A escolha da Shineray foi diminuir o bagageiro sob o banco.
A chinesa tem apenas 18 litros, o que não permite nem guardar um capacete aberto. Há espaço apenas para guardar luva, capa de chuva e objetos pequenos.
Na ADV tem 27 litros, com bom ambiente para bugigangas. Dá para colocar um capacete fechado e ainda sobra espaço.
A Urban compensa o espaço menor com um suporte para bauleto, que vem de fábrica. O acessório não está presente na scooter da Honda e precisaria de um adaptador para instalar o baú.
Initial plugin text
Já para os porta-objetos, ambas têm um nicho com tampa do lado esquerdo do painel. Mas a solução da Honda é mais inteligente, porque adiciona uma tomada de 12V na parte de dentro.
Apesar de exigir um adaptador, pois não é um USB tradicional, o fato de estar no porta-objetos permite que o usuário carregue o celular de forma protegida.
Já na Shineray, há uma entrada USB, só que ela fica posicionada ao lado da chave de ignição, do lado de fora do porta-objetos, à direita do painel. É preciso viajar com um cabo passando de um lado para o outro, uma solução que poderia ser repensada em uma futura geração da Urban.
Entrada USB para carregar celular fica fora do porta-objetos na Shineray Urban
Divulgação | Shineray
Tecnologia e periféricos
A Shineray tem a vantagem de vir equipada com uma tela de LCD de 10 polegadas que espelha informações do celular, mas é necessário baixar um aplicativo. Na maior parte do tempo, funciona bem, mas a conexão cai às vezes.
Embora a telinha resolva o problema de rodar com o celular à mostra ou preso a um suporte no guidão, existe um empecilho. Só é possível rodar com o espelhamento funcionando se o celular ficar destravado, ou seja, se o celular for bloqueado, a tela da moto também será.
Painel da Shineray Urban é uma tela de 10 polegadas
Divulgação | Shineray
A única forma é rodar com o celular desbloqueado, no bolso, e com o aplicativo de navegação aberto. É mais um item que seria bom corrigir, adicionando as funções de Android Auto e Apple CarPlay.
Pior que ter uma tela com funções limitadas é não ter: a ADV tem apenas um painel digital, sem interação com smartphones.
Honda ADV tem apenas painel digital, sem compatibilidade com smartphone
Divulgação | Honda
Revisões
A disparidade de valores de revisões até 18 mil km é de apenas R$ 272,34 a menos na Shineray.
Só que, apesar de mais baratas, as manutenções da chinesa devem ser feitas a cada três meses ou três mil quilômetros rodados, um período curto para quem costuma trabalhar com a motocicleta diariamente — sobretudo para quem trabalha com delivery.
Confira abaixo o intervalo e custo das revisões das duas scooters:
Pontos fortes e fracos
Semelhanças à parte, opta pela ADV quem preza pela confiabilidade mecânica, precisa de mais espaço de bagagem e prefere uma scooter mais firme. Quem busca tecnologia, segurança, suspensão mais confortável e quer passar menos vezes no posto de combustível, achará na Shineray uma boa escolha e ainda vai pagar R$ 3.470 a menos.
Dinamicamente, a ADV é um pouco mais firme e passa mais segurança em curvas. A Shineray tem suspensão mais confortável e o banco permite que o motociclista pilote por mais tempo sem desconforto.
Honda ADV:
✅ Cabe um capacete fechado no baú;
✅ Arrancadas mais rápidas que a concorrente;
❌ Falta freio ABS na roda traseira;
❌ Tela digital não permite conexão com celular.
Shineray Urban:
✅ Tanque de combustível é o maior da categoria;
✅ Freio ABS nas duas rodas;
❌ Desempenho em baixas rotações deixa a desejar;
❌ Tomada USB está posicionada fora do porta-objetos.
Mega-Sena pode pagar R$ 32 milhões neste sábado; +Milionária pode chegar a R$ 12,5 milhões
Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
Aposta única da Mega-Sena custa R$ 5 e apostas podem ser feitas até as 19h
Marcelo Brandt/G1
A Caixa Econômica Federal promove neste sábado (28), a partir das 20h, os sorteios dos concursos 2.780 da Mega-Sena e 185 da +Milionária.
A +Milionária tem prêmio estimado em R$ 12,5 milhões. As chances de vencer na loteria são menores do que na Mega-Sena: para levar a bolada, é preciso acertar seis dezenas e dois trevos. (veja no vídeo mais abaixo)
O valor de uma aposta simples é de R$ 6. Com ela, o apostador pode escolher 6 números de 50 disponíveis e mais 2 trevos, dentre os seis disponíveis.
Para apostas múltiplas, é possível escolher de seis a 12 números e de dois a seis trevos, com preços que podem chegar a R$ 83.160,00.
A +Milionária se destaca por oferecer o prêmio principal mínimo de R$ 10 milhões por sorteio e possuir dez faixas de premiação. Veja os detalhes:
+Milionária: veja como jogar na loteria da Caixa
Mega-Sena
Já a Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 32 milhões para os acertadores das seis dezenas. No concurso da última quinta-feira (26), ninguém levou o prêmio máximo.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Oferta menor e alta no custo de produção: Entenda reflexos das queimadas no preço do leite
Litro do produto fechou em R$ 2,7 em agosto; marca é 1,4% acima do preço verificado em julho. Na comparação com agosto do ano passado, o valor é 17,7% superior. Produção de leite
Reprodução/TV Gazeta
Com a oferta abaixo do esperado, o preço do leite pago ao produtor voltou a subir em agosto, conforme aponta pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP). As queimadas registradas no Brasil também tiveram reflexos nas cotações atuais - Leia mais a seguir.
Em agosto, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,7607 o litro de leite. A marca é 1,4% acima do preço verificado em julho. Na comparação pelos 12 meses, o valor é 17,7% maior que a média registrada em agosto de 2023 em termos reais, quando os valores são deflacionados pelo IPCA do mês.
📝Entenda, abaixo na reportagem, os principais fatores listados pela instituição para explicar o cenário nos últimos dois meses:
⛈️enchentes que assolaram o Sul em maio, região produtora de relevância para o setor
🌡️calor na entressafra em agosto
✈️queda nas importações do leite
🔥queimadas em setembro
🐮oferta menor
🥛estoques nos laticínios abaixo do normal em setembro
"O excesso de chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul em maio fizeram com que a oferta crescesse pouco entre julho e agosto. A entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste se intensificou com o calor a partir de agosto. E as queimadas em setembro fizeram esse cenário se agravar em termos nacionais", ressalta a pesquisadora do setor para o Cepea, Natália Grigol, em boletim divulgado à imprensa.
Apesar de o preço do leite pago ao produtor acumular avanço real de 32% desde o início de 2024, a média de janeiro a agosto deste ano (de R$ 2,53/litro) é 8,4% inferior à do mesmo período de 2023.
A pesquisadora afirma que a oferta não se recuperou conforme o previsto.
"Os estoques de lácteos nas indústrias não foram repostos como esperado", disse. "O consumo, por sua vez, tem se mantido firme; e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro", observou.
Esse contexto, estima Natália, deve sustentar e intensificar o movimento de alta nas cotações entre setembro e outubro.
🔥Queimadas
Ainda segundo a pesquisadora, os incêndios têm prejudicado a produção de forragens para alimentação animal, o que eleva o custo de produção e limita a oferta, além de comprometer o bem-estar animal.
Outro fator que reforçou a menor disponibilidade de lácteos entre agosto e setembro foi a diminuição das importações. Dados da Secex compilados pelo Cepea mostram que, em agosto, houve queda de 25,2% nas importações de lácteos, totalizando 187,8 milhões de litros em equivalente leite.
Agosto
O estudo do Cepea ressalta que o mercado apontava possibilidade de reduções no preço do leite ao produtor neste terceiro trimestre, até o início de agosto.
"Se por um lado, a produção leiteira parecia estimulada pelo aumento da margem do produtor neste ano, por outro a demanda seguia condicionada aos preços baixos nas gôndolas. Fora isso, as importações, ainda em volumes elevados, pressionavam as cotações ao longo de toda a cadeia produtiva. Porém, a produção não cresceu como era esperado pelos agentes do setor", ressalta Natália Grigol.
Os dados mais recentes da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE, divulgados em meados de agosto, mostram que a captação de leite cru pelas indústrias de laticínios no âmbito nacional caiu 6,2% no segundo trimestre em relação ao primeiro. Comparando com o mesmo período do ano passado, o incremento foi de apenas 0,8%.
🐄Captação leiteira
De julho para agosto, o Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea avançou 5% na “Média Brasil”, mas o crescimento em Minas Gerais foi de 2,8% e, em Goiás, de apenas 1,5%.
"Apesar do aumento da margem do produtor nos últimos meses e de certa estabilidade nos custos de produção, o estímulo à atividade foi menor do que o esperado pelos agentes do setor. E o clima extremo não ajudou a atividade", apontou.
O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea cresceu 4,14% em junho, puxado pela alta média de 7,2% nos estados do Sul e de cerca de 2% nos outros estados da “Média Brasil”.
1º semestre em movimento de queda
O movimento de alta no preço do leite pago ao produtor, no primeiro semestre de 2024, não foi suficiente para o valor médio do produto superar a marca do mesmo período do ano passado. O litro ficou em torno dos R$ 2,46, equivalente a um recuo de 14,3% na comparação com o observado entre janeiro e junho de 2023.
De acordo com o Cepea, a perda no ritmo de valorização em junho deste ano se explica, principalmente, pelo aumento acima do esperado da oferta nacional.
"A dificuldade das indústrias em garantir margem nas vendas dos lácteos ao longo do primeiro semestre é um fator importante que influencia na queda do ritmo de valorização do leite cru", aponta o Cepea.
Em junho, o preço subiu pelo oitavo mês consecutivo, mas em menor intensidade. "A alta frente a maio limitou-se a 1,3%, em termos reais, de modo que a “Média Brasil” foi de R$ 2,7524/litro – 3,25% maior que a de junho do ano passado", comenta a analista Natália Grigol.
O preço do leite vinha de movimento de seis quedas consecutivas em 2023, mas iniciou recuperação nos valores pagos ao produtor entre janeiro e março deste ano.
Produção de leite em propriedade no RS
Reprodução/RBS TV
Expectativa não se confirmou
Em julho, ainda que a tendência sazonal sinalizasse a persistência do movimento de alta do leite ao produtor até agosto, o Cepea apontava a possibilidade de que esse comportamento dos preços não se mantivesse nos meses seguintes em 2024.
"A expectativa é de que o terceiro trimestre seja marcado pelo recuo das cotações do leite cru", conclui a analista", mencionavam os pesquisadores no setor em boletim anterior. Estimativa que não se confirmou devido aos cenários de altas temperaturas, recuo de importações e reflexos das queimadas.
Ordenha de leite em vaca
Cícero Oliveira/UFRN
VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região
Veja mais notícias da região no g1 Piracicaba
Aneel aciona bandeira tarifária vermelha 2 para outubro; conta de luz fica mais cara
Com mudança, conta de luz terá cobrança adicional de R$ 7,87 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. Em setembro, bandeira era vermelha, mas no patamar 1. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu, nesta sexta-feira (27), acionar a bandeira tarifária vermelha patamar 2 em outubro.
Dessa forma, a conta de luz terá cobrança adicional de R$ 7,87 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. Isso representa aumento em relação a setembro, quando a bandeira era vermelha patamar 1.
Segundo a Aneel, a bandeira patamar 2 foi acionada por dois fatores:
o risco hidrológico, quando o nível de chuvas está baixo; e
o preço de referência da energia, que tem aumentado por conta da seca.
Energia elétrica
NSC TV/Reprodução
O consumo médio em uma casa brasileira na zona urbana é de aproximadamente 150 kWh a 200 kWh (sem ar-condicionado).
Cenário de energia mais cara
O acionamento das bandeiras amarela ou vermelha patamar 1 e 2 pela Aneel aponta para um cenário de geração de energia mais cara.
Com a seca na região Norte do país, usinas hidrelétricas importantes estão gerando menos energia. Por isso, para atender aos horários de pico de consumo e baixa geração de energia renovável, no início da noite, é necessário acionar usinas termelétricas –que são mais caras.
A última vez que o governo havia acionado a bandeira vermelha foi em agosto de 2021 -- na crise hídrica.
Depois, em setembro do mesmo ano, a Aneel criou a bandeira "escassez hídrica" – a mais cara de todas – para atender ao sistema elétrico nacional em situação severa de seca, que afetou a geração de energia pelas hidrelétricas.
A bandeira "escassez hídrica" ficou em vigor até abril de 2022, quando a Aneel acionou a bandeira verde – sem cobrança adicional na conta de luz.
Além da bandeira vermelha, conta de luz pode subir mais que o esperado
Saiba quanto custa a bandeira
Cada bandeira tarifária acionada pela Aneel pode gerar um custo extra ao consumidor:
🟩bandeira verde (condições favoráveis de geração de energia) – sem custo extra;
🟨bandeira amarela (condições menos favoráveis) – R$ 18,85 por MWh (megawatt-hora) utilizado (ou R$ 1,88 a cada 100kWh);
🟥bandeira vermelha patamar 1 (condições desfavoráveis) – R$ 44,63 por MWh utilizado (ou R$ 4,46 a cada 100 kWh);
🟥bandeira vermelha patamar 2 (condições muito desfavoráveis) – R$ 78,77 por MWh utilizado (ou R$ 7,87 a cada kWh).
Aneel tem empate em votação sobre venda da distribuidora do AM ao grupo J&F; decisão tem que sair até o dia 10
Medida provisória do governo criou regras para venda da distribuidora Amazonas e Energia e tirou custos hoje arcados pela companhia, em dificuldade financeira. Juíza havia dado até esta tarde para a Aneel aprovar processo de venda. A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em votação nesta sexta-feira (27), obteve empate sobre aprovar ou não a venda da distribuidora Amazonas Energia à empresa Âmbar — do grupo J&F, pertencente aos irmãos empresários Wesley e Joesley Batista. Com o empate, a Aneel não conseguiu na sessão desta sexta emitir uma decisão final sobre a venda. Uma nova sessão será realizada para votar o caso. 💡Distribuidoras de energia são empresas responsáveis por levar energia elétrica aos domicílios, tanto familiares quanto empresariais. 🌊 São diferentes das usinas, que produzem a energia que será levada para as pessoas. A agência havia convocado uma reunião extraordinária para esta sexta-feira (27), por força de decisão judicial que obrigava a diretoria a aprovar a venda da distribuidora. Os diretores tinham até as 16h40, conforme liminar da juíza Jaiza Maria Pinto Fraxe, do Amazonas. Havia dois processos em pauta, ambos relacionados à Amazonas Energia. E os dois ficaram empatados. Segundo o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, o empate aconteceu por falta de um quinto diretor na agência. A vaga do diretor Hélvio Guerra, que saiu em maio, ainda está aberta. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem cabe fazer a indicação, ainda não apontou um nome. Dessa forma, só quatro integrantes do colegiado têm votado nas reuniões. "Nós tratamos agora talvez da concessão mais complexa do Brasil [a da Amazonas Energia], onde, por ausência do quinto diretor, nós não chegamos a um consenso”, declarou Feitosa. No caso de uma cadeira estar desocupada no colegiado, o governo pode aprovar uma lista de técnicos da agência para atuarem como substitutos enquanto o nome definitivo não é indicado e aprovado. Isso ainda não ocorreu. "Penso que já passou da hora do Ministério [de Minas e Energia], se não um convergência e é natural no processo de indicação e sabatina do diretor definitivo, que olhe e avalie a lista que foi encaminhada pela Aneel porque lá tem técnicos muito respeitados e competentes, inclusive elogiados pelo próprio ministro em manifestações recentes", declarou Feitosa. Falta de energia elétrica é registrada em Benjamin Constant, no AM Medida provisória A transferência de controle da usina está prevista em uma medida provisória publicada em junho pelo governo federal, que perde validade no dia 10 de outubro. Ou seja, a Aneel tem que aprovar os processos até esse prazo. Duas regulamentações da MP deveriam ser votadas até as 16h40 desta sexta, por ordem judicial. Os diretores empataram na deliberação dos dois processos. Os processos preveem: ▶️Transferência do controle da distribuidora Amazonas Energia para a Âmbar Energia. A MP traz apenas a possibilidade de venda da distribuidora, mas a Âmbar formalizou à Aneel sua intenção de compra. ▶️Conversão de contratos de compra e venda de energia firmados pela Eletronorte, da Eletrobras, para seis usinas termelétricas no Amazonas — compradas pela Âmbar dias antes da publicação da MP. Entenda o processo da venda A Amazonas Energia é a distribuidora responsável pelos serviços de energia no estado do Amazonas. A empresa enfrenta uma crise financeira que levou à recomendação de cassação do contrato junto ao Ministério de Minas e Energia. A Eletrobras detinha a concessão no estado. Após a Eletrobras sair do segmento de distribuição, o contrato foi assumido pelo Consórcio Oliveira Energia em 2019. "Mesmo após o processo de desestatização e garantido o atendimento aos dispositivos legais, regulamentares e contratuais aplicáveis, a distribuidora [Amazonas Energia] não conseguiu atingir níveis sustentáveis do ponto de vista econômico-financeiro", afirma a Aneel em relatório de 2023. A extinção do contrato foi recomendada pela Aneel em novembro de 2023, após verificar que a empresa não tinha condições financeiras de manter a concessão. A empresa tem uma dívida de R$ 10 bilhões. O processo segue no Ministério de Minas e Energia, que pode decidir acatá-lo ou não. A medida provisória prevê uma mudança de controle da distribuidora. Os novos adquirentes terão que apresentar um plano de transferência de controle societário, que deverá ser analisado e aprovado pela Aneel. A MP prevê também tirar da Amazonas Energia um custo que ela tinha que arcar, por contrato, com o acionamento de usinas termelétricas no estado. A flexibilização das regras para a Amazonas Energia, por meio da medida provisória, foi uma forma de garantir a continuidade da prestação de serviços à população, ameaçada pela situação econômica da concessão. Em 28 de junho, a Âmbar Energia apresentou o plano para assumir o controle da distribuidora. O documento enviado à Aneel previa a compra da distribuidora pelos fundos Futura Venture e Fundo Milão, da J&F. Esse plano foi considerado insatisfatório pela área técnica da Aneel, por não solucionar o endividamento da empresa. Uma decisão judicial, da juíza Jaiza Maria Pinto Fraxe, deu à agência um prazo de 48 horas para que a Aneel aprovasse o plano apresentado em 28 de junho. A juíza também determinou que, no mesmo prazo, a Aneel deliberasse sobre a conversão dos contratos das usinas. Usinas da Âmbar A MP transfere contratos de usinas termelétricas movidas a gás natural para um contrato na modalidade de reserva de energia, com uma possível extensão do período de contratação de 2025 para 2030. Isso quer dizer que o custo das usinas deixa de ser arcado pela Amazonas (que tinha essa obrigação por contrato e está endividada, sem condições de realizar os pagamentos) e pela CCC (Conta de Consumo de Combustíveis) — paga pelos consumidores na conta de luz. As usinas vão então passar a integrar o orçamento da Conta de Energia de Reserva (Coner) — custeada integralmente por todos os consumidores. Essas usinas movidas a gás natural foram adquiridas da Eletrobras pela Âmbar Energia, do grupo J&F — dos irmãos Wesley e Joesley Batista. O negócio foi anunciado em 10 de junho, dias antes da edição da MP, em 13 de junho. O diretor Fernando Mosna (Aneel), que relatou a conversão dos contratos das usinas, fez três alterações na regulamentação que havia sido apresentada pela área técnica da Aneel: ▶️Redução do número de usinas abarcadas pela MP, de seis para cinco. ▶️Data de vigência dos novos contratos a partir de sua assinatura, e não a partir da publicação da MP, em junho deste ano. ▶️Exigência de consentimento da Cigás e Petrobras para a conversão dos contratos. As duas empresas são fornecedoras de gás natural para as usinas. O diretor Ricardo Tili acompanhou o relator, mas a diretora Agnes Costa divergiu das alterações e decidiu seguir a área técnica. Sandoval Feitosa acompanhou o voto de Agnes.
'Emendas pix': cidades de até 10 mil habitantes têm 6% da população, mas recebem 25% dos recursos
Levantamento da Transparência Brasil aponta 'distorção e pulverização', com cidades de mais de 100 mil habitantes recebendo 17% dos recursos, embora tenham 59% da população. Um levantamento da Transparência Brasil, obtido com exclusividade pela GloboNews, mostra que cidades com até 10 mil habitantes recebem 25% das indicações das chamadas "emendas pix", apesar de representarem 6% da população. O dado retrata alguns dos questionamentos feitos em ações no Supremo Tribunal Federal (STF) que suspenderam o pagamento desses recursos, especificamente a distorção e a pulverização desses repasses, além de uma possível ineficiência nos gastos de uma fatia bilionária do Orçamento. Esse tipo de emenda, criado em 2019, ficou conhecido pela dificuldade na fiscalização dos recursos, uma vez que os valores são transferidos por parlamentares diretamente para estados ou municípios sem a necessidade de apresentação de projeto, convênio ou justificativa – por isso, não há como fiscalizar qual função o dinheiro terá na ponta. O pagamento das emendas pix, assim como de todas as modalidades de emendas parlamentares, foi suspenso pelo STF até que Executivo e Congresso cheguem a um consenso sobre regras para dar maior transparência na distribuição. A discussão, contudo, foi interrompida já que os parlamentares estão focados nas eleições municipais e não haverá sessões deliberativas até outubro. Por que emendas pix são ‘excrescência’? Dados encontrados O estudo da Transparência analisou R$ 7,7 bilhões já empenhados (reservados para pagamento) pelo governo federal até agosto de 2024 na modalidade emenda pix. Dos R$ 6,9 bilhões que já tem encaminhamento para os municípios, o estudo aponta que: quatro em cada cinco cidades devem receber emendas pix (4.564 municípios); cidades muito pequenas, com até 10 mil habitantes, vão receber 25% do valor total empenhado, embora representem apenas 6% da população das prefeituras beneficiadas; por outro lado, municípios com mais de 100 mil habitantes estão "subrepresentados" na divisão: apesar de concentrarem 59% da população entre as cidades beneficiadas, foram contemplados com 17% dos valores; 76 cidades devem receber mais de R$ 10 milhões dessas emendas; o valor empenhado em emendas pix é superior a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) mais recente de sete cidades. A diretora de programas da Transparência Brasil, Marina Atoji, lembra que municípios pequenos, em geral, têm mecanismos de fiscalização e transparência mais frágeis, além de baixa capacidade de elaboração de projetos de maior complexidade – o que pode dificultar a qualidade dos gastos públicos. "A pulverização dos recursos nesses municípios de menor porte também dificulta, ou até impossibilita, o controle sobre esses recursos - como são aplicados e no quê", afirma ela. "Esses municípios geralmente têm mecanismos muito frágeis de controle, então as câmaras municipais, ou mesmo os tribunais de contas ou ministérios públicos locais, não dão conta de fazer a fiscalização necessária da aplicação desses recursos especificamente", explica Atoji.