Importações de arroz em 2024 são as maiores em 21 anos no Brasil, aponta levantamento
Mercado do arroz passou por turbulências e oscilações de preços, especialmente após enchentes de abril e maio de 2024 no Rio Grande do Sul, que afetaram a produção. Mercado do arroz foi marcado por turbulências e oscilações de preços, especialmente após as enchentes enchentes de abril e maio de 2024 no Rio Grande do Sul, que afetaram a produção
Jornal Nacional/ Reprodução
Após seis anos de superávit na balança comercial, as importações de arroz são as maiores já registradas nos últimos 21 anos e superam as exportações. Segundo dados compilados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) do campus da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP), foram importados 1,49 milhão de toneladas de arroz em casca. A marca ultrapassa o volume de 1,41 milhão de toneladas compradas do cereal no ano anterior.
O mercado do arroz foi marcado por turbulências e oscilações de preços, especialmente após as enchentes de abril e maio de 2024 no Rio Grande do Sul, que afetaram as lavouras no maior estado produtor do cereal no Brasil. - Entenda cenário, abaixo, na reportagem.
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Quanto aos preços domésticos, levantamentos do Cepea mostram que os valores parecem ter encontrado certo nível de suporte nas regiões do Rio Grande do Sul. Segundo dados da Secex compilados e analisados pelo Cepea, em 2024, foram importadas 1,49 milhão de toneladas equivalentes de arroz em casca, acima das 1,41 milhão de toneladas do ano anterior.
Produção de arroz
Reprodução
Importações superam exportações
As exportações, por sua vez, somaram 1,42 milhão de toneladas no balanço de 2024, contra 1,75 milhão em 2023. Assim, as importações superaram as exportações em cerca de 74 mil toneladas no ano.
O mercado de arroz passou por expressivas oscilações e turbulências ao longo de 2024. Segundo levantamentos do Cepea, no primeiro trimestre, os preços caíram fortemente, refletindo a expectativa de crescimento da oferta.
A catástrofe climática no Rio Grande do Sul, no final de abril, porém, trouxe incertezas quanto ao impacto sobre as áreas que ainda precisavam ser colhidas, assim como sobre perdas de produto estocado, impulsionando as cotações rapidamente.
Notícias sobre leilões públicos para importação de arroz beneficiado acentuaram o cenário turbulento no setor.
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Valores
Os valores seguiram firmes até meados de novembro, voltando a se enfraquecer no encerramento do ano, ainda conforme pesquisas do Cepea. Na safra 2023/24, o Brasil cultivou 1,61 milhão de hectares com arroz, 8,6% a mais que na temporada anterior. A produtividade foi estimada em 6,59 t/ha, 2,8% menor que a de 2023.
Com isso, a produção somou 10,59 milhões de toneladas, aumento de 5,52% sobre a safra anterior, segundo dados da Conab. Somada aos estoques iniciais de 2,02 milhão de toneladas em fev/24 e às importações de 1,7 milhão de toneladas, a disponibilidade interna ficaria em 14,3 milhões de toneladas.
Desse total, a previsão é que 11 milhões de toneladas sejam consumidas internamente e 1,3 milhão de toneladas, exportadas. Assim, o estoque final está estimado em 2 milhões toneladas em fevereiro de 2025, gerando uma relação estoque/consumo de 18,2%, a menor desde a temporada 2018/19.
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Gracyanne Barbosa consome 55 vezes mais ovos do que brasileiro comum; 'ovômetro' monitora consumo no BBB
Medo de ficar sem ovos já levou a influenciadora a compra de 600 caixas e virar meme. No Big Brother Brasil 25, musa fitness come cerca de 9 unidades por dia. Ovômetro no BBB monitora o consumo de ovos por Gracyanne Barbosa
Reprodução / TV Globo
Gracyanne Barbosa estreou na segunda-feira (13) no Big Brother Brasil e um item importante na sua dieta já ganhou destaque: o ovo. Nos dois primeiros dias de confinamento, a influenciadora fitness consumiu, em média, 9 unidades por dia, segundo o "ovômetro", criado para monitorar o seu consumo no programa.
Mas quem segue a musa do carnaval sabe que ela está comendo bem menos do que em casa: em 2022, ela revelou consumir 40 ovos por dia, durante uma entrevista para o podcast "De onde vem o que eu como".
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E este número não considera os ovos usados nas receitas que ela compartilha nas redes sociais, disse Gracyanne. A modelo de fisiculturismo explicou que gosta mais das claras, mas que as gemas também fazem parte da dieta — duas por refeição, no máximo.
O g1 fez as contas: 40 ovos por dia são 14.600 por ano, mais de 55 vezes o consumo do brasileiro em 2024. E olha que no ano passado o país bateu recorde: foram cerca de 263 ovos por habitante, segundo projeção da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) de novembro.
Em 2024, a estimativa da produção brasileira de ovos foi de mais de 57 bilhões e, este ano, o número deve subir para 59 bilhões de unidades, aponta a ABPA. Vai ter também mais gente comendo ovos: o consumo per capta deve subir para 272 em 2025, diz a instituição.
Escute o podcast abaixo e relembre a entrevista:
No episódio, Gracy lembrou que, durante a greve dos caminhoneiros em 2018, ela comprou 600 caixas de ovos por medo de ficar sem o alimento. "Em casa só tinha ovo!", brinca.
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Ela carrega sua marmitinha com comida caseira para todo lado. E a fama de fã de ovos também provoca situações inusitadas com os fãs.
“Cada vez que eu falava: Caramba, meu voo atrasou! Minha comida vai acabar! Aí os fãs levavam ovo para mim no aeroporto. É a coisa mais fofa, né? Ovo pronto, cru, de tudo quanto é jeito”, disse ela.
E o memes? São muitos.
“Todos os memes que existem no mundo de ovo, as pessoas me marcam, me mandam. Eu recebo todos os dias!”, contou.
E, não, ela diz que não enjoa de comer ovo todo dia, nos últimos 20 anos.
Gracyanne Barbosa em ensaio da escola de samba União da Ilha em 2020
Marcos Serra Lima/G1
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Mas será que pode?
Gracyanne contou que sua dieta elaborada por um nutrólogo, um médico especializado e responsável por avaliar a ingestão de nutrientes e o risco de doenças relacionadas à alimentação.
No caso da modelo, a ingestão de 40 ovos por dia faz parte de uma rotina intensa de exercícios físicos.
“Está de acordo com o que eu preciso, com os gastos com as minhas atividades. Nunca passei mal”, afirmou.
Mas, atenção: isso não vale para todo mundo.
Regra nº 1: não se compare
A nutricionista e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) Cintia da Silva alertou que não dá para sair fazendo as dietas de outras pessoas. "Não existe esse negócio de copiar dieta. Cada indivíduo tem uma necessidade energética, tem um metabolismo diferente. Precisa ser adequado para cada caso", explica.
Os ovos são os queridinhos de atletas e praticantes de atividades físicas intensas porque são fonte de proteína, de vitaminas e de minerais.
Regra nº 2: procure um profissional
Os nutricionistas são profissionais capacitados para calcular a ingestão diária de proteínas necessárias para o metabolismo. Além disso, outros profissionais podem auxiliar.
“O endocrinologista pode verificar questões relacionadas aos hormônios e o educador físico, à quantidade de exercícios. Se a pessoa tiver alguma comorbidade, deve procurar também um cardiologista”, orienta a nutricionista.
Regra nº 3: melhor variar
Cintia orienta que a busca deve ser pela variedade da dieta: "Mesmo os ovos sendo uma boa fonte de proteína, o ideal é você revezar com as carnes, as leguminosas, os lácteos, e não utilizar um alimento como única fonte de nutriente”.
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Mega-Sena pode pagar R$ 38 milhões nesta quinta-feira
Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O concurso 2.816 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 38 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h desta quinta-feira (16), em São Paulo.
No concurso da última terça (14), ninguém levou o prêmio máximo.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega-Sena tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
AGU pede à PF abertura de inquérito policial para investigar fake news sobre o PIX
Medida ocorre após uma onda de desinformação nas redes sociais sobre uma suposta taxação do PIX. Mais cedo nesta quinta, governo revogou medida que ampliaria fiscalização sobre o PIX e gerou rumores de tributação. Governo revoga norma da Receita que aumentava fiscalização sobre o PIX A Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou nesta quarta-feira (15) um ofício à Polícia Federal pedindo a abertura de um inquérito para investigar a disseminação de informações falsas e a prática de golpes relacionados ao PIX. A medida ocorre após uma onda de desinformação nas redes sociais sobre uma suposta taxação do PIX. "Os resultados negativos da ampla disseminação de desinformações sobre o PIX já estão sendo sentidos com a maior queda de número de transações desde a implementação do sistema, após desinformação sobre sua taxação, conforme dados do Banco Central", afirmou a AGU no pedido à PF. As fake news se intensificaram após o governo anunciar, no início do mês, uma ampliação da fiscalização de operações financeiras, que passariam a incluir o PIX. Mas o governo disse que pequenos comerciantes ou usuários do PIX não eram os alvos. E também ressaltou que não haveria taxação da ferramenta. Mesmo assim, a repercussão negativa foi tão grande, assim como o temor de taxação, que o governo voltou atrás e revogou a medida nesta quarta. Agora, o Executivo vai buscar a penalização de quem divulgou as informações falsas. "Manifestações em plataformas digitais não podem ser realizadas para gerar desinformação sobre políticas públicas nem minar a legitimidade das instituições democráticas, nem causar pânico na população, porquanto tal atuar causa prejuízos concretos ao funcionamento eficiente do Estado Democrático de Direito", argumentou a AGU à PF. O que foi revogado pela Receita Federal? A instrução normativa da Receita, que agora será revogada, ampliava a fiscalização sobre operações financeiras realizadas por contribuintes. A medida previa que instituições de pagamento, como operadoras de cartão e carteiras digitais, enviassem dados à Receita quando valores ultrapassassem: R$ 5 mil, para pessoas físicas; R$ 15 mil, para empresas. Esses dados já eram coletados de bancos tradicionais para operações como PIX, aplicações financeiras e investimentos. A ampliação, no entanto, gerou repercussão negativa e foi usada como pretexto para disseminar notícias falsas sobre uma suposta taxação do PIX.
Azul e dona da Gol assinam acordo para unir negócios no Brasil
Documento prevê que as companhias aéreas mantenham suas marcas e certificados operacionais de forma independente. Negociação está em fase inicial. Aviões da Azul e da Gol
Ministério da Saúde/Divulgação e Celso Tavares/G1
O grupo Abra, controlador das companhias aéreas Gol e Avianca, assinou um memorando de entendimento com a Azul com o objetivo de unir negócios no Brasil. A informação foi divulgada na noite desta quarta-feira (15).
Em comunicado a investidores, a Gol informou que o acordo representa a fase inicial de um processo de negociação que visa "explorar a viabilidade de uma possível transação".
Caso a combinação se confirme, as duas companhias devem manter suas marcas e certificados operacionais de forma independente.
"O acordo não tem impacto na estratégia, na condução dos negócios ou nas operações rotineiras da Gol", diz o documento.
"A companhia continua focada em concluir as etapas restantes dos seus procedimentos do Chapter 11 em andamento, com o objetivo de emergir de seu processo de reestruturação como uma companhia independente e capitalizada".
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Em janeiro de 2024, a Gol entrou com pedido de reestruturação nos Estados Unidos. O chamado "Chapter 11", que se refere ao Capítulo 11 da Lei de Falências norte-americana, é semelhante ao processo de recuperação judicial no Brasil.
À época, a empresa afirmou que o objetivo do processo seria reestruturar suas obrigações financeiras de curto prazo e "fortalecer sua estrutura de capital para ter sustentabilidade no longo prazo". As dívidas da companhia eram estimadas em R$ 20 bilhões.
Conforme o acordo assinado nesta quarta, a união dos negócios entre Gol e Azul está sujeita à "consumação do plano de reorganização no âmbito do procedimento de Chapter 11" e a "outras condições e aprovações para o fechamento a serem negociadas".
Em nota, a Azul diz que o objetivo da combinação de negócios é "promover o crescimento da indústria aeronáutica brasileira, por meio de mais destinos, rotas, conectividade e serviços aos consumidores, com aumento da oferta de voos domésticos e internacionais".
"As duas empresas têm aproximadamente 90% de rotas complementares e não sobrepostas. (...) A intenção de materializar sinergias entre as malhas aéreas e o uso das frotas da Azul e da Gol resulta em benefícios para o consumidor, como mais opções e produtos; e para o Brasil, com o aumento de novos destinos atendidos pela aviação brasileira", conclui a companhia.
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Exportação recorde de café faz setor questionar Conab sobre dado de safra; produtores de arroz também reclamam
País teria produzido 54 milhões de sacas do grão, mas enviado 50 milhões para o exterior. Arrozeiros afirmam que dados do cereal também estão "equivocados". Prato do Futuro: café torrado no Sítio Berelu, em Cerqueira César (SP)
Stephanie Rodrigues/g1
Após o Brasil fechar 2024 com exportação recorde de 50,443 milhões de sacas de 60 kg de café — não muito distante dos números atuais da safra brasileira estimados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) —, representantes de exportadores avaliaram nesta quarta-feira que os dados oficiais de produção do país devem estar subestimados.
As estimativas governamentais para a safra de café do Brasil, maior produtor e exportador mundial, são historicamente mais baixas do que as apuradas pelo mercado, consultorias e órgãos como o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
Mas a exportação de café do país ficar tão próxima da produção brasileira estimada pela Conab, de 54,8 milhões de sacas, se tornou razão de debate para melhorar os números, disseram dirigentes do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), ao serem instados a falar sobre o tema em entrevista coletiva.
O Cecafé considera que o Brasil poderia ter exportado ainda mais em 2024, considerando 1,6 milhão de sacas que ficaram paradas nos portos por gargalos logísticos.
"Uma projeção de produção de 54 e exportação que poderia ter sido 52 (considerando o volume não embarcado), ou realmente vamos chegar à conclusão de que não estamos consumindo absolutamente nada (de café internamente) ou que o número da Conab está completamente errado", disse o diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron.
Ele lembrou que o Brasil é o segundo consumidor mundial de café, com demanda em torno de 20 milhões de sacas por ano.
"Acredito que em 2024 será a grande oportunidade de comparar 54 [sacas] e 52 [sacas]. Ou temos estoque de café escondido embaixo dos colchões dos produtores", acrescentou, em tom de brincadeira
O diretor-geral do Cecafé, Marcos Matos, lembrou que o problema é histórico e citou um caso.
"Fomos chamados pela Conab há alguns anos, eles mostraram uma tabela grande de 2000 a 2020, fazendo um exercício de quanto o Brasil produziu, segundo ela própria, quanto consumiu, segundo a Abic [Associação Brasileira da Indústria de Café], e exportou, segundo o Cecafé. Isso dava uma falta de 103 milhões de sacas. É um problema gravíssimo", disse Matos.
Segundo ele, os equívocos nos levantamentos de safra de café arábica existem, mas acontecem principalmente nos grãos canéforas, cuja produtividade cresceu nos últimos anos
Ele disse que o Cecafé está liderando um processo para um georreferênciamento do parque cafeeiro e admitiu que em algum momento no futuro poderá ajudar a Conab a melhorar seus números.
O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, disse que é preciso evitar fazer "críticas pejorativas" à Conab, mas destacou que "a metodologia (da estatal) pode estar bastante errada, e os números indicam que está".
Ferreira afirmou que tem conversado com integrantes do governo e lideranças do setor produtivo para aprimorar os levantamentos estatais.
"Não podemos admitir que uma Organização Internacional do Café (OIC) tenha como base um número para efeito de estatística, uma estimativa do USDA que conversa muito mais com uma realidade do que obviamente os números da Conab."
Procurada, a Conab afirmou apenas que a estimativa do fechamento da safra 2024 de café do Brasil será divulgada na próxima terça-feira. A estatal costuma fazer quatro levantamentos da colheita brasileira ao longo do ano, e atualiza os números conforme os dados apurados.
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Os comentários dos dirigentes do Cecafé foram feitos no mesmo dia em que integrantes do setor produtivo do arroz do Rio Grande do Sul, maior Estado produtor brasileiro do cereal, divulgaram uma nota reclamando que a estimativa de safra da Conab está superestimada.
"Agora, o mesmo governo divulga, através da Conab, dados equivocados sobre a produção de arroz, superestimando a produção com o intuito claro de intervir nos preços do cereal, o que pode causar mais problemas para produtores, indústrias, varejistas e, principalmente, consumidores", afirmou a nota da Farsul e da Fedearroz, em referência à estimativa divulgada na véspera.
De acordo com o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), a área plantada com arroz no Estado "efetivamente" cresceu em relação à 2024, "mas 2,69% e não 9,7%, como erroneamente está sendo informado pela Conab".
"Embora pareça pouco, esse erro pode custar bilhões de reais ao país", acrescentou o comunicado.
Questionado sobre o tema, a Conab afirmou que "refuta qualquer ilação quanto à manipulação de dados com o objetivo de influenciar o comportamento do mercado agrícola".
A estatal afirmou que o acompanhamento da safra brasileira, realizado mensalmente pela Conab, reflete a expectativa de produção no mês anterior à publicação do relatório mensal de safra.
"Destaca-se que a semeadura do arroz, no Rio Grande do Sul, finalizou na segunda semana de janeiro. A equipe técnica da Conab voltará a campo a partir da próxima semana. Esses dados serão publicados no relatório de fevereiro."
A Conab afirmou ainda que tem feito parcerias para aprimorar os números e poderá dirimir quaisquer dúvidas relativas à área plantada de arroz no próximo levantamento.
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Polêmica do PIX: governo mirou sonegadores e recuou derrotado por fake news
Governo tentou cobrar imposto de quem sonegava, mas voltou atrás diante de mentiras, má comunicação e repercussão ruim. Governo não teve coragem de dizer verdade sobre taxação e sofreu duro golpe, diz Joel Pinheiro Na polêmica envolvendo o PIX o governo não teve coragem de dizer o óbvio: que iria cobrar imposto de quem sonegava. As novas regras de fiscalização da Receita Federal serviriam para monitorar transações financeiras e combater a sonegação, mas o governo recuou nesta quarta-feira (15) diante de uma onda de fake news, má comunicação e repercussão ruim. A história começa no dia 5 de janeiro após a Receita atualizar regras de monitoramento de transações financeiras, com o objetivo de impedir fraudes. Nessa data surgiram menções nas redes sociais sobre a possibilidade de taxação do PIX, o que sempre foi mentira. A desinformação rapidamente se espalhou, alimentada por um vídeo falso do ministro Fernando Haddad, criado com Inteligência Artificial. Essas fake news geraram uma grande reação nas redes sociais e forçou o governo, e até o próprio presidente Lula, a esclarecer que não haveria taxação do PIX. Uma das verdades no meio de um monte de fake news é que o governo estava de olho em quem não declarava devidamente o Imposto de Renda, mas não teve coragem de bancar e dizer que faria um cerco contra esses sonegadores, mostrou um ponto fraco e foi fortemente atacado. Entre as pessoas que poderiam ser alcançadas pela medida que havia sido anunciada pela Receita está um público que o governo tenta se aproximar, que são os trabalhadores informais e os empreendedores. Nas regras que o governo havia implementado e das quais recuou, estava a de monitorar quem movimentava acima de R$ 5 mil fora dos bancos tradicionais. Transações acima desse valor que eram realizadas por fintechs ou maquininhas, por exemplo, passariam a ser alvo da Receita Federal. Se essas pessoas estavam sonegando e deixando de declarar Imposto de Renda, muito provavelmente seriam cobradas. Recuo O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quarta que o governo vai revogar o ato que ampliou as normas de fiscalização sobre o PIX. Ele também afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai assinar uma medida provisória para garantir que transações via PIX não possam ser tributadas. O que motivou esse recuo do governo foram fake news que se espalharam sobre o PIX. De acordo com Haddad, nunca houve intenção de taxar essa modalidade de pagamento. Ele informou que o governo vai soltar uma medida provisória para garantir que não terá imposto sobre o PIX. Norma de fiscalização do PIX No início deste mês, a Receita Federal atualizou regras para monitoramento de transações financeiras dos cidadãos, com o objetivo de impedir fraudes e sonegação fiscal (veja detalhes mais abaixo). Essa atualização estabelecia um monitoramento de movimentações acima de R$ 5 mil por mês, no caso de pessoas físicas, e R$ 15 mil mensais, no caso de pessoas jurídicas. Segundo a Receita, outras modalidades de pagamento — como cartão de crédito e depósitos — já eram monitoradas quando os valores excediam em R$ 2 mil para pessoa física e R$ 6 mil no caso de pessoa jurídica. Na atualização, o PIX seria incluído nessas regras, assim como os cartões. E os valores para disparar o monitoramento por parte da Receita seriam alterados. Desde o início, a Receita informou que intenção nunca foi pegar o pequeno comerciante como alvo. Mas as fake news acabaram gerando um efeito inesperado e o governo voltou atrás.
Banco Central ironiza nas redes fake news sobre taxação do PIX e usa hit do verão: 'Descer para o BC'
Postagem usou música da dupla Brenno e Matheus para criticar, de forma bem-humorada, a onda de desinformação sobre mudanças no PIX. Mais cedo, governo voltou atrás em medida que aumentava fiscalização. Em vídeo bem-humorado, Banco Central esclarece fakenews sobre tributação do PIX O Banco Central (BC) usou as redes sociais nesta quarta-feira (15) para ironizar os boatos de que o PIX seria taxado ou que o sigilo bancário dos usuários estaria em risco. O BC ironizou as fake news e fez referência ao hit do verão "Descer pro BC [Balneário Camboriú]", da dupla Brenno e Matheus. Na publicação, o BC começa com: “Faaaaala meus amantes de teoria da conspiração e caçadores de tarifa em serviço de pagamento gratuito! BC Sincero na área para aliviar o coraçãozinho de quem desceu pro BC com a cabecinha cheia de fake news sobre cobrança de taxa no PIX e fim do sigilo bancário das suas movimentações financeiras. Hora de ouvir umas verdades que o vacilão da fake não quer te contar, bebê.” Nos últimos dias, uma onda de desinformação nas redes sociais levantou rumores de que o governo estaria planejando taxar as transferências feitas pelo PIX e acabar com o sigilo bancário dos usuários. As fake news geraram confusão e foram usadas por golpistas para aplicar fraudes, como boletos falsificados. O BC aproveitou o momento para reafirmar que o PIX continua sendo gratuito para pessoas físicas e que o sigilo das movimentações financeiras está assegurado por lei. Governo recua Mais cedo nesta quarta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo vai revogar o ato que ampliou as normas de fiscalização sobre o PIX. Ele também afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai assinar uma medida provisória para garantir que transações via PIX não possam ser tributadas. O que motivou esse recuo do governo foram fake news que se espalharam sobre o PIX. De acordo com Haddad, nunca houve intenção de taxar essa modalidade de pagamento. Ele informou que o governo vai soltar uma medida provisória para garantir que não terá imposto sobre o PIX. A MP também vai determinar que seja proibido diferenciar preços de produtos e serviços para o pagamento em dinheiro ou via PIX. Isst é, não será permitido cobrar uma taxa adicional dos consumidores que queiram pagar com o meio de pagamento digital. 🔍O que aconteceu em 4 passos: O governo havia atualizado normas para monitorar movimentações financeiras O PIX entraria nessas normas, como já acontece com cartões de crédito e débito Surgiu uma onda de fake news, dizendo que o PIX seria taxado, o que não é verdade O governo abriu mão da atualização das regras e tudo volta a ser como antes. No início deste mês, a Receita Federal atualizou regras para monitoramento de transações financeiras dos cidadãos, com o objetivo de impedir fraudes e sonegação fiscal (veja detalhes mais abaixo). Essa atualização estabelecia um monitoramento de movimentações acima de R$ 5 mil por mês, no caso de pessoas físicas, e R$ 15 mil mensais, no caso de pessoas jurídicas. Segundo a Receita, outras modalidades de pagamento — como cartão de crédito e depósitos — já eram monitoradas quando os valores excediam em R$ 2 mil para pessoa física e R$ 6 mil no caso de pessoa jurídica. Na atualização, o PIX seria incluído nessas regras, assim como os cartões. E os valores para disparar o monitoramento por parte da Receita seriam alterados. Desde o início, a Receita informou que intenção nunca foi pegar o pequeno comerciante como alvo. Mas as fake news acabaram gerando um efeito inesperado e o governo voltou atrás.
Voos internacionais: Brasil tem quase 25 milhões de passageiros em 2024 e bate recorde
Número cresceu 17,23% em relação a 2023. Demanda nacional também aumentou, apesar da leve redução da oferta de voos dentro do país, diz a Anac. Passageiros no terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos.
Rovena Rosa/Agência Brasil
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) irá publicar nesta quarta-feira (15) os dados da movimentação aérea do país em 2024. A divulgação ocorrerá após uma reunião da agência com o Ministério de Portos e Aeroportos, em Brasília.
A GloboNews e o g1 tiveram acesso com exclusividade ao balanço, que mostra que o Brasil registrou 24,9 milhões de passageiros transportados em voos internacionais, uma alta de 17,23% em relação a 2023.
Essa foi a maior movimentação da série histórica, iniciada no ano 2000. Os dados se referem exclusivamente a voos comerciais.
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Haddad: governo vai publicar MP para que PIX não seja taxado
Por que o governo voltou atrás sobre a norma que estabelecia fiscalização do PIX
A quantidade de decolagens internacionais a partir do Brasil também cresceu. Foram 141.607 voos em 2024, uma alta de 15,57% em relação ao ano anterior.
Já no mercado doméstico, houve alta de 2,10% no número de passageiros transportados em relação a 2023. Ao todo, 93,3 milhões de pessoas realizaram voos nacionais em 2024. Apesar disso, a oferta de voos domésticos teve uma redução de 0,64%. Foram 784 mil decolagens no ano.
Segundo a Anac, o fechamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre (RS), pode ter contribuído para a queda no número de voos ofertados no país em 2024. O terminal foi fechado em 3 de maio, consequência da inundação da pista de pouso e de parte do terminal de passageiros durante as enchentes no Rio Grande do Sul.
Em 2024, houve mais de 925 mil decolagens domésticas e internacionais no Brasil. O número total de passageiros ficou acima de 118 milhões de pessoas, o segundo maior da história. Em 2019, último ano antes da pandemia de Covid-19, a movimentação total foi de 118,6 milhões de passageiros.
Veja os aeroportos mais movimentados do país em 2024 (em total de passageiros):
Guarulhos (SP) - 42,7 milhões
Congonhas (SP) - 22,8 milhões
Brasília (DF) - 14,9 milhões
Galeão (RJ) - 14,2 milhões
Viracopos (SP) - 12,1 milhões
Confins (MG) - 11,9 milhões
Recife (PE) - 9,5 milhões
Salvador (BA) - 7,3 milhões
Santos Dumont (RJ) - 6 milhões
Curitiba (PR) - 5,6 milhões
Primeiro voo da retomada do Salgado Filho pousa na manhã de segunda (21)
O passo a passo do recuo: por que o governo voltou atrás sobre a norma que estabelecia fiscalização do PIX
Governo se viu obrigado a tomar essa decisão após a enxurrada de fake news que invadiu as redes dizendo que o PIX seria taxado. Lula chegou a fazer uma doação para o Corinthians via PIX, para convencer de que não havia imposto. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta quarta-feira (15) um dos maiores recuos destes dois anos de mandato até agora: decidiu revogar o ato que ampliava a fiscalização sobre transações financeiras, incluindo o PIX. O governo tomou essa decisão após a enxurrada de fake news que invadiu as redes dizendo que o PIX seria taxado, o que não é verdade. Integrantes da equipe de Lula, e até o próprio presidente, chegaram a gravar vídeos e a dar declarações para esclarecer as medidas, mas não obtiveram sucesso. PIX: Governo vai acionar Justiça contra fake news e golpes, diz Haddad Diante do volume de desinformação e da popularidade do PIX, o governo voltou atrás. Veja abaixo o passo a passo do recuo: 1- As medidas anunciadas No início deste mês, a Receita Federal atualizou regras para monitoramento de transações financeiras dos cidadãos, com o objetivo de impedir fraudes e sonegação fiscal (veja detalhes mais abaixo). Essa atualização estabelecia um monitoramento de movimentações acima de R$ 5 mil por mês, no caso de pessoas físicas, e R$ 15 mil mensais, no caso de pessoas jurídicas. Segundo a Receita, outras modalidades de pagamento — como cartão de crédito e depósitos — já eram monitoradas quando os valores excediam em R$ 2 mil para pessoa física e R$ 6 mil no caso de pessoa jurídica. Na atualização, o PIX seria incluído nessas regras, assim como os cartões. E os valores para disparar o monitoramento por parte da Receita seriam alterados. Desde o início, a Receita informou que intenção nunca foi pegar o pequeno comerciante como alvo. 2 - A avalanche de fake news A onda de desinformação começou logo após começarem a valer as novas regras. Uma das mensagens falsas que circularam nas redes foi postada por um perfil falso, cuja foto mostrava um símbolo que imitava o logo da Receita. O texto dizia que uma pessoa foi taxada por usar mais de R$ 5 mil no PIX no mês, e que ela precisaria pagar R$ 845 para evitar o bloqueio do CPF. Era um golpe. Houve também uma série de vídeos nas redes sociais falando sobre uma suposta cobrança de um imposto do PIX, que iria prejudicar o pequeno comerciante, o pipoqueiro, o vendedor da praia. 3- Lula entra em cena No fim da semana passada, Lula publicou um vídeo nas redes sociais explicando que as mudanças anunciadas pela Receita Federal não representavam um aumento no imposto das transferências via PIX. Lula fez o alerta à população após afirmar que fez uma doação para o Corinthians quitar a dívida da construção de seu estádio. A campanha com a "vaquinha" foi lançada em novembro do ano passado. Nem isso foi suficiente para conter a desinformação. 4- Pedido de investigações Esta semana começou com autoridades do governo buscando o contra-ataque e anunciando pedidos de investigação contra quem estava espalhando as fake news. "A AGU [Advocacia-Geral da União] foi envolvida para tomar providências judiciais contra os golpistas. Quem está divulgando fake news está patrocinando organizações criminosas no país, que estão atuando, mandando boleto para a casa das pessoas, cobrando a mais indevidamente, dizendo que estão sendo taxados", disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. 5- O recuo O governo finalmente decidiu voltar atrás na tarde desta quarta. Haddad e o secretário da Receita, Robson Barreirinhas, fizeram o anúncio no Palácio do Planalto. Haddad disse que quem espalhou as fake news, na opinião dele, cometeu um crime: "O ato que o Barreirinhas acaba de anunciar é justamente para dar força à tramitação de uma medida provisória que o presidente está para assinar, o texto dela foi fechado agora. [...] Uma medida provisória que reforça os princípios tanto da não oneração, da gratuidade do uso do PIX, quanto de todas as cláusulas de sigilo bancário em torno do PIX, que foram dois objetos de exploração por parte dessas pessoas que estão, na nossa opinião, cometendo um crime, porque quando você desacredita um instrumento público, você está cometendo um crime", afirmou o ministro.
Haddad: governo vai publicar MP para que PIX não seja taxado e para garantir venda no mesmo preço que no dinheiro
Segundo o ministro da Fazenda, a medida visa combater a desinformação que tem circulado nas redes sociais, com boatos de que o governo planejava taxar o uso do PIX. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quarta-feira (15) que o governo federal vai revogar a norma que ampliava a fiscalização sobre transações financeiras, incluindo o PIX. Além disso, o governo editará uma medida provisória para assegurar que as transferências realizadas por meio do PIX não possam ser tributadas. A MP também vai determinar que seja proibido diferenciar preços de produtos e serviços para o pagamento em dinheiro ou via PIX. Isst é, não será permitido cobrar uma taxa adicional dos consumidores que queiram pagar com o meio de pagamento digital. PIX: Governo vai acionar Justiça contra fake news e golpes, diz Haddad Segundo Haddad, a medida visa combater a desinformação que tem circulado nas redes sociais, com boatos de que o governo planejava taxar o uso do PIX. “O ato que [Robinson Barreirinhas, diretor da Receita] acaba de anunciar é para dar força a uma MP que o presidente vai assinar. Essa MP reforça tanto os princípios de não oneração do Pix quanto as cláusulas de sigilo bancário do sistema, que foram objeto de exploração por criminosos”, explicou o ministro. Fake news e golpes envolvendo o PIX A decisão do governo vem em meio a uma onda de fake news e tentativas de golpes financeiros que têm explorado a desinformação sobre o PIX. Golpistas usaram o momento para aplicar fraudes, como boletos falsificados, e causar confusão entre os usuários do sistema de pagamento. Haddad afirmou que o governo irá acionar a Justiça contra quem está disseminando informações falsas ou aplicando golpes. Ele destacou que a Advocacia-Geral da União (AGU) foi acionada para tomar medidas judiciais contra os criminosos. “Tem havido crimes envolvendo relações de consumo, e isso precisa ser enfrentado com rigor”, declarou o ministro. O que foi revogado pela Receita Federal? A instrução normativa da Receita, que agora será revogada, ampliava a fiscalização sobre operações financeiras realizadas por contribuintes. A medida previa que instituições de pagamento, como operadoras de cartão e carteiras digitais, enviassem dados à Receita quando valores ultrapassassem: R$ 5 mil, para pessoas físicas; R$ 15 mil, para empresas. Esses dados já eram coletados de bancos tradicionais para operações como Pix, aplicações financeiras e investimentos. A ampliação, no entanto, gerou repercussão negativa e foi usada como pretexto para disseminar notícias falsas sobre uma suposta taxação do Pix. Medida provisória e transparência Com a assinatura da MP, o governo reforçará que o Pix permanecerá livre de qualquer tributação e que seu sigilo bancário será protegido. “Voltamos à regra que estava em vigor nos últimos 20 anos. A instrução foi revogada para impedir que a oposição continue distorcendo os fatos e desvirtuando o debate público”, afirmou Haddad. O ministro também destacou a importância de ocupar o espaço público com informações verdadeiras para evitar que boatos e fake news se espalhem. Ele mencionou que o fortalecimento do sistema financeiro e a transparência sobre o uso do Pix continuarão sendo prioridades para o governo.
Após repercussão negativa e fake news, governo decide revogar ato sobre fiscalização do PIX
Ministro da Fazenda afirmou mais cedo que 'tem havido crimes envolvendo relações de consumo' e que a AGU foi acionada para tomar medidas judiciais. Governo revoga norma da Receita que aumentava fiscalização sobre o PIX O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quarta-feira (15) que o governo vai revogar o ato que ampliou as normas de fiscalização sobre o PIX. Ele também afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai assinar uma medida provisória para garantir que transações via PIX não possam ser tributadas. O que motivou esse recuo do governo foram fake news que se espalharam sobre o PIX. De acordo com Haddad, nunca houve intenção de taxar essa modalidade de pagamento. Ele informou que o governo vai soltar uma medida provisória para garantir que não terá imposto sobre o PIX. A MP também vai determinar que seja proibido diferenciar preços de produtos e serviços para o pagamento em dinheiro ou via PIX. Isst é, não será permitido cobrar uma taxa adicional dos consumidores que queiram pagar com o meio de pagamento digital. 🔍O que aconteceu em 4 passos: O governo havia atualizado normas para monitorar movimentações financeiras O PIX entraria nessas normas, como já acontece com cartões de crédito e débito Surgiu uma onda de fake news, dizendo que o PIX seria taxado, o que não é verdade O governo abriu mão da atualização das regras e tudo volta a ser como antes. No início deste mês, a Receita Federal atualizou regras para monitoramento de transações financeiras dos cidadãos, com o objetivo de impedir fraudes e sonegação fiscal (veja detalhes mais abaixo). Essa atualização estabelecia um monitoramento de movimentações acima de R$ 5 mil por mês, no caso de pessoas físicas, e R$ 15 mil mensais, no caso de pessoas jurídicas. Segundo a Receita, outras modalidades de pagamento — como cartão de crédito e depósitos — já eram monitoradas quando os valores excediam em R$ 2 mil para pessoa física e R$ 6 mil no caso de pessoa jurídica. Na atualização, o PIX seria incluído nessas regras, assim como os cartões. E os valores para disparar o monitoramento por parte da Receita seriam alterados. Desde o início, a Receita informou que intenção nunca foi pegar o pequeno comerciante como alvo. Mas as fake news acabaram gerando um efeito inesperado e o governo voltou atrás. Mentiras sobre o PIX se espalham e alimentam golpes com boletos falsificados O anúncio da revogação da norma foi feito por Haddad e pelo secretário da Receita Federal, Robson Barreirinhas, após reunião no Palácio do Planalto. O ministro argumenta que a transação via PIX é instantânea de conta a conta, não caracterizando uma operação de crédito, como as vendas via cartão de crédito e débito. "O ato que o Barreirinhas acaba de anunciar é justamente para dar força à tramitação de uma medida provisória que o presidente está para assinar, o texto dela foi fechado agora. [...] Uma medida provisória que reforça os princípios tanto da não oneração, da gratuidade do uso do PIX, quanto de todas as cláusulas de sigilo bancário em torno do PIX, que foram dois objetos de exploração por parte dessas pessoas que estão, na nossa opinião, cometendo um crime, porque quando você desacredita um instrumento público, você está cometendo um crime", afirmou o ministro". De acordo com Haddad, volta a valer o que estava em vigor nos últimos 20 anos, antes da instrução normativa (veja mais abaixo). "Instrução está sendo revogada porque ela não pode ser usada de pretexto para desvirtuar a tramitação da MP. Não queremos que a oposição continue distorcendo essa medida", seguiu. Ações judiciais Mais cedo, Haddad afirmou que o governo vai acionar a Justiça contra quem está propagando fake news sobre a taxação do PIX ou aplicando golpes. Haddad afirmou que "tem havido crimes envolvendo relações de consumo" e que a AGU foi acionada para tomar medidas judiciais. Os crimes, segundo o ministro, envolvem cobrança adicional pelo pagamento com o PIX em comércios. O advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou que oficiará a Polícia Federal para que a instituição abra um inquérito para identificar os autores das notícias falsas. Messias também afirmou que a AGU vai acionar a Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça, para acionar os Procons estaduais e apurar possíveis prejuízos a consumidores e criar campanhas de informações sobre o uso do PIX. Os ministros também afirmaram que vão investigar a utilização da identidade visual e o nome da Receita Federal para a aplicação de golpes. Questionado sobre uma eventual campanha publicitária contra as notícias falsas, Haddad disse que "o fortalecimento do sistema financeiro está sempre na agenda". O que foi revogado? Com a virada do ano, a Receita Federal começou a contar com novos instrumentos de fiscalização sobre as transações financeiras realizadas pelos contribuintes. Além dos grandes bancos varejistas, já abrangidos pela regra anterior de envio de movimentações financeiras e cartão de crédito, o órgão passou a cobrar também dados de cartão de crédito de fintechs e movimentações financeiras das instituições de pagamento — que ofertam o serviço das "maquininhas", por exemplo. 🔎 As fintechs, que reúnem milhões de clientes, são empresas que oferecem produtos financeiros inovadores, como novos meios de pagamento e cartões de crédito. 🔎As instituições de pagamento (IP) são empresas que viabilizam compra, venda e movimentação de recursos, mas não oferecem empréstimos e financiamentos a seus clientes. Varejistas de grande porte, bancos virtuais, carteiras digitais são alguns exemplos. 💲 Com a mudança das regras, neste ano, os dados sobre movimentação financeira só passariam a ser enviados quando o montante total movimentado, por cada tipo de operação financeira (PIX, pagamento ou investimento, por exemplo), fosse: superior a R$ 5 mil, para pessoas físicas; superior a R$ 15 mil, para empresas. Regra anterior volta a valer Com a revogação da norma que começou a valer no começo de 2025, as operações das fintechs e instituições de pagamento não serão mais reportadas ao Fisco. Os limites anteriores de envio das movimentações financeiras, pelos grandes bancos varejistas, também serão retomados. São eles: superior a R$ 2 mil, para pessoas físicas; superior a R$ 6 mil, para empresas.
Renegociação da dívida dos estados deve levar a perda de R$ 20 bilhões por ano, diz secretário do Tesouro
Presidente Lula sancionou, na terça-feira (14), a lei que cria regras mais flexíveis para o pagamento das dívidas bilionárias dos estados com o governo federal. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse nesta quarta-feira (15) que a renegociação da dívida dos estados deve levar a uma perda de R$ 20 bilhões por ano para o governo federal. ➡️ Esse prejuízo é financeiro, ou seja, não vai impactar o resultado primário — que mede as receitas com tributos e impostos em relação às despesas do governo. "É claro que ele tem um impacto. O impacto não é fácil de estimar porque vai depender do comportamento de cada um [cada estado], são várias opções, é uma matriz de possibilidades. Mas, pensando nos cenários mais extremos, é da ordem de R$ 20 bilhões ao ano", declarou o secretário, em entrevista a jornalistas. Na terça-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei que cria regras mais flexíveis para o pagamento das dívidas bilionárias dos estados com o governo federal. Lula vetou trechos que, na visão do governo, geravam impacto no resultado primário das contas públicas — ou seja, na busca pelo equilíbrio entre receita e despesas em 2025 e nos próximos anos. Lula sanciona alívio na dívida dos estados com aval a federalização de estatais O Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag), criado pela lei, é de adesão voluntária pelos governos estaduais. Considerando que todos os estados com dívidas com a União entrem no programa, as perdas financeiras chegariam aos R$ 20 bilhões citados por Ceron. "Com o projeto, olhando pelo lado positivo do projeto, ele resolve a dívida de todos os estados. Não há argumentos contrários a isso. Ele resolve. A dívida não crescerá mais em proporção às receitas dos estados, dependendo das opções dos estados que aderirem, obviamente", declarou. Os vetos de Lula foram criticados pelos governadores do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Os trechos voltam ao Congresso, que pode decidir manter ou derrubar os vetos. Segundo dados do Tesouro Nacional, os estados devem à União R$ 800 bilhões. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul são os maiores devedores e respondem, juntos, por 90% das dívidas. O que prevê a nova lei Pelas novas regras, os estados poderão renegociar as dívidas com desconto nos juros e parcelamento em até 30 anos com a União. Para isso, terão que comprovar o atendimento a algumas regras de boa gestão. 💰 No atual modelo, as dívidas são corrigidas pelo que for menor entre: a taxa básica de juros, a Selic, e a inflação oficial mais 4% ao ano. 💰 O texto do projeto aprovado pelos parlamentares mantém o formato atual dos juros (IPCA + 4%), mas prevê mecanismos para reduzir e até zerar esses 4% adicionais. Estados que comprovarem "boa situação fiscal" terão direito, ainda, a usar um fundo de "equalização federativa". Além disso, os estados também podem federalizar ativos para abater o valor da dívida com a União. No ano passado, a hipótese foi levantada no caso da estatal mineira Cemig — que controla ativos de distribuição e transmissão de energia elétrica. Para Ceron, o governo precisa ter cuidado ao regulamentar esse ponto para não gerar questionamentos sobre o valor do ativo federalizado. A tentativa de renegociar a dívida dos estados se estende, pelo menos, desde 1993. Em 1997, a União assumiu os débitos dos entes junto ao mercado. Então, os estados passaram a dever ao Tesouro Nacional. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), de 2000, trouxe mais rigidez ao punir estados que atrasam os pagamentos.
Contas do governo têm déficit de R$ 4,5 bilhões em novembro; no ano, resultado negativo recua 40%
Números foram divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional. De janeiro a novembro de 2024, déficit somou R$ 66,8 bilhões contra saldo negativo de R$ 112,4 bilhões no mesmo período do ano anterior. Notas, moeda, Real, dinheiro, notas de dinheiro
Reprodução/Pixabay
As contas do governo registraram déficit primário de R$ 4,5 bilhões em novembro deste ano, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional nesta quarta-feira (15).
➡️O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo das despesas do governo.
Haddad prevê déficit dentro da meta em 2024
Se as receitas ficam acima as despesas, o resultado é de superávit primário. Os valores não englobam os juros da dívida pública.
Na comparação com igual período do ano passado, quando foi registrado um saldo negativo de R$ 38 bilhões, houve melhora.
O resultado das contas do governo em novembro foi influenciado pelo valor da arrecadação — que somou R$ 209 bilhões, o melhor resultado para esse mês em 13 anos.
De acordo com o Tesouro Nacional, a receita líquida total somou R$ 167,78 bilhões no mês retrasado, com alta real de 22,2% contra novembro de 2023, enquanto a despesa total alcançou R$ 172,3 bilhões (queda real de 1,7%).
Parcial do ano
No acumulado dos onze primeiros meses deste ano ano, as contas do governo registraram um déficit de R$ 66,82 bilhões.
Isso representa melhora em relação ao resultado do mesmo período do ano passado, quando o rombo somou R$ 112,46 bilhões.
Com isso, houve uma queda de 40,6% no saldo negativo no acumulado de 2024.
"Em termos reais, no acumulado até novembro, a receita líquida registrou aumento de 7,7% (+R$ 139,8 bilhões), enquanto a despesa cresceu 4,6% (+R$ 89,6 bilhões)", informou o Tesouro Nacional.
🔎 Para este ano, a meta é de zerar o déficit das contas públicas.
Entretanto, pelas regras do arcabouço fiscal, o governo pode ter um déficit de até 0,25% do PIB sem que o objetivo seja formalmente descumprido, o equivalente a R$ 28,8 bilhões (veja vídeo acima);
Além disso, para fins de cumprimento da meta fiscal, também são excluídos outros R$ 28,8 bilhões em créditos extraordinários. Esse montante foi reservado para enfrentamento das enchentes no Rio Grande do Sul, Poder Judiciário e o Conselho Nacional do Ministério Público.
Há, ainda, R$ 514,5 milhões foram direcionados para o combate a incêndios, principalmente no Pantanal e na Amazônia;
Também foi concedido um crédito extraordinário de R$ 1,35 bilhão em favor do Judiciário e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Entenda a diferença entre sigilo bancário e o monitoramento da Receita para transações financeiras
Fiscalização já existia, mas, agora, mais instituições financeiras serão obrigadas a repassar informações ao Fisco. Medida não implica cobrança direta de nenhum imposto, nem deve alterar o dia a dia dos clientes. Entenda o que muda na fiscalização da Receita sobre compras com cartões e PIX
A notícia de que a Receita Federal ampliou as regras de fiscalização sobre transações financeiras dos contribuintes gerou confusão desde a última semana.
Um dos receios era de que o Fisco fosse vasculhar as transações dos cidadãos, em busca de saídas para aumentar a taxação. A Receita esclareceu que o recebimento de informações não implica aumento de tributação e será feito "em absoluto respeito às normas legais dos sigilos bancário e fiscal".
🔎 O sigilo bancário é uma obrigação que as instituições financeiras têm de proteger a privacidade das operações financeiras e informações de seus clientes. Ele está regulamentado pela lei complementar 105/2001.
Em resumo, o sigilo bancário impede que terceiros, incluindo o governo, tenham acesso a informações sobre as transações financeiras de um indivíduo, exceto em caso de decisão judicial.
Essa quebra de sigilo bancário só pode acontecer para apuração de ilícitos, como suspeitas de lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e crimes contra o sistema financeiro, por exemplo.
Os detentores da informação, portanto, são os próprios bancos e financeiras, e o Banco Central (BC). A lei diz que a Receita pode receber informações sobre as transações financeiras dos contribuintes, mas os dados são protegidos por sigilo fiscal.
De acordo com a Receita Federal, o sigilo seguirá sendo respeitado na nova fiscalização porque, no repasse das informações pelas instituições financeiras, não existe "qualquer elemento que permita identificar a origem ou a natureza dos gastos efetuados".
“Não se individualiza sequer a modalidade de transferência, se por PIX ou outra”, acrescentou a Receita.
O órgão explicou que, ao final de um mês, somam-se todos os valores que saíram da conta, inclusive saques e, se ultrapassado o limite de R$ 5 mil para uma pessoa física, ou de R$ 15 mil para uma pessoa jurídica, por tipo de operação financeira, a instituição financeira prestará essa informação à Receita Federal.
"Todos os valores são consolidados e devem ser informados os totais movimentados a débito e a crédito numa dada conta", detalhou.
Essas informações serão incorporadas à base de dados da Receita Federal com objetivo de “identificar irregularidades e dar efetividade ao cumprimento das leis tributárias”. Ou seja, a Receita está atrás de indícios de sonegação, não de multar quem opera vez ou outra acima dos limites.
Até o ano passado, o Fisco já recebia esse tipo de informação dos bancos tradicionais, públicos e privados. A partir de 2025, outras instituições foram incluídas na obrigação.
São elas: as operadoras de cartão de crédito, que cuidam das famosas "maquininhas", e as instituições de pagamento (IP), empresas de menor porte como os bancos virtuais, que viabilizam a movimentação de recursos, mas não oferecem empréstimos e financiamentos.
A norma também trouxe uma especificação de que as transações via PIX, cartões de débito, cartões de loja e moedas eletrônicas fazem parte das operações que devem ser informadas.
Veja abaixo como era a regra e o que mudou a partir das perguntas abaixo:
Como era antes?
O que mudou agora?
Quando foi anunciada a mudança?
O PIX será taxado?
A que dados a Receita tem acesso?
O que eu preciso fazer?
Devo me preocupar?
1. Como era antes?
A Receita Federal recebe informações consolidadas dos bancos sobre as movimentações financeiras dos contribuintes desde 2003, quando foi instituída a Decred. Na época, o foco eram as operações de cartão de crédito.
Conforme a Receita, "a evolução tecnológica e as novas práticas comerciais" trouxeram a necessidade de atualizar a norma, para alcançar outros tipos de operação financeira. A Decred foi substituída pela plataforma "e-Financeira", criada em 2015.
O sistema funciona da mesma forma: serve para que as instituições financeiras informem as operações à Receita, sem que o contribuinte tenha que fazer nada.
Desde então, os bancos tradicionais (públicos e privados) passaram a ser obrigados a informar ao Fisco os montantes globais mensalmente movimentados pelos contribuintes quando os valores fossem, por tipo de operação financeira:
maiores que R$ 2 mil por mês, por pessoa física (CPF);
maiores que R$ 6 mil por mês, por empresa (CNPJ).
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2. O que mudou agora?
Além dos bancos tradicionais, outras instituições foram incluídas na obrigação de repassar à Receita Federal os dados das movimentações financeiras dos seus clientes.
São elas: as operadoras de cartão de crédito, que cuidam das famosas "maquininhas", e as instituições de pagamento (IP), empresas de menor porte como os bancos virtuais, que viabilizam a movimentação de recursos, mas não oferecem empréstimos e financiamentos.
A norma também trouxe uma especificação de que as transações via PIX, cartões de débito, cartões de loja e moedas eletrônicas passaram a fazer parte das operações que devem ser informadas.
O valor mínimo que o contribuinte precisa movimentar para que a instituição seja obrigada a enviar seus dados à Receita também foi estipulado: na soma de todas as transações, por cada tipo de operação financeira, precisa ser:
maior que R$ 5 mil por mês, por pessoa física (CPF);
maior que R$ 15 mil por mês, por empresa (CNPJ).
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3. Quando foi anunciada a mudança?
A ampliação da fiscalização foi anunciada em setembro do ano passado e entrou em vigor em 1º de janeiro de 2025.
O envio dos dados à Receita começa em agosto, relativos às transações feitas entre janeiro e julho deste ano. As informações referentes ao segundo semestre serão enviadas até fevereiro de 2026.
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Receita Federal aumenta monitoramento das transações financeiras
4. O PIX será taxado?
As novas regras não implicam a cobrança direta de nenhum imposto. Conforme a Receita, "não existe tributação sobre o PIX e nunca vai existir, até porque a Constituição não autoriza imposto sobre movimentação financeira".
O órgão, inclusive, emitiu um alerta para uma nova tentativa de golpe sobre o assunto que está circulando nas redes sociais.
Criminosos estão abordando possíveis vítimas dizendo que há uma suposta cobrança de taxas pela Receita Federal sobre transações via PIX em valores acima de R$ 5 mil e, por isso, pedem que um boleto seja pago.
No entanto, a notícia é falsa. A Receita não envia cobranças ou comunicados por WhatsApp, SMS ou redes sociais.
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5. A que dados a Receita tem acesso?
A Receita tem acesso a informações fundamentais para cumprir a sua função de órgão do governo responsável por administrar tributos federais, além de atuar no combate à pirataria, à sonegação fiscal, ao tráfico de drogas e ao contrabando.
Entre essas informações estão:
Dados pessoais como: nome, nacionalidade, residência fiscal, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);
Número da conta bancária ou equivalente;
Número de Identificação Fiscal (NIF) no exterior, caso seja adotado pelo país de residência fiscal informado;
Valores movimentados mensalmente;
Moeda utilizada em movimentações financeiras;
Demais informações cadastrais, entre outras.
No entanto, segundo a Receita, no repasse das informações pelas instituições financeiras e administradoras de cartão de crédito, não existe "qualquer elemento que permita identificar a origem ou a natureza dos gastos efetuados". O segredo das operações é garantido pelo sigilo bancário.
"Por exemplo, quando uma pessoa realiza uma transferência de sua conta para um terceiro, seja enviando um PIX ou fazendo uma operação do tipo DOC ou TED, não se identifica, na e-Financeira, para quem ou a que título esse valor individual foi enviado", informou a Receita Federal.
O que a Receita pretende com a mudança nas regras é prender pessoas que buscam ocultar a origem ilícita de recursos, muitas vezes oriunda de crimes como lavagem de dinheiro ou do crime organizado.
Em entrevista ao g1, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, negou que as alterações anunciadas tenham por objetivo multar as pessoas físicas, como os pequenos trabalhadores que trabalham por aplicativo ou no mercado informal, por exemplo. (veja abaixo os cuidados a tomar)
Ele também lembrou que o órgão possui há décadas informações sobre as transações financeiras dos contribuintes, mas que elas têm se concentrado principalmente no PIX nos últimos anos.
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Receita Federal passa a monitorar movimentações acima de R$ 5 mil no PIX; entenda
6. O que eu preciso fazer?
Em relação ao envio dos dados sobre movimentações financeiras à Receita, não há nada que o contribuinte precise fazer. A responsabilidade de repassar as informações é das instituições bancárias e de pagamento.
Agora, como já ocorria antes, quem recebe rendimentos tributáveis acima de R$ 2.824 por mês tem a obrigação de entregar a declaração anual do Imposto de Renda.
Com a declaração, a Receita já consegue saber se as transações do contribuinte são compatíveis com os rendimentos do trabalho.
"Os dados recebidos poderão, por exemplo, ser disponibilizados na declaração pré-preenchida do Imposto de Renda da pessoa física no ano que vem, evitando-se divergências", diz a Receita.
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7. Devo me preocupar?
O aumento da fiscalização da Receita sobre o pagamento de impostos pode atingir quem não declara os seus rendimentos de forma correta.
"A omissão de receitas pode levar à inclusão na malha fina, cobrança de multas e, em casos mais graves, processos por sonegação fiscal", alerta o advogado Gabriel Santana Vieira, especialista em direito tributário.
O secretário Robinson Barreirinhas negou que as alterações tenham por objetivo multar as pessoas físicas, que trabalham por aplicativo ou no mercado informal, por exemplo.
De acordo com ele, "uma pessoa que tem um salário de R$ 10 mil e gasta R$ 20 mil todos os meses no cartão de crédito", durante vários anos seguidos, pode vir a chamar a atenção da Receita. No entanto, antes de chamá-la para explicar os gastos, o órgão ainda vai cruzar outras informações.
"A Receita Federal tem as informações das empresas ligadas a ela, dos parentes relacionados a ela, e pode, nesse cruzamento especial", ver que ela está simplesmente pagando a despesa de um familiar, disse Barreirinhas.
"E vamos dizer que, mesmo depois de todo esse cruzamento, ainda haja uma inconsistência relevante. Nesse caso, e somente nesse caso, ela pode ser notificado para explicar. E vai poder explicar. Às vezes tem outras razões para esse tipo de despesa."
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Inflação da Argentina desacelera e fecha 2024 em 117,8%
Resultado é 94 pontos percentuais (p.p.) menor do que o registrado em 2023, de 211%. Presidente do país, Javier Milei, tem adotado uma série de medidas de combate ao aumento dos preços. Inflação na Argentina fecha em 117,8%, em 2024
A inflação na Argentina ficou em 117,8% no ano passado, um recuo de quase 94 pontos em relação aos 211,4% de 2023. Os dados foram divulgados na terça-feira (14) pelo Instituto Oficial de Estatísticas do país, o Indec.
Os números indicam ainda que o aumento de preços ficou em 2,7% em dezembro na comparação mensal. Essa foi a terceira medição mensal consecutiva abaixo dos 3%.
O dado confirma "a continuidade do processo de desinflação", escreveu no X o ministro da Economia, Luis Caputo, após a divulgação do dado.
"Isto ocorre em um mês no qual o índice apresenta uma sazonalidade positiva, vinculada às festas e ao início do período de férias de verão, e em um contexto no qual tanto a atividade econômica quanto as rendas reais da população apresentam forte recuperação", acrescentou.
O indicador foi impulsionado sobretudo pelos setores "moradia, água, eletricidade, gás e outros combustíveis", que tiveram um aumento de 5,3%, e comunicação, com 5%.
Os setores com menor crescimento foram "equipamento e manutenção do lar", com 0,9%, e peças de vestuário e calçados, com 1,6%.
Risco-país da Argentina caiu para o nível mais baixo desde 2018
No início do mês, a notícia de que o índice de risco-país da Argentina caiu para o nível mais baixo desde maio de 2018 já havia indicado um maior otimismo dos investidores com os ativos locais, projetando uma recuperação econômica significativa em 2025.
O indicador é uma espécie de "seguro contra calote" dos países e funciona como um comparativo entre as economias: quanto mais alto, mais arriscado o país é considerado pelos investidores.
O país vem enfrentando uma forte reorganização econômica há pouco mais de um ano, com a implementação do "Plano Motosserra" do presidente argentino, Javier Milei. O plano inclui cortes de todos os tipos: de gastos, de normas burocráticas e de tudo o que Milei via como intervenção excessiva do estado no dia a dia da economia.
Em dezembro, o g1 foi até a Argentina para ver os resultados do plano na prática. Foram flexibilizadas regras trabalhistas e políticas de aluguéis. Empresas públicas foram privatizadas e funcionários públicos, demitidos.
O presidente da Argentina, Javier Milei, completou seu primeiro ano de mandato
Agustin Marcarian/Reuters
Argentina de Milei: g1 mostra o que mudou na vida e na economia do país, um ano após o Plano Motosserra
Restrições a exportações deixaram de existir. Essas restrições costumam ser adotadas como uma forma de preservar a oferta e evitar o encarecimento de produtos, principalmente alimentos. O princípio dos liberais, porém, é deixar o mercado livre para operar como quiser e, além disso, mais exportações também impulsionam a moeda nacional contra o dólar.
Também foram derrubados antigos congelamentos de preços e subsídios a serviços básicos, como transporte público, contas de água e luz.
A ideia com tudo isso era reduzir os gastos do governo, liberalizar a economia, gerar maior entrada de dólares no país e aumentar a confiança no futuro da Argentina. E, claro, o principal: reduzir uma hiperinflação, que era de impressionantes 211,4% em 12 meses ao final de 2023.
A inflação cedeu e se tornou a grande vitória de Milei em seu primeiro ano. Vieram também os superávits: pela primeira vez em 13 anos, a Argentina terá um ano em que arrecadou mais do que gastou.
Depois de registrar superávit de 357 bilhões de pesos em novembro (cerca de US$ 337,43 milhões), 11° mês consecutivo de resultado positivo, o governo espera encerrar o ano com um superávit primário correspondente a cerca de 1,9% do PIB.
Esse é um pilar fundamental das políticas de Milei, já que o país precisa urgentemente fazer reservas em dólar, mostrar que pode cumprir seus compromissos e é um porto seguro para investidores.
Mas esse resultado veio a duras penas para a população mais pobre. Com desemprego e preços em alta, a pobreza subiu e passou a atingir mais da metade da população — consequência direta dos cortes de subsídios e fim dos controles de preços, que encareceram transporte, energia, água e outros produtos e serviços básicos.
Quando Milei tomou posse, eram 41,7% de pobres (12,3 milhões). Ao final do primeiro semestre de governo, eram 52,9% (15,7 milhões de pessoas).
Com a paralisação da economia, causada pela motosserra, a atividade econômica desabou. No terceiro trimestre de 2024, o último que se tem dados divulgados até aqui, o PIB argentino teve queda de 2,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Deve fechar o ano com contração de 3,5%, segundo as projeções do FMI.
Mesmo assim, a popularidade de Milei continua alta. Por mais dolorosas que sejam as medidas, os argentinos parecem considerar que esse é um caminho necessário para uma melhora da economia e que o presidente ainda tem um tempo para reverter o jogo.
Segundo os relatos ouvidos pelo g1, no entanto, Há quem tenha pouca esperança de que a vida vá melhorar. Veja mais detalhes no vídeo abaixo.
Argentina de Milei: o que mudou um ano após o Plano Motosserra
PIX: Governo vai acionar Justiça contra fake news e golpes, diz Haddad
Ministro da Fazenda afirmou que 'tem havido crimes envolvendo relações de consumo' e que a AGU foi acionada para tomar medidas judiciais. Crimes, segundo o ministro, envolvem cobrança adicional pelo pagamento com o PIX em comércios. Ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Diogo Zacarias/MF
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (15) que o governo vai acionar a Justiça contra quem está propagando fake news sobre a taxação do PIX ou aplicando golpes (leia mais abaixo).
"A AGU [Advocacia-Geral da União] foi envolvida para tomar providências judiciais contra os golpistas. Quem está divulgando fake news está patrocinando organizações criminosas no país, que estão atuando, mandando boleto para a casa das pessoas, cobrando a mais indevidamente, dizendo que estão sendo taxados", declarou.
PIX: Governo vai acionar Justiça contra fake news e golpes, diz Haddad
Compras com cartões e PIX: estados já recebem dados detalhados de pagamentos desde 2018
Haddad afirmou que "tem havido crimes envolvendo relações de consumo" e que a AGU foi acionada para tomar medidas judiciais. Os crimes, segundo o ministro, envolvem cobrança adicional pelo pagamento com o PIX em comércios.
Como mostrou o Jornal Nacional, há casos de golpes com boletos falsificados enquanto circulam nas redes sociais mentiras sobre o PIX.
Uma das mensagens falsas usa a foto de perfil que imita o logo da Receita Federal. O texto diz que a pessoa foi taxada por usar mais de R$ 5 mil no PIX no mês, e que ela precisa pagar R$ 845 para evitar o bloqueio do CPF. É golpe.
"Isso está na ótica da AGU, o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] pediu providências judiciais — as cabíveis, claro, na forma da lei, e nós vamos tomar providências em relação a isso", completou o ministro.
Questionado sobre uma eventual campanha publicitária contra as notícias falsas, Haddad disse que "o fortalecimento do sistema financeiro está sempre na agenda".
Fato ou Fake: Impostos sobre movimentação no pix acima de R$ 5 mil
Novas regras da Receita
No último dia 3 de janeiro, a Receita Federal informou que passou a contar com novos instrumentos para fiscalizar as transações financeiras realizadas pelos contribuintes.
➡️O órgão vai passar a receber também informações das chamadas "instituições de pagamento", aquelas que fazem transferências, mas não ofertam empréstimos.
Com as mudanças, as transferências feitas por meio das "carteiras eletrônicas ou digitais" de instituições de pagamento, englobando pagamentos por aproximação via celulares ou relógios (com pagamento a débito ou via cartão de crédito) também entraram no radar, além das operações feitas por meio das "maquininhas".
💲 Os dados só serão enviados quando o montante total movimentado, por cada tipo de operação financeira (PIX, pagamento ou investimento, por exemplo), for:
superior a R$ 5 mil, para pessoas físicas;
superior a R$ 15 mil, para empresas.
Até o fim de 2024, a Receita já recebia esse tipo de informação dos bancos tradicionais, públicos e privados, em operações como PIX, aplicações financeiras, seguros, planos de previdência e investimentos em ações.
Contudo, o anúncio da Receita motivou o aparecimento de informações falsas, que afirmam que as transações acima de R$ 5 mil serão taxadas.
Resultado do concurso TSE Unificado é divulgado; veja como acessar
Processo seletivo vai preencher 412 vagas para cargos efetivos na Justiça Eleitoral, distribuídos no TSE e em 26 TREs do país; salários iniciais variam entre R$ 8,5 mil e quase R$ 14 mil. Fachada do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Luiz Roberto/Secom/TSE
Os resultados do primeiro concurso público unificado da Justiça Eleitoral, o "TSE Unificado", foram divulgados no fim da manhã desta quarta-feira (15) no site do Cebraspe.
Foram publicados os resultados finais nas provas objetivas para todos os cargos, e o resultado provisório na prova discursiva para os cargos de analista judiciário.
➡️ ACESSE AQUI O RESULTADO
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Além disso, houve a convocação para o teste de aptidão física para as vagas de agente da polícia judicial.
Candidatos que se declararam negros, indígenas ou com deficiência também foram chamados para os procedimentos de verificação para a reserva de vagas.
As provas do TSE Unificado foram realizadas em dezembro, para preencher 412 vagas de nível superior para os cargos de analista e técnico judiciário. Os salários iniciais variam entre R$ 8,5 mil e quase R$ 14 mil.
As oportunidades estão distribuídas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e em 26 tribunais regionais eleitorais (TREs). (veja no mapa abaixo)
De acordo com o TSE, o resultado final do certame está previsto para sair em junho deste ano. As nomeações estão programadas para o mês seguinte, julho.
Distribuição das vagas
O salário inicial para a carreira de analista judiciário é de R$ 13.994,78, e as oportunidades estão divididas da seguinte forma:
área administrativa: qualquer área de formação e contabilidade;
área de apoio especializado: arquitetura; arquivologia; biblioteconomia; enfermagem; engenharia civil; engenharia elétrica; engenharia mecânica; estatística; medicina (clínica médica); medicina (psiquiatria); medicina do trabalho; odontologia; psicologia; serviço social; tecnologia da informação;
área judiciária: direito.
Já as vagas de técnico judiciário foram separadas em três cargos, e os salários podem ser diferentes. Veja:
área administrativa (qualquer área de formação) - salário de R$ 8.529,65;
agente da polícia judicial (área administrativa) - salário de R$ 9.773,56;
programação de sistemas (área de apoio especializado) - salário de R$ 8.529,65.
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Davos: conflitos armados, tensões econômicas e mudanças climáticas são riscos para 2025, diz pesquisa
Pesquisa ouviu mais de 900 líderes globais e apontou principais perspectivas para o mundo no curto e no longo prazo. Prédios destruídos na Faixa de Gaza durante conflito entre Israel e Hamas, vistos do sul de Israel
Kai Pfaffenbach/Reuters
O aumento dos conflitos armados entre países, o avanço das mudanças climáticas e as tensões econômicas pelo mundo são os principais fatores de risco para 2025, mostrou uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) divulgada nesta quarta-feira (15).
A pesquisa ouviu mais de 900 líderes globais do mundo acadêmico, empresarial, governamental, de organizações internacionais e da sociedade civil.
Esse quadro, de acordo com a economista e diretora-executiva do WEF, Saadia Zahidi, tem trazido um maior pessimismo para o mundo, em um cenário caracterizado por “maior instabilidade, polarização de narrativas, erosão da confiança e insegurança”.
No topo da lista de maiores preocupações para este ano estão os conflitos armados, com 23% dos respondentes assinalando esse como um dos principais fatores de risco. Em seguida, vieram os eventos climáticos extremos (14%) e os confrontos geoeconômicos (8%).
Inflação, calor e seca: mudanças climáticas devem encarecer alimentos e energia no longo prazo; entenda
Veja a lista abaixo:
Segundo o documento, o atual clima geopolítico no mundo – que vem na esteira da invasão da Ucrânia pela Rússia e das guerras vistas no Oriente Médio e no Sudão – tem aumentado a expectativa de uma crise ao longo deste ano.
Em comparação com o ano passado, esse risco subiu do 8º para o 1º lugar no ranking.
De acordo com o relatório, as tensões geopolíticas também estão associadas ao risco crescente de confronto geoeconômico – como pela aplicação de sanções ou tarifas, por exemplo – que, por sua vez, é impulsionado pela desigualdade e pela polarização social, entre outros fatores.
Já entre os riscos ambientais, o documento reporta que os impactos negativos das mudanças climáticas têm se tornado cada vez mais evidentes.
Isso porque o uso contínuo de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás, tem levado a eventos climáticos extremos com frequência e gravidade cada vez maiores.
“Ondas de calor em todas as partes da Ásia; inundações no Brasil, na Indonésia e em partes da Europa; incêndios florestais no Canadá; e furacões Helene e Milton nos Estados Unidos são apenas alguns exemplos recentes de tais eventos”, diz o relatório.
Ventos de furacão ainda ameaçam combate aos incêndios florestais em Los Angeles, EUA
Falta de conhecimento e desinformação são preocupações no curto prazo
O relatório ainda indica que a falta de conhecimento e a desinformação sobre tópicos importantes da política e da economia são os principais pontos de preocupação no curto prazo, tendo liderado o ranking de riscos para 2027.
“Existem muitas maneiras pelas quais a proliferação de conteúdo falso ou enganoso está complicando o ambiente geopolítico”, diz o documento.
Segundo o relatório, essa divulgação de conteúdo falso ou enganoso pode ser um mecanismo usado para influenciar as intenções de eleitores, pode semear dúvidas entre o público geral sobre o que está acontecendo em zonas de conflito e pode até mesmo ser usada para manchar a imagem de produtos ou serviços de outros países.
“Além disso, fica cada vez mais difícil diferenciar quando essas desinformações estão sendo geradas por inteligência artificial [IA] ou por seres humanos”, afirma o documento, reiterando que as ferramentas de IA têm permitido a proliferação dessas informações em formato de vídeo, áudio, imagens ou texto.
Pessimismo também alcança o longo prazo
O relatório do WEF indica, ainda, que os entrevistados também estão mais pessimistas em relação aos próximos 10 anos, sinalizando um caminho desafiador até 2035. Segundo a pesquisa, 62% dos respondentes têm uma perspectiva “turbulenta” sobre o período.
Nesse caso, o documento mostra que o risco ambiental é o principal fator de preocupação, com previsões de que os eventos climáticos extremos se tornem cada vez mais severos. Há ainda preocupações com a perda da biodiversidade e o colapso do ecossistema.
Mudanças dos sistemas ambientais da Terra, escassez de recursos naturais e poluição também são citadas.
As preocupações do longo prazo também envolvem riscos tecnológicos – com desenvolvimentos adversos do uso de tecnologias de IA – e riscos sociais.
“Esse é um importante par de riscos a se observar, dado o quão relacionados eles podem ser nos cenários de instabilidade social, política e geoestratégica. Em sociedades superenvelhecidas [...], as condições demográficas desfavoráveis tendem a acentuar esses riscos ao longo dos próximos 10 anos”, aponta o documento.
O Fórum Econômico Mundial é uma organização internacional independente que realiza encontros anuais com líderes do mundo inteiro para tratar sobre tópicos importantes para o crescimento e desenvolvimento mundial. Neste ano, o evento, que acontece em Davos, na Suíça, acontecerá entre os dias 20 e 24 de janeiro.
Dólar fecha aos R$ 6,02, com dados de inflação nos EUA e cessar-fogo em Gaza; Ibovespa sobe quase 3%
A moeda norte-americana fechou em queda de 0,36%, cotada a R$ 6,0241. Já o principal índice da bolsa subiu 2,81%, aos 122.650 pontos. Dólar
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O dólar fechou em queda nesta quarta-feira (15), aos R$ 6,02. Investidores acompanham os dados de inflação dos Estados Unidos desta semana e a notícia de um cessar-fogo entre Israel e Hamas. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, fechou em forte alta, de quase 3%.
Após 467 dias de guerra em Gaza e quase 48 mil mortos, o tratado entra em vigor no domingo (19). Esse é o segundo acordo de trégua desde o início do conflito em outubro de 2023, que intensificou as tensões no Oriente Médio.
Desta vez, a proposta é implementar medidas para acabar com o conflito em fases. Saiba mais na reportagem do g1.
Nos EUA, a inflação ao consumidor subiu 0,4% em dezembro, com custos mais altos dos produtos de energia e acima da expectativa de 0,3%. Em 12 meses, a inflação ficou em 2,9%, conforme esperado.
Apesar da alta, os dados do núcleo da inflação de dezembro foram mais baixos do que o esperado, o que animou os mercados aqui e lá fora. Os três principais índices de Wall Street subiram mais que 1,5%.
Além disso, a temporada de balanços corporativos nos EUA começa, com grandes empresas financeiras divulgando resultados nesta quarta-feira.
Já no cenário doméstico, as atenções ficam com os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado das contas públicas em novembro também ficou na mira durante o dia.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar acumula alta de quase 28% em 2024
Dólar
O dólar fechou em queda de 0,36%, cotado a R$ 6,0241. Na mínima do dia, foi a R$ 6,0114. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,27% na semana;
recuo de 2,52% no mês e no ano.
Na véspera, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,85%, cotada a R$ 6,0458.
Ibovespa
O Ibovespa fechou em alta de 2,81%, aos 122.650 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 3,19% na semana;
ganho de 1,97% no mês e no ano.
Na véspera, o índice fechou em alta de 0,25%, aos 119.299 pontos.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
A inflação nos EUA e seus possíveis efeitos na política de juros do Federal Reserve (Fed) continuam a impactar os mercados. Segundo o Departamento de Trabalho dos EUA, a inflação ao consumidor subiu 0,4% em dezembro, acima da expectativa de 0,3%. Em 12 meses, a inflação ficou em 2,9%, conforme esperado.
Na véspera, o Departamento do Trabalho dos EUA indicou que o índice de preços ao produtor (PPI) subiu 0,2% em dezembro, após um aumento revisado de 0,4% em novembro. Em 12 meses, o índice avançou 3,3%.
Com os núcleos mais comportados, porém, o mercado entende que o Fed pode realizar mais cortes de juros este ano. Juros mais baixos nos EUA diminuem a rentabilidade dos títulos públicos do país, considerados os mais seguros do mundo, e podem tirar a força do dólar frente a outras moedas, incluindo o real.
Por outro lado, o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, disse nesta quarta que ainda acredita que a inflação está progredindo em direção à meta de 2%, e que está particularmente encorajado pela recente flexibilização da inflação relacionada ao setor imobiliário e otimista quanto à continuidade da desaceleração econômica em 2025.
Ao mesmo tempo, Goolsbee afirmou, durante um fórum sobre perspectivas econômicas no Fed de Chicago, que os sinais recentes de arrefecimento da inflação são desanimadores, porque se encaixam no que tem sido um padrão persistente de melhorias sazonais nas pressões sobre os preços.
Esse cenário de dólar forte e juros mais altos do que o previsto nos EUA fica ainda mais evidente com a eleição de Donald Trump para a Casa Branca.
O novo presidente dos EUA promete uma agenda protecionista, priorizando a atividade interna e limitando a concorrência estrangeira. Isso pode pressionar a inflação e impedir novos cortes de juros pelo Fed.
Além disso, a temporada de balanços corporativos nos EUA começa com a divulgação dos resultados de BlackRock, Citigroup, Goldman Sachs, J.P. Morgan e Wells Fargo nesta quarta-feira.
No Brasil, o destaque é a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de novembro, divulgada pelo IBGE. O setor de serviços apresentou uma retração de 0,9% no mês, contra a expectativa de recuo de 0,3%. Apesar disso, o setor deve ter encerrado 2024 com desempenho positivo.
Por fim, investidores continuam atentos ao cenário fiscal brasileiro. Em novembro, as contas do governo registraram um déficit primário de R$ 4,5 bilhões, uma melhora em relação ao déficit de R$ 38 bilhões no mesmo período do ano passado.
Nos primeiros onze meses deste ano, o déficit acumulado foi de R$ 66,82 bilhões, comparado a R$ 112,46 bilhões no mesmo período do ano passado.
Na véspera, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o projeto que flexibiliza o pagamento das dívidas bilionárias dos estados com o governo federal.
Lula vetou trechos que, segundo o governo, impactariam o resultado primário das contas públicas, buscando equilíbrio entre receita e despesas em 2025 e nos próximos anos. Esses trechos serão analisados novamente pelo Congresso, que pode restaurá-los se atingir um número mínimo de votos.
"A sanção presidencial reforça o compromisso com a solução das dívidas dos estados, permitindo a redução dos juros, o alongamento da dívida e o uso de ativos para abater débitos, incentivando uma gestão fiscal responsável e investimentos em áreas prioritárias para o desenvolvimento do país", afirmou o governo.
Nesta quarta-feira, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse que a renegociação da dívida dos estados deve levar a uma perda de R$ 20 bilhões por ano para o governo federal.
Esse prejuízo é financeiro e não vai impactar o resultado primário — que mede as receitas com tributos e impostos em relação às despesas do governo.
CNU: entenda como serão os cursos de formação do 'Enem dos Concursos'
Edital específico sobre o assunto foi publicado nesta quarta (15). Candidatos aprovados para vagas imediatas serão convocados em fevereiro e deverão confirmar interesse em participar. Carreiras com curso de formação no Concurso Público Nacional Unificado (CNU)
Reprodução/Youtube
O Ministério da Gestão publicou nesta quarta-feira (15) um edital específico sobre os cursos de formação do Concurso Público Nacional Unificado (CNU), o "Enem dos Concursos".
➡️ VEJA O EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA OS CURSOS DE FORMAÇÃO
Ao todo, 2.305 candidatos serão aprovados para as vagas imediatas das nove carreiras do CNU que exigem essa etapa (veja a imagem acima) e devem manifestar interesse em participar dos cursos, da seguinte forma:
No dia 4 de fevereiro, será divulgada a 1ª lista de classificação do concurso, e os participantes aprovados terão até o dia 5 para confirmar, na área do candidato, o interesse no curso de formação, etapa obrigatória para assumir o cargo;
Como alguns candidatos, provavelmente, não vão confirmar a participação, uma segunda lista de aprovados sairá no dia 11 de fevereiro, e uma terceira, no dia 18 de fevereiro;
Esses participantes também terão até o dia seguinte à convocação para manifestar interesse em seguir no processo para ocupar a vaga;
No dia 28 de fevereiro, será divulgada a lista definitiva de aprovados, e eles serão convocados para matrícula nos cursos de formação.
No CNU, os candidatos fizeram uma única prova para concorrer a quantos cargos desejassem dentro de uma mesma área de atuação (bloco temático). E, na hora da inscrição, deveriam ordenar a sua preferência entre as carreiras selecionadas.
Agora, de acordo com o Ministério da Gestão, cada candidato só poderá participar de um curso de formação.
Funciona assim:
➡️ Se um participante for convocado para o curso de formação do 2º cargo na sua lista de preferência, ele será automaticamente eliminado das disputas das vagas menos desejadas, mas seguirá na lista de espera da carreira preferida. A partir disso, terá duas opções:
O candidato pode manifestar interesse em participar do curso do 2º cargo. E se, mais tarde, ele for convocado para a sua carreira preferida, será automaticamente realocado. Não precisará confirmar a participação novamente.
Agora, se ele não manifestar interesse no curso do 2º cargo dentro do prazo estabelecido, será eliminado da disputa de vagas relativas a ele, mas poderá aguardar uma possível convocação para o cargo preferido e, aí sim, confirmar a participação.
Durante o curso, os convocados receberão 50% da remuneração inicial prevista para o cargo, com exceção dos servidores públicos, que poderão optar por manter os vencimentos atuais.
A maioria dos cursos de formação será realizada em Brasília (DF). A duração varia de 140 a 580 horas, com modalidades presenciais e híbridas.
As instituições responsáveis incluem a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), além do Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe).
Veja as cidades, duração e instituições responsáveis pela realização dos cursos de formação:
Segundo o Ministério da Gestão, a formação tem como objetivo desenvolver competências técnicas, gerenciais e estratégicas, além de proporcionar um entendimento mais profundo sobre as funções e responsabilidades dos cargos.
O regime de aulas e a duração dos cursos serão determinados em regulamentos específicos das instituições responsáveis. Durante o curso, os matriculados deverão cumprir diversas obrigações, como:
Frequentar todas as aulas e atividades programadas pontualmente;
Realizar e entregar trabalhos e avaliações nos prazos estipulados;
Cumprir atividades não presenciais;
Dedicar-se integralmente e exclusivamente ao curso de formação, tendo em vista que essa etapa é classificatória e eliminatória.
Novo cronograma
CNU: governo antecipa divulgação da lista de aprovados
Nesta terça-feira (14), o governo anunciou que vai antecipar a divulgação dos resultados do CNU para o dia 4 de fevereiro.
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No caso dos cargos do bloco 8, de nível médio, a lista publicada neste dia já será a definitiva. Já para as vagas de nível superior, dos blocos 1 a 7, serão feitas as três convocações descritas acima, nos dias 4, 11 e 18.
➡️ VEJA O EDITAL QUE ALTERA O CRONOGRAMA DOS BLOCOS 1 AO 7
➡️ VEJA O EDITAL QUE ALTERA O CRONOGRAMA DO BLOCO 8
Até então, a primeira lista de classificação do CNU estava prevista para sair no dia 11 de fevereiro, depois de ser adiada por uma decisão judicial que reintegrou ao concurso cerca de 32 mil candidatos, por dois motivos:
garantir a correção da prova escrita dos participantes que concorrem a vagas reservadas para negros em quantidade equivalente a dos candidatos de ampla concorrência;
cancelar a eliminação dos participantes que deixaram de preencher uma das formas de identificação do gabarito ("bolinha" ou frase da capa).
Desde o anúncio deste novo cronograma, em novembro, esses participantes tiveram as notas divulgadas e foram convocados para as etapas do concurso que não tinham tido a oportunidade de realizar anteriormente.
Nesta quarta-feira (15), inclusive, sai o resultado preliminar da avaliação de títulos dos candidatos reintegrados.
As provas do "Enem dos concursos" foram aplicadas no dia 18 de agosto de 2024, após um adiamento por causa da tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul.
Inédito, o CNU centralizou em um único processo seletivo os concursos autorizados para contratação de servidores públicos em diferentes órgãos do governo federal, reunindo mais de 6,6 mil vagas. E é o maior concurso do país em número de inscritos (2,1 milhões).
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Governo escolhe o mascote da COP 30, em Belém: o curupira
A nova gestão da Secretaria de Comunicação da Presidência da República já escolheu o mascote da Conferência do Clima (COP 30), a ser realizada em Belém (PA) em novembro deste ano.
Será o curupira, um ser mítico do folclore brasileiro que protege as florestas de quem derruba as árvores, fazendo com que a pessoa se perca na floresta.
Segundo a lenda, o curupira consegue enganar quem tenta capturá-lo porque tem os pés virados, com os calcanhares para frente. O mito tem origem nas crenças dos povos indígenas da região Norte.
A ideia é usar o mascote para divulgar o evento internacionalmente e para fazer o material do governo para a própria conferência.
O desenho oficial do mascote ainda deve ser encomendado, e não há uma data prevista para que seja divulgado. Veja abaixo uma ilustração do personagem, feita em 2021 pela Rede Amazônica:
Desenho representando o curupira; versão para a COP 30 ainda será desenhada
Celso Costa/Rede Amazônica
Compras com cartões e PIX: estados já recebem dados detalhados de pagamentos desde 2018
Dados globais de movimentações enviadas à Receita geraram polêmica. Estados dizem receber informações sobre pagamentos feitos às empresas, que consideram essenciais para que os fiscos desempenhem suas 'funções constitucionais de arrecadação e fiscalização'. O governo federal não é o único ente federativo que tem acesso às movimentações financeiras dos contribuintes, um tema que tem gerado forte debate. Desde 2018, os estados também recebem informações sobre essas transações. Os dados correspondem a pagamentos feitos a empresas, que são utilizados na fiscalização do recolhimento do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) estadual através de meios eletrônicos. Além disso, os estados também recebem informações do PIX, instituído no fim de 2020. 🔎O ICMS estadual é o tributo que mais arrecada no país atualmente. Embutido em todos os produtos e serviços ofertados no país, o imposto é cobrado dos consumidores. Mas os valores são recolhidos aos cofres públicos pelas empresas. Os estados possuem leis próprias e regulamentos internos. As informações sobre as movimentações financeiras das empresas são enviadas pelas instituições financeiras aos estados por meio da Declaração de Informações de Meios de Pagamentos (DIMP). O objetivo do envio é comprovar todas as transações financeiras para combater a sonegação de impostos pelas empresas que recolhem o ICMS. No caso dos estados, os dados são mais detalhados: eles sabem o valor de cada operação recebida pelas lojas. Eles alegam, entretanto, que não têm acesso às informações de quem fez o pagamento. O governo federal, por sua vez, recebe informações sobre as movimentações financeiras globais, sem detalhamento, acima de R$ 5 mil (pessoas físicas) e R$ 15 mil (empresas) — valores em vigor desde o começo deste ano. Para o Comsefaz, que representa os estados, é "aspecto crucial garantir que os Estados tenham as mesmas condições de fiscalização que a União, fortalecendo a autonomia federativa e assegurando a justiça fiscal em todas as esferas". "O que interessa para as fazendas estaduais é quanto o contribuinte recebeu. Por exemplo, se há um PIX de João direto para uma loja, os estados não ficam sabendo que João gastou dez reais, mas saberão que a loja recebeu dez reais. Assim poderão evitar sonegação e concorrência desleal", informou o Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), que representa os estados. Entenda o que muda na fiscalização da Receita sobre compras com cartões e PIX O Comsefaz diz, também, que a declaração enviada pelos bancos "permite verificar se as notas fiscais emitidas correspondem aos pagamentos realizados, contribuindo para identificar fraudes e omissões na emissão de documentos fiscais". "Vale destacar que essas informações são indispensáveis para o acompanhamento dos avanços tecnológicos. Com a disseminação de novas formas de pagamento digital, como o PIX, a DIMP ajuda os fiscos a manterem a fiscalização alinhada às inovações da sociedade", acrescentou o Comsefaz, por meio de nota. O órgão observou que a DIMP é diferente da e-financeira, declaração enviada pelos bancos, instituições de pagamento e fintechs (empresas que caracterizam pelo uso intensivo de tecnologia na oferta de serviços financeiros) ao governo federal. "A DIMP [declaração enviada pelos bancos aos estados] contempla dados que são indispensáveis a fiscalização dos impostos sobre bens e serviços, diferentemente da e-financeira que auxilia a Receita Federal a combater sonegação nos impostos de competência da União, sendo o Imposto de Renda o mais conhecido deles", informaram os estados. Além disso, o Comsefaz diz que não há quebra de sigilo fiscal, e "sim uma transferência deste das instituições financeiras para as administrações tributárias". "Assim, os dados permanecem protegidos pelo dever de sigilo fiscal, garantindo a privacidade dos contribuintes e permitindo que a Fazenda Pública atue no combate à sonegação como forma de promoção da equidade e justiça fiscal, concluiu. LEIA TAMBÉM: É #FAKE que a Receita Federal esteja cobrando imposto do PIX para quem recebe mais de R$ 5 mil Mentiras sobre o PIX se espalham e alimentam golpes com boletos falsificados Destaque g1: saiba o que muda na fiscalização da Receita sobre compras com cartões e PIX Julgamento no STF Em setembro do ano passado, o plenário do Supremo Tribunal Federal validou, por maioria, regras de convênio do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) que estabelecem a obrigação das instituições de fornecer aos estados os seguintes dados: informações sobre pagamentos e transferências feitos por clientes (pessoas físicas e jurídicas) em operações eletrônicas (como Pix, cartões de débito e crédito) em que haja recolhimento do ICMS. A ação foi apresentada pela Confederação Nacional do Sistema Financeiro (Consif). A relatora do processo, ministra Cármen Lúcia, avaliou naquele momento que os deveres previstos no pedido de informações pelos estados não caracterizam quebra de sigilo bancário, constitucionalmente proibida. Mas, sim, uma transferência do sigilo das instituições financeiras e bancárias à administração tributária estadual ou distrital. Ela julgou, ainda, que os dados fornecidos são utilizados para a fiscalização do pagamento de impostos pelos estados e pelo Distrito Federal, que devem continuar a zelar pelo sigilo dessas informações e usá-las exclusivamente para o exercício de suas competências fiscais. Em divergência, o ministro Gilmar Mendes avaliou a norma não trazia critérios transparentes sobre a transmissão, a manutenção do sigilo e o armazenamento das informações nem requisitos adequados de proteção das garantias constitucionais dos titulares dos dados. O julgamento terminou com a manutenção da declaração de envio de dados aos estados, por seis votos a cinco. Votaram a favor: Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Flávio Dino, Dias Toffoli e Luiz Fux. Pela divergência aberta, votaram Gilmar Mendes, Nunes Marques, Cristiano Zanin, André Mendonça e Luís Roberto Barroso. "No julgamento da ADI 7276, o STF reafirmou a relevância de instrumentos como a DIMP para a modernização e eficácia da fiscalização tributária estadual, reconhecendo a legitimidade e necessidade do acesso a dados detalhados", avaliou o Comsefaz.
CNU: resultados de avaliação de títulos são divulgados nesta quarta-feira; saiba como acessar
A prova de títulos contribui para a nota final dos candidatos, considerando experiências profissionais e titulação acadêmica. Os resultados podem ser contestados até quinta-feira (16). As pontuações estarão disponíveis na página oficial do CNU
Reprodução/Fundação Cesgranrio
O resultado preliminar da avaliação de títulos do Concurso Público Nacional Unificado (CNU), para os cargos que incluem essa etapa, deve ser divulgado nesta quarta-feira (15).
➡️ A prova de títulos é uma fase do concurso em que a comprovação de experiências profissionais e titulação acadêmica, como pós-graduação, mestrado e doutorado, contribui para a composição da nota final dos candidatos. (entenda o cálculo ao fim da reportagem)
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As pontuações estarão disponíveis na página oficial da seleção. Os candidatos que discordarem do resultado poderão solicitar a revisão das notas até quinta-feira (16).
É importante destacar que os participantes não classificados nas etapas anteriores do concurso não tiveram seus títulos avaliados.
A divulgação da primeira lista de aprovados no "Enem dos Concursos" foi antecipada para o dia 4 de fevereiro. O anúncio foi feito em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (14).
Para o bloco 8, referente aos cargos de nível médio, essa lista será definitiva. Já para as vagas de nível superior, dos blocos de 1 a 7, outras classificações serão divulgadas ao longo do mês. (veja o cronograma abaixo)
Até então, o resultado final do CNU estava previsto para sair no dia 11 de fevereiro, depois de ser adiado por uma decisão judicial que reintegrou ao concurso cerca de 32 mil candidatos que haviam sido eliminados. (entenda mais abaixo)
Como os títulos compõem a nota final do concurso?
Para os cargos sem avaliação de títulos, a nota final do candidato será composta apenas pela pontuação da prova de múltipla escolha (80% da nota) e da parte escrita (20%).
Para os cargos que incluem a avaliação de títulos, as notas poderão ser calculadas da seguinte forma:
Múltipla escolha: 75% | Discursiva: 20% | Títulos: 5%; ou
Múltipla escolha: 70% | Discursiva: 20% | Títulos: 10%.
Conforme o edital, a prova de títulos vale, no máximo, 10 pontos, mesmo que a soma dos valores dos títulos apresentados seja superior a esse valor.
Os participantes tinham até o dia 5 de dezembro para enviarem os títulos.
Aqueles que não enviaram os títulos na forma e no prazo estabelecidos no edital receberão nota zero nesta etapa, mas não será desclassificado. Ou seja, o candidato concorrerá à vaga com a pontuação obtida na prova escrita e de múltipla escolha.
Os participantes do "Enem dos Concursos" terão uma nota diferente para cada um dos cargos aos quais estão concorrendo.
CNU: governo antecipa divulgação da lista de aprovados
Candidatos reintegrados
Mais de 32 mil candidatos foram reintegrados ao CNU em novembro por dois motivos:
Garantir a correção da prova escrita para vagas reservadas a negros em quantidade equivalente à dos candidatos de ampla concorrência.
Cancelar a eliminação de participantes que não preencheram corretamente a identificação do gabarito.
Desde o novo cronograma, esses candidatos foram convocados para enviar títulos e realizar outras etapas do concurso.
As provas do "Enem dos concursos" ocorreram em 18 de agosto de 2024, após adiamento devido às enchentes no Rio Grande do Sul.
O CNU centralizou concursos para diferentes órgãos federais, oferecendo mais de 6,6 mil vagas e registrando 2,1 milhões de inscritos, tornando-se o maior concurso do país.
Confira o novo cronograma
Cronograma de divulgação dos resultados finais do Concurso Nacional Unificado (CNU)
Reprodução/Youtube
Leia ainda
+Milionária pode pagar R$ 37,5 milhões nesta quarta-feira
Apostas podem ser feitas até as 19h em casas lotéricas, pelo site da Caixa Econômica Federal ou pelo aplicativo do banco. Volantes da +Milionária
Rafael Leal /g1
O concurso 216 da +Milionária pode pagar um prêmio de R$ 37,5 milhões para quem acertar a combinação de seis dezenas e dois trevos. O sorteio ocorre às 20h desta quarta-feira (15), em São Paulo.
No concurso do último sábado (4), ninguém levou o prêmio máximo.
A aposta mínima para a +Milionária custa R$ 6 e pode ser realizada até as 19h em casas lotéricas, pelo site da Caixa Econômica Federal ou pelo aplicativo do banco.
A +Milionária soma dois sorteios semanais: às quartas e sábados.
+Milionária: veja como jogar na loteria da Caixa
Sobre a +Milionária
As chances de vencer na loteria são ainda menores do que na Mega-Sena tradicional: para levar o prêmio máximo, é preciso acertar seis dezenas e dois “trevos”. (veja no vídeo acima)
O valor de uma aposta simples é de R$ 6. Com ela, o apostador pode escolher 6 números de 50 disponíveis e mais 2 trevos, dentre os seis disponíveis.
Para apostas múltiplas, é possível escolher de seis a 12 números e de dois a seis trevos, com preços que podem chegar a R$ 83,1 mil.
A +Milionária se destaca por oferecer o prêmio principal mínimo de R$ 10 milhões por sorteio e por possuir dez faixas de premiação. Saiba mais aqui.
Mega-Sena, concurso 2.815: prêmio acumula e vai a R$ 38 milhões
Veja os números sorteados: 05 - 20 - 28 - 38 - 50 - 53. Quina teve 38 apostas ganhadoras; cada uma vai levar R$ 75.919,13. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O sorteio do concurso 2.815 da Mega-Sena foi realizado na noite desta terça-feira (14), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas, e o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 38 milhões.
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Veja os números sorteados: 05 - 20 - 28 - 38 - 50 - 53
5 acertos - 38 apostas ganhadoras: R$ 75.919,13
4 acertos - 3.288 apostas ganhadoras: R$ 1.253,44
O próximo sorteio da Mega será na quinta-feira (16).
Mega-Sena, concurso 2.815
Reprodução/Caixa
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Inflação dos alimentos e fake news são desafios na comunicação do governo, diz novo ministro
'Precisamos comunicar com todos os públicos', diz Sidônio Palmeira, novo ministro da Secom O novo ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Sidônio Palmeira, destacou nesta terça-feira (14) em entrevista à GloboNews que os principais desafios da comunicação do governo incluem a alta no preço dos alimentos, o enfrentamento à desinformação nas redes sociais e a necessidade de dialogar com diversos setores da sociedade, como trabalhadores de aplicativos e evangélicos. Em suas declarações, Sidônio reforçou que a comunicação governamental deve ser ampla, alcançando todos os segmentos da população, e estar alinhada com a gestão e a política. “O Brasil é um país muito diverso, com várias realidades dentro de um mesmo território. Precisamos comunicar com todos os públicos: evangélicos, católicos, pessoas de diferentes regiões, e levar em conta as características de cada grupo. Isso inclui também os trabalhadores de aplicativos, que enfrentam uma nova dinâmica no mercado de trabalho e precisam saber das propostas e saídas que o governo tem para eles”, afirmou. 'População não consegue ver o governo em suas virtudes', diz Sidônio Palmeira ao assumir comunicação do governo Lula Alta de alimentos e economia popular Sidônio reconheceu que o aumento dos preços dos alimentos é um problema sensível para a população mais simples, que sente o impacto diretamente em supermercados e feiras livres. Ele afirmou que o governo, por meio do Ministério da Fazenda e outros setores, está trabalhando para conter essa alta, mas que é essencial comunicar o que está sendo feito. "Alguns preços de alimentos estão mais altos, e isso se deve a vários fatores. Para a população mais simples, economia significa o supermercado e a feira livre. O Ministério da Fazenda e outros setores do governo estão trabalhando intensamente nessa questão", disse o ministro. “Os preços precisam ser analisados em contexto: como estavam antes e como estão agora. O desafio é mostrar os feitos do governo e garantir que essa comunicação chegue à ponta, onde as pessoas realmente sintam os resultados das ações”, explicou o ministro. Desinformação nas redes sociais Outro ponto abordado por Sidônio foi o impacto da desinformação nas redes sociais. Ele criticou a recente decisão da Meta, empresa controladora do Facebook e Instagram, de reduzir o controle sobre checagem de informações, o que pode agravar a disseminação de fake news. “Estamos vivendo um novo momento nas redes sociais, com desafios significativos. É necessário regulamentar essas plataformas de forma democrática, como já ocorre na Europa. Caso contrário, a soberania nacional estará em risco. As fake news precisam ser combatidas com verdade e agilidade para ocupar o espaço antes que a mentira se espalhe”, alertou. Sidônio também defendeu que o governo deve informar de forma proativa. Ele citou o exemplo da polêmica sobre a taxação do Pix, afirmando que o governo precisa comunicar rapidamente para evitar a proliferação de notícias falsas. “Quem ocupa o espaço da verdade primeiro tem mais chances de ganhar a narrativa”, ressaltou. Gestão, política e comunicação Para o novo ministro, a comunicação do governo deve ir além de divulgar os feitos da gestão. Ele destacou que é necessário integrar política e comunicação em um modelo que dialogue com os diferentes públicos. “Gestão, política e comunicação são como um triângulo. Cada vértice é essencial para alcançar resultados”, explicou. Sidônio ainda enfatizou que o diálogo é a chave para lidar com divergências. “Defendemos a democracia, e ela inclui diferenças. Precisamos informar e ganhar as pessoas pelo diálogo, seja com o Congresso ou com a população.” Foco na prestação de serviços Sidônio reforçou que o objetivo principal do governo é a prestação de serviços à população, e não eleições. “Eleição é consequência. Nosso foco é mostrar o que o governo fez, está fazendo e continuará a fazer até 2026. Queremos que as pessoas saibam quais são os serviços disponíveis e como utilizá-los”, concluiu.
Brasil tem um dos maiores déficits nominais do mundo, e alta da dívida deve se intensificar, diz BTG
Despesas do governo, maiores do que as receitas, levam o país a um déficit 'bem acima das demais economias emergentes', aponta estudo do banco. Brasil terá um dos maiores déficits nominais do mundo
O Brasil terá um dos maiores déficits nominais do mundo em 2024 e em 2025. É o que mostra um estudo publicado pelo banco BTG Pactual, que estima que o crescimento da dívida pública do país também irá se intensificar nos próximos anos.
Conforme o relatório, os déficits em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) serão de:
7,8% em 2024;
e de 8,6% em 2025.
➡️ Déficit nominal é a diferença entre as receitas totais (incluindo aplicações financeiras) e as despesas totais (incluindo juros da dívida). Quando as receitas superam as despesas, o resultado é de superávit nominal.
Com o resultado, o déficit nominal do Brasil só é pior do que o da Bolívia. A comparação considera as principais economias globais, incluindo as desenvolvidas e as emergentes. Veja nos gráficos abaixo:
Os dados mostram que resultado brasileiro deverá ser pior, inclusive, do que o déficit médio calculado para os países emergentes e desenvolvidos, incluindo China e Estados Unidos. A previsão é que as duas maiores economias do mundo registrem resultados próximos ao do Brasil.
Fabio Serrano, economista do BTG Pactual, destaca que houve um endividamento maior dos países após a pandemia, o que torna este um movimento geral. Ele diz, por outro lado, que números brasileiros são "mais desafiadores".
"A situação não é exclusiva do Brasil. Mas, entre os emergentes, temos um dos níveis de endividamento mais altos e um dos déficits nominais mais altos. Isso torna a nossa situação mais desafiadora", afirma.
O estudo do BTG estima que o déficit nominal médio do atual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deverá ficar em 8,2% do PIB. A média considera o período de 2023 a 2026.
O resultado representa um novo crescimento do indicador, após recuo para 7% do PIB no governo de Jair Bolsonaro (PL), de 2019 a 2022. Veja abaixo:
Dívida pública
O BTG Pactual projeta que o Brasil irá cumprir com as regras fiscais em 2024 (leia mais abaixo). A previsão, no entanto, é que a dívida bruta do país seguirá em tendência de alta.
"A perspectiva para a dívida pública é de crescimento contínuo para os próximos anos, devendo atingir 86% do PIB ao final 2026, um crescimento de 14p.p. ao longo da atual gestão", diz o documento.
Avanço da dívida do governo brasileiro.
Arte/g1
O crescimento da dívida pública representa um entrave para investimentos no Brasil. Com maior risco de descontrole fiscal, os investidores passam a exigir juros maiores (ou seja, rentabilidade maior) para aplicarem recursos no país. É o chamado prêmio de risco.
O movimento obriga o governo a pagar juros elevados para se financiar – aumentando, assim, sua dívida bruta. Fabio Serrano, do BTG Pactual, explica que o custo da dívida é alto, principalmente, por dois motivos.
"Primeiro, por uma percepção de risco do investidor, que entende que a dívida brasileira tem uma dinâmica desafiadora. E, segundo, porque a política fiscal expansionista pressiona a demanda, o que pressiona a inflação e exige juros mais altos", diz.
"Quando a Selic, a taxa básica de juros, sobe, o custo da dívida também aumenta. Então, há uma relação dessas variáveis, o que ajuda a explicar o déficit."
Há ainda outros efeitos diretos, como a desvalorização do real em relação ao dólar, que superou a casa dos R$ 6 no fim do ano passado – e com previsão de ficar em níveis elevados por mais tempo.
Em termos simples, os receios do mercado financeiro em relação às contas públicas se refletem no dólar da seguinte forma:
Sem cortar gastos, o país tem uma perspectiva menor de controle da dívida pública;
Um país mais endividado tem uma probabilidade maior de não cumprir com seus compromissos financeiros, e se torna mais arriscado;
Um país mais arriscado só se torna atrativo se pagar juros mais altos pelos títulos;
Com países mais seguros pagando juros mais altos no exterior, o Brasil fica menos atrativo;
Se o Brasil está pouco atrativo, os investidores tiram dólares do país, enfraquecendo o real.
Ana Flor: Governo quer mostrar que pode estabilizar dívida
Resultado primário
O equilíbrio das contas está sob as regras definidas pelo arcabouço fiscal, o conjunto de normas para controle das contas públicas aprovado em 2023. A ideia é que, com o tempo, o governo passe a arrecadar mais do que gasta, gerando superávit primário e, assim, diminuir a dívida pública.
O superávit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam acima das despesas do governo. Não entra nessa conta o pagamento de juros da dívida.
Em seu relatório, o BTG afirma que as receitas extraordinárias e o crescimento econômico do país — que deve fechar acima de 3,5% em 2024 — devem garantir a meta do resultado primário no ano, que é de déficit zero.
"A meta em 2024 deverá ser cumprida, assim como o limite de despesas imposto pelo arcabouço fiscal", diz o documento, que prevê déficit do governo central de R$ 47 bilhões.
"Com R$ 21 bilhões em despesas excluídas da meta, esperamos que a sua banda inferior seja cumprida, assim como o limite de gastos estabelecido pelo arcabouço fiscal."
Cenário para 2025
O cenário para este ano ainda é de incertezas. Para o BTG Pactual, o cumprimento da meta e do limite de crescimento das despesas ainda irá depender de "receitas incertas e de medidas de pente-fino".
"Nossa projeção para o resultado primário do governo central de 2025 se encontra em -R$100 bilhões, equivalente a -R$ 56 bilhões quando excluídas as despesas com precatórios", aponta o relatório.
Enquanto isso, a projeção do governo considera R$ 178 bilhões em "receitas incertas", ressalta o documento.
"Dada a resistência do Congresso para aprovar novos aumentos de impostos e a incerteza sobre a adesão do setor privado a certas medidas, incorporamos apenas R$ 60 bilhões em nossa projeção."
Apesar de afirmar que há espaço para a redução de despesas por meio de medidas de pente-fino nos programas sociais, o banco acredita que há dificuldades para sua execução.
"O governo já iniciou uma operação de revisão de benefícios irregulares para economizar R$ 26 bilhões em 2025. Contudo, medidas dessa natureza são mais incertas, já que sua implementação depende de um critério objetivo de avalição, apoio político para sua execução, e apoio jurídico para a sua validação", conclui o documento.
Sephora acumula reclamações relacionadas à Black Friday e é notificada pelo Procon-SP
Maior parte das reclamações se refere a produtos comprados durante a data e nunca entregues. Procurada pelo g1, a empresa diz que está ciente da notificação e que responderá os questionamentos. Clientes esperam em fila em frente à loja da Sephora.
Nathália Duarte/g1
A Sephora, rede de lojas de cosméticos e perfumes de luxo do Grupo LVMH, foi notificada pelo Procon de São Paulo nesta terça-feira (14), após registrar milhares de reclamações relacionadas à Black Friday nos últimos meses.
A principal queixa dos clientes diz respeito à não entrega de produtos adquiridos durante a data, em novembro do ano passado. Apenas no órgão, mais de 1.400 reclamações foram registradas contra a companhia no decorrer de 2024.
Procurada pelo g1, a Sephora diz que está ciente da notificação e reforça que responderá todos os questionamentos dentro do prazo estabelecido pelo órgão competente. (veja a nota abaixo, na íntegra)
"A satisfação e experiência do cliente são uma prioridade para nós, por isso, pedimos desculpas pelos transtornos causados aos nossos clientes devido a uma falha em nossa cadeia logística", diz a empresa.
No Reclame Aqui, um dos maiores sites do Brasil de reclamações sobre o serviço de empresas, a Sephora já acumula mais de 9 mil reclamações relacionadas à Black Friday de 2024 — um aumento de 88% em relação à média da empresa nos últimos seis meses. Nesse caso, a Sephora está no topo do ranking de empresas mais reclamadas para o período.
Segundo o Procon-SP, apesar de alguns casos ainda estarem dentro do prazo de manifestação, outros já se esgotaram, sem que o problema tenha sido resolvido. A notificação é o primeiro passo de uma ação fiscalizatória por parte do órgão, e ainda pode resultar em sanções (como multas, por exemplo).
O Procon-SP pediu explicações sobre:
o período em que a Sephora realizou sua promoção de "Black Friday";
quantidade de produtos entregues fora do prazo informado ao consumidor e o motivo da demora;
quantos pedidos foram cancelados e como os valores pagos foram devolvidos; e
quais as medidas adotadas e os canais de atendimento disponibilizados para atender às reclamações feitas desde a data.
A Sephora terá sete dias para responder à solicitação do Procon-SP.
Black Friday deve movimentar R$ 5,22 bilhões neste ano no Brasil, segundo CNC
Veja a nota da Sephora na íntegra
A Sephora Brasil está ciente da notificação e reforça que responderá todos os questionamentos dentro do prazo estabelecido pelo órgão competente.
A satisfação e experiência do cliente são uma prioridade para nós, por isso, pedimos desculpas pelos transtornos causados aos nossos clientes devido a uma falha em nossa cadeia logística.
Estamos oferecendo reembolsos integrais para todas as compras canceladas e trabalhando ativamente para resolver os casos de todos os clientes cujos pedidos foram, infelizmente, impactados em decorrência disso. Alinhados ao nosso compromisso com cada um de vocês, também reforçamos nossas equipes de atendimento e seguimos fortalecendo essa frente para oferecer total assistência.
Mais uma vez, reforçamos que estamos totalmente comprometidos em resolver essa situação.
Reclamações nas redes sociais
Com a demora para entrega dos produtos, vários clientes já reclamaram nas redes sociais sobre o caso. Veja algumas das publicações abaixo:
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Embraer anuncia a venda de cinco caças Super Tucano para a Força Aérea do Uruguai
Em agosto do ano passado, a Força Aérea do Uruguai havia assinado um acordo com a Embraer para a compra de uma aeronave e a intenção de comprar outras cinco. Agora, o pedido dos cinco aviões militares foi confirmado e a venda fechada. Embraer anuncia venda de cinco caças Super Tucano para a Força Aérea do Uruguai
Embraer/Divulgação
A Embraer anunciou, nesta terça-feira (14), a venda de cinco caças A-29 Super Tucano para a Força Aérea do Uruguai. Segundo a Embraer, que tem sede em São José dos Campos (SP), o modelo é um avião militar usado em diversos países.
Em agosto do ano passado, a Força Aérea do Uruguai havia assinado um acordo com a Embraer para a compra de uma aeronave e a intenção de comprar outras cinco. Agora, o pedido dos cinco aviões foi confirmado e a venda fechada.
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A empresa brasileira informou que o modelo inclui equipamentos de missão, pacote logístico integrado e um simulador de voo. O valor do contrato não foi revelado.
Além do Uruguai, outros países utilizam o caça na América do Sul, como o Brasil, Chile, Colômbia, Equador e Paraguai. O caça pode ser usado em missões variadas, principalmente para controle de atividades ilícitas, monitoramento de fronteiras, reconhecimento e treinamento avançado.
As aeronaves serão equipadas com capacidades aprimoradas para realizar missões como interdição aérea, apoio aéreo tático, patrulha marítima, ataque marítimo e outras operações de defesa territorial.
A Embraer já entregou mais de 260 aeronaves A-29 Super Tucano, que têm mais de 570 mil horas de voo e 60 mil horas em combate.
Como é o Super Tucano?
O Super Tucano é um caça de ataque leve, que tem reconhecimento armado e treinamento avançado. É considerado pelo mercado como uma aeronave versátil, podendo ser utilizada em missões de ataque leve, vigilância e interceptação aérea e contrainsurgência.
Os pontos tecnológicos são destaque do caça, que é equipado com vários sensores e armas de ponta, incluindo um sistema infravermelho com designador a laser, óculos de visão noturna, comunicações de voz seguras e um pacote de link de dados.
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Receita Federal receberá da Bolsa de Valores informações sobre ações, e quer mais dados sobre criptoativos
Ao receber informações sobre o mercado acionário, Fisco diz que objetivo é facilitar o preenchimento da declaração do Imposto de Renda dos contribuintes. Além disso, quer instituir uma declaração própria para criptoativos.
Reuters
A Secretaria da Receita Federal receberá diretamente da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, informações sobre toda compra e venda de ações feitas pelos contribuintes. A informação é o do secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas.
O órgão ainda não anunciou quando começará a receber esses dados.
Dólar atinge maior valor da história do real e Bitcoin bate recorde; Bruno Carazza comenta
"Nós estamos modernizando a declaração prestada pelas instituições financeiras, estamos acabando com recibo em papel dos profissionais de saúde e, muito em breve, nós teremos uma novidade relacionada às operações com ações também, que geram muita dor de cabeça por contribuinte em um momento da declaração do Imposto de Renda", afirmou o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, ao g1.
Imposto de Renda: recibo para despesa em saúde será emitido só por meio digital a partir de 2025
Segundo Barreirinhas, o objetivo dessas ações é facilitar o preenchimento da declaração do Imposto de Renda dos contribuintes, já informando esses dados na declaração pré-preenchida. Com isso, argumenta ele, erros serão evitados e menos pessoas cairão na malha fina.
Criptoativos
O secretário da Receita Federal também manifestou preocupação com as operações com criptoativos, que, em tese, devem ser informadas ao Fisco nas declarações do IR.
Apesar de os criptoativos não serem considerados moeda de curso legal nos termos do marco regulatório atual, eles podem ser equiparados a ativos sujeitos a ganho de capital.
"Muito em breve nós estamos avançando, no âmbito da OCDE, para ter mais informação sobre criptomoeda. Tem um acordo muito avançado para gente cruzar a informação. Isso aqui é um desafio do mundo inteiro, a rigor, não só do Brasil", disse Barreirinhas, ao g1.
O órgão também quer atualizar as regras para os contribuintes declararem critpativos até março deste ano, por meio de uma declaração própria para isso (Declaração de Criptoativos, ou DeCripto), que existe desde 2019.
"A DeCripto captará informações de transferência de criptoativo do exterior para o Brasil (vice-versa), de criptoativo referenciados a ativos, de transmissão (depósito) do criptoativo para plataforma de finança descentralizada e de fracionamento de NFT (non fungible token)", informou a Receita.
No começo do ano passado, Receita Federal informou ter identificado 25.126 pessoas físicas que tinham bitcoins (moeda virtual) ao final de 2022, e não informaram o montante na declaração de Imposto de Renda do ano passado. Os dados foram obtidos utilizando "técnicas tradicionais e de inteligência artificial".
CNU: governo antecipa divulgação da lista de aprovados para 4 de fevereiro
Ministério da Gestão também explicou como vai funcionar a convocação para os cursos de formação, no caso dos cargos do 'Enem dos concursos' que exigem essa etapa. CNU: governo antecipa divulgação da lista de aprovados
O Ministério da Gestão antecipou a divulgação da primeira lista de aprovados no Concurso Público Nacional Unificado (CNU) para o dia 4 de fevereiro. O anúncio foi feito em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (14).
Para o bloco 8, dos cargos de nível médio, essa lista já será a definitiva. Já no caso das vagas de nível superior, dos blocos de 1 a 7, outras classificações ainda serão divulgadas ao longo do mês. (veja o cronograma no vídeo acima)
Até então, o resultado final do CNU estava previsto para sair no dia 11 de fevereiro, depois de ser adiado por uma decisão judicial que reintegrou ao concurso cerca de 32 mil candidatos que haviam sido eliminados. (leia mais abaixo)
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Cursos de formação
O governo explicou nesta terça como vão funcionar os cursos de formação para os cargos do concurso que exigem essa etapa. Um edital específico sobre o assunto será publicado nesta quarta-feira (15).
Ao todo, 2.305 candidatos aprovados para vagas imediatas serão convocados para os cursos, segundo o ministério, da seguinte forma:
No dia 4 de fevereiro, os candidatos aprovados na 1ª lista, em carreiras que exigem a realização de cursos de formação, serão convocados para essa etapa, e terão até o dia 5 para confirmar o interesse em participar;
Assim, uma segunda lista de aprovados será divulgada no dia 11 de fevereiro e, uma terceira, no dia 18 de fevereiro;
Esses candidatos também terão até o dia seguinte à convocação para confirmar a participação no curso;
No dia 28 de fevereiro, sairá a lista definitiva de aprovados dos blocos 1 a 7 e haverá a convocação para matrícula.
De acordo com o Ministério da Gestão, cada candidato só poderá participar de um curso de formação. Ele só precisará confirmar interesse uma única vez, ainda que, posteriormente, seja convocado para um cargo de maior preferência.
Já se o participante não manifestar interesse em fazer o curso no prazo estabelecido, será eliminado da disputa de vagas relativas àquele cargo para o qual foi convocado e das carreiras abaixo na sua lista de preferência.
Cronograma de divulgação dos resultados finais do Concurso Nacional Unificado (CNU)
Reprodução/Youtube
Candidatos reintegrados
Foram dois motivos que levaram à reintegração de mais de 32 mil candidatos ao CNU, em novembro:
garantir a correção da prova escrita dos participantes que concorrem a vagas reservadas para negros em quantidade equivalente a dos candidatos de ampla concorrência;
cancelar a eliminação dos participantes que deixaram de preencher uma das formas de identificação do gabarito ("bolinha" ou frase da capa).
Desde o anúncio deste novo cronograma, esses participantes têm sido convocados para o envio de títulos, procedimentos de verificação para cotas e outras etapas do concurso que não haviam realizado anteriormente.
As provas do chamado "Enem dos concursos" foram aplicadas no dia 18 de agosto de 2024, após um adiamento por causa da tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul.
Inédito, o CNU centralizou em um único processo seletivo os concursos autorizados para contratação de servidores públicos em diferentes órgãos do governo federal, reunindo mais de 6,6 mil vagas. E é o maior concurso do país em número de inscritos (2,1 milhões).
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ICMBio: inscrições para concurso serão reabertas
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Nova regra do PIX: 5 perguntas para entender o que muda na Receita
PIX acima de R$ 5 mil seguirão grátis, informa Receita. Esclarecimentos foram feitos nesta semana diante de "uma onda de desinformação" nas redes sociais. Nova regra do Pix: 5 perguntas para entender o que muda na Receita
Getty Images via BBC
O PIX não será taxado. As transferências via PIX não são monitoradas diariamente.
O esclarecimento foi feito nesta semana pela Receita Federal, diante de "uma onda de desinformação" que, segundo as autoridades, tem inundado as redes sociais.
O PIX sofreu algumas atualizações no seu "sistema de coleta de informações existente há mais de 20 anos", segundo a Receita Federal.
Além dos esclarecimentos, a Receita está alertando para o "golpe da cobrança da taxa sobre PIX" (leia mais abaixo).
O PIX é um mecanismo bancário para transferência de dinheiro entre contas introduzido em 2020. Desde então, ele se popularizou no Brasil como meio de pagamento.
Confira abaixo algumas dúvidas.
O que mudou no PIX?
As transações em si do PIX não mudam em nada. Usuários do sistema podem continuar usando o PIX da mesma forma.
As novas regras da Instrução Normativa RFB nº 2.219/24 alteram obrigações para as instituições financeiras, bancos digitais e aplicativos de pagamento, que passam a ter que informar alguns dados à Receita Federal.
A portaria da Receita Federal estabelece um monitoramento de movimentações globais acima de R$ 5 mil por mês, no caso de pessoas físicas, e R$ 15 mil mensais, no caso de pessoas jurídicas, mas sem detalhamento de origem ou destino.
"Na prática, as instituições reportam apenas os valores consolidados de operações, sem a identificação de beneficiários ou natureza das transações", diz a nota.
Segundo a Receita, outras modalidades de pagamento — como cartão de crédito e depósitos — já eram monitoradas quando os valores excediam em R$ 2 mil para pessoa física e R$ 6 mil no caso de pessoa jurídica.
Agora o PIX foi incluído nessas regras, e os valores foram alterados.
As novas regras entraram em vigor no dia 1º de janeiro deste ano.
Segundo a Receita Federal, a medida "evita inconsistências que poderiam fazer contribuintes caírem na malha fina injustamente e melhora a identificação de movimentações que podem estar ligadas a crimes financeiros".
"Isso é bom para o contribuinte, porque diminui a chance de passar por fiscalização e também é bom para a Receita Federal, porque ela pode focar a sua energia em quem realmente precisa ser fiscalizado", afirma o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas..
Ele afirma que, mesmo em casos em que há movimentações atípicas, como o empréstimo de cartão de crédito a um parente, não há risco com a Receita Federal, porque é "comum que isso aconteça entre os brasileiros".
A Receita coleta informações de uma série de fontes oficiais para cruzar dados.
"Não é porque em um determinado mês você gastou um pouco mais que isso vai gerar algum problema com a Receita Federal," afirma o secretário da Receita.
Entenda o que muda na fiscalização da Receita sobre compras com cartões e PIX
O PIX vai ser taxado?
Não.
"Não existe cobrança por PIX, cobrança de imposto ou taxa sobre PIX. Isso não existe e jamais vai existir. A Constituição Federal proíbe a cobrança de qualquer tributo sobre movimentação financeira", diz o secretário da Receita Federal.
O Congresso vem debatendo uma ampla reforma fiscal para facilitar como os tributos são cobrados no Brasil. Parte da reforma já foi aprovada e vai alterar a cobrança de impostos como ICMS, PIS e Cofins.
Outra parte da reforma — que está em discussão — altera tributos como o imposto de renda.
Mas não existe nenhuma proposta que contemple cobrança de tributos em cima do PIX.
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Recebi um comunicado que estou devendo à Receita Federal por ter feito uma transação acima de R$ 5 mil com PIX. É verdade?
Não. Esse é um dos muitos golpes que estão acontecendo com PIX.
"Os golpistas informam às possíveis vítimas que há uma suposta cobrança de taxas pela Receita Federal sobre transações via PIX em valores acima de R$ 5 mil", explica a Receita.
"Eles alegam ainda que, caso o pagamento não seja feito, o CPF do contribuinte será bloqueado. Para tornar a fraude mais convincente, utilizam o nome, as cores e os símbolos oficiais da Receita Federal."
A Receita publicou um exemplo de mensagem de texto enviado por golpistas: "Bom Dia Sr. Neuso, você foi taxado por usar mais de 5 mil reais no PIX neste mês. Para evitar o bloqueio total do seu CPF, pague o boleto à seguir no valor de R$ 845,20."
A Receita também faz um apelo para que, além de estarem atentas para golpes, as pessoas evitem a disseminação de notícias falsas para seus amigos.
"Se você recebeu uma mensagem suspeita ou tem dúvidas, procure os canais oficiais da Receita Federal. Evite agir por impulso, principalmente se houver ameaças de bloqueio ou cobrança inesperada", diz a nota.
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Como se proteger de golpes?
A Receita Federal dá quatro dicas para as pessoas se protegerem de tentativas de golpe:
Desconfie de mensagens suspeitas: não forneça informações pessoais em resposta a e-mails ou mensagens de origem desconhecida que solicitem dados financeiros ou pessoais.
Evite clicar em links desconhecidos: links suspeitos podem direcionar você a sites fraudulentos ou instalar programas prejudiciais no seu dispositivo.
Não abra arquivos anexos: anexos em mensagens fraudulentas geralmente contêm programas que podem roubar suas informações ou causar danos ao computador.
Verifique a autenticidade: a Receita Federal utiliza exclusivamente o Portal e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte) e o site oficial como canais seguros de comunicação.
O PIX vai ser monitorado diariamente pela Receita?
Não.
"A Receita Federal não tem nenhum interesse em saber o detalhamento, quantos PIX você recebeu e quem passou para você, onde você gastou o dinheiro. Nada disso é informado", afirma Barreirinhas.
A Receita Federal afirma que operações suspeitas — feitas por grupos criminosos — são o alvo principal das autoridades.
"Quem precisa da atenção da Receita Federal é quem usa esses novos meios de pagamento para ocultar dinheiro ilícito, às vezes decorrente de atividade criminosa, de lavagem de dinheiro. O foco da Receita é para eles. Não é para você, trabalhador, pequeno empresário", diz o secretário da Receita.
A atualização do PIX feita pela Receita este ano não altera a proteção ao sigilo bancário.
"O sigilo bancário é absolutamente protegido e garantido. As informações prestadas pelas instituições financeiras são globais", diz Barreirinhas.
Segundo nota, "a Receita só recebe os valores totais movimentados mensalmente e proíbe que sejam informados detalhes de transações, como origem ou destino dos pagamentos".
A declaração semestral dessas transações é feita por instituições financeiras e de meios de pagamentos no sistema e-Financeira, parte do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped).
"Vale lembrar que, para evitar sanções, as entidades que gerenciam contas de pagamento, instituições de previdência e administradoras de consórcio devem cumprir os prazos de envio semestral de informações, previstos para os últimos dias úteis de agosto de 2025 e, posteriormente, fevereiro de 2026. A não conformidade pode gerar multas com base na legislação vigente."
Brasil produz 2,5 milhões de veículos em 2024, uma alta de quase 10% no ano
País retomou a oitava colocação entre os maiores produtores de automóveis do mundo, posição que ocupava em 2022. Carro é produzido em fábrica da Volkswagen.
Divulgação/Volkswagen
O país produziu cerca de 2,5 milhões de veículos em 2024, fazendo o Brasil voltar a ocupar a oitava colocação no ranking dos maiores produtores do mundo. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (14) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
A fabricação de veículos novos cresceu 9,7% contra o ano anterior, atingindo o maior patamar desde 2019. Foram produzidos 2,574 milhões de veículos zero km nos 12 meses de 2024, contra 2,324 milhões do mesmo período de 2023.
“Se não fosse o dólar e a taxa de juros em alta, o Brasil estaria em um patamar de 3 milhões de unidades vendidas”, diz Márcio Lima Leite, presidente da Anfavea.
O resultado coloca o Brasil à frente de países como Espanha e Tailândia. Veja abaixo a lista.
China: 31,1 milhões de unidades;
Estados Unidos: 11,9 milhões de unidades;
Japão: 8,2 milhões de unidades;
Índia: 5,6 milhões de unidades;
México: 4,3 milhões de unidades;
Coreia do Sul: 4,2 milhões de unidades;
Alemanha: 4,1 milhões de unidades;
Brasil: 2,5 milhões de unidades;
Espanha: 2,4 milhões de unidades;
Tailândia: 1,5 milhão de unidades.
A alta em 2024 representa recuperação após queda de 1,9% em 2023. Naquele ano tivemos a primeira retração na fabricação de veículos no Brasil desde 2016.
Além disso, a Anfavea apontou alta de 8,3% na quantidade de empregos gerados na indústria automotiva. Em 2024 foram 107 mil vagas preenchidas. Esse é o maior índice de crescimento de empregos dese 2007.
"A localização, a produção no Brasil vai refletir na geração de conhecimento e maior número de vaga e empregos. Especialmente das montadoras que, em 2025, vão anunciar novos empregos, novas unidades fabris, além dos novos players que estão chegando e também vão contratar", aponta Márcio Lima.
A Anfavea projeta crescimento de 7,8% na produção de veículos em 2025 e, assim, a fabricação alcançará 2,749 milhões de automóveis saindo de fábricas locais. A entidade acredita que em 2026 o país retomará o patamar de 3 milhões de unidades.
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Balança comercial preocupa a Anfavea
Junto dos bons números de produção, a Anfavea apontou alta elevada das importações. Em 2024, elas cresceram 32,5% quando comparadas com 2023, alcançando o maior nível em 10 anos.
Foram 467 mil veículos importados no Brasil em 2024, contra 352 mil do ano anterior. A entidade diz que deste total, 200 mil correspondem aos modelos eletrificados que chegam da China.
“Importação respondeu a uma renúncia fiscal de R$ 6 bilhões em 2024, por conta da alta nas importações. É um valor que deixa de estar aqui, deixando de gerar empregos e anúncio de investimentos”, comenta Márcio Lima Leite.
“Não podemos aceitar este volume de importação, principalmente vindo da China, resultando em desiquilíbrio para o déficit fiscal e está prejudicando a retomada da competitividade”, complementa o executivo.
Em ritmo contrário ao das importações, as exportações registraram queda de 1,3% no ano — cenário presente mesmo com a desvalorização de nossa moeda, movimento que tende a favorecer as exportações.
Em 2024 o Brasil enviou 398,5 mil automóveis para outros países, contra 403,9 mil em exportações registradas durante 2023. A Anfavea aponta Argentina e Uruguai como maiores compradores dos veículos fabricados por aqui, compensando a redução de todos os outros países da América Latina.
“Neste ano é preciso reequilibrar os volumes de exportações e importações, de forma a evitar um novo déficit na balança comercial, como ocorreu em 2024. Temos um Imposto de Importação muito baixo para elétricos e híbridos, o menor entre países que fabricam veículos, o que nos torna um alvo preferencial de empresas importadoras, em prejuízo de nosso parque industrial e dos nossos empregos”, comentou o presidente da Anfavea.
Brasil ultrapassa os 14 milhões de carros vendidos
Em 2024, foram feitas cerca de 14,2 milhões de transações envolvendo a venda de veículos novos e usados.
“Quando falamos do setor automotivo, pouco importa se o veículo é novo ou usado. A venda de novos e usados é muito importante, porque é sempre um sistema automotivo que funciona e demonstra claramente o aquecimento e a retomada do mercado”, comenta Márcio Lima Leite, presidente da Anfavea.
Para Márcio Leite, este aumento nas vendas está diretamente ligado ao crescimento do crédito no Brasil em 2024. Segundo a Anfavea, a concessão de crédito cresceu 36% para o financiamento de veículos.
“Foram colocados no mercado mais de R$ 200 bilhões em financiamento de veículos. Isso faz um ticket médio de cerca de R$ 30 mil por veículo. Mesmo assim, ao contrário do que todos pensam, a inadimplência caiu”, comenta o executivo.
Márcio aponta algumas medidas que ajudaram para a alta das vendas e queda na inadimplência, como a retomada do bem pelo marco legal de garantias, mas também comenta que o maior custo de financiamento, por conta da alta na taxa de juros, serão desafios para 2025.
Brasil produziu mais de 1,7 milhão de motos em 2024, melhor resultado em 13 anos
Alta foi de 11,1% contra o registrado no ano anterior. Associação de fabricantes projeta um aumento de mais 7,5% para 2025. Fábrica da Bajaj em Manaus (AM)
Divulgação
A indústria brasileira de motocicletas produziu 1.748.317 unidades em 2024, melhor desempenho do segmento desde 2011. A alta foi de 11,1% contra o registrado no ano anterior.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (14) pela associação brasileira dos fabricantes, a Abraciclo.
O número de motocicletas comercializadas foi de 1.876.427 unidades, uma alta de 18,6% na comparação com 2023.
Apesar do aumento de produção, as exportações tiveram retração de 5,9%. As fabricantes embarcaram 30.986 motocicletas em 2024.
“Mesmo diante de um ano bastante desafiador, onde tivemos que contornar o problema da estiagem, o crescimento do setor superou os dois dígitos. Esse resultado foi graças a um bom planejamento da indústria que permitiu que as linhas de montagem mantivessem seu ritmo de produção”, avaliou Marcos Bento, presidente da Abraciclo.
Veja abaixo a quantidade de motocicletas produzidas em 2024 e a respectiva participação de mercado de cada categoria:
Street: 855.240 (48,9%);
Trail: 344.751 (19,7%);
Motoneta ou CUB: 267.798 (15,3%);
Scooter: 155.612 (8,9%);
Naked: 42.822 (2,4%);
Off-Road: 30.848 (1,8%);
Big Trail: 28.222 (1,6%);
Sport: 14.026 (0,8%);
Custom: 8.001 (0,5%);
Touring: 997 (0,1).
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Considerando todos os segmentos acima, foram lançados 37 novos modelos em 2024, o que ajudou a elevar tanto o número de unidades produzidas quanto o de comercializadas.
Desse montante fabricado, segundo a associação, mais de 1,3 milhão corresponde a motocicletas de baixa cilindrada (até 160 cilindradas). Essa categoria teve alta de 7,8%.
O maior crescimento ficou por conta das motocicletas de média cilindrada, que englobam motores de 161 a 449 cm³. Foram apenas 327 mil motos fabricadas, mas o crescimento desse segmento foi de 25,9%.
Já as de alta cilindradas corresponderam a 55,3 mil de todas as motocicletas produzidas em Manaus, um aumento de 17,7% em relação às motocicletas com motores acima de 450 cm³ fabricadas em 2023.
Com tudo o que foi produzido em 2024, as empresas associadas da Abraciclo e presentes no Polo Industrial de Manaus (PIM) faturaram R$ 36,9 bilhões, quantia 19,8% superior à de 2023.
No total, a capacidade produtiva da região é de 1,8 milhão de motocicletas por ano, sobretudo após a abertura de uma segunda linha de produção da Royal Enfield em parceria com o grupo Multi, dona de motos elétrica Watts.
Projeções para 2025
A Abraciclo projeta um novo aumento de produção para 2025. Espera-se uma alta de 7,5% neste ano, chegando a 1,88 milhão de motocicletas.
“Embora a conjuntura macroeconômica apresente incertezas, acreditamos que a demanda pela motocicleta poderá seguir em alta, principalmente devido aos seus atributos, como preço acessível, baixo custo de manutenção e agilidade nos deslocamentos”, completou o executivo.
Na teoria, a produção de motocicletas não se reflete diretamente nas vendas, mas a associação tem projeção ainda mais otimista para o comércio. Serão 2,02 milhão de motocicletas comercializadas, alta de 7,7% em relação a 2024.
A projeção da Abraciclo é mais conservadora do que a da Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave), divulgada na semana passada.
A estimativa da federação é de 2,063 milhões de vendas de motocicletas em 2025, que representariam uma alta de 10% em comparação com o acumulado de 2024. Esse seria o melhor número da história, uma vez que ainda não foi ultrapassada a barreira de 1.940.543 motocicletas, vendidas em 2011.
Exportação em baixa
A projeção de exportação também espera crescimento. A Abraciclo projeta que os embarques passem dos 30 mil em 2024 para a casa dos 35 mil neste ano, alta de 13%.
"Esse volume é bem tímido, a gente já chegou exportar quase 8% do volume produzido. Se a gente retomar o patamar que vínhamos atingindo, também vamos conseguir chegar nessas 35 mil unidades exportadas", disse o presidente da Abraciclo.
Segundo Marcos Bento, não é pela falta de capacidade produtiva que o Brasil deixa de exportar mais motos.
"Os nossos produtos não conseguem chegar nos países vizinhos porque as nossas motocicletas são melhores do que as comercializadas nesses países, que são produtos que vem da Ásia e têm uma qualidade de emissão [de poluentes] e de ruído inferiores às motocicletas brasileiras", afirmou o presidente da Abraciclo.
De acordo com informações da associação dos fabricantes, o país deixou de exportar 3 mil motocicletas para a Colombia e 1 mil para a Austrália, o que já explicaria um número tão baixo em exportações (menos de 31 mil). Em 2022, o Brasil exportou 55,3 mil unidades e em 2017 foram 81,8 mil.
"O grande problema da exportação é estrutural. O Brasil tem uma legislação alinhada com os países europeus, e por isso conseguimos entregar as nossas motos para mercados como Estados Unidos, Canadá e Austrália. Enquanto os nossos vizinhos ainda estão em legislações anteriores [em termos de emissões de poluentes]", explicou.
"Enquanto a gente tem só moto com injeção eletrônica, eles continuam comprando motocicletas novas com carburador. É isso que faz com que a gente perca volume na América do Sul", argumentou Marcos Bento.
"Os países vizinhos estão permitindo que o mercado da América do Sul seja inundado por produtos asiáticos de baixa qualidade. Em contrapartida, o Brasil é primeiro mundo", afirmou o presidente da Abraciclo.
Elétricas
De acordo com o presidente da Abraciclo, Marcos Bento, o que pode explicar o baixo interesse do consumidor pelas motos elétricas são dois fatores:
A falta de infraestrutura para carregamento;
A ótima matriz energética brasileira.
Com base no segundo argumento, o executivo afirma que o Brasil tem a melhor matriz energética do mundo, justamente por conta da produção de etanol. De acordo com dados da Abraciclo, 65,3% das motos produzidas eram flex, enquanto 34,7% eram movidas apenas a gasolina.
"Isso indica que o nosso consumidor não está buscando outra matriz energética, pois o brasileiro já entende que ter o etanol como opção já é uma alternativa interessante do ponto de vista do bolso e também da emissão de gases nocivos", disse o executivo ao g1.
Imposto de Renda: governo deve ampliar faixa de isenção para R$ 3.036 em 2025
Ajuste é necessário para manter isenção de até 2 salários mínimos mensais; valor do mínimo foi reajustado em janeiro. Para 2026, equipe econômica estuda saída para cumprir promessa de isentar rendimento mensal de até R$ 5 mil. Imposto de Renda
LUIS LIMA JR/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
A equipe econômica deve propor a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) dos atuais R$ 2.824 para R$ 3.036 neste ano.
A medida visa manter o benefício para quem recebe até dois salários mínimos, que foi reajustado para R$ 1.518 no começo deste ano (com pagamento a partir de fevereiro).
A intenção foi confirmada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta terça-feira (14). Sem citar o valor, Haddad disse que há uma "orientação" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para manter a isenção na casa dos dois salários mínimos.
"É a orientação que nós recebemos do presidente [Lula]", disse Haddad, referindo-se à correção da faixa de isenção para o patamar atual de dois salários mínimos.
➕ Como esse valor não consta na proposta do Orçamento de 2025, que ainda não foi votada pelo Congresso, o projeto terá de ser ajustado para compensar a perda de receita gerada pela isenção em patamar maior.
O tributo é recolhido na fonte, ou seja, descontado do salário. Posteriormente, o contribuinte pode ter parte do valor restituído, ou pagar mais IR, por meio de sua declaração anual de ajuste.
Tirando a faixa de isenção, a tabela do IR não é corrigida desde 2015, o que obriga um número maior de brasileiros a pagar o imposto mensalmente. Em 2024, 42,4 milhões de pessoas entregaram a declaração do IR.
Cálculos da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco) apontam que a defasagem, até dezembro do ano passado, para quem ganha até dois salários mínimos é de 127,34%. E que, para as demais faixas, o valor é maior: de 172,23%.
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Isenção para até R$ 5 mil
O governo também discute internamente como cumprir a promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de isentar rendas de até R$ 5 mil do Imposto de Renda. A ideia é que isso comece a valer somente em 2026.
Segundo a equipe econômica, quem ganha de R$ 5 mil a R$ 6.980 também será beneficiado, pagando menos, mas o governo ainda não detalhou como isso será feito.
A proposta do governo é de taxar quem ganha mais de R$ 50 mil por mês, ou R$ 600 mil por ano (menos de 1% dos trabalhadores) para bancar a perda de arrecadação de R$ 35 bilhões com a ampliação da faixa de isenção para até R$ 5 mil.
Se fosse aplicada já em 2025, a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil poderia alcançar cerca de 28 milhões de brasileiros, segundo simulação Unafisco.
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Distribuição de renda
De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), levantados pela LCA Consultores, a isenção de até R$ 5 mil beneficiaria somente 32% dos trabalhadores brasileiros, justamente aqueles com maior renda no país.
A proposta, se levada adiante, também tem o potencial de piorar os índices de distribuição de renda no país, ao manter a concentração dos recursos entre os trabalhadores de maior salário, conclui um estudo da Universidade de Campinas (Unicamp).
INSS divulga novos valores dos benefícios e alíquotas de contribuição para 2025; veja tabela
Correção para aqueles que recebem acima de um salário mínimo é de 4,77% e equivale ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2024, divulgado pelo IBGE. Os segurados começam a receber os benefícios já com o valor corrigido a partir de 3 de fevereiro. INSS, Previdência Social, aposentadoria
Pedro França/Agência Senado
O Ministério da Previdência Social divulgou nesta semana o valor de reajuste do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) para 2025 para aposentados e pensionistas que recebem acima de um salário mínimo. A partir deste ano, o teto dos benefícios — entre eles, aposentadoria, auxílio-doença e pensão por morte, por exemplo — será de R$ 8.157,41.
Segundo o INSS, a correção de 4,77% equivale ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2024, divulgado pelo IBGE, e vale desde o dia 1º de janeiro de 2025. Os segurados começam a receber os benefícios já com o valor corrigido a partir de 3 de fevereiro.
INSS divulga calendário de pagamentos de benefícios de 2025; veja datas
Ainda segundo o Instituto, aqueles que se aposentaram ou começaram a receber pensão ou auxílio ao longo de 2024 terão uma correção proporcional ao número de meses em que o benefício foi concedido. Ou seja, se a pessoa começou a receber o benefício em fevereiro, o reajuste corresponderá à inflação de fevereiro a dezembro de 2024. Veja a tabela mais abaixo.
O Instituto também definiu os benefícios pagos a categorias especiais, como pescadores e seringueiros, e reajustou outras categorias, como o salário-família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). As contribuições recolhidas à Previdência Social dos trabalhadores empregados também foram atualizadas.
Veja nesta reportagem as tabelas atualizadas de contribuição e os reajustes anunciados pelo INSS para 2025.
Qual o reajuste feito nos benefícios pagos pelo INSS?
Os beneficiários do INSS que recebem acima de um salário mínimo terão o benefício ajustado em 2025. A correção é feita pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de 2024, divulgado pelo IBGE, e será proporcional ao número de meses em que o benefício foi concedido.
Veja a tabela:
Reajuste dos benefícios, de acordo com as respectivas datas de início
Segundo uma portaria publicada pelo Ministério da Previdência Social, os salários de benefício e de contribuição não poderão ser inferiores a R$ 1.518, nem superiores a R$ 8.157,41. Até o ano passado, esses valores eram de R$ 1.412 e R$ 7.786, respectivamente.
Assim, a partir de 1º de janeiro deste ano, não terão valores inferiores a R$ 1.518, os benefícios de:
prestação continuada pagos pelo INSS, correspondentes a aposentadorias, auxílio por incapacidade temporária e pensão por morte (valor global);
aposentadorias dos aeronautas, concedidas com base na Lei n.º 3.501, de 21 de dezembro de 1958; e
pensão especial paga às vítimas da síndrome da talidomida.
Além disso, a portaria também definiu o reajuste para o BPC da Lei Orgânica da Assistência Social (Loas) – destinado a idosos e a pessoas com deficiência em situação de extrema pobreza. Nesse caso, a renda mensal vitalícia e as pensões especiais para dependentes das vítimas de hemodiálise da cidade de Caruaru (PE) também são de R$ 1.518.
O benefício pago a seringueiros e aos dependentes, por sua vez, passa a ser de R$ 3.036, enquanto a cota do salário-família passa a ser de R$ 65,00, para o segurado com remuneração mensal de até R$ 1.906,04.
Qual será a nova contribuição recolhida à Previdência Social?
O INSS também atualizou as contribuições recolhidas à Previdência Social dos trabalhadores empregados, domésticos e trabalhadores avulsos. Veja a tabela abaixo:
Tabela de contribuição dos segurados
Segundo o INSS, as alíquotas relativas aos salários de janeiro deverão ser recolhidas apenas em fevereiro, uma vez que os segurados pagam a contribuição referentes ao mês anterior.
Como consultar valores e ver a data de pagamento?
Segundo o Ministério da Previdência Social, os pagamentos dos benefícios começam a ser feitos a partir de 27 de janeiro e vão até 7 de fevereiro. Para saber a data, é preciso ver o número final do cartão de benefício, sem considerar o último dígito verificador (que aparece depois do traço).
Ao longo de 2025, a previsão de pagamentos é:
Janeiro: de 27/01 a 7/2;
Fevereiro: de 24/2 a 12/3;
Março: de 25/03 a 7/4;
Abril: de 24/04 a 8/5;
Maio: de 26/05 a 6/6;
Junho: de 24/06 a 7/7;
Julho: de 24/07 a 7/8;
Agosto: de 25/08 a 5/9;
Setembro: de 27/09 a 7/10;
Outubro: de 27/10 a 7/11;
Novembro: de 24/11 a 5/12;
Dezembro: de 22/12 a 8/1;
Para checar as informações, o segurado precisará acessar o site Meu INSS e fazer login na tela inicial. Em seguida, basta clicar na aba "Extrato de pagamento".
Os segurados que não tiverem acesso à internet, também poderão ligar para a Central 135 e informar o número do CPF.
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PIX continua gratuito e sem qualquer mudança para clientes, diz Febraban
Federação Brasileira de Bancos divulgou comunicado com alerta sobre fake news e golpes que se multiplicaram nos últimos dias. Mentiras sobre o PIX se espalham e alimentam golpes com boletos falsificados
A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) divulgou um comunicado nesta terça-feira (14) em que alerta sobre as mentiras envolvendo o PIX.
A entidade explica que não haverá qualquer taxação ou cobrança de imposto sobre o PIX, que continua gratuito. E que nada muda para quem usa o PIX para movimentar dinheiro. "Não haverá nenhuma mudança no dia a dia dos clientes", diz o comunicado.
"A Febraban alerta para notícias falsas que estão sendo divulgadas em redes sociais e esclarece que nada mudará para o usuário desse meio de pagamento e que não haverá qualquer tipo de cobrança ou taxação para quem o utiliza o PIX."
Há muitas mentiras circulando nas redes sobre uma suposta taxação do PIX. Isso começou depois que a Receita apertou a fiscalização sobre movimentações financeiras, com o objetivo de coibir fraudes e sonegação fiscal. Entenda aqui a mudança anunciada pela Receita, ponto a ponto.
Uma das mensagens diz que a pessoa que usar mais de R$ 5 mil no PIX no mês será taxada. Isso é mentira, não procede.
Além das fake news, golpistas estão aproveitando o momento para tentar tirar dinheiro de quem usa o PIX. Um dos golpes usa boletos falsos com o logo da Receita. Saiba mais.
A Febraban alerta que a Receita não solicita pagamentos de taxa ou imposto sobre o PIX e adverte: quem receber uma mensagem assim, deve descartar imediatamente.
A entidade explica ainda que a atualização do sistema da Receita "não exige nenhuma nova responsabilidade dos usuários do PIX (pagadores ou recebedores)", e que a atualização foi necessária para incluir novos meios de pagamento na declaração prestada por instituições financeiras e, agora, por instituições de pagamento.
"Ou seja, os clientes que utilizam o PIX para pagamentos e transferências não precisam tomar qualquer providência, nem passarão a ser cobrados pelo uso do PIX. Não são verdadeiras, portanto, informações de que os usuários do PIX precisarão declarar à Receita o montante que movimentam. Essa é uma obrigação das instituições financeiras e de pagamento. Da mesma forma, são mentirosas notícias de que haverá cobrança de tributos ou taxas quando se utilizar o PIX", diz outro trecho do comunicado.
A federação lembra que os bancos já eram obrigados a fornecer informações à Receita desde 2015 e que a única mudança para os bancos a partir dessa atualização tem a ver com o valor mínimo das movimentações financeiras, que já eram reportadas. "Agora o envio da informação pelos bancos deve ocorrer para montantes superiores a R$ 5.000 para pessoas físicas e R$ 15.000 para pessoas jurídicas", explica a Febraban.
AGU espera decidir sobre o caso da Meta nesta terça
Mark Zuckerberg, presidente-executivo da Meta
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A Advocacia-Geral da União (AGU) espera decidir ainda nesta terça-feira (14) se são satisfatórias as respostas apresentadas pela Meta — que controla Facebook, Instagram e WhatsApp — sobre os questionamentos feitos a respeito de como a empresa garantirá o cumprimento legal do combate a crimes como racismo e homofobia em suas plataformas.
“Importante sabermos qual é o impacto real dessas mudanças na vida dos brasileiros”, avaliou o advogado-geral da União, Jorge Messias.
Meta diz que vai responder ainda nesta segunda-feira (13) os questionamentos da AGU
A Meta apresentou resposta para esses questionamentos na noite desta segunda (13). A AGU confirmou o recebimento das respostas por meio de nota.
Agora, as informações passadas pela empresa serão analisadas pela equipe da Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia (PNDD) e discutidas em reunião nesta terça-feira (14).
Veja quais xingamentos e ataques podem deixar de ser barrados no Facebook e no Instagram
Notificação da Meta
A notificação — extrajudicial — foi a primeira reação oficial ao anúncio de que a Meta encerrou seu programa de checagem de fatos, que minimizava a circulação de fake news, e relativizou discursos preconceituosos e de ódio, principalmente contra imigrantes, população LGBTQIA+ e mulheres.
"Manifestações em plataformas digitais não podem ser realizadas para gerar desinformação sobre políticas públicas nem minar a legitimidade das instituições democráticas, nem causar pânico na população, porquanto tal atuar causa prejuízos concretos ao funcionamento eficiente do Estado Democrático de Direito", disse trecho da peça.
"Em cenário doméstico, igualmente, a preocupação com o respeito à liberdade de expressão e outros direitos fundamentais – o que pressupõe um ambiente digital livre de desinformação e de discurso de ódio - constitui-se em uma pilastra fundamental antevista pela Constituição Federal", informou a AGU.
"Nesse sentido, diante das mudanças anunciadas na política da META, é imprescindível destacar a necessidade da empresa de promoção e proteção dos direitos fundamentais, com respeito à legislação infraconstitucional e à Constituição de 1988. (...) Importa destacar, sobretudo, quais providências que vêm sendo e que serão adotadas a respeito do dever de cuidado com relação à coibição de violência de gênero, proteção contra crianças e adolescentes, prevenção contra racismo, homofobia e transfobia, prevenção contra suicídio, óbices a discurso de ódio, dentre outros temas de direitos fundamentais", concluiu.
O advogado-geral da União, Jorge Messias, já havia antecipado ao blog da Daniela Lima que o governo não ficaria "de braços cruzados" diante da guinada promovida pela Meta.
Em outra frente, o ministro Ricardo Lewandowski (Justiça) esteve na sexta-feira (10) com seu contraparte francês. Na pauta: ação conjunta de Brasil e França para o combate à desinformação e ao direcionamento de redes sociais como arma política.
Lula discutiu tema com ministros
A mudança na Meta motivou uma reunião, também na sexta, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e parte de seus ministros. O governo se preocupa com a falta de veracidade e discurso de ódio nas redes.
Após o encontro, Rui Costa (Casa Civil) disse que a regulamentação das redes sociais está na agenda do governo para este ano de 2025.
Ele lembrou que há uma proposta nesse sentido em tramitação na Câmara dos Deputados. O projeto, no entanto, está parado por falta de consenso entre os parlamentares.
Rui Costa informou que será criado um grupo de trabalho entre ministros para dialogar com parlamentares e entidades da sociedade a fim de tentar aperfeiçoar as leis brasileiras na área.
Conforme o chefe da Casa Civil, o grupo de trabalho discutirá, também, eventuais medidas com impacto econômico nas empresas.
Segundo o ministro, o governo tentará "afunilar" uma posição até a retomada das sessões da Câmara e do Senado. Se houver acordo, o governo aceita aproveitar projetos que já estão em tramitação no Congresso
Dólar fecha em queda e vai a R$ 6,04, com inflação dos EUA no radar; Ibovespa sobe
A moeda norte-americana caiu 0,85%, cotado a R$ 6,0458. O principal índice da bolsa subiu 0,25%, aos 119.299 pontos. Cédulas de dólar
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O dólar fechou em queda nesta terça-feira (14), aos R$ 6,04, com investidores atentos aos novos dados de inflação dos Estados Unidos e sem grandes destaques na agenda doméstica.
No exterior, o foco é o novo índice de preços ao produtor (PPI) dos EUA, que subiu moderadamente em dezembro. O indicador é utilizado pelo Federal Reserve (Fed), que pode estar perto de encerrar o ciclo de cortes de juros.
Por aqui, o mercado continua a esperar por medidas que possam melhorar o cenário das contas públicas do Brasil. Nesta terça, o presidente Lula sancionou o projeto que flexibiliza o pagamento das dívidas bilionárias dos estados com o governo federal.
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em leve alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
O dólar fechou em queda de 0,85%, cotado a R$ 6,0458. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,92% na semana;
recuo de 2,17% no mês e no ano.
Na véspera, a moeda norte-americana recuou 0,07%, cotado a R$ 6,0975.
Ibovespa
O Ibovespa fechou em alta de 0,25%, aos 119.299 pontos.
Na véspera, o índice encerrou em alta de 0,13%, aos 119.007 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,13% na semana;
perdas de 1,06% no mês e no ano.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
Sem grandes destaques na agenda doméstica, as atenções dos investidores estão voltadas para o noticiário internacional. O foco é o novo índice de preços ao produtor (PPI) dos EUA, que subiu 0,2% em dezembro, após um aumento revisado de 0,4% em novembro. Em 12 meses, o índice avançou 3,3%.
O resultado ficou ligeiramente abaixo das previsões do mercado, que esperava aumentos de 0,3% no mês e 3,4% no ano. Mesmo assim, o índice ainda é considerado forte e não deve alterar a expectativa de que o Fed manterá a taxa de juros dos EUA inalterada até o segundo semestre deste ano.
Juros mais altos nos EUA aumentam a rentabilidade dos títulos públicos do país, considerados os mais seguros do mundo, e podem valorizar o dólar frente a outras moedas, incluindo o real.
Esse cenário de dólar forte e juros mais altos do que o previsto nos EUA fica ainda mais evidente em meio à eleição de Donald Trump para a Casa Branca.
O novo presidente dos EUA promete uma agenda protecionista, priorizando a atividade interna e limitando a concorrência estrangeira. Isso pode pressionar a inflação e impedir novos cortes de juros pelo Fed.
Assim, os novos dados de inflação ao consumidor dos EUA, que serão divulgados esta semana, também estão no radar.
No Brasil, a falta de indicadores mantém o foco no cenário fiscal. Nesta terça, Lula sancionou o projeto que flexibiliza o pagamento das dívidas bilionárias dos estados com o governo federal.
Lula vetou trechos que, segundo o governo, impactariam o resultado primário das contas públicas, buscando equilíbrio entre receita e despesas em 2025 e nos próximos anos. Esses trechos serão analisados novamente pelo Congresso, que pode restaurá-los se atingir um número mínimo de votos.
"A sanção presidencial reforça o compromisso com a solução das dívidas dos estados, permitindo a redução dos juros, o alongamento da dívida e o uso de ativos para abater débitos, incentivando uma gestão fiscal responsável e investimentos em áreas prioritárias para o desenvolvimento do país", afirmou o governo.
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad afirmou, em entrevista à GloboNews, que a equipe econômica deve apresentar novas medidas a fim de garantir a sustentabilidade do arcabouço fiscal.
O ministro também admitiu que o governo teve problemas de comunicação no último ano.
"Nós tivemos um problema grave de comunicação. Precisamos nos comunicar melhor. O mercado está muito sensível no mundo inteiro. Não é uma situação normal que o mundo está vivendo e essa é outra parte da história", afirmou.
ICMBio: inscrições para concurso serão reabertas; provas são adiadas para março
Seleção vai preencher oportunidades para analista administrativo e analista ambiental. Vagas são de nível superior, com formação em qualquer área. Seleção para o ICMBio vai preencher oportunidades para Analista Administrativo e Analista Ambiental.
Bruno Bimbato/Divulgação
As inscrições para o concurso público do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) serão reabertas na sexta-feira (17), às 10h (veja o novo cronograma abaixo).
A alteração no cronograma foi publicada no Diário Oficial da União, nesta terça-feira (14). Agora, os interessados terão até as 18h do dia 27 de janeiro para se inscrever.
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Além disso, as provas objetivas e discursiva, que seriam aplicadas no dia 23 de fevereiro, foram adiadas para o dia 30 de março.
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O concurso vai preencher 350 vagas de nível superior, com remuneração inicial de até R$ 8,8 mil. As oportunidades são para os cargos de analista administrativo (120 vagas) e analista ambiental (230 vagas), distribuídas por várias regiões do país e na sede de empresa, em Brasília (DF).
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A jornada de trabalho dos aprovados é de 40 horas semanais. Do total de vagas a serem preenchidas agora, 20% são reservadas para negros (pretos e pardos) e indígenas, e 5% para pessoas com deficiência.
A distribuição ficou da seguinte forma:
Para se inscrever, os interessados devem acessar o site do Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe) – banca organizadora do processo seletivo.
A taxa de inscrição é de R$ 93 para o cargo de analista administrativo e de R$ 99 para analista ambiental.
Candidatos doadores de medula óssea em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde e inscritos no CadÚnico podem solicitar isenção da taxa.
As provas objetivas e discursivas serão aplicadas em todas as capitais do país no período da tarde, impedindo que os candidatos possam concorrer aos dois cargos.
A realização do concurso já havia sido autorizada pelo Ministério da Gestão em agosto. A última seleção da empresa aconteceu em 2021, quando foram preenchidas 171 vagas em cargos de nível médio e superior.
Cronograma do concurso 📆
Reabertura das Inscrições: 17/01 a 27/01/2025
Data limite de pagamento das inscrições: 14/2/2025
Divulgação dos locais de provas: 17/3/2025
Aplicação das provas: 30/3/2025
Consulta individual aos gabaritos preliminares das provas objetivas: 1º a 3/4/2025
Divulgação preliminar da prova discursiva: 1º/4/2025
Divulgação dos Gabaritos: 4/4/2025
Resultado final das provas objetivas e provisório da prova discursiva: 30/4/2025
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Os pilotos de navio que ganham a partir de R$ 8 mil e trabalham só metade do ano
Profissão, que exige diploma da Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM), tem ganhos e progressão de carreira promissores — mas também desafios, como o impacto dos dias em alto-mar na vida social. Karine abandonou o curso de engenharia para se tornar pilota de navio e está satisfeita com a escolha.
Arquivo Pessoal / Divulgação via BBC
A vida da carioca Karine Granato, de 26 anos, é literalmente dividida entre o alto-mar e a terra firme: como pilota de navio, ela trabalha 28 dias embarcada e, depois, tem 28 dias de descanso em casa.
Dessa forma, ao longo do ano, ela tem seis meses de trabalho e seis meses de descanso.
Atualmente, Karine trabalha no mercado offshore (exploração em alto-mar), apoiando as plataformas de petróleo e gás em cidades do Rio de Janeiro e em Santos, no Estado de São Paulo.
Além de ser responsável por pilotar o navio, ela ainda cuida de todo sistema de segurança, salvatagem (procedimentos e equipamentos para salvar a vida humana em caso de emergências), verifica as certificações da embarcação, além de outras atividades.
Para assumir essa função, ela passou pela Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM), responsável por formar profissionais dessa área, em cursos que duram três anos.
Karine reconhece que pessoas à sua volta de "assustam" com sua rotina, mas não se vê trabalhando com outra coisa.
"Os 28 dias em terra compensam", garante.
Mesmo com muitos dias fora de casa, Karine diz que ainda assim consegue ter tempo para passar com parentes e amigos. Ela também vê a tripulação como uma família — com quem passou o último Natal e Ano Novo, compartilhando até ceia para comemorar.
"A gente faz de tudo para se conectar. Não é um super mar de rosas, mas no geral acho que vale a pena. Você abre mão de muita coisa e ganha outras também."
Um dos benefícios mais citados por quem trabalha na área da marinha mercante é a remuneração.
Karine Granato, de 26 anos, desistiu da engenharia para se formar na área de marinha mercante.
Arquivo Pessoal / Divulgação via BBC
Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, o salário médio de admissão de um oficial de quarto de navegação da marinha mercante foi de R$ 8.197 em 2024. Esse é a função inicial de um oficial de náutica em uma tripulação de navio (entenda os cargos abaixo).
Mas esta é uma média — Carlos Müller, presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar), diz que os salários iniciais podem chegar à faixa de R$ 15 mil a R$ 20 mil, com maiores ganhos na indústria de petróleo e gás.
Os benefícios também costumam ser atraentes, com políticas internas de progressão de carreira, plano de saúde, previdência privada e auxílio educacional.
Karine gostou tanto da ideia de pilotar um navio, algo que surgiu na conversa com uma amiga, que abandonou o curso de engenharia de telecomunicações para entrar na EFOMM, aos 20 anos.
Ela conta que não se identificava muito com a engenharia e achou "muito legal" a possibilidade de pilotar um navio — embora a família tenha estranhado a virada brusca na carreira, por não conhecer a nova profissão escolhida pela jovem.
Mudança de carreira: saiba por onde começar
A EFOMM forma oficiais em dois cursos: náutica e máquinas.
Os oficiais de máquinas cuidam da operação e manutenção dos sistemas de máquinas do navio.
Já os oficiais de náutica, como Karine Granato, são responsáveis pelo uso dos equipamentos de convés, navegação e comunicações de bordo. "Piloto de navio" é uma denominação informal para esses oficiais.
Além da pilotagem, os oficiais de náutica podem atuar como inspetores de segurança em terminais aquaviários, navegadores em portos com sistemas de VTS (Vessel Traffic Services, ou Serviços de Tráfego de Embarcações, em português) e nas tripulações de navios de passageiros.
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Considerando a hierarquia na carreira de oficial de náutica, os postos, do mais baixo ao mais alto, são: segundo oficial de náutica; primeiro oficial de náutica; capitão de cabotagem; e capitão de longo curso.
O avanço nesses postos depende do tempo de embarque e, em alguns casos, também da realização de cursos de aperfeiçoamento (como para se tornar capitão de cabotagem).
Em uma tripulação, a hierarquia dos oficiais de náutica é dividida, da função mais baixa à mais alta, entre oficial de quarto de navegação (posto que pode ser ocupado por segundo oficial de náutica ou primeiro oficial de náutica); imediato (primeiro oficial de náutica ou capitão de cabotagem); e comandante (capitão de longo curso).
Conciliando o casamento com o trabalho embarcado
Apesar de adaptado à rotina atual, Jonatas planeja deixar o trabalho embarcado por volta dos 50 anos.
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Jonatas Aires, 28 anos, mudou de Santa Maria (RS) para o Rio para estudar na EFOMM. Ele buscava independência financeira e uma formação civil, já que não tinha interesse em seguir carreira militar, como o pai.
O setor da marinha mercante envolve atividades econômicas no mar e tem caráter civil. É diferente da Marinha de Guerra, que é militar e voltada para a defesa nacional.
Entretanto, a formação teórica na EFOMM é realizada pela Marinha de Guerra.
Por isso, nesse período, os alunos são considerados militares e recebem soldo militar — mas o vínculo é encerrado após a formação.
Jonatas flertou com a ideia de cursar a área de máquinas, motivado por sua afinidade com física. Porém, ao conhecer o trabalho prático, percebeu que o setor exigia aptidões que não eram seu foco, como automação e eletrônica.
Foi durante o curso que teve interesse pela carreira de náutica. Segundo ele, a experiência no passadiço, local do navio onde se manobra e conduz a embarcação, foi decisiva para sua escolha.
"Me apaixonei em uma visita durante a formação na EFOMM. Tivemos a oportunidade de embarcar em um navio da Marinha do Brasil por dez dias dias e de conhecer uma embarcação offshore", relembra
Hoje, ele trabalha como oficial de quarto de náutica em cidades do Rio de Janeiro, em regime 28 por 28 dias.
'Já aconteceu com pessoas conhecidas de não conseguirem ir ao enterro porque estavam muito longe', relata Jonatas.
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Sua rotina inclui tarefas como monitoramento de navegação, controle de documentação e gestão de cargas para plataformas de petróleo.
Apesar das vantagens, como o salário atrativo e os desafios constantes, ele destaca as dificuldades de estar longe da família. Perder momentos importantes, como aniversários ou até funerais, é uma realidade para quem vive embarcado.
"Em casos de emergência, a empresa manda de volta o barco para terra, mas, às vezes, não é possível chegar a tempo. Já aconteceu com pessoas conhecidas de não conseguirem ir ao enterro porque estavam muito longe", diz.
Jonatas ainda relata conseguir conciliar a rotina de trabalho com o casamento. Seu marido trabalha remotamente e tem liberdade para viajar — o que, segundo o piloto, ajuda muito quando os dois se encontram.
"A gente aproveita muito para pegar um carro e viajar durante os meus desembarques', diz.
Apesar da adaptação à rotina atual, o piloto já planeja sua transição para uma vida longe dos navios.
"Acredito que, aos 50 anos, já estarei satisfeito com o que conquistei e pronto para começar uma fase em terra", afirma.
'Minha escala é 60 por 60'
Pilota de navio, Geórgia Siqueira, 24 anos, compartilha sua rotina de trabalho nas redes sociais.
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Geórgia Siqueira, de 24 anos, também é pilota e divulga sua rotina nas redes sociais, o que costuma despertar muita curiosidade de internautas.
Embora esteja satisfeita profissionalmente, a jovem reforça que uma das principais dificuldades é manter a vida social.
"Acho difícil namorar, porque quando você começa a conhecer uma pessoa, logo já tem que embarcar. Eu sou solteira, mas tenho amigas [da mesma área profissional] que são casadas e que namoram", relata.
Esse tipo de obstáculo faz com que ela não considere se aposentar trabalhando como pilota.
"Não me vejo trabalhando pelo resto da vida em um navio", afirma.
"Eu quero casar e constituir família, então é mais difícil. Pretendo trabalhar até os 40 anos e depois viver de rendimentos, igual outras pessoas fazem."
Já Karine Granato não vê a formação de uma família como fator limitante da profissão.
"Tenho muitos exemplos inspiradores de mulheres que conseguem conciliar a vida a bordo com a maternidade, graças ao apoio das empresas de navegação. Isso me dá confiança de que é possível continuar evoluindo profissionalmente sem que isso seja um obstáculo."
'Não me vejo trabalhando pelo resto da vida em um navio', afirma Geórgia.
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Outro desafio apontado por Geórgia é o machismo, que ela diz ser comum no dia a dia da profissão.
Somente em 1997 a EFOMM passou a ter alunas mulheres. Em 2009, uma mulher se tornou comandante pela primeira vez no Brasil.
Nos postos mais altos da carreira de oficiais de náutica, as mulheres são minoria: 10,2% entre capitães de cabotagem e 1,78% entre capitães de longo curso, de acordo com dados da Diretoria de Portos e Costas Marinha do Brasil.
"Quando comecei a embarcar, tinha 21 anos. Às vezes, tinha que dar ordem para pessoas mais velhas", conta Geórgia.
"No início, tive um pouco de dificuldade de me impor e fazer com que os meus subordinados [a maioria homens] entendessem isso."
Além da escala 28 dias por 28, como a cumprida por Karine e Jonatas, há também outros formatos, como 42 por 42 e até 60 por 60.
Este é o caso de Geórgia Siqueira, que fica dois meses embarcada e dois meses descansando.
Hoje, ela atua em um navio que transporta produtos químicos. O trajeto é fixo: a carga é posta em Salvador (BA) e descarregada em Santos (SP).
A profissão também a levou para fora do Brasil. Após os três anos de formação na EFOMM, Geórgia fez estágio em um navio petroleiro e ficou um ano longe do Brasil — passando por Singapura, Índia, Egito e Estados Unidos.
Como ingressar na área
'É uma carreira globalizada', diz Carlos Müller, presidente do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante.
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Para entrar na Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM), é preciso passar por testes práticos e teóricos.
Em 2024, foram oferecidas 293 vagas, divididas entre os dois centros de formação, no Rio de Janeiro (RJ) e em Belém (PA). Há limite de idade: o candidato precisa ter entre 17 e 23 anos.
Após o primeiro ano de formação básica, os alunos escolhem sua área de especialização e completam mais dois anos de estudos. Em seguida, passam por um estágio prático de um ano a bordo, geralmente em alto-mar.
Ao concluir o curso, ganham título de bacharéis em ciências náuticas e assumem funções de segundo oficial de náutica ou de máquinas.
Carlos Müller, do Sindmar, afirma que a profissão tem ganhado visibilidade nas redes sociais, mas ainda é marcada por desafios como os longos períodos longe da família e exigências rigorosas de capacitação.
"É uma carreira globalizada, com padrões regulatórios internacionais, o que demanda constante atualização", afirma.
Apesar disso, ele ressalta o crescimento no setor marítimo, impulsionado por atividades como a exploração de petróleo e o transporte de cargas.
Entre as modalidades de atuação de um piloto, está a cabotagem, a navegação entre portos brasileiros; o longo curso, que envolve viagens internacionais; e o apoio marítimo, ou offshore, que dá suporte a plataformas e unidades de perfuração.
Escala 1x1
'Não é um super mar de rosas, mas no geral acho que vale a pena. Você abre mão de muita coisa e ganha outras também', diz Karine sobre a profissão.
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Nessa área, a equivalência entre o número de dias trabalhados e de dias folgados é uma exigência das normas e leis brasileiras.
A escala de embarque e o trabalho dos marítimos são regulados por acordos coletivos de trabalho, que cada empresa assina junto aos sindicatos.
"No século passado, os oficiais da marinha mercante brasileira chegaram a cumprir a extenuante escala 23x1", destaca Müller.
"Um marco importante foi alcançado em 2017, quando os marítimos brasileiros conquistaram a assinatura de acordos coletivos de trabalho com todas as empresas do setor, garantindo o regime 1x1. Esse modelo trouxe um equilíbrio mais saudável entre a vida profissional e a vida social e familiar dos trabalhadores", destaca o presidente do Sindmar.
Segundo Cláudio Menezes, gerente executivo da Transpetro (empresa brasileira de transporte e logística de combustíveis), a maioria das empresas de navegação brasileira pratica o 1x1 — uma das "melhores práticas" globais na organização do trabalho, em suas palavras.
Profissionais dessa área contratados via CLT têm direito a 30 dias de férias remuneradas como toda pessoa empregada desta forma.
Mas existe um debate, além de práticas distintas a depender do acordo coletivo e da empresa, sobre se as férias podem ser descontadas do período de folga (ou seja, aquele que corresponde aos dias em que funcionário ficou embarcado).
Embora seja uma escala considerada equilibrada pelos especialistas, o regime 1x1 não reflete a situação internacional da profissão. O critério de embarque praticado por empresas estrangeiras pode variar conforme a política de cada uma, a depender das funções exercidas a bordo.
Segundo Müller, a Convenção do Trabalho Marítimo, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), permite que profissionais da navegação internacional permaneçam embarcados por até onze meses consecutivos, com direito a apenas um mês "desembarcado", pago pelo empregador — o que, de acordo com ele, acontece em países do Sudeste Asiático.
Saúde mental dos trabalhadores
Apesar de estar satisfeita atualmente com a profissão, Geórgia Siqueira não se vê trabalhando a vida toda em um navio.
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Tanto Karine quanto Geórgia relatam fazer terapia para aguentar essa rotina de trabalho incomum. Sempre que possível, elas, assim como Jonatas, praticam atividade física na academia do navio.
"É muita pressão que a gente sofre, e fazer terapia é essencial. Eu malho todos os dias a bordo e faço meu treino. Só não treino quando está com mau tempo, porque o navio balança muito", conta Geórgia.
Segundo a psicóloga Hosana Siqueira, especialista em psicologia clínica pela Universidad Europea del Atlántico, na Espanha, os profissionais que trabalham em embarcações de grande porte enfrentam uma série de desafios psicológicos.
"Essas profissões carregam responsabilidades gigantescas, isolamento social e exposição a situações de alta pressão — tudo isso enquanto lidam com um cotidiano longe do padrão", explica Siqueira.
A psicóloga destaca que a alteração do ciclo do sono, comum em viagens marítimas, também contribui para o desgaste emocional.
"É preciso pensar que ele [o trabalhador] vai estar dormindo e acordando durante X dias com pessoas estranhas. Todos esses fatores acabam influenciando e impactando emocionalmente", explica Siqueira.
Os sinais de alerta para problemas de saúde mental incluem insônia, fadiga crônica, irritabilidade, falta de concentração, sentimentos de vazio e até mesmo dores musculares.
A psicóloga destaca a importância de reconhecer esses sinais e buscar ajuda o mais rápido possível.
"Uma vez em casa, é importante aproveitar o tempo para atividades que deem prazer e estimulem diferentes áreas da vida", aconselha Siqueira.
A terapia, inclusive por meio de plataformas online, pode ser uma grande aliada para os profissionais do mar.
"O acompanhamento terapêutico hoje pode ser feito inclusive quando esse profissional está embarcado", afirma a psicóloga.
Lula sanciona com vetos projeto que muda regras de pagamento para dívidas dos estados
Projeto mantém fórmula atual de reajuste (IPCA + 4%), mas cria formas de abater esse percentual. Haddad já havia anunciado veto a trechos que impactam meta fiscal da União. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou nesta terça-feira (14) o projeto que cria regras mais flexíveis para o pagamento das dívidas bilionárias dos estados com o governo federal.
Lula vetou trechos que, na visão do governo, geravam impacto no resultado primário das contas públicas – ou seja, na busca pelo equilíbrio entre receita e despesas em 2025 e nos próximos anos.
Lula sanciona com vetos projeto que muda regras de pagamento para dívidas dos estados
Esses trechos deverão ser analisados novamente pelo Congresso – que pode, se atingir um número mínimo de votos, restaurar as partes vetadas e incluí-las novamente no texto.
"A sanção presidencial reforça o compromisso com a solução das dívidas dos estados, possibilitando a redução dos juros, o alongamento da dívida e o uso de ativos para abatimento dos débitos, incentivando uma gestão fiscal responsável e investimentos em áreas prioritárias para o desenvolvimento do país", diz material divulgado pelo governo.
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já tinha antecipado essa posição do governo. Segundo Haddad, mudanças feitas pelo Congresso no projeto original não contavam com o aval da equipe econômica.
"O presidente está informado das diferenças do que nós tínhamos proposto e do que foi aprovado. Ele está a par dessas diferenças. O que estamos levando à consideração do presidente é que tudo que tenha impacto primário seja vetado. E há alguns itens que têm impacto primário", disse Haddad no último dia 9.
Nesta segunda, o blog da Daniela Lima antecipou que, após reuniões, o governo tinha conseguido costurar um texto que "privilegiava" as decisões do Senado e, ainda assim, retirava cerca de 14 itens que poderiam impactar as contas federais.
💸 O valor da dívida dos estados, segundo o Tesouro Nacional, estava em R$ 797,13 bilhões em outubro de 2024.
💸 A maior parte do montante se refere aos débitos de quatro estados: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Veja no vídeo abaixo os detalhes do texto aprovado pelo Congresso no fim do ano:
Renegociação das dívidas dos Estados seguem para sanção
O projeto recebeu o franco apoio do atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que deixará o posto daqui a duas semanas.
Minas Gerais, estado que o elegeu, é um dos principais beneficiados pela renegociação das condições dessas dívidas. O estado deve cerca de R$ 163 bilhões à União, segundo a Secretaria de Fazenda de MG.
O que prevê a nova lei
Pelas novas regras, os estados poderão renegociar as dívidas com desconto nos juros e parcelamento em até 30 anos com a União. Para isso, terão que comprovar o atendimento a algumas regras de boa gestão.
💰 No atual modelo, as dívidas são corrigidas pelo que for menor entre: a taxa básica de juros, a Selic, e a inflação oficial mais 4% ao ano.
💰 O texto do projeto aprovado pelos parlamentares mantém o formato atual dos juros (IPCA + 4%), mas prevê mecanismos para reduzir e até zerar esses 4% adicionais.
Estados que comprovarem "boa situação fiscal" terão direito, ainda, a usar um fundo de "equalização federativa".
A tentativa de renegociar a dívida dos estados se estende, pelo menos, desde 1993.
Em 1997, a União assumiu os débitos dos entes junto ao mercado. Então, os estados passaram a dever ao Tesouro Nacional. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), de 2000, trouxe mais rigidez ao punir estados que atrasam os pagamentos.
Bastidores das negociações
Segundo pessoas envolvidas nas conversas, houve uma reunião nesta segunda (13), na Residência Oficial do Senado, entre Rodrigo Pacheco, os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil), além do líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues.
Conforme essas pessoas envolvidas nas negociações, os vetos publicados nesta terça foram comunicados a Pacheco nessa reunião de segunda.
Interlocutores de Rodrigo Pacheco afirmam, de forma reservada, que o presidente do Senado reconheceu o "esforço" de Lula para tentar resolver a dívida dos estados.
Além disso, segundo esses relatos, Pacheco avaliou que, apesar dos vetos, a redução dos juros vai ser "substancial", assim como o alongamento da dívida e a possibilidade de entrega de ativos.
Integrantes do governo disseram à GloboNews que houve conversas sobre a chamada federalização das estatais — medida pela qual estados vão poder abater as dívidas com a União entregando à própria União bens, ativos e participações societárias.
Inicialmente, a avaliação foi que esse trecho poderia ser vetado por representar impacto primário nas contas públicas.
Entretanto, prevaleceu o entendimento de que, se houver impacto, não será imediato porque a federalização, ainda que aconteça, dependerá de aval da União, portanto, o impacto deverá ser calculado antes de a União aprovar. E, eventualmente, poderá até recusar.
MEIs têm até o fim de janeiro para regularizar dívidas do Simples Nacional; veja como fazer
Caso os débitos não sejam pagos em sua totalidade, a empresa é excluída do regime. Os Microempreendedores Individuais (MEIs) também serão desenquadrados do SIMEI. MEIs pagam impostos por meio do DAS
pressfoto/Freepik
Os Microempreendedores Individuais (MEIs) e as Micro e Pequenas Empresas (MPEs) têm até o dia 31 de janeiro para regularizar as dívidas com a Receita Federal e evitar a exclusão do Simples Nacional.
Mais de 1,8 milhão de empresas do Simples Nacional foram notificadas pela Receita Federal para regularizar suas dívidas com o órgão. Porém, aproximadamente 1,5 milhão ainda não regularizaram a situação.
Os empreendedores que não quitarem as pendências correm o risco de serem excluídos do regime.
💸 O Simples Nacional é um regime especial para o pagamento de impostos que reúne seis tributos federais. Criado em 2006 com o objetivo de simplificar a cobrança, ele tem uma carga tributária reduzida e é voltado para pequenas empresas.
As empresas foram notificadas por meio do envio de um termo de exclusão do Simples Nacional, pelo Domicílio Tributário Eletrônico do Simples Nacional e MEI (DTE-SN).
Segundo a Receita Federal, são 1.121.419 Microempreendedores Individuais (MEIs) e 754.915 micro e empresas de pequeno porte com um valor significativo pendente de regularização. Juntas, as dívidas somam R$ 26,7 bilhões.
Quem recebeu o termo precisa pagar as dívidas, à vista ou de forma parcelada, em até 30 dias a partir da visualização do documento. (leia mais abaixo)
Para contestar o termo, o empreendedor precisa enviar o pedido ao Delegado de Julgamento da Receita Federal, por meio de protocolo via internet.
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Como regularizar as dívidas?
A empresa deverá pagar todas as dívidas listadas no Relatório de Pendências, que acompanha o termo de exclusão enviado pela Receita Federal.
➡️ Os documentos podem ser acessados pelo portal do Simples Nacional, por meio do DTE-SN, ou pelo portal e-CAC. Outra opção é o portal Regularize, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN).
A Receita Federal vai considerar que o contribuinte leu o comunicado no momento em que ele acessar o termo. Mas, se ele não tiver visto a notificação dentro de 45 dias, o prazo para pagamento começa a contar automaticamente.
Se o empreendedor pagar as dívidas em até 30 dias, o termo de exclusão será cancelado, não sendo necessário comparecer em uma unidade da Receita Federal ou realizar qualquer outro procedimento.
Se os débitos não forem pagos em sua totalidade, a empresa vai ser excluída do Simples Nacional. Os MEIs também serão desenquadrados do SIMEI.
A exclusão implica perda de benefícios fiscais, dificuldades para emitir notas fiscais e manter contratos, além do possível cancelamento de alvarás de funcionamento.
Todo o processo de regularização é 100% digital e simples, permitindo que os empreendedores regularizem as dívidas sem burocracia. Além disso, existem algumas vantagens para a renegociação, como:
Descontos de até 100% em juros, multas e encargos legais, conforme o perfil da dívida.
Parcelamento em até 133 vezes, permitindo maior previsibilidade e organização financeira.
Redução da parcela inicial para facilitar a adesão ao programa.
Para quem optar pela opção de regularização das dívidas parceladas, a primeira parcela deve ser quitada até 31 de janeiro.
Segundo o Sebrae, com os impostos em dia, o MEI garante os benefícios previdenciários, como aposentadoria e salário-maternidade. Além disso, pode participar de compras públicas e ter mais facilidade para acessar crédito.
"É importante verificar os débitos e emitir as guias DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional). Além disso, quem não entregou a Declaração Anual (DASN-SIMEI) precisa resolver isso para evitar mais problemas”, afirma Cassius Leal, fundador e CEO da Advys Contabilidade.
Após o desligamento, o empreendedor ainda pode recorrer. O prazo para contestar a exclusão é de 30 dias, mas o retorno ao Simples só poderá ser solicitado após a quitação das pendências.
“Sem organização fiscal, os riscos de inadimplência aumentam. Regularizar os débitos agora é essencial para manter os benefícios e garantir a continuidade dos negócios”, completa Cassius Leal.
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Concurso da Embrapa: inscrições para 1.027 vagas e salário de até R$ 12,8 mil são prorrogadas; veja nova data
Seleção vai preencher oportunidades em todos os níveis de escolaridade em várias áreas. Empresa não realizava concurso nacional desde 2009. Embrapa publica edital de concurso com 1.027 vagas e salário de até R$12,8 mil
As inscrições para o concurso público da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) foram prorrogadas até sexta-feira (17), às 18h.
O prazo para cadastro iria se encerrar nesta terça-feira (14), mas foi adiado na noite de segunda (13).
➡️ VEJA O EDITAL DE RETIFICAÇÃO
Os interessados em participar do concurso devem acessar o site do Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), banca organizadora do processo seletivo.
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Estão sendo ofertadas 1.027 vagas em todos os níveis de escolaridade, com remuneração inicial de até R$12,8 mil. As oportunidades são os cargos de pesquisador, analista, assistente e técnico.
A empresa não realizava um concurso público em âmbito nacional desde 2009. Até 2014, o órgão ainda convocava as pessoas que estavam na lista de reserva. O novo concurso já havia sido anunciado pelo presidente da instituição no ano passado.
➡️ VEJA O EDITAL COMPLETO
O processo seletivo tem vagas para áreas já consolidadas na Embrapa, como advocacia, desenvolvimento humano, entomologia, recursos florestais, transferência de tecnologia, pedologia, melhoramento genético, entre outras.
Outras, porém, são demandas que surgiram ou ganharam mais evidência ao longo da última década, com biologia sintética e ciências ômicas, ciência de dados, instrumentação em fotônica, nanotecnologia, inovação social e governança sustentável (ESG).
As oportunidades estão divididas da seguinte forma: 719 vagas para ampla concorrência, 103 vagas para pessoas com deficiência (PcDs) e 205 vagas para pessoas pretas e pardas, além do cadastro de reserva.
Desse total, são:
404 vagas para analista;
319 vagas para pesquisador;
242 vagas para técnico;
62 vagas para assistente;
O cargo de assistente tem como requisito o nível fundamental incompleto (no mínimo 5º ano), com salário inicial de R$ 2.186,19.
Já para técnico é exigido nível médio ou técnico (conforme a especialidade), com remuneração de R$ 5.556,81.
Para analista, é preciso ter o nível superior nas áreas determinadas no edital, com ganhos iniciais de R$ 10.921,33.
Por fim, quem escolher atuar como pesquisador é necessário ter mestrado em áreas específicas, com salário inicial de R$ 12.814,61.
Veja abaixo a distribuição.
Além da remuneração, os funcionários receberão benefícios como assistência médica, auxílio alimentação/refeição, seguro de vida, seguridade social, auxílio pré-escola, auxílio para filhos com deficiência mental, entre outros.
Os aprovados poderão atuar na sede da empresa, em Brasília (DF), ou em uma das 43 unidades distribuídas pelo país. Segundo a Embrapa, as oportunidades são separadas em 189 áreas e subáreas de atuação, chamadas de "opções" no edital.
➡️ "Opção" = Conjunto formado por Cargo/Área/Subárea e deve ser indicado no momento da inscrição. Exemplo: Pesquisador/Ciências Agrárias/Sanidade Aquícola.
Durante as inscrições, os candidatos escolhem o cargo e localidade na qual querem trabalhar, mas podem ser convocados para qualquer unidade da Embrapa com vagas disponíveis. A divisão completa consta no anexo II do edital.
A jornada de trabalho é de 40 horas semanais. A taxa de inscrição varia conforme o cargo:
Pesquisador: R$ 170;
Analista: R$ 150;
Técnico: R$ 80;
Assistente: R$ 60.
Candidatos doadores de medula óssea em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde e inscritos no CadÚnico podem solicitar isenção da taxa.
O processo seletivo terá as seguintes etapas:
Prova objetiva, de caráter eliminatório e classificatório, para todos os cargos.
Prova discursiva, de caráter eliminatório e classificatório, somente para o cargo de Pesquisador e algumas especialidades do cargo de Analista,
Defesa de memorial e apresentação de projeto de pesquisa, de caráter classificatório, somente para o cargo de Pesquisador;
Prova prática, de caráter eliminatório e classificatório, somente para algumas especialidades do cargo de Técnico;
Avaliação de títulos, de caráter classificatório, somente para o cargo de Pesquisador.
As provas objetivas e discursivas estão prevista para o dia 23 de março de 2025, em todas as capitais do país e nas cidades com unidades da Embrapa. Os locais de aplicação das avaliações estão descritos no anexo III do edital.
Cronograma do concurso 📆
Inscrições: 16/12/2024 até 17/01/2025 às 18h
Data limite de pagamento das inscrições: 4/2/2025
Divulgação dos locais de provas: 07/03/2025
Aplicação das provas: 23/03/2025
Divulgação dos Gabaritos: 28/03/2025
Divulgação do resultado final das provas objetivas: 22/04/2025
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Barueri é a cidade mais cara para viver de aluguel; veja o ranking e o custo médio do metro quadrado
Município lidera a lista com o metro quadrado a R$ 65,41 por mês, mostra o Índice FipeZAP. Levantamento acompanha o preço médio de locação de apartamentos prontos em 36 cidades brasileiras. Bairro de Alphaville, em Barueri (SP).
Divulgação/Prefeitura
A cidade de Barueri, na Região Metropolitana de São Paulo, é a mais cara para se viver de aluguel no Brasil. É o que revelam dados do Índice FipeZAP, divulgados nesta terça-feira (14).
Para morar no município, é necessário desembolsar, em média, R$ 65,41/m² por mês. No caso de um imóvel de 50 metros quadrados, por exemplo, o valor médio de locação é de R$ 3.270.
Desde setembro de 2022 a cidade lidera o ranking. Paula Reis, economista do DataZAP, explica que os preços refletem o investimento do município no segmento de alto padrão, em especial durante a pandemia de Covid-19. Os valores são puxados pelo bairro de Alphaville.
"A segmentação e o nicho desse mercado tendem a contribuir para uma valorização mais acentuada em Barueri", diz. "É o caminho contrário ao de São Paulo, que, dado seu porte, abrange diversos segmentos de mercado em diferentes bairros, resultando em choques menos pronunciados."
O Índice FipeZAP acompanha o preço médio de locação de apartamentos prontos em 36 cidades brasileiras — sendo 22 capitais. Os dados são referentes a dezembro de 2024.
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A segunda cidade mais cara do país é a própria capital: em São Paulo (SP), o custo médio mensal do aluguel é de R$ 57,59/m². Para um imóvel de 50/m², o valor chega a R$ 2.879.
Florianópolis (SC) vem em terceiro lugar, com custo de R$ 54,97/m², ou R$ 2.748.
Na outra ponta, o aluguel residencial mais barato do país está no Sul: em Pelotas (RS), o custo médio é de R$ 18,61/m². Vêm logo à frente duas capitais nordestinas: Teresina (PI), com custo de R$ 22,49/m², e Aracaju (SE), de R$ 24,90/m².
Seguindo o mesmo exemplo de imóveis de 50 metros quadrados, os aluguéis seriam de:
Pelotas: R$ 930
Teresina: R$ 1.124
Aracaju: R$ 1.245
O preço médio dos novos contratos de aluguéis, calculado para as 36 cidades do índice, é de R$ 48,12/m², segundo dados de dezembro. Com essa base, o aluguel de um apartamento de 50 metros quadrados custa, em média, R$ 2.406 no país — quase R$ 279,50 acima do ano anterior (R$ 2.126,50).
Segundo o censo, há mais brasileiros vivendo em imóveis alugados
Média nacional subiu quase o triplo da inflação em 2024
Os novos contratos de aluguéis residenciais ficaram, em média, 13,50% mais caros em 2024, segundo o Índice FipeZAP. O resultado ficou 2,66 pontos percentuais (p.p.) abaixo do registrado em 2023, quando o avanço foi de 16,16%.
O aumento anual foi quase o triplo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, que avançou 4,83% no ano. Com isso, a alta real dos novos aluguéis (descontada a inflação) foi de 8,27%.
Paula Reis, do DataZAP, explica que o aumento acima da inflação está relacionado ao desempenho da economia brasileira — em especial ao mercado de trabalho, que segue forte.
A taxa de desemprego no Brasil foi de 6,1% no trimestre terminado em novembro, mostrou a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. Essa é a menor taxa de desocupação da série histórica, iniciada em 2012.
"Os dados de emprego são fator importante para o mercado de locação", explica. Na prática, quando um número maior de pessoas possui renda, a tendência é que haja uma maior procura por imóveis, o que colabora com a alta dos preços.
Segundo a economista, há chances de uma alta ainda maior em 2025 devido a dois fatores:
projeções ainda otimistas para o mercado de trabalho;
e um mercado de venda de imóveis restrito em meio ao encarecimento do crédito imobiliário, que acompanha a alta da Selic, a taxa básica de juros do país.
Alta nas cidades
De acordo com o levantamento, apenas um município monitorado não teve alta real no preço médio do aluguel em 2024: Maceió (AL), cujo aumento foi de 3,35% — ou seja, abaixo da inflação do ano.
Quando observadas apenas as capitais monitoradas, os maiores avanços no ano foram em Salvador (33,07%), Campo Grande (26,55%), Porto Alegre (26,33%) e Recife (16,17%). Com os números, a capital baiana também lidera o ranking geral.
Veja na arte abaixo.
Avanço no preço do aluguel residencial em 2024
Arte/g1
São Paulo é a capital mais cara para viver de aluguel; veja o ranking e o custo médio do metro quadrado
Capital paulista lidera a lista com o metro quadrado a R$ 57,59 por mês, mostra o Índice FipeZAP. Levantamento acompanha o preço médio de locação de apartamentos prontos em 36 cidades brasileiras. Vista de prédios e área verde em São Paulo.
Paulo Pinto/Agência Brasil
São Paulo é a capital mais cara para se viver de aluguel no Brasil. É o que mostram dados do Índice FipeZAP, divulgados nesta terça-feira (14).
Para morar na capital paulista, é necessário desembolsar, em média, R$ 57,59/m² por mês. No caso de um imóvel de 50 metros quadrados, por exemplo, o valor médio de locação é de R$ 2.879.
Já a segunda capital mais cara fica na região Sul: Florianópolis (SC) tem custo médio mensal de aluguel de R$ 54,97/m². Para um imóvel de 50m², o valor chega a R$ 2.748.
O Recife (PE) vem em terceiro lugar, com custo de R$ 54,95/m² ou R$ 2.747.
O Índice FipeZAP acompanha o preço médio de locação de apartamentos prontos em 36 cidades brasileiras — sendo 22 capitais. Os dados são referentes a dezembro de 2024.
Paula Reis, economista do DataZAP, explica que fatores como a renda dos moradores das cidades, a densidade demográfica e a escassez de terrenos e imóveis ajudam a pressionar os preços de locação.
"São Paulo, por exemplo, é a maior cidade do Brasil e com um vasto mercado de trabalho. É densamente povoada e suas áreas mais valorizadas têm escassez de terrenos, o que limita a oferta — ainda que haja alta demanda —, impactando nos preços", diz.
Enquanto isso, Florianópolis tem investido em infraestrutura, ressalta a especialista.
"A cidade oferece uma qualidade de vida que passou a ser mais desejada durante a pandemia. O crescimento populacional, revelado pelo último Censo do IBGE, também impulsionou o mercado imobiliário", acrescenta.
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Na ponta de baixo da lista, três capitais do Nordeste concentram os aluguéis residenciais mais baratos do país. Eles chegam a custar menos da metade das cobranças em São Paulo e Florianópolis.
Teresina (PI) ocupa a última colocação do ranking, com imóveis a R$ 22,49/m². Logo à frente, estão Aracaju (SE), com custo de R$ 24,90/m², e Fortaleza (CE), de R$ 32,61/m². Seguindo o mesmo exemplo de imóveis de 50 metros quadrados, os aluguéis seriam de:
Teresina: R$ 1.124
Aracaju: R$ 1.245
Fortaleza: R$ 1.630
Segundo o censo, há mais brasileiros vivendo em imóveis alugados
Média nacional subiu quase o triplo da inflação em 2024
Os novos contratos de aluguéis residenciais ficaram, em média, 13,50% mais caros em 2024, segundo o Índice FipeZAP. O resultado ficou 2,66 pontos percentuais (p.p.) abaixo do registrado em 2023, quando o avanço foi de 16,16%.
O aumento anual foi quase o triplo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, que avançou 4,83% no ano. Com isso, a alta real dos novos aluguéis (descontada a inflação) foi de 8,27%.
Paula Reis, do DataZAP, explica que o aumento acima da inflação está relacionado ao desempenho da economia brasileira — em especial ao mercado de trabalho, que segue forte.
A taxa de desemprego no Brasil foi de 6,1% no trimestre terminado em novembro, mostrou a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. Essa é a menor taxa de desocupação da série histórica, iniciada em 2012.
"Os dados de emprego são fator importante para o mercado de locação", explica. Na prática, quando um número maior de pessoas possui renda, a tendência é que haja uma maior procura por imóveis, o que colabora com a alta dos preços.
Segundo a economista, há chances de uma alta ainda maior em 2025 devido a dois fatores:
projeções ainda otimistas para o mercado de trabalho;
e um mercado de venda de imóveis restrito em meio ao encarecimento do crédito imobiliário, que acompanha a alta da Selic, a taxa básica de juros do país.
Alta nas cidades
De acordo com o levantamento, apenas um município monitorado não teve alta real no preço médio do aluguel em 2024: Maceió (AL), cujo aumento foi de 3,35% — ou seja, abaixo da inflação do ano.
Quando observadas apenas as capitais monitoradas, os maiores avanços no ano foram em Salvador (33,07%), Campo Grande (26,55%), Porto Alegre (26,33%) e Recife (16,17%). Com os números, a capital baiana também lidera o ranking geral.
Veja na arte abaixo.
Avanço no preço do aluguel residencial em 2024
Arte/g1
Preço do aluguel
O preço médio dos novos contratos de aluguéis, calculado para as 36 cidades, é de R$ 48,12/m², segundo dados de dezembro. Considerando essa base, o aluguel de um apartamento de 50 metros quadrados custa, em média, R$ 2.406 — quase R$ 279,50 acima do ano anterior (R$ 2.126,50).
A cidade mais cara da lista é Barueri (SP), onde o aluguel custa, em média, R$ 65,41/m². No caso de uma residência de 50 metros, o valor mensal no município é de, aproximadamente, R$ 3.270,50.
Enquanto isso, a cidade com o metro quadrado mais barato é Pelotas (RS), custando R$ 18,61, em média.
Veja o preço médio do aluguel por cidade (m²), conforme dados de dezembro:
Preço do aluguel residencial sobe 13,5% em 2024, quase o triplo da inflação; veja as cidades mais caras
Dados são do Índice FipeZAP, que acompanha o preço médio de locação de apartamentos prontos em 36 cidades brasileiras. Chances são de uma alta ainda maior em 2025. Novos contratos de aluguéis residenciais ficaram, em média, 13,50% mais caros em 2024.
Diogo Moreira/Divulgação Governo de São Paulo
Os novos contratos de aluguéis residenciais ficaram, em média, 13,50% mais caros em 2024, segundo dados do Índice FipeZAP divulgados nesta terça-feira (14). O resultado ficou 2,66 pontos percentuais (p.p.) abaixo do registrado em 2023, quando o avanço foi de 16,16%.
O aumento anual foi quase o triplo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, que avançou 4,83% no ano. Com isso, a alta real dos novos aluguéis (descontada a inflação) foi de 8,27%.
Paula Reis, economista do DataZAP, explica que o aumento acima da inflação está relacionado ao desempenho da economia brasileira — em especial ao mercado de trabalho, que segue forte.
A taxa de desemprego no Brasil foi de 6,1% no trimestre terminado em novembro, mostrou a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. Essa é a menor taxa de desocupação da série histórica, iniciada em 2012.
"Os dados de emprego são fator importante para o mercado de locação", diz Reis. Na prática, quando um número maior de pessoas possui renda, a tendência é que haja uma maior procura por imóveis, o que colabora com a alta dos preços.
Segundo a economista, há chances de uma alta ainda maior em 2025 devido a dois fatores:
Projeções ainda otimistas para o mercado de trabalho;
Um mercado de venda de imóveis restrito em meio ao encarecimento do crédito imobiliário, que acompanha a alta da Selic, a taxa básica de juros do país.
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Vitória e Florianópolis são capitais com maior valor médio anunciado de imóveis do país
Alta nas cidades
O FipeZAP acompanha o preço médio de locação de apartamentos prontos em 36 cidades brasileiras, com base em anúncios veiculados na internet.
De acordo com o levantamento, apenas um município monitorado não teve alta real no preço médio do aluguel: Maceió (AL), cujo aumento foi de 3,35% — ou seja, abaixo da inflação do ano.
Quando observadas apenas as capitais monitoradas, os maiores avanços no ano foram em Salvador (33,07%), Campo Grande (26,55%), Porto Alegre (26,33%) e Recife (16,17%). Com os números, a capital baiana também lidera o ranking geral.
Veja na arte abaixo.
Avanço no preço do aluguel residencial em 2024
Arte/g1
Preço do aluguel
O preço médio dos novos contratos de aluguel, calculado para as 36 cidades, é de R$ 48,12/m², segundo dados de dezembro. Considerando essa base, o aluguel de um apartamento de 50 metros quadrados custa, em média, R$ 2.406 — quase R$ 279,50 acima do ano anterior (R$ 2.126,50).
A cidade mais cara da lista é Barueri (SP), onde o aluguel custa, em média, R$ 65,41/m². No caso de uma residência de 50 metros, o valor mensal no município é de, aproximadamente, R$ 3.270,50.
Quando consideradas as 22 capitais brasileiras medidas pelo índice, São Paulo (SP) lidera: R$ 57,59/m². Em seguida, estão Florianópolis (R$ 54,97/m²) e Recife (R$ 54,95/m²).
Considerando todos os 36 municípios monitorados, a capital paulista é a segunda mais cara, logo atrás de Barueri.
Enquanto isso, a cidade com o metro quadrado mais barato é Pelotas (RS), custando R$ 18,61, em média.
Veja o preço médio do aluguel por cidade (m²), conforme dados de dezembro:
Mega-Sena pode pagar R$ 34 milhões nesta terça-feira
Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O concurso 2.815 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 34 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h desta terça-feira (14), em São Paulo.
No concurso do último sábado (11), ninguém levou o prêmio máximo.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega-Sena tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Novo leilão da Receita tem PlayStation 5 por R$ 100 e até diamantes; veja como participar
Período de recebimento das propostas vai das 9h de 23 de janeiro até às 20h do dia 27. Sessão para lances está prevista para 30 de janeiro. PlayStation 5 disponibilizado no novo leilão da Receita Federal e que pode ser adquirido a partir de R$ 100.
Divulgação/ Receita Federal
A Receita Federal em São Paulo realizará mais um leilão regional de mercadorias apreendidas ou abandonadas em 30 de janeiro.
São 203 lotes no total, que incluem óculos de realidade virtual, notebooks, smartphones, painéis solares, smartwatches, tablets, videogames, câmeras fotográficas, fones de ouvido, mesas de som, instrumentos musicais, relógios, joias, diamantes, entre outros.
Segundo a Receita, o leilão será realizado de forma eletrônica e é destinado a pessoas físicas e jurídicas.
O período para recebimento das propostas vai das 9h do dia 23 de janeiro até as 20h do dia 27 de janeiro. A sessão para lances está prevista para as 10h do dia 30 (horários de Brasília).
Os lances devem ser feitos para os lotes fechados — ou seja, um conjunto de determinados itens.
Alguns dos lotes mais baratos custam a partir de R$ 100 e contém um PlayStation 5 cada. Já o mais caro custa R$ 1,4 milhão e conta com uma máquina para balanceamento de rodas e medição de excentricidade.
Outros destaques do leilão são:
Do lote 10 ao lote 16, é possível adquirir diamantes lapidados e outras pedras preciosas com preços a partir de R$ 14 mil;
Do lote 45 ao lote 47, é possível adquirir máquinas fotográficas e lentes para câmeras com preços a partir de R$ 800;
No lote 52, é possível adquirir um óculos de realidade virtual com preço a partir de R$ 2,4 mil;
No lote 53, é possível adquirir uma scooter turbo com lances a partir de R$ 2,6 mil;
Nos lotes 82 e 83, é possível adquirir triciclos elétricos por preços a partir de R$ 1 mil;
No lote 91, é possível adquirir um Fiat Uno com lances a partir de R$ 6 mil;
No lote 95, é possível adquirir um Corsa, da GM, com lances a partir de R$ 7,8 mil;
No lote 97, é possível adquirir um Ford Focus com lances a partir de R$ 9,5 mil.
De acordo com o Fisco, os lotes estarão disponíveis para visitação entre 20 e 24 de janeiro, nas cidades de Guarulhos, Santos, São Paulo, São Bernardo do Campo, Araraquara, São José do Rio Preto e Bauru.
Os lotes poderão ser examinados de forma presencial, mediante agendamento, em dias de expediente normal. Os endereços e horários para visitação, bem como os contatos para agendamento, estão indicados no edital do leilão.
A Receita ainda destacou que os bens arrematados por pessoas físicas não podem ser vendidos, assim como alguns lotes específicos adquiridos por pessoas jurídicas.
Por fim, também alertou para que os contribuintes tenham cuidado para não cair em golpes.
"A Receita Federal alerta para a realização de transmissões ao vivo (lives) fraudulentas que simulam leilões de mercadorias apreendidas em plataformas de compartilhamento de vídeos na Internet", afirmou o Fisco em nota oficial, indicando que a participação é feita exclusivamente pelo e-CAC. Veja como participar do leilão mais abaixo.
Além disso, o pagamento das mercadorias arrematadas em leilão é feito através de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) e nunca mediante depósitos ou transferências para contas de terceiros.
Quem pode participar do leilão?
Pessoas físicas podem participar do leilão sob os seguintes critérios:
ser maior de 18 anos ou pessoa emancipada;
ser inscrito no Cadastro de Pessoas Física (CPF);
ter selo de confiabilidade Prata ou Ouro no sistema de identidade digital do Governo Federal.
Já para pessoas jurídicas, os critérios são os seguintes:
ter cadastro regular no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídica (CNPJ);
ou, no caso do responsável da empresa ou de seu procurador, ter selo de confiabilidade Prata ou Ouro no sistema de identidade digital do governo federal.
Como funcionam os leilões
Como participar do leilão?
Para participar do leilão apresentando um lance, o interessado precisa seguir os seguintes passos:
entre 23 e 27 de janeiro, observando os horários estabelecidos pela Receita, acessar o Sistema de Leilão Eletrônico por meio do Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC);
selecionar o edital do leilão em questão, de número 0800100/000007/2024 - SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DA 8ª REGIÃO FISCAL;
escolher o lote em que se quer fazer o lance e clicar em "incluir proposta";
aceitar os termos e condições apresentados pelo site da Receita;
e incluir o valor proposto (que, necessariamente, deve ser maior do que o valor mínimo estabelecido pela Receita), e salvar.
A verdade por trás da sua blusinha de R$ 30 da Shein
Reportagem da BBC visitou dez fábricas na "vila Shein", bairro na cidade de Guangzhou que concentra grande volume de fornecedores da marca de fast fashion, e conversou com os trabalhadores atrás das máquinas de costura: "Se houver 31 dias em um mês, trabalharei 31 dias". BBC entrevistou trabalhadores de fábricas localizadas no bairro de Panyu, a chamada 'vila Shein'
Xiqing Wang/BBC
O zumbido das máquinas de costura é constante em partes de Guangzhou, uma cidade portuária próspera às margens do rio das Pérolas, no sul da China.
O som passa pelas janelas abertas das fábricas da manhã até tarde da noite, enquanto as máquinas finalizam camisetas, shorts, blusas, calças e roupas de banho que serão enviadas para encher guarda-roupas em mais de 150 países.
Esse é o som de Panyu, o bairro conhecido como "vila Shein", um labirinto de fábricas que abastecem a maior varejista de fast fashion do mundo.
"Se houver 31 dias em um mês, trabalharei 31 dias", disse um trabalhador à BBC.
A maioria diz que só tem um dia de folga por mês.
A BBC passou vários dias na região: visitamos 10 fábricas, conversamos com quatro proprietários e mais de 20 trabalhadores. Também passamos um tempo no mercado de trabalho e nos fornecedores têxteis.
Descobrimos que o coração pulsante desse império é uma força de trabalho que passa cerca de 75 horas por semana sentada atrás de máquinas de costura, violando as leis trabalhistas chinesas.
Esses horários não são incomuns em Guangzhou, um centro industrial que emprega trabalhadores rurais em busca de uma renda maior - ou até na China, que há muito tempo é a maior fábrica do mundo.
Os questionamentos às condições de trabalho se somam à lista crescente de perguntas feitas por muitos sobre a Shein, que já foi uma empresa pouco conhecida, mas que se tornou um gigante global em pouco mais de cinco anos.
Caminhões chegam com novas remessas de tecidos durante todo o dia
Xiqing Wang/BBC
De capital privado, estima-se que a companhia fundada na China valha cerca de US$ 60 bilhões de dólares (R$ 370 bilhões). Agora, ela está de olho em uma listagem na Bolsa de Valores de Londres.
Sua ascensão meteórica foi marcada por polêmicas sobre o tratamento dado aos trabalhadores e alegações de trabalho forçado.
No ano passado, a empresa admitiu ter encontrado crianças trabalhando em suas fábricas na China.
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Os problemas legais da Shein, a gigante chinesa da moda que avança no Brasil
A Shein não aceitou os pedidos de entrevista feitos pela reportagem, mas disse à BBC em nota que "está comprometida em garantir o tratamento justo e digno de todos os trabalhadores de nossa cadeia de suprimentos" e está investindo dezenas de milhões de dólares no "fortalecimento da governança e da conformidade".
"Nós nos esforçamos para estabelecer os mais altos padrões de remuneração e exigimos que todos os parceiros da cadeia de suprimentos sigam nosso código de conduta. Além disso, a Shein trabalha com auditores para garantir a conformidade", diz ainda o comunicado.
O sucesso de Shein está no volume - o estoque online chega a centenas de milhares de peças - e nos grandes descontos: vestidos de R$ 50, blusas de R$ 30 e preços que oscilam abaixo de R$ 60, em média.
A receita da marca aumentou, superando redes como H&M, Zara e Primark do Reino Unido.
As vendas a preços reduzidos são impulsionadas por lugares como a "vila de Shein", que abriga cerca de 5 mil fábricas, a maioria delas fornecedoras da empresa.
Os prédios foram esvaziados para dar lugar a máquinas de costura, rolos de tecido e bolsas cheias de restos de tecido. Os portões estão sempre abertos para o ciclo aparentemente interminável de entregas e coletas.
Com o passar do dia, as prateleiras se enchem de sacolas plásticas transparentes rotuladas com o nome da loja.
Mas mesmo depois das 22h, as máquinas de costura - e as pessoas debruçadas sobre elas - não param. Rolos de tecidos continuam a chegar em caminhões abarrotados.
Turnos muitas vezes se estendem até a noite em Panyu
Xiqing Wang/BBC
"Normalmente trabalhamos 10, 11 ou 12 horas por dia", diz uma mulher de 49 anos de Jiangxi que preferiu não se identificar.
"Aos domingos, trabalhamos cerca de três horas a menos."
Ela está em um beco, onde uma dúzia de pessoas estão amontoadas em torno de uma fileira de quadros de avisos. Eles estão lendo os anúncios de emprego no quadro, enquanto a mulher examina a costura de um par de calças.
Esta é a cadeia de suprimentos da Shein. As fábricas são contratadas para fazer roupas sob encomenda — algumas pequenas, outras grandes. Se as peças forem um sucesso, os pedidos aumentarão, assim como a produção.
As fábricas então contratam trabalhadores temporários para atender à demanda que sua equipe permanente não pode atender.
A trabalhadora migrante de Jiangxi está procurando um contrato de curto prazo — e costurar calças é uma opção.
"Nós ganhamos tão pouco. O custo de vida agora é muito alto", diz ela, acrescentando que espera ganhar o suficiente para mandar de volta para seus dois filhos que moram com os avós.
"Somos pagos por peça", explica ela. "Depende da dificuldade do item. Algo simples como uma camiseta custa de um a dois yuans [menos de R$ 2] por peça e eu posso ganhar cerca de 12 yuans em uma hora."
Examinar a costura das calças jeans é crucial para tomar essa decisão. Reunidos em torno dela, os trabalhadores estão calculando quanto receberão para fazer cada peça de roupa e quantas poderão fazer em uma hora.
Os becos de Panyu funcionam como mercados, lotados pela manhã enquanto trabalhadores e patinetes passam correndo pelos carrinhos que vendem bolos e café.
Fábricas exibem amostras das roupas junto com anúncios de emprego...
Xiqing Wang/BBC
...para que os trabalhadores possam calcular quanto ganharão por hora
Xiqing Wang/BBC
O horário de trabalho padrão parece ser das 8 da manhã até bem depois das 22, conforme observado pela reportagem da BBC.
A informação é consistente com um relatório do grupo suíço de defesa Public Eye, baseado em entrevistas com 13 trabalhadores têxteis em fábricas que produzem roupas para Shein.
Eles descobriram que vários funcionários estavam trabalhando horas extras excessivas. A investigação também apontou que o salário básico sem horas extras era de 2.400 yuans (R$ 2030) — abaixo dos 6.512 yuans que a Asia Floor Wage Alliance diz serem necessários para um "salário digno".
Os trabalhadores com quem conversamos, entretanto, diziam conseguir ganhar entre 4.000 e 10.000 yuans (R$ 3.380 a R$ 8.500) por mês.
"Essas horas [de trabalho] não são incomuns, mas está claro que são ilegais e violam os direitos humanos básicos", disse David Hachfield, do grupo. "É uma forma extrema de exploração e isso precisa ser visível."
A semana média de trabalho não deve exceder 44 horas, de acordo com as leis trabalhistas chinesas, que também afirmam que os empregadores devem garantir que os trabalhadores tenham pelo menos um dia de descanso por semana. Se um empregador quiser estender esse horário, deve ser por motivos especiais.
Trabalhadores são pagos por peça, e uma camiseta básica rende menos de um dólar
Xiqing Wang/BBC
Embora a sede da Shein esteja agora em Cingapura, não há como negar que a maioria de seus produtos é fabricada na China.
Seu sucesso chamou atenção dos Estados Unidos, que está cada vez mais cauteloso com empresas chinesas.
Em junho, o secretário de Estado dos EUA indicado por Donald Trump, Marco Rubio, disse que tinha "sérias preocupações éticas" sobre os "laços profundos de Shein com a República Popular da China": "Trabalho escravo, fábricas e truques comerciais são os segredos sujos por trás do sucesso de Shein", escreveu ele.
Nem todo mundo concordaria com a escolha de palavras de Rubio para descrever as condições dos fornecedores da Shein. Mas grupos de direitos humanos dizem que as longas horas de trabalho que se tornaram um estilo de vida para muitos em Guangzhou são injustas e exploradoras.
As máquinas ditam o ritmo do dia.
Eles fazem uma pausa para almoçar e jantar quando os trabalhadores, com pratos de metal, entram na cantina para comprar comida. Se não houver mais espaço para sentar, eles ficam na rua.
"Trabalho nessas fábricas há mais de 40 anos", disse uma mulher que passou apenas 20 minutos comendo.
No interior, as fábricas que visitamos não são apertadas. Há luz suficiente e ventiladores de tamanho industrial para manter a temperatura resfriada.
Cartazes enormes exortam a equipe a denunciar trabalhadores menores de idade — provavelmente uma resposta à descoberta de dois casos de trabalho infantil na cadeia de suprimentos no ano passado.
Fábricas visitadas eram espaçosas e iluminadas...
Xiqing Wang/BBC
e contavam com ventiladores para manter o ambiente interno fresco
Xiqing Wang/BBC
A BBC entende que a empresa está monitorando seus fornecedores antes de concretizar os planos de abrir capital na Bolsa de Valores de Londres.
"Isso tem a ver com a reputação deles", diz Sheng Lu, professora de Estudos de Moda e Vestuário na Universidade de Delaware.
"Se a Shein conseguir um IPO com sucesso, isso significa que ela é reconhecida como uma empresa decente. Mas se quiserem manter a confiança dos investidores, precisam assumir alguma responsabilidade."
Um dos maiores desafios que a Shein enfrenta são as acusações de que compra algodão da região chinesa de Xinjiang.
Antes considerado um dos melhores tecidos do mundo, o algodão de Xinjiang caiu em desuso após alegações de que é produzido usando trabalho forçado por pessoas da minoria muçulmana uigur — uma acusação que Pequim sempre negou.
A única maneira de contornar essa crítica é ser mais transparente, diz o professor Sheng.
"A menos que divulgue totalmente sua lista de fábricas, torne sua cadeia de suprimentos mais transparente para o público, acho que será muito desafiador para Shein."
Uma grande vantagem, acrescenta, é que a cadeia de suprimentos da Shein está na China: "Muito poucos países têm uma cadeia de suprimentos completa. A China tem isso — e ninguém pode competir."
Rivais aspirantes, como Vietnã e Bangladesh, importam matérias-primas da China para fazer roupas. Mas as fábricas chinesas dependem inteiramente de fontes locais para tudo, de tecidos a zíperes e botões.
Portanto, é fácil fazer uma variedade de roupas e eles podem fazer isso rapidamente.
Conjunto de fábricas em Panyu é parte da cadeia de suprimentos da China
Xiqing Wang/BBC
Isso funciona especialmente para Shein, cujo algoritmo determina as ordens. Se os compradores clicarem repetidamente em um determinado vestido ou passarem mais tempo procurando um suéter de lã, a empresa sabe que deve pedir às fábricas que produzam mais — e rapidamente.
Para os trabalhadores em Guangzhou, isso pode ser um desafio.
"A Shein tem seus prós e contras", disse um proprietário de fábrica. "O bom é que o pedido acaba sendo grande, mas o lucro é baixo e fixo."
A Shein, devido ao seu tamanho e influência, é uma negociadora difícil. Portanto, os proprietários das fábricas precisam cortar custos em outros lugares, geralmente resultando em salários mais baixos dos funcionários.
"Antes da Shein, produzíamos e vendíamos roupas sozinhos", disse o proprietário de três fábricas. "Poderíamos estimar o custo, decidir o preço e calcular o lucro. Agora, a Shein controla o preço e você precisa pensar em maneiras de reduzir o custo."
Quando os pedidos atingem o pico, no entanto, é uma bonança. A empresa envia cerca de um milhão de pacotes por dia, em média, de acordo com dados da ShipMatrix, uma empresa de consultoria logística.
Muitas fábricas permanecem abertas até tarde da noite
Xiqing Wang/BBC
"A Shein é um pilar da indústria da moda", disse Guo Qing E, fornecedora da Shein.
"Comecei quando a Shein começou. Testemunhei sua ascensão. Para ser honesta, a Shein é uma empresa incrível na China. Acho que vai ficar mais forte, porque paga em dia. É a que é mais confiável."
"Se o pagamento de nossos produtos for devido no dia 15, não importa se são milhões ou dezenas de milhões, o dinheiro será pago em dia."
Shein, com suas longas horas e, às vezes, salários mais baixos, pode não ser uma fonte de conforto para todos os seus trabalhadores. Mas é motivo de orgulho para alguns.
"Essa é a contribuição que nós chineses podemos dar ao mundo", disse uma supervisora de 33 anos de Guangdong, que não quis ser identificada.
Está escuro lá fora e os trabalhadores estão voltando às fábricas após o jantar para a reta final. Ela admite que as horas são longas, mas "nos damos bem um com o outro. Somos como uma família".
Horas mais tarde, depois que muitos trabalhadores voltam para casa à noite, as luzes de vários prédios permanecem acesas.
Algumas pessoas trabalham até meia-noite, disse um proprietário de fábrica. Eles querem ganhar mais dinheiro, segundo ele.
Afinal, em Londres, Chicago, São Paulo, Dubai e tantos outros lugares, alguém está procurando sua próxima pechincha.
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Brasil conquista 5º lugar inédito em ranking de países com mais azeites premiados do mundo
Colocação é resultado de 328 prêmios que fazendas brasileiras ganharam ao longo de 2024. As marcas Prosperato, Estância das Oliveiras e Fazenda do Azeite Sabiá foram destaque na Evoo World Ranking, classificação feita por imprensa especializada. Brasil ficou atrás de grandes países produtores, como Itália, Espanha, Turquia e Grécia, que são grandes países produtores mundiais do óleo.
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O Brasil conquistou o 5º lugar no ranking de países que mais tiveram azeites premiados ao longo de 2024, ficando atrás apenas da Itália, Espanha, Turquia e Grécia, que são grandes produtores mundiais do óleo.
🏆Foi a primeira vez que o Brasil ficou entre os cinco países mais premiados na Evoo World Ranking, classificação criada pela Associação Mundial de Jornalistas e Escritores de Vinhos, Licores e outros (WAWWJ) para promover os melhores azeites extravirgens do mundo.
Na lista de 2023, o Brasil já havia figurado, pela primeira vez, entre os 10 países mais premiados, ao conquistar o 6º lugar.
Apesar do reconhecimento, o Brasil não é um grande produtor de azeite. Cerca de 99% do consumo nacional é atendido por produtores estrangeiros, principalmente por portugueses e espanhóis. Por outro lado, a pouca produção nacional que existe tem se destacado por sua alta qualidade.
➡️A entrada do Brasil no Top 5 da Evoo foi resultado de 328 prêmios que produtores de azeites brasileiros ganharam em 22 concursos, ao longo do ano passado.
Além disso, marcas nacionais acumularam 36 premiações do "Evoo do Ano", uma distinção que é concedida a azeites que alcançam mais de 160 pontos durante as avaliações.
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🫒Fazendas premiadas
Na categoria de melhores produtores do mundo, oito empresas brasileiras apareceram no Top 100, com destaque para a Prosperato, de Caçapava do Sul (RS), que ficou em 4º lugar, com 81 prêmios.
A Estância das Oliveiras, de Viamão (RS), veio logo em seguida, na 5ª posição, com 70 prêmios na conta. Em 2023, o g1 visitou a fazenda premiada comandada pelo produtor André Sittoni Goelzer, para mostrar o passo a passo da produção de azeite. Veja vídeo no final da reportagem.
A Fazenda do Azeite Sabiá, em Santo Antônio do Pinhal (SP), também foi destaque ao conquistar o 17º lugar no ranking da Evoo, com 36 premiações.
Outras empresas nacionais que apareceram no ranking foram: Essenza Comercio AgroEcológico (46º); Café Fazenda Sertaozinho (62º); Al-Zait and Co. (73º); Agroturismo Recanto Maestro (89º) e Casa Colombi (95º).
Sobre o ranking
Para montar o ranking, a WAWWJ classifica as marcas de azeite que mais ganharam prêmios em concursos ao longo de um ano.
Classificações de livros ou revistas que não sejam competições internacionais, bem como concursos realizados parcial ou totalmente de forma virtual, não são incluídos.
As competições são classificadas por continente e país, sendo o Mario Solinas, do Conselho Internacional do Azeite, a mais importante. Elas também são organizadas por continente (ou sub-região do mundo), número de amostras e países participantes.
Caroço da azeitona também tem azeite e oliveira só dá frutos quando passa frio
Entenda por que o preço do azeite aumentou e quando vai baixar
Nova fiscalização do PIX não é feita para pegar pequeno comerciante, diz Receita Federal
Órgão ampliou fiscalização de transações financeiras e vai receber dados de operações de cartão e 'instituições de pagamento', como as que operam as chamadas 'maquininhas'. A Secretaria da Receita Federal informou que o novo formato de fiscalização de movimentações financeiras, englobando dados também do PIX, não tem por objetivo autuar os pequenos empresários do país.
No começo deste ano, o órgão ampliou a fiscalização de transações financeiras, e receberá dados das operadoras de cartão de crédito (carteiras digitais) e das chamadas "instituições de pagamento" — que ofertam o serviço das "maquininhas", por exemplo.
"É exatamente o contrário, a gente não tem nem condição de fiscalizar dezenas de milhões de pessoas que movimentam valores baixos. A gente quer é automatizar isso para poder melhor orientar esse tipo de contribuinte a se regularizar, por exemplo. Se a pessoa não tem uma empresa aberta, ela pode abrir um MEI, alguma coisa assim. Mas não tem nem sentido a Receita Federal ir para a fiscalização repressiva nesses casos", disse o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas.
Em entrevista ao g1, o secretário afirmou que o objetivo do recebimento de informações financeiras dos contribuintes é "liberar a mão de obra" da Receita Federal para que ela possa focar "onde realmente a invasão é relevante, que são nos grandes valores", ou seja, nas empresas de maior porte.
"Não é esse tipo de contribuinte [pequeno]. Para esse contribuinte, essas medidas são importantíssimas porque elas facilitam a vida dele. Tiram o ônus de prestar outras declarações para a Receita Federal, e diminui o risco de caírem nas margens fiscais da Receita Federal", acrescentou o chefe do Fisco.
Entenda o que muda na fiscalização da Receita sobre compras com cartões e PIX
Como vai funcionar
Robinson Barreirinhas explicou que os pequenos contribuintes não são os principais responsáveis pela evasão tributária, por conta de sonegação.
E que, quando a fiscalização identificar "inconsistências", outros cruzamentos serão feitos nas bases de dados para apurar cada caso.
"[A fiscalização] Vai pegar, por exemplo, uma pessoa que tem um salário de R$ 10 mil e gasta R$ 20 mil todo mês no cartão de crédito durante dois, três anos seguidos. Isso pode chamar alguma atenção. Vai chamar a pessoa para se explicar? Ainda não, você vai cruzar outras informações", explicou Barreirinhas.
"A Receita Federal tem as informações das empresas ligadas a ela, dos parentes relacionados a ela, e pode, nesse cruzamento especial, [identificar que] 'ele está pagando a despesa de um familiar e acabou'. E vamos dizer que, mesmo depois de todo esse cruzamento, ainda haja uma inconsistência relevante. Nesse caso, e somente nesse caso, ele pode ser notificado para explicar. E vai poder explicar. Às vezes, tem outras razões pra esse tipo de despesa", completou o secretário.
Novas regras da Receita
Com a virada do ano, o Fisco passou a contar com novos instrumentos de fiscalização sobre as transações financeiras realizadas pelos contribuintes.
➡️A partir de agora, o órgão vai passar a receber também informações das chamadas "instituições de pagamento", aquelas que fazem transferências mas não ofertam empréstimos.
Com as mudanças, as transferências feitas por meio das "carteiras eletrônicas ou digitais" de instituições de pagamento, englobando pagamentos por aproximação via celulares ou relógios (com pagamento a débito ou via cartão de crédito) também entraram no radar, além das operações feitas por meio das "maquininhas".
💲 Os dados só serão enviados quando o montante total movimentado, por cada tipo de operação financeira (PIX, pagamento ou investimento, por exemplo), for:
superior a R$ 5 mil, para pessoas físicas;
superior a R$ 15 mil, para empresas.
Até o fim de 2024, a Receita já recebia esse tipo de informação dos bancos tradicionais, públicos e privados, em operações como PIX, aplicações financeiras, seguros, planos de previdência e investimentos em ações.
Com o tema ganhando destaque nas redes sociais e suscitando o aparecimento de informações falsas, Robinson Barreirinhas aproveitou para negar que as transferências via PIX passarão a ser taxadas.
Receita Federal aumenta monitoramento das transações financeiras
Dólar recua e fecha a R$ 6,09, com mercado de olho em novos dados no Brasil, EUA e China; Ibovespa sobe
A moeda norte-americana caiu 0,07%, cotada a R$ 6,0975. Já o principal índice de ações da bolsa de valores encerrou em alta de 0,13%, aos 119.007 pontos. Dólar
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O dólar fechou em queda nesta segunda-feira (13), após passar boa parte da sessão entre altas e baixas. O mercado seguiu de olho na divulgação de alguns dos últimos dados econômicos referentes ao ano de 2024 no Brasil e lá fora, além de ficar atento a eventuais sinalizações sobre o quadro fiscal brasileiro.
Na agenda da semana, o Banco Central do Brasil (BC) divulgou mais uma edição do Boletim Focus. O relatório, que reúne as projeções do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do país, apontou novas elevações nas estimativas para a inflação. (Entenda mais abaixo)
Outro destaque da semana fica com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que é considerado uma prévia do número fechado do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O indicador será divulgado na quinta-feira (16), com os números de novembro.
Já no exterior, investidores aguardam novos dados de inflação nos Estados Unidos, com os índices de preços ao consumidor e ao produtor previstos para esta semana. Os indicadores são de dezembro e mostrarão como ficou a inflação americana ao longo de 2024.
Esses números serão observados com atenção, pois trazem pistas sobre como o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode conduzir sua política de juros em 2025.
Uma inflação mais controlada e perto da meta do Fed, de 2% ao ano, pode contribuir para que a instituição promova novos cortes em suas taxas de juros. Juros menores nos EUA reduzem a rentabilidade dos títulos públicos do país, considerados os mais seguros do mundo, e contribuem para uma desvalorização do dólar frente a moedas de outros países.
Já uma inflação acelerada pode ter o efeito contrário, dando mais força ao dólar, principalmente com a eleição de Donald Trump. O novo presidente promete taxar os produtos importados que chegam aos EUA, o que pode encarecer esses produtos e elevar a inflação no país.
Ainda no exterior, o mercado repercute os números da balança comercial da China. Em dezembro, o país teve um superávit comercial — ou seja, exportou mais do que importou — de US$ 104,84 bilhões, acima das expectativas e mostrando um aumento em relação aos números registrados em novembro.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar acumula alta de quase 28% em 2024
Dólar
Ao final da sessão, o dólar recuou 0,07%, cotado a R$ 6,0975. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,07% na semana;
recuo de 1,33% no mês e no ano.
Na última sexta-feira (10), a moeda fechou em alta de 1%, cotada a R$ 6,1017.
Ibovespa
Já o Ibovespa encerrou em alta de 0,13%, aos 119.007 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,13% na semana;
perdas de 1,06% no mês e no ano.
Na sexta, o índice encerrou em alta de 0,77%, aos 118.856 pontos.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
A atividade econômica brasileira e a inflação no país seguem no centro das atenções do mercado nesta semana, bem como eventuais novas sinalizações sobre o cenário fiscal do país.
Depois de encerrar 2024 com uma alta acumulada de 4,83%, as expectativas para o IPCA em 2025 já são de um novo estouro da meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Segundo o Boletim Focus, os economistas do mercado voltaram a elevar suas projeções para a inflação nacional em 2025, prevendo um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 5% até o final deste ano. Na semana passada, a expectativa era de uma alta de 4,99%.
Isso colocaria a inflação brasileira, mais uma vez, acima do teto da meta. A meta é de 3% para este ano, e será considerada cumprida se ficar entre 1,5% e 4,5%. A projeção para 2026 no Focus também subiu, de 4,03% para 4,05%.
Na última sexta-feira, o novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, precisou enviar uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando o porquê de a inflação ter ficado acima da meta em 2024. O documento disse que o estouro foi causado pela forte atividade econômica, queda do real e extremos climáticos.
A preocupação do mercado é que alguns desses fatores devem persistir, com destaque para a atividade econômica aquecida e a depreciação do real.
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad afirmou, em entrevista à GloboNews, que a equipe econômica deve apresentar novas medidas a fim de garantir a sustentabilidade do arcabouço fiscal.
O ministro também admitiu que o governo teve problemas de comunicação no último ano.
"Nós tivemos um problema grave de comunicação. Precisamos nos comunicar melhor. O mercado está muito sensível no mundo inteiro. Não é uma situação normal que o mundo está vivendo e essa é outra parte da história", afirmou.
Já no exterior, a posse de Donald Trump, que acontece no próximo dia 20, pode trazer novas pressões inflacionárias para os EUA, se o presidente eleito cumprir suas promessas de tarifar os produtos importados no país.
Mais tarifas devem elevar os preços dos produtos, gerando mais inflação. Isso pode interromper o ciclo de queda de juros do Fed, ou até levar a instituição a voltar a promover altas nas taxas.
Se os juros sobre, os rendimentos dos títulos públicos americanos ficam mais atrativos e geram uma tendência de mais investimentos no país, valorizando o dólar em relação a outras moedas.
Na agenda, os novos dados de inflação dos Estados Unidos devem ficar na mira do mercado, que esperam novas sinalizações sobre o futuro dos juros nos Estados Unidos. A temporada de balanços corporativos por lá também pode influenciar o comportamento dos mercados.
Na Ásia, a recente força da balança comercial chinesa aumenta as expectativas para os próximos dados de atividade no gigante asiático, que devem ser fundamentais para medir a eficácia dos últimos estímulos implementados pelo governo da China no último ano.
Boletim Focus: analistas do mercado elevam para 5% estimativa de inflação em 2025
Números foram divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira. Mercado financeiro projetou que o dólar terminará 2025 e 2026 em R$ 6. Os economistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central (BC) projetaram uma inflação mais alta para este ano e também para 2026.
As expectativas, fruto de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras na última semana, constam do relatório "Focus" divulgado nesta segunda-feira (13) pelo Banco Central (BC).
➡️Para 2025, a estimativa de inflação subiu de 4,99% para 5%. Com isso, a expectativa segue acima do teto da meta.
➡️Para 2026, a expectativa subiu de 4,03% para 4,05%.
A partir de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo de 3% e será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Pelo sistema de metas, o BC tem de calibrar os juros para tentar manter a inflação dentro do intervalo existente.
Para isso, a instituição olha para frente, pois a Selic demora de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
Neste momento, por exemplo, o BC já está mirando na expectativa de inflação calculada em 12 meses até meados de 2026.
A partir de janeiro de 2025, a inflação acumulada em doze meses será comparada com a meta e seu intervalo de tolerância.
Se a inflação ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida.
Caso a meta de inflação não seja atingida, o BC terá de escrever e enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos.
Com o estouro da meta de inflação de 2024, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, enviou carta ao ministro Haddad na semana passada, explicando que isso foi causado pela forte atividade econômica, queda do real e extremos climáticos.
🔎Porque isso importa? Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento.
Inflação x vida real: por que os preços do dia a dia podem subir muito mais do que o IPCA
Inflação oficial estoura o teto da meta pela terceira vez em cinco anos
Taxa de juros
Os economistas do mercado financeiro mantiveram estável sua projeção para a taxa básica de juros neste ano e em 2026.
No fim do ano passado, o BC não só elevou os juros pela terceira vez, para 12,25% ao ano, como também indicou que deve subir a taxa novamente no começo de 2025.
Para o fechamento de 2025, a projeção do mercado para o juro básico da economia permaneceu em 15% ao ano.
Para o fim de 2026, o mercado financeiro manteve a projeção de 12% ao ano.
Para o fechamento de 2027, a projeção do mercado para a Selic subiu de 10% para 10,25% ao ano.
Produto Interno Bruto
Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, a projeção do mercado permaneceu em 2,02%.
O aumento aconteceu após a divulgação do PIB do terceiro trimestre pelo IBGE, que registrou uma expansão de 0,9% — ficando acima das estimativas do mercado financeiro.
➡️O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia.
Já para 2026, a previsão de alta do PIB do mercado financeiro permaneceu em 1,80%.
Outras estimativas
Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:
Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2025 ficou estável em R$ 6. Para o fim de 2026, a estimativa avançou de R$ 5,90 para R$ 6.
Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2025, a projeção caiu de US$ 74,2 bilhões para US$ 73,9 bilhões de superávit. Para 2026, a expectativa para o saldo positivo caiu de US$ 78 bilhões para US$ 77 bilhões de superávit.
Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano continuou em US$ 70 bilhões. Para 2026, a estimativa de ingresso permaneceu em US$ 75 bilhões.
Quanto sua cidade gasta com você? Veja o valor em sua cidade
A Frente Nacional de Prefeitos e Prefeitas (FNP) elaborou um levantamento com dados oficiais de diversas fontes, a pedido da BBC News Brasil, que mostra as despesas de cada município brasileiro por habitante nas áreas de saúde e educação. A Frente Nacional de Prefeitos e Prefeitas (FNP) fez um levantamento com dados oficiais de diversas fontes, a pedido da BBC News Brasil, que mostra as despesas de cada município brasileiro por habitante nas áreas de saúde e educação
Getty Images via BBC
Todos os municípios brasileiros devem, pela Constituição Federal, aplicar uma parcela mínima de seus recursos em serviços básicos de saúde e educação.
Há, no entanto, uma enorme desigualdade em quanto se gasta e como.
A Frente Nacional de Prefeitos e Prefeitas (FNP) fez um levantamento com dados oficiais de diversas fontes, a pedido da BBC News Brasil, que mostra as despesas de cada município brasileiro por habitante nas áreas de saúde e educação.
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Em saúde, foram considerados os gastos em Ações e Serviços Públicos de Saúde, ou ASPS, que incluem, por exemplo, pagamentos de salários, desenvolvimento científico e tecnológico, produção, aquisição e distribuição de insumos dos serviços de saúde.
Já na educação foram considerados os gastos com Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE), que incluem pagamento de professores, capacitação, construção e reforma de prédios escolares, dentre outros.
O levantamento mostra também quanto os gastos nessas áreas representam no total de receitas de cada município e se cumprem o mínimo constitucional de 15% em educação e de 25% em saúde.
No topo desse "ranking" estão cidades menores, com até 50 mil habitantes.
Um exemplo é Borá, no interior de São Paulo, segunda cidade menos populosa do país, com apenas 907 habitantes (mais apenas do que Serra da Saudade, em Minas Gerais, com 833), que gasta R$ 4,9 mil por pessoa na saúde. Na cidade de São Paulo, em comparação, o valor é de R$ 1,4 mil.
"É comum que cidades pequenas gastem mais por habitante, justamente por estas cidades terem um orçamento (por habitante) relativamente maior", diz Kleber Castro, assessor econômico da FNP, que organizou os dados.
Castro diz que esse orçamento maior é consequência de falhas no sistema de distribuição de receitas públicas entre os entes federados.
Enquanto a arrecadação tributária está concentrada nas cidades com maior atividade econômica, as transferências de recursos acabam privilegiando cidades menores, diz o economista.
Mas o que são essas transferências?
Muitos municípios brasileiros, especialmente os menores, não conseguem se sustentar apenas com a arrecadação própria de impostos e se mantêm com repasses vindos dos Estados e da União.
Um estudo feito pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), com dados de 2022, mostrou que mais da metade dos municípios tem uma situação crítica em sua capacidade de sustentar sua estrutura básica com a própria atividade econômica, conforme mostrou uma reportagem da BBC News Brasil.
O Fundo de Participação dos Municípios (FPM), por exemplo, é repassado da União às prefeituras e representa quase metade das receitas de cidades com menos de 10 mil habitantes, segundo outro estudo feito pela FNP.
Para a organização, o arranjo atual desse repasse favorece as cidades menores, já que o modelo de repartição foi criado em outro contexto, na década de 1960, com o objetivo de proteger as cidades menores com uma fonte permanente e estável de financiamento.
"Ocorre que, de lá para cá, a economia se descentralizou e alterou-se a dinâmica demográfica do país, caracterizada pela redução da parcela da população rural e maior concentração urbana, sobretudo em cidades grandes e médias", diz a organização.
Royalties do petróleo
O economista Vladimir Fernandes Maciel, coordenador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica, aponta que parte dos municípios no topo do ranking de maiores despesas conta com fontes extras de receita, como royalties do petróleo ou compensações financeiras pela exploração mineral.
Um dos exemplos é Maricá (RJ), com uma despesa por habitante de R$ 23,3 mil em 2023.
Segundo reportagem do jornal O Globo, a cidade foi a que mais recebeu royalties pela indústria de extração de petróleo e gás no país em 2023, seguida por Saquarema (R$ 1,7 bilhão) e Macaé (R$ 1,3 bilhão), ambas no Rio de Janeiro.
"Nessas localidades, essas receitas adicionais permitem cobrir investimentos em diversas áreas, liberando recursos para aumentar as despesas em saúde e educação", diz Maciel.
Ele destaca que análises da questão não podem se limitar ao valor das despesas por habitante, mas devem também buscar indicadores que apontem os resultados obtidos com os valores investidos.
"Avaliar a eficiência do gasto público é essencial para uma análise completa e precisa", diz o economista.
Gasto público maior = serviços melhores?
Diversos estudos já compararam a relação entre aumento nos gastos públicos, eficiência dos serviços oferecidos à população e qualidade de vida.
Um deles, A Broken Social Elevator? How to Promote Social Mobility (Um Elevador Social Quebrado? Como Promover a Mobilidade Social), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), publicado em 2018, identificou que países que mais gastaram no passado com educação e saúde pública tiveram maior mobilidade social — ou seja, melhora na situação socioeconômica das famílias.
Neste estudo, o Brasil foi o segundo pior em mobilidade social entre 30 países.
O levantamento buscou identificar quais elementos fazem com que famílias tenham condições de vida melhores e como políticas públicas podem impulsionar isso.
As condições de saúde têm impactos significativos nos rendimentos das famílias e nos resultados futuros das crianças, seja porque podem tirar alguém do mercado do trabalho ou por implicar em maiores despesas para as famílias, diz o relatório.
Já em educação, o relatório revisa uma série de estudos que apontaram que os gastos públicos na área ajudaram a diminuir a desigualdade entre crianças ricas e pobres.
"Pelo menos parte da razão pela qual as crianças mais pobres ficam para trás dos seus pares mais ricos em termos de resultados educacionais é porque frequentam escolas diferentes", diz o relatório, que aponta que escolas que atendem alunos mais pobres tendem a ter menos recursos.
Mas a própria OCDE admite que essa relação entre gasto e qualidade não é direta, porque depende de como os recursos foram usados e se há foco nos grupos mais desfavorecidos socialmente.
Secretário diz que é preciso ter cuidado ao relacionar, de forma direta, mais gastos com qualidade educacional
Getty Images via BBC
"A resposta política não se limita, portanto, a gastar mais, em geral, mas sim a direcionar os gastos para programas eficazes", diz a OCDE.
Castro, da FNP, complementa que "há locais que gastam menos e têm mais qualidade, e há o contrário também".
"O que é certo é que municípios que recebem mais recursos do que necessitam, em geral, tendem a gastar pior e a desperdiçar mais recursos", afirma Castro.
A economista Carla Beni, professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), ressalta que os gastos nos municípios devem vir acompanhados de políticas públicas adaptadas à realidade local.
"Quanto mais se generaliza decisões e ferramentas, mais incorre-se em erros. Cada município tem sua particularidade. Um é industrial, outro mais focado em comércio ou agropecuária", diz Beni.
Ela também critica o que chama de demonização do setor público no Brasil, em que se pede menos Estado e mais privatizações.
"Um dos fundamentos da política fiscal é promover a qualidade de serviços públicos para diminuir desigualdade de oportunidades", diz Beni.
O presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Alessio Costa Lima, lembra que a principal despesa na área da educação está relacionada aos gastos com pessoal, que representa quase 90% do total.
"O que varia de um município para o outro é a forma de organização da rede de ensino", diz Lima, que cita como exemplo o número de escolas e de professores por escola.
Ele destaca também que o nível de formação dos profissionais da rede pode aumentar os custos.
"Há municípios em que todos os profissionais da rede possuem ensino superior e até pós-graduação", pontua Lima.
"Quanto mais qualificado, maior é o investimento que se faz na folha de pagamento desses profissionais."
Lima, que também é secretário de educação em Ibaretama, no Ceará, diz que é preciso ter cuidado ao relacionar, de forma direta, mais gastos com qualidade educacional.
"Não podemos negar que qualidade de educação pressupõe mais investimento, porque não depende só do esforço e boa vontade de professores, alunos e famílias. Mas a questão não é tão linear", diz Lima.
"Muitos fatores interferem no desempenho dos alunos. Uma mesma política, com mesmo volume de recursos e aplicada a cidades do mesmo tamanho, pode produzir resultados totalmente diferentes, para pior ou melhor."
Emendas parlamentares reforçam desigualdade?
O presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Hisham Hamida, diz que os recursos que financiam a saúde hoje não são suficientes para as despesas dos municípios nesta área.
"Há um subfinanciamento, onde tenho cada vez mais um aumento [de despesas] seja por incorporação de novas tecnologias, o aumento da expectativa de vida, tudo isso impacta na saúde", diz Hamida.
Ele lembra também que as emendas parlamentares, destinadas por deputados federais e senadores, também criaram disparidades.
Só em 2024, parlamentares empenharam mais de R$ 13 bilhões em emendas para a saúde, segundo o painel InvestSUS.
Nesta modalidade, são os próprios deputados que escolhem para onde vai o recurso.
"Não há um critério técnico per capita ou por necessidade de saúde daquela região. Na maioria das vezes essa emenda é indicada por uma afinidade político-partidária, um local que é da base daquele parlamentar", ressalta Hamida.
"Com isso, há uma tendência de aumentar essa desigualdade. Quem tem alguma influência política maior vai ter tendência a captar mais emenda do que aquele que não tem."
Um artigo publicado no periódico Cadernos de Saúde Pública (CSP) em 2024 analisou dados de 2015 a 2020 e identificou que houve "grande discrepância de valores per capita entre os municípios de diferentes portes populacionais" e que cidades menores foram mais favorecidas. O trabalho foi produzido pesquisadoras da Universidade Estadual de Londrina, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e da Fundação Oswaldo Cruz.
O estudo diz que, em vez de corrigir as iniquidades, as emendas podem aumentá-las ainda mais.
"Foram identificadas diferenças de até 16 vezes no valor per capita em emendas parlamentares para Atenção Primária à Saúde (APS) entre os municípios com até 5 mil habitantes e aqueles com mais de 500 mil, evidenciando as distorções causadas por essa forma de transferência de recursos no período avaliado", afirma o estudo.
Exportações de veículos da China vão desacelerar em 2025, afirma associação de fabricantes
De acordo com a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis, vendas no mercado interno chinês devem ficar mais aquecidas este ano, o que diminuirá o número de carros enviados a outros países. GWM Ora 03 Skin
divulgação/GWM
As exportações de veículos da China devem crescer 5,8%, alcançando 6,2 milhões de unidades neste ano. Esse montante representa uma desaceleração, sobretudo quando comparada ao aumento de 19,3% registrado em 2024. Essa é uma estimativa da Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CAAM), divulgada nesta segunda-feira (13).
A desaceleração nas exportações estimadas contrasta com uma leve alta projetada para as vendas de veículos na China neste ano, já que incentivos fiscais prolongados devem impulsionar as vendas internas no maior mercado automotivo do mundo.
A associação não forneceu uma divisão das estimativas de exportação por tipo de motor, mas informou que as exportações de veículos elétricos (EVs) caíram 10,4% no ano passado, enquanto as exportações de híbridos plug-in aumentaram 190%.
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Isso se compara a um aumento de 80,9% nas exportações de EVs em 2023, quando as exportações de híbridos plug-in cresceram 47,8%, e aponta para o impacto das tarifas adicionais sobre os EVs fabricados na China, introduzidas pela União Europeia no final de outubro.
A China orientou seus fabricantes de automóveis a interromper grandes investimentos em países europeus que apoiam tarifas extras sobre os carros elétricos fabricados na China, informou a Reuters em outubro. Enquanto isso, os fabricantes de automóveis na China estão se voltando para exportações de híbridos para a Europa a fim de contornar as tarifas adicionais sobre os EVs.
As vendas de veículos na China devem crescer 4,7%, atingindo 32,9 milhões de unidades neste ano, após um aumento de 4,5% em 2024, de acordo com a CAAM.
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A associação espera uma desaceleração no crescimento das vendas de veículos de nova energia (NEVs), que incluem EVs e híbridos plug-in, para 24,4% em 2025, em comparação com 35,5% no ano passado.
A extensão dos subsídios para a troca de carros até 2025 é vista como uma das maiores vantagens para o crescimento, enquanto a fraca demanda interna, a concorrência feroz e a crescente pressão externa devem ter efeitos adversos no mercado automotivo, afirmou o oficial da CAAM, Xu Haidong.
Mais de 6,6 milhões de carros vendidos na China no ano passado se beneficiaram de subsídios governamentais de até US$ 2.800 para a compra de veículos NEV e até US$ 2.000 para veículos com motores a combustão mais eficientes, de acordo com dados oficiais.
Inflação x vida real: por que os preços do dia a dia podem subir muito mais do que o IPCA
Inflação oficial do país fechou 2024 em 4,83%, puxada por alimentação, educação e saúde. Os alimentos têm sido, inclusive, o principal motivo do mau humor dos consumidores. Inflação oficial do país fechou 2024 em 4,83%, puxada por alimentação, educação e saúde.
Joédson Alves/Agência Brasil
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Basta uma ida ao supermercado para os consumidores brasileiros perderem a paciência. A sensação é de que os preços estão descolados da realidade medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país.
O resultado final do indicador em 2024 mostra que os preços subiram 4,83% no ano, mas o número é uma média e tem muitas nuances.
O desânimo no supermercado se explica porque o grupo que puxou o indicador foi Alimentação e bebidas (7,69%). Itens como carne, café e leite subiram muito a mais que essa média, o que ajuda a piorar a percepção dos consumidores (veja os detalhes aqui).
E especialistas ouvidos pelo g1 confirmam o movimento: a alta dos alimentos tem sido o principal motivo do mau humor de quem vai às compras.
Entenda por que os preços parecem piores do que o IPCA indica.
A ampla cobertura do IPCA — e a renda dos brasileiros
A confusão entre 'deflação' e 'desaceleração' da inflação
A expectativa do consumidor (maior do que a do mercado)
IPCA: preços sobem 0,52% em dezembro e têm alta de 4,83% em 2024, diz IBGE
A ampla cobertura do IPCA — e a renda dos brasileiros
Considerado o índice oficial de inflação do Brasil, o IPCA monitora os preços de uma grande cesta de serviços e produtos comercializados no varejo. São 377 subitens medidos, mês a mês.
Além disso, o indicador tem uma cobertura ampla: abrange 90% das famílias que vivem em áreas urbanas do país com renda entre 1 e 40 salários mínimos.
Essa discrepância ajuda a explicar os reflexos dos preços de determinados produtos no bolso de cada família. Para quem ganha até um salário mínimo, por exemplo, a forte alta dos alimentos gera um impacto muito maior no bolso do que para quem ganha até 40 salários.
O economista André Braz, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), lembra que o Brasil é um país essencialmente constituído por famílias de classe média-baixa. A maioria delas, então, tem uma cesta de consumo muito restrita.
"Ganham pouco e concentram a maior parte da despesa em alimentos, os vilões da inflação de 2024", diz. O economista acrescenta que, mesmo com um IPCA a 4,83%, a alta de alimentos foi de quase 3 pontos percentuais a mais.
"Então, uma família que tem a renda baixa e concentra o gasto em comida percebe uma inflação de quase 8%, e não de quase 5%", pontua Braz. Ele explica que essa diferença pode ajudar a justificar a sensação de que os preços estão mais altos do que o observado pelo índice.
"O IPCA é uma cesta muito diversificada. Tem de tudo ali. O índice prevê famílias consomem passagem aérea, carro zero, gasolina, o que não é a realidade de uma família de baixa renda. Isso às vezes confunde", diz.
O economista Felippe Serigati, pesquisador do FGV Agro, lembra que também há diferenças regionais, que implicam em percepções diferentes sobre os preços a depender da cidade ou do estado.
"Por isso, é natural que alguém fale: 'Poxa, a minha sensação é a de que os preços estão subindo mais do que os 4,83%' [a média nacional]", destaca o especialista.
Serigati reforça ainda que o peso dos alimentos na percepção de inflação é maior pelo fato de serem itens básicos e perecíveis. São diferentes dos televisores, por exemplo, que são monitorados pelo índice, mas de consumo muito mais pontual.
A confusão entre 'deflação' e 'desaceleração' da inflação
Há ainda outra complicação no entendimento quando o assunto é inflação: os conceitos de deflação e desaceleração (que é apenas uma inflação menor).
A deflação ocorre quando os preços, de fato, caem no supermercado, puxando o IPCA para o campo negativo. Enquanto isso, a desaceleração (ou inflação mais baixa) não significa necessariamente o recuo dos preços: ela indica que eles subiram menos.
"Inflação menor não é preço em queda. É preço subindo menos. Só que incomoda do mesmo jeito", diz Serigati, do FGV Agro.
"As pessoas podem dizer: 'O café está caro! E a projeção é de inflação menor do item no próximo ano'. Então, ele vai voltar a ficar acessível? Não. Ou seja, ele vai até ficar mais caro, mas o aumento vai ser menor", exemplifica o especialista.
Em outras palavras: inflação é a elevação do nível médio de preços da economia. Ou seja, uma inflação menor não significa que os preços caíram.
Entre as altas de preços mais importantes para os brasileiros está a carne, destaca Serigati, que subiu 20,8% em 2024 — o maior avanço em 5 anos. "Esse efeito não é transitório. Nós vamos passar 2025 com o churrasco mais caro", diz.
PREÇO DA CARNE: Entenda o que aconteceu e veja perspectivas para 2025
A expectativa do consumidor (maior do que a do mercado)
Com base em sua Sondagem do Consumidor, o FGV Ibre publica mensalmente um indicador que mede a perspectiva dos brasileiros em relação à inflação do país. Eles respondem, basicamente, qual taxa acumulada imaginam para daqui a 12 meses.
E a sondagem confirma o pessimismo: é muito comum que os entrevistados esperem por uma inflação mais alta do que a registrada de fato pelo índice oficial de preços, o IPCA. E não só: a expectativa mediana dos brasileiros é tradicionalmente superior à do mercado financeiro.
Todas as semanas, o Banco Central (BC) publica o boletim Focus, um relatório que contém estimativas de indicadores econômicos a partir de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.
Veja abaixo a diferença entre as projeções dos consumidores, do mercado financeiro e o IPCA oficial.
"Praticamente durante toda a série histórica, iniciada em 2005, os consumidores têm a percepção de inflação mais alta do que o que o próprio mercado prevê", destaca a economista Anna Carolina Lemos Gouveia, responsável pela Sondagem do Consumidor.
Segundo a especialista, o pessimismo acontece porque o consumidor vive mais de perto a inflação. "Ele consegue ver o aumento dos preços de maneira diferente do mercado, que está sempre modelando suas previsões."
Anna Gouveia também destaca a "memória recente" como outro fator de peso sobre a percepção dos brasileiros. Há três anos, no auge da pandemia de Covid-19, o país registrou uma inflação de dois dígitos, que fechou a 10,06% em 2021.
"E esse resultado ainda é recente. Então, acredito que esse sentimento do consumidor, mais pessimista, irá se manter por um bom tempo", conclui.
Veja abaixo o resultado do IPCA nos últimos 10 anos — e as respectivas metas de inflação.
O histórico das metas de inflação
Arte g1
Declaração anual do MEI já pode ser enviada para Receita Federal; veja prazo e como fazer
O empreendedor que não apresentar a declaração no prazo está sujeito à multa de até 20% do valor dos tributos devidos. O MEI deve fazer a declaração Anual do Simples Nacional (DASN-SIMEI)
Reprodução
Os Microempreendedores Individuais (MEIs) já podem declarar o valor do faturamento de 2024 por meio da Declaração Anual do Simples Nacional (DASN-SIMEI). O documento, que é obrigatório, deve ser enviado até o dia 31 de maio no Portal do Empreendedor.
A declaração reúne as informações sobre as contribuições e o faturamento da empresa em 2024, além de empregados que eventualmente o MEI tenha tido. Mesmo quem não teve faturamento precisa fazer a declaração.
A DASN-SIMEI é um documento a que o MEI tem a obrigação de apresentar anualmente à Receita Federal, para informá-la dos seus rendimentos e manter a regularidade do CNPJ.
Para facilitar a entrega da declaração, o MEI deve preencher mensalmente o Relatório Mensal das Receitas Brutas com o valor que obteve no mês anterior. Essa também é uma obrigação prevista em lei, segundo o governo federal.
Abaixo, veja como fazer a declaração e tire dúvidas.
🧮 Como fazer a declaração anual de MEI
💻 Quem deve declarar?
📅 E se eu perder o prazo. O que acontece?
💵 Ultrapassei o limite de faturamento. E agora?
🤔 Errei alguma informação, e agora?
Como fazer a declaração anual de MEI?
Na declaração anual, é necessário preencher o valor total da receita bruta obtida pelo MEI no ano anterior. Entram as vendas de mercadorias ou prestação de serviços, além de ser necessário indicar se houve ou não o registro de empregado.
Para isso, o MEI precisa:
Acessar o portal do empreendedor e selecionar a aba "Já sou MEI";
Escolha a opção “Declaração Anual de Faturamento” e clique em entregar a declaração;
O CNPJ do MEI será solicitado. Depois, o empreendedor deve escolher o ano que deseja declarar e preencher os dados com as receitas obtidas;
Uma tela com o resumo dos valores dos impostos pagos naquele ano será aberta;
Por último, é só clicar em transmitir. Nos casos de não movimentação ou faturamento, os campos de Receitas Brutas, Vendas e/ou Serviços devem ser preenchidos com o valor de R$ 0,00 – indicando que, de fato, não houve rendimentos.
Quem deve declarar?
A declaração deve ser feita por todos os microempreendedores individuais, incluindo aqueles que não obtiveram faturamento durante o ano de 2024.
E se eu perder o prazo. O que acontece?
A entrega fora do prazo da DASN-SIMEI gera uma multa de 2% a cada mês de atraso, limitada a 20% sobre o valor total dos tributos devidos, ou mínimo de R$ 50.
O MEI também pode ter o CNPJ cancelado definitivamente, caso não tenha pagado nenhuma contribuição mensal durante os últimos dois anos.
Ultrapassei o limite de faturamento. E agora?
O limite de faturamento anual do MEI em 2023 foi de R$ 81 mil, o que dá uma média de R$ 6.750 ao mês (ou um valor proporcional de acordo com o mês de abertura).
🔎 EXEMPLO: Se você formalizou a sua empresa em maio de 2024, o seu limite de faturamento até o final do ano a ser declarado é de R$ 54 mil.
Caso tenha ultrapassado esse valor, o empreendedor deverá pagar tributos sobre o excedente.
Segundo Gabriel Santana Vieira, advogado especialista em direito tributário, existem duas possibilidades:
O MEI que fatura até 20% acima do limite (até R$ 97.200) será desenquadrado automaticamente a partir de 1º de janeiro do ano seguinte e deverá migrar para o regime de Microempresa (ME) no Simples Nacional.
Já o empreendedor que faturar acima de 20% do limite (acima de R$ 97.200), o desenquadramento é retroativo a 1º de janeiro do ano em que o limite foi ultrapassado, gerando possíveis custos adicionais, como tributos, multas e juros.
"O empreendedor deve solicitar o desenquadramento no Portal do Simples Nacional e ajustar seu enquadramento como Microempresa (ME) ou Empresa de Pequeno Porte (EPP), iniciando o pagamento dos tributos de acordo com o novo regime", afirma Vieira.
Vale lembrar que no regime de ME, os tributos são calculados com base no faturamento anual e nas tabelas do Simples Nacional, exigindo maior controle financeiro e, geralmente, o auxílio de um contador.
Ainda segundo o especialista, essas mudanças são importantes para manter a regularidade fiscal da empresa e evitar problemas com a Receita Federal.
Errei uma informação, e agora?
Neste caso, o MEI terá de entrar na declaração e escolher o ano-exercício a ser corrigido. Após selecioná-lo, aparecerá a opção de retificadora em 'tipo de declaração'.
O microempreendedor altera o dado que precisa e transmite de novo a declaração. Uma recomendação é salvar ou imprimir o novo recibo de transmissão.
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MPU abre inscrições para concurso com 152 vagas e salários de até R$ 13,9 mil; veja como participar
Seleção vai preencher oportunidades para o cargo de Analista e Técnico. O processo seletivo está sendo organizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Saiba mais sobre o concurso público do MPU As inscrições para o concurso público do Ministério Público da União (MPU) começam nesta segunda-feira (13), às 16h. Serão ofertadas 152 vagas de nível superior, com remuneração inicial de até R$ 13,9 mil. As oportunidades são para os cargos de Técnico e Analista em diferentes áreas. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Concursos no WhatsApp. Os interessados devem acessar o site da Fundação Getulio Vargas (FGV), a banca que está organizando o processo seletivo. As inscrições deverão ser feitas até as 16h do dia 27 de fevereiro. ➡️ VEJA O EDITAL COMPLETO O último concurso público do MPU aconteceu em 2018, onde foram inicialmente ofertadas 47 vagas, sendo: 11 para técnico de administração e 36 para analista em direito. Apesar do número baixo de oportunidades, o Ministério Público da União nomeou cerca de 1.939 participantes, sendo: 669 para o cargo de analista em direito e 1.270 para técnicos de administração. Desse total, cerca de 1.502 candidatos tomaram posse dos cargos. Isso significa que, no concurso atual, existe a possibilidade de o MPU chamar mais participantes do que as 152 vagas previstas. O processo seletivo também tem oportunidades para cadastro reserva de pessoal. A jornada de trabalho dos aprovados é de 40 horas semanais. Do total de vagas a serem preenchidas, estão reservadas: 20% para negros (pretos e pardos); 10% aos candidatos com deficiência; 10% para minorias étnico-raciais (população indígena, quilombolas, ciganos, povos/comunidades tradicionais). Para o cargo de Analista, a remuneração inicial é de R$ 13.994,78. As oportunidades são para graduados em direito, biblioteconomia, comunicação social, desenvolvimento de sistemas, enfermagem, antropologia, arquitetura, biologia, contabilidade, economia, engenharia, entre outros. Já para o cargo de Técnico, o salário inicial é de R$ 8.529,65. As funções se restringem às áreas de administração, enfermagem e polícia institucional. O processo seletivo tem concorrência regional, isso significa que os candidatos precisarão informar o estado que estão concorrendo, conforme consta no ANEXO VII do edital. A distribuição ficou da seguinte forma: Analista de Direito: 1 vaga em cada capital do país e 30 para o Distrito Federal; Analista Especializado: 1 vaga para o Distrito Federal em cada especialidade; Técnico de Administração: 1 vaga em cada capital do país e 30 para o Distrito Federal; Técnico de Enfermagem: 1 vaga para o Distrito Federal; Técnico Polícia Institucional: 1 vaga para Acre, Amapá, Amazonas, Distrito Federal, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Para participar do concurso, é necessário pagar uma taxa de inscrição que varia conforme o cargo, sendo: R$ 120 para analista e R$ 95 para técnico. Candidatos doadores de medula óssea em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde e inscritos no CadÚnico podem solicitar isenção da taxa. O processo seletivo terá as seguintes etapas: Prova Objetiva para todos os cargos, de caráter eliminatório e classificatório; Prova Discursiva, exceto para o cargo de Técnico do MPU/Polícia Institucional, de caráter eliminatório e classificatório; Teste de Aptidão Física apenas para o cargo de Técnico do MPU/Polícia Institucional, de caráter eliminatório; Avaliação Médica apenas para o cargo de Técnico do MPU/Polícia Institucional, de caráter eliminatório; Programa de Formação Profissional apenas para o cargo de Técnico do MPU/Polícia Institucional, de caráter eliminatório e classificatório; Procedimento de Heteroidentificação e Avaliação Biopsicossocial para aqueles que concorrerem, respectivamente, à reserva de vagas para candidatos negros/minorias étnico-raciais e para candidatos com deficiência. As provas estão previstas para 4 de maio, em todas as capitais do país. Os participantes realizarão avaliações objetivas e discursivas, em turnos diferentes, de acordo com o cargo concorrido. O prazo de validade do concurso é de dois anos, contados da data da publicação da homologação do resultado final, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período. Quem tiver dúvidas, poderá ter informações referentes ao concurso por meio do telefone 0800-283-4628 ou do e-mail concursompu2025@fgv.br. O participante deverá manter atualizados o endereço, e-mail e os contatos telefônicos com a FGV, enquanto estiver participando do concurso, até a data de divulgação do resultado final. Cronograma do concurso 📆 Inscrições: 13 de janeiro até 27 de fevereiro Solicitação para isenção da taxa de inscrição: 13 de janeiro até 15 de janeiro Data limite de pagamento das inscrições: 28 de fevereiro Aplicação das provas: 4 de maio LEIA MAIS 22 concursos públicos para ficar de olho em 2025, com salários de até R$ 17 mil Concurso da Embrapa tem mais de mil vagas, salários de até R$ 12,8 mil e mais: veja tudo o que se sabe Veja dicas de como estudar para concurso Veja dicas de como fazer uma boa redação para concurso Como estudar legislação para concurso?
A ascensão dos desinfluenciadores: 'Você queria aquele produto antes de ele ser oferecido para você?'
Rejeitando a cultura 'haul' e promovendo o consumo consciente, o movimento de desinfluenciadores está se tornando popular — entenda o porquê. O movimento dos desinfluenciadores surgiu para combater a cultura do consumo excessivo
Serenity Strull/ BBC
O ano era 2019. Diana Wiebe rolava a tela nas redes sociais, quando encontrou um influenciador promovendo modeladores de cachos a frio.
"Eram modeladores que você podia usar à noite para dormir, com a promessa de acordar com belos cachos", conta ela à BBC.
Aquele foi um dos muitos produtos que ela foi influenciada a comprar pelo TikTok. Mas, como aconteceu com diversos outros, como cremes para o cabelo e exfoliantes faciais, ela percebeu rapidamente que não precisava daquilo.
"Honestamente, o modelador realmente perturbava meu sono e não consegui passar uma noite com ele", segundo Wiebe. "Meu cabelo é naturalmente ondulado e acho que o modelador, na verdade, não ajudou muito."
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Alamy/BBC
Wiebe mora em Ohio, nos Estados Unidos. Agora, ela própria é influenciadora, mas com uma diferença. Ela tenta "desinfluenciar" seus seguidores para que eles não comprem produtos desnecessários.
A criadora de conteúdo tem mais de 200 mil seguidores no TikTok. Nos seus vídeos diários, ela apresenta na plataforma questões como "você queria aquele produto antes de ele ser oferecido para você?".
Ela também relembra aos seus seguidores que grandes quantidades de compras por mês ou por semana – os chamados "hauls", em inglês – não são normais.
A cultura dos "hauls" é um tipo específico de conteúdo de redes sociais que se originou no YouTube. Nele, os criadores apresentam uma grande quantidade de compras (normalmente, roupas) para os seus seguidores.
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Wiebe faz parte de um movimento que vem crescendo desde 2023. Ela rejeita a cultura dos influenciadores tradicionais.
A tendência explodiu no TikTok, com a hashtag #deinfluencing atingindo mais de um bilhão de visualizações.
Ao lado de outras hashtags pedindo "redução do consumo" e "consumo consciente", os desinfluenciadores compartilham mensagens importantes, como "a moda fast fashion não irá deixar você estiloso" e "o baixo consumo é o consumo normal".
Ao entrarmos em 2025, Wiebe acredita que a onda cultural está mudando e que já atingimos o "pico dos influenciadores".
Para Wiebe, "parte do conteúdo dos influenciadores é simplesmente 'isca de ódio'". Ela se refere à prática conhecida como "rage-bait" – postar conteúdo na internet para incitar a raiva das pessoas e gerar visualizações.
"As pessoas fazem coisas ridículas, como pegar suas garrafas d'água, acrescentar uma bandeja de lanche e enchê-la com Taco Bell ou algo parecido", descreve ela, destacando os criadores de vídeos que mostram suas canecas térmicas equipadas com acessórios desnecessários.
Diana Wiebe (esq.) e Christina Mychaskiw fazem parte da cada vez mais popular comunidade dos desinfluenciadores
Divulgação/Kassi Jackson/ Christina Mychaskiw
O TikTok passou a ser o aplicativo padrão dos influenciadores. Mas, devido ao seu futuro incerto nos Estados Unidos, Wiebe acredita que esta seja a hora de mudar.
"Não sei qual será o futuro do TikTok, mas o tipo de trabalho dos influenciadores que estamos observando ali não existe em outros aplicativos." Ela conta que o conteúdo "haul" passou a ser muito mais presente no TikTok do que em outras plataformas, como o Instagram.
Wiebe acredita que esta mudança venha do aumento da consciência sobre as ações reais dos influenciadores. No Reino Unido, já existem leis a este respeito.
"Quando comecei a observar mais anúncios na minha linha do tempo do TikTok, pensei no quanto eu já havia comprado nos últimos anos devido às críticas dos influenciadores", prossegue ela. "De repente, percebi que tudo era propaganda, desde o conteúdo promocional pago até o compartilhamento de 'hauls' pelos criadores."
"Não é como a televisão, onde você consegue reconhecer o comercial. Os influenciadores parecem soar como amigos ou familiares, porque nós consideramos nossos TikTokers favoritos quase como nossos conhecidos."
A maior parte das interações de Wiebe online é positiva, com comentários do tipo "eu precisava ouvir este conselho hoje". Mas outros questionam por que ela sente a necessidade de interferir nos hábitos de consumo das outras pessoas.
Wiebe rapidamente destaca que ela não defende um estilo de vida "sem compras". Ela se descreve como fã de "reduzir a velocidade e realmente pensar nas compras antes de correr".
Seu conselho é o oposto do slogan comum dos influenciadores, que incentivam os espectadores a "correr, não andar", para comprar o último produto sendo lançado.
Abordagem consciente
Esta mesma mentalidade levou Christina Mychaskiw a adotar uma abordagem mais consciente em relação aos seus gastos. Suas postagens no YouTube, TikTok e Instagram pretendem ajudar as pessoas a viver uma vida gratificante, "sem pedir falência".
Mychaskiw mora em Toronto, no Canadá. Ela conta que aprendeu pessoalmente como os influenciadores podem ser poderosos.
"Em 2019, eu devia 120 mil dólares canadenses [cerca de R$ 504 mil] em crédito estudantil e ainda fazia compras toda semana", ela conta. "Cheguei ao fundo do poço quando comprei um par de botas que custava mais do que o meu aluguel, mesmo sabendo que não conseguiria pagar."
A prática do 'haul', com o influenciador retirando das caixas diversas peças de roupa compradas e mostrando para seus seguidores, é uma visão conhecida nos vídeos postados na internet
Alamy/BBC
A criadora de conteúdo contou à BBC que se sentia presa em um ciclo de "Instagram vs. realidade".
"Eu tinha essa ideia de que a minha vida deveria se parecer com a minha carreira e com o que os meus colegas estavam fazendo."
Este é um tema que Mychaskiw aborda com frequência no seu podcast. Ela responde a ouvintes que enfrentam dificuldades com a pressão constante para fazer compras e sua desilusão quando os produtos não atendem às suas expectativas.
"As pessoas não veem mais o valor do que estão comprando", segundo ela. "A promessa desses produtos simplesmente não atende às expectativas. Parece que tudo está ficando cada vez mais caro, mas a qualidade é inferior e menos satisfatória."
Mychaskiw quer evitar que as pessoas cometam o mesmo erro dela, que suspendeu inicialmente todo o consumo e passou a viver uma vida minimalista, que a deixou em estado lastimável, segundo ela.
Desde então, ela chegou a um meio termo, agradando a si própria de vez em quando, mas se lembrando, antes de ir às lojas, de verificar primeiro o seu guarda-roupa.
Mychaskiw, agora, liquidou seu crédito estudantil. Mas qual é o seu conselho para as outras pessoas?
"Saia do telefone. Rolar a tela e consumir conteúdo constantemente deixa você mais sujeito a ceder às mensagens subliminares."
"Desligue o celular, coloque os pés no chão, brinque com seu guarda-roupa e use aquilo que você já tem para criar visuais engraçados. Você talvez perceba que o que você tem é o suficiente."
Os influenciadores ainda detêm forte influência, mas os consumidores pode estar se tornando menos sugestionáveis
Getty Images via BBC
Para a estilista Lucinda Graham, consumir fast fashion constantemente não é ruim apenas para suas finanças e para o meio ambiente, mas também para o seu estilo pessoal.
"Pense nisso como se fosse a sua cozinha", explica ela à BBC. "Se você cozinhar algo rápido, tudo bem, mas não poderá competir com um prato que levou mais de 48 horas para ser preparado, com carinho e esforço."
"O mesmo acontece com a fast fashion, em comparação com um guarda-roupa cuidadosamente selecionado."
Graham aconselha as pessoas a serem pacientes para encontrar seu próprio estilo.
"O estilo pessoal exige tempo para desenvolver e experimentar as mesmas peças", orienta ela. "Basicamente, é também questão de comprar o que você gosta, não o que é tendência."
"Com os influenciadores nos convencendo a comprar roupas, estamos comprando peças que representam o estilo de vida de outra pessoa e tentando copiar a vida deles, mas isso não resulta em um guarda-roupa prático."
A técnica de Graham é ser consciente sobre as novas compras e valorizar o "envelhecimento" das roupas ao longo do tempo.
"Tenho um casaco há seis anos e adoro usá-lo", ela conta.
"É agradável ver as roupas mudarem. Agora mesmo, jaquetas com zíper e calças de trabalho desbotadas estão na moda. Mas, em vez de comprar estas peças em uma loja especializada em vintage, por que não deixar que um desses conjuntos envelheça naturalmente?"
Para Lucinda Graham, fazer compras com critério ajuda a romper o ciclo do consumo excessivo
Arquivo Pessoal/BBC
Graham explica que o mesmo raciocínio é válido para as tendências da moda.
"Fast fashion nunca será autêntica", prossegue ela. "Podemos observar a tendência 'indie sleaze', por exemplo. Aquele visual clássico veio de pessoas que realmente viviam aquele estilo de vida, não de pessoas que compraram jeans rasgados online."
"A chave para romper este ciclo e usar o que você gosta é fazer mais compras intencionais, cortando as compras pequenas por impulso", conclui Graham.
É difícil dizer se o movimento dos desinfluenciadores já está causando impactos às marcas.
Sabendo que gigantes online como a Asos, Boohoo e Pretty Little Thing vêm enfrentando dificuldades, com a queda da demanda e a mudança dos hábitos de consumo dos últimos anos. Mas não podemos esquecer que muitos perfis de redes sociais ainda são inundados pelos influenciadores.
Em 2023, o valor estimado da indústria global de marketing por influenciadores era de US$ 21,1 bilhões (cerca de R$ 127 milhões) – mais que o dobro de 2019.
Aja Barber é a autora do livro Consumed: On Colonialism, Climate Change, Consumerism and the Need for Collective Change ("Consumido: sobre o colonialismo, mudanças climáticas, consumismo e a necessidade de mudanças coletivas", em tradução livre).
Para ela, como a criação de conteúdo ainda é considerada uma carreira em ascensão, ainda não atingimos o "pico dos influenciadores". Ela acredita que o movimento desinfluenciador é útil, mas que o diálogo precisa ser offline, para mudar o comportamento de gastos das pessoas.
Barber também é editora colaboradora da revista Elle. Para ela, todos nós temos um papel neste processo.
"Dos donos das empresas bilionárias até os influenciadores e mesmo nós, consumidores", explica ela à BBC. "Um funcionário dos correios entrou em contato comigo pelas redes sociais e disse que entregou 17 pacotes da Shein em uma casa ao longo de um mês."
Aja Barber percebeu a escala do consumo excessivo ao trabalhar como voluntária em uma loja de caridade – e observar a quantidade de roupas descartadas
Divulgação/Rabya Lomas and Rida Suleri-Johnson
Estimativas indicam que mais de 100 bilhões de peças de roupa são produzidas anualmente em todo o mundo. Mais da metade delas acaba em aterros sanitários depois de 12 meses.
Muitas vezes, as roupas indesejadas são exportadas para países da África e da Ásia, onde até 40% delas podem ser descartadas e não revendidas. As organizações de caridade afirmam que este processo aumentou a poluição da água e os riscos à saúde.
Já se passou quase um século desde os anos 1930, quando as mulheres possuíam cerca de 60 peças de roupa e compravam cinco novos produtos a cada ano.
Refletindo sobre a amplitude das mudanças, Barber afirma que "o objetivo é vender o máximo de produtos possível".
"Precisamos tomar consciência dos danos que os indivíduos estão causando com a ideia de que podemos simplesmente consumir cada vez mais, sem impactos negativos. Isso não é verdade."
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Culture.
Desde 2019, estados gastam metade dos recursos do fundo para segurança pública, mesmo com projetos pendentes
Falta de planejamento e burocracia impedem uso de bilhões destinados à compra de equipamentos e treinamento policial. Bahia e Rio acumulam maiores saldos. Os estados brasileiros utilizam apenas metade dos recursos enviados pelo Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) para investimentos no setor. Desde 2019, o Ministério da Justiça repassou R$ 5,5 bilhões às administrações estaduais, mas apenas R$ 2,7 bilhões foram efetivamente aplicados, deixando bilhões parados em contas públicas.
Os valores do fundo devem ser direcionados exclusivamente para melhorias na segurança pública, como a compra de coletes, armas, veículos, câmeras corporais e cursos de capacitação e saúde mental para policiais. Não é permitido o uso do dinheiro para o pagamento de salários. Mesmo assim, a execução orçamentária patina.
Criminosos do Rio usam drones para acompanhar operações das forças de segurança
Demora gera risco de perda da verba
Segundo o Ministério da Justiça, os governos estaduais enfrentaram dificuldades com as regras do fundo e a burocracia associada. A pandemia também atrapalhou o andamento de projetos, gerando atrasos nas licitações e nos cronogramas de execução.
“Naturalmente, a gente espera que um recurso dessa natureza, em seis ou sete meses, já possa se transformar em armamento e veículos. Isso não estava acontecendo”, explicou Mário Sarrubbo, secretário nacional de Segurança Pública.
Em 2022, parte da verba repassada em 2019 estava prestes a expirar. Para evitar a perda dos valores, o governo federal prorrogou o prazo de aplicação até 2026.
Estados com maiores saldos enfrentam crises de segurança
Cada estado ainda possui, em média, R$ 100 milhões parados, com os maiores saldos concentrados em Tocantins, Bahia e Rio de Janeiro — este último enfrentando uma das maiores crises de segurança pública do país.
“Eu posso assegurar que dinheiro, por curto prazo, não falta. Está lá. É preciso agora executar”, reforçou Sarrubbo, que disse trabalhar para acelerar a execução dos projetos.
Falta de planejamento prejudica população
Especialistas apontam que o problema está no planejamento. Para Natália Pollachi, diretora de projetos do Instituto Sou da Paz, o atraso na execução orçamentária compromete a eficiência na redução da criminalidade.
“O fato de o dinheiro não estar sendo gasto mostra uma contradição, porque o discurso de praticamente todos os governos estaduais é que segurança pública é prioridade. Mas, na prática, a gente vê esse dinheiro parado na conta”, criticou Pollachi.
Além de atrasar melhorias, a falta de investimentos prejudica a implementação de medidas que poderiam diminuir a letalidade policial, como o uso de câmeras corporais, e garantir condições mais seguras de trabalho aos agentes.
Uso mais acelerado desde 2023
Após receberem orientação do governo federal no ano passado, os estados começaram a aplicar os recursos em ritmo mais rápido. Mesmo assim, a verba ainda acumulada reflete a lentidão inicial.
Com o prazo estendido para 2026, o desafio agora é garantir que os bilhões parados nos cofres estaduais sejam convertidos em melhorias concretas para a segurança pública, reduzindo os índices de criminalidade e fortalecendo o sistema de policiamento no país.
Retrospectiva 2024: reveja reportagens do Nosso Campo deste domingo, 12 de janeiro
Nosso Campo deste domingo (12), traz reportagens especiais sobre os tradicionais leilões de gado, o cuidado com o meio ambiente na zona rural e, ainda, o uso da tecnologia no campo e uma receita de pão com rapadura maravilhoso. Retrospectiva 2024: reveja reportagens do Nosso Campo deste domingo, 12 de janeiro
Reprodução/TV TEM
Durante o mês de janeiro, o Nosso Campo faz uma pausa para reexibir algumas reportagens produzidas em 2024.
Neste domingo (12), o programa relembra a história de uma propriedade no interior de São Paulo que se reúne uma vez por semana para organizar leilões de gado. O evento mescla entre o presencial e o online.
Você também poderá rever como as propriedades rurais que não tem acesso à coleta de lixo se organizam para reciclar os materiais descartados, que são levados para pontos de coleta da cidade e os orgânicos para uma compostagem.
O programa ainda mostra que o uso da tecnologia tem ajudado o homem do campo. Os softwares têm aumentado na eficiência de produção, na segurança dos trabalhadores e também na proteção ao meio ambiente.
Para terminar, o programa também ensina uma receita saborosa de pão com rapadura.
Confira as reportagens abaixo:
Pecuaristas continuam fiéis aos leilões tradicionais de gado
O cuidado com o lixo na zona rural mesmo onde não há serviço de coleta
Uso da tecnologia melhora produtividade e segurança no campo
Receita Nosso Campo: aprenda a fazer um pão de rapadura
Assista ao programa deste domingo na íntegra:
Confira o Nosso Campo deste domingo, 12 de janeiro, na íntegra
VÍDEOS: veja as reportagens do Nosso Campo
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Inflação do café da manhã e do prato feito: veja os alimentos que ficaram mais caros (ou mais baratos) em 2024
Calor histórico e seca prolongada contribuíram para que o preço de produtos básicos como café, laranja, carne e leite disparasse. Por outro lado, cebola e tomate ficaram mais baratos, também por conta dos fatores climáticos. Inflação de 2024 de 4,83% ultrapassa teto da meta do BC
O ano mais quente da história impactou a mesa do brasileiro e deixou as refeições mais caras. O preço de alimentos básicos como carne, café, leite e laranja subiu de forma expressiva, e parte da explicação está justamente no calor e na seca, segundo especialistas ouvidos pelo g1.
O clima extremo contribuiu para uma inflação de 7,69% dos alimentos e bebidas em 2024, bem acima do que ocorreu no ano anterior, quando o grupo subiu 1,11%. O número também é maior do que a inflação oficial do país, que ficou em 4,83%. Os dados são referentes ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Inflação do café da manhã em 2024
Arte g1
O suco de laranja e o cafezinho, por exemplo, pesaram muito mais no bolso do que no ano anterior. A baixa quantidade de frutas e o impacto da doença greening fizeram o preço da laranja-pera disparar em 48,3% no ano.
No caso do café, a alta em 2024 foi de 39,6%. Nos supermercados, a média do preço do pacote de 1 kg, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), chegou perto dos R$ 50, como o g1 mostrou em dezembro.
Inflação do prato feito em 2024
Arte g1
O bife do almoço também ficou mais caro: o contrafilé, por exemplo, avançou 20%, acompanhando a alta da carne (20,8%).
Os preços mais altos são consequência de problemas na produção que foram motivados pelo clima extremo de 2024, com muito calor, seca prolongada e enchentes que afetaram o sul do país.
Mesmo assim, alguns alimentos apresentaram queda expressiva no valor, como a cebola e o tomate, e essa variação também ocorreu por causa do clima.
Para explicar a alta (e baixa) dos preços de alguns dos alimentos, o g1 ouviu especialistas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/ Esalq - USP). Veja abaixo ⬇️.
Laranja: baixo estoque e doença em pomares
A alta da laranja tem como explicação o calor, a seca e o greening, doença que afeta pomares principalmente de São Paulo e Minas Gerais. Ela é causada por uma bactéria, que, por sua vez, é disseminada por um inseto, diminuindo a qualidade e a produtividade da fruta. “É uma doença séria que está em crescimento exponencial”, diz Renato Garcia Ribeiro, do Cepea.
O valor da laranja-pera subiu 48,3% no ano; no caso da laranja-lima, a disparada foi de 91%. Os problemas na produção prejudicaram a oferta, aumentando a demanda e o preço da fruta. Como o g1 mostrou em agosto, o cenário desfavorável fez com que os estoques de suco de laranja ficassem tecnicamente zerados.
Tudo isso indica que os preços não devem cair em curto prazo, segundo Renato Ribeiro. Mas há pelo menos um indício positivo: o clima mais úmido e menos quente que marcou as últimas semanas no país. Caso essa condição persista, a oferta de frutas pode aumentar, diz o especialista.
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Café e carne com preço nas alturas
Essa ligeira melhora no clima, no entanto, ainda está longe de compensar os estragos causados pelas temperaturas e condições extremas dos últimos meses.
As safras do café, por exemplo, já haviam sido prejudicadas por intempéries como geadas e ondas de calor em anos anteriores, e a situação não melhorou em 2024. Além disso, fatores externos, como a crise na produção do Vietnã, elevaram a demanda internacional pela bebida – cujo maior exportador mundial é o Brasil.
Essa junção de elementos elevou o preço do café às alturas no ano passado – e, segundo especialistas ouvidos pelo g1, a perspectiva é que ele continue alto até 2026.
A situação da carne é parecida. O preço disparou 20,8% no ano passado, a maior alta desde 2019, e não há expectativa de queda. Cortes populares como o acém (25,2%), patinho (24,1%) e contrafilé (20%) foram os destaques.
Quatro fatores ajudam a explicar a disparada de preços, segundo economistas consultados pelo g1 no final de 2024:
Ciclo pecuário: após dois anos de muitos abates, a oferta de bois vai começar a diminuir no campo;
Clima: seca e queimadas prejudicaram a formação de pastos, principal alimento do boi;
Exportações: Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo e vem batendo recordes de vendas;
Renda: queda do desemprego e valorização do salário mínimo estimularam compras de carnes.
Segundo os analistas, esses fatores também indicam que o preço não deverá baixar em 2025, e a alta pode se estender até 2026.
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Leite também subiu
A pecuária leiteira foi mais uma atingida pela seca muito forte, ondas de calor, queimadas e enchentes, como explica Natália Grigol, especialista do Cepea. “Tudo isso exigiu maior aporte de investimento e limitou o crescimento da atividade”, diz ela.
Assim como a laranja, o leite também teve problemas de oferta que são consequência da produção baixa em anos anteriores. Mesmo mostrando alguma recuperação em 2024, segundo a especialista, a demanda do consumidor ainda permanece alta, o que estimula a alta de 18,8% no preço do leite longa vida, por exemplo, ao longo dos 12 meses.
Natália afirma que 2024 foi atípico porque a elevação de preço que ocorre próximo à metade do ano, uma flutuação sazonal, durou mais tempo do que o normal. “E a oferta perdeu ritmo justamente por causa da variação climática”, pontua.
Clima estimulou cebola e tomate mais baratos
Se o clima foi um obstáculo para a maior parte das lavouras, a lógica não valeu para todo mundo. Cebola e tomate, por exemplo, registraram quedas de preço por esse mesmo motivo.
O preço da cebola caiu 35,3% em 2024, depois de apresentar alta em alguns meses no início do ano devido às chuvas que atingiram regiões produtoras no sul do país. A recuperação ocorreu gradualmente ao longo do ano, com a chegada do tempo seco.
“Para o produtor, no geral, é melhor irrigar a plantação do que lidar com chuvas em excesso”, afirma Renata Meneses, do Cepea. A estiagem contribuiu para alta produtividade e, consequentemente, preços mais baixos para o consumidor.
No caso do tomate, a fruta também viveu momentos distintos, registrando inflação no primeiro semestre e queda nos preços a partir de junho. Segundo o especialista João Paulo Deleo, esse é o cenário comum da produção, que normalmente enfrenta baixas no verão por causa do clima quente e chuvoso.
O resultado anual, no entanto, foi de queda significativa no preço: 25,8%. A explicação também está no clima. “As condições do segundo semestre foram excelentes. O inverno foi um pouco mais quente do que o normal, e isso favoreceu a produtividade”, diz ele.
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Produtores de coco investem em tecnologia para aumentar a produção e abastecer mercado durante o verão
Espírito Santo é o segundo estado com a maior produção de coco-anão. Mesmo com o aumento da demanda pela fruta, agricultores sentiram queda na produtividade devido à falta de chuvas em 2024. Expectativa de produtores de coco é de aumento das vendas no verão
Com a chegada do verão, um dos produtos com maior saída para quem está na praia, curtindo o sol ou dando uma volta no calçadão é a água de coco. É um período bom para os produtores da fruta, que trabalham a todo vapor para abastecer o mercado, principalmente durante a estação mais quente.
Para dar conta da demanda, produtores têm investido em novas tecnologias para aumentar a produtividade e garantir que o produto não falte no mercado.
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Apenas na propriedade do produtor Rodrigo Primo, em Linhares, no Norte do Espírito Santo, são produzidos três milhões e meio de cocos por ano. O valor total da produção na cidade capixaba chega em R$ 34 milhões.
O Espírito Santo é o segundo maior produtor de coco-anão do país, atrás apenas da Bahia. Segundo a Secretaria de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), a produção fica concentrada em uma área de 8.488 hectares e se concentra no norte, principalmente nas cidades de São Mateus e Linhares.
Mesmo com números altos, o agricultor apontou que a produção foi menor por causa do impacto da falta de chuvas nos últimos meses de 2024.
"O preço do coco hoje está muito bom devido à baixa produção e devido à demanda que está grande. Como a gente não teve inverno, mas sim altas temperaturas o ano todo, a procura aumentou. Aumentando a procura, aumentou os preços também", destacou o produtor.
Sem um clima ideal, a produção ficou abaixo do potencial real das fazendas. E com temperaturas altas na maior parte do ano, as frutas não se desenvolveram tanto. Mesmo assim, a produção cresceu, devido ao calor, mas como não havia muitas frutas no mercado, o preço subiu. Esse foi o ciclo enfrentado por produtores e consumidores.
Espírito Santo é o segundo estado do país com a maior produção de coco-anão
Reprodução/TV Gazeta
Além disso, com as mudanças climáticas, os produtores rurais tiveram que se adaptar para diminuir os impactos. E a tecnologia se tornou uma aliada. Na plantação do Rodrigo, por exemplo, o investimento foi em irrigadores automatizados para os períodos de seca.
"A gente tem feito trabalhos para melhorar o volume de água por planta, porque a sazonalidade está ficando muito alta devido a não sequência de chuvas. A gente não pode parar de produzir. Com essa medida, a gente tem melhorado na irrigação", apontou.
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Norte do Espírito Santo se destaca na produção de coco-anão
Reprodução/TV Gazeta
De acordo com a secretaria estadual, a queda na produção de coco já vem acontecendo desde anos anteriores. Em 2022, houve uma diminuição de 14,07% do que no ano anterior.
O Gerles Uliana também é produtor de coco e acredita que a falta de valorização da fruta desanima agricultores.
"O coco nessa média de preço quase que a gente troca para a produção de cebola. Quase que a conta não fecha. Há 15 anos, eu lembro da gente vendendo coco a R$ 1, e até R$ 0,70. E hoje depois de 15 anos o padrão é a mesma coisa, não mudou nada. O produtor de coco só ganha dinheiro no verão, depois fica oito meses às minguas. A gente sempre fica nessa expectativa de sempre querer mais. Produtor de coco sofre muito", contou.
Demanda por cocos aumenta no verão e produtores do Espírito Santo investem na tecnologia para dar conta dos pedidos
Reprodução/TV Gazeta
O agricultor tem uma área de 100 mil hectares e acredita que com a queda da produção e o aumento da demanda no verão os preços também devem aumentar.
Ele espera vender a unidade por R$ 1, 30 a mais do que o valor normal, que gira em torno dos R$ 0,70 a unidade.
"Todo verão sobe. De dezembro a abril vende muito, a saída é maior. Aumenta o consumo e o preço sobe porque a gente agora entra na entressafra. Vai diminuindo a safra, vai terminando os cachos maiores. Aí chega o verão, diminui a quantidade de coco na planta e, por isso, sobe um pouquinho o valor. O legal seria se mantivesse o ano todo".
Na Ceasa da Grande Vitória, o preço da unidade do coco-verde era vendido por R$ 2 na última sexta-feira (10). Nas praias, por exemplo, o consumidor pode pagar até R$ 10, dependendo do local.
Produção de coco se concentra no Norte do Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
VÍDEOS: tudo sobre o Espírito Santo
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Mega-Sena, concurso 2.814: prêmio acumula e vai a R$ 34 milhões
Veja os números sorteados: 11- 17- 19- 26- 49- 54. Quina teve 82 apostas ganhadoras; cada uma vai levar R$ 34.367,81. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O sorteio do concurso 2.814 da Mega-Sena foi realizado na noite deste sábado (11), em São Paulo, pela Caixa Econômica Federal. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas, e o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 34 milhões.
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Veja os números sorteados: 11- 17- 19- 26- 49- 54
5 acertos - 82 apostas ganhadoras, R$ 34.367,81
4 acertos - 4.640 apostas ganhadoras, R$ 867,66
O próximo sorteio da Mega será na terça-feira (14).
Mega-Sena
A Mega tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
+Milionária, concurso 215: prêmio acumula e vai a R$ 37,5 milhões
Sete apostas que acertaram cinco dezenas e dois trevos vão levar R$ 56.719,58. Mais Milionária bilhete volante
Rafael Leal /g1
O sorteio do concurso 215 da +Milionária foi realizado na noite deste sábado (11), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou a combinação de seis dezenas e dois trevos. Com isso, o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 37,5 milhões.
De acordo com a Caixa Econômica Federal, sete apostas que acertaram cinco dezenas e dois trevos vão levar R$ 56.719,58.
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Veja os números sorteados:
Dezenas: 21- 27- 32- 38- 41- 48
Trevos: 2 - 5
Veja os outros ganhadores:
5 acertos + 1 ou nenhum trevo - 39 apostas ganhadoras, R$ 4.524,64
4 acertos + 2 trevos - 91 apostas ganhadoras, R$ 2.077,64
4 acertos + 1 ou nenhum trevo - 1212 apostas ganhadoras, R$ 155,99
3 acertos + 2 trevos - 2036 apostas ganhadoras, R$ 50,00
3 acertos + 1 trevo - 12524 apostas ganhadoras, R$ 24,00
2 acertos + 2 trevos - 17419 apostas ganhadoras, R$ 12,00
2 acertos + 1 trevo - 107582 apostas ganhadoras, R$ 6,00
+Milionária, concurso 215 — Foto: Reprodução/Caixa
Reprodução
+Milionária: veja como jogar na loteria da Caixa
A
Sobre a +Milionária
As chances de vencer na loteria são ainda menores do que na Mega-Sena tradicional: para levar o prêmio máximo, é preciso acertar seis dezenas e dois “trevos”. (veja no vídeo acima)
O valor de uma aposta simples é de R$ 6. Com ela, o apostador pode escolher 6 números de 50 disponíveis e mais 2 trevos, dentre os seis disponíveis.
Para apostas múltiplas, é possível escolher de seis a 12 números e de dois a seis trevos, com preços que chegam a R$ 83,1 mil.
A +Milionária teve seu primeiro sorteio em maio de 2022. Na época, a Caixa informou que ela foi a primeira modalidade "a oferecer prêmio mínimo de dois dígitos de milhões". Cada concurso distribui o valor mínimo de R$ 10 milhões. Saiba mais aqui.
Além disso, a +Milionária se destaca por ter dez faixas de premiação. São elas:
6 acertos + 2 trevos
6 acertos + 1 ou nenhum trevo
5 acertos + 2 trevos
5 acertos + 1 ou nenhum trevo
4 acertos + 2 trevos
4 acertos + 1 ou nenhum trevo
3 acertos + 2 trevos
3 acertos + 1 trevo
2 acertos + 2 trevos
2 acertos + 1 trevo
Frango em alta, porco e ovos em baixa: entenda cenário de oscilação de preços das proteínas em janeiro
Esalq/USP de Piracicaba (SP) aponta que preços médios da carne de frango cresceu 1,55% nos primeiros dias de janeiro. Produção deve alcançar crescimento de até 3% em 2025. Desvalorização da carne de frango está relacionada ao aumento do poder de compra da população na primeira quinzena de junho.
Reprodução EPTV
Os preços da carne de frango seguem em alta na primeira quinzena de janeiro, diferente do esperado para o início do ano, quando o consumo cai porque a renda das famílias fica mais restrita. O ritmo de vendas é positivo neste ínicio do ano e, segundo perspectivas do do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) do campus da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP), a produção de carne de frango deve alcançar crescimento de até 3% em 2025.
Para o mercado de ovos, o cenário é de recuo nas cotações no início de 2025, devido ao enfraquecimento da demanda e aumento nos estoques. O mesmo movimento de queda é observado nos preços da carne de porco. - 📝Entenda mais, abaixo.
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🐔Frango: ano de altas e de desafios
Ainda segundo perspectivas do Cepea, o setor avícola brasileiro deve crescer em 2025, mas deve enfrentar desafios relacionados à biossegurança animal e a conflitos em importantes países que são destinos da carne nacional.
Estudos realizados por pesquisadores do Cepea indicam que a produção de carne de frango deve alcançar 14,2 milhões de toneladas em 2025, aumento de 2,9% frente à do ano anterior. Em relação à demanda, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) projeta que o consumo per capita de carne some 46,6 kg em 2025, alta de 1,9% sobre o ano anterior.
"As perspectivas de crescimento do setor avícola em 2025, contudo, dependem da ausência de casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (H5N1 ou IAAP) em granjas comerciais (ou outros tipos de Influenza). Por enquanto, o Brasil tem se beneficiado dessas circunstâncias. Isso porque casos de Influenza em outros países produtores têm deslocado a demanda global ao Brasil, que, ressalta-se, permanece livre dessa doença, de acordo com as diretrizes da Organização Mundial para Saúde Animal", analisa o Cepea.
💰Valores
O preço do quilo do frango congelado, negociado no atacado, nas regiões da Grande São Paulo, São José do Rio Preto (SP) e Descalvado (SP), fechou em R$ 8,50 nesta sexta-feira (10), um aumento de 1,55% na comparação com mês anterior. -📝 Veja cotações aqui.
“O fluxo de vendas tem apresentado bom ritmo, possibilitando ligeiros reajustes nos valores”, conforme os agentes consultados pelo Cepea.
"O ano de 2024 foi desafiador, mas, no balanço, foi positivo para o setor de avicultura de corte nacional. Esse cenário foi favorecido sobretudo pelos maiores preços de comercialização da carne e do animal vivo, que, por sua vez, tiveram suporte vindo da oferta mais controlada e das aquecidas demandas interna e externa. Além disso, as quedas nos preços de importantes insumos utilizados na atividade avícola nacional reforçam o contexto positivo ao setor neste ano", conclui o Cepea.
Preços da carne suína e do frango registram alta no início de agosto, conforme levantamento da USP
Reprodução/TV TEM
✈️Recorde nas exportações
Quanto às exportações brasileiras de carne de frango, o ano de 2024 encerrou com recordes tanto em volume como em receita. De janeiro a dezembro de 2024, foram embarcadas 5,29 milhões de toneladas da proteína, no produto in natura e industrializado, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), compilados e analisados pelo Cepea.
O volume é 2,8% superior que a marca histórica observada no ano anterior, com registro de 5,1 milhões de toneladas de carne de frango exportadas.
“A maior quantidade exportada e a forte valorização do dólar em 2024 fizeram com que a receita também fosse recorde no ano. O setor arrecadou R$ 53,7 bilhões, 9,8% acima do montante obtido em 2023”, conforme análise do Cepea a partir dos dados da Secex.
Preços dos ovos registram queda
Claudia Assencio/g1
🥚Ovos
Diferente da carne de frango, os preços dos ovos estão em queda neste início de ano, conforme apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, as baixas se devem à combinação de enfraquecimento da demanda e aumento nos estoques.
De acordo com colaboradores do Cepea, as vendas estão mais lentas do que o esperado para o início do mês, resultando em sobras.
"O movimento de alta nos preços do setor suinícola nacional, que vinha sendo observado desde maio e que levou os valores a atingirem, em novembro, os maiores patamares nominais das séries históricas do Cepea, foi interrompido em dezembro", analisa o Centro de Pesquisas.
📆Dezembro positivo para as exportações
Depois de um período de recuo, as exportações brasileiras de ovos voltaram a avançar em dezembro de 2024 e alcançam o segundo maior volume do ano e o mais elevado para um mês de dezembro desde 2021 – considerando-se a série da Secex.
Foram enviadas ao exterior 2,05 mil toneladas de ovos in natura e processados no último mês de 2024, quantidade 14,8% superior à embarcada em novembro e mais que o dobro da registrada em dezembro de 2023, de acordo com a Secex.
Reprodução/Globo Rural
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🐷Carne de porco
O Indicador Cepea/Esalq do quilo do suíno vivo fechou em R$ 7,88 no Posto de São Paulo no dia 10 de janeiro de 2025, uma variação mensal negativa de 2,60%. Em Minas Gerais, o valor à vista ficou em torno dos R$ 7,96, sem movimento em relação a dezembro.
Em Santa Catarina, o valor fechou em R$ 7,64 nesta sexta (10), uma variação mensal negativa de 3,17%. No Rio Grande do Sul, o indicador ficou em R$ 7,95, recuo de 2,81%, e no Paraná, o mês fechou em R$ 7,96.
Exportação de carne suína em alta
Arquivo Secom
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Como uma bactéria pode salvar a sua pipoca
Pesquisa usa a chamada agrobacterium para transformar o DNA do milho e tornar ele mais resistente às altas temperaturas e às secas causadas pelas mudanças climáticas. O g1 foi até Campinas (SP) conhecer o estudo. Prato do Futuro: pesquisa cria milho mais resistente ao calor
Já pensou que uma bactéria poderia salvar a sua pipoquinha? Uma pesquisa tem usado a chamada agrobacterium para transformar o DNA do milho e tornar ele mais resistente às altas temperaturas e às secas causadas pelas mudanças climáticas.
O estudo de edição gênica do milho é da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e, neste episódio da série Prato do Futuro, o g1 foi até a unidade em Campinas (SP) para entender como ele funciona. Confira no vídeo acima.
A pesquisa tem o objetivo de fazer o milho tolerar até 2°C acima da sua temperatura ideal, que é entre 28°C e 30°C. Além disso, durante a experiência, é fornecido menos água, apenas 20% de sua quantidade ideal de antes da alteração.
Os resultados preliminares demonstram que as plantas modificadas tiveram um aumento de 10% da produção.
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Como uma bactéria pode alterar a genética?
Na pesquisa, os cientistas utilizam a agrobacterium para editar a genética do milho. Essa bactéria auxilia na inserção de características que podem reprimir ou ressaltar alguma parte do DNA das plantas, neste caso, resistir ao calor e à seca.
Para isso dar certo, a equipe usa um mapa da sequência de DNA completa do milho, ou seja, seu genoma.
Na natureza, esse micro-organismo é considerado uma praga do milharal, podendo causar tumores nos pés. Mas, no laboratório, a parte do DNA da bactéria que causa a doença é removida antes de ter contato com as células do milho.
E não precisa se preocupar, a inserção da bactéria no milho não faz mal para quem for consumir.
Qualquer alimento que teve seu genoma mapeado pode passar pela edição gênica, com a possibilidade de obter benefícios semelhantes aos observados na pesquisa com o milho.
Bactéria é inserida nos embriões do milho.
Rafael Leal / g1
Por que o milho precisa ser salvo?
A elevação da temperatura do planeta já é de 1°C comparado a níveis pré-industriais e deve subir ainda mais, chegando a 1,5°C entre 2030 e 2050, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Por causa do aquecimento do planeta, 8% da flora do planeta pode desaparecer das suas áreas tradicionais, afirma o relatório do IPCC.
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho, representando cerca de 11,7% do fornecimento mundial. O país fica atrás dos Estados Unidos (30,3%) e da China (24,1%).
Nas últimas duas décadas, a produção brasileira de milho teve um crescimento contínuo de 5,2% ao ano, mostra um estudo do Ministério da Agricultura e Pecuária e da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais.
Para a safra 2024/2025, a área, que está em fase de plantio, deve se manter estável, em torno de 21 milhões de hectares, estima a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com a expectativa de recuperação na produtividade, a safra deve chegar a 119,8 milhões de toneladas.
Por que fazer o milho ficar roxo ajuda na pesquisa?
Milho roxo com genética modificada para alta tolerância a seca e calor
Reprodução / g1
Para descobrir se o gene que foi alterado se desenvolveu, os pesquisadores inserem junto da agrobacterium um marcador genético, que tem a capacidade de mudar a cor dos grãos.
Assim, durante a fase de embrião, é possível ver a coloração por microscópio. Quando o milho se desenvolve, toda a espiga assume a cor.
Mas, quando o estudo for finalizado e a nova variedade for ser comercializada, esse marcador não será mais inserido. Portanto, o milho vai continuar sendo amarelo.
Alteração da coloração do milho pode ser vista por microscópio.
Rafael Leal / g1
Pronto para o mundo
Ao longo do seu desenvolvimento, a planta passa por diversos ambientes. Em sua fase mais jovem, ainda vive em meio de temperatura ideal, na sala de aclimatação, até ir para uma estufa com clima extremo.
Usando uma luz que replica as ondas solares, climas diferentes são testados, bem como a quantidade de água fornecida varia.
Os pesquisadores observam como a planta se comporta e se ela vai entrar em estresse térmico, quando não consegue mais realizar a fotossíntese corretamente. Assim, é possível entender se o experimento funcionou ou não.
As plantas que se mostram resistentes têm sua genética replicada por meio de polinização.
Os testes também incluem o plantio em lavoura, para ver se o milharal sobrevive no mundo real.
Luz rosa imita radiação solar para desenvolvimento da planta em estufas.
Rafael Leal / g1
Coleta de embrião para alteração genética do milho
Reprodução / g1
Créditos deste episódio da série 'PF: prato do futuro'
Coordenação editorial: Luciana de Oliveira
Edição e finalização de vídeos: Marih Oliveira
Narração: Vivian Souza
Reportagem: Vivian Souza
Produção: Vivian Souza
Roteiro: Vivian Souza
Coordenação de vídeo: Tatiana Caldas e Mariana Mendicelli
Coordenação de arte: Guilherme Gomes
Direção de arte e ilustrações: Luisa Rivas e Verônica Medeiros
Fotografia: Rafael Leal
Motion Design: Verônica Medeiros e Thalita Ferraz
Ilustrações: Bruna Rocha, Maria Laura Silva, Luisa Rivas e Thalita Ferraz
Saiba mais sobre como o calor afeta a produção de alimentos:
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LISTA: veja as 10 scooters mais vendidas do Brasil em 2024
Segmento deu um salto em participação de mercado devido à comodidade que as scooters oferecem: espaço para bagagem e câmbio automático. A Honda Elite 125 foi a quarta scooter mais vendida de 2024 com 27.697 novas unidades emplacadas
divulgação/Honda
As scooters têm conquistado mais espaço na garagem dos brasileiros, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Em 2024, esse tipo de veículo se tornou a preferência de 35,5% dos compradores de motocicletas em todo o país.
No ano, foram 1.875.903 emplacamentos de motocicletas no país, de acordo com a entidade. As scooters corresponderam por mais de 666 mil unidades.
Elas tiraram vendas, sobretudo, do segmento de entrada (city/street), que é composto por motocicletas como Honda CG e Yamaha YBR. Esse segmento perdeu participação de mercado, passando de 42,2% em 2023 para 39,7% em 2024.
Veja abaixo a lista de scooters mais vendidas de 2024.
Honda Biz 125: 278.350 unidades;
Honda Pop 110i: 169.940 unidades;
Honda PCX 160: 55.067 unidades;
Honda Elite 125: 27.697 unidades;
Avelloz AZ1: 18.121 unidades;
Yamaha NMax 160: 17.538 unidades;
Yamaha NEO 125: 16.788 unidades;
Shineray XY 50: 15.339 unidades;
Yamaha Fluo 125: 13.253 unidades;
Honda ADV 150: 13.182 unidades.
⚠️ A Fenabrave não separa as scooters das cubs, motonetas ligeiramente diferentes das scooters. Portanto, a lista acima contém modelos desse segmento.
⚠️ O g1 também excluiu da lista a Shineray Shi 175, pois o modelo não faz parte da categoria. A própria marca a define como uma trail e já fez um pedido oficial para a retirada da moto da lista de cubs.
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Sucesso das scooters
Todo o segmento de motos desfruta de um ótimo momento no Brasil. As projeções da Fenabrave para 2025 dão conta de um crescimento de 10% para as vendas de motocicletas. O Brasil passaria de 1,875 milhão de unidades para 2,063 milhões de emplacamentos ao final do ano.
As motonetas, nas quais se pilota com as pernas juntas, é possível ter duas grandes vantagens que as motocicletas não possuem. A primeira é o câmbio automático, que normalmente é CVT, e proporciona uma facilidade de pilotagem que as tradicionais City não possuem.
O segundo ponto positivo é o bagageiro sob o assento que, na maioria dos modelos, guarda pelo menos um capacete. Há modelos maiores que suportam até dois capacetes e mais alguns objetos, o que livra o piloto e o garupa da obrigação de carregarem os itens de proteção para onde forem.
E não se pode esquecer do escudo frontal e do apoio de pé dos scooters. A proteção extra que esses itens proporcionam, por protegerem o piloto de tudo que há à frente, ajuda a manter não só a roupa limpa, mas evita choque com pedrinhas e insetos que podem estar no caminho.
Mas vale a ressalva: as CUBs (category upper basic, que traduzindo livremente, quer dizer "categoria básica superior") possuem câmbio semi-automático, ou seja, dispensam o uso do manete de embreagem, mas ainda assim é preciso fazer as trocas de marcha nos pedais.
Boa parte do sucesso é a preferência das mulheres pelas scooters, sendo que elas também passaram a andar mais de moto no ano que passou.
O relatório "Panorama Estatístico Brasileiro de Motocicletas" mostra que o percentual de mulheres proprietárias de motocicletas, motonetas e ciclomotores no ano passado foi o maior desde o início da série histórica, em 2000.
E as montadoras sentiram a diferença. Segundo números apurados pela Honda, a Elite 125 é a primeira motocicleta de 62% de seus compradores. Grande parte do público é formado por mulheres (60%).
Entenda como era e o que mudou na fiscalização da Receita para o PIX, cartão e outras operações
Monitoramento de movimentações financeiras já existia. Agora, mais instituições financeiras serão obrigadas a informá-las ao Fisco. Medida não implica cobrança direta de nenhum imposto, nem deve alterar o dia a dia dos clientes. Entenda o que muda na fiscalização da Receita sobre compras com cartões e PIX
Entenda o que muda na fiscalização da Receita sobre compras com cartões e PIX
A notícia de que a Receita Federal ampliou as regras de fiscalização sobre transações financeiras dos contribuintes gerou confusão nesta semana.
O monitoramento dessas movimentações já existia. O que muda é que mais instituições serão obrigadas a informá-las ao órgão.
Ao contrário do que circulou pelas redes sociais, a medida não implica a cobrança direta de nenhum imposto. Mas o contribuinte deve estar atento porque movimentações atípicas podem gerar problemas para quem não declara seus rendimentos de forma correta.
Entenda como era a regra e o que mudou a partir das perguntas abaixo:
Como era antes?
O que mudou agora?
Quando foi anunciada a mudança?
O PIX será taxado?
A que dados a Receita tem acesso?
O que eu preciso fazer?
Devo me preocupar?
1. Como era antes?
A Receita Federal recebe informações consolidadas dos bancos sobre as movimentações financeiras dos contribuintes desde 2003, quando foi instituída a Decred. Na época, o foco eram as operações de cartão de crédito.
Conforme a Receita, "a evolução tecnológica e as novas práticas comerciais" trouxeram a necessidade de atualizar a norma, para alcançar outros tipos de operação financeira. A Decred foi substituída pela plataforma "e-Financeira", criada em 2015.
O sistema funciona da mesma forma: serve para que as instituições financeiras informem as operações à Receita, sem que o contribuinte tenha que fazer nada.
Desde então, os bancos tradicionais (públicos e privados) passaram a ser obrigados a informar ao Fisco os montantes globais mensalmente movimentados pelos contribuintes quando os valores fossem, por tipo de operação financeira:
maiores que R$ 2 mil por mês, por pessoa física (CPF);
maiores que R$ 6 mil por mês, por empresa (CNPJ).
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2. O que mudou agora?
Além dos bancos tradicionais, outras instituições foram incluídas na obrigação de repassar à Receita Federal os dados das movimentações financeiras dos seus clientes.
São elas: as operadoras de cartão de crédito, que cuidam das famosas "maquininhas", e as instituições de pagamento (IP), empresas de menor porte como os bancos virtuais, que viabilizam a movimentação de recursos, mas não oferecem empréstimos e financiamentos.
A norma também trouxe uma especificação de que as transações via PIX, cartões de débito, cartões de loja e moedas eletrônicas passaram a fazer parte das operações que devem ser informadas.
O valor mínimo que o contribuinte precisa movimentar para que a instituição seja obrigada a enviar seus dados à Receita também foi estipulado: na soma de todas as transações, por cada tipo de operação financeira, precisa ser:
maior que R$ 5 mil por mês, por pessoa física (CPF);
maior que R$ 15 mil por mês, por empresa (CNPJ).
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3. Quando foi anunciada a mudança?
A ampliação da fiscalização foi anunciada em setembro do ano passado e entrou em vigor em 1º de janeiro de 2025.
O envio dos dados à Receita começa em agosto, relativos às transações feitas entre janeiro e julho deste ano. As informações referentes ao segundo semestre serão enviadas até fevereiro de 2026.
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Receita Federal aumenta monitoramento das transações financeiras
4. O PIX será taxado?
As novas regras não implicam a cobrança direta de nenhum imposto. Conforme a Receita, "não existe tributação sobre o PIX e nunca vai existir, até porque a Constituição não autoriza imposto sobre movimentação financeira".
O órgão, inclusive, emitiu um alerta para uma nova tentativa de golpe sobre o assunto que está circulando nas redes sociais.
Criminosos estão abordando possíveis vítimas dizendo que há uma suposta cobrança de taxas pela Receita Federal sobre transações via PIX em valores acima de R$ 5 mil e, por isso, pedem que um boleto seja pago.
No entanto, a notícia é falsa. A Receita não envia cobranças ou comunicados por WhatsApp, SMS ou redes sociais.
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5. A que dados a Receita tem acesso?
A Receita tem acesso a informações fundamentais para cumprir a sua função de órgão do governo responsável por administrar tributos federais, além de atuar no combate à pirataria, à sonegação fiscal, ao tráfico de drogas e ao contrabando.
Entre essas informações estão:
Dados pessoais como: nome, nacionalidade, residência fiscal, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);
Número da conta bancária ou equivalente;
Número de Identificação Fiscal (NIF) no exterior, caso seja adotado pelo país de residência fiscal informado;
Valores movimentados mensalmente;
Moeda utilizada em movimentações financeiras;
Demais informações cadastrais, entre outras.
No entanto, segundo a Receita, no repasse das informações pelas instituições financeiras e administradoras de cartão de crédito, não existe "qualquer elemento que permita identificar a origem ou a natureza dos gastos efetuados". O segredo das operações é garantido pelo sigilo bancário.
"Por exemplo, quando uma pessoa realiza uma transferência de sua conta para um terceiro, seja enviando um PIX ou fazendo uma operação do tipo DOC ou TED, não se identifica, na e-Financeira, para quem ou a que título esse valor individual foi enviado", informou a Receita Federal.
O que a Receita pretende com a mudança nas regras é prender pessoas que buscam ocultar a origem ilícita de recursos, muitas vezes oriunda de crimes como lavagem de dinheiro ou do crime organizado.
Em entrevista ao g1, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, negou que as alterações anunciadas tenham por objetivo multar as pessoas físicas, como os pequenos trabalhadores que trabalham por aplicativo ou no mercado informal, por exemplo. (veja abaixo os cuidados a tomar)
Ele também lembrou que o órgão possui há décadas informações sobre as transações financeiras dos contribuintes, mas que elas têm se concentrado principalmente no PIX nos últimos anos.
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Receita Federal passa a monitorar movimentações acima de R$ 5 mil no PIX; entenda
6. O que eu preciso fazer?
Em relação ao envio dos dados sobre movimentações financeiras à Receita, não há nada que o contribuinte precise fazer. A responsabilidade de repassar as informações é das instituições bancárias e de pagamento.
Agora, como já ocorria antes, quem recebe rendimentos tributáveis acima de R$ 2.824 por mês tem a obrigação de entregar a declaração anual do Imposto de Renda.
Com a declaração, a Receita já consegue saber se as transações do contribuinte são compatíveis com os rendimentos do trabalho.
"Os dados recebidos poderão, por exemplo, ser disponibilizados na declaração pré-preenchida do Imposto de Renda da pessoa física no ano que vem, evitando-se divergências", diz a Receita.
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7. Devo me preocupar?
O aumento da fiscalização da Receita sobre o pagamento de impostos pode atingir quem não declara os seus rendimentos de forma correta.
"A omissão de receitas pode levar à inclusão na malha fina, cobrança de multas e, em casos mais graves, processos por sonegação fiscal", alerta o advogado Gabriel Santana Vieira, especialista em direito tributário.
O secretário Robinson Barreirinhas negou que as alterações tenham por objetivo multar as pessoas físicas, que trabalham por aplicativo ou no mercado informal, por exemplo.
De acordo com ele, "uma pessoa que tem um salário de R$ 10 mil e gasta R$ 20 mil todos os meses no cartão de crédito", durante vários anos seguidos, pode vir a chamar a atenção da Receita. No entanto, antes de chamá-la para explicar os gastos, o órgão ainda vai cruzar outras informações.
"A Receita Federal tem as informações das empresas ligadas a ela, dos parentes relacionados a ela, e pode, nesse cruzamento especial", ver que ela está simplesmente pagando a despesa de um familiar, disse Barreirinhas.
"E vamos dizer que, mesmo depois de todo esse cruzamento, ainda haja uma inconsistência relevante. Nesse caso, e somente nesse caso, ela pode ser notificado para explicar. E vai poder explicar. Às vezes tem outras razões para esse tipo de despesa."
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Receita aperta fiscalização e passa a receber dados de cartões de crédito e PIX de instituições financeiras
Mega-Sena pode pagar R$ 16 milhões neste sábado; +Milionária pode chegar a R$ 36 milhões
Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
Aposta única da Mega-Sena custa R$ 5 e apostas podem ser feitas até as 19h
Marcelo Brandt/G1
A Caixa Econômica Federal promove neste sábado (11), a partir das 20h, os sorteios dos concursos 2.814 da Mega-Sena e 215 da +Milionária.
A +Milionária tem prêmio estimado em R$ 36 milhões. As chances de vencer na loteria são menores do que na Mega-Sena: para levar a bolada, é preciso acertar seis dezenas e dois trevos. (veja no vídeo mais abaixo)
O valor de uma aposta simples é de R$ 6. Com ela, o apostador pode escolher 6 números de 50 disponíveis e mais 2 trevos, dentre os seis disponíveis.
Para apostas múltiplas, é possível escolher de seis a 12 números e de dois a seis trevos, com preços que podem chegar a R$ 83.160,00.
A +Milionária se destaca por oferecer o prêmio principal mínimo de R$ 10 milhões por sorteio e possuir dez faixas de premiação. Veja os detalhes:
+Milionária: veja como jogar na loteria da Caixa
Mega-Sena
Já a Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 16 milhões para os acertadores das seis dezenas. No concurso da última quinta-feira (9), ninguém levou o prêmio máximo.
A Mega tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Lula sanciona com vetos projeto que estimula geração de energia eólica em alto-mar
Sanção foi publicada no "Diário Oficial da União". Os vetos terão de ser analisados por deputados e senadores em sessão do Congresso ainda sem data marcada O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou o projeto que regulamenta a produção de energia eólica em alto-mar, porém vetou trechos que não tinham relação com o conteúdo original da proposta e que poderiam resultar em aumento da conta de luz.
A sanção foi publicada no "Diário Oficial da União". Os vetos terão de ser analisados por deputados e senadores em sessão do Congresso ainda sem data marcada. Os parlamentares podem manter ou derrubar a decisão de Lula.
O presidente seguiu a recomendação de auxiliares para barrar no projeto artigos inseridos que não tratava da produção da chamada energia eólica offshore, feita em alto-mar onde a força do vento é maior. Artigos que não tratam do tema dos projetos são chamados de jabutis no jargão do Congresso.
Durante a tramitação da proposta foram inseridos e aprovados artigos que incentivam fontes poluentes de energia, como a térmica.
Doze entidades do setor elétrico apresentaram uma carta aberta a Lula na qual pediram que fossem vetados os artigos 19, 22 e 23 do projeto aprovado pelo Congresso.
As entidades destacaram que se, a proposta fosse sancionada sem vetos, haveria um custo mínimo de R$ 545 bilhões até 2050, um aumento de 9% na energia.
MA lidera estudo sobre produção de energia eólica em alto mar
Vetos
Veja vetos que Lula impôs ao texto aprovado pelo Congresso. Segundo o governo, esses dispositivos não têm a ver com o sentido original do projeto e poderiam ter efeitos colaterais, como aumentar a conta de luz:
Vetos relacionados à contratação compulsória de energia
O governo vetou dispositivos que obrigavam a contratação compulsória de montantes específicos de energia em diversas regiões do país. A justificativa foi o impacto negativo nas tarifas de energia, que aumentariam os custos para consumidores residenciais e para o setor produtivo. Além disso, a contratação compulsória de fontes fósseis, como termelétricas a carvão, foi considerada incompatível com os compromissos internacionais de mitigação climática e descarbonização.
Impacto tarifário e insegurança jurídica
Os dispositivos que ampliavam subsídios ou alteravam critérios para prorrogação de contratos, como os do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), foram vetados por implicarem maior custo nas tarifas. O governo também apontou insegurança jurídica em mudanças retroativas de índices de correção de contratos, o que poderia desestimular investimentos no setor energético.
Incompatibilidade com a transição energética
Itens que obrigavam a contratação de fontes fósseis, como carvão e gás natural, foram vetados por estarem desalinhados com as políticas públicas de transição energética e com o compromisso do Brasil de adotar uma matriz energética mais limpa. O governo destacou a necessidade de priorizar tecnologias renováveis e inovadoras.
Vetos à contratação de tecnologias incipientes
O governo rejeitou a obrigatoriedade de contratação de energia a partir de fontes ainda em desenvolvimento, como hidrogênio líquido. A decisão baseou-se na incerteza dos custos dessa geração e no risco de onerar os consumidores com tarifas mais altas antes da maturidade dessas tecnologias.
Redução de impactos tarifários estruturais
Um dos vetos bloqueou a aplicação de recursos para modicidade tarifária que poderiam comprometer investimentos estruturais, como a interligação da Amazônia Legal ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O governo ressaltou a prioridade de projetos que reduzam custos de longo prazo para o sistema energético.
Inflexibilidade em cronogramas de contratação
Dispositivos que obrigavam a contratação de montantes energéticos em prazos fixos foram vetados por dificultar a adaptação às novas tecnologias e fontes limpas. O governo argumentou que a flexibilização é essencial para aproveitar inovações que possam surgir e reduzir custos ao longo do tempo.
Alterações em prazos de microgeração e minigeração distribuída
Foi vetada a ampliação dos prazos para início da injeção de energia por agentes de microgeração e minigeração distribuída. A medida, segundo o governo, causaria impactos tarifários e prejudicaria a expansão da infraestrutura elétrica, aumentando o custo do sistema.
Destinação de recursos já utilizados
A proposta de redirecionar recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para dívidas como a Conta-Covid foi vetada, pois essas contas já foram quitadas por medidas anteriores. O governo ressaltou a importância de evitar sobreposição de destinações financeiras e preservar a eficiência na aplicação de recursos públicos.
Esses vetos, fundamentados em critérios técnicos e econômicos, refletem a busca por equilíbrio entre a proteção dos consumidores, a sustentabilidade ambiental e o compromisso com a transição energética.
Presidente do BC diz que estouro da meta de inflação foi causado por forte atividade econômica, queda do real e extremos climáticos
Com alta de 4,83% no ano passado, a inflação estourou o teto da meta, o que obrigou o presidente do BC a publicar uma carta aberta com as justificativas. O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, atribuiu nesta sexta-feira (10) o estouro da meta de inflação em 2024 à forte atividade econômica, queda do real frente ao dólar e extremos climáticos. Toda vez que a inflação estoura a Meta, o presidente do BC é obrigado a divulgar um comunicado com as explicações.
Mais cedo nesta sexta, foi divulgado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país. Ele teve alta de 4,83% e ficou acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta para o ano era de 3% e seria considerada formalmente cumprida se ficasse em um intervalo entre 1,5% e 4,5%.
Rui Costa atribui inflação acima da meta a clima extremo e reforça compromisso fiscal; Klava analisa
Diante desse resultado, o Banco Central publicou nesta sexta-feira (10) carta aberta encaminhada ao ministro da Fazenda e presidente do CMN, Fernando Haddad, na qual explica os fatores que levaram a inflação a terminar fora do limite máximo.
Em 2024, o BC era presidido por Roberto Campos Neto, que deixou o cargo em 31 de dezembro. Ele foi substituído por Galípolo, que, por sua vez, era diretor de política monetária do órgão, antes de assumir o comando da instituição.
A última vez que o Banco Central havia descumprido a meta foi em 2022, quando Campos Neto também estava à frente. À época, ele apresentou, na carta, algumas justificativas, como a elevação do preço do barril de petróleo e a retomada da economia.
Justificativas
O BC listou a seca que atingiu parte do país –e pressionou os preços de alimentação, em especial, de carnes e leite– e também as enchentes no Rio Grande do Sul, que no segundo trimestre do 2024, impactaram alguns preços de alimentos.
Os fatores climáticos, portanto, acabaram elevando a inflação da alimentação em casa. Em 2023, houve deflação nesse segmento (queda de 0,52% nos preços). Já em 2024, houve alta de 8,22%. Nesse caso, o BC também citou os preços das carnes que subiram por causa do ciclo do boi.
Sobre bens industriais,a inflação também subiu e, segundo o BC, isso está relacionado à depreciação cambial, ou seja, à desvalorização do real em relação ao dólar.
Na carta, o BC destacou que esse comportamento do câmbio está relacionado não só a uma questão global de valorização do dólar norte-americano, mas também a questões internas do Brasil.
Segundo o documento, o real foi a moeda que mais perdeu valor em 2024 e isso “sugere que fatores domésticos e específicos do Brasil tiveram papel expressivo nesse movimento cambial”. E citou que a percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal afetou, de forma relevante –ou seja, a preocupação com a saúde das contas públicas no país.
Por outro lado, a queda no preço internacional do petróleo amorteceu o impacto da depreciação cambial, completou o BC.
Cenário para 2025
Para esse ano, os economistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central (BC) projetaram uma inflação ainda mais alta, no patamar de quase 5%, segundo o relatório "Focus" divulgado nesta segunda-feira (6).
A meta de inflação para 2025 não muda –o teto é de 4,5%. Ou seja, a perspectiva é de mais um estouro nesse ano.
Para tentar controlar o aumento dos preços, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, em dezembro, elevar a taxa Selic de 11,25% ao ano para 12,25% ao ano.
E, no comunicado após a reunião, o Copom previu ainda novos aumentos de 1 ponto percentual nas próximas duas reuniões –em janeiro e março de 2025.
Seguro-desemprego: veja tabela com novos valores para 2025 e como solicitar benefício
Beneficiários vão receber a partir de R$ 1.528 neste ano, já que o pagamento não pode ser inferior ao salário-mínimo vigente. Carteira de trabalho
Gilson Abreu/AEN
A tabela anual com as regras para calcular o seguro-desemprego foi atualizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Em 2025, os trabalhadores que têm direito ao benefício (confira os requisitos abaixo) vão receber entre R$ 1.528 e R$ 2.424,11.
Os novos valores foram estipulados com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que acumulou alta de 4,77% em 2024, e no último reajuste do salário-mínimo. Eles passam a valer a partir desta sexta-feira (10).
➡️ Veja, na tabela abaixo, como fazer o cálculo do seguro-desemprego em 2025 a partir do salário médio que o trabalhador recebia.
Tabela do seguro-desemprego para 2025
O salário médio é a soma da remuneração dos últimos três meses anteriores à demissão dividida por três.
Além disso, conforme a lei, o seguro-desemprego não pode ser inferior ao salário-mínimo vigente, que é de R$ 1.528. Então, se, no cálculo, o valor for menor, o beneficiário recebe R$ 1.528.
Já os trabalhadores que tenham recebido salários médios acima de R$ 3.564,96 têm direito ao benefício no valor máximo, de R$ 2.424,11.
Abono salarial, CadÚnico, seguro-desemprego: veja o que muda com o salário mínimo de R$ 1.518
Quem pode receber?
Têm direito ao seguro-desemprego os trabalhadores (incluindo os domésticos) que atuaram em regime CLT e foram dispensados sem justa causa.
O benefício também inclui quem saiu do emprego em dispensa indireta, que é quando há falta grave do empregador sobre o empregado, configurando motivo para o rompimento do vínculo por parte do trabalhador.
Além disso, o governo ainda oferece o seguro para:
quem teve o contrato suspenso em virtude de participação em programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador;
pescador profissional durante o período defeso;
trabalhador resgatado da condição semelhante à de escravo.
Não é permitido receber qualquer outro benefício trabalhista em paralelo ao seguro-desemprego ou possuir participação societária em empresas.
Também não tem direito ao seguro-desemprego quem estiver recebendo benefício de prestação continuada da Previdência, exceto auxílio acidente e pensão por morte.
E, se o trabalhador consegue um emprego com carteira assinada logo após a demissão ou durante o recebimento do seguro-desemprego, ele perde o direito ao benefício.
Quem tem direito ao seguro-desemprego?
Quanto tempo dura?
O número de parcelas do benefício é baseado no tempo de trabalho. A pessoa que comprovar pelo menos seis meses trabalhando receberá três parcelas.
Para quem comprovar pelo menos 12 meses, são quatro parcelas. O trabalhador com mais de 24 meses recebe cinco parcelas.
Como solicitar?
O seguro-desemprego pode ser solicitado diretamente pelos seguintes meios:
aplicativo da Carteira de Trabalho Digital;
portal www.gov.br;
presencialmente, nas unidades das Superintendências Regionais do Trabalho, após agendamento de atendimento pela central 158.
Quais documentos apresentar?
Documento do Requerimento do Seguro-Desemprego (recebido pelo empregador no momento da dispensa sem justa causa);
número do CPF.
É #FAKE que a Receita Federal esteja cobrando imposto do PIX para quem recebe mais de R$ 5 mil; golpe envia boleto falso a vítimas
O secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, alerta que há muita desinformação sobre o assunto, incluindo mensagens sobre um imposto sobre o PIX. 'Isso é falso, não é verdade', afirmou ao g1. É #FAKE que Receita Federal esteja cobrando taxa do PIX para quem recebe mais de R$ 5 mil; golpe envia boleto falso a vítimas
Reprodução
Circulam nas redes sociais publicações que afirmam que contribuintes terão de pagar imposto sobre movimentações no PIX acima de R$ 5 mil, além de mensagens que imitam canais da Receita Federal e enviam boletos para o pagamento de uma taxa. É #FAKE.
g1
🛑 Como é o golpe da cobrança de taxa sobre o PIX? Criminosos enviam mensagens falsas a possíveis vítimas, alegando que a Receita Federal passou a cobrar uma tributação de quem recebe mais de R$ 5 mil mensais (leia detalhes abaixo).
📌 Qual é o conteúdo das mensagens? Uma delas tem um símbolo que imita o logotipo da Receita e traz o seguinte texto: "Bom dia Sr Neuso, você foi taxado por usar mais de 5 mil reais no PIX neste mês. Para evitar o bloqueio total do seu CPF, pague o boleto à seguir no valor de R$ 845,20" . Há também uma imagem que mostra um boleto falso. (O trecho tem um erro de português, já que a expressão "a seguir" não leva crase.)
⚠️ O que diz a Receita Federal? Uma nota publicada no site oficial do órgão (https://www.gov.br/receitafederal/pt-br) informa que essa tentativa de golpe utiliza indevidamente o nome da instituição para dar credibilidade à fraude. Reforçou ainda que não envia cobranças ou comunicados por WhatsApp, SMS ou redes sociais. O comunicado alerta: "Não existe tributação sobre PIX, e nunca vai existir, até porque a Constituição não autoriza imposto sobre movimentação financeira".
"A Receita Federal, portanto, não cobra e jamais vai cobrar impostos sobre transações feitas via PIX. O que está ocorrendo é apenas uma atualização no sistema de acompanhamento financeiro para incluir novos meios de pagamento na declaração prestada por instituições financeiras e de pagamento."
🔒 Como se proteger desse tipo de golpe? O texto da Receita recomenda: "desconfie de mensagens suspeitas (não forneça informações pessoais); evite clicar em links desconhecidos (podem direcionar a sites fraudulentos ou instalar programas prejudiciais); não abra arquivos anexos (mensagens fraudulentas geralmente contêm programas executáveis que podem roubar suas informações ou causar danos ao computador); e verifique a autenticidade (a Receita Federal utiliza exclusivamente o Portal e-CAC)".
Leia, abaixo, sobre três tópicos (clique para navegar pela página):
A onda de mensagens falsas sobre o assunto
Receita desmente que há "imposto do PIX"
Esclarecimentos de especialistas
Onda de mensagens falsas
Mas, antes mesmo do aviso sobre do golpe, já vinham circulando conteúdos mentirosos a respeito do inexistente "imposto do PIX". Essas mensagens partem de um entendimento errado a respeito das novas regras da Receita de fiscalização sobre transações financeiras, que começou a valer neste ano. Elas não implicam na cobrança direta de nenhum imposto.
▶️ Como era a regra antes da mudança? A Receita Federal já recebia informações consolidadas dos bancos sobre as movimentações financeiras dos contribuintes desde 2003. Na época, o foco eram as operações de cartão de crédito. Os bancos tradicionais (públicos e privados) já eram obrigados a informar ao Fisco o total de montantes movimentados pelos contribuintes quando os valores fossem:
maiores que R$ 2 mil por mês, por pessoa física (CPF);
e maiores que R$ 6 mil por mês, por empresa (CNPJ).
▶️ Como ficou agora? Além dos bancos tradicionais, outras instituições foram incluídas na obrigação de repassar os dados à Receita. São elas: operadoras de cartão de crédito, que cuidam das famosas "maquininhas"; e as instituições de pagamento (IP), empresas de menor porte, como os bancos virtuais. Elas deverão enviar informes quando a soma mensal de todas as operações financeiras (PIX, TED, débito, crédito, depósito etc.) for:
maior que R$ 5 mil por mês, por pessoa física (CPF);
e maior que R$ 15 mil por mês, por empresa (CNPJ).
▶️ Na verdade, a norma prevê a ampliação do monitoramento sobre essas operações. Antes, não havia uma instrução específica de que transações via PIX, cartões de débito, cartões de loja e moedas eletrônicas deveriam ser informadas.
▶️ Trata-se de obrigação para instituições financeiras, e não para o contribuinte.
Veja, a seguir, exemplos de mensagens fake sobre o assunto:
Em um dos vídeos que viralizaram, um homem pergunta: "Vocês viram essa nova palhaçada do governo de colocar imposto de renda pra quem receber R$ 5 mil no PIX ou no cartão de crédito?".
Em outro, uma pessoa afirma, equivocadamente: "Eu estava ouvindo um rapaz falar que, passando de R$ 5 mil, quem faz PIX de transação vai começar a pagar imposto, vai ter de declarar".
Um post no Facebook repete uma determinação que não procede: "Só pra lembrar: quem movimentar 5 mil reais no cartão ou no Pix vai pagar imposto, hein, fazuele".
No X, uma publicação relata, erroneamente: "A Receita Federal baixou normativa segundo o que se pagará imposto sobre PIX cujo montante (soma) passe de R$ 5.000,00 por mês. Pega em cheio a gente pobre que trabalha vendendo pipoca, sanduíche, picolé. Já não bastaram os impostos sobre Shein e Shoppe. Resta a este povo fazer o novamente o L em 2026".
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Receita desmente 'imposto do PIX'
"Está havendo muita desinformação, muita fake news sendo espalhada de que o governo estaria cobrando imposto sobre PIX, sobre transferências de dinheiro. Isso é falso, não é verdade", diz o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, em mensagem de áudio enviada ao Fato ou Fake.
De acordo com Barreirinhas:
A Receita Federal recebe informações sobre movimentações financeiras há mais de 20 anos, e nunca houve qualquer problema para o cidadão comum.
Isso é feito para que a Receita possa focar esforços na pequena parcela de contribuintes que efetivamente apresentam alguma inconsistência em relação às suas rendas.
Desde 2003, a Receita já recebe informações sobre transferências bancárias, TEDs e cartões de crédito operados por instituições financeiras.
O que é verdade é que, a partir de 2025, a Receita modernizou as declarações prestadas pelas instituições financeiras, abrangendo também novos meios de pagamento que surgiram nos últimos anos (como o PIX), das carteiras digitais e das carteiras operadas por instituições de pagamento.
Essa iniciativa se soma a outras, como o fim dos recibos em papel fornecidos pelos profissionais de saúde, que também passou a valer neste ano.
O objetivo dessas medidas é reduzir o trabalho de quem faz a declaração e diminuir as chances de "o bom contribuinte cair na malha fina da Receita Federal".
"Absolutamente, nada muda para o cidadão. Não há qualquer cobrança, não há imposto sobre Pix, nada disso. O cidadão não precisa fazer nada, declarar nada, apenas seguir sua vida normalmente", garante o secretário.
▶️ O governo federal publicou uma nota com esclarecimentos. O comunicado explica que:
A edição da norma 2219/2024 não implicou qualquer aumento de tributação.
Ela serve para melhorar a forma como a Receita Federal organiza e gerencia informações financeiras, respeitando as leis sobre sigilo bancário e fiscal.
Esses dados poderão ser usados, por exemplo, para facilitar o preenchimento da declaração de imposto de renda, ajudando a evitar erros.
Desde 2003, a Receita já recebia informações sobre os valores movimentados em cartões de crédito. Isso era feito por meio de uma norma chamada Decred, que focava apenas nos cartões de crédito e não incluía outras formas de pagamento, como cartões de débito ou de lojas.
Com o passar tempo e o surgimento de tecnologias, a Receita decidiu modernizar esse processo.
O sistema mais recente, chamado e-Financeira, vai substituir a Decred e inclui informações sobre mais tipos de pagamentos, como Pix, DOC e TED. Mas ele só mostra o total que entrou ou saiu da conta, sem detalhes de quem enviou ou recebeu o dinheiro.
Se a movimentação mensal de uma conta ultrapassar R$ 5 mil para pessoas físicas ou R$ 15 mil para empresas, os bancos devem informar esses totais à Receita. Isso vale para qualquer forma de pagamento, não apenas PIX, e os valores são somados no final do mês.
Os novos limites para envio de informações começam em janeiro de 2025. Os dados do primeiro semestre terão de ser entregues até agosto de 2025, e os do segundo semestre, até fevereiro de 2026. Essa mudança não impacta o dia a dia do contribuinte e não cria custos adicionais.
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O que especialistas dizem ao Fato ou Fake
O Fato ou Fake mostrou mensagens falsas sobre o tema a André Felix Ricotta de Oliveira, professor e doutor em direito tributário, sócio da Felix Ricotta Advocacia, coordenador do curso Tributação sobre o Consumo do Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET) e presidente da Comissão de Direito Tributário da OAB/Pinheiros, em São Paulo.
Veja, abaixo, o que comentou sobre cada uma:
❌ Mensagem falsa: "Vocês viram essa nova palhaçada do governo de colocar imposto de renda pra quem receber R$ 5 mil no PIX ou no cartão de crédito?".
🔎 Esclarecimento do especialista: "O governo não instituiu imposto de renda sobre quem receber R$ 5 mil no PIX ou no cartão de crédito. Apenas editou a IN RFB 2219/2024, que dispõe sobre a obrigatoriedade de prestação de informações relativas às operações financeiras de interesse da Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil na e-Financeira. A Receita Federal editou a norma que tem como fundamento a Lei complementar 105/01 e buscou aprimorar o recebimento das informações das movimentações financeiras dos contribuintes de acordo com as novas formas de recebimento e pagamentos".
❌ Mensagem falsa: "Eu estava ouvindo um rapaz falar que, passando de R$ 5 mil, quem faz PIX de transação vai começar a pagar imposto, vai ter de declarar".
🔎 Esclarecimento do especialista: "A Receita irá verificar se a pessoa declarou no imposto de renda rendimentos compatíveis com essa despesa".
❌ Mensagem falsa: "Só pra lembrar: quem movimentar 5 mil reais no cartão ou no Pix vai pagar imposto, hein, fazuele".
🔎 Esclarecimento do especialista: "Foi editada Instrução normativa estabelecendo a obrigatoriedade e as formas, periodicidade e limites de valores que as instituições financeiras fornecerão à Receita. Essa obrigatoriedade tem previsão no ordenamento jurídico desde 2001, e a Receita utiliza o sistema desde 2003. Não é para pagar imposto algum, e sim um mecanismo de fiscalização e acompanhamento das movimentações financeiras dos contribuintes".
❌ Mensagem falsa: "A Receita Federal baixou normativa segundo o que se pagará imposto sobre PIX cujo montante (soma) passe de R$ 5.000,00 por mês. Pega em cheio a gente pobre que trabalha vendendo pipoca, sanduíche, picolé. Já não bastaram os impostos sobre Shein e Shoppe. Resta a este povo fazer o novamente o L em 2026".
🔎 Esclarecimento do especialista: "A única mudança efetiva ou novidade apresentada pela instrução normativa, que as instituições de pagamento e participantes de arranjo de pagamento que habilita são responsáveis a informações no módulo de repasse de valores recebidos para a receita federal das movimentações mensais superiores a R$ 5 mil para pessoa física e R$ 15 mil para pessoa jurídica".
Já Guilherme Di Ferreira, diretor adjunto da Comissão de Direito Tributário da OAB/GO e responsável pela área tributária no Lara Martins Advogados, explica:
"Se, ao final, a Receita Federal identificar que [o contribuinte] não está declarando tudo, ela então irá questioná-lo sobre por que ele tem uma movimentação expressiva, mas não uma renda expressiva. É unicamente para isso".
"Não será criada uma taxa, não será criado um imposto. Essa obrigação é para os bancos, principalmente para os digitais, e não para o consumidor final. Para o contribuinte, nada implicará. Aquele que declara corretamente o imposto de renda não será afetado de forma alguma".
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VÍDEOS: Fato ou Fake explica
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Polêmica do PIX: Receita diz ter dados de movimentações há décadas e nega intenção de 'pegar' trabalhador informal
Neste mês, Fisco passou a receber dados sobre movimentações financeiras das instituições de pagamentos, englobando pagamentos por aproximação via celulares ou relógios. Tema ganhou destaque nas redes. Robinson Barreirinhas, secretário da Receita Federal
Edilson Rodrigues/Agência Senado
O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, negou que as alterações anunciadas para o começo de 2025 nas regras de declarações sobre movimentações financeiras tenham por objetivo multar as pessoas físicas, como os pequenos trabalhadores que trabalham por aplicativo ou no mercado informal, por exemplo.
Em entrevista ao g1, ele também lembrou que o órgão possui há décadas informações sobre as transações financeiras dos contribuintes, que nos últimos anos têm se concentrado principalmente no PIX — sistema de transferências em tempo real inaugurado no fim de 2020.
"Ela [Receita] vai pegar é, por exemplo, uma pessoa que tem um salário de R$ 10 mil e gasta R$ 20 mil todo mês no cartão de crédito durante dois, três anos seguidos. Isso pode chamar alguma atenção. Vai chamar a pessoa para se explicar? Ainda não, você vai cruzar outras informações", explicou Barreirinhas.
"A Receita Federal tem as informações das empresas ligadas a ela, dos parentes relacionados a ela, e pode, nesse cruzamento especial... 'Aqui está acontecendo de que ele tá pagando a despesa de um familiar e acabou'. E vamos dizer que, mesmo depois de todo esse cruzamento, ainda haja uma inconsistência relevante. Nesse caso, e somente nesse caso, ele pode ser notificado para explicar. E vai poder explicar. Às vezes tem outras razões pra esse tipo de despesa", prosseguiu.
G1 em 1 Minuto: Nova regra do PIX e cartão
Outra finalidade do Fisco, ao monitorar as movimentações financeiras dos contribuintes, é prender pessoas que buscam ocultar a origem ilícita de recursos, muitas vezes oriunda de crimes como lavagem de dinheiro ou do crime organizado.
"Essas pessoas, sim, devem estar preocupadas", acrescentou o secretário da Receita Federal.
O chefe da Receita negou que o objetivo seja penalizar os pequenos contribuintes.
"A gente não tem nem condição de fiscalizar dezenas de milhões de pessoas que movimentam valores baixos. A gente quer é automatizar isso para poder melhor orientar esse tipo de contribuinte a se regularizar, por exemplo. Se a pessoa não tem uma empresa aberta, ela pode abrir um MEI, alguma coisa assim. Mas, não tem nem sentido a Receita Federal ir para a fiscalização repressiva nesses casos", declarou Barreirinhas.
Transferências PIX
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Ele reafirmou que o órgão recebe e trata as informações de transferências com "absoluto respeito" ao sigilo bancário". "A Receita Federal não pode divulgar [dados], de jeito nenhum, em relação a isso", afirmou.
Barreirinhas negou, também, que a prática de emprestar o cartão de crédito para compras de parentes possa acionar a fiscalização do órgão.
"Eu até tenho dito: se você devia apontar alguém que recebeu uma carta da Receita Federal nos últimos 20 anos por conta de despesa no cartão de crédito, seria uma surpresa para mim. Porque não é assim que a Receita trabalha", declarou.
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Novas regras da Receita
Com a virada do ano, o Fisco passou a contar com novos instrumentos de fiscalização sobre as transações financeiras realizadas pelos contribuintes.
➡️A partir de agora, o órgão vai passar a receber também informações das chamadas "instituições de pagamento", aquelas que fazem transferências mas não ofertam empréstimos.
Com as mudanças, as transferências feitas por meio das "carteiras eletrônicas ou digitais" de instituições de pagamento, englobando pagamentos por aproximação via celulares ou relógios (com pagamento a débito ou via cartão de crédito) também entraram no radar, além das operações feitas por meio das "maquininhas".
💲 Os dados só serão enviados quando o montante total movimentado, por cada tipo de operação financeira (PIX, pagamento ou investimento, por exemplo), for:
superior a R$ 5 mil, para pessoas físicas;
superior a R$ 15 mil, para empresas.
Até o fim de 2024, a Receita já recebia esse tipo de informação dos bancos tradicionais, públicos e privados, em operações como PIX, aplicações financeiras, seguros, planos de previdência e investimentos em ações.
Com o tema ganhando destaque nas redes sociais e suscitando o aparecimento de informações falsas, Robinson Barreirinhas aproveitou para negar que as transferências via PIX passarão a ser taxadas.
Receita Federal alerta para tentativa de golpe com falsa cobrança de taxa sobre o PIX
Acompanhamento de movimentações financeiras
O secretário da Receita recordou que o órgão fiscaliza as movimentações financeiras desde 2003 (que antes eram supervisionadas por meio da extinta CPMF), e explicou que as mudanças anunciadas para 2025 têm por objetivo adequar os instrumentos de fiscalização às mudanças tecnológicas.
Na prática, o objetivo é manter atualizada a base de dados de movimentações financeiras para diminuir o número de pessoas físicas que caem na malha fina do Imposto de Renda, ou seja, que têm suas declarações retidas por conta de inconsistências.
Essas informações serão informadas, por exemplo, pelos contribuintes que optarem pela declaração pré-preenchida do IR.
Outros países
O secretário afirmou que esse tipo de acompanhamento também é feito pelas administrações tributárias de outros países, como Estados Unidos e integrantes da União Europeia.
"Outros países têm um detalhamento muito, mas muito maior que o da Receita Federal. Estados Unidos, Europa, países asiáticos, lá eles têm detalhe do detalhe da informação. A Receita Federal não precisa disso para gestão de risco. Nós precisamos apenas os valores globais para esse avanço na prestação do serviço por contribuinte", concluiu.
IPCA: veja os itens que mais subiram e os que mais caíram na inflação de 2024
O IPCA registrou alta de 4,83% no ano passado, acima do teto da meta para a inflação do ano. O grupo de Alimentação e bebidas foi o que teve o maior peso sobre a inflação no ano. IPCA: preços sobem 0,52% em dezembro e têm alta de 4,83% em 2024, diz IBGE
Os alimentos foram os produtos que mais pesaram sobre a inflação de 2024 no Brasil, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgadas nesta sexta-feira (10).
Em 2024, os preços medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tiveram uma alta de 4,83%. O maior impacto veio do grupo de Alimentação e bebidas, que teve alta de 7,69% nos preços e gerou um peso de 1,63 ponto percentual sobre o índice.
Dos 377 subitens pesquisados pelo IBGE, a maior alta de 2024 foi registrada pelo abacate, que acumulou um avanço de 174,67% nos preços.
Assim como o abacate, outros 25 alimentos estão entre os 30 subitens com as maiores altas na inflação do ano passado.
Veja a lista abaixo.
Na ponta oposta, alimentos como pepino (-46,76%), cebola (-35,31%), e tomate (-25,86%) estão na lista de maiores baixas do ano. São, em geral, itens voláteis por conta de fenômenos climáticos.
Quem também faz a lista é a passagem aérea, que teve queda de 25,86%.
Veja a lista abaixo.
Apesar das altas expressivas, alguns desses subitens têm pesos pouco relevantes na composição do IPCA como um todo. Isso acontece por conta da demanda e importância de determinados produtos para a população.
A gasolina, por exemplo, não está na lista de maiores altas (9,71% no ano), mas foi o subitem que teve o maior impacto sobre a inflação geral, com um peso de 0,48 ponto percentual do IPCA como um todo.
Entre os 10 subitens que mais pesaram sobre a inflação do ano, a maioria também está no grupo de Alimentação e bebidas, com quatro produtos.
Veja a lista abaixo.
Destaques da inflação de 2024
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, mostra que os preços subiram 4,83% em 2024, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo IBGE.
Com o resultado, ficou acima do teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta para o ano era de 3% e seria considerada formalmente cumprida se ficasse em um intervalo entre 1,5% e 4,5%.
Preço da carne sobe 20,8% em 2024 e tem maior alta em 5 anos; entenda o que aconteceu
Veja o resultado dos grupos do IPCA em 2024
Alimentação e bebidas: 7,69%;
Habitação: 3,06%;
Artigos de residência: 1,31%;
Vestuário: 2,78%;
Transportes: 3,30%;
Saúde e cuidados pessoais: 6,09%;
Despesas pessoais: 5,13%;
Educação: 6,70%;
Comunicação: 2,94%.
Para o resultado fechado de 2024, todos os nove grupos medidos pelo IBGE tiveram alta. O destaque do ano foi o grupo Alimentação e bebidas, com a maior alta percentual (7,69%) e o maior impacto sobre o índice (1,63 p.p.).
O subgrupo Alimentação no domicílio avançou 8,23% no ano, também com as carnes como destaque. Elas acumularam alta de 20,84% em 2024, a maior variação desde 2019, quando o avanço foi de 32,40%.
O impacto das carnes sobre o índice foi de 0,52 p.p. — o maior entre todos os itens pesquisados.
Também foram destaques entre as altas:
Café moído, com alta de 39,60% e impacto de 0,15 p.p.;
Leite longa vida, com alta de 18,83% e impacto de 0,13 p.p.;
Frutas, com alta de 12,12% e impacto de 0,14 p.p.
A Alimentação fora do domicílio também avançou, com alta de 6,29%. A refeição fora de casa aumentou 5,70% e o lanche, 7,56%.
Altas importantes vieram de Saúde e cuidados pessoais (6,09%, com impacto de 0,81 p.p.), e Transportes (3,30%, com impacto de 0,69 p.p.).
Juntos, os três grupos responderam por 65% da inflação de 2024.
No grupo de saúde, as maiores contribuições vieram dos planos de saúde (7,87%) e dos produtos farmacêuticos (5,95%). Ambos tiveram reajustes autorizados pelos órgãos reguladores. Itens de higiene pessoal também avançaram bem, com alta de 4,22% no ano.
No grupo Transportes, o destaque fica com a gasolina, que avançou 9,71% e teve um impacto de 0,48 p.p. sobre o índice.
Estouro da meta em 2024 e perspectivas para 2025
O país voltou a estourar o limite da meta da inflação em 2024. Com o centro da meta em 3%, ela seria considerada cumprida se oscilasse entre 1,5% e 4,5%.
A meta de inflação do país é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central deve tomar suas decisões de política monetária, manejando a taxa básica de juros, para que a inflação fique dentro do intervalo estabelecido pelo CMN para o ano.
Em 2023, a meta era de 3,25%, podendo oscilar entre 1,75% e 4,75%. A inflação anual ficou em 4,62%. Mas, em 2021 e 2022, a inflação também estourou as metas. (veja abaixo)
O histórico das metas de inflação
Arte g1
Quando o país não alcança a meta de inflação, o presidente do BC precisa escrever e enviar uma carta ao chefe do CMN, cargo ocupado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para explicar os motivos por trás do estouro da meta.
O estouro da meta também indica que o BC precisará ser mais rígido, elevando ou mantendo os juros mais altos, por mais tempo.
Juros maiores encarecem a tomada de crédito para pessoas e empresas e, por isso, reduzem o consumo da população — o que leva a um controle da inflação. Ao contrário, juros menores barateiam o crédito, tornando o consumo mais acessível e movimentando a economia.
Para Heliezer Jacob, economista do C6 Bank, o cenário econômico deve continuar "desafiador" em 2025 e a inflação pode encerrar mais um ano acima do teto da meta — que, para este ano, é a mesma do ano passado.
"O mercado de trabalho aquecido e a perspectiva de câmbio depreciado pressionarão ainda mais a inflação. Nossa projeção é de que o IPCA feche o ano em 5,7%, novamente acima do limite superior da meta", comenta Jacob.
O economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio Leal, tem uma visão diferente. Para o especialista, a política de alta dos juros que o BC já está adotando e que pode levar a taxa Selic perto dos 15% ao ano já deve reduzir a pressão sobre o consumo e sobre os preços.
"Além disso, ao contrário de 2024, quando tivemos o impacto de dois fenômenos climáticos– El Niño e La Niña – e uma quebra de safra agrícola, 2025 aparenta ter apenas um La Niña fraco e uma safra recorde. Com isso esperamos uma variação nos alimentos bem abaixo do que foi no ano passado", diz Leal.
O boletim Focus — relatório do BC que reúne as expectativas de mais de 100 instituições financeiras — estima que a inflação será de 4,99% em 2025. Ou seja, o mercado projeta mais um estouro do teto de 4,5% do sistema de metas neste ano.
Rui Costa diz que estouro da meta de inflação tem relação com cheias e seca e prevê acomodação
Declaração foi dada após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dados divulgados nesta sexta pelo IBGE mostram que a inflação teve alta de 4,83% — acima da meta de 3% e da margem de até 4,5%. O ministro da Casa Civil, Rui Costa
TV Globo
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou nesta sexta-feira (10) que o estouro da meta de inflação tem relação com cheias e com secas e, segundo ele, é algo que deve "se acomodar".
A declaração foi dada após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto (leia mais abaixo).
Inflação fica em 4,83% em 2024
Em dezembro, o Banco Central (BC) já tinha admitido oficialmente que a meta de inflação, em 2024, seria descumprida novamente.
A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou acima do teto do sistema de metas, definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Os dados divulgados nesta sexta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que essa alta da inflação foi de 4,83%.
A meta para 2024 era de 3% e seria considerada formalmente cumprida se ficasse em um intervalo entre 1,5% e 4,5%.
"É evidente que essa variação da inflação tem impacto nesses dois eventos climáticos fortes que vocês acompanharam, noticiaram, tanto de seca em vários lugares do país como de chuva excessiva em vários lugares do país. Mas eu diria que isso deve se acomodar", afirmou Rui Costa.
"E o conjunto de medidas fiscais votadas em dezembro vai dialogar e já está promovendo seus efeitos de reafirmar o absoluto compromisso fiscal do governo, trazendo de novo a inflação para dentro da meta e dentro dos limites previstos no conjunto da política econômica.", prosseguiu o ministro.
A declaração foi dada após uma reunião entre Lula e ministros. Eles trataram principalmente sobre medidas a serem adotadas pelo governo brasileiro diante de mudanças na política de moderação das plataformas da Meta, que administra o Instagram e o Facebook.
Ana Flor: Alimentos e Combustíveis pressionam inflação
Inflação
O resultado de dezembro mostra uma aceleração da inflação em relação à novembro, quando o IPCA subiu 0,39%. Já em dezembro de 2023, a inflação foi de 0,56%.
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram alta nos preços em dezembro, com destaque para o grupo de Alimentação e bebidas.
Foi a maior alta percentual no mês, de 1,18%, e também o maior impacto sobre o índice, de 0,25 ponto percentual (p.p.). Foi o quarto aumento consecutivo dos alimentos, puxados principalmente pelas carnes. Entre setembro e dezembro, elas acumularam alta de 23,88%.
O gerente da pesquisa do IPCA, André Almeida, explica que, embora a alta dos alimentos seja causada por fatores como a destinação de safras para exportações, por exemplo, "as questões climáticas exerceram uma forte influência sobre esses itens".
Receita Federal alerta para tentativa de golpe com falsa cobrança de taxa sobre o PIX
Órgão esclareceu que 'não existe tributação sobre o PIX e nunca vai existir', pois isso não é permitido pela Constituição. Novas regras sobre transações financeiras apenas ampliam o monitoramento, para combater irregularidades. Criminosos estão usando o nome da Receita Federal para aplicar golpes
Receita Federal/Divulgação
A Receita Federal emitiu um alerta nesta sexta-feira (10) sobre uma nova tentativa de golpe que está circulando nas redes sociais com o nome do órgão.
Criminosos estão abordando possíveis vítimas dizendo que há uma suposta cobrança de taxas pela Receita Federal sobre transações via PIX em valores acima de R$ 5 mil e, por isso, pedem que um boleto seja pago.
No entanto, "não existe tributação sobre o PIX", alerta a Receita. "E nunca vai existir, até porque a Constituição não autoriza imposto sobre movimentação financeira."
As novas regras da Receita, de fiscalização sobre transações financeiras e que começaram neste ano, estão sendo alvo de dúvidas da população, mas não implicam na cobrança direta de nenhum imposto.
O que houve foi um aumento do monitoramento, já que mais instituições serão obrigadas a repassar à Receita dados sobre as movimentações dos contribuintes. E, se o valor movimentado for diferente do declarado, pode acender um alerta do Fisco. (entenda mais abaixo)
Receita Federal aumenta monitoramento das transações financeiras
Em uma das mensagens da tentativa de golpe a que a Receita Federal teve acesso, os golpistas pedem para que a vítima pague um boleto no valor de R$ 845,20, sob o risco de ter o CPF bloqueado.
Para tornar a fraude mais convincente, utilizam o nome, as cores e os símbolos oficiais do órgão.
A Receita reforçou que não envia cobranças ou comunicados por WhatsApp, SMS ou redes sociais. O órgão utiliza exclusivamente o Portal e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte) e o site oficial como canais seguros de comunicação.
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Veja situações que podem ser um problema para a Receita
Saiba a quais dados de clientes o órgão tem acesso
Entenda as novas regras da Receita
➡️ Antes, somente bancos tradicionais, públicos e privados, eram obrigados a enviar para a Receita dados sobre as movimentações financeiras dos contribuintes.
➡️ Agora, a obrigação foi estendida para operadoras de cartão de crédito (como as "maquininhas") e as chamadas "instituições de pagamento", de menor porte, como bancos virtuais.
➡️ Além disso, não havia uma instrução específica na norma da Receita de que transações via PIX, cartões de débito, cartões de loja e moedas eletrônicas deveriam ser informadas.
➡️ Agora, todas deverão enviar os dados quando as movimentações somadas no mês, por cada tipo de operação financeira (PIX, TED, débito, crédito, depósito etc), forem maiores que R$ 5 mil, por pessoa física (CPF), e que R$ 15 mil, por empresa (CNPJ).
➡️ O envio será semestral, por meio de uma declaração chamada de "e-Financeira". As transações feitas entre janeiro e julho deste ano, por exemplo, serão enviadas em agosto. Os referentes ao segundo semestre, até fevereiro de 2026.
➡️ De acordo com a Receita Federal, esse procedimento não permite que ela identifique a origem ou a natureza dos gastos efetuados. O recebimento das informações será feito em "absoluto respeito às normas legais dos sigilos bancário e fiscal", segundo o órgão.
Vendas da Volkswagen diminuem em 2024, especialmente na China
Volkswagen vendeu 4,8 milhões de veículos em todo o mundo no ano passado, uma queda de 1,4% em comparação com 2023. A Volkswagen é a segunda maior montadora do mundo e entregou 4,8 milhões de veículos
Divulgação/Volkswagen
As vendas de veículos do Grupo Volkswagen diminuíram em 2024, com uma queda notável na China, refletindo um ano difícil para a montadora, que reduzirá significativamente sua produção e folha de pagamento na Alemanha.
A segunda maior montadora do mundo, atrás da Toyota, entregou 4,8 milhões de veículos em todo o mundo no ano passado, uma queda de 1,4% em relação a 2023, informou em um comunicado nesta quinta-feira (9).
"2024 foi um ano difícil em todo o mundo, com uma economia fraca, desafios políticos e forte concorrência, particularmente na China", o principal mercado do mundo, disse Martin Sander, diretor de vendas do grupo.
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Vendas de motos usadas batem recorde em 2024, com mais de 3,4 milhões de unidades
A maior montadora de automóveis da Europa cortará mais de 35.000 empregos até 2030 e reduzirá a capacidade de produção na Alemanha, mas sem fechar fábricas ou recorrer a demissões forçadas, após um acordo em dezembro com o sindicato IG Metall.
Na China, o primeiro mercado do grupo alemão, as vendas em 2024 foram de 2,2 milhões de veículos, uma queda anual de 8,3%, de acordo com o comunicado da empresa.
Embora tenha sido uma das primeiras montadoras estrangeiras a entrar nesse mercado, a Volkswagen agora não consegue resistir à concorrência das marcas locais, que são mais baratas e mais avançadas na transição para os veículos elétricos.
Confira o visual do novo VW Nivus
As vendas também caíram na Europa (-1,7%), mas cresceram fortemente na América do Sul (+21,1%) e na América do Norte (+18,4%).
No segmento de veículos elétricos, o grupo também sofreu uma perda de vendas de 2,8% para 383.100 unidades.
Preço da carne sobe 20,8% em 2024 e tem maior alta em 5 anos; entenda o que aconteceu e se vai baixar
Acém (25,2%), patinho (24%) e contrafilé (20%) foram destaque de alta entre as proteínas bovinas populares entre os brasileiros. Clima, exportações, renda e ciclo da pecuária ajudam a explicar alta. O preço da carne disparou 20,8% em 2024, a maior alta desde 2019, quando o valor da proteína subiu 32,4%, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (10).
Emerson Vieira/Unplash
Após ter tido uma queda de 9% em 2023, o preço da carne disparou 20,84% no ano passado, a maior alta desde 2019, quando o valor da proteína subiu 32,4%, segundos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (10).
Com isso, as carnes se tornaram o item com o maior peso (0,52 ponto percentual) na inflação de alimentos de 2024, que avançou 7,69%, destacou o gerente da pesquisa de inflação do IBGE, André Almeida.
Cortes populares de carne bovina foram destaque, como o acém (25,2%), patinho (24%) e contrafilé (20%).
Vale ressaltar que o preço da carne só começou a subir a partir de setembro, no acumulado em 12 meses. Entre janeiro e agosto, o valor do alimento registrou, inclusive, quedas mensais.
Quatro fatores ajudam a explicar a disparada de preços, segundo economistas consultados pelo g1 no final de 2024:
Ciclo pecuário: após dois anos de muitos abates, a oferta de bois vai começar a diminuir no campo;
Clima: seca e queimadas prejudicaram a formação de pastos, principal alimento do boi;
Exportações: Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo e vem batendo recordes de vendas;
Renda: queda do desemprego e valorização do salário mínimo estimularam compras de carnes.
Segundo os analistas, esses fatores também indicam que o preço não deverá baixar em 2025, e a alta pode se estender até 2026. Veja detalhes abaixo ⬇️.
1. Altas e baixas do ciclo pecuário
A oferta de bovinos começou a ficar mais restrita no campo e um dos motivos que explica isso são os ciclos da pecuária, explica Felippe Serigati, coordenador do mestrado profissional em Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Em resumo, eles funcionam assim:
alta do ciclo: quando há uma expectativa de alta nos preços do bezerro, os pecuaristas, em vez de abater as vacas, as mantêm nas fazendas para reprodução, movimento que provoca um aumento nas cotações dos bovinos (boi gordo, bezerro, novilhas, boi magro, vaca gorda, etc.);
baixa do ciclo: quando as projeções do preço do bezerro começam a cair, um volume maior de fêmeas é encaminhado para os abates. Isso amplia a quantidade de carne no mercado, gerando uma queda nas cotações dos bovinos.
📉A redução do valor das carnes em 2023 e em parte de 2024 correspondeu, justamente, a um período de grande volume de abates de bois e vacas no Brasil. No terceiro trimestre deste ano, inclusive, os abates ultrapassaram, pela primeira vez, 10 milhões de cabeças, segundo uma série histórica do IBGE iniciada em 1997.
Só que, no final do ano, o ciclo pecuário começou a se inverter.
"Começou a ter menos disponibilidade de animais", pontua o economista Allan Maia, da consultoria Safras & Mercado.
"Foram abatidas muitas fêmeas nos últimos dois anos. Então, há um número menor de nascimentos", acrescenta.
Esse cenário fez o preço do bezerro 32% entre julho e dezembro de 2024, segundo o centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da USP .
"Produzir bezerro está ficando mais rentável. Isso significa que, em vez de abater as vacas, o pessoal vai começar a reter as fêmeas para produzir bezerro", diz o professor da FGV.
"Há, portanto, uma perspectiva de diminuição da produção de carne lá na frente. Então, em 2025, a gente deve ver os preços da carne bovina mais pressionados [ou seja, mais altos]", prevê Serigati.
Thiago Bernardino de Carvalho, responsável pela área de pecuária no Cepea/USP, acrescenta que a alta nos preços ao consumidor tende a se estender por 2026. Isso porque leva tempo até que um bezerro se torne um boi gordo, ou seja, que fique pronto para ser abatido.
"Os bezerros vão começar a nascer no ano que vem [em 2025], vão desmamar em 2026, e se tornarem boi gordo lá em 2027, 2028", explica Carvalho.
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2. Secas, queimadas e menos confinamento
A maior seca da história recente do Brasil e as queimadas também ajudam a explicar a alta de preços.
"No final de abril, maio, mas principalmente entre junho e setembro, chove menos, os dias ficam mais curtos, sem muita luminosidade. Então, há menos produção de pasto, que é o principal alimento do gado".
"Nesse ano [em 2024], a seca foi maior, tivemos as queimadas, e isso potencializou a queda na produção de pastagem", diz Carvalho, acrescentando que esse cenário diminuiu o volume de boi gordo disponível para abate.
Nesses momentos, é comum que o pecuarista confine o seu gado para engordá-los com ração, o que acaba saindo mais caro. Como os preços do boi gordo ficaram em baixa boa parte deste ano, os produtores decidiram não fazer investimento, diz Carvalho.
"Isso gerou uma oferta restrita de agosto até agora", destaca o pesquisador.
3. Exportações em alta
🚢Enquanto a produção caminha para um momento de baixa, a demanda externa por carne está aquecida, impulsionando as vendas do Brasil, maior exportador de carne bovina do mundo.
Em 2024, o país bateu, inclusive, mais um recorde anual de volume de exportação. No total, o Brasil vendeu 2,8 milhões de toneladas de carne para outros países, uma alta de 25% em relação a 2023, segundo dados do Ministério da Agricultura.
"Por que nós estamos exportando volumes recordes? Porque outros fornecedores de carne bovina não estão conseguindo atender a demanda externa. A Austrália está recompondo o seu rebanho bovino. Os Estados Unidos estão no seu menor rebanho desde 1950. A Argentina está voltando agora para o mercado", comenta Serigati.
O dólar nas alturas também tem favorecido as exportações.
O aumento das vendas externas acaba reduzindo a quantidade de carne disponível no país, estimulando uma alta do preço da carne para o brasileiro.
Um exemplo emblemático disso é que a inflação da carne subiu mais no Sudeste do que no Norte do país, segundo uma pesquisa feita pela Scanntech, uma empresa de inteligência de mercado com acesso a dados de mais de 45 mil estabelecimentos de varejo e atacado pelo país.
Enquanto em SP, MG e ES, o preço do quilo da carne bovina teve alta de 9,1% em setembro, em relação a igual mês do ano passado, no Norte, o valor por quilo caiu 0,4%.
"A região Norte tem vários pequenos produtores que acabam não exportando carne e atendendo o mercado da região", diz o gerente de inteligência de mercado da Scanntech Vinícius Cracasso.
É diferente dos produtores e frigoríficos do Sudeste que são mais voltados para o mercado internacional, por exemplo.
4. Renda maior e festas
No Brasil, as compras de carnes também estão aquecidas e isso contribui para manter os preços da proteína em alta.
"A taxa de desemprego está lá embaixo, a remuneração média está aumentando e a população ocupada está crescendo", comenta Serigati.
"Houve ainda uma política de valorização do salário mínimo, e reajustes de uma série de benefícios sociais, como a Previdência, BPC [Benefício de Prestação Continuada], Bolsa Família, seguro-desemprego. Isso é mais renda chegando", acrescenta o professor da FGV.
"E o bifão é a preferência nacional. Se [o brasileiro] tiver dinheiro no bolso, ele vai preferir consumir carne bovina", diz Serigati.
O pagamento do 13º salário e de bonificações no final do ano passado, somada à chegada das festas do período, também manteve a demanda aquecida, conclui o economista Allan Maia, da Safras & Mercados.
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Dólar sobe a R$ 6,10, com IPCA acima da meta e mercado de trabalho forte nos EUA
A moeda norte-americana avançou 1%, cotada a R$ 6,1017. O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores, recuou 0,77%, aos 118.856 pontos. Dólar
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O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (10), cotado a R$ 6,10, com o mercado reagindo aos dados mais recentes da inflação no Brasil e aos novos números do mercado de trabalho dos Estados Unidos. Na máxima do dia, a moeda chegou a R$ 6,1248.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em baixa.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, mostra que a inflação teve alta de 4,83% em 2024, acima do teto da meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A meta era de 3%, mas seria considerada cumprida ficasse entre 1,5% e 4,5%. É a terceira vez desde 2021 que a inflação fica acima do teto. Agora, o novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, terá de publicar uma carta explicando os motivos para o estouro.
Além disso, o resultado pressiona o BC a continuar com o processo de elevação da taxa básica de juros. Atualmente, a taxa está em 12,25% ao ano, mas o mercado financeiro já espera algo entre 15% e 16% ao ano em 2025.
No exterior, o mercado repercute o resultado do "payroll", relatório de emprego mais popular dos EUA. O país criou 256 mil vagas de empregos não-agrícolas em dezembro, bem acima das expectativas de mercado, de 164 mil.
Também houve aceleração contra o mês anterior, quando foram registradas 212 mil vagas. A taxa de desemprego dos EUA ficou em 4,1%. A projeção era de 4,2%, mesmo resultado de novembro.
Os números do payroll servem como referência para que o Federal Reserve (Fed) decida as taxas de juros americanos. Um mercado de trabalho muito aquecido pode pressionar a inflação, e levar o Fed a interromper sua sequência de cortes de juros antes do esperado.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar acumula alta de quase 28% em 2024
Dólar
O dólar subiu 1%, cotado a R$ 6,1017. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,28% na semana;
recuo de 1,26% no mês e no ano.
No dia anterior, a moeda fechou em baixa de 1,11%, cotada a R$ 6,0411.
Ibovespa
O Ibovespa caiu 0,77%, aos 118.856 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,27% na semana;
perdas de 1,19% no mês e no ano.
Na véspera, o índice encerrou em alta de 0,13%, aos 119.781 pontos.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
Os dados econômicos do Brasil e dos Estados Unidos foram aguardados durante toda a semana, pois podem indicar os próximos passos na política de juros em ambos os países.
No Brasil, a inflação veio conforme as projeções do mercado, mas mostrou uma aceleração em dezembro. Além disso, a inflação de 2024 fechou acima do teto da meta.
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram alta nos preços em dezembro. Mas a alta da inflação foi impulsionada principalmente pelo grupo de Alimentação e bebidas, que registrou a maior variação percentual (1,18%) e o maior impacto no índice (0,25 p.p.).
Para o resultado fechado de 2024, todos os nove grupos medidos pelo IBGE tiveram alta. Alimentação e bebidas também teve a maior alta percentual (7,69%) e o maior impacto sobre o índice (1,63 p.p.).
Para 2025, as expectativas ainda são divergentes. Heliezer Jacob, economista do C6 Bank, acredita que o cenário econômico continuará "desafiador" em 2025 e que a inflação pode fechar mais um ano acima do teto da meta, que é o mesmo do ano passado.
"O mercado de trabalho aquecido e a perspectiva de câmbio depreciado pressionarão ainda mais a inflação. Nossa projeção é de que o IPCA feche o ano em 5,7%, novamente acima do limite superior da meta", comenta Jacob.
O economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio Leal, tem uma visão diferente. Para ele, a política de alta dos juros que o BC já está adotando, e que pode levar a taxa Selic a cerca de 15% ao ano, deve reduzir a pressão sobre o consumo e os preços.
"Além disso, ao contrário de 2024, quando tivemos o impacto de dois fenômenos climáticos– El Niño e La Niña – e uma quebra de safra agrícola, 2025 aparenta ter apenas um La Niña fraco e uma safra recorde. Com isso esperamos uma variação nos alimentos bem abaixo do que foi no ano passado", diz Leal.
Nos EUA, os números que indicam a resiliência do mercado de trabalho "reforçam a dificuldade do Fed em continuar com o ciclo de corte de juros", explica Paula Zogbi, gerente de Research da Nomad.
"Em resposta à divulgação, os juros dos Treasuries apresentam alta na maioria dos vencimentos nesta manhã, e as apostas de que o Fed não faça mais cortes de juros este ano, ou até tenham que optar por um aumento, se tornam mais abundantes no mercado", destaca a especialista.
Juros mais altos nos EUA aumentam o rendimento dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Isso atrai mais investimentos para os ativos americanos e fortalece o dólar em relação a outras moedas.
IPCA: preços sobem 0,52% em dezembro e têm alta de 4,83% em 2024, diz IBGE
Com o resultado, a inflação de 2024 estourou o teto da meta. Em dezembro, os preços subiram, mais uma vez, puxados pela alimentação. IPCA: preços sobem 0,52% em dezembro e têm alta de 4,83% em 2024, diz IBGE
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, mostra que os preços subiram 0,52% em dezembro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2024, a inflação teve alta de 4,83% e ficou acima do teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta para o ano era de 3% e seria considerada formalmente cumprida se ficasse em um intervalo entre 1,5% e 4,5%.
O resultado de dezembro mostra uma aceleração da inflação em relação à novembro, quando o IPCA subiu 0,39%. Já em dezembro de 2023, a inflação foi de 0,56%.
A inflação do mês veio em linha com as expectativas do mercado financeiro.
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram alta nos preços em dezembro, com destaque para o grupo de Alimentação e bebidas.
Foi a maior alta percentual no mês, de 1,18%, e também o maior impacto sobre o índice, de 0,25 ponto percentual (p.p.). Foi o quarto aumento consecutivo dos alimentos, puxados principalmente pelas carnes. Entre setembro e dezembro, elas acumularam alta de 23,88%.
O gerente da pesquisa do IPCA, André Almeida, explica que, embora a alta dos alimentos seja causada por fatores como a destinação de safras para exportações, por exemplo, "as questões climáticas exerceram uma forte influência sobre esses itens".
O grupo de Habitação foi o único que registrou queda em dezembro, de 0,56%. O impacto no índice geral foi negativo, de 0,08 p.p.
Preço da carne sobe 20,8% em 2024 e tem maior alta em 5 anos; entenda o que aconteceu
Ana Flor: Alimentos e Combustíveis pressionam inflação
Veja o resultado dos grupos do IPCA em dezembro
Alimentação e bebidas: 1,18%;
Habitação: -0,56%;
Artigos de residência: 0,65%;
Vestuário: 1,14%;
Transportes: 0,67%;
Saúde e cuidados pessoais: 0,38%;
Despesas pessoais: 0,62%;
Educação: 0,11%;
Comunicação: 0,37%.
Alimentação segue subindo, mas conta de luz traz alívio
O grupo de Alimentação e bebidas teve o maior impacto sobre a inflação pelo quarto mês seguido.
Em dezembro, a alta veio tanto do subgrupo Alimentação no domicílio, com um avanço de 1,17%, quanto da Alimentação fora do domicílio, que subiu 1,19%.
As carnes foram os subitens que mais pesaram no orçamento das famílias no mês passado. O avanço médio dos preços foi de 5,26%, mas alguns cortes registraram altas mais acentuadas, como costela (6,15%), alcatra (5,74%) e contrafilé (5,49%).
O óleo de soja e o café moído também pesaram bastante sobre a inflação de dezembro, com altas de 5,12% e 4,99%, respectivamente.
Por outro lado, os destaques de baixa foram o limão (-29,82%), a batata-inglesa (-18,69%) e o leite longa vida (-2,53%).
Na Alimentação fora do domicílio, duas altas: a refeição fora de casa subiu 1,42% no mês, enquanto o lanche avançou 0,96%.
Vitrine com carnes brasileiras em loja do grupo francês Carrefour, em Curitiba/PR
RODOLFO BUHRER/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
O grupo Transportes (0,67%) também teve peso importante na inflação de dezembro. O impacto foi de 0,14 p.p., puxado pelo aumento nos preços do transporte por aplicativo, que dispararam 20,7% no mês.
Também tiveram alta as passagens aéreas (4,54%) e os combustíveis (0,7%). Entre os combustíveis, o etanol subiu 1,92%), o óleo diesel, 0,97%, a gasolina, 0,54%, e o gás veicular, 0,49%.
Por fim, o grupo Habitação teve deflação em dezembro, beneficiado pela redução dos preços da energia elétrica residencial. A conta de luz teve uma baixa de 3,19% no mês, consequência do retorno da bandeira tarifária verde, que não cobra valores adicionais pela energia consumida.
Preços monitorados e serviços
A inflação de serviços teve uma desaceleração em dezembro, passando de 0,83% no mês anterior para 0,66%. No entanto, os serviços acumularam alta de 4,78% em 12 meses, acima dos 4,71% observados em 2023.
No mês, a alta foi puxada por serviços relacionados ao turismo e transportes por aplicativos.
Já os preços monitorados recuaram 0,17% em dezembro, de um recuo de 0,87% em novembro. O grupo também foi beneficiado por conta da redução dos preços da energia elétrica residencial. Em 12 meses, acumulam alta de 4,66%.
Veja o resultado dos grupos do IPCA em 2024
Alimentação e bebidas: 7,69%;
Habitação: 3,06%;
Artigos de residência: 1,31%;
Vestuário: 2,78%;
Transportes: 3,30%;
Saúde e cuidados pessoais: 6,09%;
Despesas pessoais: 5,13%;
Educação: 6,70%;
Comunicação: 2,94%.
Destaques do ano
Para o resultado fechado de 2024, todos os nove grupos medidos pelo IBGE tiveram alta. O destaque do ano foi o grupo Alimentação e bebidas, com a maior alta percentual (7,69%) e o maior impacto sobre o índice (1,63 p.p.).
O subgrupo Alimentação no domicílio avançou 8,23% no ano, também com as carnes como destaque. Elas acumularam alta de 20,84% em 2024, a maior variação desde 2019, quando o avanço foi de 32,40%.
O impacto das carnes sobre o índice foi de 0,52 p.p. — o maior entre todos os itens pesquisados.
Também foram destaques entre as altas:
Café moído, com alta de 39,60% e impacto de 0,15 p.p.;
Leite longa vida, com alta de 18,83% e impacto de 0,13 p.p.;
Frutas, com alta de 12,12% e impacto de 0,14 p.p.
A Alimentação fora do domicílio também avançou, com alta de 6,29%. A refeição fora de casa aumentou 5,70% e o lanche, 7,56%.
Altas importantes vieram de Saúde e cuidados pessoais (6,09%, com impacto de 0,81 p.p.), e Transportes (3,30%, com impacto de 0,69 p.p.).
Juntos, os três grupos responderam por 65% da inflação de 2024.
No grupo de saúde, as maiores contribuições vieram dos planos de saúde (7,87%) e dos produtos farmacêuticos (5,95%). Ambos tiveram reajustes autorizados pelos órgãos reguladores. Itens de higiene pessoal também avançaram bem, com alta de 4,22% no ano.
No grupo Transportes, o destaque fica com a gasolina, que avançou 9,71% e teve um impacto de 0,48 p.p. sobre o índice.
Entre os 377 subitens pesquisados pelo IBGE — que são produtos e serviços mais específicos dentro de categorias maiores (como o subitem "alcatra" dentro do item "carnes") — os destaques foram os seguintes:
Estouro da meta em 2024 e perspectivas para 2025
O país voltou a estourar o limite da meta da inflação em 2024. Com o centro da meta em 3%, ela seria considerada cumprida se oscilasse entre 1,5% e 4,5%.
A meta de inflação do país é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central deve tomar suas decisões de política monetária, manejando a taxa básica de juros, para que a inflação fique dentro do intervalo estabelecido pelo CMN para o ano.
Em 2023, a meta era de 3,25%, podendo oscilar entre 1,75% e 4,75%. A inflação anual ficou em 4,62%. Mas, em 2021 e 2022, a inflação também estourou as metas. (veja abaixo)
O histórico das metas de inflação
Arte g1
Quando o país não alcança a meta de inflação, o presidente do BC precisa escrever e enviar uma carta ao chefe do CMN, cargo ocupado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para explicar os motivos por trás do estouro da meta.
O estouro da meta também indica que o BC precisará ser mais rígido, elevando ou mantendo os juros mais altos, por mais tempo.
Juros maiores encarecem a tomada de crédito para pessoas e empresas e, por isso, reduzem o consumo da população — o que leva a um controle da inflação. Ao contrário, juros menores barateiam o crédito, tornando o consumo mais acessível e movimentando a economia.
Para Heliezer Jacob, economista do C6 Bank, o cenário econômico deve continuar "desafiador" em 2025 e a inflação pode encerrar mais um ano acima do teto da meta — que, para este ano, é a mesma do ano passado.
"O mercado de trabalho aquecido e a perspectiva de câmbio depreciado pressionarão ainda mais a inflação. Nossa projeção é de que o IPCA feche o ano em 5,7%, novamente acima do limite superior da meta", comenta Jacob.
O economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio Leal, tem uma visão diferente. Para o especialista, a política de alta dos juros que o BC já está adotando e que pode levar a taxa Selic perto dos 15% ao ano já deve reduzir a pressão sobre o consumo e sobre os preços.
"Além disso, ao contrário de 2024, quando tivemos o impacto de dois fenômenos climáticos– El Niño e La Niña – e uma quebra de safra agrícola, 2025 aparenta ter apenas um La Niña fraco e uma safra recorde. Com isso esperamos uma variação nos alimentos bem abaixo do que foi no ano passado", diz Leal.
O boletim Focus — relatório do BC que reúne as expectativas de mais de 100 instituições financeiras — estima que a inflação será de 4,99% em 2025. Ou seja, o mercado projeta mais um estouro do teto de 4,5% do sistema de metas neste ano.
INPC tem alta de 0,55% em dezembro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) — que é usado como referência para reajustes do salário mínimo, pois calcula a inflação para famílias com renda mais baixa — teve alta de 0,48% em dezembro. Em novembro, houve alta de 0,33%.
Assim, o INPC acumulou alta de 4,77% em 2024. No ano anterior, o índice acumulou 3,71%.
PIX e cartão: como declarar renda obtida por 'freelas', trabalho autônomo ou informal?
Receita Federal vai ampliar fiscalização sobre transações financeiras. Profissional pode informar ganhos em seu próprio Imposto de Renda, abrir um CNPJ ou optar pelo carnê-leão. Como declarar renda obtida por 'freelas', trabalho autônomo ou informal?
Com as novas regras de fiscalização da Receita Federal, profissionais autônomos, empreendedores e "freelancers" precisam redobrar a atenção na hora de declarar seus ganhos ao órgão.
É que, a partir deste ano, mais instituições serão obrigadas a repassar à Receita dados sobre as movimentações financeiras dos contribuintes (entenda mais abaixo). E, se o valor movimentado for diferente do declarado, pode acender um alerta do Fisco.
A mudança na regra não implica qualquer aumento de tributação, mas significa que o órgão vai apertar a fiscalização sobre o pagamento de impostos no país.
"A omissão de receitas pode levar à inclusão na malha fina, cobrança de multas e, em casos mais graves, processos por sonegação fiscal", alerta o advogado Gabriel Santana Vieira, especialista em direito tributário.
Dessa forma, assim como já ocorria antes, quem recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 2.824 por mês tem a obrigação de declará-los no Imposto de Renda, o que pode ser feito de várias formas. Veja a seguir.
É #FAKE que a Receita Federal esteja cobrando imposto do PIX para quem recebe mais de R$ 5 mil
Receita diz ter dados de movimentações há décadas e nega intenção de 'pegar' trabalhador informal
1. Virar MEI
É uma opção para quem ganha até R$ 81 mil por ano (cerca de R$ 6.750 por mês) e exerce uma das atividades enquadradas na categoria, que vão de vendedores de doces a cabeleireiros e motoristas de aplicativo.
Além de facilitar a emissão de notas fiscais, a formalização como MEI permite o pagamento simplificado de tributos e garante benefícios previdenciários do INSS, como aposentadoria, auxílio-doença e salário-maternidade.
Nesta categoria, os impostos são pagos exclusivamente através do DAS, o Documento de Arrecadação do Simples Nacional, que tem um valor fixo todos os meses. Neste ano, ele varia de R$ 75,90, para o MEI em geral, a R$ 188,16, para o MEI Caminhoneiro.
Além disso, o MEI deve declarar anualmente seus rendimentos no Imposto de Renda e, se o faturamento ultrapassar R$ 81 mil, precisa pagar o imposto sobre a diferença, alerta Vieira.
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2. Abrir uma microempresa (ME)
É indicado para quem fatura acima de R$ 81 mil e até R$ 360 mil por ano. Pode ser uma opção para um médico, por exemplo, que trabalha de forma autônoma e recebe o dinheiro das consultas diretamente de seus pacientes.
O regime "permite maior flexibilidade, contratação de funcionários e acesso a outros regimes tributários [mais simples ou vantajosos], como o Lucro Presumido", explica o advogado tributarista.
"Considero bem melhor receber dos clientes pela pessoa jurídica e emitir nota. O imposto de PJ é geralmente menor que o de pessoa física. Um bom contador ajudará o empresário a identificar o melhor regime tributário", comenta Camila Boscov, professora de contabilidade financeira do Insper.
3. Declarar ganhos como pessoa física
Existem campos a serem preenchidos no Imposto de Renda que permitem declarar "rendimentos de outras fontes".
Nesse caso, "o próprio programa irá calcular o imposto devido para que a pessoa não corra o risco de malha por sonegação", detalha Jorge Martinez, empresário contábil parceiro da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem.
Entretanto, dependendo do faturamento, "o valor do imposto pode ficar muito alto, então seria mais vantajoso abrir uma microempresa para tributar como pessoa jurídica", pontua o especialista.
E, mesmo que o profissional não emita nota fiscal sobre os serviços prestados, ao declarar os ganhos no IR, eles "precisam ser acompanhados de comprovantes como recibos, transferências bancárias ou contratos informais", completa o advogado Gabriel Vieira.
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4. Pagar o carnê-leão
Trabalhadores que recebem rendimentos superiores a R$ 2.112 por mês de outras pessoas físicas podem optar pelo sistema e já pagar os impostos relativos aos seus ganhos todos os meses.
Ele é um meio bastante utilizado por profissionais autônomos e liberais, pessoas que recebem pensão alimentícia, valores do exterior ou através do aluguel de imóveis.
"Todo mês, o trabalhador precisa informal precisa preencher o carne-leão (veja aqui como fazer) e o próprio sistema da Receita Federal indicará o valor que se deve pagar de imposto", explica a professora Camila Boscov, do Insper.
"Uma das vantagens é a possibilidade de dedução da base de cálculo de diversos custos do serviço prestado, diminuindo o valor do imposto. Em alguns casos, pode ser mais vantajoso que ter um CNPJ Simples Nacional", completa Martinez, da Omie.
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Entenda as novas regras da Receita
➡️ Antes, somente bancos tradicionais, públicos e privados, eram obrigados a enviar para a Receita dados sobre as movimentações financeiras dos contribuintes.
➡️ Agora, a obrigação foi estendida para operadoras de cartão de crédito (como as "maquininhas") e as chamadas "instituições de pagamento", de menor porte, como bancos virtuais.
➡️ Além disso, não havia uma instrução específica na norma da Receita de que transações via PIX, cartões de débito, cartões de loja e moedas eletrônicas deveriam ser informadas.
➡️ Agora, todas deverão enviar os dados quando as movimentações somadas no mês, por cada tipo de operação financeira (PIX, TED, débito, crédito, depósito etc), forem maiores que R$ 5 mil, por pessoa física (CPF), e que R$ 15 mil, por empresa (CNPJ).
➡️ O envio será semestral, por meio de uma declaração chamada de "e-Financeira". As transações feitas entre janeiro e julho deste ano, por exemplo, serão enviadas em agosto. Os referentes ao segundo semestre, até fevereiro de 2026.
➡️ De acordo com a Receita Federal, esse procedimento não permite que ela identifique a origem ou a natureza dos gastos efetuados. O recebimento das informações será feito em "absoluto respeito às normas legais dos sigilos bancário e fiscal", segundo o órgão.
MEI facilita a emissão de notas fiscais
katemangostar/Freepik
Caixa eleva juros do financiamento imobiliário: veja simulação, entenda como era e como fica
Aumento das taxas chega até 2 pontos percentuais. Segundo o banco, valor considera 'fatores mercadológicos e conjunturais'. Linhas de crédito do Minha Casa, Minha Vida não tiveram mudanças. PIS/Pasep - Saques do abono salarial em agência da Caixa Econômica Federal
Tânia Rêgo/Agência Brasil
Quem decidiu buscar um financiamento de imóvel com a Caixa Econômica Federal em 2025 encontrou juros mais altos do que os praticados no ano passado. No dia 2 de janeiro, a instituição elevou suas taxas entre 1 e 2 pontos percentuais (p.p.).
A alta vale apenas para novos contratos e varia de acordo com a modalidade de financiamento.
Veja abaixo as mudanças:
Taxa Referencial (TR)
🧐 Como era? A linha de crédito corrigida pela Taxa Referencial era, até dezembro, de TR mais 8,99% a 9,99% ao ano.
🤔 Como ficou? Os juros subiram a TR mais 10,99% a 11,49% ao ano para imóveis residenciais de até R$ 1,5 milhão. Para imóveis de valores superiores, incluindo comerciais, a taxa chega a 12% ao ano.
Poupança Caixa
🧐 Como era? A linha de crédito Poupança Caixa, que considera a remuneração da poupança mais um percentual, era de remuneração da poupança mais 3,10% a 3,99% ao ano
🤔 Como ficou? Agora, a taxa subiu para remuneração da poupança mais 4,12% a 5,06% ao ano.
Essas alterações se referem às modalidades de crédito imobiliário que utilizam recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), destinado a imóveis de até R$ 1,5 milhão.
A Caixa informou em nota que realiza uma análise de fatores "mercadológicos e conjunturais, dentro das regras prudenciais de definição das condições do crédito" para definir as taxas.
Vitória e Florianópolis são capitais com maior valor médio anunciado de imóveis do país
E o Minha Casa, Minha Vida?
Enquanto isso, as linhas de crédito que utilizam recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), como as do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), não tiveram aumento nas taxas.
Se enquadram no MCMV as famílias com renda de até R$ 8 mil, para a compra de imóveis de até R$ 350 mil. Nessa linha, que é subsidiada, as taxas variam de 4,07% a 8,47% ao ano.
Simulação
A pedido do g1, a advogada Daniele Akamine, especialista em mercado imobiliário, realizou simulações para mostrar como eram e como estão agora os financiamentos nas modalidades que tiveram aumento nos juros neste início de ano.
Ela usou como exemplo um cliente de 30 anos, com financiamento de R$ 500 mil e prazo estabelecido de 30 anos. Os cálculos foram feitos com base na chamada taxa balcão — a mais alta que a Caixa opera.
No caso da linha de crédito com correção feita pela Taxa Referencial, a mais tradicional, a parcela a ser paga de financiamento (primeira prestação) subiu em R$ 562,71 pelo Sistema de Amortização Constante (SAC). Esse é o sistema no qual o valor total das prestações pagas vai diminuindo ao longo do tempo, por conta da parcela decrescente de juros.
Com isso, o custo total do imóvel irá sofrer forte alta. Caso não realize amortizações ao longo do financiamento, o comprador vai desembolsar R$ 100,7 mil a mais para quitar a casa própria, mostram os cálculos.
No sistema Tabela Price (TP), no qual o valor total é constante durante o prazo contratado, o aumento na prestação é semelhante. A diferença no custo total do imóvel, no entanto, é ainda mais amarga: o acréscimo é de R$ 183,2 mil no valor pago.
Veja na arte abaixo.
Financiamento pela Caixa: como era e como ficou
Bruna Azevedo/Arte g1
Já no caso da linha de crédito Poupança Caixa, a parcela a ser paga de financiamento — considerando o mesmo exemplo — ficou R$ 280,88 mais alta pelo sistema SAC. Com isso, o comprador deve desembolsar R$ 59,6 mil a mais para quitar o financiamento.
No sistema Price, a prestação ficou R$ 297,21 mais alta, o que aumenta o custo final total do imóvel em R$ 124,3 mil.
"Hoje, a linha de crédito atrelada à poupança é a melhor alternativa para financiamento na Caixa", diz Daniele Akamine. Ela lembra, por outro lado, que caso a taxa básica de juros brasileira, a Selic, volte a cair, a Taxa Referencial pode voltar a ficar mais atrativa.
Veja abaixo.
Financiamento pela Caixa: como era e como ficou na modalidade poupança.
Bruna Azevedo/Arte g1
"Há também o impacto na renda. Quanto maior a prestação, maior a renda que o cliente precisa ter para conseguir o financiamento", explica Akamine. "Isso acaba tirando de muitas famílias a oportunidade de financiar a casa própria."
Segundo a especialista, a cada elevação de 1 ponto percentual (p.p.) nos juros de financiamento imobiliário, 300 mil famílias deixam de conseguir comprar um imóvel. O cenário, diz, indica uma desaceleração do mercado de médio e alto padrão.
Gradativamente, os outros bancos também estão elevando as taxas. A Caixa detém 70% dos financiamentos habitacionais e, por isso, é um balizador do mercado. Então, quando o banco sobe o custo do crédito, os outros seguem o mesmo caminho, lembra a advogada.
G1 em 1 minuto: Financiamento imobiliário: veja como pedir o crédito para o banco
Cenário de mudanças
Em 1º de novembro de 2024, a Caixa Econômica Federal já havia alterado as regras para os financiamentos de imóveis com recursos do SBPE.
Entenda as alterações:
LIMITE NOS EMPRÉSTIMOS: Nos empréstimos feitos com recursos do SBPE, o banco passou a financiar a compra ou a construção individual de imóveis com valor de avaliação ou de compra e venda limitado a R$ 1,5 milhão. Antes, não havia nenhum limite.
REDUÇÃO DAS COTAS DE FINANCIAMENTO: O banco passou a financiar até 70% do valor do imóvel pelo Sistema de Amortização Constante (SAC). Até então, a cota admitida era de até 80% do valor do imóvel. Já pelo sistema Price, o banco passou a financiar até 50% do valor do imóvel. Nesse caso, a cota era de 70%.
Segundo a Caixa, a alteração nas cotas de financiamento e a limitação no valor do imóvel a R$ 1,5 milhão não se aplicam às unidades habitacionais vinculadas a empreendimentos financiados pelo banco. Nesse caso, mantiveram-se as condições vigentes.
O que explica as alterações da Caixa?
As mudanças ocorrem diante do volume de saques da caderneta de poupança — origem dos recursos do SBPE — e, principalmente, do nível elevado da taxa básica de juros do país, a Selic.
Segundo dados do Banco Central (BC), as retiradas de recursos da poupança superaram os depósitos em R$ 15,44 bilhões em todo ano de 2024. A situação exige atenção mesmo que a saída de valores da poupança tenha sido menor que em 2023, quando R$ 87,8 bilhões deixaram a modalidade.
Enquanto isso, os juros básicos do país estão em tendência de alta, o que gera reflexos diretos no financiamento imobiliário.
Entre julho e dezembro, a Selic avançou 1,75 ponto percentual (p.p), chegando aos atuais 12,25% ao ano. Além disso, o BC já anunciou duas novas elevações na taxa, que deve chegar a 14,25% na reunião de março do Comitê de Política Monetária (Copom).
A Selic é usada como referência para uma série de taxas no país. Quando elevada, também sobem os custos de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras, por exemplo.
Em outras palavras: uma Selic mais alta — e com previsão de continuar em patamares elevados por mais tempo — puxa para cima as taxas praticadas pelos bancos, tornando mais caro financiar a casa própria.
IPVA 2025: o que acontece se eu não pagar o imposto?
Deixar de pagar o tributo pode deixar o proprietário com nome sujo e o carro pode ser retido por não conseguir fazer o licenciamento. Veículo só sai do pátio após pagar todos os débitos. IPVA é um dos impostos que pesam no começo do ano, não pagar pode trazer sérios problemas
Ascom/Sefaz-AL
O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) é um dos tributos que pesam as contas do começo do ano. Ele varia de estado para estado, conta com regras que podem isentar o motorista do pagamento, mas existem penalidades consideráveis para quem não quitar o IPVA.
As penalidades não são uniformes em todo o Brasil, mas elas vão desde multa, inscrição da dívida em órgãos estaduais e envolvem até a apreensão do veículo.
🚗 O g1 preparou uma lista das penalidades que podem acontecer com o motorista que não paga o IPVA 2025, mas elas podem valer para outros anos.
Veja o que acontece quando o IPVA está em atraso, por tópicos.
💸 Multa e juros
🚫 Nome negativado
🚙 Não pode licenciar o carro (outra multa)
🚨 Apreensão do veículo
Resumão do g1: Trabalho escravo no Brasil, IPVA 2025 e contribuição MEI
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Multa e juros
A punição mais óbvia para o motorista que não paga o IPVA é o pagamento de juros aplicados após o vencimento.
Estados como Rio de Janeiro e São Paulo cobram 0,33% ao dia de atraso. Também são adicionados juros de mora, baseados na Selic — a taxa básica de juros do país. Após 60 dias, a multa é fixada em 20% sobre o valor do tributo.
Nem todos os estados seguem a receita. Em Alagoas, por exemplo, são os mesmos 0,33% por dia, mas a multa fixada após 60 dias do vencimento é de 15%. No Ceará são 0,15% de juros diários, com multa máxima de 15% passados os 60 dias do vencimento.
🔎 EXEMPLO: Considere um Fiat Mobi Like 2025, que custa R$ 66.220, segundo a tabela Fipe.
Esse é o valor de referência no mês de setembro, que serve como base para o cálculo do IPVA em São Paulo. O IPVA será de R$ 2.648,80.
A multa por dia de atraso deste carro, portanto, é de R$ 8,74 (0,33% ao dia) mais os juros de mora para o valor final.
Em um atraso de 10 dias para o pagamento do IPVA deste Mobi, a multa será de R$ 87,41, mais juros de mora.
Passados 60 dias da data do vencimento, o custo fixo da multa será de R$ 529,76 (20% do valor total), mais os juros de mora.
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Dono do veículo fica com nome negativado
O não pagamento do IPVA gera Dívida Ativa. O CPF do dono do automóvel é inscrito na base de dados do governo e deixa o nome negativado — conhecido também como “nome sujo”.
Os estados costumam levar 30 dias para inscrever o CPF ou CNPJ do proprietário do veículo no sistema de proteção ao crédito. A partir deste momento, o contribuinte que não pagou o IPVA fica impedido de:
Abrir ou movimentar conta bancária;
Solicitar empréstimo;
Comprar, financiar ou vender um imóvel;
Receber aposentadoria;
Tirar o passaporte;
Participar de concurso ou tomar posse em cargo público;
Receber prêmio de loteria.
O estado pode protestar a dívida em cartório ou executá-la judicialmente. Outra dificuldade é de vender o próprio automóvel, pois compradores podem não aceitar assumir a dívida.
A partir do momento em que o proprietário do veículo tem a dívida inserida na Dívida Ativa, o teto da multa em São Paulo passa para 40% do valor do imposto.
No exemplo do Fiat Mobi, o IPVA em atraso passa de R$ 529,76 para R$ 1.059,52.
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IPVA atrasado impede o licenciamento
Além da multa aplicada pelo atraso do IPVA, o não pagamento do tributo impede a emissão do Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV), conhecido como “licenciamento”. Sem ele, o automóvel passa a circular irregularmente em todo o Brasil.
Andar com o veículo sem o licenciamento emitido é uma infração gravíssima, com multa de R$ 293,47 e sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
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Apreensão do automóvel
Além de receber pontos na CNH e a multa, andar sem o licenciamento do veículo em dia pode acarretar retenção do automóvel.
Voltando para o exemplo de São Paulo, o automóvel só é liberado da apreensão com o pagamento de todos os débitos, como o próprio IPVA em atraso, multas e demais encargos.
Existem outros custos:
Taxa de estadia do veículo: R$ 40,72 por dia;
Taxa de liberação do veículo: R$ 20,06;
Taxa de rebocamento do veículo: R$ 407,22.
Em uma semana com o carro no pátio em São Paulo, por exemplo, o custo para retirar o automóvel, depois do pagamento de todos os encargos em atraso, é de R$ 712,32.
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Mega-Sena, concurso 2.813: prêmio acumula e vai a R$ 16 milhões
Veja os números sorteados: 10 - 21 - 32 - 38 - 51 - 58. Quina teve 26 apostas ganhadoras; cada uma vai levar R$ 82.554,02. Bilhetes Mega-Sena
Agência Brasil
O sorteio do concurso 2.813 da Mega-Sena foi realizado na noite desta quinta-feira (9), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas, e o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 16 milhões.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
Veja os números sorteados: 10 - 21 - 32 - 38 - 51 - 58
5 acertos - 26 apostas ganhadoras: R$ 82.554,02
4 acertos - 2.312 apostas ganhadoras: R$ 1.326,25
O próximo sorteio da Mega será no sábado (11).
Mega-Sena, concurso 2.813
Reprodução/Caixa
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Prisão de Corina Machado afasta ainda mais Lula de Maduro, dizem assessores do presidente
A prisão de Corina Machado, principal líder de oposição ao governo de Nicolás Maduro, afasta ainda mais o governo Lula do atual presidente da Venezuela, segundo relato de assessores próximos de Lula.
O blog ouviu de um ministro de Lula que a prisão “não chega a surpreender, pela escalada na repressão de Maduro aos seus opositores”.
Lula, de acordo com outro assessor, tem se posicionado fortemente em defesa da democracia no Brasil e não poderia ter posição diferente em relação a Venezuela.
Corina Machado foi presa enquanto saía de uma manifestação contra Maduro na região de Caracas, nesta quinta-feira (9). A localização dela é desconhecida, segundo assessores ouvidos pelo g1.
Presidentes Lula e Maduro durante encontro em Brasília, em maio de 2023.
Ueslei Marcelino/Reuters
O Brasil vive um afastamento em relação ao país vizinho desde o final do processo eleitoral venezuelano, quando integrantes da corte eleitoral, comandada por aliados de Maduro, não aceitaram tornar públicas as atas eleitorais.
A partir dali, Maduro afirmou ter sido vencedor do pleito, ação seguida por uma escalada nos atos de perseguição a opositores. O principal adversário dele nas urnas, Edmundo González, chegou a ter a prisão decretada.
A oposição denuncia regularmente a prisão de pessoas contrárias ao regime Maduro de forma arbitrária, no que eles classificam como sequestro. Uma das últimas vítimas foi o genro de González, que foi detido por homens encapuzados na segunda-feira (6).
Oposição e chavismo vão às ruas na Venezuela
Eleição contestada
Tanto a oposição quanto os chavistas reivindicam vitória nas eleições ocorridas em 28 de julho.
A autoridade eleitoral e o tribunal superior do país, ambos controlados por apoiadores de Maduro, afirmam que o atual líder do regime venceu o pleito de julho, embora nunca tenham publicado os resultados detalhados.
Já a oposição diz que Edmundo González, de 75 anos, venceu a eleição com uma vitória esmagadora. O partido publicou as contagens de votos como evidência, ganhando o apoio de governos de todo o mundo, inclusive dos Estados Unidos, que consideram o opositor como o presidente eleito.
González, que está em visita à República Dominicana nesta quinta, prometeu que estará em Caracas para tomar posse no dia 10. Ele deixou a Venezuela em setembro e se asilou na Espanha.
O governo Maduro, que tem acusado a oposição de fomentar conspirações fascistas contra ele, disse que prenderá González caso ele retorne ao país.
Conselho aprova aumento no teto de juros do consignado para o INSS pela 1ª vez no governo Lula
Limite para o empréstimo com desconto na folha de pagamento vinha caindo desde o começo do governo. Reunião desta quinta (9) aprovou aumento de 1,68% ao mês para 1,80%. Reunião do Conselho da Previdência
Vinícius Cassela/g1
O Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) aprovou, nesta quinta-feira (9), aumento da taxa máxima de juros cobrada em empréstimos consignados para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Com a nova regra, o teto para o empréstimo consignado convencional, com desconto em folha de pagamento, para esse público passou de 1,68% ao mês para 1,80% ao mês.
A alteração foi aprovada por 13 votos favoráveis e um contrário. Esse é o primeiro aumento aprovado pelo conselho desde o início do governo Lula, em 2023. E encerra a sequência de sete reduções seguidas que receberam aval do Conselho.
"Não gostaria [do aumento], mas eu acho bem razoável a proposta [do governo] que está sendo apresentada aqui hoje. Estamos discutindo um assunto que mexe com a vida de 40 milhões de pessoas", afirmou o conselheiro representante dos Sindicato Nacional dos Trabalhadores, Aposentados e Pensionistas, Gerson Maia de Carvalho.
A taxa aprovada foi a proposta feita pelo governo, por meio da Secretaria de Previdência Social. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) tinha sugerido que a taxa ficasse em 1,99%, mas acabou sendo vencida pela grupo de conselheiros.
O Conselho justificou que o aumento segue a evolução da taxa Selic, que vem sendo elevada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) nas últimas três reuniões.
"A taxa de 1,80% me deixa muito confortável de trabalhar, dá uma previsibilidade para o mercado, para o sistema financeiro, para os aposentados. Portanto, esse é um número confortável", afirmou Wolney Queiroz, Secretário-Executivo do Ministério da Previdência Social.
A nova taxa aprovada volta ao patamar de dezembro de 2023, quando estava em 1,80%.
Veja no gráfico abaixo:
Ao oferecer a linha, bancos e instituições financeiras precisam respeitar os limites estabelecidos pelo CNPS. O novo teto entra em vigor cinco dias úteis após a publicação da decisão no Diário Oficial da União (DOU).
De acordo com dados do Ministério da Previdência Social, em dezembro de 2024, o governo registrou R$ 15 bilhões em operações de crédito, para 1,3 milhões de beneficiários.
E, conforme dados do Banco Central, durante o ano de 2024 a taxa de crescimento da carteira de crédito consignado de aposentados e pensionistas do INSS superou a de servidores públicos e funcionários da iniciativa privada.
Reduções desde março de 2023
O ciclo de reduções no teto começou em março do ano passado, quando o CNPS decidiu reduzir o teto dos juros do consignado convencional para beneficiários do INSS de 2,14% para 1,70%, o que gerou um impasse com os bancos.
À época, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e outros bancos privados suspenderam temporariamente a oferta desse crédito, afirmando que as taxas não cobririam os custos da operação. O conselho naquele momento então aprovou um 'meio termo', e o teto ficou estabelecido em 1,97%.
Com a redução anunciada hoje, o teto fica abaixo do índice que causou a suspensão de oferta pelos bancos (relembre no vídeo abaixo).
Bancos anunciam retomada do empréstimo consignado para aposentados do INSS
Em agosto, houve nova redução, e o teto dos juros passou de 1,97% ao mês para 1,91% no caso do empréstimo consignado convencional.
Em outubro, o CNPS fez nova redução na taxa máxima de juros do consignado com desconto em folha e o teto caiu de 1,91% para 1,84% - novamente, a decisão veio após novo anúncio de corte da Selic.
Já em dezembro, esse teto foi reduzido de 1,84% para 1,80% ao mês. Na época, a decisão foi tomada depois de um impasse entre o ministério e representantes do setor financeiro sobre o ritmo de redução do teto do consignado para beneficiários do INSS.
Em janeiro, após novas negociações, o CNPS reduziu mais uma vez o teto de 1,80% para 1,76% ao mês, com nova redução em fevereiro, para 1,72% ao mês. E, em abril, uma nova redução para 1,68%.
O Conselho tem mantido uma linha de reduzir o teto de consignado após reduções na taxa Selic -- a última ocorreu na reunião de março do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que decidiu reduzir a Selic em 0,5 ponto percentual, de 11,25% ao ano para 10,75% ao ano.
Mega da Virada 2024: todos os vencedores individuais já resgataram prêmio
Ganhadores são de Brasília (DF), Nova Lima (MG), Curitiba (PR), Pinhais (PR), Osasco (SP) e Tupã (SP). Cada aposta levou R$ 79.435.770,67. Confira os números sorteados na Mega da Virada 2024
Os três vencedores individuas da Mega da Virada 2024 já se apresentaram para retirar o prêmio de R$ 79.435.770,67 até esta quarta-feira (8), segundo a Caixa Econômica Federal.
Outras cinco apostas que também acertaram os seis números sorteadas são de bolões. Destas, apenas os vencedores de uma já solicitaram o resgate do prêmio.
A Mega da Virada 2024, sorteada em 31 de dezembro, premiou oitos apostas pelo país, que dividiram o prêmio histórico de R$ 635.486.165,38. Os números sorteados foram 01 - 17 - 19 - 29 - 50 - 57.
Os vencedores individuais são das cidade de Curitiba (PR), Nova Lima (MG) e Tupã (SP).
O bolão em que todos os participantes já resgataram o prêmio é de Brasília (DF). Três pessoas dividiram o valor.
Já as outros bolões ganhadores, em que apenas parte dos vencedores resgatou o prêmio, são das cidades de:
Curitiba (PR), com 28 participantes;
Brasília (DF), com 30 participantes;
Pinhais (PR), com 50 participantes;
Osasco (SP), com 56 participantes.
Além dos vencedores do prêmio principal, 2.201 apostas acertaram a quina e vão levar R$ 65.895,79 cada.
Já os 190.779 ganhadores da quadra vão embolsar R$ 1.086,04 cada um.
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Veja de onde são os ganhadores do prêmio máximo:
Brasília (DF), com 2 apostas vencedoras
Nova Lima (MG), com 1 aposta vencedora
Curitiba (PR), com 2 apostas vencedoras
Pinhais (PR), com 1 aposta vencedora
Osasco (SP), com 1 aposta vencedora
Tupã (SP), com 1 aposta vencedora
Números sorteados da Mega da Virada 2024.
Reprodução/Caixa
Quais as chances de ganhar na Mega da Virada?
Depende da quantidade de números jogados. Com uma aposta de seis números, por exemplo, a probabilidade de ganhar o prêmio máximo é de 1 em mais de 50 milhões, segundo a Caixa Econômica Federal. Com 20 números, as chances saltam para 1 em cada 1.292.
Confira na tabela abaixo:
Probabilidades de levar a Mega da Virada
Existem bolinhas mais leves que outras?
Segundo a Caixa, todas as bolinhas utilizadas nos sorteios das Loterias são fabricadas em borracha maciça e possuem o mesmo peso e diâmetro, de 66 gramas e 50 milímetros, respectivamente.
"Essas características são verificadas regularmente para garantir a imparcialidade do processo", informou o banco.
A análise técnica das bolas utilizadas é realizada periodicamente, por um instituto de metrologia especializado, "para atestar a integridade e aleatoriedade dos sorteios, garantindo que cada bola possui a mesma condição física e a mesma probabilidade de ser sorteada", disse a Caixa.
Estrangeiros atravessam a fronteira para apostar na Mega Sena da Virada
Como o valor do prêmio é estipulado?
De acordo com a Caixa Econômica Federal, a maior parte do prêmio vem da arrecadação com as vendas de bilhetes do próprio sorteio.
Também incrementam a cifra da Mega da Virada os valores acumulados dos prêmios regulares da Caixa ao longo do ano.
Como resgatar o prêmio?
O sortudo poderá receber o prêmio nas agências da Caixa. Valores iguais ou acima de R$ 10 mil são pagos no prazo mínimo de dois dias úteis após o ganhador se apresentar em uma agência.
Os documentos necessários são o bilhete premiado ou o comprovante da aposta, além de documento pessoal com foto e CPF.
A Caixa lembra que, se o bilhete foi emitido na lotérica, é importante que o ganhador se identifique no verso do bilhete premiado antes mesmo de sair de casa. As informações necessárias são: nome completo, número do documento de identificação e CPF.
Dessa forma, diz a instituição, o apostador garante que ninguém mais retire o prêmio.
O ganhador tem até 90 dias corridos, a partir da data do sorteio, para receber. Passado esse período, o prêmio prescreve e o valor é repassado ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
No caso de prêmios de valor líquido de até R$ 1.581,44 (bruto de R$ 2.259,20), como em outros concursos, os valores podem ser recebidos nas casas lotéricas.
Haddad diz que Lula realizará vetos em projeto que ameniza dívida dos estados
Segundo o ministro, serão vetados trechos que impactam o resultado primário das contas públicas, ou seja, a busca pelo atingimento da meta fiscal zero em 2025, e de superávits nos anos seguintes. Ele também defendeu que os estados assumam mais atribuições no futuro. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista nesta sexta (20)
Ton Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antecipou nesta quinta-feira (9) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionará o projeto de renegociação das dívidas dos estados com a União, mas com alguns vetos. A sanção será feita até a próxima segunda-feira (13), prazo limite.
Segundo ele, serão vetados trechos aprovados pelo Senado Federal que impactam o resultado primário das contas públicas, ou seja, a busca pelo atingimento da meta fiscal zero em 2025, e de superávits nos anos seguintes.
"Tudo o que tem impacto primário, [nas contas públicas] sim, vai ser vetado. Porque era um acordo preliminar com o Congresso. O Congresso queria fazer a repactuação, mas esse era o pressuposto da Fazenda", declarou Haddad a jornalistas.
De acordo com o ministro, o Senado Federal fez um "projeto próprio", que difere do texto proposto pela área econômica do governo federal.
"E o presidente está informado das diferenças do que nós tínhamos proposto e do que foi aprovado. Ele esta a par dessas diferenças. O que estamos levando à consideração do presidente é que tudo que tenha impacto primário seja vetado. E há alguns itens que têm impacto primário", acrescentou.
Renegociação das dívidas dos estados
O projeto de renegociação das dívidas dos estados com o governo federal foi aprovado pelo Senado no fim do ano passado. Foi a quarta renegociação autorizada pelo Congresso em menos de 30 anos.
Hoje, essa dívida é de quase R$ 800 bilhões e é corrigida pelo que for menor: a taxa básica de juros ou a inflação oficial mais 4% de juros ao ano.
O projeto mantém a correção pela inflação, mas permite que os estados reduzam a até zero os juros adicionais. Para isso, os estados terão até o fim de 2025 para aderir ao PROPAG, o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados.
Os estados não são obrigados a aderir ao plano. Os que o quiserem terão 120 dias, após a lei entrar em vigor, para fazê-lo. Os débitos serão pagos em um prazo de 30 anos.
O benefício não será retroativo. O saldo total da dívida não vai mudar. Poderá haver abatimento do saldo do débito, mas não alteração do valor. A nova taxa de juros, por exemplo, valerá só daqui para frente.
Os entes poderão abater o valor cheio da dívida se transferirem para a União ativos (participação em empresas públicas), bens, imóveis e créditos, além de receitas da exploração de petróleo ou gás natural.
Além disso, para ter a redução dos juros, os estados terão que contribuir também com um novo fundo, que vai ter o valor arrecadado dividido entre todos os estados, inclusive os que não têm dívidas com a União.
Economistas criticaram a nova renegociação, que segundo eles, premia governadores que não souberam administrar os estados e abre espaço para novos gastos.
"Do ponto de vista histórico existe um risco moral bastante grande na relação entre o governo federal e os estados. Historicamente, os estados que têm muita dívida e não fizeram seu dever de casa conseguem, principalmente via judiciário, liminares para deixar de pagar esses juros da dívida. Então, do ponto de vista dos estados, é sim uma solução. Mas do ponto de vista do governo federal, da União, não. Não resolve porque as contrapartidas não garantem que não vai haver um problema fiscal nos estados”, avaliou Gabriel Barros, economista-chefe da ARX Investimentos.
Impacto na dívida do setor público
Além de ter impacto primário, ou seja, no resultado das contas públicas, o projeto aprovado pelo Senado Federal também traz um impacto sobre o endividamento do setor público brasileiro - que engloba a União, os estados, municípios e estatais. Este impacto já era esperado pelo governo federal.
A dívida do setor público fechou o mês de novembro em 77,7% do Produto Interno Bruto (PIB), ou R$ 9,1 trilhões.
Se for considerado o critério do Fundo Monetário Internacional (FMI), que contabiliza os títulos públicos que estão na carteira do BC e que é utilizada na comparação internacional, a dívida brasileira terminou novembro em um patamar maior ainda: acima de 90% do PIB.
Neste nível, a dívida brasileira está abaixo de nações desenvolvidas, próxima de países da União Europeia e acima dos emergentes, da América Latina e do Caribe.
De acordo com cálculo de economistas, o projeto de renegociação das dívidas dos estados elevará ainda mais o endividamento brasileiro: de 1,8 a 2,4 pontos percentuais até 2033.
Nesta quinta-feira, o ministro Haddad lembrou que, além da renegociação de suas dívidas, os estados também contarão com benefícios na reforma tributária, como um fundo de desenvolvimento regional, por exemplo. Por isso, ele defendeu que os estados assumam mais atribuições nos próximos anos.
"A reforma tributária vai trazer impacto de médio e longo prazos, a renegociação das dívidas também, e isso acaba também se refletindo naquilo que a União pode assumir, e o que os estados e municípios vão assumir à luz dessa repactuação. Nada contra descentralização de recursos desde que, com isso, as responsabilidades também sejam reconsideradas. Isso vai ser feito com calma, pois os efeitos são de médio e longo prazos", declarou Haddad.
Haddad prevê déficit dentro da meta em 2024
Haddad diz que sugeriu a Lula veto no projeto que ameniza dívida dos estados
Segundo o ministro, o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal é prioritário. Haddad diz que governo estaria com contas equilibradas se Congresso aprovasse fim de benefícios tributários
EPA-EFE/REX/Shutterstock
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (8) que sugeriu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o veto ao projeto de lei aprovado pelo Congresso que prevê a redução das dívidas dos estados. A medida, segundo Haddad, teria impacto direto nas contas públicas e nas finanças estaduais, o que justificaria sua reprovação.
“O Senado fez um projeto próprio, não era o projeto da Fazenda, e o presidente está informado das diferenças entre o que nós tínhamos proposto e o que foi aprovado. Ele está a par dessas diferenças”, explicou o ministro.
Haddad reforçou que qualquer medida que afete o equilíbrio fiscal será reavaliada: “O que estamos levando à consideração do presidente é que tudo que tenha impacto primário seja vetado. E há alguns itens que têm impacto primário. E tem também o impacto sobre as finanças estaduais e federais.”
Segundo Haddad, o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal é prioritário. “Tudo que tem impacto primário será vetado”, enfatizou. Ele destacou que a decisão está alinhada com a política de controle de gastos e preservação do orçamento, para evitar desequilíbrios financeiros.
O projeto, aprovado pelo Congresso, propõe alterações nos critérios de renegociação das dívidas estaduais, visando aliviar os encargos financeiros das administrações locais. No entanto, a equipe econômica avalia que as mudanças poderiam ampliar o déficit fiscal e comprometer a arrecadação.
Haddad ressaltou que o governo está aberto a discutir alternativas que beneficiem os estados sem causar danos ao orçamento público. A decisão final sobre o veto será tomada pelo presidente Lula nos próximos dias.
Haddad prevê déficit dentro da meta em 2024
Fiscalização da Receita: por que emprestar o cartão de crédito pode ser um problema
Com a nova regra, mais instituições serão obrigadas a repassar para o órgão dados sobre as movimentações dos contribuintes. E, se o valor movimentado for diferente do declarado no Imposto de Renda, pode acender um alerta do Fisco. Muitos brasileiros costumam emprestar cartão de crédito para familiares e amigos
Divulgação
Quem tem o costume de emprestar o cartão de crédito para familiares e amigos precisa ficar atento às novas regras de fiscalização da Receita Federal sobre transações financeiras.
É que, a partir deste ano, mais instituições serão obrigadas a repassar para o órgão dados sobre as movimentações dos contribuintes. E, se o valor movimentado for diferente do declarado no Imposto de Renda, pode acender um alerta da Receita.
"Se uma pessoa tem uma renda declarada (que é de conhecimento da Receita) de R$ 4 mil, mas a fatura paga do cartão é R$ 8 mil, a Receita pode entender que a diferença é 100% sonegação e uma malha fiscal pode acontecer para explicações", afirma Jorge Martinez, empresário contábil parceiro da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem.
Por isso, quando há transação entre familiares, também é necessário explicar a origem do dinheiro no Imposto de Renda, o declarando como doação ou empréstimo, ensina o especialista.
E, se for o caso de emprestar o cartão para uma pessoa que consta no IR do titular como dependente, como uma filha de até 24 anos que esteja estudando, por exemplo, os eventuais rendimentos dela também precisam estar discriminados na declaração. Assim, as rendas somadas poderão explicar o gasto.
"Mas o ideal é que cada um tenha o seu próprio cartão", ressalta a economista Carla Beni, professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
"No Brasil, tem um caso grande de inadimplência na terceira idade porque o idoso empresta o cartão para o neto, para a filha que tem o nome sujo fazer compras", pontua.
Amigos e parentes que dividem as contas da casa também devem se atentar à forma de declaração da renda. É o caso de um contrato de aluguel que está no nome de uma só pessoa, mas é pago por várias.
"Além de guardar os comprovantes de PIX, eu faria um contrato particular dizendo que as pessoas estão rateando o custo. Aí, se o Fisco chamar, tenho como provar que estou sublocando e que todo mundo está informando isso nas suas respectivas declarações", orienta Arnaldo Marques de Oliveira Neto, coordenador do MBA de Gestão Financeira e Econômica de Tributos da FGV.
Veja mais situações que podem ser problema para a Receita
Saiba a quais dados de clientes o órgão tem acesso
Receita Federal passa a monitorar movimentações acima de R$ 5 mil no PIX; entenda
Entenda as novas regras
A partir deste ano, as operadoras de cartão de crédito (como as "maquininhas") e as chamadas "instituições de pagamento" serão obrigadas a informar à Receita Federal dados sobre as movimentações financeiras dos seus clientes.
💵 Instituições de pagamento (IP) são empresas que viabilizam compra, venda e movimentação de recursos, mas não oferecem empréstimos e financiamentos a seus clientes. Varejistas de grande porte, bancos virtuais e carteiras digitais são alguns exemplos.
Antes, somente os bancos tradicionais, públicos e privados, repassavam essas informações. E não havia, como agora, uma instrução específica na norma da Receita de que transações via PIX, cartões de débito, cartões de loja e moedas eletrônicas deveriam ser informadas.
Agora, todas as instituições previstas deverão enviar os dados quando o montante total movimentado, por tipo de operação financeira (PIX, débito, crédito, depósito, etc), for:
superior a R$ 5 mil por mês, por pessoa física (CPF);
superior a R$ 15 mil por mês, por empresa (CNPJ).
A mudança não implica em qualquer aumento de tributação, mas significa que o órgão vai apertar a fiscalização sobre o pagamento de impostos no país.
De acordo com a Receita Federal, esse procedimento não permite que ela identifique a origem ou a natureza dos gastos efetuados. O recebimento das informações será feito em "absoluto respeito às normas legais dos sigilos bancário e fiscal", segundo o órgão.
De assistentes de IA a displays holográficos, montadoras apresentam experiências na CES 2025
Iluminação voltada para evitar enjoo, paineis projetados no para-brisa e assistentes de voz comandados por IA: veja as principais novidades tecnológicas que vão invadir os carros nos próximos anos O novo série X está em exibição no estande da BMW na CES
Associated Press
As montadoras não economizaram esforços para mostrar seus mais recentes avanços em experiências dentro dos veículos na CES (a feira anual da Consumer Technology Association's), que reúne tudo sobre tecnologia, em Las Vegas, nesta semana.
A Hyundai apresentou uma tecnologia holográfica para para-brisas inteiros, enquanto a BMW destacou seu novo display panorâmico “iDrive”. Honda e Sony Honda Mobility mostraram o que os consumidores podem esperar de seus próximos veículos elétricos. Confira todas as tecnologias à seguir:
Os protótipos do Honda 0 SUV, à direita, e do Honda 0 Saloon EV estão em exibição no estande da Honda
Associated Press
Muitas dessas melhorias na condução têm como objetivo “tornar a vida a bordo mais confortável”, explica Axel Maschka, vice-presidente executivo e chefe da divisão de negócios da Hyundai. E para alguns consumidores de hoje, ele acrescenta, “esse ‘espaço vital’” do interior de um carro se tornou uma parte dominante do apelo de um veículo.
O display holográfico no para-brisa da Hyundai oferece uma amostra disso. A tecnologia, que não estará no mercado por pelo menos mais alguns anos, projeta informações que vão desde a velocidade de condução até alertas de segurança por todo o para-brisa. São mostradas, inclusive, opções de entretenimento para quem não está dirigindo.
Para manter os olhos do motorista na estrada, o display panorâmico parece diferente dependendo de onde você está sentado. Uma demonstração da empresa sul-coreana mostra que o passageiro da primeira fila pode assistir a um filme ou jogar um videogame projetado à sua frente, mas isso não é visível para o motorista.
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Maschka afirma que o para-brisa holográfico oferece aos motoristas uma visão mais fácil das informações-chave em sua linha de visão e mantém outras distrações no carro fora de vista.
E a Hyundai não é a única a dar um novo visual aos assentos dianteiros dos carros. A BMW também apresentou seu novo iDrive panorâmico e o Sistema Operacional X nesta semana.
O iDrive da BMW logo estará presente em todos os novos modelos que chegarão ao mercado a partir do final deste ano. O sistema projeta uma exibição panorâmica no para-brisa inferior dos veículos — controlado por uma tela sensível ao toque abaixo e comandos de voz — e pode ser personalizado com diferentes cores, aplicativos e outras preferências.
Uma tela exibindo o novo BMW iDrive panorâmico é exibida na feira
Associated Press
A Sony Honda Mobility afirmou que o "Afeela 1" incluirá um agente de voz interativo alimentado por IA. Nas declarações de segunda-feira, o CEO Yasuhide Mizuno disse que “os clientes poderão se entreter conversando com o Afeela 1” — observando que o agente do Afeela é “focado na conversa” e “fala proativamente com você” para fornecer informações úteis enquanto você dirige.
O Afeela 1, programado para ser lançado ainda este ano com entregas previstas para meados de 2026, também oferece uma tela panorâmica e um sistema de entretenimento repleto de aplicativos. As reservas online para o carro foram abertas na Califórnia nesta semana.
Enquanto isso, a Honda destacou a “otimização ultra-pessoal” para os clientes de sua próxima linha de veículos elétricos da série 0 — cujos dois primeiros modelos devem ser lançados na América do Norte no próximo ano.
Um display holográfico é projetado no para-brisa de um carro no estande da Hyundai durante a feira de tecnologia CES
Associated Press
A marca japonesa apresentou o sistema operacional que planeja usar em todos os modelos da série 0, o “AISMO OS”, que, segundo a empresa, será integrado às operações do veículo, desde direção autônoma e assistência avançada ao motorista até entretenimento interno.
As funções do software no veículo também continuarão a ser atualizadas após a compra. “Quanto mais for usado, mais personalizado ele se tornará”, afirmou Katsushi Inoue, chefe global de desenvolvimento de negócios de eletrificação da Honda, em declarações de terça-feira.
Embora haja grande entusiasmo em torno dos mais recentes recursos apresentados pelas montadoras, como os exibidos na CES desta semana, também surgiram questionamentos sobre o excesso de novos recursos.
O novo série X está em exibição no estande da BMW na CES
Associated Press
“É definitivamente fácil se sentir um pouco sobrecarregado pela quantidade de tecnologia nos carros... especialmente quando você tem carros com três, quatro, cinco ou seis telas diferentes que oferecem interfaces distintas”, disse Tim Stevens, analista automotivo e jornalista que participou da CES esta semana.
Mas, acrescentou Stevens, isso também mostra o quanto a integração de tecnologias como IA pode ser promissora — como os assistentes de voz dentro do carro. Se você pode “ter uma conversa com seu carro” para pedir direções detalhadas ou sugestões de restaurantes, ele explica, isso pode reduzir distrações como usar o celular enquanto dirige.
Além das experiências dentro do veículo, os carros elétricos apresentados na CES desta semana também deram destaque ao estado da energia sustentável na indústria automobilística atual — e à necessidade de expandir as fontes de acesso para os consumidores.
Além de uma parceria previamente anunciada com sete outras montadoras para criar a rede de carregamento “IONNA” na América do Norte, a Honda anunciou na terça-feira (7) que planeja expandir tais esforços “para garantir que os proprietários da Honda da série 0 terão acesso a mais de 100.000 estações de carregamento até 2030.”
A japonesa também está explorando formas de oferecer experiências de carregamento “personalizadas” para seus clientes de veículos elétricos no futuro. A empresa disse estar considerando incorporar tecnologia de IA dos serviços da Amazon para ajudar as pessoas a encontrar estações de carregamento próximas, por exemplo, ou simplificar os pagamentos.
Dólar cai a R$ 6,04, com tarifas de Trump e freio do varejo brasileiro no radar; Ibovespa sobe
A moeda norte-americana recuou 1,11%, cotada a R$ 6,0411. O principal índice de ações da bolsa fechou em alta de 0,13%, aos 119.781 pontos. Dólar
Karolina Grabowska/Pexels
O dólar fechou em queda nesta quinta-feira (9), cotado a R$ 6,04, em sessão marcada por menor volume de negociações nos Estados Unidos devido ao funeral do ex-presidente Jimmy Carter.
Investidores continuaram a repercutir as notícias sobre o plano de tarifas de Trump, que podem afetar economias exportadoras e acelerar a inflação nos EUA.
Mais tarifas aos importados podem prejudicar a inflação americana, gerando mais pressão sobre as taxas de juros do país e sobre o dólar.
No Brasil, as vendas no varejo caíram 0,4%, mesmo em período de Black Friday. Houve uma reversão do resultado de alta de 0,4% em outubro. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado veio em linha com as expectativas do mercado financeiro, e acumula alta de 5% em 2024. Em 12 meses, a alta é de 4,6%.
Investidores também seguiram monitorando o cenário fiscal brasileiro, enquanto cresce a desconfiança de que o governo não será capaz de equilibrar a situação das contas públicas.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em leve alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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DE R$ 5,67 PARA ACIMA DE R$ 6: Entenda a disparada do dólar neste fim do ano
O TOM DE LULA: Falas do presidente impactaram a moeda em 2024; entenda
Dólar acumula alta de quase 28% em 2024
Dólar
O dólar caiu 1,11%, cotado a R$ 6,0411. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
queda de 2,26% na semana;
recuo de 2,24% no mês e no ano.
No dia anterior, a moeda fechou em leve alta de 0,09%, cotada a R$ 6,1089.
Ibovespa
O Ibovespa subiu 0,13%, aos 119.781 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,05% na semana;
perdas de 0,42% no mês e no ano.
Na véspera, o índice encerrou em baixa de 1,27%, aos 119.625 pontos.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
O mercado continuou monitorando as notícias que surgem em torno das novas tarifas que Donald Trump pode impor aos países exportadores nos Estados Unidos.
Depois de uma reportagem do jornal "The Washington Post" afirmar, na segunda-feira, que a equipe econômica do presidente eleito estaria estudando tarifar apenas as importações em alguns setores específicos, como defesa e energia, ganhou destaque, também, a informação de que Trump está considerando declarar uma emergência econômica nacional para justificar seu tarifaço.
A medida permitirá que Trump crie um novo programa de tarifas comerciais usando a Lei de Poderes de Emergência Econômica Internacional, que autoriza o presidente a administrar as importações durante uma emergência nacional, segundo a reportagem.
"Nada está fora da mesa", disse uma fonte familiarizada com o assunto à CNN.
Trump prometeu impor tarifas de 10% sobre as importações globais para os EUA, juntamente com uma tarifa de 60% sobre os produtos chineses. Ele também disse que imporia uma tarifa de 25% sobre as importações canadenses e mexicanas em seu primeiro dia no cargo.
A confiança das empresas aumentou desde a vitória de Trump em novembro, devido às expectativas de cortes de impostos e menos regulamentações. No entanto, há preocupações com as tarifas mais altas sobre importações e deportações em massa, que podem aumentar a inflação e prejudicar o crescimento.
O mercado reage mal à possibilidade de tarifas maiores, pois mais inflação pode obrigar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a aumentar as taxas de juros. Isso aumenta o rendimento dos títulos públicos e reduz o apetite dos investidores por investimentos mais arriscados, dando força do dólar.
Desde meados de 2024, os EUA estão em um ciclo de redução das taxas de juros. Para que os juros continuem caindo, a inflação precisa desacelerar mais. Até novembro, a inflação anual era de 2,7%, enquanto a meta do Fed é de 2%.
Apesar das incertezas em relação às políticas tarifárias de Trump, nesta quinta, o presidente do Fed da Filadélfia, Patrick Harker, disse que ainda espera que o banco central dos Estados Unidos siga cortando a taxa de juros.
"Ainda nos vejo em uma trajetória de redução da taxa de juros", disse Harker, em discurso na Associação Nacional de Diretores Corporativos.
Segundo o dirigente, "os fundamentos de nossa macroeconomia permanecem fortes" e, embora a inflação permaneça mais alta do que o desejado, o Fed tem tido sucesso em reduzir as pressões dos preços.
Ele afirmou, porém, que o retorno da inflação à meta de 2% está demorando mais do que o esperado e que a trajetória da política monetária no país está obscurecida por uma considerável incerteza econômica.
"Em um mundo incerto, a política (monetária) precisa permanecer dependente de dados e melhor posicionada para lidar com os riscos futuros", disse Harker.
No Brasil, o Banco Central vendeu na manhã desta quinta 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 3 de fevereiro de 2025.
Os swaps são contratos para troca de riscos: o BC oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte-americana. No vencimento desses contratos, o investidor se compromete a pagar uma taxa de juros sobre o valor deles e recebe do BC a variação do dólar no mesmo período.
Além disso, houve a realização de um amplo leilão de títulos de longo prazo promovido pelo governo, papéis que costumam ser procurados por investidores estrangeiros, explica Harrison Gonçalves, sócio da CMS Invest.
"Isso justificou um maior fluxo de entrada [de recursos]", diz, o que colaborou com o recuo do dólar. Em termos estruturais, no entanto, não há informações que sinalizem uma mudança de tendência na moeda, acrescenta o especialista.
O mercado também repercutiu nesta quinta os últimos dados de atividade econômica, enquanto espera pelos números da inflação fechada do país em 2024, que serão divulgados nesta sexta-feira (10).
O comércio varejista teve leve contração de 0,4% em novembro, mas segue acumulando uma alta de 4,6% em 12 meses. Já a produção industrial de novembro registrou queda de 0,6% na comparação com o mês anterior e alta de 1,7% contra o mesmo mês de 2023. Os dados são do IBGE.
Lucas Sigu Souza, sócio-fundador da Ciano Investimentos, ressalta ainda que o dia foi de menos tensões políticas nacionais e internacionais.
Ele lembra que o mercado continuou a repercutir a entrevista exclusiva do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à GloboNews, na última terça-feira (7), na qual tratou das questões fiscais.
"O estresse diminuiu um pouco. Isso colaborou com a queda do dólar nesta quinta", diz.
Na ocasião, Haddad afirmou que o déficit primário do Brasil em 2024 ficará em 0,1% e que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) será de 3,6%. Os dados não consideram os gastos com a tragédia do Rio Grande do Sul.
Segundo o ministro, o déficit é menor do que o previsto. "Um ano atrás, a previsão do mercado era de 0,8% do PIB. Vamos nos lembrar que era antes do episódio trágico do Rio Grande do Sul que consumiu 0,27% do PIB para atender a população. Era 0,8%, vamos terminar o ano com 0,1% do PIB".
Questionado se o governo prepara um novo decreto de ajuste fiscal, o ministro disse que primeiro é preciso aprovar o orçamento e adequá-lo ao pacote de corte de gastos aprovado pelo Congresso.
"Nós primeiro temos que adequar o orçamento às medidas já aprovadas, que garantem flexibilidade na execução que não tivemos nos últimos dois anos."
Ele disse ainda que não gosta de falar em pacote "dois, três, ou quatro", mas que o governo está em constante estudo para avaliar a adequação dos gastos.
Sobre a previsão de crescimento do endividamento público, Haddad disse que, quando o novo arcabouço fiscal for implementado, a dívida irá estabilizar e depois vai cair. Ele também afirmou que governo afastou ideia de ficar meta para a dívida. Confira aqui outros pontos da entrevista.
As riquezas no subsolo da Groenlândia que explicam interesse de Trump e China pela ilha
Desde 2019, Trump menciona planos de anexar a Groenlândia, mas número de menções sugerem que interesse do republicano aumentou. Terras raras e outros minérios, cuja produção a China lidera, podem ser a chave para entender o expansionismo do presidente eleito dos EUA. Trump menciona planos de anexar a Groenlândia desde 2019
Reuters via BBC
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ventilou, nas últimas semanas, intenções expansionistas contra múltiplos alvos.
O republicano disse que o Canadá deveria se tornar o 51º Estado dos EUA, chamou o Canal do Panamá de "Canal dos Estados Unidos", e sugeriu rebatizar o Golfo do México de "Golfo da América". Mas nenhum território parece ter recebido tanta cobiça quanto a Groenlândia.
Em coletiva de imprensa em Mar-a-Lago na terça-feira (7/1), Trump chegou a dizer que não poderia descartar o uso de força militar para obter controle da Groenlândia ou do Canal do Panamá.
"Precisamos de ambos por razões econômicas", disse Trump.
Mas, no caso da Groenlândia, Trump foi além: "Precisamos da Groenlândia para fins de segurança nacional".
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A ilha — a maior do mundo — é um território autônomo da Dinamarca, que colonizou a região.
O republicano argumenta que o país europeu deveria abrir mão da ingerência sobre o território para, nas palavras dele, "proteger o mundo livre" e ameaçou impor tarifas à Dinamarca, um aliado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), se o país não cedesse.
"É um negócio que tem que acontecer", sugerindo estar disposto a uma espécie de compra de território.
Donald Trump Jr. chegou há poucos dias a Nuuk, na Groenlândia
Emil Stach/Ritzau Scanpix/via REUTERS
Nas redes sociais, enquanto compartilhava fotos de seu filho, Donald Trump Jr., visitando a capital da Groenlândia, Nuuk, Trump adaptava o próprio slogan político para aplicar à ilha: "Faça a Groenlândia grande de novo".
Em que pese a reação negativa dinamarquesa, reafirmando que o território não está à venda, o primeiro-ministro da Groenlândia Múte Egede afirmou que é hora de a Groenlândia romper com "as algemas da era colonial", em uma referência à Dinamarca. Mas também afirmou que a população de menos de 60 mil pessoas da ilha "luta por independência".
Os planos de Trump em relação à Groenlândia não são exatamente novos. "Seria um grande negócio imobiliário", ele disse em 2019, durante seu primeiro mandato, quando declarou pela primeira vez seu interesse na ilha.
Na ocasião, porém, disse que a aquisição da área não era sua prioridade.
À época, o então conselheiro econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, em uma entrevista no "Fox News Sunday", foi mais claro sobre o que a administração Trump via na ilha.
É "um lugar estratégico" com "muitos minerais valiosos", disse Kudlow.
Expoentes da gestão chegaram a sondar os dinamarqueses para tentar fechar negócio, o que não aconteceu.
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Terras Raras
Se a ideia já existia antes, a quantidade de menções feitas por Trump ao assunto agora, em um momento em que está formando seu governo para tomar posse em 20 de janeiro, sugere que a Groenlândia subiu posições em importância nos planos futuros do republicano.
Especialistas apostam que isso tem a ver com o recente mapeamento das riquezas minerais da Groenlândia e com a mudança da dinâmica econômica em relação a elas.
Historicamente, o território recebeu atenção de autoridades americanas pela sua posição estratégica. Primeiro, como forma de conter o avanço global dos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Depois, durante a Guerra Fria, para controle de rotas de navegação entre a Europa e a América do Norte e pela proximidade com o Ártico.
Os militares dos EUA já operam há décadas a Base espacial de Pituffik, antigamente conhecida como Base Aérea de Thule, entre os oceanos Atlântico e Ártico. A base é usada como um posto avançado de observação de mísseis balísticos.
Mas um relatório publicado em meados de 2023 pelo Geological Survey of Denmark and Greenland estimou que o território de 400 mil km2 da ilha atualmente não cobertos por gelo possui depósitos moderados ou altos de 38 minerais da lista de materiais críticos elaborada pela Comissão Europeia.
Além de aparentes altas concentrações de cobre, grafite, nióbio, titânio e ródio, estariam ali também grandes depósitos das chamadas terras raras, como o neodymium e o praseodymium, cujas características magnéticas peculiares os tornam fundamentais na fabricação de motores de veículos elétricos e de turbinas eólicas.
"A Groenlândia poderia conter até 25% de todos os recursos de elementos de terras raras do mundo", afirmou à BBC News Brasil o geólogo Adam Simon, professor da Universidade de Michigan.
Isso equivaleria a cerca de 1,5 milhão de toneladas dos materiais.
Minerais na Groenlândia despertam interesse de grandes potências
Getty Images via BBC
Disputa com a China
As terras raras se tornaram um artigo de alta demanda em um contexto de transição energética em busca de formas limpas e renováveis de energia — para conter as mudanças climáticas — e têm lançado diferentes potências globais em disputas por grandes minas destes elementos ao redor do mundo.
"Em 2024, utilizamos globalmente cerca de 4.500% mais elementos de terras raras do que usávamos em 1960", afirma Simon, que continua: "mesmo que as extrações na Groenlândia se tornem viáveis em um curto período de tempo, ainda precisaremos de mais reservas de terra rara para dar conta da atual demanda do mercado".
Atualmente, a China domina o mercado de mineração e beneficiamento de terras raras. Os chineses são responsáveis por cerca de ⅓ das reservas conhecidas, 60% da extração e 85% do processamento desses produtos. Mas a dominância dos chineses sobre este mercado já chegou ao patamar de 95% em 2010, o que deu a Pequim um significativo poder político e econômico sobre cadeias de produção centrais para a Europa e os Estados Unidos.
Atualmente, as duas mineradoras que prospectam terras raras na Groenlândia são australianas, mas uma delas tem como investidor a China's Shenghe Resources, uma mineradora estatal chinesa.
A China tem há anos tentado aprofundar sua presença na Groenlândia. Xi Jinping definiu que a China deve ser um país "próximo ao Ártico", ainda que o país esteja a quase 1,5 mil quilômetros da região e, além de projetos culturais e tecnológicos, têm tentado fincar raízes na ilha por meio de obras de infraestrutura batizadas de Rota da Seda Polar, um braço do massivo projeto de investimentos ao redor do mundo de Xi chamado de Cinturão e Rota.
No âmbito deste programa, construtoras chinesas tentaram erguer ao menos dois aeroportos na Groenlândia, mas acabaram preteridas por empresas dinamarquesas, em uma disputa na qual Washington teria feito pressão pró-Dinamarca.
Todos esses movimentos chineses na área alarmaram os Estados Unidos, que têm na China seu principal antagonista global. Em seu primeiro mandato, a administração Trump incluiu as terras raras entre os materiais críticos para a segurança nacional americana e firmou acordos de cooperação para desenvolvimento tecnológico e científico entre a Groenlândia e os Estados Unidos.
O aumento da presença de cientistas, pesquisadores, políticos e oficiais militares nos últimos anos na região não parece estar sendo suficiente para garantir qualquer exclusividade americana aos recursos naturais da ilha, nem a atual administração Biden parece ter perseguido tal intento.
Há 12 dias de deixar o posto, o atual secretário de Estado Antony Blinken disse que os planos de Trump sobre a Groenlândia "não vão se concretizar" e que seria desperdício de tempo discutir o assunto.
Musk e o destino manifesto
Se o interesse sobre terras raras e a Groenlândia já estavam claros no primeiro mandato, o fato de que os rumos da segunda gestão Trump estejam sendo profundamente influenciados pelo bilionário Elon Musk, CEO da Tesla, uma das maiores fábricas de carros elétricos do mundo, não deve ser ignorado.
"Certamente, a Tesla tem interesse na disponibilidade mundial de elementos de terras raras, além de lítio, cobre, níquel e grafite. Então é razoável pensar em um conflito de interesses se o CEO de uma empresa que depende da disponibilidade de minerais críticos estiver em uma posição política de autoridade para tomar decisões que podem impactar a disponibilidade global desses minerais", afirma Simon.
A mesma prudência, no entanto, também recomenda cautela nos limites dos benefícios imediatos a Musk, e ao próprio Trump, na investida sobre a Groenlândia.
"No atual estágio de exploração das minas, é altamente improvável que tenhamos mineradoras capazes de uma produção comercial consistente na Groenlândia em menos de 10 anos", afirma Simon.
"Enquanto governos atuam com horizontes de 4 anos, essas grandes mineradoras planejam seus negócios com vistas a 40 anos", completa o geólogo.
Ainda que seja possível acelerar muito a mineração em áreas da ilha, um segundo desafio seria escoar a produção com grandes navios em uma região relativamente remota e crivada de icebergs e outros desafios náuticos. Assim, é improvável que Trump possa se orgulhar de extrair terras raras em escala da Groenlândia mesmo que ele supere os enormes desafios geopolíticos da tarefa.
A chave para entender a motivação de Trump no assunto pode estar em outro elemento histórico da política internacional americana: a doutrina do Destino Manifesto. É o que argumentava ainda em 2019 o editor da revista de direita "The American Conservative" James P. Pinkerton.
A noção do Destino Manifesto, articulada no século 19, enunciava que dado seu "excepcionalismo", os EUA tinham o dever e o direito de avançar sobre territórios estrangeiros para garantir o desenvolvimento e a expansão do experimento de liberdade e auto-governo que o país preconizava. Isso incluía garantir recursos para sustentar a economia e garantir a segurança do país.
Foi o Destino Manifesto a ideologia por trás da expansão dos americanos das 13 colônias em direção ao Oeste, que, entre outras coisas, retirou de suas terras boa parte das populações nativo-americanas, o que levou ao genocídio de muitas delas.
A ordem mundial estabelecida após as Grandes Guerras, com a criação de órgãos multilaterais para mediar disputas entre nações (alvos frequentes das críticas de Trump) e com a fixação de fronteiras claras entre os países, parecia ter colocado um fim à expansão territorial propalada pelo Destino Manifesto.
Um dos maiores exemplares desse movimento foi Andrew Jackson, o sétimo presidente americano, que governou entre 1829 a 1937. Não é mera coincidência que Trump declare ter por Jackson grande admiração.
Em seu primeiro mandato, uma das primeiras modificações do republicano no Salão Oval, o tradicional escritório dos presidentes americanos, foi pendurar um quadro de Jackson na sala.
Agora, em seu segundo mandato, Trump parece ter reservado a Jackson muito mais do que um lugar na parede.
Cientistas alteram a genética do milho e deixam ele mais resistente a secas e altas temperaturas
O g1 foi até Campinas (SP) conhecer a pesquisa. Na fase de testes, alimento tem a cor roxa, que destaca se a mudança do DNA aconteceu ou não. Prato do Futuro: pesquisa cria milho mais resistente ao calor
Já pensou que uma bactéria poderia salvar a sua pipoquinha? Uma pesquisa tem usado a chamada agrobacterium para transformar o DNA do milho e tornar ele mais resistente às altas temperaturas e às secas causadas pelas mudanças climáticas.
O estudo de edição gênica do milho é da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e, neste episódio da série Prato do Futuro, o g1 foi até a unidade em Campinas (SP) para entender como ele funciona. Confira no vídeo acima.
A pesquisa tem o objetivo de fazer o milho tolerar até 2°C acima da sua temperatura ideal, que é entre 28°C e 30°C. Além disso, durante a experiência, é fornecido menos água, apenas 20% de sua quantidade ideal de antes da alteração.
Com isso, o cultivo poderia acompanhar a elevação da temperatura do planeta, que já é de 1°C comparado a níveis pré-industriais e deve subir ainda mais, chegando a 1,5°C entre 2030 e 2050, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Prato do futuro: série do g1 mostra como sombra de árvores ajuda o café a lidar com o calor
Calor e seca prejudicam plantio de café em áreas que antes sofriam com geadas e bebida já fica mais cara
Por causa do aquecimento do planeta, 8% da flora do planeta pode desaparecer das suas áreas tradicionais, afirma o relatório do IPCC.
Os resultados preliminares demonstram que as plantas modificadas tiveram um aumento de 10% da produção.
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho, representando cerca de 11,7% do fornecimento mundial. O país fica atrás dos Estados Unidos (30,3%) e da China (24,1%).
Nas últimas duas décadas, a produção brasileira de milho teve um crescimento contínuo de 5,2% ao ano, mostra um estudo do Ministério da Agricultura e Pecuária e da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais.
Para a safra 2024/2025, a área, que está em fase de plantio, deve se manter estável, em torno de 21 milhões de hectares, estima a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com a expectativa de recuperação na produtividade, a safra deve chegar a 119,8 milhões de toneladas.
Como uma bactéria pode alterar a genética?
Na pesquisa, os cientistas utilizam a agrobacterium para editar a genética do milho. Essa bactéria auxilia na inserção de características que podem reprimir ou ressaltar alguma parte do DNA das plantas, neste caso, resistir ao calor e à seca.
Para isso dar certo, a equipe usa um mapa da sequência de DNA completa do milho, ou seja, seu genoma.
Na natureza, esse micro-organismo é considerado uma praga do milharal, podendo causar tumores nos pés. Mas, no laboratório, a parte do DNA da bactéria que causa a doença é removida antes de ter contato com as células do milho.
E não precisa se preocupar, a inserção da bactéria no milho não faz mal para quem for consumir.
Qualquer alimento que teve seu genoma mapeado pode passar pela edição gênica, com a possibilidade de obter benefícios semelhantes aos observados na pesquisa com o milho.
Bactéria é inserida nos embriões do milho.
Rafael Leal / g1
Por que fazer o milho ficar roxo ajuda na pesquisa?
Para descobrir se o gene que foi alterado se desenvolveu, os pesquisadores inserem junto da agrobacterium um marcador genético, que tem a capacidade de mudar a cor dos grãos.
Assim, durante a fase de embrião, é possível ver a coloração por microscópio. Quando o milho se desenvolve, toda a espiga assume a cor.
Mas, quando o estudo for finalizado e a nova variedade for ser comercializada, esse marcador não será mais inserido. Portanto, o milho vai continuar sendo amarelo.
Alteração da coloração do milho pode ser vista por microscópio.
Rafael Leal / g1
Pronto para o mundo
Ao longo do seu desenvolvimento, a planta passa por diversos ambientes. Em sua fase mais jovem, ainda vive em meio de temperatura ideal, na sala de aclimatação, até ir para uma estufa com clima extremo.
Usando uma luz que replica as ondas solares, climas diferentes são testados, bem como a quantidade de água fornecida varia.
Os pesquisadores observam como a planta se comporta e se ela vai entrar em estresse térmico, quando não consegue mais realizar a fotossíntese corretamente. Assim, é possível entender se o experimento funcionou ou não.
As plantas que se mostram resistentes têm sua genética replicada por meio de polinização.
Os testes também incluem o plantio em lavoura, para ver se o milharal sobrevive no mundo real.
Luz rosa imita radiação solar para desenvolvimento da planta em estufas.
Rafael Leal / g1
Milho roxo com genética modificada para alta tolerância a seca e calor
Reprodução / g1
Coleta de embrião para alteração genética do milho
Reprodução / g1
Créditos deste episódio da série 'PF: prato do futuro'
Coordenação editorial: Luciana de Oliveira
Edição e finalização de vídeos: Marih Oliveira
Narração: Vivian Souza
Reportagem: Vivian Souza
Produção: Vivian Souza
Roteiro: Vivian Souza
Coordenação de vídeo: Tatiana Caldas e Mariana Mendicelli
Coordenação de arte: Guilherme Gomes
Direção de arte e ilustrações: Luisa Rivas e Verônica Medeiros
Fotografia: Rafael Leal
Motion Design: Verônica Medeiros e Thalita Ferraz
Ilustrações: Bruna Rocha, Maria Laura Silva, Luisa Rivas e Thalita Ferraz
Saiba mais sobre como o calor afeta a produção de alimentos:
Calor deixa o café 'estressado', pode derrubar a produção brasileira e encarecer a bebida
Cafezinho em risco: como sombra de árvores pode ser solução para aumento da temperatura
LISTA: veja as 10 motos novas mais vendidas do Brasil em 2024
Foram emplacadas 1.875.903 motos zero km no país no ano passado, segundo a Fenabrave. As vendas continuam 18% maiores que o mesmo período de 2023. Honda CG 160 2025 Titan sai por R$ 19.230
Divulgação | Honda
O mercado de motos zero km esteve bastante aquecido em 2024. No ano, foram 1.875.903 emplacamentos de motocicletas no país, segundo os dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
O crescimento é de 18,6% quando comparamos o resultado com os 12 meses de 2023. Esse percentual de expansão é o maior desde 2021, quando o segmento de duas rodas alcançou 26,4% de alta, mas com 1.157.257 unidades emplacadas.
Em dezembro, foram 151.925 emplacamentos de motocicletas, 3,34% acima de novembro, que teve 147.021 unidades comercializadas. Contra o mesmo período do ano passado, a alta foi de 14,44%.
Apesar de um mercado feroz de novas motos a combustão, as vendas de modelos elétricos seguem sem muita energia no Brasil. A queda dos modelos movidos a bateria é de 6,73% em 2024 quando comparado aos 12 meses de 2023.
O novo presidente da Fenabrave, Arcelio Júnior, comentou que o ano de 2024 registrou o terceiro maior desempenho de toda a série histórica da Fenabrave e ficou, aproximadamente, 64 mil unidades abaixo do recorde de 2011.
“Não fossem problemas de seca e falta de alguns produtos, os dados teriam sido ainda melhores", afirmou o executivo.
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2 pontos positivos e negativos da Honda CG 160
As motos mais vendidas de 2024
A Honda CG 160 continua sendo a moto mais vendida do mercado, como acontece desde 1976. A marca, inclusive, lançou em outubro a 10ª geração da street, que já começou a ser vendida.
Em dezembro, foram 32.989 novos emplacamentos do modelo. Assim, a CG chegou a 428.126 unidades emplacadas em 2024.
A moto é também o veículo mais vendido do Brasil, à frente de carros e comerciais leves, como a líder Fiat Strada, que vendeu "apenas" 144.684 unidades.
Em segundo lugar, ficou a Honda Biz, após recuperar o bom número de vendas no finalzinho do ano. A cub vendeu 278.350 unidades no ano passado.
A Honda continua a dominar o mercado e garantiu as seis primeiras posições das motos mais vendidas neste ano. Ao todo, são mais que dois terços do mercado nacional, com 68%. Só ela foi responsável por 1,28 milhão de motos emplacadas. (veja abaixo as listas)
Veja as 10 motos mais vendidas em 2024.
Honda CG 160: 428.126 unidades;
Honda Biz: 278.350 unidades;
Honda Pop 110i: 169.940 unidades;
Honda NXR 160 Bros: 155.055 unidades;
Honda CB300F: 60.197 unidades;
Honda PCX 160: 55.067 unidades;
Mottu Sport 110: 52.761 unidades;
Yamaha YBR 150: 50.325 unidades;
Yamaha XTZ 250: 46.490 unidades.
Yamaha Fazer 250: 46.407 unidades;
As 10 motos mais vendidas do Brasil em 2024
Veja as 10 motos mais vendidas em dezembro.
Honda CG 160: 32.989 unidades;
Honda Biz 125: 22.972 unidades;
Honda Pop 110i ES: 15.633 unidades;
Honda NXR 160 Bros: 13.472 unidades;
Honda CB 300F Twister: 5.274 unidades;
Honda PCX 160: 3.886 unidades;
Yamaha Fazer 250: 3.346 unidades;
Honda XRE 190: 3.205 unidades;
Yamaha Crosser 150: 3.183 unidades;
Yamaha YBR 150: 3.172 unidades;
Veja as 10 marcas mais vendidas em 2024, por fatia de mercado.
Honda: 68,62%;
Yamaha: 17,76%%;
Shineray: 4,10%;
Mottu: 2,81%;
Haojue: 0,99%;
Avelloz: 0,97%;
Royal Enfield: 0,92%;
BMW: 0,80%;
Triumph: 0,65%;
Bajaj: 0,59%.
2025 será ainda melhor
De acordo com as projeções da Fenabrave divulgadas no mesmo comunicado, a entidade espera um crescimento de 10% para o segmento de motocicletas em 2025.
Segundo os dados, o Brasil vai passar de 1.875.903 unidades vendidas em 2024 para um montante de 2.063.493 motos vendidas no final de 2025.
Mega-Sena pode pagar R$ 11,5 milhões nesta quinta-feira
Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O concurso 2.813 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 11,5 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h desta quinta-feira (9), em São Paulo.
No concurso da última terça (7), ninguém levou o prêmio máximo.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega-Sena tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.