Própolis de abelha amazônica cura feridas mais rápido, diz estudo
Estudo da Embrapa e UFPA identifica potencial cicatrizante e anti-inflamatório em própolis de abelha-canudo criada em cultivos de açaí. Própolis da abelha-canudo tem poder curativo
Divulgação / Embrapa
O própolis de uma abelha nativa da Amazônia tem o potencial para curar feridas, mostrou uma pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Universidade Federal do Pará (UFPA).
O estudo comprova que a própolis da abelha Scaptotrigona aff. postica, conhecida como abelha-canudo, acelera a cicatrização de feridas e reduz a inflamação.
O produto foi testado em laboratório. Ele teve desempenho comparável, e em alguns aspectos melhor, do que uma pomada cicatrizante já vendida no mercado. Por exemplo, mostrando uma melhor regeneração da pele.
O açaí tem a ver com a pomada
A própolis analisada neste estudo é produzida por abelhas-canudo criadas em ambientes de cultivo de açaí. A espécie já era estudada por sua eficiência na polinização do açaizeiro.
O produto é feito de resinas de plantas e pólens que as abelhas coletam no ambiente. Elas misturam isso com a cera que produzem.
Embora a origem exata das substâncias não tenha sido totalmente determinada, os autores acreditam que o ambiente com plantios de açaí influenciou a composição química da própolis.
A palmeira do açaí tem altas concentrações de compostos fenólicos e antocianinas. Essas substâncias possuem capacidade antioxidante.
Cura mais rápida
A olho nu, o creme de própolis e a pomada comercial tiveram desempenho semelhante. Ambos diminuíram o tamanho do ferimento. Mas a análise microscópica mostrou diferenças significativas.
Os pesquisadores observaram uma recuperação mais rápida de fibras colágenas, que dão suporte ao tecido em regeneração.
Eles também viram redução da inflamação com o tratamento usando a própolis, o que ajuda na cicatrização.
Além dessas vantagens, o creme tem menos chances de efeitos colaterais, um nível reduzido de resíduos químicos e quantidade mínima de conservantes.
Também se trata do primeiro creme de própolis com origem em cultivo de açaí já descrito.
Outra característica destacada na pesquisa é que a abelha-canudo não usa barro na composição do própolis, diferente de outras abelhas nativas da Amazônia. Isso faz com que o produto seja livre de contaminantes do solo.
Abelha-canudo
Divulgação Embrapa
Quando será comercializada?
Para que o própolis da abelha-canudo se torne um produto comercial em larga escala, são necessários mais estudos. Portanto, não há uma data para a sua chegada ao consumidor.
Segundo a Embrapa, é preciso identificar as abelhas mais aptas para produzir própolis e as formas de manejo mais adequadas.
Além disso, a produção de própolis em cada colmeia é pequena. Portanto, muitos produtores seriam necessários para alcançar quantidades suficientes para venda comercial.
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‘Sem redes sociais, você fica invisível’: como as plataformas têm obrigado profissionais a produzir conteúdo
Segundo especialistas, a presença ativa nas redes sociais se tornou praticamente obrigatória para profissionais de diversas áreas. Porém, é importante ter alguns cuidados ao compartilhar o trabalho nesses ambientes. Como as redes sociais viraram vitrine obrigatória para profissionais de todas as áreas
Médicos, advogados, professores, juízes e até pedreiros: profissionais de diversas áreas estão cada vez mais ativos nas redes sociais. O que antes se concentrava apenas no LinkedIn, agora também ocupa espaços em outras plataformas como o TikTok e Instagram.
🤔 Mas porque isso vem acontecendo? Segundo especialistas ouvidos pelo g1, essa tendência é reflexo da “plataformização do trabalho”, processo em que as plataformas digitais moldam as práticas profissionais e redefinem as formas de visibilidade. (veja mais abaixo)
Ou seja: esse fenômeno faz com que os trabalhadores sejam praticamente obrigados a estar ativos nas redes sociais.
Profissionais ouvidos pelo g1, que supostamente não seriam obrigados a ter presença nas redes sociais, relatam que estavam “quase escondidos” no mercado antes de começarem a compartilhar o trabalho nessas plataformas.
Entre os clientes, a forma de procurar um especialista se transformou. Médicos e advogados, por exemplo, antes buscavam atrair clientes por meio de panfletos, cartazes ou anúncios nas ruas. Hoje, quem não está nas redes sociais, simplesmente "não existe".
‘Sem redes sociais, você fica invisível’: como as plataformas têm obrigado profissionais a produzir conteúdo
Arte/g1
“Se você não está na internet, o mundo não te vê. É como se a gente estivesse entocado numa caverna se não divulgarmos o nosso trabalho”, explica a advogada criminalista Aline de Oliveira Soares, de 26 anos, que atrai cerca de 90% dos seus clientes por meio das redes.
Desde a faculdade, a paulista utiliza o Instagram para compartilhar conteúdos jurídicos voltados ao direito criminal, inicialmente como forma de estudar e auxiliar outros colegas da área — o que já a ajudou a construir uma base de seguidores e potenciais clientes.
Com o passar do tempo, principalmente depois que se formou, Aline passou a produzir vídeos mais informativos, com curiosidades sobre o direito criminal, o dia a dia de uma advogada criminalista e até memes.
A virada de chave aconteceu quando ela decidiu migrar para o TikTok. Aline passou a editar e postar vídeos curtos por incentivo de outras pessoas, sem grandes expectativas.
A advogada criminalista Aline de Oliveira Soares tem mais de 245 mil seguidores nas redes sociais.
Reprodução/Instagram
“Eu só entrava, postava e deixava lá. Até que viralizou sozinho”, lembra. Aline já acumula mais de 245 mil seguidores na rede, e os vídeos sobre o cotidiano da advogada criminalista passam de 3,7 milhões de curtidas.
Por lá, diferentemente do Instagram, existe a famosa monetização, em que os criadores ganham dinheiro por meio da própria plataforma se os vídeos fazem sucesso. (veja como fazer)
Após atingir 10 mil seguidores, Aline passou a receber por postagens que faz por lá. Mas os ganhos ficam entre R$ 200 e R$ 3 mil por mês, e não serviriam para viver como influencer.
A advogada considera que a presença online não é uma obrigação, mas uma oportunidade facilitada pela tecnologia. “Antes, era muito mais difícil divulgar o trabalho. Hoje, com um post no Instagram, você alcança muito mais do que colando um panfleto no poste”, diz.
“Além de estudar, se formar, passar na OAB, hoje a gente também precisa virar marqueteiro ou blogueiro. Mas é muito mais fácil: é melhor fazer um post no Instagram do que colar panfletos na rua. Isso abre muitas portas e eu sou totalmente a favor”, explica.
⚠️Concursados também estão nas redes
🤔 Se as redes são uma estratégia de autopromoção, o que explica os concursados, que não necessariamente precisam atrair clientes, também estejam ativos nas redes sociais?
O juiz federal Kleiton Alves Ferreira, que atua em Alagoas na área de Direito Previdenciário, com foco em processos de aposentadoria rural, diz que a ideia inicial era usar as redes para divulgar o seu trabalho como escritor e professor de concursos públicos.
Mas, desde 2023, ele compartilha trechos de audiências públicas e conteúdos sobre sua rotina profissional nas mídias sociais, como forma de humanizar a justiça, desmistificar a figura do juiz e tentar aproximar o judiciário da sociedade.
“Eu queria mostrar que a justiça também pode ser conduzida de forma mais leve, humana, sem aquela formalidade excessiva que muitas vezes afasta as pessoas. Muita gente tem medo de juiz. Mostrar meu trabalho ajuda a quebrar esse medo”, explica.
Hoje, ele acumula mais de 1,7 milhões de seguidores somente no TikTok, e tem cerca de 18,2 milhões de curtidas nas postagens. Apesar da visibilidade, Kleiton já deixou claro que não pretende deixar a carreira de juiz para ser influenciador digital.
“A rede social é como uma casa que a gente aluga: a qualquer momento, o dono pode pedir de volta. Não quero ser refém disso. Minha prioridade é ser juiz, depois escritor e professor”, afirma o magistrado.
O juiz federal Kleiton Ferreira também viralizou mostrando seu dia a dia e desmistificando a Justiça.
Reprodução/Instagram
Mesmo reconhecendo o potencial positivo dos ambientes online para aproximar a Justiça das pessoas, Kleiton relata os efeitos negativos da exposição. “As mídias sociais são perversas. Já passei um mês sem postar nada, para fazer um detox”, conta.
Diferente da advogada, o juiz é verificado no TikTok e, por isso, não recebe monetização pelos conteúdos publicados na plataforma. Segundo ele, a renda recebida com visualizações – cerca de R$ 500 mensais pelo YouTube – é destinada a ações filantrópicas.
“Se eu dependesse disso, passaria fome”, brinca o juiz. Para Kleiton, a prioridade é clara: primeiro a magistratura, depois a literatura e o ensino. “Se um dia eu deixar a magistratura, será para ser escritor em tempo integral, jamais para ser influenciador.”
📳Pandemia x plataformização do trabalho
Segundo Issaaf Karhawi, professora e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), essa tendência de diferentes profissionais ativos nas redes faz parte da "plataformização do trabalho", e de como as formas de comunicação mudaram com o avanço da tecnologia.
Desde sempre, profissionais como médicos e arquitetos usaram formas de comunicação para divulgar seu trabalho, seja com panfletos, cartões de visita ou participando da mídia, como comentaristas e colunistas. O que vivemos hoje é uma intensificação desse movimento, com foco nas redes sociais.
A pesquisadora destaca que o movimento da plataformização do trabalho é diferente da uberização – que trata dos trabalhadores que dependem das plataformas (como motoristas e entregadores).
“Quando eu penso plataformização, estou falando de quase todo o mundo, porque em certa medida, todos nós somos impactados pela dinâmica das plataformas, já que elas penetram em várias camadas da nossa vida — saúde, trabalho e até relacionamentos amorosos”, diz.
De acordo com Issaaf, esse processo também muda a forma como profissionais se comunicam, se promovem e até se legitimam. “A mudança no mercado e na atuação profissional tem relação com a plataformização do trabalho”.
Para a pesquisadora, a pandemia de Covid foi um dos principais catalisadores desse movimento. Com o isolamento, muitos profissionais precisaram usar as redes como única forma de divulgar seus serviços e manter uma fonte de renda.
“Talvez a gente fosse viver tudo isso de alguma maneira, mas a gente está vivendo agora. Eu tenho a sensação que esse processo foi acelerado por conta da pandemia. A necessidade de a gente levar o trabalho para outros lugares”, afirma.
Outro ponto levantado pela especialista é que a nossa sociedade é organizada pelo imperativo da visibilidade. Esse fenômeno é uma convocação implícita, mas muito evidente, que o indivíduo precisa ser visto e reconhecido em tempo integral nas mídias sociais.
“Em uma sociedade da visibilidade, o sujeito que vive fora desse aspecto é invisibilizado. Não é à toa que a gente se espanta quando alguém diz que não tem redes sociais. Porque existe esse imperativo: é preciso estar visível. Então, não é estranho ouvir profissionais dizendo que, antes das redes sociais, se sentiam invisíveis na profissão”, explica.
Como as plataformas têm obrigado profissionais a produzir conteúdo nas redes.
Arte/g1
🤳🏼 ‘Chefe invisível’: o algoritmo
Quem passou a produzir conteúdo nas redes – mesmo que apenas para divulgar um serviço – também se tornou um trabalhador da plataforma. Isso significa estar submetido às regras invisíveis dos algoritmos, que definem o que pode ser falado, como e quando.
Issaaf destaca que as grandes plataformas digitais têm regras próprias, muitas vezes pouco transparentes, que influenciam diretamente quem produz conteúdo. Ela aponta que esses criadores acabam assumindo um “terceiro turno” de trabalho.
Esse patrão disfarçado é o algoritmo, “Quando começamos a divulgar algo nas plataformas, assinamos um contrato tácito. O algoritmo passa a ser esse chefe invisível, que decide se entrega ou não o nosso conteúdo, o que podemos ou não falar”, destaca Issaaf.
Ou seja: os profissionais precisam se adaptar a essas regras, que nem sempre estão claras, além das restrições éticas impostas pelos conselhos e regulamentações de cada classe. É o caso do médico infectologista Ricardo Kores, de Uberlândia, Minas Gerais.
O profissional ficou famoso nas mídias sociais ao falar de maneira leve e bem-humorada sobre temas considerados tabus, como as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), usando a internet como ferramenta de educação em saúde.
Porém, ele precisou se adaptar ao formato das plataformas.“Se eu usar os termos técnicos como ‘pênis’ ou ‘vagina’ nas redes sociais, o algoritmo bloqueia, interpretando como se fosse conteúdo pornográfico ou impróprio”, explica.
Por isso, o médico passou a usar analogias e frases bem humoradas, como “lavar o pirulito”, “fogo na bruschetta” e “cuidado com leite no olho”. Nas redes, Ricardo também passou a entrar em assuntos que estão bombando na internet, como o show da Lady Gaga.
Dessa forma, o infectologista se comunica de maneira acessível, especialmente com os jovens, público mais vulnerável às ISTs. “Como médicos, precisamos estar onde a sociedade está e hoje, é no meio digital, não há escapatória”, diz.
“O mundo vai mudando, a gente tem que se adaptar também, gostando ou não gostando”, completa o médico. Em 2022, quando chegou em Uberlândia e abriu o próprio escritório, Ricardo buscou nas redes uma forma de se apresentar à sociedade de forma mais direta.
O médico infectologista Ricardo Kores ficou famoso nas mídias sociais ao falar de maneira leve e bem-humorada sobre temas considerados tabus.
Reprodução/Instagram
O profissional percebeu que estar apenas em catálogos, por exemplo, não seria suficiente. “No catálogo, você vê só a foto e o nome, mas não sabe como a pessoa se comunica, como trabalha ou como se apresenta para a sociedade. Nossa cultura é muito mais humana”, completa.
Por não ter muito conhecimento sobre as mídias sociais, Kores fez parceria com um publicitário da região e passou a estudar as redes. Em apenas seis meses, após iniciar a presença digital, já percebeu o impacto.
O médico notou um aumento significativo na procura pelos serviços, tanto presencialmente quanto via telemedicina. Ele passou a receber mensagens de pacientes de várias partes do Brasil, e muitos relataram que os vídeos ajudaram a entender melhor sobre saúde.
Hoje, somente no Tiktok, Ricardo acumula mais de 470 mil seguidores e cerca de 12,7 milhões de curtidas em seus conteúdos. Por fazer vídeos curtos, as publicações ainda não monetizam e ele não recebe verba das redes.
Porém, Ricardo projeta lançar vídeos mais longos no YouTube, o que pode gerar uma renda extra. Através das redes, o infectologista também passou a ser conhecido e convidado para dar palestras em universidades.
O médico destaca que segue as regras do Conselho Federal de Medicina, que proíbe a autopromoção direta e a recomendação de medicamentos nas redes. “Não posso falar ‘venha se consultar comigo’ ou indicar remédios específicos. Todo conteúdo precisa ter caráter educativo”, explica.
🤑 Uma grana extra cai bem
Além de profissionais que buscam formas de divulgar um produto ou serviço nas mídias digitais, existem casos de trabalhadores que tentam conseguir, de fato, uma graninha extra para complemento de renda.
É o caso da professora Júlia Costa, de 28 anos, moradora de Itatiba e docente na rede municipal de Campinas, ambos no interior de São Paulo. Além de complementar a renda, ela encontrou nas mídias sociais uma forma de se motivar a continuar nas salas de aula.
Desde 2023, a docente do ensino fundamental compartilha atividades pedagógicas, rotinas e conteúdos voltados para outros professores. “Eu encontrei nas redes sociais uma forma de me motivar e continuar levando atividades diferenciadas para sala de aula”, explica.
Inicialmente, Júlia produzia conteúdo sem retorno financeiro, conciliando dois períodos de trabalho em escolas, dando aulas de manhã e à tarde, com a produção de conteúdos para as mídias sociais na parte da noite.
A rotina exaustiva logo se transformou: com a venda de atividades pedagógicas em PDF, ela passou a ganhar uma renda complementar. “Hoje, graças ao meu trabalho nas redes, consigo trabalhar só meio período na escola. Sem isso, seria impossível”, afirma.
A professora do ensino fundamental Júlia Costa complementa a renda através das redes sociais.
Reprodução/Instagram
As atividades vendidas são sequências didáticas, jogos e recursos pedagógicos, com valores entre R$ 5,90 e R$ 10. Além dessas, ela também compartilha materiais gratuitos, além de fazer publicidades e parcerias de marcas ligadas à educação.
Júlia explica que nunca teve problemas com a divulgação de conteúdos, pois não expõe imagens dos alunos ou revela a escola onde trabalha. Segundo ela, as famílias e colegas de trabalho reconhecem a importância do conteúdo e apoiam a sua presença online.
“Nunca mostrei nenhuma criança nas minhas redes sociais, então toda a gravação que eu faço é somente a minha imagem ou mostrando somente a atividade em si. Nunca fiz um conteúdo que possa ofender a família ou a escola que eu trabalho”, explica a professora.
💡Uso das redes sociais de forma ética e estratégica
Luana Carvalho, diretora de comunicação da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-SP), afirma que é importante tomar alguns cuidados ao compartilhar conteúdo do trabalho nas redes. Por isso, o profissional:
🚫 Não pode publicar dados confidenciais;
🚫 Evite compartilhar produtos ou serviços que são lançamentos;
🚫 Não postar a tela do computador;
🚫 Não divulgar reuniões estratégicas;
🚫 Evitar abordar assuntos polêmicos;
🚫 Tomar cuidado com erros de português;
🚫 Não compartilhar notícias falsas;
🚫 Não postar informações que exponham pessoas específicas sem autorização;
‼️Se for apontar algo que enxerga de errado na empresa ou na profissão, faça isso em tom mais genérico. Sem “falar mal” de nenhuma empresa ou pessoa específica;
‼️ Cuidado com o humor. Ele é uma excelente ferramenta de comunicação e conexão. Mas é importante analisar o tom do humor utilizado para não passar uma imagem infantil.
De acordo com a especialista, é um “desafio criar bons conteúdos com frequência sem exagerar na hora de expor situações do cotidiano e impactar negativamente em alguma dessas frentes de trabalho”.
É importante checar se a empresa ou cliente tem alguma política própria de restrições em relação à conteúdos compartilhados. Inclusive contratos de prestação de serviço podem ter esse tipo de cláusula.
A especialista ainda defende o que pode ser postado (sem medo):
✅ Reflexões próprias, que são originadas da sua vivência, mas não como se fosse uma verdade absoluta;
✅ Sugestões, dicas de estudo e conteúdo para quem se interessa na área que você trabalha;
✅ Contar histórias de outras pessoas desde que sejam autorizadas ou contadas de uma forma que seja impossível de identificar os personagens;
✅ Expectativas e planos de carreira e trabalho. Compartilhar metas e seu dia a dia de estudo, organização e trabalho.
✍🏽Dicas para quem está começando
Para quem pensa em produzir conteúdos sobre a profissão nas redes sociais, a especialista Luana Carvalho traz algumas dicas, como:
📲 Defina qual objetivo ao postar conteúdo nas redes: Ter isso muito claro e se lembrar o tempo todo. É muito fácil cair nas métricas de vaidade das mídias digitais, como seguidores e número de curtidas.
📈 Evite cair nas métricas: Engajamento não é a métrica mais relevante para fechar negócios, conseguir clientes ou promoções. Tem muito mais relação com conseguir atingir as pessoas certas.
👩🏽💻Com um objetivo claro, tudo fica mais leve: Ter esse objetivo claro desde o primeiro dia faz com que criar conteúdo seja muito mais leve e deixa a escolha das estratégias muito mais assertivas.
📝 Busque referências alinhadas ao seu propósito: Vale conhecer e seguir orientações de especialistas que também têm objetivos parecidos com o seu. Assim você tem acesso às estratégias que funcionam no seu caso.
➡️ Investir no aprendizado: Faça cursos e sempre esteja atualizado. O mercado criativo está em constante evolução com novas ferramentas técnicas que exigem um portfólio em constante atualização.
😎 Crie uma presença online que seja capaz de ser uma extensão do seu portfólio e habilidades. Tenha um portfólio de “Instagram”, performer como um TikToker e planeje a sua carreira como profissional do Linkedin.
🤞🏽 Invista em networking: busque conexões com outros profissionais on e offline.
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Mega-Sena, concurso 2.870: prêmio acumula e vai a R$ 40 milhões
Veja as dezenas sorteadas: 06 - 13 - 15 - 19 - 32 - 60. Quina teve 96 apostas ganhadoras; cada uma vai levar R$ 34.085,94. G1 | Loterias - Mega-Sena 2870
O sorteio do concurso 2.870 da Mega-Sena foi realizado na noite deste sábado (31), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas, e o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 40 milhões.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
Veja os números sorteados: 06 - 13 - 15 - 19 - 32 - 60
5 acertos - 96 apostas ganhadoras: R$ 34.085,94
4 acertos - 5.837 apostas ganhadoras: R$ 800,86
O próximo sorteio da Mega será na terça-feira (3).
Mega-Sena, concurso 2.870.
Reprodução/Caixa
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
Imposto de Renda 2025: 2,9 milhões não enviaram declaração no prazo; saiba o que acontece
Multa para quem não entregou é de, no mínimo, R$ 165,74 — e pode atingir 20% do imposto devido. A Receita Federal estimava 46,2 milhões de declarações, mas recebeu 43,3 milhões até a data limite. Imposto de Renda 2025: prazo terminou em 30 de maio.
Marcos Serra/ g1
O prazo para enviar a declaração do Imposto de Renda 2025 terminou às 23h59 desta sexta-feira (30). Ao todo, 43,3 milhões de contribuintes realizaram a entrega do documento até o horário limite, conforme balanço final divulgado pela Receita Federal.
O órgão estimativa um total de 46,2 milhões de declarações dentro do prazo neste ano. Com isso, cerca de 2,9 milhões de pessoas obrigadas a declarar não fizeram a entrega e estão sujeitas a multa por atraso.
O cálculo da multa é feito da seguinte forma:
Multa de 1% ao mês ou fração de atraso, calculada sobre o valor do imposto devido na declaração, ainda que integralmente pago, até um teto de 20%;
Multa mínima de R$ 165,74 (apenas para quem estava obrigado a declarar, mesmo sem imposto a pagar)
De acordo com a Receita Federal, o valor da multa começa a contar no dia seguinte ao término do prazo de entrega. Essa contagem é encerrada na data em que a declaração for enviada ou, caso isso não ocorra, na data do lançamento de ofício feito pelo órgão.
Veja outros detalhes do balanço divulgado neste sábado (31) pela Receita:
56,4% das declarações resultaram em imposto a restituir;
22,2% tiveram imposto a pagar;
21,2% ficaram sem imposto a pagar ou restituir;
50,3% dos contribuintes utilizaram a declaração pré-preenchida;
55,5% optaram pelo modelo simplificado de tributação.
6,9% das declarações foram retificadoras, enviadas para corrigir ou complementar informações
100% informaram rendimentos recebidos em 2024
Veja mais abaixo o que fazer caso você tenha perdido o prazo para entrega.
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Como regularizar a situação?
O modo de envio da declaração fora do prazo é o mesmo adotado para os documentos entregues dentro do período estipulado pela Receita Federal.
Assim, o contribuinte pode enviar a declaração pelo Programa Gerador da Declaração (PGD), disponível para download no computador, pelo aplicativo Meu Imposto de Renda ou ainda pelo e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte).
A principal diferença é que, ao enviar a declaração com atraso, o contribuinte recebe uma “Notificação de Lançamento da Multa”, acompanhada do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) para pagamento, além de orientações sobre o prazo e os procedimentos para regularizar a situação junto à Receita Federal.
Como pagar a multa?
A multa por entregar a declaração fora do prazo é obrigatória e deve ser paga por meio da emissão do Darf.
Se o pagamento da multa também estiver em atraso, a guia atualizada pode ser emitida na aba “Situação Fiscal”, disponível no portal e-CAC, por meio da consulta de dívidas e pendências fiscais.
A Receita concede até 30 dias para pagamento da multa e/ou do Imposto de Renda devido. Caso o pagamento não seja feito nesse prazo, haverá a aplicação de juro de mora, ajustado pela taxa básica de juros, a Selic.
O valor da multa poderá ser descontado da restituição — nos casos em que o contribuinte tiver imposto a restituir —, acrescido de juros.
O que acontece se eu não pagar a multa?
As multas não pagas — assim como o imposto devido que não é pago dentro do período de 30 dias da entrega em atraso — podem ser consideradas como dívidas e pendências fiscais.
Essa situação pode ser consultada na aba "Situação Fiscal" — documento que atesta a regularidade do contribuinte perante a Receita e que está disponível no e-CAC.
Após a inclusão da pendência no sistema, o valor da dívida pode ser inscrito em Dívida Ativa, por meio do Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal [Cadin], um banco de dados em que são registrados os nomes dos contribuintes responsáveis por débitos perante órgãos e entidades federais.
Caso o contribuinte tenha seu nome incluso no Cadin, seu CPF pode ter uma variedade de implicações (veja mais abaixo). A falta de pagamento de um imposto devido, em casos extremos, pode ser caracterizada como sonegação fiscal, ou seja, crime contra a ordem tributária.
O que acontece se eu não declarar?
Além da multa por atraso e de uma penalização e atualização monetária sobre o imposto a pagar nos casos em que for apurado algum valor, o contribuinte também pode ficar com o nome sujo e ter o CPF registrado como irregular no Cadin.
Caso isso ocorra, o CPF pode ter várias implicações, tais como:
O impedimento de emissão ou renovação de passaporte e carteira de trabalho, por exemplo;
A impossibilidade de realizar matrícula em instituições de ensino, bem como vedação da participação de concursos públicos;
Score de crédito impactado negativamente, dificultando ou mesmo impedindo a contratação de produtos e serviços financeiros;
Protesto em cartório e negativação do nome do contribuinte, além de pagamento de custas ao cartório para regularização;
A não emissão de Certidão Negativa de Débitos Relativos a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União (CND), requerida por exemplo para financiamento imobiliário;
Ação judicial de cobrança, por meio de execução fiscal;
Bloqueio de valores disponíveis em conta corrente e até bloqueio de outros bens, por conta de eventual execução da dívida;
Pagamento de custas judiciais e honorários decorrentes de eventual ação judicial iniciada pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.
Saiba o que mais pode acontecer clicando aqui.
Maio amarelo: veja dicas de direção defensiva, essenciais para sua segurança no trânsito
Para aprimorar sua condução, vale conferir as orientações de pilotos e instrutores consultados pelo g1. Maio amarelo: veja dicas de direção defensiva, essenciais para sua segurança no trânsito
Dirigir no trânsito exige atenção contínua. A adoção de hábitos que promovam a segurança de todos é fundamental para circular com mais tranquilidade. E isso inclui estar sempre preparado para o inesperado e agir de forma preventiva para evitar acidentes.
Segundo o último Atlas da Violência, divulgado em 12 de abril, o Brasil registrou aumento nas mortes no trânsito em 2023. Foram registradas 34.881 mortes no transporte terrestre, um aumento de 2,9% em relação às 33.894 ocorridas em 2022.
O aumento da frota de motocicletas — quase 39% das 397,8 mil vítimas fatais de acidentes de trânsito desde 2013 —, a falta de fiscalização e as más condições das vias são apontados como causas do agravamento do problema.
Por isso, é essencial que cada motorista faça a sua parte para evitar tragédias no trânsito. O g1 ouviu pilotos e instrutores para reunir as principais dicas de direção defensiva.
A seguir, confira algumas dicas fundamentais para uma condução mais segura.
Mantenha distância segura do veículo à frente;
Conheça bem o tipo de veículo que está dirigindo;
Use corretamente as luzes do carro, especialmente em situações de neblina;
Faça ultrapassagens apenas quando for seguro;
Redobre a atenção em pistas molhadas.
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Mantenha distância segura
Sistema BMW manterá distância de outro veículo automaticamente
Divulgação
Essa é uma das principais recomendações e um dos pilares da direção defensiva. A regra é simples: quanto maior a velocidade da via, maior deve ser a distância em relação ao veículo à frente.
O motivo é claro: em altas velocidades, a distância necessária para frear completamente em uma emergência aumenta consideravelmente. Além disso, manter um bom espaço à frente amplia sua visão do tráfego, permitindo antecipar ações e reagir com mais segurança.
“Às vezes, o motorista à frente pode estar distraído e não perceber que o trânsito está parando. Se você se antecipar, pode evitar um acidente”, orienta Rodrigo Hanashiro, piloto e instrutor da 2Drive, durante um evento de pilotagem promovido pela Porto Seguro.
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Conheça seu veículo
A segunda dica é conhecer bem as características do veículo que você dirige. Cada automóvel possui um comportamento diferente.
Uma picape de grande porte, com mais de duas toneladas e carregada, se comporta de maneira muito diferente de um carro esportivo, por exemplo.
É fundamental conhecer os limites do seu veículo e, igualmente, os seus próprios limites como motorista para garantir uma condução segura.
“É fundamental se posicionar corretamente no banco, com todos os comandos ao alcance das mãos e boa visibilidade do painel”, explica Hanashiro, da Porto Seguro.
“O ideal é ter uma visão clara da frente do veículo e manter o olhar no ponto futuro, ampliando o campo de visão e direcionando a atenção para onde se deseja ir.”
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Use corretamente as luzes
Faróis desregulados ofuscam a visão de outros motoristas
Vinicius Montoia | g1
Usar corretamente as luzes do veículo é essencial, especialmente à noite, para garantir sua segurança e a dos demais usuários da via.
O uso do farol baixo durante a noite, por exemplo, permite enxergar melhor a estrada e também ser visto pelos outros motoristas.
O mesmo vale para as luzes traseiras, como as de posição e de freio. Verificar se estão funcionando corretamente é fundamental para que os demais motoristas consigam identificar a posição e as intenções do seu veículo.
As luzes indicadoras de direção, ou setas, também devem estar em perfeito funcionamento e ser claramente visíveis.
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Faça ultrapassagens com segurança
Ultrapassar exige atenção redobrada e respeito às normas de trânsito. Sinalizar a intenção de mudar de faixa, seja para a direita ou para a esquerda, é um princípio básico da direção segura.
Se for realizar uma ultrapassagem em local permitido, sinalize com antecedência usando a seta. Antes de iniciar a manobra, verifique pelo retrovisor se outro veículo não está tentando ultrapassá-lo ao mesmo tempo.
O procedimento seguro inclui:
Sinalizar e verificar o tráfego ao redor;
Reduzir a marcha, se necessário, para ganhar potência;
Executar a ultrapassagem com agilidade;
Sinalizar novamente ao retornar à faixa original.
⚠️ Jamais realize ultrapassagens em subidas ou curvas. Nessas situações, a visibilidade é extremamente limitada, aumentando significativamente o risco de colisão com veículos que vêm em sentido contrário.
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Cuidado extremo em pista molhada
A quinta dica chama atenção para os perigos das pistas molhadas. Sob chuva ou em vias úmidas, diversos aspectos da segurança são comprometidos: a aderência dos pneus ao asfalto, a visibilidade e a capacidade de frenagem do veículo.
Um risco comum nessas condições é a aquaplanagem, que ocorre quando há lâminas de água sobre a pista. Ela costuma acontecer em trechos planos, especialmente quando há excesso de velocidade ou pneus desgastados.
“Para evitar ou sair de uma situação de aquaplanagem, a orientação é clara e essencial: reduza a marcha gradualmente para diminuir a velocidade. Em nenhuma hipótese pise no freio”, alerta Bruno Cintra, instrutor de direção defensiva e evasiva, durante evento da Talent Driver
“O ideal é movimentar levemente o volante de um lado para o outro, permitindo que o carro reduza a velocidade e recupere a estabilidade. Acionar os freios durante a aquaplanagem pode resultar na perda total de controle do veículo.”
Dica bônus: luz de neblina traseira
Faróis dos carros sob névoa
Reprodução/TV Globo
Em determinadas épocas do ano ou regiões, a neblina é comum e compromete significativamente a visibilidade.
Nesses casos, o ideal é utilizar os faróis baixos, pois os faróis altos podem refletir na neblina e prejudicar ainda mais a visão. Para reduzir os riscos, é fundamental diminuir a velocidade.
Apesar do nome, a luz de neblina traseira tem uma função muito específica e deve ser usada apenas em situações de neblina intensa. Fora dessas condições, seu uso pode ofuscar os motoristas que vêm atrás.
Atitude essencial no trânsito
Além das técnicas específicas, desenvolver inteligência emocional é fundamental para uma direção defensiva eficaz.
“Você deve dirigir por você e pelos outros. Mesmo que esteja com a razão e o outro motorista cometa um erro, o mais seguro é deixá-lo seguir. Essa atitude ajuda a evitar tragédias no trânsito. Paciência é essencial ao volante”, orienta Cintra, instrutor de direção defensiva.
Lula enfrentará ano eleitoral em 2026 com fortes restrições a gastos do governo, preveem economistas
Espaço do governo para despesas se reduz ano a ano por conta do limite do arcabouço fiscal e das metas para as contas públicas. Economistas veem cenário complicado em 2026 e possível paralisia do governo eleito em 2027. Presidente Lula e Ministro da Fazenda Fernando Haddad.
TON MOLINA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Se o governo já está encontrando dificuldades para cumprir despesas neste ano, o cenário de restrições para os gastos públicos vai piorar em 2026 — marcado por eleições para deputados, senadores e presidente da República.
A opinião é de economistas ouvidos pelo g1 (leia mais abaixo).
A líderes da Câmara, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que buscará sua reeleição no próximo ano. A decisão, no entanto, não foi formalizada pelo presidente, apesar de falas do primeiro escalão durante eventos de governo.
🔎Como está o cenário?
A explicação é que os gastos obrigatórios, que têm regras específicas fixadas em leis, continuarão crescendo nos próximos anos — mesmo considerando o alívio trazido pelo pacote de cortes de gastos do fim de 2024.
Como os gastos totais do governo não podem crescer acima de 2,5% ao ano (acima da inflação), norma do arcabouço fiscal, a previsão é que as despesas obrigatórias ocupem todo espaço dos gastos livres nos próximos anos.
Entre os gastos livres, cujo espaço cairá ano a ano, estão: investimentos em infraestrutura, verbas para a defesa agropecuária, bolsas do CNPq e da Capes, emissão de passaportes, fiscalização ambiental e do trabalho escravo, e o Farmácia Popular.
Além disso, o governo também busca cumprir as metas fiscais, que preveem equilíbrio das contas públicas neste ano e superávit em 2026 (com bandas de tolerância e abatimento de precatórios).
Cortes no orçamento e aumento do IOF têm objetivo de tentar cobrir um rombo das contas públicas
Dificuldades do governo
Recentemente, equipe econômica anunciou um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no Orçamento de 2025 e elevou IOF.
O objetivo foi cumprir o limite de gastos do arcabouço fiscal, a regra para as contas públicas, e tentar atingir a meta fiscal de 2025.
💲Sem o aumento do IOF, que está sendo fortemente contestado pelo setor produtivo, financeiro e por parlamentares, o governo terá de elevar a arrecadação (com alta de impostos ou redução de subsídios), ou bloquear ainda mais despesas orçamentárias.
Isso porque os recursos adicionais do aumento do IOF já estão sendo considerados na projeção de arrecadação deste ano.
Sob forte pressão, a equipe econômica já admite que está avaliando alternativas ao aumento do IOF.
Com isso, os recursos para os gastos dos ministérios, que já estão comprimidos, poderão cair ainda mais neste ano.
Para 2026, o espaço para os gastos livres será menor ainda por conta do crescimento de gastos previdenciários (impulsionados pelo aumento do salário mínimo) e assistenciais, como o Benefício de Prestação Continuada.
E, em 2027, pode haver uma paralisia do Estado, sem espaço para investimentos, ações importantes do governo e até mesmo dinheiro para pagar despesas básicas, como água e luz dos ministérios, levando à uma mudança do arcabouço fiscal, a regra para as contas públicas.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fala em coletiva de imprensa sobre o bloqueio do Orçamento e elevação do IOF
Diogo Zacarias/MF
🔍Veja abaixo as análises
Reforma ampla do gasto obrigatório
Para Solange Srour, diretora de Macroeconomia no UBS Global Wealth Management, 2025 não deve trazer dificuldades para o governo realizar investimentos, mas o cenário de espaço para gastos no próximo ano é "mais complicado".
"O tamanho do contigenciamento e bloqueio esse ano pareceu justo. O problema é que no ano que vem ele [bloqueio de despesas] terá que ser maior e isso é ainda mais complicado em ano eleitoral", pondera a especialista.
"Para 2025, a necessidade de novos contigenciamentos vai depender do que vai o ocorrer com o IOF, agora que a discussão da sua derrubada ganhou força no Congresso", afirma.
Assim como outros analistas, a economista avaliou que se faz necessário uma reforma ampla do gasto obrigatório por meio de mudanças de leis.
"Isso envolveria a regra do salário mínimo, a indexação da Educação e Saúde e uma nova reforma da Previdência. Não vejo espaço político para isso ser feito em 2025 e 2026. Não adianta mudar o arcabouço sem fazer essas modificações. Ele se mostraria não factível ao longo do tempo, como acontece com o atual", acrescenta.
'Fortes emoções para 2026'
Para Felipe Salto, economista-chefe e sócio da Warren Investimentos, o governo conseguirá executar um nível mínimo de despesas discricionárias (gastos livres dos ministérios) neste ano, evitando o chamado "shutdown", ou seja, a paralisia da máquina pública.
Mas, o ex-diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado Federal, prevê "fortes emoções" para 2026 com a compressão dos gastos livres dos ministérios.
Ele lembra que a meta é de um superávit de 0,25% do PIB em 2026, podendo chegar a um déficit com a banda existente e com o abatimento de precatórios. Mesmo assim, calcula que ainda faltam R$ 50 bilhões para atingir o objetivo mínimo.
"Trocando em miúdos, o ano que vem está longe de se resolver e o governo precisará mostrar como equacionará o problema. Além disso, é ano eleitoral e as pressões por gastos, reajuste e coisas do gênero só estão começando. Hoje, não vejo outra saída a não ser alterar a meta fiscal de 2026 quando do envio do PLOA, em agosto, prazo constitucional", declara.
O economista avalia que não há mais espaço para ficar discutindo apenas as regras fiscais, diz que o desafio é promover uma reforma orçamentária "digna desse nome" e reduzir a rigidez do gasto (diminuir gastos obrigatórios).
Ele opina que o momento político para isso só será em 2027, independente de quem ganhe as eleições.
"Não é possível administrar um país com um Orçamento em que 94% das despesas estão dadas. É um piloto automático em que o governo já não manda mais nada. Só administra correções inerciais e vinculações. Enquanto isso, o Congresso se movimenta e expande a ingerência sobre o Orçamento, por meio das emendas impositivas. É uma sandice o que temos hoje no Brasil. Só mesmo com uma reforma ampla para mudar isso. Uma reforma constitucional, inclusive", conclui.
Análise: polêmica do IOF fragiliza gestão de Haddad?
Cenário de rigidez
A economista Zeina Latif, sócia da Gibraltar Consulting, lembra que o governo conta, no orçamento de 2026, com uma arrecadação adicional de R$ 118 bilhões, considerada de difícil confirmação por analistas, além de excluir R$ 55 bilhões em precatórios (sentenças judiciais) da meta fiscal.
"O pessoal da IFI [Instituição Fiscal Independente], os especialistas de uma forma geral, falam que se precisa de 0,7% do PIB, que dá uns R$ 80 e tantos bilhões para despesas para custeio, que está no item de despesa discricionária [livre]. Mas, que acaba tendo um certo grau de rigidez, porque se tem ali o custeio da máquina. Inclusive coisas como o consumo dos órgãos [como luz, água]", opina.
A previsão, segundo ela, é que não haja "folga alguma" em 2026. "Realmente você começa a comprometer várias políticas públicas".
Para evitar esse cenário, a economista diz que o governo teria de ter "abraçado" uma agenda com medidas mais agressivas de contenção de despesas obrigatórias desde o início do governo, envolvendo mudanças de leis pelo Congresso Nacional.
"Não é uma coisa que você consegue rapidamente tirar da cartola. Eu não vejo espaço para grandes contenções, acaba batendo mesmo em emendas parlamentares, eu não consigo avaliar o quanto. Mas é inevitável [uma agenda de contenção de despesas obrigatórias]", acrescentou Zeina Latif.
Peso do ano eleitoral
Bruno Funchal, CEO da Bradesco Asset Management, lembra que, em 2020, ano marcado por restrições por conta do antigo teto de gastos, o espaço para gastos livres (discricionários) dos ministérios estava em menos de R$ 70 bilhões.
Nesse contexto, o governo optou por reduzir fortemente os investimentos públicos em 2019 e em 2020, apostando no aumento de concessões e Parceria Público Privadas (PPPs).
"Então aí depende do que você considera o 'shutdown' [paralisia do Estado], né. Se for para reduzir o tamanho de alguns programas, de fato precisa reduzir. Agora para parar ministérios, acho que tem muito espaço ainda e é possível contingenciar [bloquear recursos]. É factível [a execução orçamentária em 2026]", avalia.
Ele acrescenta, porém, que o fato de ser um ano eleitoral pesa para qualquer governo, independente de seu posicionamento poítico.
"O problema é que você tem todas as dificuldades de um ano eleitoral. É sempre mais difícil, independente de qual que é o governo, de direita, de esquerda. Por isso que traz um pouco mais de incerteza em relação à sustentabilidade do arcabouço", explica.
"Só que vai acabar usando menos recursos. E, fiscalmente, vai ser um ano de menos gasto das despesas discricionárias. E ali dentro tem investimento, tem Minha Casa, Minha Vida, várias coisas que não conversam com ano eleitoral. Esse é o desafio", acrescenta Funchal.
Para o analista, a grande reforma fiscal que o governo precisa fazer é reduzir os gastos obrigatórios para trazer previsibilidade à trajetória das despesas e ao endividamento público.
Ele cita como foco as despesas previdenciárias, o formato de correção do salário mínimo (que sobe acima da inflação, pressionando gastos obrigatórios); os mínimos constitucionais de saúde e educação e uma reforma administrativa.
Educação Financeira #313: como incluir a família nos negócios sem gerar problemas em casa e para a empresa?
Neste episódio, Adriana Restum e Belle Restum compartilham sua experiência à frente da Planet Girls e dão dicas valiosas para quem quer empreender em família sem perder o equilíbrio. Segundo o IBGE, 90% das empresas brasileiras são familiares. Além de representarem a maioria, também são as que mais geram empregos no país. E não é raro ver pessoas querendo empreender ao lado de parentes, seja por afinidade, confiança ou vontade de construir algo em conjunto.
É o caso da empresária Adriana Restum, fundadora da marca de roupas Planet Girls, e de sua filha Belle Restum, atual CEO da empresa. Para elas, empreender em família pode ser muito positivo, especialmente pela parceria, proximidade e valores em comum.
Mas esse tipo de negócio também exige atenção. Questões como diferenças de opinião, estilos de liderança e decisões estratégicas podem gerar conflitos — tanto no trabalho quanto em casa.
No terceiro episódio da nova temporada do podcast Educação Financeira, Adriana e Belle compartilham sua experiência à frente da Planet Girls e dão dicas para quem quer empreender em família sem perder o equilíbrio.
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O que são podcasts?
Podcasts são episódios de programas de áudio distribuídos pela internet e que podem ser apreciados em diversas plataformas — inclusive no g1, no ge.com e no gshow, de modo gratuito.
Os conteúdos podem ser ouvidos sob demanda, ou seja, quando e como você quiser!
Geralmente, os podcasts costumam abordar um tema específico e de aprofundamento na tentativa de construir um público fiel.
Como gerir uma empresa em família? Mãe e filha, donas da Planet Girls, contam sua história
Adriana e Belle Restum contam em entrevista ao podcast Educação Financeira como tem sido a experiência de gerir a empresa juntas e dão dicas das boas práticas no trabalho em família. Adriana Restum (à esquerda) e sua filha Belle (à direita), donas da Planet Girls
Fabio Tito/g1
A maioria das empresas brasileiras, cerca de 90%, são classificadas como familiares, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além de serem as mais numerosas, também são as que mais empregam pessoas no país.
Além de grandes e antigos nomes no mercado que mantêm essa tradição familiar, não é incomum ouvir pessoas dizendo que querem começar um negócio com seus parentes.
A empresária Adriana Restum, fundadora da marca de roupas Planet Girls, e sua filha Belle Restum, atual CEO da empresa, acreditam que empreender em família pode ser uma experiência muito positiva, devido à parceria, proximidade e valores compartilhados entre os familiares.
Elas ressaltam, porém, a importância de ter cuidado com alguns fatores que podem gerar conflitos na gestão do negócio e em casa, como a forma de impor opiniões, discordar da visão do outro e os processos de decisões estratégicas.
Em entrevista ao terceiro episódio da nova temporada do podcast Educação Financeira, que aborda lições de histórias de empreendedores de sucesso, mãe e filha compartilham sua experiência de gerir a empresa juntas e dão dicas sobre boas práticas no trabalho em família.
Veja a entrevista na íntegra ou outros cortes do episódio mais abaixo:
Como incluir a família nos negócios sem gerar problemas em casa e para a empresa?
Como a parceria entre mãe e filha começou
Como evitar atritos na gestão de uma empresa familiar
Dicas para lidar com ideias diferentes entre os familiares em um negócio
Como a parceria entre mãe e filha começou
Adriana e Belle Restum falam sobre como iniciaram parceria de mãe e filha na Planet Girls
Adriana Restum, que já trabalhava na área de moda desde adolescente, fundou a Planet Girls em 1997 e desenvolveu um negócio apoiado em um varejo físico forte, com vendas principalmente em lojas de shopping.
A empresa se tornou um sucesso nos anos 2000, influenciada por atrizes e outras celebridades famosas na época que usavam as peças da marca.
Com o passar dos anos, a Planet teve alguns altos e baixos, e Adriana conta que quase quebrou duas vezes, devido à queda na procura dos consumidores e redução no número de vendas. Nos últimos anos, a presença da marca diminuiu, principalmente pelo pouco entendimento de Adriana sobre o comércio virtual.
Foi aí que Belle entrou. Vendo a empresa com dificuldade em recuperar uma maior fatia do mercado de moda feminina para jovens, ela propôs à mãe uma iniciativa nas redes sociais, fazendo vídeos contando a história da Planet e mostrando os looks da marca.
A parceria começou em meados de 2023, e Belle sempre dizia que era "a filha da dona da Planet Girls" para engajar o público. O primeiro vídeo alcançou 6 milhões de visualizações.
Para mãe e filha, a ideia deu certo porque as adolescentes e jovens dos anos 2000 se identificaram e recuperaram um "apego emocional" com a marca, gerando repercussão nas redes e espalhando o conceito da marca para outros públicos e gerações mais novas.
Com o sucesso da estratégia digital, Belle começou a ajudar em todo o marketing da empresa, reposicionando a mensagem nas redes sociais para atrair o consumidor mais jovem, que sempre foi o público-alvo da marca.
Logo, também passou a contribuir na criação de peças para a Planet, com base nas tendências que percebia nas redes e entre as gerações mais jovens. Segundo Adriana, a filha "teve um olhar que se comprovou em números" e ajudou a revitalizar a empresa.
No fim de 2024, Adriana e Belle decidiram trocar os papéis, e a filha assumiu o cargo de CEO da companhia. A mãe, que disse entender que já não refletia mais o público que a marca busca alcançar, agora atua na empresa como parte da gestão e administração.
Belle Restum fala sobre decisão de assumir a Planet Girls
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Como evitar atritos na gestão de uma empresa familiar
Donas da Planet Girls falam sobre como evitar atritos na gestão de uma empresa familiar
Apesar do sucesso na parceria entre mãe e filha, elas admitem que nem tudo foi tão simples. Adriana relata que, no início, quando Belle a alertava sobre o posicionamento digital da Planet Girls, ela se sentia "até magoada".
Mas esse processo de interagir em uma relação profissional, além de familiar, ensinou pontos importantes sobre como expor ideias, discordar de opiniões e lidar com conflitos.
"Eu acho que todos nós temos que ter um olhar para a marca. Ter atrito, tem. Só que o que eu sempre falo é que a gente tem que deixar o ego de lado e olhar para a marca", pontua Adriana.
Segundo a empresária, há ocasiões em que elas discutem e discordam uma da outra. "Vários produtos que ela apostou, eu não estava apostando", conta.
Belle dá um exemplo: queria lançar uma coleção de roupas com estampa de oncinha, mas a mãe achava uma má ideia porque já havia tentado isso há alguns anos e não teve sucesso.
Em meio ao atrito, resolveram fazer pesquisas e Belle comprovou que aquilo era uma tendência. Começaram com um teste de 200 peças e, vendo que funcionava, expandiram a produção.
"A gente quer resultado. Então a gente foca nisso: ter resultado", afirma Belle.
Adriana reconhece que pode ser um desafio "não levar para casa" qualquer discordância no ambiente profissional. Mas considera que, ao colocar o melhor interesse da marca em primeiro lugar, fica mais fácil entender que um posicionamento diferente não é um "ataque pessoal".
Ela também destaca a importância de manter sempre o respeito profissional em qualquer conversa, porque a outra pessoa, apesar de ser um familiar, também está ali trabalhando.
As duas comentam que o hábito de estudarem juntas temas importantes para o negócio tem facilitado a tomada de decisões pensando no bem da empresa.
Elas participam de congressos e eventos de empreendedorismo, negócios e marketing juntas para se atualizarem com o que há de mais novo no mercado. Esse conhecimento compartilhado se transforma em um entendimento mais próximo sobre as questões importantes para a marca.
Além disso, costumam compartilhar conhecimentos em que uma é mais "forte" que a outra. Adriana, por exemplo, está ensinando mais sobre questões administrativas para a filha, enquanto Belle foca em mostrar as melhores estratégias de marketing para a mãe.
Belle Restum fala sobre como é trabalhar na mesma empresa que o irmão
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Dicas para lidar com ideias diferentes entre os familiares em um negócio
Adriana Restum dá dicas para lidar com ideias diferentes num negócio em família
Com base em sua experiência trabalhando juntas, Adriana e Belle deixaram algumas dicas sobre como agir da melhor maneira possível em uma discussão que envolve opiniões diferentes:
Coloque-se no lugar do outro antes de reagir: entender a perspectiva da outra pessoa pode ajudar a reduzir desentendimentos.
Escute antes de fala: ouvir com atenção é o primeiro passo para qualquer diálogo produtivo, então vale não interromper e evitar formular respostas enquanto o outro fala.
Controle o ego: é importante reconhecer quando o ego e outras questões pessoais estão te impedindo de ouvir de forma atenta e aberta o que a outra pessoa está dizendo.
Seja cuidadoso ao expressar discordâncias: ao discordar do outro, escolha palavras que não machuquem, porque o tom e a forma como algo é dito fazem toda a diferença, afinal, além do trabalho, também são familiares.
Verifique se o outro está te entendendo e adapte sua forma de se comunicar: se a outra pessoa não entender sua visão, tente explicá-la de outra maneira — ter paciência também faz parte do processo.
Vocês podem estar dizendo a mesma coisa: às vezes, as pessoas estão de acordo, mas expressam as ideias de forma diferente. Tente identificar se esse é o caso.
Dê uma pausa quando os ânimos se exaltarem: se a conversa esquentar, faça uma pausa, tome água, respire fundo e espere os nervos esfriarem antes de continuar.
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Correios registram prejuízo de R$ 1,7 bilhão no 1º trimestre de 2025; valor é 115% maior que em 2024
Este é o pior começo de ano da empresa desde 2017, quando os dados começaram a ser divulgados. Fluxo de caixa preocupa empresa. Agência dos Correios em Campo Grande.
Renata Fontoura/TV Morena
Os Correios divulgaram nesta sexta-feira (30) as demonstrações financeiras do 1º trimestre de 2025 com um prejuízo de R$ 1,7 bilhão. Este é o pior começo de ano da empresa desde 2017, quando os dados começaram a ser divulgados.
O prejuízo é 115% maior do que o registrado no mesmo período de 2024, quando o déficit foi de R$ 801 milhões. Este é o décimo primeiro trimestre seguido de prejuízo dos Correios, nove deles foram sob a gestão do atual presidente, Fabiano Silva.
Mesmo com um resultado tão negativo, a empresa não justificou as causas e os impactos que o prejuízo auferido nos três primeiros meses do ano tiveram nas operações. Apenas justificou, em nota explicativa às demonstrações, que "a continuidade operacional para 2025 está assegurada".
"A continuidade operacional dos Correios para o ano de 2025 está assegurada por uma série de fatores estratégicos e estruturais que fortalecem a sua posição no mercado e garantem a prestação de serviços essenciais à sociedade", aponta o relatório.
Fluxo de Caixa
Uma situação que preocupa a empresa é o fluxo de caixa. Em 2024 a situação econômica da empresa se agravou tanto que o presidente trocou a diretora económico-financeira no começo deste ano.
O principal fator é a redução da liquidez financeira da empresa.
De acordo com as Demonstrações Financeiras de 2024 divulgadas no começo do mês, a empresa utilizou R$ 2.9 bilhões do dinheiro que estava no caixa e em aplicações financeiras, totalizando 92% do que estava aplicado em 2023.
Na apresentação mais recente, deste trimestre, o valor caiu ainda mais, com a empresa apresentando apenas R$ 126 milhões para cumprir com suas obrigações financeiras mensais.
A empresa tomou dois empréstimos no final do ano passado, num total de R$ 550 milhões, justamente para tentar manter as operações normais, mas internamente fontes ouvidas pelo g1 apontam que a empresa espera tomar um novo empréstimo, de bilhões de reais, para conseguir continuar a operar.
Essa escassez de dinheiro faz com que os Correios atrasassem repasses e pagamentos aos envolvidos no processo de geração de receita da empresa.
Com isso, desde o começo de abril, transportadoras que prestam serviço para os Correios estão paralisadas ou trabalhando em um ritmo mais lento, o que resulta em uma demora maior para o envio e entrega de encomendas.
No começo do ano, a empresa também atrasou o repasse da comissão das agências conveniadas – franqueados que prestam serviço de recebimento e despacho de encomendas.
Outro serviço afetado foi os repasses da mantenedora ao plano de saúde dos funcionários, que acabou sendo prejudicado fazendo com que algumas redes hospitalares suspendessem o atendimento.
Em um trecho das notas explicativas apresentadas junto com as demonstrações financeiras, a empresa até aponta que não está fazendo os pagamentos conforme o acordo firmado, mas sim de acordo com as "disponibilidades financeiras".
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Medidas para contornar a situação
Três dias após anunciar o rombo bilionário nas contas de 2024, os Correios divulgaram uma lista de medidas a serem tomadas para conseguir contornar a situação financeira e tentar gerar economia de R$ 1,5 bilhão.
O diretor de Gestão de Pessoas dos Correios, Getúlio Marques Ferreira, justificou em um ofício enviado a todas as áreas que as propostas para diminuir despesas da empresa são "essenciais" para a "realidade atual" e para manter a "viabilidade da empresa".
"Essas ações são essenciais para a adequação da empresa à realidade atual e visam assegurar sua viabilidade de forma eficiente e sustentável", afirmou Ferreira.
As medidas tomadas pela empresa são:
➡️Revisão da estrutura dos Correios Sede: redução de pelo menos 20% do orçamento de funções (redução dos cargos comissionados);
➡️Incentivo à redução da jornada de trabalho: diminuição do horário de trabalho para 6 horas diárias e 34h semanais. Atualmente, são 8h diárias e 44h semanais;
➡️Suspensão temporária de férias: a partir de 1º de junho de 2025, referente ao período aquisitivo deste ano. As férias voltarão a ser usufruídas a partir de janeiro de 2026;
➡️Prorrogação das inscrições para o Programa de Desligamento Voluntário (PDV): até 18 de maio de 2025, mantendo os atuais requisitos de elegibilidade;
➡️Incentivo à transferência, voluntária e temporária, de agente de correios: o pagamento do adicional de atividade será o mais vantajoso para empregados;
➡️Convocação para o retorno ao regime de trabalho presencial: todos os empregados devem retornar ao trabalho presencial a partir de 23 de junho de 2025, com exceção daqueles protegidos por decisão judicial;
➡️Lançamento de novos formatos de planos de saúde: a escolha da rede credenciada será dialogada com as representações sindicais. A economia estimada será de 30%;
➡️Lançamento do marketplace próprio ainda em 2025;
➡️Captação de R$ 3,8 bilhões com o New Development Bank (NDB), para investimentos internos.
Além delas, no dia seguinte ao anúncio a empresa divulgou uma nova listagem de medidas que serão tomadas para buscar reverter os seguintes resultados negativos nos últimos anos.
Para alcançar esse objetivo, a empresa pretende adotar mais medidas de contenção de gastos como:
➡️Compartilhamento de unidades operacionais;
➡️Venda de imóveis ociosos;
➡️Redução de custos com manutenção;
➡️Otimização da malha operacional e logística;
➡️Revisão de contratos nas 10 maiores Superintendências Estaduais;
➡️Reestruturação da rede de atendimento;
➡️Aprimoramento da malha de transporte aéreo e terrestre.
Além de reduzir gastos operacionais, os Correios esperaram elevar o lucro com as operações em R$ 3,1 bilhões, movidos pelas seguintes medidas:
➡️Segmento internacional e encomendas: expansão de negócios com novos modelos operacionais, políticas de precificação customizadas e fortalecimento da atuação comercial;
➡️Setor público: novas soluções de logística e mensagens para órgãos públicos (educação, saúde, gestão documental, e-commerce público);
➡️Novos clientes: expansão e incentivo a clientes de pequeno e médio portes e vendedores do comércio eletrônico;
➡️Varejo: rentabilização dos canais físicos e ampliação de produtos e serviços de terceiros.
Sindicatos contrários
A Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect) enviou uma carta para o presidente dos Correios, Fabiano Silva, pedindo a suspensão de algumas das medidas que afetam diretamente os funcionários.
Entre os argumentos, a Findect pede que os Correios ofereçam mais garantias jurídicas que possibilitem a segurança dos funcionários.
"Entendemos como válida a iniciativa de propor a redução de jornada como alternativa de economia. Contudo, solicitamos que a ECT formalize um compromisso de que todo(a) empregado(a) que optar pela redução possa, a qualquer tempo, retornar à jornada de 8 horas diárias, mediante simples solicitação, sem que haja qualquer negativa por parte da empresa", justificou a federação dos sindicatos.
Com relação ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV), a Findect pede que os Correios convoquem os aprovados no último concurso público antes de efetivar os desligamentos para que não haja déficit de funcionários e prejudique o funcionamento das atividades.
Já sobre a suspensão das férias, a Federação de sindicatos manifestou "preocupação" com o impacto da medida na vida dos funcionários, já que muitos só têm o período de recesso escolar para poder viajar com os filhos em idade escolar.
"Solicitamos que nenhuma solicitação de manutenção de férias seja indeferida sem diálogo prévio com os sindicatos, por meio das Mesas Regionais de Negociação Permanente (MRNP) ou da MNNP, conforme o caso", afirmou.
Mega-Sena pode pagar R$ 31 milhões neste sábado
Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O concurso 2.870 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 31 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h deste sábado (31), em São Paulo.
No concurso da última quinta-feira (29), nenhuma aposta levou o prêmio máximo.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega-Sena tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Imposto de Renda 2025: saiba o que fazer se você perdeu o prazo para enviar a declaração
Multa para quem não entregou é de, no mínimo, R$ 165,74, mas pode atingir 20% do imposto devido. Imposto de Renda 2025: prazo terminou em 30 de maio.
Marcos Serra/ g1
O prazo para enviar a declaração do Imposto de Renda 2025 terminou nesta sexta-feira (30). Portanto, quem é obrigado a declarar e não enviou o documento em tempo está agora em dívida com o Leão.
Segundo informações da Receita Federal, no caso de apresentação da declaração após o prazo previsto ou da não entrega do documento, o contribuinte fica sujeito ao pagamento de multa por atraso, calculada da seguinte forma:
Multa de 1% ao mês ou fração de atraso, calculada sobre o valor do imposto devido na declaração, ainda que integralmente pago, até um teto de 20%;
Multa mínima de R$ 165,74 (apenas para quem estava obrigado a declarar, mesmo sem imposto a pagar)
A recomendação é que o contribuinte regularize sua situação o quanto antes. De acordo com a Receita Federal, o valor da multa começa a contar no dia seguinte ao término do prazo de entrega. Essa contagem é encerrada na data em que a declaração for enviada ou, caso isso não ocorra, na data do lançamento de ofício feito pelo órgão.
Veja abaixo o que fazer caso você tenha perdido o prazo para entrega.
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Como regularizar a situação?
O modo de envio da declaração fora do prazo é o mesmo adotado para os documentos entregues dentro do período estipulado pela Receita Federal.
Assim, o contribuinte pode enviar a declaração pelo Programa Gerador da Declaração (PGD), disponível para download no computador, pelo aplicativo Meu Imposto de Renda ou ainda pelo e-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte).
A principal diferença é que, ao enviar a declaração com atraso, o contribuinte recebe uma “Notificação de Lançamento da Multa”, acompanhada do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) para pagamento, além de orientações sobre o prazo e os procedimentos para regularizar a situação junto à Receita Federal.
Como pagar a multa?
A multa por entregar a declaração fora do prazo é obrigatória e deve ser paga por meio da emissão do Darf.
Se o pagamento da multa também estiver em atraso, a guia atualizada pode ser emitida na aba “Situação Fiscal”, disponível no portal e-CAC, por meio da consulta de dívidas e pendências fiscais.
A Receita concede até 30 dias para pagamento da multa e/ou do Imposto de Renda devido. Caso o pagamento não seja feito nesse prazo, haverá a aplicação de juro de mora, ajustado pela taxa básica de juros, a Selic.
O valor da multa poderá ser descontado da restituição — nos casos em que o contribuinte tiver imposto a restituir —, acrescido de juros.
O que acontece se eu não pagar a multa?
As multas não pagas — assim como o imposto devido que não é pago dentro do período de 30 dias da entrega em atraso — podem ser consideradas como dívidas e pendências fiscais.
Essa situação pode ser consultada na aba "Situação Fiscal" — documento que atesta a regularidade do contribuinte perante a Receita e que está disponível no e-CAC.
Após a inclusão da pendência no sistema, o valor da dívida pode ser inscrito em Dívida Ativa, por meio do Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal [Cadin], um banco de dados em que são registrados os nomes dos contribuintes responsáveis por débitos perante órgãos e entidades federais.
Caso o contribuinte tenha seu nome incluso no Cadin, seu CPF pode ter uma variedade de implicações (veja mais abaixo). A falta de pagamento de um imposto devido, em casos extremos, pode ser caracterizada como sonegação fiscal, ou seja, crime contra a ordem tributária.
O que acontece se eu não declarar?
Além da multa por atraso e de uma penalização e atualização monetária sobre o imposto a pagar nos casos em que for apurado algum valor, o contribuinte também pode ficar com o nome sujo e ter o CPF registrado como irregular no Cadin.
Caso isso ocorra, o CPF pode ter várias implicações, tais como:
O impedimento de emissão ou renovação de passaporte e carteira de trabalho, por exemplo;
A impossibilidade de realizar matrícula em instituições de ensino, bem como vedação da participação de concursos públicos;
Score de crédito impactado negativamente, dificultando ou mesmo impedindo a contratação de produtos e serviços financeiros;
Protesto em cartório e negativação do nome do contribuinte, além de pagamento de custas ao cartório para regularização;
A não emissão de Certidão Negativa de Débitos Relativos a Créditos Tributários Federais e à Dívida Ativa da União (CND), requerida por exemplo para financiamento imobiliário;
Ação judicial de cobrança, por meio de execução fiscal;
Bloqueio de valores disponíveis em conta corrente e até bloqueio de outros bens, por conta de eventual execução da dívida;
Pagamento de custas judiciais e honorários decorrentes de eventual ação judicial iniciada pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.
Saiba o que mais pode acontecer clicando aqui.
Conta de luz fica mais cara em junho; veja dicas de como economizar com a bandeira vermelha
O chuveiro elétrico é o maior vilão da conta de luz, mas outros cuidados também podem ajudar na hora de conter o peso sobre o bolso do consumidor. A conta de luz vai ficar mais cara em junho
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acionou a bandeira tarifária vermelha para as contas de luz do mês de junho, por conta da queda no volume de chuvas e da diminuição da geração de energia por hidrelétricas, conforme projeções do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Segundo a Aneel, o cenário justifica a mudança na bandeira — que estava amarela em maio — e serve também como alerta para o uso consciente da energia elétrica.
A bandeira vermelha, no patamar 1, significa que as contas de energia elétrica terão cobrança adicional de R$ 4,46 (quatro reais e quarenta e seis centavos) a cada 100 kW/h (quilowatt-hora) consumidos.
Para não pesar no bolso, o g1 reuniu alternativas para reduzir o consumo de energia, que podem ser uma boa saída para que as despesas da família não disparem.
Veja a seguir dicas para economizar.
Chuveiro é o maior vilão da conta de luz
O chuveiro elétrico é o equipamento que mais consome energia e, consequentemente, também é o que mais pesa na conta de luz do consumidor. Por isso, um uso inteligente durante os banhos pode ser a chave para uma redução significativa dos gastos com energia.
O engenheiro de Eficiência Energética da Cemig, Thiago Batista, explica que o tempo de calorão traz uma "grande oportunidade de economia", porque os chuveiros podem ser colocados numa temperatura menor — o que gasta menos energia.
"Ao colocar a chave do chuveiro na posição verão, as pessoas podem ter economia de, aproximadamente, 30% do consumo do aparelho ligado em sua potência máxima", diz o especialista.
Batista destaca ainda que é importante manter o mesmo tempo de uso do equipamento, ou até reduzir. "Não adianta diminuir a potência do equipamento e aumentar o tempo de banho".
A Cemig também aconselha que, se possível, o consumidor evite usar o chuveiro entre 17h e 22h, horários de pico.
Além destas, outra dica mais drástica já bem conhecida: fechar o chuveiro para ensaboar o corpo ou os cabelos.
Geladeira também consome bastante
Segundo a Cemig, a geladeira é o segundo equipamento que mais consome energia dentro de casa, por conta de seu tempo de uso e o "abre e fecha". Isso porque a entrada de ar quente na geladeira faz com o que o equipamento precise trabalhar mais para refrigerar os alimentos, consumindo mais.
No mesmo sentido, o engenheiro destaca que alimentos ainda quentes não devem ser armazenados no eletrodoméstico, porque isso faz com que o motor do tenha que funcionar por mais tempo, aumentando os gastos.
Utilizar a parte de trás das geladeiras, que são mais quentes, como forma de secar roupa, também é contraindicado porque eleva o consumo.
Por fim, Thiago Batista também orienta que o consumidor tenha atenção ao estado da borracha de vedação do equipamento, porque se as portas não se fecharem totalmente, o consumo será maior.
"Para saber se a borracha de vedação está em bom estado, faça o seguinte teste: coloque uma folha de papel entre a porta e a geladeira, feche a porta e tente retirar a folha, se ela sair com facilidade, está na hora de trocar a borracha. Repita o teste em vários pontos da porta da geladeira", diz Batista.
Medida provisória sobre conta de luz gratuita para baixa renda vai ser enviada ao Congresso Nacional
Ar-condicionado ou ventilador?
O ventilador sempre é a opção mais barata para lidar com as altas temperaturas. Além do aparelho ser mais barato, o consumo de energia também é menor que o de um ar-condicionado.
Ainda assim, o engenheiro da Cemig afirma que é importante ter atenção ao tempo de uso do equipamento, evitando deixá-lo ligado se a pessoa deixar o ambiente ou quando as temperaturas já estiverem agradáveis.
"O consumo de energia depende de duas variáveis: potência dos equipamentos, em watts (W), e tempo de utilização, em horas. Para utilizar corretamente a energia, deve-se atuar nessas duas variáveis. Por isso, mesmo que o ventilador tenha uma potência menor, se o aparelho ficar por longo período ligado, o cliente poderá ter um aumento significativo na conta de energia", explica Batista.
Ainda em relação ao uso do ventilador, o indicado é manter os ambientes abertos e ventilados durante sua utilização, para reduzir a necessidade de manter o equipamento em uma alta frequência.
O ar-condicionado é também um aparelho com alto consumo de energia: a cada 1ºC mais baixo, existe um gasto cerca de 10% mais elevado do consumo de energia, explica Thiago Godoy, especialista em educação financeira e fundador da Papai Financeiro.
Para quem pensa em comprar um ar-condicionado, o educador comenta que é necessário levar em conta exatamente quais são as necessidades do espaço, para não comprar um que utilize mais energia que o necessário.
Devem entrar na conta:
O tamanho do ambiente a ser climatizado;
A eficiência energética do aparelho;
As características do clima local.
Em caso de dúvidas sobre qual o equipamento é o mais apropriado para o espaço, vale falar com profissionais para tomar uma decisão mais acertada.
No entanto, Batista, da Cemig, comenta que há uma forma prática de entender qual a melhor opção de aparelho para cada consumidor.
“Para as residências, existem dois modelos: o do tipo janela, menos eficiente, e o split, que tem tecnologia inverter e é mais eficiente", pontua o especialista.
"Na aquisição de qualquer um deles deve-se dar preferência para aqueles cuja etiqueta indique o consumo anual provável e multiplicar pela tarifa de energia encontrada na conta de luz. Dessa forma, o consumidor terá uma boa ideia do quanto cada equipamento 'gastará' no ano, pois esse consumo foi padronizado para uma utilização típica no país", explica Batista.
Sobre a escolha do aparelho, os modelos com selo Procel de eficiência energética podem trazer uma economia no longo prazo.
Consumo inteligente do ar-condicionado
Para economizar energia, Thiago Godoy comenta que é importante utilizar o ar-condicionado com sabedoria.
"Ajuste a temperatura para um nível confortável, evite variações bruscas e desligue o aparelho quando o ambiente estiver desocupado. O uso de dispositivos de programação, como timers, pode ser uma opção eficaz para automatizar esses ajustes", comenta Godoy.
Gustavo Sozzi, presidente da fornecedora Lux Energia, compartilha do ponto de vista e aconselha o consumidor a optar por uma temperatura moderada, evitando excesso de frio.
Para que o ar-condicionado não precise ficar em uma temperatura tão baixa, Sozzi pontua que é importante bloquear o calor solar com cortinas ou persianas, mantendo a casa naturalmente mais fresca. Manter vidros ou janelas fechados também ajudam, já que impedem a entrada de ar mais quente e seguram a temperatura mais fria no ambiente.
Com janelas e cortinas fechadas, o especialista da Lux Energia comenta que "ventiladores de teto ou portáteis também podem ser eficazes para refrescar ambientes, consumindo menos energia que o ar-condicionado".
Godoy ainda traz outra dica: é possível deixar o ar numa temperatura mais amena e combinar com o uso de ventiladores, um combo que gasta menos energia do que deixar o aparelho numa temperatura muito mais fria.
Lâmpadas e paredes claras
Gustavo Sozzi afirma que, além da otimização do uso dos aparelhos que utilizam energia elétrica, outras opções podem fazer a diferença na conta de luz no longo prazo.
A primeira e mais simples é a escolha da lâmpada. Trocar lâmpadas incandescentes pelas de LED reduz os custos da casa com energia porque a lâmpada de LED é mais eficiente que a incandescente.
Além disso, se a família tiver a possibilidade de priorizar o uso de cores claras nas paredes da residência, isso favorece a iluminação natural e reduz a necessidade de uso das lâmpadas durante boa parte do dia.
Energia elétrica pesou sobre a inflação do começo do ano
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Governo publica decreto que bloqueia R$ 31,3 bilhões do Orçamento; confira valores por órgão
Valores foram adiantados pelo g1 e pela TV Globo nesta quinta (29). As maiores contenções (soma de bloqueio e contingenciamento) foram no Ministério das Cidades, com corte de R$ 4,288 bilhões e no Ministério da Defesa, com corte de R$ 2,593 bilhões. Haddad e Tebet
Diogo Zacarias/MF
O governo federal publicou na noite desta sexta-feira (30) o decreto que bloqueia R$ 31,3 bilhões no Orçamento de 2025. Como antecipado pelo g1 e pela TV Globo nesta quinta (29), o corte atinge em R$ 7 bilhões as emendas de bancada (RP7) e em R$ 24 bilhões em despesas dos ministérios.
O bloqueio já havia sido anunciado na semana passada.
No decreto desta sexta (30), as áreas afetadas foram detalhadas da seguinte maneira:
R$ 10,6 bilhões (1/3) são bloqueios, ou seja, valores que só poderão ser liberados se houver redução comprovada de despesas no próximo relatório bimestral de avaliação orçamentária;
R$ 20,7 bilhões (2/3) são contingenciamentos, que podem ser revertidos caso a arrecadação cresça ao longo do ano.
As maiores contenções (soma de bloqueio e contingenciamento) foram:
Ministério das Cidades: R$ 4,288 bilhões
Ministério da Defesa: R$ 2,593 bilhões
Ministério da Saúde: R$ 2,366 bilhões
Ministério do Desenvolvimento Social: R$ 2,123 bilhões
Também foi anunciada, na semana passada, uma alta no Imposto Sobre Operação Financeira (IOF). O governo pretende arrecadar R$ 20 bilhões com essa medida. Mas o Congresso está resistindo à alta do imposto. A equipe econômica tem dito que, se o aumento do IOF não passar, será necessário um corte maior que os R$ 31 bilhões no Orçamento.
Os cortes foram feitos para o governo conseguir fechar o ano cumprindo a meta fiscal: despesas e receitas no mesmo nível. (Confira abaixo a relação do bloqueio por órgão).
Apesar da publicação do decreto, ainda não está claro quais programas serão afetados diretamente, como o Minha Casa, Minha Vida ou a Farmácia Popular. Segundo o documento, os órgãos terão até cinco dias úteis (ou seja, até 6 de junho) para indicar quais ações serão objeto de bloqueio ou contingenciamento.
Cortes no orçamento e aumento do IOF têm objetivo de tentar cobrir um rombo das contas públicas
Valor da contenção por órgão:
Valores de contenção por órgão
Exceções e programas preservados
Algumas áreas estratégicas ficarão de fora do corte linear, como é o caso do Ministério da Educação, que teve seu orçamento integralmente preservado.
Já o Ministério da Saúde sofreu um corte de R$ 5,9 bilhões (2,5% do orçamento total da pasta). Deste total: R$ 3,6 bilhões são de emendas de bancada (RP7) e R$ 2,3 bilhões são de despesas discricionárias do Executivo.
Lula se encontra com Haddad fora da agenda em meio à crise do IOF
Conversa começou no fim de tarde e terminou por volta de 19h10. Reunião ocorre em meio à pressão do governo para encontrar medidas que substituam o aumento do IOF. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fora da agenda oficial nesta sexta-feira (30). O encontro foi no Palácio da Alvorada. A conversa entre eles começou no fim de tarde e terminou por volta de 19h10. A reunião ocorre em meio à pressão do governo para encontrar medidas que substituam o aumento Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que foi feito por decreto presidencial para elevar a arrecadação federal num período de dificuldade de ajuste nas contas públicas. Apesar de o governo ter recuado em parte do decreto, ainda está em vigor o aumento do IOF, por exemplo, para crédito de empresas e compra de moeda estrangeira. As medidas representam um potencial de R$ 19,1 bilhões em arrecadação neste ano. Para 2026, esse valor chega a quase R$ 40 bilhões. Haddad diz que explicou alta do IOF para Motta e Alcolumbre O Congresso pediu que o governo apresente alternativas. Caso contrário, parlamentares ameaçam derrubar o decreto de Lula, o que seria uma derrota histórica para o presidente. Haddad e a equipe dele têm dito que há espaço para discutir outras medidas para 2026 em diante. Medidas estruturais, capazes de resolver o aperto das contas públicas por um período mais longo. No entanto, para 2025, é difícil encontrar outra opção. O aumento do IOF foi feito por decreto e entrou em vigor no dia seguinte. Outros impostos precisam de mais tempo para serem elevados. A discussão agora tem sido no sentido de combinar aumento de receitas com corte de despesas. E que as propostas possam ser analisadas pelo Congresso.
Governo suspende sete sites de apostas por falha em segurança digital; veja lista
Empresas não entregaram relatórios obrigatórios sobre segurança cibernética e estão proibidas de operar no Brasil até regularização A Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA/MF) suspendeu nesta sexta-feira (30) sete operadoras de apostas esportivas de quota fixa e todos os seus respectivos sites. As empresas descumpriram exigência da regulamentação ao não entregarem relatórios obrigatórios de avaliação de segurança dos sistemas. Com a decisão, os sites ficam proibidos de oferecer apostas, aceitar depósitos ou cadastrar novos usuários no Brasil, até que apresentem os documentos exigidos. Caso continuem operando, serão multadas em R$ 40 mil por dia. Segundo o governo, a medida é necessária para garantir a segurança dos apostadores, prevenir lavagem de dinheiro e assegurar a arrecadação de tributos. Lista dos sites suspensos Uma das bets suspensas é patrocinadora do Flamengo. Veja a lista: Bell Ventures Digital Ltda – bandbet.bet.br Bet.Bet Soluções Tecnológicas S.A. – betpontobet.bet.br, donald.bet.br Betesporte Apostas On Line Ltda – betesporte.bet.br, lancedesorte.bet.br EA Entretenimento e Esportes Ltda – bateu.bet.br, hanz.bet.br, esportiva.bet.br Logame do Brasil Ltda – lider.bet.br, geralbet.bet.br, b2x.bet.br Pixbet Soluções Tecnológicas Ltda – pix.bet.br, fla.bet.br, betdasorte.bet.br Sortenabet Gaming Brasil S.A. – sortenabet.bet.br, betou.bet.br, betfusion.bet.br A suspensão está prevista em uma portaria do governo. que obriga o envio de relatório técnico sobre segurança até 90 dias após a autorização de operação. “A ausência dos relatórios compromete a proteção da economia popular”, informou o Ministério da Fazenda. Veja os influenciadores que ainda devem ser ouvidos na CPI das Bets Perguntas e respostas 🔹 O que é uma aposta de quota fixa? É o tipo de aposta em que o apostador sabe, no momento da aposta, quanto poderá ganhar em caso de acerto, com base em uma cotação (odd) pré-definida pela casa. 🔹 Como saber se um site está autorizado no Brasil? A lista oficial de casas autorizadas é publicada pela Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda. Sites regularizados devem exibir essa informação, o CNPJ e atender às exigências de segurança cibernética. 🔹 O que acontece com os saldos dos apostadores? A portaria não detalha essa questão. A recomendação é que usuários procurem diretamente as operadoras para tentar resgatar os valores. Em caso de recusa ou prejuízo, o consumidor pode recorrer ao Procon ou à Justiça. 🔹 As empresas perderam a autorização? Ainda não. A suspensão é cautelar e provisória. Caso continuem descumprindo as regras, poderão sofrer processo sancionador, o que pode levar à cassação definitiva da licença.
Trump diz que vai dobrar tarifas sobre o aço importado pelos EUA, de 25% para 50%
Medida preocupa o mercado: se confirmada, irá intensificar a pressão sobre produtores globais. O Brasil, segundo maior fornecedor de aço dos norte-americanos, também é atingido. Trump no Salão Oval da Casa Branca em 19 de maio de 2025
REUTERS/Kevin Lamarque
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (30) que planeja dobrar as tarifas sobre o aço importado pelo país, de 25% para 50%. A medida preocupa o mercado: se confirmada, irá intensificar a pressão sobre os produtores globais.
A declaração de Trump também reacende temores de uma nova escalada na guerra comercial. Desde o início da sua política tarifária, os mercados têm enfrentado instabilidade, com os principais índices globais registrando quedas acentuadas diante das incertezas provocadas pelo republicano.
"Vamos impor um aumento de 25%. Vamos passar de 25% para 50% nas tarifas sobre o aço importado para os Estados Unidos, o que vai proteger ainda mais a indústria siderúrgica americana", disse Trump nesta sexta, em um comício na Pensilvânia.
As tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio nos EUA estão em vigor desde 12 de março, um mês após a assinatura do decreto por Trump.
A medida afetou diretamente o setor siderúrgico de grandes parceiros comerciais dos EUA, como Canadá e México. O Brasil, segundo maior fornecedor de aço do país, também foi impactado.
Especialistas ouvidos pelo g1 apontam como principal consequência das tarifas a redução das exportações para os EUA. Além disso, o cenário impõe novos desafios ao setor siderúrgico, que pode ser forçado a redirecionar suas vendas ou, no longo prazo, reduzir a produção.
Para as empresas com fábricas no Brasil, os efeitos variam. De um lado, estão as companhias com forte atuação no mercado externo, que tendem a ser mais prejudicadas pela queda nas exportações.
De outro, estão aquelas com foco maior no mercado interno, que sentem menos o impacto direto. No entanto, essas empresas enfrentam o desafio de lidar com o possível aumento da oferta de produtos no mercado doméstico — o que pode pressionar os preços e reduzir as margens de lucro.
'Tarifaço' de Trump: os impactos das taxas sobre aço e alumínio para o Brasil
Os impactos para Brasil
O Brasil é, em volume, o segundo maior fornecedor de aço para os EUA, conforme dados do Departamento de Comércio norte-americano. Ao todo, foram 4,1 milhões de toneladas em exportações para o país em 2024.
Os números ficam atrás apenas do Canadá, responsável por 6 milhões de toneladas ao mercado norte-americano. Em terceiro lugar, vem o México, com o envio de 3,2 milhões de toneladas.
Veja abaixo:
Ao todo, cerca de 25% do aço utilizado nas indústrias dos EUA é importado. No caso do alumínio, cujo principal exportador para o país também é o Canadá, essa parcela é de 50%.
José Luiz Pimenta, especialista em comércio internacional e diretor da BMJ Consultoria, explica que os EUA são grandes consumidores de aço e alumínio no cenário global — insumos importantes para a produção de automóveis, eletrodomésticos, eletrônicos, construção civil, entre outros setores.
"Brasil e Canadá são os países mais afetados em termos de exportação. O que tende a ocorrer é um efeito de diminuição de importações [pelos EUA] desses países, sobretudo de aço, no curto e no médio prazo", diz, sobre a criação das taxas.
Segundo Pimenta, o cenário irá exigir que o Brasil diversifique os destinos dos produtos, buscando mercados em outros países — tarefa difícil, já que a concorrência esbarra na China, uma grande exportadora. Outra alternativa seria tentar vender o excedente no próprio mercado nacional.
Lia Valls, pesquisadora associada do FGV Ibre e professora da UERJ, acredita que, apesar da concorrência, parte das exportações podem até ser absorvidas pelo gigante asiático.
"A China prefere comprar produtos semifaturados [placas de aço e chapas de alumínio]. Ou seja, pode importar esses materiais para transformar em produto final", exemplifica. "Mas, em um primeiro momento, não está muito óbvio para onde as exportações brasileiras serão dirigidas."
Para o especialista em comércio exterior Jackson Campos, o cenário de queda nas exportações para os EUA também pode, em um segundo momento, prejudicar o mercado de trabalho na siderurgia brasileira.
"Com menos demanda, as fábricas podem ter que diminuir sua produção, o que pode levar a cortes de empregos. Muitas pessoas que trabalham diretamente na produção de aço e alumínio, além de setores como transporte e mineração, podem ser afetadas", diz.
Trabalhador da indústria
Reuters/Alexandre Mota
Como as taxas atingem as empresas
Os impactos das tarifas de Trump nas empresas do país foram avaliados em relatório do Itaú BBA, no início de março. Segundo o banco, empresas exportadoras não listadas na bolsa de valores brasileira — que representam mais de 80% das vendas de aço para fora do país — serão as que mais sentem os efeitos negativos dessas medidas.
É o caso de multinacionais com operação no Brasil, como a ArcelorMittal e a Ternium, indica o Itaú. As companhias produzem placas de aço, que são compradas em grande escala pelos EUA e processadas para uso no mercado doméstico. Diante das taxas, os fluxos podem diminuir, afetando essas (e outras) empresas.
Por outro lado, o relatório aponta que siderúrgicas brasileiras como a Gerdau, Usiminas e CSN não seriam tão prejudicadas. O motivo é que as exportações são menos significativas para a operação dessas companhias, conforme explicou à BBC Daniel Sasson, analista do Itaú BBA para o setor de mineração e siderurgia.
Em nota publicada após o anúncio das tarifas por Trump, o Instituto Aço Brasil, que representa as siderúrgicas brasileiras, informou ter recebido "com surpresa" a decisão do governo dos EUA.
O instituto disse estar confiante "na abertura de diálogo entre os governos dos dois países, de forma a restabelecer o fluxo de produtos de aço para os EUA nas bases acordadas em 2018", ano em que foi estabelecida uma cota de exportação.
As tarifas — e o vaivém — de Trump
Donald Trump assinou em 10 de fevereiro o decreto que impõe tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio do país. O início das cobranças foi em 12 de março.
O objetivo de Trump ao taxar produtos de outros países é priorizar e incentivar a indústria local. Ele espera que, com custos de importação mais altos, haja um aumento na procura e na produção de insumos nacionais.
"A nossa nação precisa que aço e alumínio sejam produzidos nos EUA, não em terras estrangeiras", afirmou o republicano em fevereiro, ao assinar a ordem executiva que determinou a cobrança das tarifas.
Desde que assumiu seu segundo mandato, o republicano tem anunciado diversas taxas de importação. Trump prometeu, ainda durante a campanha eleitoral, tarifar uma série de produtos de outros países, em especial do Canadá e do México, seus principais parceiros comerciais.
Anunciou também seu tarifaço, no início de abril, que atingiu mais de 180 países. A medida chegou a ser suspensa nesta semana pela Justiça dos EUA, mas uma segunda decisão retomou as cobranças, que seguem em 10% para a maioria das nações.
Produtos da China e alguns setores específicos, como no caso do aço, enfrentam alíquotas mais altas.
Aneel aciona bandeira vermelha para junho, e conta de luz fica mais cara
A medida foi adotada diante da queda no volume de chuvas e da diminuição da geração de energia por hidrelétricas. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou nesta sexta-feira (30) o acionamento da Bandeira Vermelha, no patamar 1, para o mês de junho de 2025, indicando aumento no custo da energia para os consumidores. Isso significa que as contas de energia elétrica terão cobrança adicional de R$ 4,46 (quatro reais e quarenta e seis centavos) a cada 100 kW/h (quilowatt-hora) consumidos.
A medida foi adotada diante da queda no volume de chuvas e da diminuição da geração de energia por hidrelétricas, conforme projeções do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Para compensar a baixa nas afluências, será necessário acionar usinas termoelétricas, que têm custo de produção mais elevado.
Segundo a Aneel, o cenário justifica a mudança na bandeira — que estava amarela em maio — e serve também como alerta para o uso consciente da energia elétrica.
A bandeira tarifária sinaliza ao consumidor os custos reais da geração de energia no país. Quando a geração fica mais cara, a cobrança extra é aplicada automaticamente nas contas.
Medida provisória sobre conta de luz gratuita para baixa renda vai ser enviada ao Congresso Nacional
Como funciona o sistema de cores
O sistema de cores da Aneel sinaliza as condições de geração de energia. Se chove pouco e as hidrelétricas geram menos, é preciso acionar usinas termelétricas, que são mais caras.
💡 Para pagar por essas usinas, a Aneel aciona as bandeiras amarela, vermelha 1 ou vermelha 2, com taxas extras na conta de luz.
Saiba quanto custa cada bandeira
Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Pará.
Norte Energia
Cada bandeira tarifária acionada pela Aneel pode gerar um custo extra ao consumidor:
• 🟩bandeira verde (condições favoráveis de geração de energia) – sem custo extra;
• 🟨bandeira amarela (condições menos favoráveis) – R$ 18,85 por MWh (megawatt-hora) utilizado (ou R$ 1,88 a cada 100kWh);
• 🟥bandeira vermelha patamar 1 (condições desfavoráveis) – R$ 44,63 por MWh utilizado (ou R$ 4,46 a cada 100 kWh);
• 🟥bandeira vermelha patamar 2 (condições muito desfavoráveis) – R$ 78,77 por MWh utilizado (ou R$ 7,87 a cada 100 kWh).
Entenda em cinco pontos o processo de recuperação judicial da Azul
Companhia aérea passou pela primeira audiência na Justiça dos EUA após acionar Capítulo 11 da Lei de Falências. Azul detalha redução de frota e diz que recuperação judicial não terá impacto aos clientes
Após a aprovação do pedido de recuperação judicial da Azul Linhas Aéreas na Justiça dos Estados Unidos, e do detalhamento por parte da companhia de como será o processo, o g1 preparou uma reportagem para explicar, em cinco pontos, o que de mais importante vai acontecer no plano de reestruturação financeira da empresa.
A companhia entrou com pedido de proteção sob o Capítulo 11 da Lei de Falências — mecanismo semelhante à recuperação judicial no Brasil.
A Azul informou que o objetivo da medida é reduzir significativamente o endividamento da companhia e gerar caixa.
Nesta reportagem você vai ver:
Qual a intenção da Azul com a recuperação judicial?
Vai ter impacto para os clientes?
Qual vai ser o financiamento que a empresa vai receber para eliminar a dívida?
Vai reduzir frota e ter demissões?
Parceria com empresas americanas
Qual a intenção da Azul com a recuperação judicial?
O processo de recuperação nos Estados Unidos "permite às empresas operar e atender seus públicos de interesse normalmente, enquanto trabalham nos bastidores para ajustar sua estrutura financeira".
Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (30), o vice-presidente institucional da empresa, Fábio Campos, afirmou que a corte norte-americana aprovou os aproximadamente 20 pedidos feitos na primeira audiência de recuperação judicial.
Segundo a empresa, a intenção é manter todos os seus ativos, podendo continuar com a operação, negociar um possível adiamento de suas dívidas e, com aprovação judicial, conseguir um novo empréstimo.
Vai ter impacto para os clientes?
Segundo o vice-presidente, não. Fábio Campos afirmou que o processo de recuperação judicial não terá nenhum impacto para os clientes e a operação seguirá normalmente, sem nenhuma alteração.
"A empresa já ingressou no seu processo de reestruturação e a nossa operação segue normal. Tudo será honrado em relação aos nossos clientes. A empresa segue operando com o nosso valor número 1 que é a segurança. Nada será afetado em relação à segurança dos clientes", explicou.
Qual vai ser o financiamento que a empresa vai receber?
O processo de recuperação judicial prevê um financiamento de US$ 1,6 bilhão para eliminar a dívida.
Azul detalha como será financiamento de recuperação judicial para eliminar dívida
"Parte desse capital será usada para comprar uma parte da dívida e parte para custear a operação da empresa durante esse período", disse Campos.
Companhia aérea azul voos Araxá e Patos de Minas
Azul/Divulgação
Vai reduzir frota e ter demissões?
O vice-presidente explicou que a redução de 35% na frota, já anunciada no momento do pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, na verdade, se trata da devolução de alguns modelos de aeronaves mais antigos, que deixaram de ser usados. A maioria dos aviões é da categoria Embraer E-1.
"Isso não quer dizer uma redução. Boa parte desses aviões são aviões que já estavam paradas por falta de motores, ou falta de peças e por isso já não estavam atuando na frota da Azul. Outra parte desse número na verdade são pedidos futuros, pedidos de aeronaves que viriam em 2027, 2028 e 2029, e que a Azul vai renegociar nesse processo de reestruturação financeira. A ideia é voar cada vez mais com aeronaves de última geração", explicou.
Segundo a companhia, as devoluções visam otimizar as operações com menor custo, com modelos novos, mais econômicos, que seriam incorporados enquanto contratos de leasing (aluguel de aeronaves) seriam encerrados.
Por que as principais companhias aéreas do Brasil tiveram que pedir recuperação judicial?
Capítulo 11: entenda o que é o mecanismo e a diferença para a recuperação judicial brasileira
Além disso, Campos garantiu que a empresa não prevê, mesmo com a recuperação judicial em curso, fazer pacotes de demissão em massa. "Nossa prioridade é 100% esse processo nos Estados Unidos, mas não prevemos nenhuma ação de corte, como demissões, por exemplo", pontuou.
Parceria com empresas americanas
A empresa também destacou que a medida conta com o apoio de seus principais stakeholders, incluindo detentores de títulos, sua maior arrendadora, a AerCap, e os parceiros estratégicos United Airlines e American Airlines.
No caso das empresas americanas, a parceria será com aporte financeiro e também com atuação na apuração.
"Todos os nossos parceiros acreditam muito no nosso trabalho. Acreditam no nosso modelo de negócio, então estamos muito confiantes que, com o apoio dos nossos parceiros, esse processo será cada vez mais célere", contou.
Pandemia, cadeia de suprimentos...
Em comunicado aos investidores, John Rodgerson, CEO da Azul, atribuiu as dificuldades financeiras da companhia à pandemia de Covid-19, às turbulências macroeconômicas e aos problemas na cadeia de suprimentos da aviação.
O que está por trás da suspensão de rotas e cancelamentos de voos pela Azul: CEO cita corte de custos, falta mundial de peças e dólar alto
Em nota, o Ministério dos Portos e Aeroportos disse que "acompanha com atenção o processo de recuperação judicial da companhia aérea Azul".
O governo acredita que a reestruturação será bem-sucedida, como ocorreu com outras empresas do setor, como Latam e Gol. O ministério reforçou que segue monitorando o setor aéreo e oferecendo apoio institucional às companhias.
Recuperação judicial da Azul: relembre os problemas da companhia aérea
Problemas recentes
O processo de recuperação judicial é mais um episódio de problemas recentes aos quais a companhia conviveu no último ano. Entre eles, estão a suspensão de rotas no Brasil e cancelamentos de voos. Segundo Fábio Campos, não há previsão de suspensão de novas rotas por conta do processo de recuperação judicial.
Além disso, a aérea fez uma negociação com credores para eliminar R$ 11 bilhões em dívidas.
Em entrevista ao g1 em janeiro, o CEO da empresa, John Rodgerson, disse que o acordo deixaria a companhia mais "forte do que nunca" e apontou corte de custos, falta de peças e dólar alto como razões para as suspensões e cancelamentos.
Avião da Azul decola do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
Ricardo Moraes/ Reuters
Rotas suspensas: CEO da Azul cita corte de custos, dólar alto e falta mundial de peças
'Não vou voar onde estou perdendo dinheiro'
Na entrevista ao g1 em janeiro, John Rodgerson apontou corte de custos, opção por rotas mais lucrativas, falta mundial de peças e motores, alta do dólar como fatores para as suspensões de voos no início do ano. Relembre a entrevista no vídeo acima.
"Não vou continuar voando onde estou perdendo dinheiro. Então, como qualquer empresário, você aloca seus recursos da melhor forma possível", disse à época.
O CEO pontuou que embora tenha anunciado a suspensão de rotas, a Azul permanece expandindo o mercado. "Antes da pandemia, a Azul operava em 110 cidades do Brasil. Hoje estamos em 160, e vamos para 150 com esses fechamentos, mas estamos servindo muito mais cidades que servíamos antes", afirmou.
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Moody's mantém nota de crédito do Brasil, mas reduz perspectiva para 'estável'
Agência de classificação de risco citou 'deterioração acentuada' das contas públicas. O rating soberano do país não foi alterado, e segue em Ba1 — a um passo do chamado grau de investimento. Logo da Moody's na sede da empresa em Nova York
REUTERS/Brendan McDermid
A agência de classificação de risco Moody’s anunciou nesta sexta-feira (30) a revisão da perspectiva da nota de crédito do Brasil, que passou de “positiva” para “estável”. Apesar da mudança, o rating soberano do país foi mantido em Ba1, um nível abaixo do chamado grau de investimento. (entenda abaixo)
Segundo a agência, a piora na perspectiva está relacionada às contas públicas, especialmente à “deterioração acentuada na capacidade de pagamento da dívida”.
Além disso, a Moody's citou:
o avanço mais lento do que o esperado na redução da rigidez dos gastos públicos e na construção de credibilidade fiscal;
a capacidade limitada do governo de reduzir significativamente as vulnerabilidades fiscais e estabilizar a dívida no curto prazo;
e a estrutura da dívida pública, atrelada a juros variáveis e à inflação, o que torna o perfil fiscal altamente sensível às oscilações das taxas de juros.
“A capacidade do governo de reduzir de forma significativa as vulnerabilidades fiscais e estabilizar o nível da dívida no curto prazo continua limitada pela rigidez dos gastos e pelo aumento dos custos de financiamento”, escreveu a agência.
Para a Moody’s, esses desafios limitam o potencial de crescimento do investimento e do Produto Interno Bruto (PIB), além de dificultarem o avanço das reformas econômicas “que, em geral, apoiam a qualidade do crédito do Brasil”.
Apesar das ressalvas, a agência destacou que, com a nota Ba1, os riscos de crédito do Brasil permanecem equilibrados.
Em nota, o Ministério da Fazenda reafirmou seu compromisso “com a melhoria contínua dos resultados fiscais e com o aprofundamento do processo de reformas estruturais, essenciais para garantir o maior crescimento econômico de longo prazo e assegurar o equilíbrio das contas públicas”.
"Esse processo tem ocorrido – e continuará ocorrendo – por meio do trabalho conjunto entre o Poder Executivo e o Congresso Nacional, que demonstraram eficácia ao aprovar diversas medidas relevantes, incluindo uma ampla reforma tributária", concluiu a pasta.
Moody's rebaixa perspectiva de nota de crédito do Brasil diante de situação fiscal
Nota subiu em 2024
Em sua última decisão, em outubro, a Moody's elevou a nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva. Com isso, o país ficou a um passo de obter grau de investimento — um selo de bom pagador concedido pelas agências, que assegura aos investidores um menor risco de calotes.
A classificação indica um "grau especulativo", o que, segundo as agências de risco, aponta que o Brasil está menos vulnerável ao risco no curto prazo, mas segue enfrentando incertezas em relação a condições financeiras e econômicas adversas.
Em outras palavras, o Brasil não tem o chamado "selo de bom pagador", classificação que sinaliza menor risco de calote para quem investe em títulos do Tesouro Nacional.
Veja abaixo a posição do Brasil pelas principais agências:
Veja as notas de crédito do Brasil (ratings) em todas as agências de risco
Kayan Albertin/Arte g1
Por que decidiu manter a nota em Ba1?
A Moody's afirmou que a decisão de manter o rating do país em Ba1 reflete o crescimento sólido e sustentado de uma economia que é "grande e diversificada".
Além disso, a agência citou o histórico de reformas ao longo de sucessivos governos e a posição externa robusta — o que, na avaliação da Moody's, torna a vulnerabilidade externa do país "limitada".
"Esses pontos fortes de crédito são contrabalançados por um nível de endividamento elevado e crescente, altos pagamentos de juros e uma estrutura de gastos rígida, que limita a capacidade do governo de reagir a choques", ponderou a Moody's.
Segundo a agência, o rating soberano do Brasil poderá ser elevado caso exista um "amplo consenso entre os formuladores de políticas e o Congresso para avançar com reformas de gastos mais profundas".
Como exemplo dessas reformas, a Moody's cita medidas que:
reduzam a vinculação de receitas (ou seja, que flexibilizem o Orçamento);
diminuam a indexação de benefícios sociais ao salário mínimo (isto é, que os valores pagos deixem de ser reajustados automaticamente sempre que o piso nacional aumenta);"
além de reformas nos benefícios da Previdência Social, o que "criaria espaço fiscal e melhoraria o perfil de crédito do país"
Como funcionam as notas de crédito
As agências têm uma longa escala de classificação, com mais de 20 notas. Quanto mais alta a posição, mais eficiente, confiável e robusta é a economia — e menor o seu risco.
Há ainda uma divisão em duas "prateleiras" principais:
Grau de investimento;
Grau especulativo.
O grau de investimento é um selo de qualidade que assegura aos investidores um menor risco de calotes. A partir da nota de crédito que determinado país recebeu, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros) compensa o risco de perder o capital investido com a instabilidade econômica local.
O grau especulativo surge quando o país perde o selo de bom pagador, porque as agências deixam de dar sua chancela de segurança para um investimento. Nessa situação, é comum que o país perca também possibilidades de investimento.
Alguns fundos de pensão internacionais, de países da Europa ou Estados Unidos, por exemplo, seguem a regra de que só se pode investir em títulos de países que estejam classificados com grau de investimento por agências internacionais.
"Ter esse selo, portanto, facilita a atração de capital. E à medida que o país recebe mais recursos, ele amplia sua liquidez e sua capacidade de realizar investimentos", explicou ao g1 Alex Nery, professor da FIA Business School.
Na história, o único período em que o país obteve selo de bom pagador foi entre os anos 2008 e 2015. A entrada ou saída do grau de investimento é definida pelas agências de risco a partir de fatores como o nível das reservas internacionais, cenário fiscal e estabilidade política.
De acordo com analistas de mercado, historicamente, um país que perde o selo de bom pagador costuma levar de 5 a 10 anos para recuperar. O Brasil já está a nove anos no grau especulativo.
A trajetória da nota do Brasil
▶️ A chegada ao grau de investimento
As agências internacionais Fitch Ratings e S&P deram grau de investimento ao Brasil pela primeira vez em 2008, no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já a Moody's concedeu o selo em 2009. Com as alterações, o país passou naquela época a ser reconhecido como um destino mais seguro para investimentos estrangeiros.
Na ocasião, a S&P atribuiu a elevação da nota brasileira à mudança na política econômica do país — especialmente com a redução da dívida externa — e à melhora das perspectivas de crescimento.
"Um mercado de consumo maior, com crescimento do mercado de capitais e da formalização dão sustentação às intenções de investimento", afirmou, na época, a S&P.
Para a Fitch, a concessão do selo de bom pagador foi resultado da "dramática melhora dos resultados do Brasil nos setores externo e público, que reduziu enormemente a vulnerabilidade do país a problemas externos e a choques de câmbio".
"[Além disso, o Brasil] fortificou a estabilidade macroeconômica e aumentou as perspectivas de crescimento a médio prazo", informou a agência em nota oficial.
Veja o histórico das notas na imagem abaixo:
Histórico das notas de crédito do Brasil
Kayan Albertin/Arte g1
▶️ Uma nova elevação
Em 2011, o país subiu mais um degrau na classificação de bom pagador pelas três agências. Já era o início do governo de Dilma Rousseff (PT).
Na ocasião, a Fitch afirmou que a melhora na nota refletia a avaliação de que a taxa de crescimento potencial sustentável da economia brasileira tinha aumentado, suportando as perspectivas fiscais a médio prazo e o fortalecimento contínuo da liquidez externa do país.
A S&P, por sua vez, destacou que o governo brasileiro vinha demonstrando seu compromisso em cumprir as metas fiscais.
Já a Moody's seguiu a mesma linha e enfatizou os ajustes fiscais promovidos pelo país. A agência apontou que o governo vinha se mostrando disposto a reverter políticas expansionistas e a adotar uma posição mais conservadora e consistente com um crescimento sustentável.
A expectativa da agência também era de queda na relação dívida/PIB do Brasil, em conformidade com as metas fiscais do país na época.
▶️ Perda do grau de investimento
A S&P foi primeira a retirar o selo de bom pagador do Brasil, em setembro de 2015. A ação foi seguida pelas agências Fitch, no mesmo ano, e pela Moody's, em 2016. Foram dois anos de intensa crise econômica, depois do fim do manejo de preços no governo de Dilma.
Em seu comunicado, a Fitch apontou que o rebaixamento do Brasil refletiu uma recessão econômica mais profunda do que a prevista. Citou também o aumento das incertezas — o que, segundo a agência, dificultou um cenário de controle fiscal.
A S&P seguiu a mesma linha e destacou, na época, que o país passava por uma deterioração nas contas públicas, enquanto enfrentava desafios políticos.
Aquele ano foi marcado, entre outros pontos, por discussões em torno de um ajuste fiscal e de uma reforma política.
No ano seguinte, a Moody's destacou que o corte da nota foi influenciado pela maior deterioração das métricas de crédito do Brasil, em um ambiente de baixo crescimento, com expectativa de aumento da dívida do governo nos anos seguintes.
PIB e emprego sobem, mas situação das contas públicas preocupa o governo; entenda o cenário
Além disso, a renda do brasileiro atingiu seu maior patamar da história em 2024: R$ 3.057 mensais. Mas gastos do governo pressionam juros e inflação, e podem comprometer o crescimento. PIB do Brasil cresce 1,4% no 1º trimestre
O Brasil teve uma alta do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre maior que a dos Estados Unidos, da União Europeia e dos países que compõem o G7 (os mais ricos do mundo). A renda e o emprego também estão em alta. Mas as contas públicas preocupam o governo e freiam a euforia.
Nos primeiro três meses do ano, a economia do país cresceu 1,4% em comparação com o último trimestre de 2024, que já tinha sido de pequena alta, informou nesta sexta-feira (30) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O IBGE também informou que a taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,6% no trimestre terminado em abril, um recorde positivo.
Além disso, a renda do brasileiro atingiu seu maior patamar da história em 2024: R$ 3.057 mensais.
De onde vem a preocupação?
Especialistas vêm apontando que o aquecimento da economia está intimamente ligado com o volume de gastos do governo para estimular a atividade.
O problema, dizem, é que a capacidade da gestão Luiz Inácio Lula da Silva arcar com as despesas é limitada. O país não arrecada tanto quanto precisa para manter o ritmo de gastos e não descumprir a regra do arcabouço fiscal.
Se os gastos fogem do controle, os diversos agentes do mercado começam a duvidar da capacidade do Brasil de honrar suas dívidas. Os juros sobem, porque o risco de se investir no país aumenta.
Outro efeito colateral dos gastos excessivos é que a inflação aumenta, em razão do aquecimento desproporcional da demanda por produtos e serviços.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fala em coletiva de imprensa sobre o bloqueio do Orçamento e elevação do IOF
Diogo Zacarias/MF
Juro alto: retrai a economia, inibe investimentos e tomada de crédito. Atualmente, a taxa básica no Brasil está em 14,75%, a maior em 20 anos e uma das maiores do mundo.
Inflação alta: torna os produtos mais caros e dificulta a vida da população, principalmente dos mais pobres. O Brasil terminou 2024 com inflação décimos acima do teto da meta. Em maio deste ano, o país registou a menor inflação para o mês desde 2020.
Alta de impostos e resistência do Congresso
Haddad diz que explicou alta do IOF para Motta e Alcolumbre
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou corte no Orçamento de R$ 31 bilhões. Destes, R$ 7 bilhões serão em emendas parlamentares e R$ 24 bilhões divididos igualmente entre os gastos dos ministérios.
O objetivo é manter a relação entre gastos e despesas do país dentro do que prevê o arcabouço: um déficit zero para este ano.
Mas, além disso, Haddad também anunciou uma alta nas alíquotas do Imposto sobre Operação Financeira (IOF). Nas contas do governo, a medida vai arrecadar R$ 20 bilhões em 2025.
Mas o Congresso não gostou da alta do imposto e pode derrubar o decreto de Lula. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), conversaram com Haddad na noite de quarta-feira (28) e pediram medidas alternativas ao IOF.
Os presidentes da Câmara e do Congresso querem medidas estruturais para melhorar a arrecadação, como corte de gastos considerados desnecessários.
Haddad disse que concorda com a ideia, mas alertou que, sem a alta do IOF, o governo terá dificuldades de realizar políticas públicas até o fim de 2025.
É #FAKE anúncio no Instagram que promete vagas para agente de saúde e salário de até R$ 5 mil; trata-se de golpe
Leitor é direcionado a site que imita plataformas do governo federal e do Ministério da Saúde. Criminosos coletam dados pessoas e levam vítima a fazer PIX de ao menos R$ 57,85. É #FAKE anúncio no Instagram que fala em vagas para agente de saúde e salário de até R$ 5 mil
Reprodução
Circula nas redes sociais um anúncio que promete "inscrições abertas no Mais Saúde com Agente" e remuneração que pode chegar a R$ 5 mil. É #FAKE.
g1
🛑 O que diz a mensagem falsa?
Ela aparece como anúncio patrocinado no Instagram pelo perfil Direito social. Uma imagem mostra agentes comunitárias de saúde com o colete do Sistema Único de Saúde (SUS). Um texto diz: "Inscrições aberta no Mais Saúde com Agente. Remuneração pode chegar a R$ 5 mil. Não fique fora dessa oportunidade oficial. Acesse em Saiba mais". Trata-se de um golpe do PIX (leia detalhes mais abaixo).
⚠️ Por que a mensagem é falsa?
Procurado por e-mail pelo Fato ou Fake , o Ministério da Saúde respondeu com o link de um comunicado em que alerta sobre site falso de venda de cursos para agentes de combate às endemias (ACEs) e agentes comunitários de saúde (ACSs).
"É falso o site que cobra taxa de inscrição de Agentes de Combate às Endemias (ACE), Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e preceptores. Portanto, cuidado. Não preencha formulários suspeitos, não pague nenhum valor e não forneça seus dados pessoais", diz a nota.
"A pasta, por meio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, reitera que os cursos ofertados de forma idônea por meio do Programa Mais Saúde com Agente são gratuitos para os trabalhadores da saúde. É importante ressaltar que, no momento, não há inscrições abertas para essas ofertas educacionais."
🚫 Como funciona o golpe?
Ao clicar no anúncio, o leitor é direcionado a um site (https://agentesaudevagas.com/) que imita a aparência de plataformas do governo federal e do Ministério da Saúde.
Um texto apresenta o programa "Mais Saúde com Agente" e uma tabela informa a existência de 180 mil vagas, com salários que vão de R$ 3.584,22 a R$ 4.956,13, com exigência apenas do ensino médio.
Logo abaixo, o leitor é convidado a clicar no campo de inscrições e recebe a informação de que o prazo final expira em breve. Isso é um truque que apela à urgência e apressa a vítima a cair no golpe.
Ao clicar em inscrições, a vítima é levada a fornecer dados pessoais, como nome, endereço, CPF, e-mail e telefone. No passo, seguinte, é informado de que vai ganhar salário de R$ 4.954,36 e pode escolher a escola em que fará a prova. Ao fim, a página exige pagamento de R$ 57,85 via PIX. O dinheiro vai para uma intermediadora de pagamentos, que esconde o beneficiário final dos recursos.
Procurada para se manifestar sobre a veracidade do anúncio publicado em uma das plataformas da Meta, a assessoria de imprensa da companhia enviou, por e-mail, a resposta padrão que dá diante de casos semelhantes:
"Atividades que tenham como objetivo enganar, fraudar ou explorar terceiros não são permitidas em nossas plataformas e estamos sempre aprimorando a nossa tecnologia para combater atividades suspeitas. Também recomendamos que as pessoas denunciem quaisquer conteúdos que acreditem ir contra os Padrões da Comunidade do Facebook, das Diretrizes da Comunidade do Instagram e os Padrões de Publicidade da Meta através dos próprios aplicativos".
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Ações da Gol disparam 30%, após acionistas aprovarem plano para saída da recuperação judicial
Parte das aprovações inclui um aumento de capital de no mínimo R$ 5,3 bilhões e, no máximo, R$ 19,3 bilhões. Expectativa da empresa é sair do Chapter 11 em junho. Boeings 737 NG e MAX, da GOL Linhas Aéreas, passam a operar em Ribeirão Preto, SP
Divulgação
As ações da Gol chegaram a disparar 30% na tarde desta sexta-feira (30). O avanço dos papéis vem após a empresa informar que seus acionistas aprovaram o plano apresentado para a saída do chamado "Chapter 11", da Lei de Falências norte-americana. Ao final da sessão, as ações da empresa fecharam em alta de 13,08%. Os papéis da Gol ficam sob o ticker "GOLL4".
"Com essas aprovações, a companhia está posicionada para concluir seu processo de Chapter 11 nos Estados Unidos conforme planejado, no início de junho de 2025", afirmou a empresa em nota.
🔎 O Chapter 11 é um processo semelhante à recuperação judicial brasileira e serve para permitir que a Gol reorganize suas obrigações financeiras de curto prazo e fortaleça sua estrutura de capital para garantir sustentabilidade dos negócios no longo prazo.
Por que as principais companhias aéreas do Brasil tiveram que pedir recuperação judicial?
Em comunicado oficial, a empresa informou que seus acionistas aprovaram todos os tópicos avaliados durante a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) e na Assembleia Especial de Preferencialistas, ambas realizadas nesta sexta-feira (30).
Segundo o presidente da Gol, Celso Ferrer, as aprovações recebidas pela companhia representam "um dos marcos finais" do processo, e abre caminho para que a empresa consiga concluir sua reestruturação no curto prazo.
"Agradecemos esse voto de confiança dos nossos investidores e estamos ansiosos para encerrar oficialmente esse processo e iniciar nossa próxima fase como uma companhia aérea mais forte e competitiva", afirmou Ferrer em nota.
Entre as medidas aprovadas pelos acionistas, estão:
Um aumento do capital social mediante a capitalização de determinados créditos contra a companhia — ou seja, a Gol pretende transformar parte de suas dívidas em ações. Assim, no lugar de pagar o valor devido em dinheiro, ela pretende dar ações da empresa aos seus credores. A ideia é que esse aumento seja de no mínimo R$ 5,3 bilhões e, no máximo, de aproximadamente R$ 19,3 bilhões;
A alteração do parágrafo 7 do Artigo 50 do Estatuto Social da companhia — que determina que o acionista controlador e seus sócios, herdeiros ou sucessores não está sujeito à regra que obriga a realização de uma oferta pública de ações (OPA) caso passe a ter 30% ou mais da empresa —, bem como a consolidação do Estatuto Social;
A autorização para que a administração da companhia tome as medidas e pratique os atos necessários à implementação das deliberações feitas na AGE.
A Gol ainda informou no comunicado que seu conselho de administração irá verificar o valor dos créditos a serem capitalizados no momento do aumento do capital e que divulgará qualquer informação adicional sobre o tema.
Justiça dos EUA aceita pedido de recuperação judicial da Gol
O que levou a Gol ao pedido de recuperação?
Segundo analistas, a Gol tem números operacionais sólidos diante da boa demanda por viagens aéreas no Brasil. As altas despesas com leasing (contrato de aluguel de aeronaves) e juros, no entanto, pressionaram seu fluxo de caixa e afetaram seu perfil de dívida.
A companhia também enfrentou problemas de capacidade em meio a atrasos nas entregas de aeronaves da Boeing — o que, segundo o presidente-executivo da empresa, impediu que a Gol crescesse no ritmo que gostaria.
Outros causadores da atual situação, segundo a companhia, são os efeitos da pandemia de Covid-19 — que elevaram os preços dos combustíveis e influenciaram a desvalorização do real frente ao dólar.
A Gol detinha 33% de participação de mercado na indústria de aviação brasileira no ano passado, perdendo apenas para a Latam Brasil — conforme definido pela receita de passageiros por quilômetro, que mede o tráfego.
Após instabilidade, Dataprev diz que atendimento a vítimas de fraudes do INSS ocorre 'normalmente' nos Correios
Instabilidade foi confirmada pelo ministro da AGU. Possibilidade de ataque hacker ao sistema foi descartada. Mais de 8 mil consultas foram realizadas na manhã desta sexta. Aposentado durante atendimento em uma agência dos Correios de Brasília busca informações sobre possíveis descontos indevidos no benefício do INSS
Marcela Cunha/g1
A Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev) e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) informaram na tarde desta sexta-feira (30) que o atendimento a aposentados e pensionistas nas agências dos Correios "está ocorrendo normalmente".
Na manhã desta sexta, primeiro dia de atendimento presencial nos Correios, as possíveis vítimas de descontos indevidos em aposentadorias e pensões enfrentaram dificuldade no atendimento devido a uma instabilidade no sistema do Dataprev.
"O atendimento aos aposentados e pensionistas do INSS nas agências dos Correios está ocorrendo normalmente. O sistema desenvolvido pela Dataprev para ser utilizado pelos Correios durante esses atendimentos passou por uma instabilidade, na manhã desta sexta, devido aos ajustes de regras de operação entre as redes da Dataprev e dos Correios", afirmaram os órgãos em nota.
A instabilidade no sistema foi confirmada pelo advogado-geral da União, ministro Jorge Messias, durante entrevista coletiva nesta manhã em uma agência de Brasília em que é oferecido o serviço aos beneficiários.
💻Jorge Messias chegou a afirmar que o problema, que afetou atendimentos em todo o país, podia ter sido causado por "algum tipo de ataque hacker" (veja no vídeo abaixo), o que foi descartado pela Dataprev e pelo INSS.
"A situação foi rapidamente resolvida pelas equipes técnicas de ambas as empresas. Ressalta-se que não foi identificado nenhum incidente de segurança no processo", diz o comunicado dos órgãos.
Segundo os Correios, 8,5 mil beneficiários conseguiram fazer consultas presenciais até o fim da manhã desta sexta.
A empresa pública informou que a "instabilidade no sistema se deu pelo grande número de acessos pela manhã, o que foi entendido como ataque pelo sistema de segurança".
"O atendimento foi normalizado por volta das 10h da manhã", afirmou em nota.
Sem filas
Sistema do Dataprev apresenta instabilidade no primeiro dia de atendimento presencial a vítimas, diz ministro
O g1 acompanhou o primeiro dia de atendimentos em uma agência dos Correios na região central de Brasília, onde não havia filas.
Um aposentado ouvido pela reportagem não conseguiu verificar se teve desconto porque o sistema estava fora do ar. Ele foi orientado a voltar na próxima segunda-feira (2)
📮A ida a uma agência dos Correios é apenas uma opção adicional, principalmente para aposentados e pensionistas que não têm familiaridade com aplicativos.
💵Segundo o governo, como os descontos já foram suspensos e o ressarcimento ainda não começou, não é preciso correr e nem formar filas.
Atendimentos nas agências dos Correios
Fraude no INSS: Correios começam atendimento a aposentados e pensionistas
👴🏻👵🏻Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) podem buscar atendimento presencial em 5.033 agências dos Correios. O serviço começou nesta sexta e as unidades abrangem 66% dos municípios brasileiros.
🔎 O atendimento presencial relacionado a possíveis fraudes será realizado exclusivamente nas agências dos Correios. Os postos de atendimento do INSS não participam dessa ação.
A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Previdência Social e os Correios, com o objetivo de oferecer suporte a quem enfrenta dificuldades com os canais digitais.
Veja a lista das agências que vão oferecer o atendimento
O atendimento virtual, por meio do aplicativo Meu INSS ou pelo telefone 135, continua disponível com os mesmos serviços.
✅ Nas agências, os segurados poderão:
Verificar se houve desconto não autorizado;
Solicitar a contestação de cobranças;
Confirmar autorizações previamente dadas;
Acompanhar o andamento das contestações;
Avaliar e contestar documentos apresentados por associações;
Receber orientações impressas sobre como acessar os canais digitais.
Saída de Elon Musk do governo Trump faz ações da Tesla subirem
Proximidade com o presidente dos EUA e sua inclinação por pautas de extrema direita geraram protestos contra a marca nos últimos meses, prejudicando a imagem da marca. Bilionário Elon Musk deixa cargo no governo de Donald Trump
As ações da Tesla subiram mais de 2% nesta quinta-feira (29), após a notícia de que Elon Musk está se afastando do governo de Donald Trump. Investidores esperam que ele volte a concentrar seus esforços na montadora, justamente quando a empresa se prepara para lançar veículos autônomos.
A proximidade de Musk com o presidente dos Estados Unidos, e sua inclinação por pautas de extrema direita, geraram protestos contra a Tesla nos últimos meses, afastando consumidores e preocupando os acionistas com possíveis prejuízos à imagem da marca.
Diante da perspectiva de um segundo ano consecutivo de queda nas vendas após 2024, aumentava a pressão sobre Musk para que ele voltasse a se dedicar à Tesla.
O bilionário indicou em março que estava reduzindo sua atuação no Departamento de Eficiência Governamental (Doge), e que passaria a dedicar apenas um ou dois dias por semana à função.
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Na semana passada, Musk também anunciou que reduzirá significativamente seus gastos com política. No ano passado, ele investiu quase US$ 300 milhões para apoiar a campanha presidencial de Trump e de outros candidatos republicanos.
A saída de Musk do governo Trump “é música para os ouvidos dos acionistas da Tesla”, afirmou Dan Ives, analista da Wedbush Securities e defensor de longa data da empresa.
No mês passado, ele classificou a atuação de Musk em Washington como uma “situação de código vermelho”, com potencial para causar danos duradouros à demanda. "O ano de 2025 começou como um capítulo sombrio para Musk e a Tesla", acrescentou ele, "mas é importante ressaltar que esses dias estão no retrovisor."
As ações da Tesla acumulam uma queda de 11% no ano. Logo após o anúncio de sua saída, Musk publicou que a Tesla está testando veículos autônomos em Austin, Texas, sem incidentes registrados, e que a primeira unidade deve ser entregue em junho.
Esse lançamento é estratégico para a Tesla, já que Musk redirecionou o foco da empresa: em vez de desenvolver uma nova linha de veículos elétricos mais acessíveis, a prioridade passou a ser o serviço de táxis autônomos e os robôs humanoides Optimus.
Assim, grande parte do valor de mercado da empresa está atrelada a essa aposta.
“A saída de Musk do Doge deve melhorar a confiança do mercado em relação à Tesla, mas não vejo mudanças concretas na empresa”, avaliou Seth Goldstein, analista da Morningstar.
Elon Musk com bonés com as palavras 'Golfo da América' durante reunião de gabinete do governo Trump
REUTERS/Evelyn Hockstein
Veja as novidades do Festival Interlagos 2025
PIB do Brasil cresce mais do que EUA, União Europeia e G7 no 1º trimestre; veja lista
Atividade econômica brasileira registrou um crescimento de 1,4% no primeiro trimestre deste ano em relação aos últimos três meses de 2024. Lula durante evento O Brasil Dando a Volta Por Cima
Ton Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo
O Brasil está entre os países que mais cresceram no primeiro trimestre deste ano. De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) do país aumentou 1,4% em comparação com os três últimos meses de 2024.
Impulsionado pelo bom desempenho do agronegócio, o resultado superou o crescimento de todas as economias da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), da União Europeia e do G7 — grupo que reúne as sete maiores economias do mundo.
A OCDE, por exemplo, registrou crescimento de apenas 0,1% nos três primeiros meses deste ano, uma desaceleração significativa em relação ao quarto trimestre de 2024, quando a alta foi de 0,5%.
"A taxa geral de crescimento do PIB também desacelerou para o G7 no primeiro trimestre, de 2025, de 0,4% para 0,1%, refletindo um quadro misto entre os países do grupo", informou a OCDE em comunicado oficial. A zona do euro e a União Europeia, por sua vez, registraram crescimento de 0,3% cada no período.
Entre os países da OCDE que já divulgaram seus dados do PIB, 17 apresentaram desaceleração no crescimento econômico nos três primeiros meses do ano. Desses, quatro registraram retração na atividade econômica no período.
Veja a lista abaixo.
Brasil cresce menos do que a China, mas mais do que os EUA
O crescimento da economia brasileira também superou o dos Estados Unidos, que registraram uma retração de 0,1% nos três primeiros meses do ano.
Segundo a OCDE, parte desse resultado se deve ao expressivo aumento das importações de bens pelos EUA (causado pelo tarifaço de Donald Trump), que cresceram 10,8% no período — após uma queda de 1,3% no trimestre anterior.
"O aumento nas importações de bens dos EUA, provavelmente influenciado por mudanças antecipadas nas tarifas comerciais, foi o principal obstáculo ao crescimento", disse a OCDE em comunicado.
Desde o anúncio das chamadas “tarifas recíprocas” pelo presidente norte-americano, as empresas dos EUA intensificaram a compra de produtos importados para reforçar seus estoques. A estratégia tenta driblar as tarifas e evitar o aumento de preços.
Esse movimento já se reflete no Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), divulgado pela S&P Global. O indicador, baseado em pesquisas mensais com empresas do setor privado, oferece uma visão sobre o nível de confiança dos empresários em relação à economia.
O PMI composto dos EUA, que abrange os setores de manufatura e serviços, subiu de 50,6 em abril para 52,1 em maio, indicando uma expansão da atividade no setor privado. Números acima de 50 representam aquecimento da atividade.
"Pelo menos parte da recuperação em maio pode estar ligada ao fato de as empresas e seus clientes terem procurado se antecipar a outras possíveis questões relacionadas a tarifas, principalmente o potencial para futuros aumentos de tarifas depois que a pausa de 90 dias expirar em julho", disse Chris Williamson, economista-chefe de negócios da S&P Global Market Intelligence à Reuters.
Já a China, outro importante parceiro comercial do Brasil e um dos países mais impactados pelas tarifas dos EUA, registrou crescimento de 5,4% entre janeiro e março.
Nesse caso, o crescimento também foi influenciado pelo tarifaço. Com muitas empresas buscando se antecipar às novas cobranças para reforçar seus estoques, as exportações chinesas aumentaram significativamente, impulsionando o PIB da segunda maior economia do mundo.
PIB cresce 1,4% no primeiro trimestre de 2025
Azul terá aporte de US$ 1,6 bilhão em recuperação judicial e prevê devolução de aeronaves antigas
Companhia aérea passou pela primeira audiência na Justiça dos EUA após acionar Capítulo 11 da Lei de Falências. 'Não haverá impacto para os clientes', disse vice-presidente institucional. Azul detalha redução de frota e diz que recuperação judicial não terá impacto aos clientes
A Azul Linhas Áreas afirmou, nesta sexta-feira (30), que a recuperação judicial da empresa, aprovada na Justiça dos Estados Unidos na primeira audiência do processo na quinta (29), prevê um financiamento de US$ 1,6 bilhão para eliminar a dívida.
Segundo a empresa, a intenção é manter todos os seus ativos, podendo continuar com a operação, negociar um possível adiamento de suas dívidas e, com aprovação judicial, conseguir um novo empréstimo.
Azul detalha como será financiamento de recuperação judicial para eliminar dívida
Vice-presidente da institucional da Azul, Fábio Campos detalhou, em coletiva de imprensa, como foi a primeira audiência na Justiça norte-americana, e como será o aporte de US$ 1,6 bilhão.
"Parte desse capital será usada para comprar uma parte da dívida e parte para custear a operação da empresa durante esse período", disse Campos.
Companhia aérea azul voos Araxá e Patos de Minas
Azul/Divulgação
Além disso, o vice-presidente explicou que a redução de 35% na frota, já anunciada no momento do pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, na verdade, se trata da devolução de alguns modelos de aeronaves mais antigos, que deixaram de ser usados. A maioria dos aviões é da categoria Embraer E-1.
"Isso não quer dizer uma redução. Boa parte desses aviões são aviões que já estavam paradas por falta de motores, ou falta de peças e por isso já não estavam atuando na frota da Azul. Outra parte desse número na verdade são pedidos futuros, pedidos de aeronaves que viriam em 2027, 2028 e 2029, e que a Azul vai renegociar nesse processo de reestruturação financeira. A ideia é voar cada vez mais com aeronaves de última geração", explicou.
Segundo a companhia, as devoluções visam otimizar as operações com menor custo, com modelos novos, mais econômicos, que seriam incorporados enquanto contratos de leasing (aluguel de aeronaves) seriam encerrados.
Capítulo 11 da Lei de Falências
A companhia entrou com pedido de proteção sob o Capítulo 11 da Lei de Falências — mecanismo semelhante à recuperação judicial no Brasil.
Por que as principais companhias aéreas do Brasil tiveram que pedir recuperação judicial?
Capítulo 11: entenda o que é o mecanismo e a diferença para a recuperação judicial brasileira
Segundo a aérea, o processo de recuperação nos Estados Unidos "permite às empresas operar e atender seus públicos de interesse normalmente, enquanto trabalham nos bastidores para ajustar sua estrutura financeira".
Segundo Fábio Campos, a corte norte-americana aprovou os aproximadamente 20 pedidos feitos pela empresa na primeira audiência de recuperação judicial.
'Sem impacto para clientes' e 'sem demissões'
Segundo o vice-presidente da Azul, o processo de recuperação judicial não terá impacto para os clientes e a operação seguirá normalmente, sem nenhuma alteração.
"A empresa já ingressou no seu processo de reestruturação e a nossa operação segue normal. Tudo será honrado em relação aos nossos clientes. A empresa segue operando com o nosso valor número 1 que é a segurança. Nada será afetado em relação à segurança dos clientes", explicou.
Além disso, Campos garantiu que a empresa não prevê, mesmo com a recuperação judicial em curso, fazer pacotes de demissão em massa. "Nossa prioridade é 100% esse processo nos Estados Unidos, mas não prevemos nenhuma ação de corte, como demissões, por exemplo", pontuou.
Reduzir dívida e gerar caixa
A Azul informou que o objetivo da medida é reduzir significativamente o endividamento da companhia e gerar caixa.
A empresa também destacou que a medida conta com o apoio de seus principais stakeholders, incluindo detentores de títulos, sua maior arrendadora, a AerCap, e os parceiros estratégicos United Airlines e American Airlines.
Pandemia, cadeia de suprimentos...
Em comunicado aos investidores, John Rodgerson, CEO da Azul, atribuiu as dificuldades financeiras da companhia à pandemia de Covid-19, às turbulências macroeconômicas e aos problemas na cadeia de suprimentos da aviação.
O que está por trás da suspensão de rotas e cancelamentos de voos pela Azul: CEO cita corte de custos, falta mundial de peças e dólar alto
Em nota, o Ministério dos Portos e Aeroportos disse que "acompanha com atenção o processo de recuperação judicial da companhia aérea Azul".
O governo acredita que a reestruturação será bem-sucedida, como ocorreu com outras empresas do setor, como Latam e Gol. O ministério reforçou que segue monitorando o setor aéreo e oferecendo apoio institucional às companhias.
Recuperação judicial da Azul: relembre os problemas da companhia aérea
Problemas recentes
O processo de recuperação judicial é mais um episódio de problemas recentes aos quais a companhia conviveu no último ano. Entre eles, estão a suspensão de rotas no Brasil e cancelamentos de voos.
Além disso, a aérea fez uma negociação com credores para eliminar R$ 11 bilhões em dívidas.
Em entrevista ao g1 em janeiro, o CEO da empresa, John Rodgerson, disse que o acordo deixaria a companhia mais "forte do que nunca" e apontou corte de custos, falta de peças e dólar alto como razões para as suspensões e cancelamentos.
Avião da Azul decola do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
Ricardo Moraes/ Reuters
Rotas suspensas: CEO da Azul cita corte de custos, dólar alto e falta mundial de peças
'Não vou voar onde estou perdendo dinheiro'
Na entrevista ao g1 em janeiro, John Rodgerson apontou corte de custos, opção por rotas mais lucrativas, falta mundial de peças e motores, alta do dólar como fatores para as suspensões de voos no início do ano. Relembre a entrevista no vídeo acima.
"Não vou continuar voando onde estou perdendo dinheiro. Então, como qualquer empresário, você aloca seus recursos da melhor forma possível", disse à época.
O CEO pontuou que embora tenha anunciado a suspensão de rotas, a Azul permanece expandindo o mercado. "Antes da pandemia, a Azul operava em 110 cidades do Brasil. Hoje estamos em 160, e vamos para 150 com esses fechamentos, mas estamos servindo muito mais cidades que servíamos antes", afirmou.
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Veja dicas de prevenção de gripe aviária e mais informações do Globo Rural de 01/06/2025
Cartilha gratuita traz as principais recomendações sobre como pequenos criadores podem evitar a doença. Além disso, veja as novas regras de prorrogação de dívidas rurais no RS. Prevenção da gripe aviária Com o fim do período de migração de aves silvestres, especialistas alertam sobre a importância de reforçar os cuidados com galinhas e pequenas criações domésticas. As medidas de biossegurança são fundamentais para ajudar no controle da gripe aviária, especialmente em granjas, sítios e chácaras. Uma cartilha gratuita com orientações foi elaborada pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA), em parceria com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O material reúne as principais recomendações, como manter as aves em ambientes cercados com telas e evitar o uso de água de fontes descobertas. As orientações são válidas tanto para produtores rurais quanto para quem mantém aves de forma recreativa em propriedades familiares. O folheto está disponível gratuitamente. >> Acesse aqui <<< Prorrogação de dívidas rurais Para ajudar os produtores rurais afetados pela estiagem, o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou, na quinta-feira (29), que instituições financeiras prorroguem por até três anos as dívidas bancárias dos agricultores do Rio Grande do Sul. As regras estão disponíveis aqui. PANCs: conheça 20 plantas alimentícias não convencionais para cultivar
Governo vê PIB do 1º trimestre 'levemente abaixo', mas mantém projeção de alta de 2,4% para 2025
IBGE informou nesta sexta-feira (30) que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, frente aos três últimos meses do ano passado. A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda (SPE) informou nesta sexta-feira (30) que, mesmo com o resultado levemente abaixo do esperado para o crescimento no primeiro trimestre, segue projetando alta de 2,4% para o PIB de 2025.
Segundo o governo, a manutenção da projeção de expansão da economia neste ano considera a "resiliência que vem sendo observada tanto no mercado de trabalho como de crédito".
PIB cresce 1,4% no primeiro trimestre de 2025
"O crescimento do PIB no primeiro trimestre foi levemente inferior à projeção da SPE. A partir do segundo trimestre de 2025, a contribuição do setor agropecuário para o crescimento deverá se tornar negativa, junto com a redução no ritmo de expansão de atividades cíclicas na comparação interanual", afirmou o governo.
"Para a segunda metade do ano, a perspectiva é de que o ritmo de crescimento se mantenha próximo à estabilidade na margem, repercutindo os efeitos contracionistas da política monetária [alta de juros]", informou o governo", prosseguiu.
Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, frente aos três últimos meses do ano passado.
O crescimento foi puxado pela agropecuária, que avançou 12,2%. Também houve alta no setor de serviços (0,3%), enquanto a indústria não mostrou variação significativa (-0,1%).
Brasil é o maior exportador de soja do mundo e China é um maior comprador do produto brasileiro
Ueslei Marcelino/Reuters/ via BBC
➡️Na comparação anual, o agro cresceu 10,2%, puxado, principalmente, pela projeção de crescimento de 13,3% da colheita de soja este ano.
No caso da soja, a colheita deve ser recorde na safra 2024/25 e alcançar 168 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Até a primeira semana de maio, 97,7% da colheita já foi concluída.
➡️A soja, quando tem um bom desempenho, costuma ter destaque no PIB do primeiro trimestre porque a safra se concentra entre janeiro e maio.
Fraude no INSS: sistema do Dataprev apresenta instabilidade no primeiro dia de atendimento presencial a vítimas, diz ministro
De acordo com Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União, problema afetou atendimentos em todo o país, mas situação deve ser normalizada ainda nesta sexta-feira. Aposentado durante atendimento em uma agência dos Correios de Brasília busca informações sobre possíveis descontos indevidos no benefício do INSS
Marcela Cunha/g1
O sistema da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev) apresenta instabilidade nesta sexta-feira (30), primeiro dia de atendimento presencial em agências dos Correios a aposentados e pensionistas vítimas de fraudes em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A informação foi divulgada pelo advogado-geral da União, ministro Jorge Messias, durante entrevista coletiva. De acordo com Messias, o problema é nacional e pode ter sido causado por "algum tipo de ataque hacker".
"Nos informaram que houve um pequeno problema de instabilidade, é possível que esteja tendo algum tipo de ataque de hacker, mas o DataPrev já está neste momento trabalhando e a informação que eu tenho é que o restabelecimento já está previsto para cerca de 10, 15 minutos", afirmou Messias.
"Mas as equipes já estão trabalhando e vamos aqui trabalhar até o final do dia para que todos possam ser atendidos", completou o ministro na manhã desta sexta-feira.
O g1 entrou em contato com os Correios, o INSS e o Dataprev (estatal que cuida dos sistemas eletrônicos da Previdência) e aguarda retorno.
Fraude no INSS: Correios começam atendimento a aposentados e pensionistas
Segundo a assessoria dos Correios, o sistema está voltando a funcionar, mas ainda apresenta lentidão e deve ser normalizado em breve.
O g1 acompanhou o primeiro dia de atendimentos em uma agência dos Correios na região central de Brasília, onde não havia filas.
Um aposentado ouvido pela reportagem não conseguiu verificar se teve desconto porque o sistema estava fora do ar. Ele foi orientado a voltar na próxima segunda-feira (2)
📮A ida a uma agência dos Correios é apenas uma opção adicional, principalmente para aposentados e pensionistas que não têm familiaridade com aplicativos.
💵Segundo o governo, como os descontos já foram suspensos e o ressarcimento ainda não começou, não é preciso correr e nem formar filas.
Atendimentos nas agências dos Correios
👴🏻👵🏻Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) podem buscar atendimento presencial em 5.033 agências dos Correios. O serviço começou nesta sexta e as unidades abrangem 66% dos municípios brasileiros.
🔎 O atendimento presencial relacionado a possíveis fraudes será realizado exclusivamente nas agências dos Correios. Os postos de atendimento do INSS não participam dessa ação.
A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Previdência Social e os Correios, com o objetivo de oferecer suporte a quem enfrenta dificuldades com os canais digitais.
Veja a lista das agências que vão oferecer o atendimento
O atendimento virtual, por meio do aplicativo Meu INSS ou pelo telefone 135, continua disponível com os mesmos serviços.
✅ Nas agências, os segurados poderão:
Verificar se houve desconto não autorizado;
Solicitar a contestação de cobranças;
Confirmar autorizações previamente dadas;
Acompanhar o andamento das contestações;
Avaliar e contestar documentos apresentados por associações;
Receber orientações impressas sobre como acessar os canais digitais.
PIB sobe 1,4% no 1º tri: por que analistas veem desaceleração da economia à frente
Impulso do agro devido à safra recorde garantiu forte desempenho da atividade de janeiro a março, mas economistas esperam menor ritmo de crescimento nos próximos trimestres. Entenda por quê. Forte alta de 12,2% da agropecuária garantiu o bom desempenho da economia no começo do ano
Getty Images via BBC
A economia brasileira cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2025, em relação ao trimestre anterior, informou nesta sexta-feira (30/5) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE).
O resultado ficou ligeiramente abaixo do esperado pelos analistas (1,5%), mas bem acima daquele registrado no quarto trimestre de 2024 (0,1% conforme o dado revisado, ante 0,2% divulgado anteriormente).
Em relação ao primeiro trimestre de 2024, o avanço foi de 2,9%, abaixo do trimestre anterior, quando a alta foi de 3,6% na comparação anual.
Uma forte alta de 12,2% da agropecuária garantiu o bom desempenho da economia no começo do ano, graças à safra recorde de grãos, com destaque para a soja e o milho.
Ainda na ponta da oferta, os serviços cresceram 0,3% e a indústria recuou 0,1%, sempre em relação ao trimestre anterior.
No lado da demanda, o maior crescimento foi registrado pelos investimentos, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), com alta de 3,1%, impulsionada pelo efeito não recorrente da importação de uma plataforma de petróleo da China.
O consumo das famílias cresceu 1%, sustentado pelo bom desempenho do mercado de trabalho e pelo crescimento da massa de renda (soma de todos os rendimentos dos trabalhadores do país).
Já o consumo do governo avançou 0,1% em relação ao trimestre anterior e o setor externo teve contribuição negativa no trimestre, com as importações (5,9%) crescendo mais do que as exportações (2,9%), um sinal da demanda interna aquecida.
Apesar do bom desempenho da economia no início do ano, analistas esperam que a economia deve perder fôlego à frente.
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O que esperar para o restante do ano?
A expectativa dos economistas é de uma desaceleração gradual para o PIB nos próximos trimestres.
Rodolfo Margato, economista da XP Investimentos, explica que a própria sazonalidade da economia brasileira ajuda a explicar essa desaceleração.
"Quase dois terços da safra de soja são contabilizados [no PIB] entre janeiro e março e a expectativa é de um aumento da safra de soja na casa de 15%", observa.
Ariane Benedito, economista-chefe da fintech PicPay, destaca ainda que a base de comparação forte do primeiro trimestre dificulta um crescimento mais pujante nos trimestres seguintes.
E avalia que, na segunda metade do ano, deverão ser sentidos com maior força os efeitos dos juros elevados pelo Banco Central.
Quanto aos riscos para o ano, os economistas avaliam que o principal deles seria um possível recrudescimento da guerra comercial entre Estados Unidos e China, que provoque uma desaceleração mais relevante da economia mundial, impactando o preço das commodities.
Agravamento da guerra comercial entre EUA e China é um dos riscos à frente
Getty Images via BBC
Mas eles avaliam que esse não é o cenário mais provável, diante dos reiterados recuos do presidente americano Donald Trump.
No cenário interno, Luciano Sobral, economista-chefe da Neo Investimentos, avalia que a gripe aviária pode ter impacto para inflação e balança comercial, mas não para o PIB, já que uma eventual queda das exportações de aves seria compensada por maiores vendas no mercado interno, sem impacto relevante para a produção.
Já o esperado aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pode tornar a tomada de crédito mais cara para as empresas, mas também sem impacto relevante para a atividade, diante das condições de crédito já bastante restritivas em meio aos juros altos.
Neste cenário de riscos limitados, os analistas ouvidos pela BBC News Brasil avaliam que a desaceleração da atividade deve acontecer de forma gradual, com a demanda sustentada pelo mercado de trabalho ainda aquecido e pelos gastos do governo, que tendem a aumentar à medida que se aproximam as eleições de 2026.
Dados fortes do mercado de trabalho no início do segundo trimestre sugerem que a desaceleração da atividade será gradual, avaliam economistas
Agência Brasil via BBC
Para Margato, da XP, os dados divulgados nesta semana sobre o mercado de trabalho no início do segundo trimestre reforçam essa percepção.
Em abril, o Brasil registrou a criação de 257 mil empregos formais, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), bem acima da expectativa (170 mil).
Já a taxa de desemprego ficou em 6,6% no trimestre encerrado em abril, menor do que o esperado e nível mais baixo para o mês da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE.
"São exemplos que reforçam nosso cenário de atividade resiliente, de uma demanda ainda aquecida e de um mercado de trabalho robusto", diz Margato.
Sobral e Margato destacam ainda o papel que os estímulos fiscais têm tido para sustentar a atividade econômica.
O economista da XP cita como exemplos recentes desses estímulos o aumento do salário mínimo acima da inflação; o empréstimo consignado do trabalhador; a liberação de cerca de R$ 12 bilhões em saldos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS); e o pagamento de R$ 90 bilhões em precatórios (dívidas da União já reconhecidas pela Justiça, sem possibilidade de novos recursos).
Sobral lembra ainda que há outros estímulos a caminho, cujos efeitos deverão ser sentidos ao longo do ano, como a ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida; o aumento do vale-gás; e a redução da conta de luz para famílias de baixa renda com baixo consumo de energia.
A contrapartida desse crescimento puxado pelo gasto público é a inflação resiliente, dizem os economistas, o que deve manter os juros em nível alto por mais tempo e ajuda a explicar o mau humor dos brasileiros com a economia, mesmo num contexto de desemprego baixo e renda em alta.
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Fraudes no INSS: governo vai usar recursos da União para ressarcir vítimas enquanto cobra entidades na Justiça, diz AGU
Governo anunciou que quer concluir devolução até dezembro, mas não disse de onde vai tirar o dinheiro. Bens bloqueados na Justiça só ficam disponíveis ao fim do processo. Advogado-geral da União, Jorge Messias
TV Globo/Reprodução
O advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou nesta sexta-feira (30) que o governo vai usar recursos do orçamento federal para ressarcir os aposentados e pensionistas vítimas de descontos não autorizados de associações e entidades conveniadas com o INSS.
Segundo Messias, o governo seguirá cobrando essas entidades na Justiça – mas não vai condicionar o ressarcimento das vítimas à conclusão desse processo.
"Como nós falamos desde o início do processo, a determinação do governo do presidente Lula é que todas as entidades fraudadoras paguem pelos crimes e paguem também pelo dano patrimonial. É evidentemente que o governo não vai ficar esperando de braços cruzados os aposentados serem ressacidos por essas entidades", disse Messias.
"O que vai acontecer? O governo federal vai pagar com recursos da União e nós vamos nos ressacir dessas entidades a partir da venda dos bens bloqueados", seguiu.
Desde o começo da semana, o governo já vinha anunciando que pretendia concluir a quitação dos ressarcimentos até o fim do ano. Na quarta, o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, afirmou qua intenção era concluir "o quanto antes".
Fraude no INSS: Correios começam atendimento a aposentados e pensionistas
💵 Ainda não está claro, no entanto, de onde virá o dinheiro – se o orçamento do INSS para 2025 comporta esses gastos, ou se será preciso aprovar um crédito extraordinário no Congresso, por exemplo.
💵 Isso porque, embora a Justiça já tenha bloqueado mais de R$ 1 bilhão em bens e contas bancárias dos suspeitos e das entidades, esse dinheiro ainda não está disponível.
💵 Os valores só poderam ser usados para ressarcir o governo e os beneficiários prejudicados ao fim do processo judicial, se houver condenação definitiva.
Governo 'vai encontrar uma maneira', diz Wolney
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, também afirmou nesta sexta que o governo "vai encontrar uma maneira" de quitar os ressarcimentos, antes mesmo de reaver o dinheiro desviado.
"Conforme a Polícia Federal e a CGU avançam nas investigações, podem encontrar recursos em paraíso fiscais, novos imóveis que estão ocultados e esses valores [bloqueados] podem aumentar. Então, inicialmente é com esse recurso", disse o ministro.
"Agora, como isso é um processo judicial que leva tempo, o governo vai encontrar uma maneira de, com recursos do Tesouro, ressacir os aposentados, que é a prioridade dada pelo presidente [...] E depois, o governo encontra uma maneira de ser ressarcido desses recursos", completou.
Fraude no INSS: ministro diz que aposentados serão ressarcidos por empresas fraudadoras
Wolney reafirmou que a intenção do governo é concluir os ressarcimentos até o fim do ano.
"É um desejo do governo virar essa página, poder resolver esse assunto, pagar a todo mundo. Colocar quem tiver que colocar na cadeia, punir os fraudadores, fechar as entidades definitivamente, as associações que fraudaram. Separar o joio do trigo e ficar com o trigo, que são as poucas e boas associações que efetivamente prestam serviço aos aposentados", disse.
Fila do INSS ultrapassa dez milhões de pedidos
Trump acusa China de violar acordo sobre tarifas; Pequim pede que EUA parem com 'restrições discriminatórias'
No dia 12, tarifas dos EUA sobre as importações chinesas caíram de 145% para 30% e as da China sobre os produtos americanos foram de 125% para 10% por 30 dias. O presidente dos EUA, Donald Trump, participa de uma reunião bilateral com o presidente da China, Xi Jinping, durante a cúpula dos líderes do G20 em Osaka, Japão, 29 de junho de 2019.
REUTERS/Kevin Lamarque/Foto de arquivo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a China de violar o acordo sobre as tarifas, que os dois países fecharam no dia 12 deste mês, em uma publicação em sua rede Truth Social, nesta sexta-feira (30).
"A má notícia é que a China, talvez sem surpresa para alguns, VIOLOU TOTALMENTE SEU ACORDO CONOSCO", postou.
Após duas semanas de recuperação do dólar e de bolsas pelo mundo inteiro com o anúncio do acordo entre EUA e China, o post do republicano promete abalar novamente os mercados.
Desde que anunciou um 'tarifaço' com o objetivo de reduzir o déficit comercial dos EUA, o republicano vem enfrentando muitas críticas, mesmo de aliados. A forte queda de braço com o governo chinês antes das negociações só piorou a situação.
Trump, no entanto, nesta sexta, disse que só fechou o acordo para ajudar a China. De acordo com ele, tudo ocorreu para "salvá-los" de grave perigo econômico.
"Há duas semanas, a China corria grave perigo econômico! As tarifas altíssimas que estabeleci tornaram praticamente impossível para a China vender no mercado dos Estados Unidos, que é, de longe, o número um do mundo. Muitas fábricas fecharam e houve, para dizer o mínimo, 'agitação civil'. Eu vi o que estava acontecendo e não gostei. Para eles, não para nós. Fiz um acordo rápido com a China para salvá-los do que eu pensava que seria uma situação muito ruim, e eu não queria que isso acontecesse", escreveu.
Algumas horas depois do post do presidente americano, a China se pronunciou através de um comunicado divulgado por sua embaixada em Washington. Pediu que os Estados Unidos acabem com as "restrições discriminatórias" contra Pequim e que os dois lados "mantenham conjuntamente o consenso alcançado nas negociações de alto nível em Genebra".
"Desde as negociações econômicas e comerciais entre a China e os EUA em Genebra, ambos os lados têm mantido comunicação sobre suas respectivas preocupações nos campos econômico e comercial em várias ocasiões bilaterais e multilaterais em vários níveis", disse o porta-voz da embaixada, Liu Pengyu.
Saiba mais sobre acordo
China e EUA anunciam acordo para pausar tarifaço
Os Estados Unidos e a China concordaram em reduzir temporariamente as chamadas "tarifas recíprocas" entre os dois países durante 90 dias, no dia 12 de maio, após representantes das duas potências se encontrarem em Genebra, na Suíça.
As tarifas dos EUA sobre as importações chinesas caíram de 145% para 30%.
As taxas da China sobre os produtos americanos foram reduzidas de 125% para 10%.
Em coletiva de imprensa após o anúncio do acordo, Trump disse que não esperava que as tarifas dos EUA sobre as importações chinesas retornassem a 145% após o fim da pausa de 90 dias, e que acreditava que Washington e Pequim chegarão a um acordo definitivo.
O republicano também afirmou que a China já concordou em abrir o mercado para os EUA, mas que isso "levará um tempo para ser colocado no papel".
Trump destacou ainda que, além dos acordos sobre tarifas já firmados com a China e com o Reino Unido, muitos outros "estão a caminho".
Relembre a guerra tarifária entre China e EUA
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou após o anúncio das tarifas prometidas por Trump, no início de abril.
A China foi um dos países tarifados — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, em 4 de abril, tarifas extras de 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram retaliar, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 12h de 8 de abril, ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim".
Cumprindo a promessa, Trump confirmou a elevação das tarifas sobre os produtos chineses.
A resposta chinesa veio na manhã de 9 de abril: o governo elevou as tarifas sobre produtos americanos de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países, mas a China seria uma exceção.
O presidente dos EUA subiu a taxação de produtos chineses para 125%.
Em 10 de abril, a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa alíquota total de 145%.
Como resposta, em 11 de abril, os chineses elevaram as tarifas sobre os produtos americanos para 125%.
Medidas de estímulo x juros altos: entenda como o governo tenta dar um 'gás' extra no PIB
A estratégia é oposta aos esforços do Banco Central (BC) para conter uma inflação pressionada pelo câmbio desvalorizado e pela alta nos preços dos alimentos. Haddad e Lula
CLÁUDIO REIS/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO
Ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida, criação do Consignado do Trabalhador, liberação dos recursos retidos do FGTS para quem optou pelo saque-aniversário e antecipação de pagamentos do INSS para aposentados e pensionistas.
Essas são apenas algumas das medidas anunciadas pelo governo nos cinco primeiros meses do ano.
Segundo especialistas consultados pelo g1, elas podem acabar impulsionando os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) nos primeiros trimestres do ano, adiando os efeitos dos juros elevados e “mascarando” a desaceleração econômica que deve vir à frente.
A estratégia é oposta aos esforços do Banco Central (BC) para conter uma inflação pressionada pelo câmbio desvalorizado e pela alta nos preços dos alimentos. De setembro a maio, foram seis aumentos consecutivos da taxa básica (Selic), que levaram os juros a 14,75% ao ano, maior patamar em 20 anos.
Parte das ferramentas utilizadas pelo BC para controlar a inflação é justamente o aumento de juros, que se reflete diretamente no consumo, diminuindo a procura por bens e serviços. O crédito se torna mais caro e restrito, e as compras a prazo, menos acessíveis.
Mas os efeitos têm sido limitados. Os dados do PIB, divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que o consumo das famílias subiu 1% no primeiro trimestre deste ano e 2,6% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
O resultado representa uma aceleração em relação ao quarto trimestre de 2024, quando o consumo das famílias havia recuado de 1%, já com algum efeito do aumento dos juros. Mas os estímulos do governo voltaram a impulsionar o PIB.
“Vimos várias medidas anunciadas nos últimos meses que têm potencial de trazer um bom impulso para a economia neste ano”, diz a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese.
Entre as principais medidas que injetaram recursos na economia, estão:
A ampliação do Minha Casa, Minha Vida, que aumentou o número de brasileiros com acesso aos juros mais baixos oferecidos pelo programa;
A liberação dos valores retidos do FGTS para quem optou pelo saque-aniversário, com previsão de distribuir cerca de R$ 12 bilhões a 12 milhões de trabalhadores;
A antecipação do 13º do INSS para aposentados e pensionistas, que beneficiou cerca de 15 milhões de pessoas; e
A criação do Consignado do Trabalhador, vista como uma das propostas com maior potencial para aquecer o PIB até o próximo ano.
Um estudo feito por economistas do Itaú Unibanco, por exemplo, mostra que o novo Consignado CLT (como também ficou conhecido o Consignado do Trabalhador) pode adicionar até 0,6 ponto percentual ao PIB entre 2025 e 2026.
A nova modalidade de crédito permite que todos os trabalhadores com carteira assinada contratem empréstimos, utilizando até 10% do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como garantia, além de 100% da multa rescisória em caso de demissão sem justa causa (equivalente a 40% do saldo).
Entenda os efeitos do ‘choque de juros’ no crédito e na vida do consumidor
PIB cresce 1,4% no primeiro trimestre de 2025
Segundo Julia Gottlieb, economista do Itaú Unibanco, essa mudança não apenas ampliou significativamente o número de pessoas com acesso ao crédito consignado privado, como também aumentou a concorrência no mercado.
“É razoável que isso gere uma queda de taxa de juros e um aumento do prazo médio desses empréstimos”, diz a economista, destacando que, com isso, a parcela mensal paga pelo trabalhador também tende a ficar menor no médio e longo prazo.
“Esse dinheiro que sobra no final do mês vai virar consumo, ou ir para um empréstimo novo, [...] o que pode ter um impacto de mais 0,6 ponto percentual [na economia] em um intervalo de um ano”, completa Gottlieb.
Para os próximos meses, a previsão é que os estímulos fiscais podem até se intensificar com o surgimento de novas iniciativas. Entre as medidas em discussão ou já aprovadas estão:
O vale-gás, cuja mudança já foi anunciada e deve envolver a distribuição de vouchers de R$ 110 para compra de botijões para as famílias inscritas no Bolsa Família;
A ampliação de isenção do Imposto de Renda para quem ganha R$ 5 mil;
A ampliação da tarifa social de energia elétrica, que dá gratuidade para famílias do CadÚnico e que tenham consumo mensal de até 80 kWh;
Um possível crédito facilitado para que entregadores de aplicativo possam comprar motos;
e até um eventual aumento no Bolsa Família (que inicialmente já foi negado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad).
“Muita coisa ainda não veio como anúncio oficial, mas essas especulações dão a entender que o governo ainda tem mais coisa na manga para anunciar. A percepção é que o governo não vai deixar o PIB desacelerar”, comenta Veronese.
Essa perspectiva já começa a se refletir nas estimativas do mercado financeiro. No último boletim Focus, por exemplo, os analistas passaram a prever uma desaceleração mais branda da economia neste ano.
Para 2025, as projeções de PIB passaram de 2,02% na semana passada para 2,14% nesta;
Para 2026, por enquanto, a projeção dos analistas para o PIB segue em 1,70%.
Por que o agro (especialmente a soja) puxou o crescimento da economia no início do ano
Setor avançou 12,2% no primeiro trimestre de 2025, em relação ao último de 2024, puxado pela colheita de soja. PIB do Brasil cresce 1,4% no 1º trimestre
A agropecuária cresceu 12,2% no primeiro trimestre de 2025, em relação ao último trimestre de 2024, e impulsionou o avanço de 1,4% Produto Interno Bruto (PIB) no período.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em relação ao primeiro trimestre de 2024, o PIB avançou 2,9%, sendo que um quarto desse crescimento foi puxado pela agropecuária, explicou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
➡️O agro tem um peso de 6,5% no PIB calculado pelo IBGE, pois o instituto calcula somente as atividades primárias, como os plantios e as criações de animais.
Mas, quando se coloca nessa conta, os serviços, comércios e as indústrias do setor, esse peso sobe para 23%, destaca o sócio-diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, Carlos Cogo.
É a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) que faz esse cálculo.
"Então, esse crescimento todo [de 12,2%] se expande para a indústria de sementes, defensivos, fertilizantes, máquinas agrícolas, depois para exportação, transporte, armazenagem", exemplifica.
Soja puxou agro
➡️O agro cresceu 10,2% na comparação anual, puxado, principalmente, pela projeção de crescimento de 13,3% da colheita de soja neste ano.
Outros plantios com projeções de alta foram destaque, como o milho (11,8%), arroz (12,2%) e fumo (25,2%).
No caso da soja, a colheita deve ser recorde e alcançar 168 milhões de toneladas na safra 2024/25 , segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Até a primeira semana de maio, 97,7% da colheita já tinha sido concluída.
➡️A soja, quando tem um bom desempenho, costuma ser destaque no PIB do primeiro trimestre porque a safra se concentra entre janeiro e maio.
"É por isso que é provável que esse número não se sustente ao longo do ano, porque é um número muito concentrado no primeiro trimestre e um pouco no segundo trimestre", diz Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB-FGV.
A soja, quando tem um bom desempenho, costuma ter destaque no PIB do primeiro trimestre porque a safra se concentra entre janeiro e maio.
Arte/g1
Além da soja
Carlos Cogo comenta que o clima favoreceu outras colheitas pelo Brasil no início do ano.
"Temos uma safra recorde de fumo, de milho, de algodão, e uma safra bem maior de arroz, de feijão", comenta.
Outros plantios devem favorecer o agro nos próximos meses, como o café e o açúcar.
"Açúcar e café estão com valores elevados no mercado global. Isso, claro, se transmite para preços aqui no mercado interno", afirma.
"Nós temos uma grande safra de café para ser colhida. E, embora ela seja menor do que o esperado, tem um valor agregado muito alto esse ano", diz.
"A produção de açúcar, apesar dos incêndios do ano passado, será recorde também", acrescenta Cogo.
A colheita de café ocorre entre maio e setembro, a depender da região. Já a da cana-de-açúcar, entre os meses de abril e novembro no Centro-Sul, e entre novembro e abril no Nordeste.
Soja vai bem em todo o Brasil
A colheita de soja no Centro-Oeste, Sudeste, Paraná e Tocantins já foi concluída. Com exceção do Mato Grosso do Sul, todos os estados tiveram rendimentos superiores aos estimados no início da safra.
Em Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Bahia, Rondônia e Tocantins, as produtividades (volume colhido por área) foram recordes da série histórica da Conab.
PIB cresce 1,4% no primeiro trimestre de 2025
PIB do Brasil cresce 1,4% no 1º trimestre de 2025, diz IBGE
Resultado foi puxado pela agropecuária, que avançou 12,2% entre janeiro e março. O setor de serviços também cresceu, com avanço de 0,3%, enquanto a indústria permaneceu praticamente estável (-0,1%). Plantio de soja no Tocantins
Adapec/Governo do Tocantins
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil aumentou 1,4% no primeiro trimestre de 2025 em comparação com os três últimos meses de 2024, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (30).
O principal impulso veio da agropecuária, que registrou alta de 12,2%. O setor de serviços também cresceu, com avanço de 0,3%, enquanto a indústria permaneceu praticamente estável (-0,1%).
O resultado mostra uma aceleração significativa em relação ao crescimento revisado de 0,1% observado no último trimestre de 2024, um pouco abaixo das expectativas do mercado, que previam um avanço de 1,5% no período, assim como das estimativas do governo federal. (leia mais abaixo)
Em valores correntes, a economia brasileira acumulou R$ 3 trilhões entre janeiro e março. Considerando os últimos quatro trimestres, o PIB teve crescimento de 3,5%.
O setor agropecuário costuma ter maior influência no PIB no início do ano devido à colheita da soja, principal produto da agricultura brasileira, que ocorre entre janeiro e maio.
Fenômenos climáticos também contribuíram para o resultado, e trouxeram uma recuperação após a retração do setor no final do ano passado, explica Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
➡️ Entenda por que o agro puxou o crescimento do PIB
Variação trimestral do PIB brasileiro no 1º trimestre de 2025
Arte/g1
Entre as atividades industriais, houve queda nas Indústrias de Transformação (-1%) e na Construção (-0,8%). Por outro lado, os segmentos de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (1,5%), além das Indústrias Extrativas (2,1%), apresentaram crescimento.
No setor de serviços, o destaque foi o segmento de Informação e comunicação, com alta de 3%. A única queda registrada foi no grupo de Transporte, armazenagem e correio, que recuou 0,6%.
Pelo lado da demanda, o consumo das famílias aumentou 1%, enquanto o consumo do governo teve leve alta de 0,1%, possivelmente impactado pela demora na aprovação do Orçamento, o que restringiu os gastos públicos no início do ano, segundo a economista Claudia Moreno, do C6 Bank.
Os investimentos tiveram ganho de 3,1% no trimestre. As exportações aumentaram 2,9% e as importações, 5,9%. (veja os gráficos ao fim da reportagem)
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Como medidas do governo podem atrasar a desaceleração da economia
PIB cresce 1,4% no primeiro trimestre de 2025
Comparação com 2024
Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, o PIB cresceu 2,9%. Naquele período, o principal motor do crescimento foi o comércio.
Neste ano, o destaque ficou com a agropecuária. O setor cresceu 10,2% em relação ao mesmo período de 2024, principalmente pelo bom desempenho de culturas com colheita importante no primeiro trimestre.
Veja os principais resultados:
Soja: 13,3%;
Milho: 11,8%;
Arroz: 12,2%;
Fumo: 25,2%.
PIB brasileiro em primeiros trimestres até 2025
Arte/g1
No mesmo período, a indústria registrou crescimento de 2,4%, puxada pelo setor de Construção, que avançou 3,4% e acumulou sua sexta alta consecutiva. Segundo o IBGE, esse desempenho foi sustentado pelo aumento da ocupação no setor e pela maior produção de insumos típicos.
A Indústria de Transformação também contribuiu, com alta de 2,8%, por meio de segmentos de máquinas e equipamentos, metalurgia, produtos químicos e farmacêuticos. Já o setor de Eletricidade cresceu 1,6%, favorecido pelo aumento do consumo residencial.
No setor de serviços, todas as atividades registraram crescimento. Os destaques foram: Informação e Comunicação (6,9%), Atividades Imobiliárias (2,8%) e Outras Atividades de Serviços (2,5%). O comércio também teve desempenho positivo, com alta de 2,1%.
Sob a ótica da demanda, os investimentos se destacaram, com crescimento de 9,1% em relação ao primeiro trimestre de 2024 — a quinta alta consecutiva nessa base de comparação.
De acordo com o IBGE, esse resultado foi impulsionado pelo avanço da construção civil, pelo aumento da produção nacional e das importações de bens de capital — com destaque para a aquisição de plataformas de petróleo — e pelo crescimento no desenvolvimento de softwares.
O consumo das famílias aumentou 2,6%, influenciado pela elevação da massa salarial real e pela maior oferta de crédito, mesmo diante de juros elevados. O consumo do governo, por sua vez, teve alta de 1,1%.
Análise do PIB sob a ótica da oferta no 1º trimestre de 2025
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Análise do PIB do 1º trimestre de 2025 pela ótica da demanda.
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Governo mantém projeção de alta de 2,4% para 2025
A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda (SPE) informou nesta sexta-feira (30) que, apesar do crescimento no primeiro trimestre ter ficado levemente abaixo do esperado, mantém a projeção de alta de 2,4% para o PIB de 2025.
De acordo com o governo, a manutenção da estimativa de crescimento para este ano se baseia na “resiliência observada tanto no mercado de trabalho quanto no setor de crédito”.
"O crescimento do PIB no primeiro trimestre foi levemente inferior à projeção da SPE. A partir do segundo trimestre de 2025, a contribuição do setor agropecuário para o crescimento deverá se tornar negativa, junto com a redução no ritmo de expansão de atividades cíclicas na comparação interanual", diz o governo.
"Para a segunda metade do ano, a perspectiva é de que o ritmo de crescimento se mantenha próximo à estabilidade na margem, repercutindo os efeitos contracionistas da política monetária [alta de juros]."
Nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) celebrou o resultado do PIB: “Mais um trimestre fazendo a roda da economia girar, com mais emprego e renda para os brasileiros!”, escreveu.
Mercado projeta (e deseja) desaceleração
O crescimento de 1,4% no PIB no primeiro trimestre evidencia a resiliência da economia brasileira, que se recusa a desacelerar mesmo diante de juros elevados, das incertezas no exterior e das preocupações com as contas públicas do país.
"Tivemos forte retomada do agro através da safra recorde, depois de performance ruim em todo 2024. O mercado de trabalho aquecido propiciou manutenção dos salários em nível bastante elevado, trazendo estabilidade para o setor de serviços", justifica José Alfaix, economista da Rio Bravo Investimentos.
Apesar do bom desempenho no primeiro trimestre, analistas do mercado financeiro avaliam que esse impulso tende a ser passageiro.
"A combinação de inflação persistente, juros elevados e consequente aperto das condições financeiras deve pesar sobre o desempenho da economia. Nesse contexto, a desaceleração não apenas se torna inevitável, como também necessária para a correção dos desequilíbrios atuais", diz Igor Cadilhac, economista do PicPay.
O Banco Central tem reiterado que a desaceleração da economia é necessária para conter a inflação. Por esse motivo, vem elevando a taxa básica de juros (Selic), que atualmente está em 14,75%.
🔎 A lógica é que juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam o consumo e os investimentos. Com menos dinheiro circulando na economia, a tendência é que os preços cresçam em um ritmo mais lento.
Para Pedro Ros, CEO da Referência Capital, o resultado demonstra resiliência, mas não muda o diagnóstico estrutural. "Sem equilíbrio fiscal e sem ambiente de confiança, o Brasil seguirá crescendo abaixo do seu potencial. Para o mercado, o dado é positivo, mas não muda o cenário de cautela", afirma.
Dólar sobe e fecha em R$ 5,71, após resultado do PIB e volta do tarifaço; Ibovespa cai
A moeda norte-americana recuou avançou 0,91%, cotada a R$ 5,7180. Já a bolsa encerrou em queda de 1,09%, aos 137.027 pontos. Notas de dólar
Karolina Grabowska
O dólar fechou em alta de 0,91% nesta sexta-feira (30), cotado a R$ 5,7180. Na máxima do dia, a moeda chegou a R$ 5,7403. O Ibovespa encerrou em queda de 1,09%, aos 137.027 pontos.
▶️ O principal destaque da agenda econômica de hoje no Brasil foi a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), que cresceu 1,4% no 1º trimestre de 2025. Os dados demonstram que a economia brasileira segue aquecida, apesar dos juros elevados. (leia mais abaixo)
▶️ Os investidores também seguem monitorando o impasse do governo em relação ao aumento do IOF. O Congresso já avalia 20 propostas para derrubar a medida, mas o ministro Fernando Haddad diz que, sem os R$ 20 bilhões previstos com a elevação do imposto, será necessário realizar novos cortes no Orçamento.
▶️ No exterior, o foco (ainda) é o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na quarta-feira, a Justiça americana bloqueou a maior parte das tarifas e os mercados reagiram bem, diante da diminuição do risco de inflação (entenda mais abaixo). No entanto, no dia seguinte, o Tribunal de apelações dos EUA restabeleceu as medidas.
▶️ Além disso, hoje, o republicano acusou a China de violar o acordo sobre as tarifas, voltando a acender os receios sobre uma guerra comercial entre as duas potências.
Entenda abaixo como cada um desses fatores impacta o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +1,28%;
Acumulado do mês: +0,72%;
Acumulado do ano: -7,47%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: -0,58%;
Acumulado do mês: +1,45%;
Acumulado do ano: +13,92%.
Divulgação do PIB
A alta de 1,4% no PIB do primeiro trimestre demonstra a resiliência da economia brasileira mesmo diante de taxas de juros elevadas, das incertezas no exterior e das preocupações com o equilíbrio das contas públicas.
"Tivemos forte retomada do agro através da safra recorde, depois de performance ruim em todo 2024. O mercado de trabalho aquecido propiciou manutenção dos salários em nível bastante elevado, trazendo estabilidade para o setor de serviços", justifica José Alfaix, economista Da Rio Bravo Investimentos.
PIB do Brasil cresce mais do que EUA, União Europeia e G7 no 1º trimestre; veja lista
No entanto, apesar do resultado positivo neste primeiro trimestre, os analistas do mercado financeiro acreditam que esse impulso deve ser temporário.
"A combinação de inflação persistente, juros elevados e consequente aperto das condições financeiras deve pesar sobre o desempenho da economia. Nesse contexto, a desaceleração não apenas se torna inevitável, como também necessária para a correção dos desequilíbrios atuais", diz Igor Cadilhac, economista do PicPay.
O Banco Central tem dito constantemente que uma desaceleração da economia brasileira é necessária para controlar a inflação. Por isso, tem aumentando a taxa básica de juros (Selic), que atualmente está em 14,75%.
🔎 A lógica é que juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam o consumo e os investimentos. Com menos dinheiro circulando na economia, a tendência é que os preços cresçam em um ritmo mais lento.
Para Pedro Ros, CEO da Referência Capital, o resultado mostra resiliência, mas não altera o diagnóstico estrutural.
"Sem equilíbrio fiscal e sem ambiente de confiança, o Brasil seguirá crescendo abaixo do seu potencial. Para o mercado, o dado é positivo, mas não muda o cenário de cautela”, afirma.
Impasse do IOF
O governo federal tem enfrentado forte pressão para revogar o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), um tributo federal cobrado pelo governo sobre uma série de operações que envolvem dinheiro, principalmente empréstimos e câmbio. (leia mais)
A medida foi anunciada na semana passada, junto com um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento deste ano, com o objetivo de equilibrar as contas públicas e cumprir a meta fiscal.
Desde então, a oposição e alguns parlamentares da base têm se articulado para derrubar a medida com um Projeto de Decreto Legislativo (PDL). Até agora, já foram apresentadas 22 propostas deste tipo: 20 na Câmara e 2 no Senado.
Nesta quinta, inclusive, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou ao blog da Andréia Sadi que o ambiente no Congresso é favorável à derrubada do decreto. "Se pautar [a derrubada], sem dúvida", afirmou.
Do outro lado, o ministro Fernando Haddad diz que a revogação não está em discussão no momento. Na noite de quarta-feira, ele se reuniu com Hugo Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para explicar as consequências fiscais da eventual queda do decreto.
Segundo ele, sem os R$ 20 bilhões esperados com a alta do IOF, o governo teria de promover novos cortes no Orçamento.
"Em nenhum momento se discutiu revogação da medida. O que está sendo discutido é como tratar o tema com responsabilidade, olhando para o equilíbrio fiscal e institucional do país", disse o ministro.
Horas antes, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, havia admitido que a equipe econômica iria se "debruçar sobre alternativas" que possam substituir o aumento do imposto.
O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, chegou a afirmar que a avaliação do setor financeiro é que o equilíbrio das contas públicas "não deve vir de aumento de impostos, sobretudo regulatórios [como o IOF]".
Tarifaço de Trump
O Tribunal do Comércio Internacional havia bloqueado, na noite desta quarta-feira (28), a maioria das tarifas impostas por Donald Trump desde janeiro a mais de 180 países.
Na decisão, os magistrados afirmam que o presidente excedeu sua autoridade ao impor, com base em uma lei de poderes emergenciais, taxas generalizadas sobre produtos importados de diversos países.
🔎 O bloqueio era visto de forma positiva pelos investidores, que entendem que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar a uma desaceleração da maior economia do mundo ou até mesmo a uma recessão global.
A decisão, no entanto, não foi mantida. A Corte de Apelações do Circuito Federal dos EUA aceitou o recurso de Trump e restabeleceu o tarifaço.
Com isso, investidores voltaram a optar pela cautela, reacendendo os temores de que as tarifas cheguem nos preços aos consumidores e empresas norte-americanas.
Um relatório divulgado pelo Departamento do Comércio dos EUA divulgado nesta sexta-feira (30), por exemplo, indicou que os gastos do consumidor norte-americano aumentaram marginalmente em abril (+0,2%), com proprietários de imóveis optando por aumentar seus recursos na poupança, em meio à crescente incerteza econômica no país.
Apesar do aumento controlado dos preços, no entanto, a leitura dos economistas é que os efeitos inflacionários do tarifaço de Trump ainda não se manifestaram.
"Há evidências claras de que os consumidores estão se preparando", disse Olu Sonola, chefe de pesquisa econômica dos EUA na Fitch Ratings, à Reuters. "O Fed receberá com satisfação a leitura favorável da inflação neste relatório, mas provavelmente a interpretará como a calmaria antes da tempestade."
Além disso, outro fator que também segue na mira dos mercados é a possibilidade de uma nova onda de tensões entre EUA e China. Nesta sexta-feira, Trump afirmou que a China violou o acordo sobre as tarifas.
O republicano disse que só fechou o acordo para ajudar os chineses, para "salvá-los" de grave perigo econômico.
No meio da tarde, no entanto, Trump afirmou que conversará com o presidente da China, Xi Jinping, e disse que espera resolver suas divergências sobre comércio e tarifas, depois de acusar Pequim de violar um acordo com Washington.
"Tenho certeza de que falarei com o presidente Xi, e espero que resolvamos isso", afirmou o republicano durante entrevista a jornalistas na Casa Branca, nesta sexta-feira.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Tarifaço de Trump volta a valer após tribunal aceitar recurso
Contas públicas têm superávit de R$ 14,2 bilhões em abril; dívida avança para 76,2% do PIB
Aumento maior das receitas ajudou no resultado das contas públicas em abril. Na parcial do ano, menor pagamento de despesas judiciais contribuiu. Mesmo assim, dívida pública subiu mês passado. As contas do setor público consolidado apresentaram um superávit primário de R$ 14,2 bilhões em abril deste ano, informou o Banco Central nesta sexta-feira (30).
🔎 O superávit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam acima das despesas do governo. Se as despesas ficam acima das receitas, o resultado é de déficit primário.
🔎O resultado não leva em conta o pagamento dos juros da dívida pública, e abrange o governo federal, os estados, municípios e as empresas estatais.
Contas públicas tiveram saldo positivo em abril deste ano, mostram números do BC
Jornal Nacional/Reprodução
Segundo o Banco Central, houve melhora na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando foi registrado um saldo positivo de R$ 6,7 bilhões.
Esse também foi o melhor resultado, para abril, desde 2023, mês em que houve um superávit de R$ 20,3 bilhões.
Veja abaixo o desempenho que levou ao déficit das contas em abril deste ano:
governo federal registrou saldo positivo de R$ 16,2 bilhões;
estados e municípios tiveram saldo deficitário de R$ 660 milhões;
empresas estatais apresentaram déficit de R$ 1,41 bilhão.
Contas do setor público têm melhor fevereiro desde 2022
O que influenciou o resultado
📈De acordo com informações do Tesouro Nacional, o resultado de abril deste ano foi influenciado pelo aumento na arrecadação - que avançou em termos reais (acima da inflação).
➡️Ao mesmo tempo, sem a sanção do Orçamento de 2025, que ocorreu somente em abril, houve uma dificuldade maior por parte do governo para realizar gastos.
As despesas ficaram limitadas a 1/12 por mês da dotação orçamentária, mas o Tesouro Nacional informou que estava gastando menos ainda: 1/18 por mês.
📈Com isso, os gastos avançaram de forma real, ou seja, com a correção da inflação, em abril - mas com ritmo de crescimento menor do que a receita.
Parcial do ano
No acumulado dos quatro primeiros meses deste ano, ainda segundo dados oficiais, as contas do governo registraram um superávit primário de R$ 102,86 bilhões - o equivalente a 2,54% do PIB.
Com isso, houve uma melhora na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o saldo positivo somou R$ 61,32 bilhões (1,64% do PIB).
No caso somente do governo federal, o resultado ficou positivo em R$ 68,56 bilhões na parcial deste ano, informou o BC, contra um superávit de R$ 30,33 bilhões nos quatro primeiros meses de 2024.
A melhora no resultado das contas do governo está relacionada à redução no pagamento de precatórios (sentenças judiciais), que somaram R$ 30,8 bilhões pelo governo federal.
Em 2024, os valores de precatórios se concentraram em fevereiro. Neste ano, ainda não houve concentração desses pagamentos.
O Tesouro Nacional informou que a melhora nas contas do governo refletia a "diferença no cronograma de pagamentos dos precatórios entre os exercícios de 2024 e 2025".
Para este ano, a meta fiscal do governo federal é de zerar o rombo das contas públicas.
Mas, pelas regras do arcabouço fiscal, o governo pode ter um déficit de até 0,25% do PIB sem que o objetivo seja formalmente descumprido, o equivalente a cerca de R$ 31 bilhões.
Para fins de cumprimento da meta fiscal, também são excluídos outros R$ 44,1 bilhões em precatórios, ou seja, decisões judiciais.
Após despesas com juros
Quando se incorporam os juros da dívida pública na conta – no conceito conhecido no mercado como resultado nominal, utilizado para comparação internacional –, houve déficit de R$ 55,5 bilhões nas contas do setor público em abril.
No acumulado em doze meses até abril, foi registrado um resultado negativo (déficit) de R$ 934,4 bilhões, ou 7,76% do PIB.
🔎Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco para a definição da nota de crédito dos países, indicador levado em consideração por investidores.
O resultado nominal das contas do setor público sofre impacto do resultado mensal das contas, das atuações do BC no câmbio, e dos juros básicos da economia (Selic) fixados pela instituição para conter a inflação.
Segundo o BC, as despesas com juros nominais somaram R$ 928 bilhões (7,7% do PIB) em doze meses até abril deste ano.
Dívida pública
A dívida do setor público consolidado registrou alta de 0,3 ponto percentual em abril, atingindo 76,2% do Produto Interno Bruto (PIB) — o equivalente a R$ 9,2 trilhões.
A dívida atingiu esse conceito no formato de cálculo do governo brasileiro.
Para o FMI, que considera os títulos públicos na carteira do BC, o endividamento brasileiro foi bem maior em abril: 88,8% do PIB.
A proporção com o PIB é considerada por especialistas como o conceito mais apropriado para medir e comparar a dívida das nações. E o formato de cálculo do FMI é o mais adotado internacionalmente.
Para tentar conter o crescimento da dívida, em 2023 o governo aprovou o chamado "arcabouço fiscal", ou seja, novas regras para as contas públicas em substituição ao teto de gastos. Por estas regras:
a despesa não pode registrar crescimento maior do que 70% do aumento da arredadação;
a alta de gastos fica limitada, em termos reais, a 2,5% por ano;
o arcabouço busca justamente conter o crescimento da dívida pública no futuro.
Sem um corte robusto de despesas, necessário para manter de pé o arcabouço fiscal, especialistas em contas públicas estimam que a regra terá de ser abandonada nos próximos anos.
Eles argumentam que, no atual formato, as regras ficarão insustentáveis.
Por conta disso, preveem uma expansão maior da dívida pública no futuro, o que pode resultar em aumento das taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras ao setor real da economia.
Analistas do mercado financeiro estimaram, na semana passada, que a dívida pública brasileira deve atingir 93,5% do PIB em 2034 - patamar distante dos países emergentes e mais próximo da Europa.
Imposto de renda 2025: como evitar multa da Receita no último dia
Quem não entregar a documentação dentro no prazo está sujeito ao pagamento de multa mínima de R$ 165,74, podendo chegar a 20% do imposto devido. Imposto de Renda 2025: prazo acaba nesta sexta, saiba como declarar a tempo e evitar multa
O prazo para entregar a declaração do Imposto de Renda 2025 termina nesta sexta (30).
Caso você tenha dúvidas se os seus dados estão corretos ou ainda não tenha reunido todos os documentos, a recomendação de especialistas é a de cumprir o prazo estipulado pela Receita Federal. Ou seja, é melhor entregar incompleta e fazer as correções necessárias posteriormente.
Isso porque quem não entregar a declaração dentro do prazo está sujeito a multa — e, dependendo do caso, pode até ficar com o nome sujo e ter o CPF apontado como irregular pelo Fisco. (saiba mais abaixo)
Especialista tira dúvidas sobre Imposto de renda 2025; veja íntegra
Mudanças posteriores
Quem apresentar a declaração incompleta pode, depois, fazer as alterações necessárias sem ser penalizado. Basta reenviar com os dados corretos por meio da chamada declaração retificadora.
Nesse caso, o contribuinte precisa apenas selecionar essa opção na ficha de Identificação do Contribuinte, informando o número do recibo encontrado na declaração enviada inicialmente.
Modelo não pode ser alterado
🚨 Mas é preciso cuidado para um detalhe: depois do final do prazo de entrega, o contribuinte não pode mais alterar o modelo de declaração – simples ou completa.
A declaração no modelo completo é mais indicada para quem tem muitas deduções a incluir, como dependentes e gastos com saúde. Já a simples é mais vantajosa para os contribuintes que não têm essas deduções.
O contribuinte pode corrigir a declaração enviada quantas vezes julgar necessário sem ter de pagar multa.
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IR 2025: Antonio Gil, da EY, tirou dúvidas de leitores do g1
Veja passo a passo para fazer a declaração pré-preenchida
Como baixar o programa de declaração? Veja perguntas e respostas
O que acontece se eu não declarar?
Segundo informações do Fisco, no caso de envio da declaração após o prazo previsto ou da não apresentação do documento, o contribuinte que é obrigado a declarar fica sujeito ao pagamento de multa por atraso, calculada da seguinte forma:
Multa de 1% ao mês ou fração de atraso, calculado sobre o valor do imposto devido na declaração, ainda que integralmente pago, até um teto de 20%;
Multa mínima de R$ 165,74 (apenas para quem estava "obrigado a declarar", mesmo sem imposto a pagar)
Além disso, o CPF pode ficar irregular, o que pode impedir a liberação de empréstimos, tirar passaportes, obter certidão negativa para venda ou aluguel de imóvel e até prestar concurso público até a regularização da situação.
O atraso começa a ser contado pela Receita Federal a partir do primeiro dia após o fim do prazo de entrega.
Aqueles que não são obrigados a entregar a declaração de ajuste anual não estão sujeitos à cobrança dessa multa. São eles:
Aposentados e assalariados que receberam abaixo de R$ 33.888,00 em 2024;
Pessoas que têm doenças consideradas graves (nesses casos, é necessário apresentar laudo médico para solicitar a isenção);
Pessoas com rendimentos de aposentadoria, pensão ou reforma.
De acordo com o Fisco, aqueles que não fizerem a declaração e não pagarem a multa dentro do prazo de vencimento também poderão ter a dedução desse valor nas restituições futuras, com os respectivos acréscimos legais.
Quem é obrigado a declarar o Imposto de Renda em 2025
quem recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 33.888,00 em 2024. O valor é um pouco maior do que o da declaração do IR do ano passado (R$ 30.639,90) por conta da ampliação da faixa de isenção;
contribuintes que receberam rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma tenha sido superior a R$ 200 mil no ano passado;
quem obteve, em qualquer mês de 2024, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas cuja soma foi superior a R$ 40 mil, ou com apuração de ganhos líquidos sujeitas à incidência do imposto;
quem teve isenção de imposto sobre o ganho de capital na venda de imóveis residenciais, seguido de aquisição de outro imóvel residencial no prazo de 180 dias;
quem teve, em 2024, receita bruta em valor superior a R$ 169.440,00 em atividade rural;
quem tinha, até 31 de dezembro de 2024, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 800 mil;
quem passou para a condição de residente no Brasil em qualquer mês e se encontrava nessa condição até 31 de dezembro de 2024;
quem optou por declarar os bens, direitos e obrigações detidos pela entidade controlada, direta ou indireta, no exterior como se fossem detidos diretamente pela pessoa física;
possui trust no exterior;
quem atualizou bens imóveis pagando ganho de capital diferenciado em dezembro/2024 (Lei nº 14.973/2024);
quem auferiu rendimentos no exterior de aplicações financeiras e de lucros e dividendos;
deseja atualizar bens no exterior.
Imposto de Renda
Joédson Alves/Agência Brasil
Imposto de Renda 2025: o que acontece se eu não declarar?
Quem não entregar a documentação dentro no prazo está sujeito ao pagamento de multa mínima de R$ 165,74, podendo chegar a 20% do imposto devido. Multa, nome sujo e CPF irregular. A lista de consequências para o contribuinte que não prestar contas à Receita Federal é grande e pode trazer dores de cabeça para aqueles que optarem por atrasar a entrega ou não enviarem a declaração do IR 2025. O prazo para declaração termina nesta sexta-feira, 30 de maio. Confira abaixo a lista de consequências para atrasos na entrega. LEIA MAIS Saiba tudo sobre o Imposto de Renda 2025 Veja como fazer a declaração pré-preenchida Veja quem é obrigado a declarar Veja como baixar o programa Veja o calendário dos lotes de restituição Imposto de Renda 2025: Receita começa a receber declarações pré-preenchidas Multa por atraso Segundo informações do Fisco, no caso de apresentação da declaração após o prazo previsto ou da não apresentação do documento, o contribuinte que é obrigado a declarar fica sujeito ao pagamento de multa por atraso, calculada da seguinte forma: Multa de 1% ao mês ou fração de atraso, calculado sobre o valor do imposto devido na declaração, ainda que integralmente pago, até um teto de 20%; Multa mínima de R$ 165,74 (apenas para quem estava "obrigado a declarar", mesmo sem imposto a pagar) Aqueles que não são obrigados a entregar a declaração de ajuste anual não estão sujeitos à cobrança dessa multa. São eles: Aposentados e assalariados que receberam abaixo de R$ 33.888,00 em 2024; Pessoas que têm doenças consideradas graves (nesses casos, é necessário apresentar laudo médico para solicitar a isenção); Pessoas com rendimentos de aposentadoria, pensão ou reforma. O atraso começa a ser contado pela Receita Federal a partir do primeiro dia após o fim do prazo de entrega. De acordo com o Fisco, aqueles que não fizerem a declaração e não pagarem a multa dentro do prazo de vencimento, também poderão ter a dedução desse valor nas restituições futuras, com os respectivos acréscimos legais. Para alertar os esquecidos, a Receita Federal costuma enviar notificações para cobrar os contribuintes das correções necessárias e do pagamento de multa pela ausência do envio. Nome sujo e CPF irregular Quando o contribuinte não presta contas à Receita, ele também tem o nome incluso no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin) — um banco de dados onde estão registrados os nomes de pessoas que estão em débito para com órgãos e entidades federais. Você pode conferir se possui pendências aqui. Além de ter o nome incluído no cadastro de inadimplentes da Receita, o contribuinte ainda corre o risco de ter o CPF apontado como irregular pelo órgão. Se a Receita entende que o contribuinte atende os critérios de obrigatoriedade e identifica que não houve a entrega da declaração dentro do prazo, ela registra que o documento ainda está pendente e isso gera uma restrição no CPF. O Fisco reforça, no entanto, que suas normas não autorizam que outros órgãos públicos ou empresas privadas criem restrições ao cidadão apenas por estar com o CPF "pendente de regularização". Ainda assim, pessoas com o CPF irregular podem ter dificuldades em: Abrir ou movimentar contas bancárias e pedir empréstimos: isso porque, apesar de não existir um impedimento legal para esse tipo de movimentação financeira, os bancos têm autonomia para adotar políticas internas de análise de risco. Assim, um banco pode considerar a irregularidade do CPF como um fator negativo e pode negar a abertura da conta ou os empréstimos, por exemplo, com base em seus próprios critérios; Tirar o passaporte: segundo a Polícia Federal, o cidadão que estiver com o CPF pendente de regularização só consegue tirar o passaporte se não houver nenhum impedimento judicial ou qualquer outro impedimento; Participar de concursos públicos: apesar de as normas da Receita não autorizarem que outros órgãos públicos criem restrições ao cidadão apenas por estar nessa situação, alguns concursos públicos podem exigir que o CPF esteja em situação regular na hora da posse do cargo, como parte da documentação exigida; Comprar ou vender imóveis: o CPF pendente de regularização não impede legalmente a compra e venda de imóveis. Ainda assim, é possível que os cartórios ou as instituições financeiras exijam a comprovação de regularidade cadastral como parte da documentação exigida no processo de registro ou financiamento; entre outros. Dá prisão? De maneira geral, a não entrega da declaração não configura crime e a Receita Federal não tem competência legal para realizar prisões ou bloqueio de contas de contribuintes, por exemplo. Ou seja, não é porque o contribuinte deixou de entregar a declaração do Imposto de Renda que ele será preso. O que acontece é que, quando não há a entrega da declaração de Imposto de Renda nem o pagamento da multa de atraso, o contribuinte entra no radar do Fisco, que pode passar a fazer uma análise mais rigorosa de suas movimentações financeiras. A prisão como punição viria apenas na situação em que a Receita conclua que o contribuinte está atentando deliberadamente contra a legislação — como nos casos de fraude, sonegação fiscal ou mesmo de falsidade ideológica. Esses casos, no entanto, não acontecem automaticamente e dependem de um processo rigoroso e estruturado de análise por parte do Fisco para comprovação do crime — que inclui o cruzamento de dados e a cooperação com outros órgãos (como a Polícia Federal e o Ministério Público), por exemplo. Quem é obrigado a declarar o Imposto de Renda em 2025 quem recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 33.888,00 em 2024. O valor é um pouco maior do que o da declaração do IR do ano passado (R$ 30.639,90) por conta da ampliação da faixa de isenção; contribuintes que receberam rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma tenha sido superior a R$ 200 mil no ano passado; quem obteve, em qualquer mês de 2024, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas cuja soma foi superior a R$ 40 mil, ou com apuração de ganhos líquidos sujeitas à incidência do imposto; quem teve isenção de imposto sobre o ganho de capital na venda de imóveis residenciais, seguido de aquisição de outro imóvel residencial no prazo de 180 dias; quem teve, em 2024, receita bruta em valor superior a R$ 169.440,00 em atividade rural; quem tinha, até 31 de dezembro de 2024, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 800 mil; quem passou para a condição de residente no Brasil em qualquer mês e se encontrava nessa condição até 31 de dezembro de 2024; quem optou por declarar os bens, direitos e obrigações detidos pela entidade controlada, direta ou indireta, no exterior como se fossem detidos diretamente pela pessoa física; possui trust no exterior; quem atualizou bens imóveis pagando ganho de capital diferenciado em dezembro/2024 (Lei nº 14.973/2024); quem auferiu rendimentos no exterior de aplicações financeiras e de lucros e dividendos; deseja atualizar bens no exterior.
MEI: prazo para entregar declaração anual termina neste sábado; veja como fazer
O prazo para entregar a DASN 2025 vai até o dia 31 de maio. Veja passo a passo de como fazer a declaração anual obrigatória para o MEI. O empreendedor que não apresentar a declaração no prazo está sujeito à multa de até 20% do valor dos tributos devidos.
Reprodução
Os Microempreendedores Individuais (MEIs) têm até sábado (31) para fazer a declaração anual do valor do faturamento de 2024 por meio da Declaração Anual do Simples Nacional (DASN-SIMEI). O documento, que é obrigatório, deve ser enviado no Portal do Empreendedor.
A declaração reúne as informações sobre as contribuições e o faturamento da empresa em 2024, além de empregados que eventualmente o MEI tenha tido. Mesmo quem não teve faturamento precisa fazê-la.
A DASN-SIMEI é um documento a que o MEI tem a obrigação de apresentar anualmente à Receita Federal, para informá-la dos seus rendimentos e manter a regularidade do CNPJ.
Para facilitar a entrega da declaração, o MEI deve preencher mensalmente o Relatório Mensal das Receitas Brutas com o valor que obteve no mês anterior. Essa também é uma obrigação prevista em lei, segundo o governo federal.
Imposto de Renda 2025: quando um MEI é obrigado a declarar? Entenda as regras
Abaixo, veja como fazer a declaração e tire dúvidas.
🧮 Como fazer a declaração anual de MEI?
💻 Quem deve declarar?
📅 E se eu perder o prazo. O que acontece?
💵 Ultrapassei o limite de faturamento. E agora?
🤔 Errei alguma informação, e agora?
Como fazer a declaração anual de MEI?
Na declaração anual, é necessário preencher o valor total da receita bruta obtida pelo MEI no ano anterior. Entram as vendas de mercadorias ou prestação de serviços, além de ser necessário indicar se houve ou não o registro de empregado.
Para isso, o MEI precisa:
Acessar o portal do empreendedor e selecionar a aba "Já sou MEI";
Escolha a opção “Declaração Anual de Faturamento” e clique em entregar a declaração;
O CNPJ do MEI será solicitado. Depois, o empreendedor deve escolher o ano que deseja declarar e preencher os dados com as receitas obtidas;
Uma tela com o resumo dos valores dos impostos pagos naquele ano será aberta;
Por último, é só clicar em transmitir. Nos casos de não movimentação ou faturamento, os campos de Receitas Brutas, Vendas e/ou Serviços devem ser preenchidos com o valor de R$ 0,00 – indicando que, de fato, não houve rendimentos.
Quem deve declarar?
A declaração deve ser feita por todos os microempreendedores individuais, incluindo aqueles que não obtiveram faturamento durante o ano de 2024.
E se eu perder o prazo. O que acontece?
A entrega fora do prazo da DASN-SIMEI gera uma multa de 2% a cada mês de atraso, limitada a 20% sobre o valor total dos tributos devidos, ou mínimo de R$ 50.
O MEI também pode ter o CNPJ cancelado definitivamente, caso não tenha pagado nenhuma contribuição mensal durante os últimos dois anos.
Em casos de extinção do CNPJ, o MEI deve apresentar a declaração de situação especial até o último dia de junho, se a extinção ocorreu entre janeiro e abril; ou até o fim do mês seguinte ao evento, nos demais casos.
Para quem deu baixa no MEI entre 1º de janeiro e 30 de abril, a entrega da declaração deve ser feita até 30 de junho de 2025. A versão atualizada da declaração de situação especial já está disponível.
Ultrapassei o limite de faturamento. E agora?
O limite de faturamento anual do MEI em 2024 foi de R$ 81 mil, o que dá uma média de R$ 6.750 ao mês (ou um valor proporcional de acordo com o mês de abertura).
🔎 EXEMPLO: Se você formalizou a sua empresa em maio de 2024, o seu limite de faturamento até o final do ano a ser declarado é de R$ 54 mil.
Caso tenha ultrapassado esse valor, o empreendedor deverá pagar tributos sobre o excedente.
Segundo Gabriel Santana Vieira, advogado especialista em direito tributário, existem duas possibilidades:
O MEI que fatura até 20% acima do limite (até R$ 97.200) será desenquadrado automaticamente a partir de 1º de janeiro do ano seguinte e deverá migrar para o regime de Microempresa (ME) no Simples Nacional.
Já o empreendedor que faturar acima de 20% do limite (acima de R$ 97.200), o desenquadramento é retroativo a 1º de janeiro do ano em que o limite foi ultrapassado, gerando possíveis custos adicionais, como tributos, multas e juros.
"O empreendedor deve solicitar o desenquadramento no Portal do Simples Nacional e ajustar seu enquadramento como Microempresa (ME) ou Empresa de Pequeno Porte (EPP), iniciando o pagamento dos tributos de acordo com o novo regime", afirma Vieira.
Vale lembrar que no regime de ME, os tributos são calculados com base no faturamento anual e nas tabelas do Simples Nacional, exigindo maior controle financeiro e, geralmente, o auxílio de um contador.
Ainda segundo o especialista, essas mudanças são importantes para manter a regularidade fiscal da empresa e evitar problemas com a Receita Federal.
Errei uma informação, e agora?
Neste caso, o MEI terá de entrar na declaração e escolher o ano-exercício a ser corrigido. Após selecioná-lo, aparecerá a opção de retificadora em 'tipo de declaração'.
O microempreendedor altera o dado que precisa e transmite de novo a declaração. Uma recomendação é salvar ou imprimir o novo recibo de transmissão.
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TCU abre inscrições para concurso com 60 vagas e salários de até R$ 15 mil; veja como participar
As vagas são para o cargo de Técnico Federal de Controle Externo (TEFC), com atuação em Brasília (DF). Os interessados tem até o dia 17 de junho para se inscrever. Concurso do TCU oferece 60 vagas para técnico federal de controle externo.
JN/Reprodução
As inscrições para o novo concurso público do Tribunal de Contas da União (TCU) começam nesta sexta-feira (30), às 10h. São oferecidas 60 vagas de nível médio, com remuneração inicial de até R$ 15.128,26.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Concursos no WhatsApp
Os interessados devem acessar o site do Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), a banca organizadora do processo seletivo. Os participantes terão até as 18h do dia 17 de junho para se inscrever.
➡️ VEJA O EDITAL COMPLETO
As vagas são para o cargo de Técnico Federal de Controle Externo (TEFC), com atuação em Brasília (DF). A jornada de trabalho dos aprovados será de 40 horas semanais.
Do total de vagas, 20% são reservadas para negros (pretos e pardos) e indígenas, e 10% para pessoas com deficiência. As oportunidades estão distribuídas da seguinte forma:
➡️ Vagas para provimento imediato: 40
Ampla Concorrência (AC): 28 vagas;
Pessoa com Deficiência (PCD): 4 vagas;
Pessoas Pretas e Pardas (PPP): 8 vagas.
➡️ Cadastro de reserva (excluídas as vagas de provimento imediato): 20
Ampla Concorrência (AC): 14 vagas.
Pessoa com Deficiência (PCD): 2 vagas.
Pessoas Pretas e Pardas (PPP): 4 vagas.
Os aprovados atuarão em atividades administrativas e logísticas de apoio, de nível intermediário, relacionadas às competências constitucionais e legais do TCU.
De acordo com o edital, o processo seletivo será composto por duas etapas:
Primeira etapa: provas objetivas e discursiva, ambas de caráter eliminatório e classificatório, sob responsabilidade do Cebraspe;
Segunda etapa: programa de formação, de caráter eliminatório, sob responsabilidade do TCU.
A taxa de inscrição é de R$ 70. Candidatos doadores de medula óssea em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde e inscritos no CadÚnico podem solicitar isenção da taxa de inscrição.
As provas objetivas e discursivas estão previstas para o dia 3 de agosto e serão aplicadas exclusivamente em Brasília (DF).
As avaliações serão divididas da seguinte forma:
Prova objetiva de conhecimentos básicos: 50 questões, com caráter eliminatório e classificatório;
Prova objetiva de conhecimentos específicos: 70 questões, também de caráter eliminatório e classificatório;
Prova discursiva: duas questões discursivas e a elaboração de uma peça de natureza técnica.
As provas objetivas terão duração de 3h30 e serão aplicadas no turno da manhã. Já a prova discursiva terá duração de 2h30 e será aplicada no período da tarde.
O concurso terá validade de um ano, contado a partir da data de publicação da homologação do resultado final, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período.
📆 Cronograma do concurso
Inscrições: 30/5 a 17/6/2025
Solicitação de isenção de taxa de inscrição: 30/5 a 3/6/2025
Data final para o pagamento da taxa de inscrição: 20/6/2025
Divulgação dos locais de provas: 21/7/2025
Aplicação das provas: 3/8/2025
Divulgação do resultado final das provas objetivas: 29/8/2025
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Fraude no INSS: Correios começam atendimento a aposentados e pensionistas nesta sexta
Suporte presencial será feito em 5.033 agências dos Correios. O g1 separou a lista completa de unidades que prestarão o serviço. Postos de atendimento do INSS não estão incluídos na ação. Agência dos Correios
Agência Gov
Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que identificaram descontos indevidos em seus benefícios poderão buscar atendimento presencial em 5.033 agências dos Correios a partir desta sexta-feira (30). As unidades abrangem 66% dos municípios brasileiros.
🔎 O atendimento presencial relacionado a possíveis fraudes será realizado exclusivamente nas agências dos Correios. Os postos de atendimento do INSS não participam dessa ação.
A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Previdência Social e os Correios, com o objetivo de oferecer suporte a quem enfrenta dificuldades com os canais digitais. O atendimento virtual, por meio do aplicativo Meu INSS ou pelo telefone 135, continua disponível com os mesmos serviços.
✅ Nas agências, os segurados poderão:
Verificar se houve desconto não autorizado;
Solicitar a contestação de cobranças;
Confirmar autorizações previamente dadas;
Acompanhar o andamento das contestações;
Avaliar e contestar documentos apresentados por associações;
Receber orientações impressas sobre como acessar os canais digitais.
A ida a uma agência é apenas uma opção adicional. Segundo o governo, como os descontos já foram suspensos e o ressarcimento ainda não começou, não é necessário correr nem formar filas.
O g1 organizou uma lista completa com as agências dos Correios que oferecerão esse atendimento. Consulte abaixo a unidade mais próxima de você.
🏠 Mora longe das agências?
O governo informou que realizará ações itinerantes para alcançar localidades mais distantes, garantindo que ninguém fique sem atendimento.
📄 Quais documentos preciso levar?
Para ser atendido, basta apresentar um documento oficial com foto. Não é necessário levar extrato bancário, comprovante de inscrição ou contracheque.
Caso o beneficiário esteja impossibilitado de comparecer, um representante legal poderá ser atendido mediante procuração autenticada — com acesso limitado apenas à consulta de informações.
O atendimento será gratuito, com prioridade para aposentados e pensionistas, e muitas unidades contarão com filas preferenciais e guichês exclusivos.
A plataforma utilizada pelos Correios é independente da base de dados do INSS, o que garante a segurança das informações dos beneficiários.
INSS começa a devolver descontos indevidos de aposentados; veja o calendário
🚨 Atenção a golpes
Ninguém está autorizado a ir até a casa dos beneficiários em nome do INSS ou dos Correios. Em caso de dúvidas, os únicos canais seguros são:
Aplicativo Meu INSS;
Site meu.inss.gov.br;
Central telefônica 135;
Agências dos Correios.
Devolução dos valores
O governo começou na última segunda-feira (26) a devolver os R$ 292 milhões retidos de forma indevida nas folhas de pagamento de abril. Os valores serão depositados automaticamente até o dia 6 de junho, junto com os benefícios mensais. Não é necessário solicitar o reembolso.
A devolução acontece após o INSS determinar a suspensão de todos os descontos associativos. Como a folha de abril já havia sido processada antes da decisão, os descontos foram feitos, mas os valores foram retidos e não chegaram às entidades.
Veja o calendário de ressarcimento:
💸 Para quem ganha até um salário mínimo:
Data de ressarcimento
💸 Para quem ganha acima de um salário mínimo:
Data de ressarcimento
Imposto de Renda 2025: Receita paga o 1º lote de restituição nesta sexta; veja o calendário
Ao todo, mais de 6,2 milhões de contribuintes serão contemplados, com um valor total de crédito de R$ 11 bilhões. Este é o maior lote de restituição do IRPF da história. Imposto de renda
Marcos Serra/g1
A Receita Federal começa a pagar o 1º lote de restituições do Imposto de Renda 2025 nesta sexta-feira (30) — mesmo dia em que se encerra o prazo para declaração.
Ao todo, mais de 6,2 milhões de contribuintes serão contemplados, com um valor total de crédito de R$ 11 bilhões. Este é o maior valor já pago pela Receita Federal em um lote de restituição do IRPF na história. O lote também inclui restituições residuais de exercícios anteriores.
Do total, aproximadamente R$ 7,8 bilhões serão destinados aos contribuintes prioritários. São eles:
240.081 idosos acima de 80 anos
2.346.445 contribuintes entre 60 e 79 anos
199.338 contribuintes com alguma deficiência física ou mental ou moléstia grave
1.096.168 contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério
2.375.076 contribuintes que receberam prioridade por utilizarem a declaração pré-preenchida e optarem por receber a restituição via PIX.
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Os pagamentos das restituições do IRPF 2025 serão feitos em cinco lotes, segundo informações da Receita. O prazo para entrega das declarações começou em 17 de março.
Veja as datas dos pagamentos:
1º lote: 30 de maio
2º lote: 30 de junho
3º lote: 31 de julho
4º lote: 29 de agosto
5º lote: 30 de setembro
Como fazer a consulta?
Assim que a consulta estiver disponível, o contribuinte deve acessar a página da Receita na internet e clicar na opção "Meu Imposto de Renda". Em seguida, basta clicar em "Consultar a Restituição".
A página oferece orientações e os canais de prestação do serviço, permitindo uma consulta simplificada ou completa da situação da declaração, por meio do extrato de processamento, acessado no e-CAC. Caso identifique alguma pendência na declaração, o contribuinte pode retificá-la, corrigindo as informações.
A Receita Federal disponibiliza, também, aplicativo para tablets e smartphones que permite consultar diretamente nas bases da Receita Federal informações sobre liberação das restituições do IRPF e a situação cadastral de uma inscrição no CPF.
Em nota oficial, o Fisco afirma que "assume o compromisso de realizar pagamento de restituições apenas em conta bancária de titularidade do contribuinte". Assim, vale destacar que as rotinas de segurança da Receita impedem o pagamento caso ocorra erro nos dados bancários informados ou algum problema na conta de destino.
"Para não haver prejuízo ao contribuinte, a Receita oferece o serviço de reagendamento disponibilizado pelo Banco do Brasil pelo prazo de até um ano da primeira tentativa de crédito. Assim, o contribuinte poderá corrigir os dados bancários para uma conta de sua titularidade", afirma a nota.
Neste caso, o cidadão poderá reagendar o crédito dos valores pelo Portal BB, ou ligando para a Central de Relacionamento BB por meio dos telefones:
4004-0001 (capitais)
0800-729-0001 (demais localidades)
0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos)
Ao utilizar esse serviço o contribuinte deve informar o valor da restituição e o número do recibo da declaração. Depois, é só aguardar a nova tentativa de crédito. Caso o contribuinte não resgate sua restituição dentro do prazo, precisará fazer um requerimento pelo Portal e-CAC.
Malha fina
Ao realizar a consulta, o contribuinte também poderá saber se há alguma pendência em sua declaração que impeça o pagamento da restituição, ou seja, se ele caiu na chamada "malha fina".
Para saber se está na malha fina, os contribuintes também podem acessar o "extrato" do Imposto de Renda no site da Receita Federal no e-CAC (Centro Virtual de Atendimento).
Ao fazer o login, selecione a opção “Meu Imposto de Renda (Extrato da DIRPF)”. Na aba “Processamento”, escolha o item “Pendências de Malha”. Lá, você poderá verificar se sua declaração está na malha fina e verificar qual o motivo pelo qual ela foi retida.
Para acessar o extrato do IR, é necessário utilizar o código de acesso gerado na própria página da Receita Federal ou certificado digital emitido por autoridade habilitada.
As restituições de declarações que apresentam inconsistência (em situação de malha) são liberadas apenas depois de corrigidas pelo cidadão, ou após o contribuinte apresentar comprovação de que sua declaração está correta.
Quem é obrigado a declarar o Imposto de Renda em 2025
quem recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 33.888,00 em 2024. O valor é um pouco maior do que o da declaração do IR do ano passado (R$ 30.639,90) por conta da ampliação da faixa de isenção;
contribuintes que receberam rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma tenha sido superior a R$ 200 mil no ano passado;
quem obteve, em qualquer mês de 2024, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas cuja soma foi superior a R$ 40 mil, ou com apuração de ganhos líquidos sujeitas à incidência do imposto;
quem teve isenção de imposto sobre o ganho de capital na venda de imóveis residenciais, seguido de aquisição de outro imóvel residencial no prazo de 180 dias;
quem teve, em 2024, receita bruta em valor superior a R$ 169.440,00 em atividade rural;
quem tinha, até 31 de dezembro de 2024, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 800 mil;
quem passou para a condição de residente no Brasil em qualquer mês e se encontrava nessa condição até 31 de dezembro de 2024;
quem optou por declarar os bens, direitos e obrigações detidos pela entidade controlada, direta ou indireta, no exterior como se fossem detidos diretamente pela pessoa física;
Possui trust no exterior;
quem atualizou bens imóveis pagando ganho de capital diferenciado em dezembro/2024 (Lei nº 14.973/2024);
quem auferiu rendimentos no exterior de aplicações financeiras e de lucros e dividendos;
Deseja atualizar bens no exterior.
Imposto de Renda 2025: hoje é o último dia para declaração; 7 milhões ainda não entregaram
Especialistas recomendam que o contribuinte cumpra o prazo ou entregue a declaração incompleta para evitar multa. Veja as dúvidas mais frequentes respondidas pelo g1. Imposto de renda
Marcos Serra/g1
O prazo para a entrega da declaração do Imposto de Renda 2025 termina nesta sexta-feira (30). Pela manhã do último dia, mais de 39 milhões de contribuintes já haviam enviado suas declarações.
A Receita Federal, portanto, ainda aguardava o recebimento de 7 milhões de declarações para atingir a estimativa total de 46,2 milhões neste ano.
Para quem ainda tem dúvidas ou não conseguiu reunir todos os documentos, especialistas recomendam que a declaração seja entregue dentro do prazo, mesmo que incompleta, para evitar a aplicação de multa. Depois, é possível fazer as correções necessárias.
⚠️ ATENÇÃO: Após o prazo final, não será mais possível alterar o modelo da declaração — de simplificada para completa ou vice-versa. Quem não entregar a declaração dentro do prazo estará sujeito a multa e, em alguns casos, ficar com o nome sujo e ter o CPF apontado como irregular pelo Fisco.
O programa gerador da declaração do Imposto de Renda 2025 está disponível para download desde 13 de março. Veja aqui como baixar.
Nos links abaixo, você encontra respostas para as dúvidas mais frequentes, respondidas pelas reportagens do g1, com tudo o que é necessário saber para preencher e enviar sua declaração corretamente.
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Governo vai publicar decreto que bloqueia parte do Orçamento; cortes vão afetar R$ 7 bilhões em emendas e R$ 24 bilhões nos ministérios
Algumas áreas estratégicas ficarão de fora do corte linear, como os ministérios da Educação e da Saúde. O governo federal vai publicar nesta sexta-feira (30) o decreto que bloqueia R$ 31 bilhões no Orçamento de 2025. O corte atinge em R$ 7 bilhões as emendas de bancada (RP7) e em R$ 24 bilhões em despesas dos ministérios. O bloqueio já havia sido anunciado na semana passada. No decreto, vão ser detalhadas as áreas afetadas: R$ 10 bilhões (1/3) são bloqueios, ou seja, valores que só poderão ser liberados se houver redução comprovada de despesas no próximo relatório bimestral de avaliação orçamentária; R$ 20 bilhões (2/3) são contingenciamentos, que podem ser revertidos caso a arrecadação cresça ao longo do ano. Os cortes foram feitos para o governo conseguir fechar o ano cumprindo a meta fiscal: despesas e receitas no mesmo nível. Também foi anunciada, na semana passada, uma alta no Imposto Sobre Operação Financeira (IOF). O governo pretende arrecadar R$ 20 bilhões com essa medida. Mas o Congresso está resistindo à alta do imposto. A equipe econômica tem dito que, se o aumento do IOF não passar, será necessário um corte maior que os R$ 31 bilhões no Orçamento. Cortes no orçamento e aumento do IOF têm objetivo de tentar cobrir um rombo das contas públicas Corte linear nos ministérios Nos ministérios: haverá um corte linear de 24,8% nas despesas discricionárias (ou seja, não obrigatórias), com cada ministério decidindo como adaptar sua execução; o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) também sofrerá redução proporcional, de cerca de 15% do orçamento total previsto. Exceções e programas preservados Algumas áreas estratégicas ficarão de fora do corte linear, como é o caso do Ministério da Educação, que teve seu orçamento integralmente preservado. Já o Ministério da Saúde sofreu um corte de R$ 5,9 bilhões (2,5% do orçamento total da pasta). Deste total: R$ 3,6 bilhões são de emendas de bancada (RP7) e R$ 2,3 bilhões são de despesas discricionárias do Executivo.
Retomada do tarifaço: Trump comemora decisão e faz ataque a juízes
Republicano criticou decisão do Tribunal de Comércio Internacional, que havia suspendido suas tarifas. Para ele, medida foi 'totalmente errada e política'. Nesta quinta, o Tribunal de Apelações dos EUA atendeu a um recurso da Casa Branca e o tarifaço voltou a vigorar. Trump na Casa Branca
REUTERS/Kent Nishimura
O presidente Donald Trump comemorou a decisão do Tribunal de Apelações dos Estados Unidos, proferida na tarde desta quinta-feira (29), que restabeleceu as tarifas impostas por ele no “Dia da Libertação”, no início de abril.
Em publicação nas redes sociais, o republicano também atacou juízes ao criticar a decisão do Tribunal de Comércio Internacional dos EUA, publicada um dia antes, suspendendo o tarifaço que atingiu produtos importados de mais de 180 países.
"Felizmente, o painel completo de 11 juízes do Tribunal de Apelações do Circuito Federal dos EUA acaba de suspender a decisão do Tribunal de Comércio Internacional, sediado em Manhattan", escreveu Trump.
"De onde vêm esses três juízes iniciais? Como é possível que eles tenham causado um dano potencial tão grande aos Estados Unidos da América? Será que é puro ódio ao 'TRUMP'? Que outro motivo poderia haver?", acrescentou o republicano.
Na publicação, o presidente também:
disparou contra antigos conselheiros;
defendeu sua política tarifária;
criticou a necessidade de aprovação do Congresso para implementar tarifas;
e disse esperar que a Suprema Corte decida em favor de suas taxas. (veja íntegra mais abaixo)
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▶️ Tribunal de Comércio dos EUA, na quarta-feira (28):
Duas grandes categorias de tarifas impostas pelo governo Trump haviam sido suspensas por decisão do Tribunal de Comércio.
A primeira dizia respeito às tarifas globais, anunciadas em 2 de abril, que impunham um imposto de 10% sobre importações de quase todos os países. O Brasil entrou nesse grupo.
Trump também chegou a colocar tarifas mais altas sobre produtos da China, acima de 100%. Essas, no entanto, foram reduzidas após negociações entre os dois países.
Além disso, na quarta, o tribunal também havia suspendido:
As tarifas de 25% que Trump aplicou a vários produtos do Canadá e do México, alegando uma emergência por causa da migração ilegal e do tráfico de drogas;
As tarifas de 20% sobre a maioria dos produtos da China, que Trump justificou pelo suposto envolvimento do país na produção do opioide fentanil.
O bloqueio havia sido determinado por um colegiado de três juízes. Diversas ações judiciais argumentam que Trump sujeitou a política comercial dos EUA "aos seus caprichos" e, assim, "desencadeou um caos econômico".
Na decisão, os magistrados afirmaram que o presidente excedeu sua autoridade ao impor, com base em uma lei de poderes emergenciais, taxas generalizadas sobre produtos importados de diversos países.
▶️ Tribunal de Apelações dos EUA, nesta quinta-feira (29):
O Tribunal de Apelações restabeleceu todas as tarifas impostas por Trump. A nova decisão atendeu a um recurso da Casa Branca, que solicitava a suspensão temporária da sentença. Com isso, o tarifaço anunciado no chamado “Dia da Libertação” voltou a vigorar.
"O pedido de suspensão imediata é concedido na medida em que as decisões permanentes emitidas pelo Tribunal de Comércio Internacional estão temporariamente suspensas até novo aviso, enquanto este tribunal analisa os documentos das moções", diz trecho da decisão desta quinta.
O tribunal estabeleceu o prazo até 5 de junho para que os autores da ação contra as tarifas respondam ao recurso apresentado pelo governo. As ações judiciais foram movidas por governos estaduais e empresas norte-americanas, que alegam a ocorrência de um "caos econômico".
Enquanto isso, o governo Trump deverá apresentar seus novos argumentos até 9 de junho.
Trecho da publicação em que Trump comemora decisão e faz ataque a juízes
Reprodução/Truth Social
Veja a íntegra da publicação de Trump:
O Tribunal de Comércio Internacional dos EUA incrivelmente decidiu contra os Estados Unidos da América em relação a tarifas urgentemente necessárias, mas, felizmente, o painel completo de 11 juízes do Tribunal de Apelações do Circuito Federal dos EUA acaba de suspender a decisão do Tribunal de Comércio Internacional, sediado em Manhattan. De onde vêm esses três juízes iniciais? Como é possível que eles tenham causado um dano potencial tão grande aos Estados Unidos da América? Será que é puro ódio ao “TRUMP”? Que outro motivo poderia haver?
Eu era novo em Washington, e me sugeriram usar a Federalist Society como fonte de recomendação para juízes. Fiz isso, abertamente e sem reservas, mas depois percebi que eles estavam sob a influência de um verdadeiro “canalha” chamado Leonard Leo — uma pessoa ruim que, de certa forma, provavelmente odeia os Estados Unidos e, claramente, tem suas próprias ambições pessoais. Ele se gaba abertamente de controlar juízes — e até ministros da Suprema Corte dos Estados Unidos. Espero que isso não seja verdade, e não acredito que seja!
De qualquer forma, Leo deixou a Federalist Society para seguir seu próprio “caminho”. Estou muito decepcionado com a Federalist Society por causa dos conselhos ruins que me deram em várias indicações judiciais. Isso é algo que não pode ser esquecido! Dito isso, estou muito orgulhoso de muitas das escolhas que fizemos, mas muito desapontado com outras. Eles sempre devem fazer o que é certo para o país!
Neste caso, foi somente graças ao meu uso bem-sucedido das tarifas que trilhões de dólares já começaram a entrar nos EUA vindos de outros países — dinheiro que, sem essas tarifas, nunca conseguiríamos obter. Isso representa a diferença entre ter um país rico, próspero e bem-sucedido, e exatamente o oposto.
A decisão do Tribunal de Comércio Internacional é totalmente errada e política! Espero que a Suprema Corte reverta essa decisão horrível e ameaçadora para o país, RAPIDAMENTE e DE FORMA DECISIVA. Os “negociadores de bastidores” não podem ter permissão para destruir nossa nação!
A decisão horrível afirma que eu teria que obter a aprovação do Congresso para implementar essas tarifas. Em outras palavras, centenas de políticos ficariam em Washington por semanas — ou até meses — tentando chegar a um acordo sobre o que cobrar de países que nos tratam de forma injusta. Se essa decisão prevalecer, destruirá completamente o poder presidencial — a Presidência nunca mais será a mesma!
Essa decisão está sendo comemorada no mundo todo — por todos os países, menos pelos Estados Unidos da América. Juízes da extrema esquerda, junto com algumas pessoas muito ruins, estão destruindo a América. Se essa decisão for mantida, nosso país perderá trilhões de dólares — dinheiro que irá FAZER A AMÉRICA GRANDE NOVAMENTE. Seria a decisão financeira mais severa já imposta contra nós como nação soberana.
O presidente dos Estados Unidos deve ter permissão para proteger a América contra aqueles que estão causando dano econômico e financeiro ao país. Obrigado pela atenção a este assunto!
Mega-Sena, concurso 2.869: ninguém acerta e prêmio acumula em R$ 31 milhões
Veja as dezenas sorteadas: 02 - 10 - 13 - 40 - 41 - 53. A quina teve 41 apostas ganhadoras e cada uma vai levar mais de R$ 49 mil. G1 | Loterias - Mega-Sena 2869
Ninguém acertou as seis dezenas do concurso 2.869 da Mega-Sena, realizado na noite desta quinta-feira (29) em São Paulo. O prêmio acumulou em R$ 31 milhões.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
Veja os números sorteados: 02 - 10 - 13 - 40 - 41 - 53.
Veja quantas apostas foram premiadas:
5 acertos - 41 apostas ganhadoras, R$ 49.689,38
4 acertos - 2.612 apostas ganhadoras, R$ 1.114,23
A Caixa Econômica Federal ainda não divulgou o rateio do sorteio.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
Trump volta a pressionar Powell e diz que chefe do Fed 'erra' ao não reduzir juros nos EUA
Republicano e presidente do BC dos EUA tiveram nesta quinta (29) primeiro encontro presencial desde que Trump assumiu seu atual mandato. Reunião ocorreu na Casa Branca. Foto de arquivo: O presidente dos EUA, Donald Trump, observa Jerome Powell, seu indicado para presidir o Federal Reserve (Fed), durante discurso na Casa Branca, em Washington, EUA, em 2 de novembro de 2017.
REUTERS/Carlos Barria/Foto de arquivo
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, convocou o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, para a primeira reunião presencial entre os dois desde que o republicano assumiu seu atual mandato, em janeiro.
Durante o encontro, que foi realizado nesta quinta-feira (29), na Casa Branca, Trump afirmou que o chefe do banco central está cometendo um “erro” ao não reduzir as taxas de juros do país.
A Casa Branca e o Fed confirmaram que a reunião ocorreu a convite do presidente, reacendendo uma relação marcada por tensões, já que Trump tem criticado Powell com frequência por não reduzir os juros como gostaria.
“O presidente Powell não discutiu suas expectativas para a política monetária”, afirmou o Fed em comunicado após a reunião, “exceto para destacar que as decisões dependerão exclusivamente dos dados econômicos disponíveis e de suas implicações para as perspectivas da economia.”
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Tribunal dos EUA aceita recurso de Trump e restabelece tarifaço
Fed mantém juros dos EUA na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano
Segundo o comunicado, Powell afirmou a Trump que ele e seus colegas do Fed “definirão a política monetária conforme determina a lei, com o objetivo de promover o pleno emprego e a estabilidade de preços, baseando suas decisões exclusivamente em análises criteriosas, objetivas e isentas de influência política.”
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que ela e o presidente leram o comunicado do Fed e consideraram seu conteúdo correto. No entanto, acrescentou: “o presidente acredita que o chefe do Fed está cometendo um erro ao não cortar os juros, o que coloca os EUA em desvantagem econômica frente à China e outros países.”
No início deste mês, o Fed manteve a taxa de juros entre 4,25% e 4,50%, patamar em vigor desde dezembro. As autoridades indicaram que podem mantê-la nesse nível por mais alguns meses, enquanto aguardam maior clareza sobre a política tarifária.
As atas da reunião de maio do BC americano, divulgadas nesta semana, revelam que os formuladores de políticas estão preocupados com o impacto das tarifas e a incerteza econômica, que podem desacelerar o crescimento.
A principal preocupação, no entanto, é que esses fatores provoquem uma inflação persistentemente alta. Atualmente, os mercados financeiros projetam um corte na taxa de juros do Fed em setembro, seguido por uma possível nova redução em dezembro.
Trump nomeou Powell para a presidência do Fed durante seu primeiro mandato, em 2017, mas logo entrou em conflito com ele devido às decisões sobre juros. Já afirmou que preferiria vê-lo fora do banco central, embora também tenha recuado e dito não ter intenção de demiti-lo.
A possibilidade de uma demissão gerou preocupação nos mercados financeiros, que valorizam a independência do Fed e sua atuação livre de pressões políticas.
Trump diz que não planeja demitir Powell, mas volta a pressionar Fed por juros mais baixos
Essas preocupações foram parcialmente aliviadas na semana passada, após decisão da Suprema Corte em dois casos que questionavam a autoridade de Trump para demitir líderes de agências independentes. A decisão sugeriu que o banco central pode ser uma exceção, cujo presidente não pode ser removido livremente.
A última reunião presencial entre Powell e Trump havia ocorrido em novembro de 2019, durante o primeiro mandato do então presidente, em um encontro de 30 minutos que também contou com a presença do então secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.
O encontro desta quinta-feira, portanto, é a primeira visita presidencial de Powell em três anos — a anterior foi com Joe Biden e a secretária do Tesouro, Janet Yellen, na Casa Branca.
Powell destacou que essas reuniões são sempre realizadas a pedido do presidente — nunca por iniciativa do Fed.
Tribunal dos EUA aceita recurso de Trump e restabelece tarifaço
Na quarta-feira (28), o Tribunal de Comércio Internacional anulou a maior parte das tarifas impostas pelo presidente. Já nesta quinta, o Tribunal de Apelações restabeleceu temporariamente a cobrança das taxas. Impasse pode chegar à Suprema Corte do país. Trump sofreu derrota após tribunal bloquear tarifaço anunciado no começo de abril
Carlos Barria/Reuters
O Tribunal de Apelações dos Estados Unidos restabeleceu nesta quinta-feira (29) as tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump. Um dia antes, o Tribunal de Comércio Internacional, de instância inferior, havia anulado a maior parte dessas cobranças.
A nova decisão atendeu a um recurso da Casa Branca, que solicitava a suspensão temporária da sentença. Com isso, o tarifaço anunciado no chamado “Dia da Libertação”, no início de abril, voltou a vigorar. (veja abaixo quais taxas tinham sido suspensas e, agora, foram restabelecidas)
"O pedido de suspensão imediata é concedido na medida em que as decisões permanentes emitidas pelo Tribunal de Comércio Internacional estão temporariamente suspensas até novo aviso, enquanto este tribunal analisa os documentos das moções", diz trecho da decisão desta quinta.
O tribunal estabeleceu o prazo até 5 de junho para que os autores da ação contra as tarifas respondam ao recurso apresentado pelo governo. As ações judiciais foram movidas por governos estaduais e empresas norte-americanas, que alegam a ocorrência de um "caos econômico".
Enquanto isso, o governo Trump deverá apresentar seus argumentos até 9 de junho.
Após a decisão judicial, o assessor de comércio da Casa Branca, Peter Navarro, declarou que o governo Trump pretende aplicar as tarifas "por outros meios" caso perca as disputas judiciais. O impasse pode chegar à Suprema Corte dos EUA.
Navarro reforçou que, mesmo com a suspensão determinada pelo tribunal, as tarifas permanecerão em vigor. Ele acrescentou que o governo continua negociando com outros países para avançar em suas tratativas comerciais.
Tarifaço de Trump volta a valer após tribunal aceitar recurso
Quais tarifas tinham sido suspensas?
Na quarta-feira (28), duas grandes categorias de tarifas impostas pelo governo Trump haviam sido suspensas por decisão do Tribunal de Comércio.
A primeira dizia respeito às tarifas globais, anunciadas em 2 de abril, que impunham um imposto de 10% sobre importações de quase todos os países. O Brasil entrou nesse grupo.
Trump também chegou a colocar tarifas mais altas sobre produtos da China, acima de 100%. Essas, no entanto, foram reduzidas após negociações entre os dois países.
Além disso, o tribunal havia bloqueado:
As tarifas de 25% que Trump aplicou a vários produtos do Canadá e do México, alegando uma emergência por causa da migração ilegal e do tráfico de drogas;
As tarifas de 20% sobre a maioria dos produtos da China, que Trump justificou pelo suposto envolvimento do país na produção do opioide fentanil.
O tribunal também tinha bloqueado a decisão de Trump que acabava com a isenção de impostos para pequenas encomendas no chamado frete de "minimis", usado por lojas como Shein e Temu, que enviam produtos da China — o impacto imediato da medida, porém, ainda não estava totalmente claro.
Quais tarifas não tinham sido impactadas?
As tarifas de 25% sobre produtos como aço, alumínio, autopeças e automóveis continuam valendo e não haviam sido afetadas pela decisão de ontem. Trump não usou poderes de emergência para impor essas taxas, mas sim uma lei comercial de 1962.
Por essa lei, normalmente é necessário que o secretário de Comércio ou outro funcionário investigue se as importações ameaçam a segurança nacional, o que torna o processo mais demorado do que usar poderes de emergência.
Por que as tarifas foram bloqueadas?
O bloqueio havia sido determinado por um colegiado de três juízes do Tribunal de Comércio Internacional, com sede em Nova York. Diversas ações judiciais argumentam que Trump sujeitou a política comercial dos EUA "aos seus caprichos" e, assim, "desencadeou um caos econômico".
Na decisão, os magistrados afirmaram que o presidente excedeu sua autoridade ao impor, com base em uma lei de poderes emergenciais, taxas generalizadas sobre produtos importados de diversos países.
“As Ordens Tarifárias Mundiais e Retaliatórias excedem qualquer autoridade concedida ao Presidente pela IEEPA para regular importações por meio de tarifas”, escreveu o tribunal, referindo-se à Lei Internacional de Poderes Econômicos de Emergência de 1977 (IEEPA, na sigla em inglês).
Os juízes concluíram que essa lei não permite ao presidente "impor tarifas ilimitadas sobre produtos de quase todos os países do mundo". Na decisão, o painel de três juízes escreveu: "O tribunal não interpreta a IEEPA como dando esse poder ilimitado, por isso anulamos as tarifas contestadas".
O caso abriu caminho para uma disputa judicial que pode chegar à Suprema Corte do país. Pelo menos sete ações judiciais contestam o tarifaço de Trump, medida considerada o principal pilar de sua política comercial.
Uma delas foi movida por um grupo de pequenas empresas, incluindo a importadora de vinhos V.O.S. Selections. O proprietário da empresa alega, por exemplo, que as tarifas podem levar seus negócios à falência. Além disso, 12 estados americanos moveram ações, liderados por Oregon.
Déficit comercial justifica tarifaço?
Apesar de as tarifas precisarem de aprovação pelo Congresso, Trump alega ter poder para agir sozinho. O presidente argumenta que o déficit da balança comercial dos EUA — ou seja, gastos maiores com importações do que ganhos com exportações — representa uma emergência nacional.
A justificativa é questionada nos tribunais. Os autores das ações afirmam que a lei de poderes emergenciais não autoriza o uso de tarifas e, mesmo que autorizasse, o déficit comercial não atende aos requisitos legais para isso.
Segundo as peças, uma emergência só pode ser declarada diante de uma “ameaça incomum e extraordinária”.
Por outro lado, o governo argumenta que a Justiça aprovou o uso emergencial de tarifas pelo ex-presidente Richard Nixon, em 1971. Diz também que apenas o Congresso — e não o Judiciário — pode determinar se a justificativa do presidente para declarar uma emergência está de acordo com a lei.
Contas do governo têm superávit de R$ 17,8 bilhões em abril, melhor resultado para o mês em três anos
No acumulado do ano, as contas registraram um superávit de R$ 72,4 bilhões, o melhor resultado desde 2022. Pagamento menor de sentenças judiciais colaborou para o saldo. As contas do governo registraram um superávit primário de R$ 17,8 bilhões em abril, conforme divulgado pelo Tesouro Nacional nesta quinta-feira (29).
🔎 O superávit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos superam as despesas do governo. Se as despesas excedem as receitas, o resultado é um déficit primário. Esses valores não englobam os juros da dívida pública.
O resultado representa uma melhora em comparação com março do ano passado, quando foi registrado um déficit de R$ 12,22 bilhões (corrigido pela inflação).
Esse também foi o melhor resultado para o mês de abril desde 2022, quando foi contabilizado um saldo positivo de R$ 33,1 bilhões (valor corrigido pelo IPCA).
📈 Os números do Tesouro mostram que o crescimento da arrecadação contribuiu para a melhora das contas públicas, uma vez que a receita líquida do governo (após transferências a estados e municípios) cresceu 10,9% em termos reais em abril, atingindo R$ 212,7 bilhões.
📈 As despesas totais, por sua vez, somaram R$ 194,4 bilhões em abril, com uma alta real de 8,2%. Neste ano, o orçamento foi sancionado apenas em abril, o que levou a uma limitação de gastos livre (chamados discricionários) até esse mês.
"Acho que há uma compreensão de todos os atores sobre a necessidade de se encontrar fontes para manutenção da execução de políticas públicas necessárias, sem ter colapso do funcionamento", afirmou o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron em entrevista de imprensa.
Acumulado do ano
Cortes no orçamento e aumento do IOF têm objetivo de tentar cobrir um rombo das contas públicas
No acumulado dos quatro primeiros meses deste ano, as contas do governo registraram um superávit de R$ 72,4 bilhões, segundo dados oficiais.
Comparado ao mesmo período do ano passado, quando foi registrado um superávit de R$ 31,8 bilhões, houve uma melhora nas contas.
Esse também foi o maior saldo positivo para o primeiro trimestre desde 2022, quando foi contabilizado um superávit de R$ 92,6 bilhões.
A melhora no resultado das contas do governo no primeiro trimestre está relacionada à redução no pagamento de precatórios (sentenças judiciais), que somaram R$ 30,8 bilhões.
Em 2024, os valores de precatórios se concentraram em fevereiro. Neste ano, ainda não houve concentração desses pagamentos.
O Tesouro Nacional informou que a melhora nas contas do governo refletia a "diferença no cronograma de pagamentos dos precatórios entre os exercícios de 2024 e 2025".
📈 Nos quatro primeiros meses deste ano, houve um aumento real de 3,3% na receita líquida, após as transferências constitucionais a estados e municípios, totalizando R$ 789,3 bilhões.
📈 Ao mesmo tempo, as despesas totais do governo somaram R$ 716,9 bilhões no primeiro quadrimestre deste ano, com uma queda real de 1,9% no período.
Meta fiscal
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Diogo Zacarias/MF
🔎 Para este ano, a meta é zerar o déficit das contas, que totalizou R$ 43 bilhões em 2024.
Pelas regras do arcabouço fiscal, o governo pode ter um déficit de até 0,25% do PIB sem que o objetivo seja formalmente descumprido, o equivalente a cerca de R$ 31 bilhões.
Para fins de cumprimento da meta fiscal, também são excluídos outros R$ 44,1 bilhões em precatórios, ou seja, decisões judiciais.
"Tem discussões relacionadas a despesas, como no passado o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e há discussão mais de médio e longo prazo e tem de curto prazo. Esse mix que será debatido [pela equipe econômica]", disse Ceron.
Tarifaço de Trump bloqueado: quais são as alternativas para o presidente dos EUA?
Além de entrar com recurso, o presidente americano ainda possui outras formas de impor tarifas, então é possível que o governo Trump avalie seguir por outros caminhos. Donald Trump se irritou ao ouvir questão sobre expressão 'Trump Sempre Arrega', em 28 de maio de 2025
REUTERS/Leah Millis
Um tribunal de comércio dos Estados Unidos bloqueou nesta quarta-feira (28) as tarifas recíprocas anunciadas pelo presidente Donald Trump.
Embora a Casa Branca tenha informado que pretende recorrer da decisão, analistas apontam alternativas que o presidente norte-americano pode adotar para manter sua política comercial. (veja abaixo)
A decisão foi tomada por um colegiado de três juízes do Tribunal de Comércio Internacional, sediado em Nova York. Diversas ações judiciais alegam que Trump submeteu a política comercial dos EUA “aos seus caprichos”, provocando um “caos econômico”.
Na decisão, os juízes afirmam que o presidente excedeu sua autoridade ao impor tarifas generalizadas sobre produtos importados de vários países, com base em uma lei de poderes emergenciais.
“As Ordens Tarifárias Mundiais e Retaliatórias excedem qualquer autoridade concedida ao Presidente pela IEEPA para regular importações por meio de tarifas”, escreveu o tribunal, referindo-se à Lei Internacional de Poderes Econômicos de Emergência de 1977 (IEEPA, na sigla em inglês).
O tribunal também destacou que a Constituição concede ao Congresso a autoridade exclusiva para regular o comércio com outras nações.
O caso pode abrir caminho para uma disputa judicial que chegue à Suprema Corte dos EUA. Além de recorrer da decisão, o presidente ainda dispõe de outras ferramentas legais para impor tarifas, o que pode levar o governo Trump a explorar alternativas.
Confira abaixo as alternativas que o presidente norte-americano pode utilizar para manter as tarifas, segundo analistas do Goldman Sachs, Deutsche Bank e Panmure Liberum:
Justiça dos Estados Unidos bloqueia tarifaço de Trump
Seção 122
A Seção 122 da Lei de Comércio pode ser uma das opções mais rápidas para Trump. Com base nela, o governo poderia substituir as tarifas generalizadas de 10% por outras de até 15%, com validade de até seis meses. Após esse período, seria necessária aprovação do Congresso para prorrogação.
Essa legislação permite ao presidente agir diante de um déficit no balanço de pagamentos ou para evitar uma desvalorização significativa do dólar, sem a exigência de investigações formais — o que possibilita sua aplicação em poucos dias, se o governo considerar necessário.
Seção 301
Outra alternativa seria a Seção 301 da Lei de Comércio de 1974. O Representante de Comércio dos EUA (USTR) poderia iniciar investigações sobre práticas comerciais desleais de parceiros estratégicos, abrindo caminho para a imposição de tarifas.
No entanto, esse processo exige uma investigação formal e um período de comentários públicos, o que pode levar meses. A lei não impõe limites ao valor ou à duração das tarifas.
Durante seu primeiro mandato, Trump utilizou essa legislação para aplicar tarifas de até 25% sobre cerca de US$ 370 bilhões em importações chinesas, entre 2018 e 2019, o que desencadeou uma guerra comercial de quase três anos com a China.
Justiça suspende tarifaço de Donald Trump a países
Seção 338
Trump também poderia recorrer a uma lei comercial de 1930, há muito esquecida, que permite impor tarifas de até 50% sobre importações provenientes de países que discriminem o comércio dos EUA.
Embora já tenha sido cogitada, ela nunca foi efetivamente utilizada para impor tarifas. É semelhante à da Seção 301, com a diferença de que impõe um limite ao valor das tarifas. No entanto, segundo analistas do Goldman Sachs, não exige uma investigação formal.
Seção 232
Outra alternativa seria recorrer à lei comercial de 1962, utilizada anteriormente para manter tarifas sobre produtos como aço, alumínio e automóveis — que seguem em vigor e não foram afetadas pelo bloqueio judicial.
Para as tarifas que continuam de pé, o governo Trump justifica o uso sob o argumento de que a dependência excessiva de materiais importados enfraquecia a indústria nacional e, por consequência, a segurança dos EUA.
Nesse caso, Trump não utilizou os poderes emergenciais para implementar as tarifas. Em geral, a aplicação dessa lei exige uma investigação conduzida pelo secretário de Comércio ou outro representante do governo, para avaliar se as importações comprometem a segurança nacional.
Esse processo costuma ser mais demorado do que o uso de poderes emergenciais — os mesmos que embasaram as tarifas globais anunciadas em abril, que impunham um imposto de 10% sobre importações de quase todos os países.
* Com informações da Reuters e da Associated Press.
Casa Branca entra com recurso após Justiça bloquear tarifaço de Trump
Trump recomenda aumentar tarifa de União Europeia em 50%
Tarifaço de Trump: veja quais tarifas foram bloqueadas pela Justiça dos EUA
Medida tem efeito sobre o chamado 'Dia da Libertação', anunciado no início de abril. As tarifas de 25% sobre produtos como aço, alumínio e automóveis continuam valendo. O presidente dos EUA, Donald Trump
Ken Cedeno/Reuters
Um tribunal de comércio dos Estados Unidos bloqueou nesta quarta-feira (28) as tarifas recíprocas anunciadas pelo presidente Donald Trump. A Casa Branca está recorrendo da decisão.
O presidente norte-americano revelou seu tarifaço no dia 2 de abril. A medida, de alcance global, estabeleceu taxas de 10% a 50% sobre a importação de itens de mais de 180 países.
Ainda no início de abril, Trump anunciou uma "pausa" de 90 dias nas tarifas recíprocas. Na prática, ele manteve em 10% as taxas de importação contra todos os países — exceto a China, que permaneceu com alíquota elevada. A previsão era de que o tarifaço fosse retomado integralmente em 8 de julho.
Abaixo, o g1 explica quais tarifas foram suspensas e a decisão do tribunal com base nas seguintes perguntas:
Quais tarifas foram suspensas?
Quais tarifas ainda estão em vigor?
Por que as tarifas estão sendo bloqueadas?
Justiça suspende tarifaço de Donald Trump a países
1. Quais tarifas foram suspensas?
Duas grandes categorias de tarifas do governo Trump foram suspensas pela decisão do tribunal. A primeira são as tarifas globais, anunciadas em 2 de abril, que cobravam 10% de imposto sobre importações de quase todos os países. O Brasil entrou nesse grupo.
Trump também chegou a colocar tarifas mais altas sobre produtos da China, acima de 100%, mas essas foram reduzidas após negociações entre os dois países.
Além disso, o tribunal também suspendeu:
As tarifas de 25% que Trump aplicou a vários produtos do Canadá e do México, alegando uma emergência por causa da migração ilegal e do tráfico de drogas;
As tarifas de 20% sobre a maioria dos produtos da China, que Trump justificou pelo suposto envolvimento do país na produção do opioide fentanil.
O tribunal também parece ter bloqueado a decisão de Trump que acabava com a isenção de impostos para pequenas encomendas o chamado frete de "minimis", muito usado por lojas como Shein e Temu que enviam produtos da China — mas o impacto imediato dessa medida ainda não está totalmente claro.
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2. Quais tarifas ainda estão em vigor?
As tarifas de 25% sobre produtos como aço, alumínio, autopeças e automóveis continuam valendo e não foram afetadas. Trump não usou poderes de emergência para impor essas taxas, mas sim uma lei comercial de 1962.
Por essa lei, normalmente é necessário que o secretário de Comércio ou outro funcionário investigue se as importações ameaçam a segurança nacional, o que torna o processo mais demorado do que usar poderes de emergência.
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3. Por que as tarifas estão sendo bloqueadas?
O bloqueio foi determinado por um colegiado de três juízes do Tribunal de Comércio Internacional, com sede em Nova York. Diversas ações judiciais argumentam que Trump sujeitou a política comercial dos EUA "aos seus caprichos" e, assim, "desencadeou um caos econômico".
Na decisão, os magistrados afirmam que o presidente excedeu sua autoridade ao impor, com base em uma lei de poderes emergenciais, taxas generalizadas sobre produtos importados de diversos países.
“As Ordens Tarifárias Mundiais e Retaliatórias excedem qualquer autoridade concedida ao Presidente pela IEEPA para regular importações por meio de tarifas”, escreveu o tribunal, referindo-se à Lei Internacional de Poderes Econômicos de Emergência de 1977 (IEEPA, na sigla em inglês).
Os juízes concluíram que essa lei não permite ao presidente "impor tarifas ilimitadas sobre produtos de quase todos os países do mundo". Na decisão, o painel de três juízes escreveu: "O tribunal não interpreta a IEEPA como dando esse poder ilimitado, por isso anulamos as tarifas contestadas".
O caso abre caminho para uma disputa judicial que pode chegar à Suprema Corte do país. Pelo menos sete ações judiciais contestam o tarifaço de Trump, medida considerada o principal pilar de sua política comercial.
Uma delas foi movida por um grupo de pequenas empresas, incluindo a importadora de vinhos V.O.S. Selections. O proprietário da empresa alega, por exemplo, que as tarifas podem levar seus negócios à falência. Além disso, 12 estados americanos moveram ações, liderados por Oregon.
“A decisão [desta quarta] reafirma que nossas leis importam e que decisões comerciais não podem ser tomadas ao sabor dos caprichos do presidente”, disse o procurador-geral do estado, Dan Rayfield.
Apesar de as tarifas precisarem de aprovação pelo Congresso, Trump alega ter poder para agir sozinho.
O presidente argumenta que o déficit da balança comercial dos EUA — ou seja, gastos maiores com importações do que ganhos com exportações — representa uma emergência nacional.
A justificativa é questionada nos tribunais. Os autores das ações afirmam que a lei de poderes emergenciais não autoriza o uso de tarifas e, mesmo que autorizasse, o déficit comercial não atende aos requisitos legais para isso.
Segundo as peças, uma emergência só pode ser declarada diante de uma “ameaça incomum e extraordinária”.
Por outro lado, o governo argumenta que a Justiça aprovou o uso emergencial de tarifas pelo ex-presidente Richard Nixon, em 1971. Diz também que apenas o Congresso — e não o Judiciário — pode determinar se a justificativa do presidente para declarar uma emergência está de acordo com a lei.
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* Com informações da Reuters e da Associated Press.
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Volkswagen Tera: veja os 5 pontos fortes e fracos do novo SUV, e se vale colocar na garagem
Na briga pelo segmento de entrada dos utilitários esportivos, o Tera chega com duas opções de motor e câmbio para agradar e preços entre R$ 99.990 e R$ 142.290. Volkswagen Tera: veja os 5 pontos positivos e negativos do novo SUV da marca alemã
Diz o ditado que quem chega primeiro bebe água limpa. O Volkswagen Tera foi o último a ser lançado no segmento de SUVs subcompactos, mas a montadora apostou no mistério para compensar a demora.
As primeiras mostras oficiais do Tera surgiram no Rock in Rio do ano passado, quando o modelo foi exibido atrás de uma redoma de vidro que ocultava seu design. Houve até um concurso para que o público tentasse adivinhar o nome do carro.
A revelação só aconteceu no Carnaval. Em plena Marquês de Sapucaí, a marca apresentou o modelo à imprensa. Mas não divulgou preços, data de lançamento, nem especificações técnicas.
Nesta semana, 256 dias após a primeira aparição do novo SUV no festival de música, as versões e valores foram revelados. São cinco opções, com preços entre R$ 99.990 e R$ 142.290. E, no dia 5 de junho, os primeiros compradores poderão fechar negócio.
A Volkswagen não chegou cedo, mas aposta que o Tera terá muita água limpa para beber. A marca tem a pretensão de que o Tera faça companhia a Fusca e Gol na prateleira dos mais vendidos da história no mercado brasileiro.
O SUV mais acessível da montadora alemã vai competir com modelos como Citroën Basalt, Fiat Pulse e Renault Kardian. Trata-se da briga mais quente do momento, e o g1 avaliou as chances do Tera em um teste curto, de cerca de 200 km pelas estradas do interior de São Paulo.
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Um pequeno resumo para começar
No domingo, o g1 mostrou o pacote de equipamentos das versões do Tera. Vale um resumo para relembrar os pontos mais importantes.
A tabela de preços é a seguinte:
MPI: R$ 99.990;
TSI: R$ 116.990;
Comfort: R$ 126.990;
High: R$ 139.990;
High com pacote Outfit The Town Edition: R$ 142.290.
Já as opções disponíveis de motorização são apenas duas:
1.0 MPI aspirado, que entrega 84 cv e 10,3 kgfm de torque; e
1.0 TSI 170 turbo de três cilindros, com 116 cv e 16,8 kgfm de torque.
Somente a versão de entrada (MPI) não usa a opção de motor mais potente. Foi com a versão High (com pacote Outfit The Town Edition) que o g1 extraiu as primeiras impressões do novo SUV da Volkswagen.
Por dentro do Tera
Um SUV precisa se sair bem antes mesmo que o motorista dê a partida. E a versão topo de linha do Tera traz ganhos interessantes, em especial pensando no tradicional acabamento modesto da Volkswagen.
À frente do motorista, está o já conhecido painel de instrumentos digital de 10 polegadas, presente em toda a linha VW. O volante é o mesmo utilizado no Nivus e proporciona ótima empunhadura.
Mas a central multimídia agora adota o estilo “tela flutuante”, com a borda destacada do console, em vez de integrada ao painel. Essa configuração confere um visual mais moderno ao interior e ajuda a evitar o superaquecimento.
Central multimídia flutuante é novidade no Tera, pois Polo, Nivus, Virtus e T-Cross possuem ecrã integrado ao painel
Divulgação | Volkswagen
Fora que a central Volks Play segue como uma das melhores do segmento: intuitiva, responsiva e com uma generosa tela de 10,25 polegadas. A partir da versão Comfort, é possível contar com conexão à internet por meio da central, serviço gratuito nos primeiros 12 meses (depois, R$ 24,90 por mês).
A grande novidade é que o sistema do Tera permitirá interagir com a inteligência artificial generativa — semelhante ao ChatGPT e ao Copilot — desenvolvida pela Volkswagen em parceria com a Accenture (empresa de T.I), chamada OTTO.
A IA tem como proposta atuar como uma espécie de companhia, permitindo que o usuário converse durante a viagem ou dispare comandos de voz. A OTTO supostamente escuta, compreende e evolui com base nas orientações recebidas. Mas a ferramenta só estará disponível a partir de julho.
Tera, novo SUV da Volkswagen
Divulgação/Volkswagen
Ainda no console também está a única parte com uma faixa de couro – bastante pequena — abaixo da tela. O carro avaliado possui carregador de celular por indução e oferece duas portas USB-C para recarga de dispositivos móveis. Os bancos possuem um bonito acabamento em couro degradê.
Na versão Outfit, há uma combinação de texturas plásticas, incluindo uma superfície rugosa e outra lisa com acabamento em black piano. Além disso, há revestimento em couro em parte das portas e do painel, conferindo um toque mais refinado ao interior.
Se tudo vinha muito bem, algumas ressalvas não poderiam faltar. Apesar do belo desenho dos bancos, eles são estreitos, tanto na frente quanto atrás. Motoristas mais altos ou com costas largas podem sentir desconforto em viagens longas, devido às abas laterais que pressionam as costelas.
O banco de trás também é justo, já que o Tera é feito na plataforma de dois carros reconhecidamente apertados para o passageiro, o Polo e o Nivus. Mas também não difere tanto de Kardian e Pulse, por exemplo.
Além disso, não conta com saídas de ar-condicionado para os ocupantes do banco traseiro. Ao menos, o porta-malas não perde para os principais concorrentes.
Tera, novo SUV da Volkswagen
Divulgação/Volkswagen
Motor mais fraco, consumo bom
A escolha de motor do Tera talvez seja um dos principais pontos de decepção. Ao volante, o carro até oferece boas acelerações, mas poderia entregar mais desempenho.
Abastecidos com gasolina, esses são os desempenhos de motor:
Volkswagen Tera: 109 cv de potência e 16,8 kgfm de torque;
Fiat Pulse: 125 cv de potência e 20,4 kgfm de torque;
Renault Kardian: 120 cv de potência e 20,4 kgfm de torque.
A diferença pode parecer relativamente modesta, mas se mostra no desempenho. Enquanto Pulse e Kardian aceleram de 0 a 100 km/h em menos de 10 segundos, o SUV da Volkswagen atinge essa marca apenas após os 11 segundos.
Ninguém espera um tranco de aceleração em um SUV, mas é o tipo de situação que faz com que o câmbio precise compensar a limitação nas retomadas, elevando demais o giro do motor para realizar ultrapassagens e ganhar velocidade.
Se a Volkswagen tivesse optado pelo mesmo motor usado no Nivus (1.0 TSI de 128 cv), o propulsor do Tera igualaria os concorrentes em torque e poderia entregar mais.
Ao menos, o câmbio automático de seis marchas tem um ótimo acerto e trabalha bem para deixar o Tera um pouco mais esperto.
Se a fraqueza é um porém, o Tera se destaca quando o assunto é o consumo. As médias rodoviárias do teste com gasolina foram superiores às dos concorrentes. Mais um ponto para o trabalho de engenharia aplicado à calibração do câmbio automático.
Quando não é tão exigida, a transmissão atua bem para manter o motor sempre em baixa rotação. A 100 km/h, por exemplo, é possível conduzir com a sexta marcha engatada, mantendo o propulsor em torno de 1.800 rpm, reduzindo o ruído interno e apoiando o consumo de combustível.
Segundo o Inmetro, as médias de consumo do Tera foram de 12,2 km/l na cidade e 14,5 km/l na estrada, quando abastecido com gasolina.
Fiat Pulse: 13,4 km/l na cidade e 14,4 km/l na estrada;
Renault Kardian: 13,1 km/l na cidade e 13,9 km/l na estrada.
No trajeto até Taubaté, o desempenho foi ainda mais eficiente: com duas pessoas a bordo, o consumo chegou a 17,7 km/l em um percurso de 88 km, combinando trechos urbanos e rodoviários, segundo o computador de bordo.
Por fim, o comportamento da suspensão traz a clássica característica dos carros da Volkswagen: uma firmeza que garante boa estabilidade em estradas e curvas, sendo especialmente agradável para quem prefere um carro com condução mais precisa.
A suspensão do Tera é completamente nova, com amortecedores e molas ajustados especificamente para o modelo. Dessa forma, ele não herda o mesmo conjunto do Polo.
Custo de propriedade
Segundo a Volkswagen, o custo de propriedade do Tera é 4% inferior à média dos concorrentes, que a própria marca fez questão de citar: Kardian e Pulse. Ainda de acordo com a fabricante, a cesta de peças é 35% mais barata que a dos rivais, embora os valores não tenham sido divulgados.
O g1 consultou os valores da primeira revisão — realizada aos 10 mil km ou após um ano — dos SUVs subcompactos mencionados pela Volkswagen.
Fiat Pulse: R$ 728;
Renault Kardian: R$ 715,34.
Conclusão
O consumo na estrada é o que mais se destaca no Tera. O desempenho, por outro lado, é o ponto que mais decepciona. Para quem procura um carro mais ágil e empolgante, é melhor considerar o Pulse ou o Kardian.
No entanto, a presença da IA generativa pode tornar o Tera mais atraente para um público jovem, acostumado a utilizar inteligências artificiais no dia a dia e que busca um carro tão tecnológico quanto um smartphone.
Veja a seguir os 5 pontos positivos e negativos do Volkswagen Tera.
❌ Espaço interno;
❌ Desempenho;
❌ Potência e torque;
❌ Falta freio de estacionamento eletrônico;
❌ Faltam câmeras na dianteira e laterais;
✅ Consumo na estrada;
✅ Câmbio automático de seis marchas;
✅ Inteligência Artificial;
✅ Freios a disco nas quatro rodas;
✅ Painel digital de 10 polegadas.
Veja quais são as principais novidades do novo Volkswagen Tera
Brasil é reconhecido como livre de febre aftosa sem vacinação e pode aumentar exportação de carnes
O título pode ajudar na abertura de novos mercados internacionais para a carne brasileira, de acordo com associações do setor. Órgão mundial de saúde animal reconhece Brasil como livre de aftosa sem vacinação
Divulgação / Abrafrigo
O Brasil foi reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como livre de febre aftosa sem vacinação pela primeira vez, nesta quinta-feira (29).
O título pode ajudar na abertura de novos mercados internacionais para a carne brasileira, já que alguns países compram apenas de locais com este status, de acordo com associações do setor.
O status sanitário foi aprovado na 92ª Assembleia da OMSA, que ocorre durante esta semana em Paris.
A febre aftosa é uma doença infecciosa aguda que causa febre, seguida do aparecimento de vesículas (aftas), principalmente, na boca e nos pés de animais de casco fendido, como bovinos, búfalos, caprinos, ovinos e suínos.
O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina.
O estado de Santa Catarina foi o primeiro do país a ser reconhecido como zona livre de febre aftosa, sem vacinação, pela OMSA, em 2007.
Em 2008, o Brasil recebeu o título de livre da doença, mas com vacinação.
Veja também: Como o Brasil busca evitar novos casos de gripe aviária?
Quais as vantagem do status?
A Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) afirmou em comunicado que este é um "momento histórico" para a cadeia agroindustrial da carne bovina, após décadas de promoção ativa da vacinação e de controles sanitários nos rebanhos.
A nova certificação sanitária posiciona o país "em um novo patamar no comércio internacional", e poderá ajudar na abertura de mercados "altamente exigentes", como o Japão, disse a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
"Países como Filipinas e Indonésia já manifestaram interesse imediato em importar miúdos bovinos com base nesse novo status sanitário. E estamos utilizando essa conquista como um ativo estratégico em negociações com mercados altamente exigentes, como o Japão", afirmou a entidade.
A Abiec observou ainda que, com o novo status, o governo brasileiro precisará renegociar diversos certificados sanitários internacionais, o que pode demandar ajustes no curto prazo.
Além da possibilidade de ampliação do mercado internacional, o reconhecimento pode trazer redução de custos para o produtor rural e para os estados, aponta a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O pecuarista também pode ser melhor remunerado. Isso porque alguns dos possíveis novos mercados, como o Japão, pagam mais pelo produto.
"O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de carne bovina, e esse status garante que continuemos contribuindo para alimentar pessoas em todo o mundo", disse Dr. Marcelo de Andrade Mota, Delegado da OMSA e Diretor do Ministério da Agricultura.
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O que é a febre aftosa?
A febre aftosa é uma doença de rápida disseminação. Quando um foco é registrado, o produtor precisa interditar a área e sacrificar todos os animais para evitar a propagação, assim como acontece com a gripe aviária em granjas.
De mesmo modo, a partir do momento em que é confirmado o registro de caso de febre aftosa, há restrições com relação à comercialização.
A última vez que o Brasil registro um foco da doença foi em 2006, nos estados do Paraná e do Mato Grosso do Sul.
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Desemprego fica estável e atinge 6,6% no trimestre terminado em abril, diz IBGE; CLT bate recorde
Taxa de desocupação é a menor para este período do ano desde o início da série histórica, em 2012. Ao todo, 7,3 milhões de pessoas estão sem emprego no país. Carteira de trabalho
Geraldo Bubniak/AEN
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,6% no trimestre terminado em abril, aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice é o menor para este período do ano desde o início da série histórica, em 2012, e representa estabilidade em relação ao trimestre anterior, quando a taxa de desocupação era de 6,5%.
Ao todo, 7,3 milhões de pessoas estão sem emprego no país. O número também ficou estável na comparação com o trimestre terminado em janeiro (7,2 milhões) e recuou 11,5% (ou 941 mil pessoas) em relação ao ano passado, quando 8,2 milhões de brasileiros estavam desocupados.
O contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu patamar recorde (39,6 milhões), segundo o IBGE, registrando crescimento de 0,8% em relação ao trimestre anterior e de 3,8% frente ao mesmo período de 2024.
A taxa composta de subutilização, que representa a força de trabalho "desperdiçada" no país, ficou em 15,4%, resultado também considerado estável na comparação trimestral (15,5%), e com queda de 2,0 p.p na comparação anual.
“A estabilidade nas taxas de desocupação e subutilização confirma o que o primeiro trimestre apontou, ou seja, uma boa capacidade de absorção dos empregos temporários constituídos no último trimestre de 2024”, explica William Kratochwill, analista da pesquisa.
Além disso, "o mercado de trabalho apresentando níveis mais baixos de subutilização naturalmente impulsiona as contratações formalizadas, uma vez que a mão de obra mais qualificada exige melhores condições de trabalho”, observa William.
Veja os destaques da pesquisa
Taxa de desocupação: 6,6%
População desocupada: 7,3 milhões de pessoas
População ocupada: 103,3 milhões
População fora da força de trabalho: 66,8 milhões
População desalentada: 3 milhões
Empregados com carteira assinada: 39,6 milhões
Empregados sem carteira assinada: 13,7 milhões
Trabalhadores por conta própria: 26 milhões
Trabalhadores informais: 39,1 milhões
Taxa de informalidade cai para 37,9%
A taxa de informalidade (proporção de trabalhadores informais na população ocupada) foi de 37,9% no trimestre, o que equivale a 39,2 milhões de trabalhadores informais.
Esse índice é inferior ao verificado tanto no trimestre móvel anterior (38,3%), como no mesmo trimestre de 2024 (38,7%).
Segundo o IBGE, a queda na informalidade é consequência da estabilidade do contingente de trabalhadores sem carteira assinada (13,7 milhões) e do número de trabalhadores por conta própria (26 milhões), enquanto os empregados com carteira bateram recorde.
O total da população ocupada no Brasil também ficou estável, com aproximadamente 103,3 milhões de pessoas. Na comparação anual, quando havia 100,8 milhões de brasileiros ocupados, houve alta de 2,4% (mais 2,5 milhões de pessoas).
O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) atingiu 58,2%, estável em relação ao trimestre anterior (58,2%) e com alta de 0,9 p.p. contra o mesmo período do ano passado (57,3%).
Rendimento médio também fica estável
As pessoas ocupadas receberam cerca de R$ 3.426 por mês no trimestre terminado em abril, por todos os trabalhos que tinham na semana de referência da pesquisa. É o que o IBGE chama de rendimento médio real habitual.
O valor ficou estável no trimestre e registrou crescimento de 3,2% quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
Já a massa de rendimentos, que soma os valores recebidos por todos esses trabalhadores, foi estimada em R$ 349,4 bilhões, um novo recorde, ficando estável no trimestre e aumentando 5,9% (mais R$ 19,5 bilhões) no ano.
Entenda como o desemprego é calculado no Brasil
Dólar e Ibovespa fecham em queda, de olho no impasse do IOF e no tarifaço de Trump
A moeda norte-americana recuou 0,50%, cotada a R$ 5,6664. Já a bolsa fechou em queda de 0,25%, aos 138.534 pontos. Cédulas de dólar
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O dólar fechou em queda de 0,50% nesta quinta-feira (29), cotado a R$ 5,6664. Já o Ibovespa teve recuo de 0,25%, aos 138.534 pontos.
▶️ O mercado financeiro reagiu à decisão da Justiça dos Estados Unidos de bloquear (e depois desbloquear) as tarifas recíprocas anunciadas pelo presidente americano Donald Trump em abril.
Investidores costumam ver com bons olhos medidas que aliviam o tarifaço, por entenderem que elas reduzem o risco de inflação e de uma recessão global. Mas, no fim da tarde, o Tribunal de apelações dos EUA restabeleceu tarifaço de Trump.
▶️ No Brasil, as atenções continuam com o impasse do IOF. O Congresso já avalia 20 propostas para derrubar a medida. Nesta quarta-feira, o ministro Fernando Haddad alertou que, sem os R$ 20 bilhões previstos com a elevação do imposto, será necessário realizar novos cortes no Orçamento.
▶️ O mercado também repercute a taxa de desemprego brasileira, que ficou em 6,6% no trimestre encerrado em abril, abaixo das projeções dos analistas. O mercado de trabalho aquecido pode dificultar o controle da inflação e adiar eventuais cortes na taxa de juros pelo Banco Central.
▶️ No noticiário corporativo, as ações da fabricante de chips de inteligência artificial Nvidia subiram depois que a receita do 1º trimestre veio acima do esperado. Em contrapartida, destaque negativo para a Azul, que entrou com pedido de recuperação judicial nos EUA e teve seus papéis excluídos dos principais índices da B3.
Entenda abaixo como cada um desses fatores impacta o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +0,36%;
Acumulado do mês: -0,19%;
Acumulado do ano: -8,31%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +0,51%;
Acumulado do mês: +2,57%;
Acumulado do ano: +15,17%.
Bloqueio do tarifaço de Trump
O Tribunal do Comércio Internacional havia bloqueado , na noite desta quarta-feira (28), a maioria das tarifas impostas por Donald Trump desde janeiro a mais de 180 países.
Na decisão, os magistrados afirmam que o presidente excedeu sua autoridade ao impor, com base em uma lei de poderes emergenciais, taxas generalizadas sobre produtos importados de diversos países.
O bloqueio era visto de forma positiva pelos investidores, que entendem que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar a uma desaceleração da maior economia do mundo ou até mesmo a uma recessão global.
Assim, com o alívio da guerra tarifária, Wall Street subiu e o dólar americano se fortaleceu.
"Esta decisão é um acontecimento importante e enfraquecerá o poder de barganha de Trump em suas negociações em andamento com os principais parceiros comerciais dos EUA", disseram analistas do Banco Nacional do Kuwait em nota.
"Se a decisão for mantida, será um grande acontecimento positivo para os EUA e a economia global."
Mas a decisão não foi mantida. A Corte de Apelações do Circuito Federal dos EUA restabeleceu o tarifaço. A nova decisão atendeu ao pedido da Casa Branca para suspender temporariamente a decisão de um tribunal inferior, que anulava a maioria das tarifas impostas pelo presidente.
O governo Trump havia informado ao tribunal que buscaria uma “medida de emergência” na Suprema Corte já na sexta-feira, caso a decisão sobre as tarifas não fosse rapidamente suspensa.
Tarifaço de Trump volta a valer após tribunal aceitar recurso
Recuo no IOF
O governo federal tem enfrentado forte pressão para revogar o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), um tributo federal cobrado pelo governo sobre uma série de operações que envolvem dinheiro, principalmente empréstimos e câmbio. (leia mais)
A medida foi anunciada na semana passada, junto com um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento deste ano, com o objetivo de equilibrar as contas públicas e cumprir a meta fiscal.
Desde então, a oposição e alguns parlamentares da base têm se articulado para derrubar a medida com um Projeto de Decreto Legislativo (PDL). Até agora, já foram apresentadas 22 propostas deste tipo: 20 na Câmara e 2 no Senado.
Nesta quinta, inclusive, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou ao blog da Andréia Sadi que o ambiente no Congresso é favorável à derrubada do decreto. "Se pautar [a derrubada], sem dúvida", afirmou.
Do outro lado, o ministro Fernando Haddad diz que a revogação não está em discussão no momento. Na noite de quarta-feira, ele se reuniu com Hugo Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para explicar as consequências fiscais da eventual queda do decreto.
Segundo ele, sem os R$ 20 bilhões esperados com a alta do IOF, o governo teria de promover novos cortes no Orçamento.
"Em nenhum momento se discutiu revogação da medida. O que está sendo discutido é como tratar o tema com responsabilidade, olhando para o equilíbrio fiscal e institucional do país", disse o ministro.
Horas antes, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, havia admitido que a equipe econômica iria se "debruçar sobre alternativas" que possam substituir o aumento do imposto.
O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, chegou a afirmar que a avaliação do setor financeiro é que o equilíbrio das contas públicas "não deve vir de aumento de impostos, sobretudo regulatórios [como o IOF]".
Mercado de trabalho
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta que a taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,6% no trimestre terminado em abril. O índice é o menor para este período do ano desde o início da série histórica, em 2012.
Além disso, o contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu patamar recorde (39,6 milhões), segundo o IBGE, registrando crescimento de 0,8% em relação ao trimestre anterior e de 3,8% frente ao mesmo período de 2024.
Na quarta, o Ministério do Trabalho divulgou o Caged, que apontou a criação de 257,5 mil vagas formais em abril, um aumento de 7,3% em comparação ao mesmo mês de 2024 e o maior resultado para o período na série histórica do Novo Caged, que contabiliza os dados a partir de 2020.
Os dados surpreenderam o mercado financeiro, ao demonstrarem um mercado de trabalho aquecido apesar dos esforços do Banco Central para desacelerar a economia do país, aumentando os consecutivamente os juros, numa tentativa de controlar a inflação.
Outro destaque da agenda econômica desta semana é a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, na sexta-feira (30).
Reunião teve 'boa vontade' e abriu espaço para medidas estruturais, diz Haddad após encontro com Motta e Alcolumbre
Para ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a reunião, na noite desta quarta-feira (28), com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), abriu espaço para debate de medidas estruturais que corrijam rumo das contas públicas no médio e longo prazo.
Ao blog, Haddad afirmou nesta quinta-feira (29) que “houve troca de informações sobre a realidade fiscal e política”, com “boa vontade para voltar a falar de propostas mais estruturais com efeito de médio e longo prazos”.
Haddad diz que explicou alta do IOF para Motta e Alcolumbre
Durante a reunião, o Ministério da Fazenda apresentou a situação do avanço dos gastos obrigatórios e como um corte de gastos na casa dos R$ 50 bilhões poderia paralisar o governo.
O líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, chegou a mencionar um shutdown, ou seja, falta de recursos para rodar gastos básicos do governo.
Os parlamentares pediram para a Fazenda apresentar nos próximos 10 dias uma alternativa ao aumento do Imposto sobre Operação Financeira (IOF).
O ministério vai estudar alternativas para a alta do IOF, mas quer contar com o Congresso na agenda.
Placa indica acessos ao Congresso Nacional
Roque de Sá/Agência Senado
Insatisfação do Congresso
A reunião desta quarta ocorreu na residência oficial da Câmara, em meio a uma insatisfação do Congresso com o aumento do IOF e um crescente clima de derrubada da medida do governo pelos parlamentares.
Uma reunião de líderes da Câmara, marcada para a manhã desta quinta, deve discutir o que os deputados pensam em fazer a respeito do decreto do IOF.
Oposição e alguns parlamentares da base se articulam para derrubar a medida com um Projeto de Decreto Legislativo (PDL). Até agora, já foram apresentadas 22 propostas desse tipo: 20 na Câmara e 2 no Senado.
Segundo o presidente da Câmara, Hugo Motta, se o Congresso pautar uma medida para derrubar o decreto do presidente sobre o IOF, ele será aprovado.
Em pelo menos 25 anos, o Congresso Nacional nunca usou um PDL para derrubar um decreto presidencial. Trata-se de um instrumento bastante raro e tido como grande derrota para o governo.
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Juro do consignado ao setor privado com garantia do FGTS é o dobro do cobrado de aposentados e servidores em abril, mostra BC
Nova modalidade de crédito foi lançada oficialmente em 21 de março. Regras incluem o uso de até 10% do saldo do FGTS como garantia e, também, 100% da multa rescisória na demissão sem justa causa (que equivale a 40% do valor do saldo). Trabalhadores do setor privado podem requerer empréstimo consignado diretamente no aplicativo do banco; saiba como
Reprodução/TV Globo
A taxa média de juros na linha de crédito consignado ao setor privado com garantia do FGTS somou 3,94% ao mês em abril, informou nesta quinta-feira (29) o Banco Central.
Esse patamar é mais do que o dobro registrado o crédito com desconto em folha de pagamento aos aposentados (1,81% ao mês) e aos servidores públicos (1,96% ao mês) no mês passado.
Atualmente, o programa conta com 70 instituições financeiras habilitadas para operar a modalidade, segundo o Ministério do Trabalho.
A divulgação do Banco Central frustra a expectativa do Ministério do Trabalho de que o crédito consignado ao setor privado (CLT) teria taxas semelhantes àquelas cobradas de aposentados e servidores públicos.
➡️As taxas médias mostradas pelo BC não significam que esse será o juro obtido pelos trabalhadores nos bancos. Isso vai depender da análise de risco que as instituições financeiras farão com base no seu tempo de trabalho e histórico de operações de crédito, entre outros fatores.
➡️A recomendação de especialistas é de que os trabalhadores façam uma ampla pesquisa no aplicativo da Carteira de Trabalho digital, promovendo concorrência entre as instituições financeiras, antes de fechar um empréstimo.
Veja as taxas médias de juros de outras linhas de crédito em abril:
➡️crédito pessoal não consignado: 6,21% ao mês;
➡️cheque especial das pessoas físicas: 7,49% ao mês;
➡️ cartão de crédito rotativo: 15,15% ao mês.
Trabalhadores formais com empréstimos podem agora fazer a portabilidade das dívidas
Nova linha de crédito
A nova modalidade de crédito, com garantia do FGTS, foi lançada oficialmente em 21 de março, por meio de plataforma disponibilizada pelo governo.
🔎 As regras incluem o uso de até 10% do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como garantia e, também, 100% da multa rescisória na demissão sem justa causa (que equivale a 40% do valor do saldo).
💲 Nesta linha de crédito, as parcelas são quitadas com desconto no contracheque, ou seja, no salário do funcionário que pega um empréstimo em uma instituição financeira.
💲 O consignado ao setor privado já existia, mas, com as regras antigas, havia uma exigência de um acordo entre as empresas e os bancos — o que travava a liberação dos recursos.
💲 Desde 21 de março, a busca pelo crédito pode ser feita pelos trabalhadores diretamente por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital), sem a necessidade de acordo com os empregadores.
💲Desde 25 de abril, os trabalhadores podem contratar o empréstimo também por meio dos canais eletrônicos dos bancos habilitados.
💲De 16 de maio em diante, os trabalhadores do setor privado podem renegociar sua dívida utilizando a chamada "portabilidade" para outro banco, mas têm de procurar as instituições financeiras.
Sem teto no consignado ao setor privado
Até o momento, não há teto nos juros da nova linha de crédito do consignado ao setor privado. As taxas cobradas são definidas livremente pelas instituições financeiras com base no perfil de cada cliente.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) tem defendido que não é necessário fixar um teto para os juros, pois as taxas cobradas, segundo a entidade, serão mais baixas com a garantia dos recursos do FGTS.
No lançamento da nova modalidade de crédito, em cerimônia no Palácio do Planalto na semana passada, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que, caso seja "observado que o sistema financeiro esteja abusando, o governo poderá estabelecer teto de juros no futuro".
Em março, o governo publicou um decreto do presidente Lula que determinando que o Comitê Gestor das Operações de Crédito Consignado será responsável por definir os parâmetros, termos e condições do contrato para empréstimos garantidos com recursos do FGTS.
Com isso, o governo abriu a porta para que seja criado, no futuro, um teto de juros na nova modalidade de crédito – caso julgue ser necessário.
Empréstimos liberados
O último balanço do Ministério do Trabalho, divulgado na terça sexta-feira (27), aponta que foram emprestados quase R$ 13 bilhões em empréstimos a 2,3 milhões de trabalhadores com carteira assinada do setor privado por meio da nova linha de crédito com garantia do FGTS.
O valor médio por contrato é de R$ 5.471,23, com prestação média de R$ 316,54 em um prazo de 17 meses. Os maiores volumes de crédito contratado foram registrados nos estados de São Paulo (R$ 3,5 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 1 bilhão), Minas Gerais (R$ 1 bilhão), Paraná (R$ 866,2 milhões) e Rio Grande do Sul (R$ 854,8 milhões)
O valor ainda segue distante da estimativa de que podem ser liberados mais de R$ 100 bilhões em três meses, mas está dentro das expectativas iniciais tanto do governo quanto da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) que a linha de crédito vai ganhar força com o passar do tempo.
Crédito via aplicativo da Carteira de Trabalho Digital
➡️Segundo o Ministério do Trabalho, a busca pelo crédito poderá ser feita por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital).
Segundo o Ministério do Trabalho, o crédito consignado com garantia do FGTS beneficiará trabalhadores formais da iniciativa privada, o que inclui empregados rurais, domésticos e empregados de MEI (microempreendedor individual).
Os trabalhadores poderão utilizar a Carteira de Trabalho Digital para buscar empréstimos em mais de 80 instituições financeiras que operam junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Segundo o governo, o país tem atualmente 47 milhões de trabalhadores formais, o que inclui 2,2 milhões de trabalhadores domésticos, 4 milhões de trabalhadores rurais e empregados do MEI, até então excluídos dos empréstimos consignados.
Quem fez uso do Saque-Aniversário do FGTS vai poder contratar?
Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, sim. O trabalhador que utilizou o Saque-Aniversário poderá contratar o empréstimo consignado privado.
"O Saque-Aniversário não está na mesa, é outro departamento completamente diferente. Aqui é o crédito folha de pagamento. O mesmo cidadão que antecipou o Saque-Aniversário, poderá constituir empréstimo? Sim, poderá", diz o ministro.
E se o trabalhador mudar de emprego?
Segundo o governo, caso o trabalhador mude de emprego, o desconto em folha para quitar as parcelas do empréstimo terá de ser feito pelo novo empregador.
Como funciona o novo consignado?
Os bancos terão acesso às informações dos trabalhadores do eSocial para facilitar a concessão de crédito consignado, uma vez que poderão avaliar melhor o risco das operações.
🔹 CTPS Digital: por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, o trabalhador solicita a proposta de crédito às instituições financeiras habilitadas pelo governo. O trabalhador autoriza o acesso a dados como nome, CPF, margem do salário disponível para consignação e tempo de empresa.
🔹 Propostas: após solicitar o crédito, o trabalhador recebe ofertas dos bancos em até 24h. O trabalhador poderá comparar ofertas e escolher a opção mais vantajosa.
🔹 Comprometimento de até 35% do salário bruto: O limite inclui benefícios, abonos e comissões.
🔹 FGTS como garantia: O trabalhador pode contratar essa modalidade de empréstimo, podendo usar até 10% do saldo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como garantia e, também, 100% da multa rescisória na demissão sem justa causa (de 40% do valor do saldo).
🔹 Caso de demissão: O trabalhador poderá usar os 10% do saldo do FGTS e a multa por rescisão para quitar a dívida com o banco. Caso o valor não seja suficiente, há uma interrupção no pagamento, que será retomada quando o trabalhador conseguir outro emprego CLT, o que acarretará em correções. Também será possível procurar o banco para acertar uma nova forma de pagamento.
🔹 Desconto automático: O empregador será responsável por descontar a parcela do salário e repassá-la à Caixa Econômica Federal, que fará o pagamento aos bancos credores.
Fraudes no INSS: governo quer ressarcir todas as vítimas antes do fim do ano, diz ministro
Na terça, presidente do INSS citou prazo até 31 de dezembro; Wolney Queiroz fala em quitar antes disso a pedido de Lula. Governo ainda não disse de onde vai tirar dinheiro para agilizar casos judicializados. Wolney Queiroz, ministro da Previdência Social
TV Brasil/Reprodução
O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, afirmou nesta quinta-feira (29) que o governo espera concluir o ressarcimento das vítimas de fraudes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) antes ainda do fim do ano.
Queiroz deu a declaração ao comentar uma fala do presidente do INSS, Gilberto Waller – que, na terça (27), deu prazo até 31 de dezembro para concluir o processo em uma reunião do Conselho Nacional de Previdência Social.
"Esse prazo de 31 de dezembro, ele colocou como prazo limite para que todos os ressarcimentos sejam feitos. Eu espero que a gente bem antes consiga isso, porque isso foi um pedido do presidente da República. Ele pediu que a gente fosse rápido, implacável na busca dos culpados [...] e pediu acolhimento e cuidado com os aposentados", disse Queiroz.
"Primeiro o governo ressarcir e depois o governo vai em buscar dos recursos das empresas, das associações que já estão bloqueados, tem mais recursos para entrar a investigação está em curso, novos patrimônios são descobertos. Isso vai segurar o lastro para gente fazer o ressarcimento", acrescentou
As declarações foram dadas ao programa "Bom Dia, Ministro", da estatal Empresa Brasil de Comunicação (EBC), e indicam uma mudança na posição do governo Lula sobre o tema.
💵 Isso porque, para concluir o ressarcimento ainda neste ano, o governo deve precisar recorrer ao Orçamento próprio.
💵 Os bens bloqueados das entidades só poderão ser usados para recompor os cofres públicos após uma decisão definitiva da Justiça – o que não tem prazo para acontecer, já que a investigação continua e ninguém foi sequer denunciado.
Segundo Wolney, o passo a passo iniciado este mês para a contestação dos descontos e a resposta das entidades segue em vigor:
o aposentado ou pensionista contesta o desconto no Meu INSS – ou em agências dos Correios, a partir desta sexta (30);
a entidade tem 15 dias úteis para devolver o dinheiro ou apresentar documentos comprovando a autorização do desconto;
se a entidade apresenta os documentos, o aposentado ou pensionista tem mais 15 dias úteis para contestar a documentação.
"A partir daí, enquanto esse tempo está correndo, o governo já está se preparando para organizar de onde sairão esses recursos. Já sabendo que há um montante grande bloqueado das associações, que vão garantir o início desses ressarcimentos", explicou Wolney.
Se a associação acusada do desconto irregular e o beneficiário do INSS não chegarem a um entendimento pacífico, no entanto, o caso deve ser enviado para a Advocacia-Geral da União (AGU), que cuidará da judicialização dos processos.
Nesses casos, se quiser cumprir o prazo de ressarcimento ainda neste ano, o governo terá que recorrer a recursos próprios – mesmo que, no futuro, recupere esse dinheiro por decisão da Justiça.
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Pente-fino nas associações
Queiroz afirmou que será feito um "pente-fino" nas entidades associativas que cobram e prestam serviços de aposentados. Segundo a Polícia Federal, associações vinculadas ao INSS descontavam parte dos benefícios de aposentados e pensionistas — a título de oferecer algum serviço —, mas sem ter a autorização da pessoa.
"É benéfico para os aposentados que elas [associações] existam, acho que elas devem ser preservadas, mas acho que ao final de tudo ficarão poucas e boas associações fazendo esse trabalho de atendimento aos aposentados", disse o ministro.
Apesar do escândalo das fraudes, Wolney Queiroz defendeu que o desconto de mensalidades em folha pode ser importante. Há correntes no governo e no Congresso que sugerem a extinção do modelo.
"A gente acha que critérios devem ser aprimorados, mas em alguns momentos o desconto em folha é saudável para o aposentado", disse, citando os empréstimos consignados como exemplo.
"Importante é que tenha biometria, consentimento, que não tenha fraudes, que modelo de gestão seja aprimorado. Esse é o novo objetivo. Se o Congresso decidir encerrar o desconto em folha para todas as modalidades, nós vamos acatar e procurar uma outra forma", emendou.
Fila do INSS ultrapassa dez milhões de pedidos
6 em cada 10 estudantes escolhem a graduação para melhorar as oportunidades de emprego, diz estudo
Para 59% dos estudantes, o mercado de trabalho foi um dos principais fatores que influenciaram a escolha pela graduação. Economia, Engenharia de Produção e Ciência da Computação são os cursos que possuem as maiores remunerações do Brasil. 6 em cada 10 estudantes escolhem a graduação para ampliar chances no mercado de trabalho
Fecomércio-AP/Divulgação
A busca por melhores oportunidades de emprego está entre os principais motivos para que os jovens brasileiros ingressem no ensino superior. É o que mostra uma pesquisa do Instituto Locomotiva em parceria com o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE).
Segundo o levantamento, que ouviu 3.557 universitários de todas as regiões do país, 6 em cada 10 estudantes – ou cerca de 59% – apontam o mercado de trabalho como um dos fatores que pesaram na escolha pela graduação.
O estudo revela ainda que 98% dos estudantes acreditam que fazer uma graduação trará benefícios para suas vidas – o que representa cerca de 8,7 milhões de estudantes, segundo estimativas com base no Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Outros motivos apontados foram obter mais conhecimento e desenvolvimento pessoal (48%), melhorar a situação financeira (38%), e atender as exigências da profissão que deseja seguir (35%).
Principais motivos para escolher a graduação
Arte g1
Entre os principais destaques da pesquisa, 71% dos estudantes acreditam que realizar um estágio durante a graduação amplia as chances de conquistar melhores vagas no mercado de trabalho.
Além disso, outros 32% dos estudantes apontam a possibilidade de estagiar ou obter a primeira experiência na área como um diferencial importante da graduação em comparação aos cursos de curta duração. (veja abaixo o comparativo)
Cerca 75% dos estudantes disseram que o apoio da instituição aos programas de estágio foi um fator importante na escolha do curso, o que representa aproximadamente 6,7 milhões de universitários no Brasil.
"Quando três em cada quatro estudantes consideram o apoio ao estágio na hora de escolher a graduação, fica claro o papel estratégico das instituições de ensino na empregabilidade dos jovens. O futuro profissional começa dentro da sala de aula", afirma Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.
Diferenciais da graduação frente a cursos de curta duração
Arte g1
Percepção geral sobre o impacto da graduação
Arte g1
🤑 Economia é o curso mais bem pago
Um outro levantamento do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), aponta que Economia, Engenharia de Produção e Ciência da Computação são alguns dos cursos que possuem as maiores remunerações do Brasil.
A média da Bolsa-Auxílio do curso de Economia chega ao patamar de R$ 2.237 em todo território nacional, seguido pelo curso de Engenharia de Produção com cerca de R$ 1.813,67.
Ainda de acordo com o levantamento, o curso de Administração é o que tem o maior número de estagiários no Brasil, seguido por Direito, Psicologia, Pedagogia, Ciências Contábeis, Economia e Engenharia.
A remuneração média de um estagiário na área de Administração gira em torno de R$ 1.715,36 e de Direito cerca de R$ 1.415,33. (veja comparativo na tabela abaixo)
Em Brasília e nas regiões Centro-Oeste e Norte, as áreas de Administração e Ciências Contábeis lideram o ranking com as maiores remunerações mensais, dentre os cursos com mais estagiários, com médias de R$ 1.432,29 e R$ 1.290,30, respectivamente.
No Nordeste, os cursos de Ciências Contábeis e Engenharia de Produção estão entre as maiores remunerações, sendo R$ 1.311,53 e R$ 1.268,88 mensais, respectivamente.
Já em São Paulo, o curso de Administração é o que tem a maior remuneração aos estagiários, R$ 2.032,10, seguido de Direito, com R$1.630,55.
Entre oportunidades de estágio abertas no CIEE, mais de 68% são destinadas aos estudantes universitários de vários cursos de graduação. Diferentemente de outras oportunidades, a remuneração do programa de estágio não é determinada pelo salário mínimo.
A Bolsa-Auxílio é regida pelas práticas estabelecidas nas empresas e está atrelada à média regional e semestre da graduação.
Confira abaixo o ranking de média de bolsa-auxílio dos cursos com as maiores remunerações do Brasil, em ordem decrescente:
Cursos com os estagiários mais bem pagos do Brasil
Arte g1
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Por que muitos jovens não querem trabalhar como ‘CLT’?
Imposto de Renda 2025: prazo acaba amanhã; entrega da declaração incompleta evita multa
Quem não entregar a documentação dentro no prazo está sujeito ao pagamento de multa mínima de R$ 165,74, podendo chegar a 20% do imposto devido. Imposto de Renda 2025: prazo acaba nesta sexta, saiba como declarar a tempo e evitar multa
O prazo para entregar a declaração do Imposto de Renda 2025 termina amanhã (30).
Caso você tenha dúvidas se os seus dados estão corretos ou ainda não tenha reunido todos os documentos, a recomendação de especialistas é a de cumprir o prazo estipulado pela Receita Federal. Ou seja, é melhor entregar incompleta e fazer as correções necessárias posteriormente.
Isso porque quem não entregar a declaração dentro do prazo está sujeito a multa — e, dependendo do caso, pode até ficar com o nome sujo e ter o CPF apontado como irregular pelo Fisco. (saiba mais abaixo)
Especialista tira dúvidas sobre Imposto de renda 2025; veja íntegra
Mudanças posteriores
Quem apresentar a declaração incompleta pode, depois, fazer as alterações necessárias sem ser penalizado. Basta reenviar com os dados corretos por meio da chamada declaração retificadora.
Nesse caso, o contribuinte precisa apenas selecionar essa opção na ficha de Identificação do Contribuinte, informando o número do recibo encontrado na declaração enviada inicialmente.
Modelo não pode ser alterado
🚨 Mas é preciso cuidado para um detalhe: depois do final do prazo de entrega, o contribuinte não pode mais alterar o modelo de declaração – simples ou completa.
A declaração no modelo completo é mais indicada para quem tem muitas deduções a incluir, como dependentes e gastos com saúde. Já a simples é mais vantajosa para os contribuintes que não têm essas deduções.
O contribuinte pode corrigir a declaração enviada quantas vezes julgar necessário sem ter de pagar multa.
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O que acontece se eu não declarar?
Segundo informações do Fisco, no caso de envio da declaração após o prazo previsto ou da não apresentação do documento, o contribuinte que é obrigado a declarar fica sujeito ao pagamento de multa por atraso, calculada da seguinte forma:
Multa de 1% ao mês ou fração de atraso, calculado sobre o valor do imposto devido na declaração, ainda que integralmente pago, até um teto de 20%;
Multa mínima de R$ 165,74 (apenas para quem estava "obrigado a declarar", mesmo sem imposto a pagar)
Além disso, o CPF pode ficar irregular, o que pode impedir a liberação de empréstimos, tirar passaportes, obter certidão negativa para venda ou aluguel de imóvel e até prestar concurso público até a regularização da situação.
O atraso começa a ser contado pela Receita Federal a partir do primeiro dia após o fim do prazo de entrega.
Aqueles que não são obrigados a entregar a declaração de ajuste anual não estão sujeitos à cobrança dessa multa. São eles:
Aposentados e assalariados que receberam abaixo de R$ 33.888,00 em 2024;
Pessoas que têm doenças consideradas graves (nesses casos, é necessário apresentar laudo médico para solicitar a isenção);
Pessoas com rendimentos de aposentadoria, pensão ou reforma.
De acordo com o Fisco, aqueles que não fizerem a declaração e não pagarem a multa dentro do prazo de vencimento também poderão ter a dedução desse valor nas restituições futuras, com os respectivos acréscimos legais.
Quem é obrigado a declarar o Imposto de Renda em 2025
quem recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 33.888,00 em 2024. O valor é um pouco maior do que o da declaração do IR do ano passado (R$ 30.639,90) por conta da ampliação da faixa de isenção;
contribuintes que receberam rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma tenha sido superior a R$ 200 mil no ano passado;
quem obteve, em qualquer mês de 2024, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas cuja soma foi superior a R$ 40 mil, ou com apuração de ganhos líquidos sujeitas à incidência do imposto;
quem teve isenção de imposto sobre o ganho de capital na venda de imóveis residenciais, seguido de aquisição de outro imóvel residencial no prazo de 180 dias;
quem teve, em 2024, receita bruta em valor superior a R$ 169.440,00 em atividade rural;
quem tinha, até 31 de dezembro de 2024, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 800 mil;
quem passou para a condição de residente no Brasil em qualquer mês e se encontrava nessa condição até 31 de dezembro de 2024;
quem optou por declarar os bens, direitos e obrigações detidos pela entidade controlada, direta ou indireta, no exterior como se fossem detidos diretamente pela pessoa física;
possui trust no exterior;
quem atualizou bens imóveis pagando ganho de capital diferenciado em dezembro/2024 (Lei nº 14.973/2024);
quem auferiu rendimentos no exterior de aplicações financeiras e de lucros e dividendos;
deseja atualizar bens no exterior.
Imposto de Renda
Joédson Alves/Agência Brasil
É #FATO: Vídeo mostra ovos com gemas brancas em restaurante no Japão
Cenas viralizaram ao mostrar preparo de um prato e geraram dúvidas sobre a veracidade. Ao Fato ou Fake, especlialista explicou que a coloração está diretamente relacionada à alimentação da ave; veja o passo a passo da checagem. É #FATO vídeo que mostra gemas brancas usadas em prato no Japão
Reprodução
Circula nas redes sociais o vídeo de um homem mostrando ovos com gemas brancas ao preparar um prato. É #FATO.
selo fato
g1
🥚 O que há no vídeo?
O vídeo foi compartilhado no X neste domingo (25) e passou de 40 mil visualizações. O texto do post questiona: "gema branca???". A gravação original mostra, em close, duas mãos quebrando três ovos com gemas brancas e colocando-as em uma tigela. Em seguida, elas são batidas com uso de hashi (palitos de madeira) e levadas ao fogo, em uma frigideira, para preparar um prato.
No post que viralizou, enquanto essas imagens são exibidas, um homem narra (em português): "Alguma vez vocês já viram isso? É um ovo branco, a gema é branca, e ele está fazendo um omelete [...]. E, pelo que eu pesquisei, essa galinha é alimentada com arroz. E isso faz com que a gema dela seja branca [...]. Curioso. Não parece tão apetitoso assim" .
🔎 Como foi feita a checagem?
O Fato ou Fake usou a plataforma InVID para fragmentar o vídeo em vários frames (imagens estáticas). Depois, foi feita uma busca por essas "fotos" em ferramentas como o Google Lens, que ajudam a encontrar as possíveis origens desses conteúdos na internet.
Uma das pesquisas levou a uma publicação feita no TikTok em 1º de março de 2025, exatamente com o mesmo vídeo. A legenda afirma: "O segredo dos ovos brancos parece ser os ovos das galinhas que cresceram comendo arroz! Certifique-se de apreciá-lo uma vez! Izakaya Odashi em Shinsaibash". Até a última atualização desta reportagem, o post havia passado de 890 mil curtidas.
O último frame desse vídeo mostra a fachada do restaurante Izakaya Odashi, no Japão. O perfil do estabelecimento no Instagram publicou, em 19 de março, um vídeo que repete a mesma receita (veja ao final desta reportagem).
O texto (em japonês) diz: "Desta vez, apresentaremos Masshiro Dashi Maki . Um item de menu muito popular no Izakaya Odashi. 🌟Como o nome sugere, o dashimaki branco puro tem um sabor requintado e refinado e uma textura fofa. 😋O segredo de sua cor branca pura são os ovos produzidos na província de Tokushima. 🥚As galinhas são alimentadas com arroz, e é por isso que os ovos também são brancos ⚪️".
O Fato ou Fake consultou Tabatha Lacerda, diretora administrativa do Instituto Ovos Brasil (IOB) e coordenadora técnica da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ela explicou que a cor da gema do ovo está diretamente relacionada à alimentação. Isso significa que a tonalidade depende exclusivamente do que a ave consome – e não tem nada a ver com o país em que ela é criada.
Por exemplo, gemas mais escuras indicam que, na dieta da galinha, há maior presença de carotenoides (pigmentos naturais). Essas substâncias dão aos alimentos a coloração amarelo, laranja e vermelho. Dessa forma, gemas mais claras refletem uma alimentação com menor teor desses compostos.
As gemas mais vermelhas revelam grande inserção de pigmentantes naturais, como a páprica, por exemplo. Isso ocorre, muitas vezes, para atender a uma preferência do consumidor, que costuma associar a cor mais intensa à qualidade do produto. Em pesquisas de mercado, a preferência costuma recair sobre gemas mais escuras, o que influencia diretamente a estratégia de comercialização.
Questionada se o Japão produz e consome ovos desse tipo, Lacerda diz que não é uma prática comum e não há registros de que seja uma preferência local.
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Ovos de gema branca em preparação em restaurante japonês
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É #FATO vídeo que mostra gemas brancas usadas em prato no Japão
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A
VEJA outras checagens feitas pela equipe do FATO ou FAKE
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Azul tem primeira audiência para apresentar plano de recuperação judicial nos Estados Unidos
Audiência nesta quinta (29) marca início do processo em que plano de reestruturação é proposto pela empresa devedora e precisa ser aprovado pelos credores. Toda negociação é feita sob mediação da justiça, e empresa pode seguir operando normalmente. Companhia aérea azul voos Araxá e Patos de Minas
Azul/Divulgação
A Azul Linhas Aéreas tem nesta quinta-feira (29) a primeira audiência na Justiça dos Estados Unidos após entrar com pedido de proteção sob o Capítulo 11 da Lei de Falências — mecanismo semelhante à recuperação judicial no Brasil.
Segundo informações do Tribunal dos EUA, o mecanismo permite que a empresa devedora mantenha todos os seus ativos, podendo continuar com a operação, negociar um possível adiamento de suas dívidas e, com aprovação judicial, até mesmo conseguir um novo empréstimo.
Nesta primeira audiência, prevista para começar às 11h em Nova Iorque, 12h no horário de Brasíla (DF), será apresentado o plano de reestruturação ao juiz que conduzirá o processo, e fará a mediação com os credores, que devem aprovar o plano.
Entre as ações propostas está a redução de frota futura em 35%, medida que, segundo a companhia, visa otimizar as operações com menor custo, com modelos novos, mais econômicos, que seriam incorporados enquanto contratos de leasing (aluguel de aeronaves) seriam encerrados.
Por que as principais companhias aéreas do Brasil tiveram que pedir recuperação judicial?
Capítulo 11: entenda o que é o mecanismo e a diferença para a recuperação judicial brasileira
A Azul prevê detalhar o que foi apresentado à Justiça e os próximos passos do processo em entrevista coletiva na tarde desta quinta.
Segundo a companhia aérea, o processo de recuperação nos Estados Unidos "permite às empresas operar e atender seus públicos de interesse normalmente, enquanto trabalham nos bastidores para ajustar sua estrutura financeira".
Reduzir dívida e gerar caixa
A Azul informou que o objetivo da medida é reduzir significativamente o endividamento da companhia e gerar caixa.
Segundo a empresa, o processo inclui US$ 1,6 bilhão em financiamento e deve eliminar mais de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11,28 bilhões) em dívidas, além de prever US$ 950 milhões em novos aportes de capital na saída do processo.
Receba as notícias da região de Campinas no WhatsApp
A Azul informou que, neste período, vai seguir operando normalmente, "mantendo nossos compromissos com nossos públicos de interesse, incluindo continuar voando e fazendo reservas como de costume".
A empresa também destacou que a medida conta com o apoio de seus principais stakeholders, incluindo detentores de títulos, sua maior arrendadora, a AerCap, e os parceiros estratégicos United Airlines e American Airlines.
Pandemia, cadeia de suprimentos...
Em comunicado aos investidores, John Rodgerson, CEO da Azul, atribuiu as dificuldades financeiras da companhia à pandemia de Covid-19, às turbulências macroeconômicas e aos problemas na cadeia de suprimentos da aviação.
O que está por trás da suspensão de rotas e cancelamentos de voos pela Azul: CEO cita corte de custos, falta mundial de peças e dólar alto
Em nota, o Ministério dos Portos e Aeroportos disse que "acompanha com atenção o processo de recuperação judicial da companhia aérea Azul".
O governo acredita que a reestruturação será bem-sucedida, como ocorreu com outras empresas do setor, como Latam e Gol. O ministério reforçou que segue monitorando o setor aéreo e oferecendo apoio institucional às companhias.
Recuperação judicial da Azul: relembre os problemas da companhia aérea
Problemas recentes
O processo de recuperação judicial é mais um episódio de problemas recentes aos quais a companhia conviveu no último ano. Entre eles, estão a suspensão de rotas no Brasil e cancelamentos de voos.
Além disso, a aérea fez uma negociação com credores para eliminar R$ 11 bilhões em dívidas.
Em entrevista ao g1 em janeiro, o CEO da empresa, John Rodgerson, disse que o acordo deixaria a companhia mais "forte do que nunca" e apontou corte de custos, falta de peças e dólar alto como razões para as suspensões e cancelamentos.
Relembre abaixo cada um dos episódios recentes que envolvem a crise financeira da Azul e saiba mais sobre o pedido de recuperação na Justiça norte-americana.
Avião da Azul decola do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
Ricardo Moraes/ Reuters
Suspensão de rotas no Brasil
Entre janeiro e fevereiro, a empresa, que tem como principal hub nacional o Aeroporto de Viracopos, em Campinas, suspendeu a operação em pelo menos 14 cidades brasileiras por conta de custos operacionais. Veja os municípios:
Barreirinhas (MA)
Campos (RJ)
Correia Pinto (SC)
Crateús (CE)
Jaguaruna (SC)
Iguatu (CE)
Mossoró (RN)
Parnaíba (PI)
Ponta Grossa (PR)
Rio Verde (GO)
São Benedito (CE)
São Raimundo Nonato (PI)
Sobral (CE)
Três Lagoas (MS)
Um dia antes de entrar com o pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, na terça-feira (27), a Azul anunciou mais uma suspensão de rota. A partir do dia 3 de agosto, a companhia não vai mais operar o trajeto Campinas-Uberaba.
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Azul entra com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos
"Os clientes terão como opção a rota para Confins, com oferta de uma frequência diária. O aeroporto de Confins / Belo Horizonte é o segundo hub da Azul no país", disse a empresa em nota enviada ao g1.
Cancelamentos de voos
Ao longo de 2024, e especialmente no final do ano, a Azul conviveu com cancelamentos de voos. A companhia afirmou que, em sua maioria, são causados por fatores externos, como mau tempo ou problemas em aeroportos, e também pela necessidade de manutenção nas aeronaves, programadas ou não.
Em dezembro, a empresa cancelou voos no Aeroporto Internacional de Viracopos duas vezes em quatro dias, o que causou revolta de passageiros e bate-boca no terminal.
Rotas suspensas: CEO da Azul cita corte de custos, dólar alto e falta mundial de peças
'Não vou voar onde estou perdendo dinheiro'
Na entrevista ao g1 em janeiro, John Rodgerson apontou corte de custos, opção por rotas mais lucrativas, falta mundial de peças e motores, alta do dólar como fatores para as suspensões de voos no início do ano. Relembre a entrevista no vídeo acima.
"Não vou continuar voando onde estou perdendo dinheiro. Então, como qualquer empresário, você aloca seus recursos da melhor forma possível", disse à época.
O CEO pontuou que embora tenha anunciado a suspensão de rotas, a Azul permanece expandindo o mercado. "Antes da pandemia, a Azul operava em 110 cidades do Brasil. Hoje estamos em 160, e vamos para 150 com esses fechamentos, mas estamos servindo muito mais cidades que servíamos antes", afirmou.
Também neste ano, a Azul anunciou novas rotas internacionais, com voos diretos de Campinas para Montevidéu, Madri e Porto.
Acordo para eliminar dívida
Rodgerson afirmou também que o acordo com os credores, além de um aporte de R$ 3,1 bilhões, iria garantir a companhia "mais forte que nunca".
Segundo a Azul, a reestruturação teve início em 2024 a medida que a companhia enfrentava muitos desafios, como a desvalorização do real frente ao dólar, altos custos com combustível de aviação, problemas judiciais no setor, crise global de fornecimento e enchentes no Rio Grande do Sul.
“Este é mais um momento muito importante na história da Azul, pois encerra um processo de negociação que torna a nossa empresa mais sólida e robusta. Além da extinção de R$ 11 bilhões das obrigações financeiras, recebemos hoje um aporte de novo capital de mais de R$ 3,1 bilhões, que irão reforçar o balanço da companhia e garantir que estejamos mais fortes que nunca", disse o executivo após o acordo.
Recuperação Judicial
O processo nos Estados Unidos "permite às empresas operar e atender seus públicos de interesse normalmente, enquanto trabalham nos bastidores para ajustar sua estrutura financeira".
O objetivo é reduzir significativamente o endividamento da companhia e gerar caixa. De acordo com a empresa, o processo contempla US$ 1,6 bilhão em financiamento e deve eliminar mais de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11,28 bilhões) em dívidas, além de prever US$ 950 milhões em novos aportes de capital no momento da saída do processo.
A Azul informou que, neste período, vai seguir operando normalmente, "mantendo nossos compromissos com nossos públicos de interesse, incluindo continuar voando e fazendo reservas como de costume".
VÍDEOS: saiba tudo sobre Campinas e Região
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Mega-Sena pode pagar R$ 11 milhões nesta quinta-feira
Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O concurso 2.869 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 11 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h desta quinta-feira (29), em São Paulo.
No concurso da última terça (27), ninguém levou o prêmio máximo.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega-Sena tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Nvidia tem lucro líquido de US$ 18,8 bilhões no primeiro trimestre fiscal, alta de 26%
Em seu balanço financeiro, fabricante de semicondutores projetou receita inferior ao esperado para o segundo trimestre, devido às restrições dos EUA sobre exportações de chips para a China. Ainda assim, as ações da empresa subiam quase 5% no after market desta quarta. Logo da Nvidia
REUTERS/Dado Ruvic
A fabricante norte-americana de semicondutores Nvidia registrou um lucro líquido de US$ 18,8 bilhões (R$ 107 bilhões) no primeiro trimestre de seu exercício fiscal, uma alta de 26% na comparação anual, informou a empresa nesta quarta-feira (28).
O lucro por ação ajustado foi de US$ 0,96 (R$ 5,5), acima dos US$ 0,89 previstos pelo consenso da FactSet, empresa americana de dados financeiros.
A Nvidia também apresentou receita de US$ 44,1 bilhões (R$ 251 bilhões) no trimestre encerrado em abril, um aumento de 69% em um ano. Já a receita de centros de dados, principal atividade da companhia, ficou levemente abaixo das projeções dos analistas.
Os resultados vieram apesar do impacto das restrições americanas – posteriormente suspensas pelo governo de Donald Trump – à exportação de chips para a China. A medida causou à Nvidia um encargo excepcional de US$ 4,5 bilhões (R$ 26 bilhões), abaixo dos US$ 5,5 bilhões esperados.
A empresa também superou as expectativas para vendas em seu primeiro trimestre fiscal. Por outro lado, projetou receita inferior ao esperado para o segundo trimestre, ao prever um impacto de US$ 8 bilhões nas vendas devido às restrições dos EUA sobre exportações de chips para a China.
Ainda assim, as ações da empresa subiam quase 5% no after market desta quarta – período de negociação de ações após o encerramento do pregão. Os papéis da companhia seguem relativamente estáveis neste ano em comparação com 2024, quando o valor das ações quase triplicou.
A Nvidia agora enfrenta restrições comerciais sobre o que pode vender, e o mercado de data center de IA também está amadurecendo.
Presidente da China critica mais uma vez tarifaço de Trump em encontro com Lula em Pequim
* Com informações das agências Reuters e France-Presse
Haddad diz que explicou alta do IOF para Motta e Alcolumbre, e medidas estão mantidas por enquanto
Ministro da Fazenda se reuniu na noite desta quarta-feira com os presidente da Câmara e do Senado. Líderes do Congresso estão insatisfeitos com a medida do governo de alta de impostos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na noite desta quarta-feira (28) que explicou para os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), as consequências de eventual derrubada do decreto do governo que aumenta as alíquotas do Imposto sobre Operação Financeira (IOF).
Haddad disse que, por enquanto, as medidas estão mantidas.
A reunião ocorreu na residência oficial da Câmara, em meio a uma insatisfação do Congresso com o aumento do IOF e um crescente clima de derrubada da medida do governo pelos parlamentares.
Haddad disse na saída da reunião que explicou os impactos de uma derrubada do decreto. Segundo ele, sem a arrecadação prevista com a alta do IOF (cerca de R$ 20 bilhões), será preciso cortar mais os gastos do Orçamento.
"Expliquei as consequências disso, em caso de não aceitação da medida. O que que acarretaria em termos de contingenciamento adicional. Nós ficaremos num patamar bastante delicado do ponto de vista do funcionamento da máquina pública, do Estado brasileiro", completou.
Camarotti: Governo percebe que aumento do IOF dá desgaste adicional para o presidente Lula
Haddad deixou claro que, no momento, o governo não pensa em revogação.
"Em nenhum momento se discutiu revogação da medida. O que está sendo discutido é como tratar o tema com responsabilidade, olhando para o equilíbrio fiscal e institucional do país", completou o ministro.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Reprodução/ GloboNews
No entanto, Haddad admitiu que Alcolumbre e Motta mencionar risco de derrubada pelo Congresso.
"Os dois presidentes manifestaram uma preocupação muito grande com uma possível rejeição da medida pelo Congresso. Também demonstraram preocupação com a manutenção da medida e pediram que apresentássemos, às Casas, propostas mais estruturantes de médio e longo prazo", relatou.
Uma reunião de líderes da Câmara, marcada para a manhã desta quinta-feira (29), deverá discutir o que os deputados pensam em fazer a respeito do decreto do IOF.
Governo já foi avisado por cúpula do Congresso que terá de fazer novo recuo sobre IOF
O recado foi dado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ao Planalto e a aliados do governo no Congresso. O governo já foi avisado pela cúpula do Congresso que terá de recuar mais uma vez em relação ao decreto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O recado foi dado antes mesmo da reunião desta quarta-feira (28), que será entre os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB); do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP); e os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais).
O aviso foi dado pelo presidente da Câmara ao Planalto e a aliados do governo no Congresso. O blog conversou com pessoas que presenciaram telefonemas de Motta a interlocutores do governo informando que não iria conseguir segurar a votação de um projeto com objetivo de cancelar o aumento do IOF.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
A mensagem passada foi de que o projeto de decreto legislativo, se pautado, seria aprovado por ampla maioria, e que a situação estava insustentável.
Antes do encontro, Alcolumbre também sinalizou ao governo sua contrariedade. Ele disse que medidas desse tipo representam uma tentativa de “usurpar as atribuições legislativas” do Parlamento.
“Que este exemplo do IOF, dado pelo governo federal, seja o último daquelas decisões tomadas pelo governo tentando, de certo modo, usurpar as atribuições legislativas do poder Legislativo”, afirmou o presidente do Senado.
O número dois do Ministério da Fazenda, o secretário-executivo Dario Durigan, chegou a declarar, após reunião com representantes do setor financeiro, que a área econômica está aberta a novas revisões.
Um ponto do texto que deve cair é a incidência do IOF sobre o chamado risco sacado – uma modalidade de crédito em que bancos antecipam valores para varejistas que venderam a prazo. O decreto da semana passada do governo determinou que o IOF passaria a incidir sobre a antecipação. Este ponto atinge especialmente pequenas empresas que dependem dos valores antecipados para ter capital de giro.
Na quinta-feira (22), a equipe econômica anunciou mudanças nas regras do IOF, com o objetivo de aumentar a arrecadação para equilibrar as contas públicas e atingir a meta do arcabouço fiscal. Diante das reações negativas, no mesmo dia do anúncio, houve um recuo parcial: foi retirada do texto a alíquota de aplicação de investimentos de fundos nacionais no exterior, mas mantida a alta nas operações em moeda estrangeira, como a compra de dólares para viagens.
Justiça dos Estados Unidos bloqueia tarifaço de Trump
Decisão foi proferida por um colegiado de três juízes do Tribunal de Comércio Internacional, sediado em Nova York. Para os magistrados, presidente excedeu sua autoridade. A Casa Branca recorreu da decisão. Presidente dos EUA, Donald Trump, durante visita a Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
Brian Snyder/ Reuters
Um tribunal de comércio dos Estados Unidos bloqueou nesta quarta-feira (28) as tarifas recíprocas anunciadas pelo presidente Donald Trump. A medida tem efeito sobre o chamado "Dia da Libertação", anunciado no início de abril. A Casa Branca informou que recorreu da decisão.
O bloqueio foi determinado por um colegiado de três juízes do Tribunal de Comércio Internacional, com sede em Nova York. Diversas ações judiciais argumentam que Trump sujeitou a política comercial dos EUA "aos seus caprichos" e, assim, "desencadeou um caos econômico".
Na decisão, os magistrados afirmam que o presidente excedeu sua autoridade ao impor, com base em uma lei de poderes emergenciais, taxas generalizadas sobre produtos importados de diversos países.
“As Ordens Tarifárias Mundiais e Retaliatórias excedem qualquer autoridade concedida ao Presidente pela IEEPA para regular importações por meio de tarifas”, escreveu o tribunal, referindo-se à Lei Internacional de Poderes Econômicos de Emergência de 1977 (IEEPA, na sigla em inglês).
O caso abre caminho para uma disputa judicial que pode chegar à Suprema Corte do país.
O presidente norte-americano revelou seu tarifaço no dia 2 de abril. A medida, de alcance global, estabeleceu taxas de 10% a 50% sobre a importação de itens de mais de 180 países.
A Ásia foi o continente que recebeu as maiores tarifas. A alíquota anunciada por Trump para a China, por exemplo, foi de 34% — somando-se a taxas já em vigor contra o país. A decisão desencadeou uma forte escalada da comercial entre as duas maiores economias do mundo.
O "Dia da Libertação" também atingiu o Brasil. O republicano anunciou a cobrança de 10% sobre a importação de produtos brasileiros, enquadrando o país na faixa mínima de seu tarifaço.
Ainda no início de abril, Trump anunciou uma "pausa" de 90 dias nas tarifas recíprocas. Na prática, ele manteve em 10% as taxas de importação contra todos os países — exceto a China, que permaneceu com alíquota elevada. A previsão é que o tarifaço seja retomado integralmente em 8 de julho.
Trump mostra tabela do "Dia da libertação" com tarifas a países
Contestações na Justiça
Pelo menos sete ações judiciais contestam o tarifaço de Trump — medida considerada o principal pilar de sua política comercial.
Uma delas foi movida por um grupo de pequenas empresas, incluindo a importadora de vinhos V.O.S. Selections. O proprietário da empresa alega, por exemplo, que as tarifas podem levar seus negócios à falência. Além disso, 12 estados americanos moveram ações, liderados por Oregon.
“A decisão [desta quarta] reafirma que nossas leis importam e que decisões comerciais não podem ser tomadas ao sabor dos caprichos do presidente”, disse o procurador-geral do estado, Dan Rayfield.
Apesar de as tarifas precisarem de aprovação pelo Congresso, Trump alega ter poder para agir sozinho.
O presidente argumenta que o déficit da balança comercial dos EUA — ou seja, gastos maiores com importações do que ganhos com exportações — representa uma emergência nacional. A justificativa é questionada nos tribunais.
Os autores das ações afirmam que a lei de poderes emergenciais não autoriza o uso de tarifas e, mesmo que autorizasse, o déficit comercial não atende aos requisitos legais.
Segundo as peças, uma emergência só pode ser declarada diante de uma “ameaça incomum e extraordinária”.
Por outro lado, o governo argumenta que a Justiça aprovou o uso emergencial de tarifas pelo ex-presidente Richard Nixon, em 1971. Diz também que apenas o Congresso — e não o Judiciário — pode determinar se a justificativa do presidente para declarar uma emergência está de acordo com a lei.
Medidas anteriores e impacto nos mercados
A imposição de tarifas a mais de 180 países faz parte da estratégia de Trump para barganhar acordos políticos e reverter os grandes e persistentes déficits comerciais dos EUA. Há 49 anos consecutivos o país acumula um déficit comercial com o resto do mundo.
No início deste mandato, Trump já havia imposto tarifas sobre importações do Canadá, China e México. A estratégia foi usada, entre outros motivos, para conter o fluxo ilegal de imigrantes e de opioides sintéticos na fronteira americana.
Nos últimos meses, Trump também aplicou tarifas sobre setores específicos, como o de automóveis, aço e alumínio. Sobrou inclusive para a indústria cinematográfica: neste mês, o republicano anunciou uma tarifa de 100% sobre filmes produzidos fora dos EUA e enviados ao país.
Os primeiros sinais da guerra tarifária do presidente norte-americano foram o suficiente para impactar os mercados financeiros. Foi o “Dia da Libertação”, no entanto, o responsável pelo maior abalo aos mercados globais.
Após o tarifaço, bolsas de valores derreteram ao redor do mundo. Muitos economistas passaram a temer um cenário de recessão na economia americana, especialmente diante da escalada de tarifas entre EUA e China — que chegaram a 145% e 125%, respectivamente.
Em 12 de maio, porém, os temores diminuíram, após os dois países chegarem a um acordo com redução das taxas recíprocas por 90 dias.
* Com informações da Reuters e da Associated Press.
Fazenda diz que vai retirar R$ 1,4 bilhão de fundos para compensar recuo em decreto do IOF
Essa verba não estava comprometida, ou seja, pode ser retirada sem causar prejuízo ao funcionamento das operações dos fundos. O Ministério da Fazenda informou nesta quarta-feira (28) que vai usar recursos de fundos do governo para compensar a decisão que revogou o aumento na alíquota do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). 🔎 O IOF é um tributo federal cobrado pelo governo sobre uma série de operações que envolvem dinheiro, como empréstimos, operações de câmbio, seguros e investimentos (compra e venda de títulos). A ideia é resgatar R$ 1,4 bilhão de dois fundos — Fundo Garantidor de Operações (FGO) e do Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (FGEDUC) (entenda mais abaixo). Essa verba, segundo o governo, não estava comprometida, ou seja, pode ser sacada sem prejuízo ao funcionamento das operações dos fundos. Diante de pressão para revogar alta do IOF, Fazenda admite que vai se 'debruçar sobre alternativas' 💲Segundo o Banco do Brasil, o FGO é um fundo que tem "por finalidade complementar as garantias necessárias à contratação de operações de crédito, concedidas pelas instituições financeiras cotistas, para médias empresas e microempreendedores individuais". 💲Já o FGEDUC "busca garantir parte do risco em operações de crédito educativo concedido pelos agentes financeiros mandatários do FNDE, no âmbito do (FIES)". Entenda a alta de impostos Na semana passada, o governo federal decidiu revogar o aumento da alíquota do IOF que havia sido anunciado para aplicações de investimentos de fundos nacionais no exterior. Com isso, a alíquota zero está mantida nestes casos. Mas, a Fazenda prometeu se debruçar sobre alternativas que possam substituir esse aumento. Isso porque, o governo tenta acomodar as contas públicas par atingir a meta fiscal (de déficit zero, podendo chegar a um rombo de até R$ 31 bilhões). A avaliação do setor financeiro é de que o equilíbrio das contas públicas, buscado pelo governo por meio do aumento de tributos, "não deve vir de aumento de impostos, sobretudo regulatórios [como o IOF]". No pacote original, o governo havia estabelecido uma alíquota de 3,5% de IOF para diversas operações no exterior, incluindo: Compras com cartões internacionais; Remessas ao exterior; Empréstimos externos de curto prazo; Aplicações financeiras feitas por fundos brasileiros no exterior. Com a revogação, os investimentos de fundos nacionais no exterior continuam com IOF zero, como vinha ocorrendo antes da nova regra.
Senado aprova reajuste para servidores e reestruturação de carreiras; impacto é de R$ 18 bi em 2025
Texto cumpre acordos fechados pelo Executivo com diversas categorias em 2024. Proposta também cria novas carreiras na administração pública. O Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (28), um projeto de lei que reestrutura carreiras e reajusta os vencimentos de servidores do Poder Executivo.
O texto foi aprovado na Câmara dos Deputados na semana passada e tramitou em regime de urgência constitucional. Agora, a proposta segue para sanção presidencial.
Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
TV Globo/Reprodução
A proposta substitui o conteúdo de uma medida provisória que o governo mandou para o Congresso em 31 de dezembro de 2024, mas que ficou travada por conta de um impasse entre Câmara e Senado a respeito do rito de tramitação das matérias. A MP perderia a validade em 2 de junho.
O texto original do governo também fazia alterações nas regras do Sistema de Desenvolvimento na Carreiras (Sidec), mas essa parte da reestruturação das carreiras ficou para depois, após ser suprimida na Câmara dos Deputados.
Entre outros pontos, o texto:
prevê a criação as carreiras de Desenvolvimento Socioeconômico, de Desenvolvimento das Políticas de Justiça e Defesa e de Fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários;
reajusta os salários de servidores e de empregados públicos da administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo Federal;
reajusta a remuneração de cargos em comissão, de funções de confiança e de gratificações do Poder Executivo Federal;
transforma cargos efetivos vagos em outros cargos efetivos, em cargos em comissão e em funções de confiança.
Segundo o governo, a criação de novas carreiras e as transformações de cargos não geram impacto no Orçamento, porque dependem de regulamentação específica por carreira ou órgão por meio de decreto.
Já os impactos referentes aos reajustes e reestruturações de carreira contemplam 38 acordos fechados pelo governo com diversas categorias em 2024.
Conforme o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), o impacto é de:
R$ 17,99 bilhões para 2025;
R$ 26,76 bilhões para 2026;
R$ 29,17 bilhões para 2027.
“O conjunto de medidas proposto visa ao aprimoramento da gestão das carreiras e cargos dos órgãos e entidades do Poder Executivo federal, inclusive das estruturas remuneratórias, para torná-los mais atrativos e capazes de reter profissionais de alto nível de qualificação, bem como ao aprimoramento da gestão de órgãos e entidades”, justificou o governo.
💲Pelo texto, as remunerações e salários dos servidores e empregados públicos federais terão reajuste salarial em duas etapas, a última em 1º de abril de 2026.
"Os percentuais estabelecidos não são lineares e não estão relacionados a índices oficiais de correção monetária, tendo sido baseados, de acordo com o Poder Executivo, em um processo negocial que teve como parâmetros as diretrizes de governo, a política remuneratória e os limites disponíveis para reestruturação e reajuste definidos no orçamento de 2025", justificou o relator, senador Rogério Carvalho (PT-SE).
O reajuste médio para os servidores federais é de 27% entre 2023 e 2026, segundo o MGI. Em 2023, foi feito um reajuste linear de 9% para cargos em comissão, funções de confiança e gratificações. Em 2024, não houve reajuste.
Já o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), justificou que a proposta é necessária para garantir recomposição do poder aquisitivo dos servidores.
"Servidor público federal neste país não tinha reajuste até 2022. De 2016, último governo da presidente Dilma, até 2022 não teve reajuste de servidor e a inflação chegou a 10%", afirmou Randolfe.
Cargos de confiança
A proposta estabelece reajustes diferentes, de acordo com o nível hierárquico, para os cargos em comissão e funções de confiança. Os percentuais variam de 9% a 30%.
Os reajustes foram previstos para serem implementados em duas parcelas, sendo a primeira, em 1º de fevereiro de 2025 e a segunda, em 1º de janeiro de 2026.
Contrariado
Apesar de aprovado pelo plenário, a proposta recebeu críticas dos parlamentares por conta da velocidade em sua tramitação.
Os senadores ponderaram que a proposta deveria ter tido mais tempo para debate, em função de uma não padronização nos reajustes e a não contemplação de várias categorias.
"Quando o governo reajuste algumas categorias e não reajusta outras, há uma desigualdade na formação técnica dessas profissões, o que nós estamos pedindo aqui é isonomia", afirmou o senador Omar Aziz (PSD-MG).
Como alternativa o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, acatou um pedido para criação de um grupo de trabalho para discutir essa equiparidade entre os cargos e profissões.
Redução de frota? Entenda o que prevê Azul no plano de recuperação judicial nos EUA
Companhia aérea acionou o Capítulo 11 da Lei de Falências nos Estados Unidos e documento prevê diminuição da frota futura; ideia é substituir modelos antigos por mais novos e econômicos. Recuperação judicial da Azul: relembre os problemas da companhia aérea
A Azul anunciou nesta quarta-feira (28) que entrou com pedido de proteção sob o Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos — mecanismo semelhante à recuperação judicial no Brasil. Entre as medidas previstas está a redução da frota futura em 35%.
Ao g1, representantes da companhia defenderam que o plano tem o objetivo de otimizar a frota e reduzir custos de manutenção.
O documento com a "visão geral do plano de negócios" apresenta gráfico com a revisão da frota prevista para 2025 e 2027, que foi de 201 e 218 aeronaves, para 170 e 172, respectivamente.
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Segundo a empresa, o ajuste não afeta a chegada de novas aeronaves Embraer E2 - já adquiridas pela companhia nos últimos anos, e com entregas ainda para serem concluídas.
A ideia da Azul é, por meio do processo de recuperação, negociar com empresas e encerrar contratos de leasings [aluguel de aeronaves] de modelos já em uso, promovendo uma substituição da frota e deixando em operação modelos mais econômicos.
Por que as principais companhias aéreas do Brasil tiveram que pedir recuperação judicial?
A projeção é que os custos de combustível e manutenção das aeronaves mais modernas são 25% menores do que os modelos anteriores.
'Operando normalmente'
Segundo a companhia aérea, o processo de recuperação nos Estados Unidos "permite às empresas operar e atender seus públicos de interesse normalmente, enquanto trabalham nos bastidores para ajustar sua estrutura financeira".
O objetivo é reduzir significativamente o endividamento da companhia e gerar caixa. Segundo a empresa, o processo inclui US$ 1,6 bilhão em financiamento e deve eliminar mais de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11,28 bilhões) em dívidas, além de prever US$ 950 milhões em novos aportes de capital na saída do processo.
A Azul informou que, neste período, vai seguir operando normalmente, "mantendo nossos compromissos com nossos públicos de interesse, incluindo continuar voando e fazendo reservas como de costume".
Azul entra com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos
Capítulo 11: entenda o que é o mecanismo e a diferença para a recuperação judicial brasileira
A empresa também destacou que a medida conta com o apoio de seus principais stakeholders, incluindo detentores de títulos, sua maior arrendadora, a AerCap, e os parceiros estratégicos United Airlines e American Airlines.
Em comunicado aos investidores, John Rodgerson, CEO da Azul, atribuiu as dificuldades financeiras da companhia à pandemia de Covid-19, às turbulências macroeconômicas e aos problemas na cadeia de suprimentos da aviação.
Em nota, o Ministério dos Portos e Aeroportos disse que "acompanha com atenção o processo de recuperação judicial da companhia aérea Azul".
O governo acredita que a reestruturação será bem-sucedida, como ocorreu com outras empresas do setor, como Latam e Gol. O ministério reforçou que segue monitorando o setor aéreo e oferecendo apoio institucional às companhias.
Companhia aérea azul voos Araxá e Patos de Minas
Azul/Divulgação
Episódios recentes
A medida anunciada nesta quarta é mais um episódio de problemas recentes aos quais a companhia conviveu no último ano. Entre eles, estão a suspensão de rotas no Brasil e cancelamentos de voos.
Além disso, a aérea fez uma negociação com credores para eliminar R$ 11 bilhões em dívidas.
Em entrevista ao g1 em janeiro, o CEO da empresa, John Rodgerson, disse que o acordo deixaria a companhia mais "forte do que nunca" e apontou corte de custos, falta de peças e dólar alto como razões para as suspensões e cancelamentos.
Relembre abaixo cada um dos episódios recentes que envolvem a crise financeira da Azul e saiba mais sobre o pedido de recuperação na Justiça norte-americana.
Suspensão de rotas no Brasil
Entre janeiro e fevereiro, a empresa, que tem como principal hub nacional o Aeroporto de Viracopos, em Campinas, suspendeu a operação em pelo menos 14 cidades brasileiras por conta de custos operacionais. Veja os municípios:
Barreirinhas (MA)
Campos (RJ)
Correia Pinto (SC)
Crateús (CE)
Jaguaruna (SC)
Iguatu (CE)
Mossoró (RN)
Parnaíba (PI)
Ponta Grossa (PR)
Rio Verde (GO)
São Benedito (CE)
São Raimundo Nonato (PI)
Sobral (CE)
Três Lagoas (MS)
Um dia antes de entrar com o pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, na terça-feira (27), a Azul anunciou mais uma suspensão de rota. A partir do dia 3 de agosto, a companhia não vai mais operar o trajeto Campinas-Uberaba.
LEIA MAIS:
"Os clientes terão como opção a rota para Confins, com oferta de uma frequência diária. O aeroporto de Confins / Belo Horizonte é o segundo hub da Azul no país", disse a empresa em nota enviada ao g1.
Cancelamentos de voos
Ao longo de 2024, e especialmente no final do ano, a Azul conviveu com cancelamentos de voos. A companhia afirmou que, em sua maioria, são causados por fatores externos, como mau tempo ou problemas em aeroportos, e também pela necessidade de manutenção nas aeronaves, programadas ou não.
Em dezembro, a empresa cancelou voos no Aeroporto Internacional de Viracopos duas vezes em quatro dias, o que causou revolta de passageiros e bate-boca no terminal.
Rotas suspensas: CEO da Azul cita corte de custos, dólar alto e falta mundial de peças
'Não vou voar onde estou perdendo dinheiro'
Na entrevista ao g1 em janeiro, John Rodgerson apontou corte de custos, opção por rotas mais lucrativas, falta mundial de peças e motores, alta do dólar como fatores para as suspensões de voos no início do ano. Relembre a entrevista no vídeo acima.
"Não vou continuar voando onde estou perdendo dinheiro. Então, como qualquer empresário, você aloca seus recursos da melhor forma possível", disse à época.
O CEO pontuou que embora tenha anunciado a suspensão de rotas, a Azul permanece expandindo o mercado. "Antes da pandemia, a Azul operava em 110 cidades do Brasil. Hoje estamos em 160, e vamos para 150 com esses fechamentos, mas estamos servindo muito mais cidades que servíamos antes", afirmou.
Também neste ano, a Azul anunciou novas rotas internacionais, com voos diretos de Campinas para Montevidéu, Madri e Porto.
Acordo para eliminar dívida
Rodgerson afirmou também que o acordo com os credores, além de um aporte de R$ 3,1 bilhões, iria garantir a companhia "mais forte que nunca".
Segundo a Azul, a reestruturação teve início em 2024 a medida que a companhia enfrentava muitos desafios, como a desvalorização do real frente ao dólar, altos custos com combustível de aviação, problemas judiciais no setor, crise global de fornecimento e enchentes no Rio Grande do Sul.
“Este é mais um momento muito importante na história da Azul, pois encerra um processo de negociação que torna a nossa empresa mais sólida e robusta. Além da extinção de R$ 11 bilhões das obrigações financeiras, recebemos hoje um aporte de novo capital de mais de R$ 3,1 bilhões, que irão reforçar o balanço da companhia e garantir que estejamos mais fortes que nunca", disse o executivo após o acordo.
Recuperação Judicial
O processo nos Estados Unidos "permite às empresas operar e atender seus públicos de interesse normalmente, enquanto trabalham nos bastidores para ajustar sua estrutura financeira".
O objetivo é reduzir significativamente o endividamento da companhia e gerar caixa. De acordo com a empresa, o processo contempla US$ 1,6 bilhão em financiamento e deve eliminar mais de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11,28 bilhões) em dívidas, além de prever US$ 950 milhões em novos aportes de capital no momento da saída do processo.
A Azul informou que, neste período, vai seguir operando normalmente, "mantendo nossos compromissos com nossos públicos de interesse, incluindo continuar voando e fazendo reservas como de costume".
VÍDEOS: saiba tudo sobre Campinas e Região
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Italiana Moto Morini lança três modelos e promete mais duas trail para 2026; veja os preços
Marca chega ao Brasil com Seiemmezzo, Calibro e X-Cape, além de R$ 250 milhões de investimento para início das operações no país. Confira as motos desta nova concorrente de Honda e Yamaha. Veja as novidades do Festival Interlagos 2025
A Moto Morini, nova marca italiana de motocicletas de média e alta cilindrada, divulgou nesta quarta-feira (28) os preços dos três primeiros modelos que serão comercializados no Brasil e confirmou a chegada de duas novas trail para o primeiro trimestre de 2026.
Os modelos Seiemmezzo, X-Cape e Calibro já estavam confirmados para o mercado brasileiro, como mostrou o g1 em novembro. A primeira, inclusive, será oferecida em duas versões: STR (Street) e SCR (Scrambler). De acordo com a fabricante, a montagem dos modelos teve início na quarta-feira, 7 de maio.
Veja os preços das motos que terão pré-venda iniciada nesta quinta-feira (29):
Seiemmezzo 650 Street: R$ 45.990;
Seiemmezzo Scramble: R$ 47.990;
Calibro 700 Custom: R$ 46.990;
Calibro 700 Bagger : R$ 50.990;
X-Cape Alloy: R$ 47.990;
X-Cape Spoke (com roda raiada prata): R$ 49.990;
X-Cape Gode Edition(com roda raiada) dourada: R$ 51.990;
As motocicletas estarão expostas no estande da marca durante o Festival Interlagos, que ocorre no autódromo de São Paulo entre os dias 29 de maio e 1º de junho. No evento, o público poderá pilotar, assistir a competições, conferir lançamentos de grandes marcas e visitar exposições.
Hunther Hofstatter, diretor de vendas da Morini Brasil, também anunciou a chegada de mais duas trail no primeiro trimestre do próximo ano: a X-Cape 1200 — uma versão mais potente e robusta (bigtrail) da já confirmada X-Cape 650 — e a Alltrhike 450.
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A X-Cape 1200 contará com motor V2 de 125 cv de potência e torque de 10,7 kgfm, com lançamento previsto para 2026, posicionando-se como concorrente das bigtrails da Triumph e BMW. O modelo possui tanque de 23 litros.
A Triumph Tiger 1200 tem preços que variam entre R$ 88.990 e R$ 122.490, enquanto a BMW R 1300 GS custa entre R$ 99.990 e R$ 136.500. É nessa faixa de valor que a X-Cape 1200 deve se posicionar.
Já a Alltrhike 450 — uma opção abaixo da X-Cape 1200 — é voltada para quem busca aventuras off-road. Equipada com motor bicilíndrico de 44 cv, possui rodas de 21 polegadas na dianteira e 17 polegadas na traseira, facilitando a superação de obstáculos em terrenos acidentados.
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A empresa projeta estar entre as 10 marcas mais vendidas do Brasil em até três anos. Segundo a Morini, serão investidos R$ 250 milhões para o início das operações no país.
Esse investimento será aplicado nos três primeiros anos de operação, contemplando a estruturação da cadeia produtiva, os processos de distribuição, a formação da rede de concessionárias e o posicionamento da marca no mercado brasileiro.
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Confira as características de cada modelo
Moto Morini inicia montagem de motos em Manaus
Divulgação | Morini
Seiemmezzo
Naked deve disputar espaço com a Honda CB 650R
Assim como o primeiro modelo da marca, a "três e meio", a Seiemmezzo (do italiano, seis e meio) tem esse nome devido à sua cilindrada de 650 cm³.
Nos mercados mencionados, ela é comercializada em duas versões: STR (street) e SCR (scrambler). Ambas possuem o mesmo motor, que gera 60 cv de potência e 5,4 kgfm de torque, permitindo uma velocidade máxima de 170 km/h.
A versão street apresenta um visual mais urbano, enquanto a scrambler aposta em um estilo voltado para o off-road, com guidão mais elevado e pneus mistos. A Seiemmezzo se encaixa na categoria das Naked e compete com a Honda CB 650R, que custa R$ 52.590.
X-Cape
Trail da marca italiana terá motor de 650 cilindradas
Apesar de ter um motor de mesma cilindrada, a X-Cape tem um apelo mais aventureiro e compete no segmento das trail, motos voltadas para trilhas. É a moto mais vendida da marca internacionalmente.
O motor entrega 60 cv de potência e 5,6 kgfm de torque. Para segurança, há freios da marca Brembo. Embora não seja projetada para off-road pesado, suas rodas de 19 polegadas na dianteira indicam que pode superar obstáculos maiores.
Os modelos vendidos em países vizinhos possuem um painel de instrumentos com tela TFT de sete polegadas. O motor também é de 650 cilindradas, como na Seiemmezzo, o que sugere que ela deve competir com a Triumph Tiger Sport 660 (R$ 56.990) e BMW F 800 GS (R$ 66.900).
Calibro 700
Custom Calibro chega para disputar espaço com os modelos da Royal Enfield
Para marcar posição na categoria das custom, a Morini deve trazer a Calibro, uma estradeira com motor de 693 cilindradas, pedaleiras avançadas para maior conforto em viagens longas e iluminação totalmente em LED.
Ela será a mais potente, com 70 cv e 6,8 kgfm de torque. O tanque, assim como na Seiemmezzo, tem capacidade de 15 litros. O quadro de instrumentos é mais simples que o da X-Cape, com um conta-giros analógico e um pequeno painel digital para velocidade e nível de combustível.
Com essas características, a Calibro deve competir com a Royal Enfield Super Meteor 650, que custa cerca de R$ 34.990. Haverá ainda uma versão com maletas laterais integradas e para-brisa elevado.
Moto Morini começará a produzir no Brasil a partir do segundo semestre de 2025
Divulgação | Moto Morini
Fábrica em Manaus
A marca italiana oferece motos que variam de 650 a 1200 cilindradas, abrangendo desde modelos custom até trail. Essas motocicletas chegam para competir com marcas premium como Triumph, BMW e Harley-Davidson.
"Não poderia ser fora da Zona Franca de Manaus. É o mercado mais relevante, onde a estrutura fabril e industrial está estabelecida, e onde a mão de obra se encontra. Isso nos permite trazer mais competitividade nos preços e agressividade na produção", afirmou Gunther Hofstatter, diretor de vendas da Moto Morini Brasil.
Segundo ele, as peças serão produzidas na Itália e a montagem será feita no Brasil. "Eliminamos o risco de falta de peças, uma vez que a montagem será nacional".
"A escolha dos primeiros modelos é fruto de um compromisso com o mercado, de oferecer motos premium. Com o tempo, novos modelos entrarão em linha de montagem e vamos estreitar cada vez mais essa relação", disse Gunther.
A produção se iniciou pelo processo de CKD (Completely Knocked Down), no qual as motos são montadas localmente a partir de kits importados. Assim acontece com grande parte da indústria de motocicletas que vem de fora do país, como Shineray, Royal Enfield, Haojue, Suzuki, entre outras.
“O modelo CKD demonstra que a Moto Morini veio para ficar. Ele permite não só preços mais agressivos como também a adaptação do produto às nossas condições, como o tipo de combustível e o clima."
"Já começamos com uma boa parcela de componentes nacionalizados, e isso vai aumentar com a entrada de modelos de menor cilindrada, como os de 350 e 450 cilindradas”, detalhou o diretor da Morini.
A Morini traz três modelos, mas possui mais de 12 modelos no portfólio global. A marca pretende trazer todos para o país, eventualmente. "São motos que vão de 350 a 1.200 cilindradas, nos mais diversos estilos, do touring ao adventure", disse.
Lojas
De acordo com comunicado, as primeiras concessionárias da Morini abrirão as portas a partir no final de junho, em Santo André, na região metropolitana de São Paulo.
Até outubro, serão abertas as lojas de São Paulo, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. Em 2026, serão contempladas as cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia e Campinas (mudando os planos iniciais, que informavam que as primeiras lojas abririam em julho de 2025 em São Paulo, Campinas, Sorocaba e São José dos Campos).
“No ano seguinte, a marca continuará sua expansão para mais estados do Sudeste e para o Distrito Federal. A região Sul será contemplada durante a terceira fase da nossa expansão, em 2027”, afirmou o diretor de vendas.
Ainda de acordo com Hofstatter, que também é diretor de pós-vendas da Morini Brasil, “o consumidor brasileiro busca uma experiência, uma imersão em uma cultura. Nossa rede será treinada para oferecer atendimento de alto padrão e um pós-venda ágil e eficiente, com peças disponíveis e suporte técnico rápido".
Origem
A Moto Morini tem origem na Itália e foi fundada em 1937 em Bolonha. São quase 90 anos de história. Afonso Morini era um mecânico, designer e piloto que produzia motos voltadas para corridas.
A fábrica foi totalmente destruída na Segunda Guerra Mundial, mas retornou pouco depois do fim do conflito. Atualmente, a sede da empresa fica em Trivolzio, na região da Lombardia, no norte italiano.
Contudo, parte de seu parque industrial está em Taizhou, na China. A Morini está presente em 55 países.
Funcionários começam a montar as primeiras unidades das motocicletas da Morini no Brasil
Divulgação | Morini
Nova Honda CG 160 2025
Ações da Azul serão excluídas dos índices da bolsa brasileira após pedido de recuperação nos EUA
Retirada dos papéis de 17 índices, incluído o Ibovespa, ocorrerá no fim do pregão desta quinta (29), informou a B3. A companhia aérea entrou com pedido de reestruturação nesta quarta, com dívidas de mais de R$ 11 bilhões. Ações da Azul despencam com pedido de recuperação judicial nos EUA
As ações da Azul serão excluídas dos índices da bolsa de valores brasileira, informou a B3 em comunicado emitido nesta quarta-feira (28). A medida será efetuada no fim do pregão desta quinta (29) e inclui a retirada dos papéis da empresa do Ibovespa — principal índice de ações do país.
🔎 Com a decisão, os valores mobiliários de emissão da companhia continuarão a ser negociados na bolsa, mas sob o título de "Outras Condições", declarou a B3.
A bolsa afirmou que a exclusão dos índices ocorre em virtude do pedido de proteção da companhia aérea dentro do Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos, o Chapter 11 — mecanismo semelhante à recuperação judicial no Brasil.
O objetivo da Azul é reduzir significativamente seu endividamento e gerar caixa. O plano prevê eliminar mais de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11,28 bilhões) em dívidas, além de atrair US$ 950 milhões em novos aportes de capital na saída do processo, segundo a companhia.
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A bolsa de valores brasileira informou que a exclusão dos papéis da Azul atende aos termos de seu manual de definições e procedimentos. As normas preveem, entre outros pontos, que ações sejam retiradas dos índices em casos de empresas que entram em recuperação judicial.
"A Azul terá seus títulos excluídos dos índices (...) ao seu preço de fechamento após o encerramento do pregão regular de 29/05/2025, sendo sua participação redistribuída proporcionalmente aos demais integrantes da carteira com o pertinente ajuste nos redutores", informou.
Veja os índices que terão a exclusão dos títulos da Azul:
IBOV
IGCX
IBXX
IGCT
IBRA
IVBX
ISEE
ITAG
SMLL
IBXL
IDVR
IBHB
IBBR
IBEP
IBEW
IBBE
IBBC
Azul opera com um jato em Noronha com capacidade para mais de 100 passageiros
Ana Clara Marinho/TV Globo
Reação negativa
Mesmo com o mercado já ciente do mau momento da Azul, o pedido de recuperação judicial gerou uma reação bastante negativa nesta quarta-feira.
Antes da abertura do mercado nos EUA, as ações da companhia chegaram a cair 40%. Por volta das 10h45, a queda na bolsa brasileira era de aproximadamente 6%, até que os papéis foram colocados em leilão.
🔎 O leilão é acionado quando há oscilações abruptas no preço das ações ou em momentos específicos. Ele serve para proteger o mercado de movimentos extremos e permitir que os investidores reajam com mais calma.
A crise da Azul não vem de hoje. Duas semanas atrás, suas ações já haviam liderado as perdas do Ibovespa, após a empresa divulgar um prejuízo de R$ 1,82 bilhão no primeiro trimestre — resultado pior que o registrado em 2024. No acumulado do ano, os papéis já caíram 70%.
Até então, a Azul era a única empresa aérea em operação no Brasil que não havia recorrido a um processo de recuperação judicial para reestruturar suas finanças. A Gol acionou o Chapter 11 em janeiro de 2024. (relembre no vídeo abaixo)
Gol entra com pedido de recuperação judicial nos EUA
O pedido de recuperação judicial da Azul
A companhia aérea declarou que o processo de recuperação nos Estados Unidos "permite às empresas operar e atender seus públicos de interesse normalmente, enquanto trabalham nos bastidores para ajustar sua estrutura financeira".
O processo inclui US$ 1,6 bilhão em financiamento para eliminar mais de R$ 11 bilhões em dívidas. Enquanto isso, a Azul seguirá operando normalmente, "mantendo compromissos com os públicos de interesse, incluindo continuar voando e fazendo reservas como de costume", informou.
A empresa também destacou que a medida conta com o apoio de seus principais stakeholders (partes interessadas ou envolvidas em uma organização), incluindo detentores de títulos, a AerCap — sua maior arrendadora — e os parceiros estratégicos United Airlines e American Airlines.
Em comunicado aos investidores, John Rodgerson, CEO da Azul, atribuiu as dificuldades financeiras da companhia à pandemia de Covid-19, às turbulências macroeconômicas e aos problemas na cadeia de suprimentos da aviação.
Em nota, o Ministério dos Portos e Aeroportos disse que "acompanha com atenção o processo de recuperação judicial da companhia aérea Azul".
Por que as principais companhias aéreas do Brasil tiveram que pedir recuperação judicial?
Após Gol e Latam, pedido da Azul nesta quarta-feira (28) nos Estados Unidos voltou a acender os holofotes sobre os problemas financeiros da aviação brasileira. Avião da Azul decola do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro
Ricardo Moraes/ Reuters
A Azul entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos nesta quarta-feira (28). É a última das três principais companhias aéreas brasileiras a adotar essa medida.
A Gol recorreu ao processo em 2024, por dívidas estimadas em R$ 20 bilhões, e agora trabalha para encerrar esse ciclo após ter seu plano de reestruturação aprovado pela Justiça dos EUA.
A Latam Brasil já havia adotado a medida em 2020 e conseguiu reverter a situação.
🔎 O objetivo das empresas ao recorrerem ao Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA (clique aqui para saber mais) é garantir que possam "operar e atender seus públicos de interesse normalmente, enquanto trabalham nos bastidores para ajustar sua estrutura financeira", informou a Azul. Nesse caso, a operação prossegue em funcionamento.
O processo deve permitir que a Azul elimine mais de US$ 2 bilhões (aproximadamente R$ 11,28 bilhões) em dívidas, após ter sido impactada pela pandemia de Covid-19, por instabilidades macroeconômicas e por dificuldades na cadeia de suprimentos da aviação, segundo o CEO John Rodgerson.
Segundo especialistas consultados pelo g1, o aumento no volume de pedidos de recuperação judicial no setor aéreo reflete uma série de fatores, como:
a desvalorização do real frente ao dólar;
os altos custos operacionais;
o aumento nos preços dos combustíveis.
Parte do que explica esse quadro, diz o economista Ricardo Machado Ruiz, professor da UFMG, é o acúmulo de prejuízos enfrentados pelas companhias aéreas brasileiras desde o início da pandemia de coronavírus.
Antes da crise sanitária, o cenário era mais favorável: o preço do petróleo — e, consequentemente, do querosene de aviação, que pode representar até 40% do custo de uma passagem — estava mais baixo. As taxas de juros estavam em queda, e o dólar era menos valorizado frente ao real.
Com a pandemia, a venda de passagens aéreas despencou — inicialmente devido ao isolamento social e, posteriormente, pelo comprometimento da renda dos brasileiros.
"O setor aéreo desde sempre enfrentou uma concorrência muito grande em relação a preços, uma vez que grande parte da população leva isso em consideração na hora de viajar", explica Rodrigo Gallegos, sócio especialista em reestruturação da RGF Consultoria.
"Sem contar que, quando uma companhia começa a ter dificuldades financeiras, isso também pode afetar os seus contratos de leasing [aluguel de aviões] no exterior. Quando isso acontece, as companhias que arrendam aeronaves podem simplesmente tomar esse ativo de volta, prejudicando a operação", completa.
Além disso, dizem os especialistas, também pesou no balanço das companhias aéreas a valorização do dólar e o aumento de juros visto nos últimos anos, que acabaram elevando ainda mais seus custos operacionais, já que grande parte das aquisições do setor, como peças, equipamentos e aluguéis de aeronaves, é feita em dólar.
Para Márcio Peppe, sócio da KPMG, o descasamento das moedas no balanço financeiro (receitas recebidas em reais e despesas feitas em dólar) é um dos fatores que pesam para a grande maioria das companhias aéreas — não apenas do Brasil, mas de todos os países que têm uma moeda local mais fraca do que o dólar.
"Por isso é comum vermos companhias aéreas sempre buscando renegociar suas dívidas. As empresas normalmente realizam uma operação para estender o prazo e jogar esse débito para frente. Há o efeito dos juros nisso, com certeza, mas é uma saída", diz.
Falta de apoio governamental também pesou
Marcus Quintella, diretor do FGV Transportes, destaca que, diferentemente do que ocorreu nos EUA e na Europa, as companhias aéreas brasileiras não receberam apoio governamental no pós-pandemia, como linhas de crédito específicas para o setor.
Segundo ele, a recuperação judicial pode ser um caminho viável para a reestruturação da Azul, assim como se mostrou eficaz para Gol e Latam.
Ele explica que, ao recorrer ao processo, a empresa consegue reorganizar suas dívidas, estender prazos e reduzir encargos, como amortizações e juros. Isso melhora o fluxo de caixa, permitindo a continuidade das operações, investimentos em manutenção e o pagamento adequado aos funcionários.
Azul entra com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos
Impostos caros e falta de infraestrutura
A crise no setor aéreo brasileiro também é agravada pela elevada carga de impostos, segundo o consultor de aviação Gianfranco “Panda” Beting, que foi o primeiro diretor de marketing da Azul.
Ele afirma que o governo brasileiro não cria condições adequadas para o desenvolvimento do setor, pois "onera com o combustível mais caro do mundo e tem um sistema tributário antiquado e complexo, que provoca a necessidade de as empresas terem áreas jurídicas e fiscais enormes apenas para compreender as constantes mudanças nas regras".
Panda também critica o alto custo da contratação formal e a falta de modernização na gestão do tráfego aéreo no Brasil, fatores que, segundo ele, aumentam o tempo de voo e obrigam as companhias a manter frotas maiores do que o necessário.
O economista Ingo Plöger aponta que o setor aéreo brasileiro carece de uma estratégia clara de médio e longo prazo, especialmente no que se refere à conectividade regional. “Um país continental como o Brasil ter apenas Rio de Janeiro e São Paulo como principais polos não faz sentido”, afirma.
Segundo ele, essa falta de planejamento faz com que o setor perca oportunidades significativas de crescimento e desenvolvimento, comprometendo a competitividade do Brasil no cenário internacional.
Por isso, embora as recuperações judiciais possam oferecer alívio no curto prazo, essas medidas não serão sustentáveis sem um planejamento estratégico sólido e de longo prazo, alerta o especialista.
Brasil criou 257,5 mil empregos com carteira assinada em abril, melhor resultado da série, iniciada em 2020
Na comparação com o mesmo mês do ano passado houve alta de 7,3%, conforme dados oficiais. A economia brasileira gerou 257,5 mil empregos formais em abril deste ano, segundo informou nesta quarta-feira (28) o Ministério do Trabalho e do Emprego. Ao todo, segundo o governo federal, foram registradas em março: 2,282 milhões de contratações; 2,024 milhões de demissões. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, que teve geração de 239,9 mil empregos formais, houve uma alta de 7,3%, conforme dados oficiais. ✏️O resultado de abril de 2025 é o melhor da série histórica, iniciada em 2020. Desemprego diminui nos primeiros 3 meses de 2025 em comparação com o mesmo trimestre de 2024 A comparação dos números com anos anteriores a 2020, segundo analistas, não é mais adequada, porque o governo mudou a metodologia naquele ano. Veja os resultados para os meses de abril dos últimos anos: 2020: fechamento de 981,4 mil vagas fechadas 2021: abertura de 90,2 mil empregos 2022: criação de 205,5 mil vagas 2023: 181,9 mil novos empregos criados 2024: geração de 239,9 mil vagas 2025: abertura de 257,5 mil postos de trabalho Caged x Pnad Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados consideram os trabalhadores com carteira assinada, ou seja, não incluem os informais. Com isso, os resultados não são comparáveis com os números do desemprego divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). Empregos por setor Os números do Caged de abril de 2025 mostram que foram criados empregos formais em todos os cinco setores da economia. O maior número absoluto foi no setor de serviços. A agropecuária foi o que menos contratou no mês passado. Serviços: 136.109 Comércio: 48.040 Indústria: 35.068 Construção: 34.295 Agropecuária: 4.025 Acumulado do ano No acumulado de janeiro a abril, o saldo é de 922,3 mil novos postos de trabalho com carteira assinada. Esse valor foi 4,5% menos do que o verificado no mesmo período do ano passado, quando foram criadas 965,8 mil vagas formais. Apesar do melhor resultado no mês de abril desse ano, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que 2025 deve encerrar com criação menor de emprego do que em relação a 2024. No ano passado, o Brasil abriu 1,7 milhão de novos postos com carteira assinada. “A projeção é de um crescimento um pouco menor do que foi no ano passado”, disse o ministro. Ele voltou a criticar o elevado patamar de juros no país. “Estamos fazendo quase que um milagre para segurar a economia funcionando, criando e segurando novos empregos porque os juros estão excessivamente elevados”, declarou. Questionado sobre a medida que eleva o IOF (imposto sobre operações financeiras), feita por decreto presidencial na semana passada, o ministro disse que não se aprofundou sobre o assunto e evitou responder sobre o tema, inclusive sobre o risco de encarecimento do crédito para empresas investirem.
Caixa quer usar recursos do Pré-Sal para financiar crédito imobiliário
Segundo executiva, banco está na fase final das negociações para que o Fundo Social aporte aproximadamente R$ 15 bilhões até 2030. Agência da Caixa Econômica Federal.
Tânia Rêgo/Agência Brasil
A Caixa Econômica Federal está em negociações para direcionar mais recursos do Fundo Social do Pré-Sal para a habitação, afirmou a vice-presidente de habitação do banco, Inês Magalhães, nesta quarta-feira (28).
Segundo a executiva, a ideia é que o uso dos recursos siga o mesmo feito pelo governo em março deste ano, quando remanejou R$ 15 bilhões do fundo para o Minha Casa, Minha Vida (MCMV). (Entenda mais abaixo)
"Tivemos no último período uma negociação para que o fundo do Pré-Sal pudesse trazer um pouco de dinheiro... Nós estamos com a negociação mais ou menos até 2030, pelo menos, de que ele venha a aportar mais ou menos o que ele aportou nesse ano", disse Magalhães, em evento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), em São Paulo.
O painel em que Magalhães se apresentou comentava sobre soluções de funding para garantir a sustentabilidade do setor imobiliário, e também contou com a participação do presidente da Abecip, Sandro Gamba, e do presidente da Abrainc, Luiz França.
"Eu brinco que esse aporte do Pré-Sal é o jet ski que pode nos ajudar a atravessar as ondas de Nazaré", afirmou a executiva, citando a cidade do litoral de Portugal que se tornou referência de ondas gigantes.
"Não vai resolver nosso problema, evidentemente, mas ele ajuda um pouco a descompressão para esse tema", acrescentou. Ela não deu mais detalhes sobre os planos.
Em março, o governo remanejou R$ 15 bilhões do Fundo Social para o financiamento de operações da faixa 3 do MCMV. A medida abriu espaço para a criação de uma nova faixa para o programa habitacional voltada para atender a classe média.
O Fundo Social foi instituído em dezembro de 2010 e tem a finalidade de se consolidar como fonte de recursos para o desenvolvimento social e regional a partir de um percentual dos recursos obtidos com a exploração de petróleo na região do Pré-Sal.
Minha Casa, Minha Vida: veja novas regras
Honda Hornet volta ao Brasil após mais de uma década; veja preço e ficha técnica
Líder de vendas no segmento por quase uma década, a naked está de volta ao mercado por R$ 43.040. A marca também anunciou a aventureira NX 500, evolução da CB 500X. Veja as novidades do Festival Interlagos 2025
A Honda anunciou nesta terça-feira (28) a volta CB 500 Hornet ao Brasil, após mais de uma década de sumiço da "naked". A moto será lançada em junho, por R$ 43.040.
A CB 500 Hornet vem equipada com motor bicilíndrico de 471 cilindradas e refrigeração líquida — configuração semelhante à da antiga CB 600F Hornet. (entenda mais abaixo)
O motor a gasolina entrega 49,6 cv de potência e 4,5 kgfm de torque. A transmissão é manual, com seis marchas, o que proporciona uma aceleração mais suave e eficiente.
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O design faz jus à clássica Hornet: abusa das linhas retas e marcantes, conferindo um ar de modernidade e reforçando sua proposta voltada para desempenho em velocidades mais elevadas.
Mas há o toque de modernidade. O painel digital em TFT de 5 polegadas exibe todas as informações da moto de forma clara e moderna. Ele também permite conexão com o celular para exibir notificações, controlar a reprodução de músicas e até receber instruções de navegação via GPS — funcionalidade que depende do smartphone conectado.
No Brasil, a nova Honda Hornet estará disponível nas concessionárias da marca em todo o país a partir de junho, nas cores vermelha, preta e branca.
A nova Hornet estará exposta no estande da Honda durante o Festival Interlagos, que ocorre no autódromo de São Paulo entre os dias 29 de maio e 1º de junho. No evento, o público poderá pilotar algumas motos, assistir a competições, conferir lançamentos de grandes marcas e visitar exposições.
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O retorno após 11 anos
A CB 500 Hornet atrai os holofotes não apenas pelo desempenho ou design, mas principalmente pelo peso do nome que carrega.
O nome "Hornet" marcou presença em um modelo icônico da Honda, de maior cilindrada, que esteve entre os mais vendidos do segmento durante todo o tempo em que foi oferecido no Brasil: a CB 600F Hornet.
Lançada no Brasil em dezembro de 2004, a CB 600F Hornet foi comercializada até 2014. Durante quase toda essa década, manteve-se como a motocicleta "naked" mais vendida do país.
Veja no gráfico abaixo:
O primeiro lugar no ranking de vendas só começou a ser realmente ameaçado em 2011, com a chegada da Yamaha XJ6.
A concorrente assumiu a liderança em 2014, ano em que a antiga Hornet foi descontinuada no Brasil. Nos anos anteriores, a CB 600F já apresentava queda nas vendas, com uma redução de 27,4% nos emplacamentos — de 5.896 unidades em 2011 para 4.279 em 2012.
Nova Honda NX 500 também chega em junho
Honda NX 500
Além da Hornet, a Honda também anunciou o lançamento de outro modelo: a NX 500.
Ela utiliza o mesmo motor de 471 cilindradas e representa uma evolução da CB 500X. O modelo mantém o visual voltado para o uso off-road, mas recebeu ajustes para oferecer bom desempenho também no asfalto.
A NX 500 também conta com o painel TFT de cinco polegadas, com as mesmas funcionalidades disponíveis na Hornet.
Apesar da modernização nesta geração, o design com linhas limpas e ângulos retos remete às motos off-road lançadas nos anos 1990. As rodas, de liga leve, são mais leves do que as da CB 500X.
A Honda NX 500 será lançada no Brasil junto com a Hornet, em junho, nas cores vermelha, preta e branca, com preço sugerido de R$ 45.800.
2 pontos positivos e negativos da Honda CG 160
Brasil inicia diálogo com importadores para retomar venda de frango a países que impuseram restrições, diz Fávaro
Ministro da Agricultura afirmou que atua para que restrições se limitem apenas ao RS ou a um raio de 10 quilômetros da granja em que presença do vírus foi registrada – e não ao Brasil como um todo. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, durante audiência na Câmara
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou nesta quarta-feira (28) que iniciou negociações com países com restrições à importação de frango do Brasil, por conta do foco de gripe aviária em uma granja de Montenegro (RS), que resultou no cancelamento do comércio com diversos países.
A fala do ministro ocorreu durante audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados.
“Dentre esses países que fecharam a comercialização para o Brasil todo, neste momento nós já começamos o diálogo para que diminua o nível de restrição talvez ao Rio Grande do Sul, ou, melhor, só no raio de 10 quilômetros. Mas não é ainda o momento ideal. Nós temos que iniciar as negociações, passar as informações, deixar com tranquilidade o comprador”, disse Fávaro.
Minas Gerais declara emergência sanitária com a confirmação de caso de gripe aviária
Segundo o ministro, a partir do 28º dia do vazio sanitário, período necessário para garantir que não haja vestígios de vírus no ambiente, que termina em 17 de junho, o governo vai iniciar um trabalho “intenso para tirar os bloqueios de todo o país para que a gente possa voltar à normalidade”.
Fávaro destacou ainda que, dos 160 países que importam a carne de frango brasileira, 24 fecharam as comercializações para o Brasil inteiro e cerca de 13 restringiram o comércio apenas com o Rio Grande do Sul ou em um raio de 10 quilômetros
“É importante dizer: isso gera impacto? Gera. Mas não é algo exagerado, porque 70% da produção brasileira fica no mercado interno, 30% destinado à exportação. Dos 30%, como disse, 128 países estão completamente abertos, estão comercializando com naturalidade, sem nenhuma restrição”, destaca o ministro.
Primeiro caso em granjas comerciais
As suspensões das importações de frango brasileiro ocorrem após a confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, em 15 de maio.
O caso resultou no abate de 17 mil aves e foi o primeiro registro de gripe aviária em granja comercial no Brasil.
O país convive com focos da doença há dois anos, mas até então eles envolveram aves silvestres ou criações domésticas.
⚠️ A gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de aves e ovos, segundo o Ministério da Agricultura. O Brasil nunca teve um caso de gripe aviária em humanos.
“O fato concreto é que a gente tem que investigar todos os casos, dar transparência ao menor sintoma de um animal doente, seja numa criação doméstica, seja um animal silvestre ou granja comercial”, reforçou o ministro.
Kuwait suspende importação de frango de todo o Brasil; Namíbia flexibiliza e embarga só estado do RS
Já a Macedônia do Norte ampliou restrição do Rio Grande do Sul para todo o país. Campanha contra gripe aviária é necessária mesmo nos locais sem registro da doença.
Thais Passos/Prefeitura de Piracicaba
O Ministério da Agricultura atualizou nesta quarta-feira (28) a lista de países que deixaram de receber carne de frango do Brasil, depois do primeiro registro de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil, identificado no Rio Grande do Sul, na última quinta-feira (15).
Na atualização, o governo informou que o Kuwait suspendeu a importação de carne de frango de todo o território brasileiro.
Já a Macedônia do Norte ampliou sua restrição do estado do Rio Grande do Sul para todo o Brasil. Enquanto a Namíbia flexibilizou e limitou embargo apenas ao RS.
Veja abaixo lista completa.
Alguns bloqueios valem para a produção do setor em todo o país e outros são mais localizados.
Emirados Árabes Unidos e Japão, por exemplo, bloquearam apenas Montenegro, o que gera impacto pequeno nas vendas para o exterior.
Isso porque há apenas um frigorífico que exporta frango no município e ele fica fora do raio de 10 km do foco da doença, afirma o secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Marcel Moreira.
Exportações de ovos estão bloqueadas?
Moreira explica que os bloqueios atingem, majoritariamente, as exportações de frango. Primeiro porque o Brasil exporta apenas 1% da sua produção de ovos.
Segundo porque, dentre os cinco maiores compradores de ovos do Brasil, apenas o Chile — segundo principal destino — suspendeu as importações.
Os demais mercados, como Estados Unidos (maior importador), Emirados Árabes, Japão e México, continuam comprando normalmente.
O Brasil é o maior exportador de frango do mundo. As restrições são feitas para evitar a contaminação de granjas de outros países, mas não há risco no consumo de carne de frango e ovos.
O trabalho de desinfecção da granja de Montenegro terminou na quarta-feira (21) e, a partir desta quinta, se o Brasil não registrar nenhum outro caso em 28 dias, pode se declarar livre da doença.
No entanto, o fim do prazo “não significa que todos os mercados se abrirão imediatamente”, disse o ministro da Agricultura Carlos Fávaro. “Muitos vão fazer questionamento, tirar dúvidas e é normal”, acrescentou.
Por que países suspenderam compra, se não há risco para consumo?
Como o Brasil busca evitar novos casos de gripe aviária?
Países/blocos com restrições à carne de frango do Brasil
Restrição a carne de aves de todo o Brasil:
África do Sul
Albânia
Argentina
Bolívia
Canadá
Chile
China
Coreia do Sul
Filipinas
Índia
Iraque
Jordânia
Kuwait
Macedônia do Norte
Malásia
Marrocos
México
Paquistão
Peru
República Dominicana
Sri Lanka
Timor-Leste
União Europeia
Uruguai
Restrição a carne de aves do Rio Grande do Sul:
Angola
Arábia Saudita
Armênia
Bahrein
Bielorrússia
Bósnia e Herzegovina
Cazaquistão
Cuba
Montenegro
Namíbia
Quirguistão
Reino Unido
Rússia
Tajiquistão
Turquia
Ucrânia
Restrição local (Montenegro-RS, que não tem exportadores):
Emirados Árabes Unidos
Japão
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Raio X da produção e venda de carne de frango do Brasil
arte g1
O que foi feito para impedir a gripe aviária de se espalhar?
arte / g1
Ministério descarta suspeita de gripe aviária em granja comercial em Tocantins
Nenhum caso em criação comercial foi confirmado desde o primeiro, de Montenegro (RS). Uma suspeita, em Anta Gorda (RS), está sendo investigada. Granja, frangos, gripe aviária
Arquivo/Agência Brasil
O Ministério da Agricultura descartou uma suspeita de gripe aviária em granja comercial em Aguiarnópolis, no Tocantins, nesta quarta-feira (28).
A informação consta em um painel do ministério que lista as ocorrências de Síndrome Respiratória e Nervosa em aves.
Nele, há ainda uma suspeita de caso em granja comercial, em Anta Gorda (RS), que segue em investigação.
No domingo, o Ministério já havia descartado uma outra suspeita em granja comercial, em Ipumirim (SC).
O único foco de gripe aviária em granja comercial, identificado em Montenegro (RS), foi encerrado no sábado (25), segundo o ministério. A ocorrência causou suspensões de importação do frango do Brasil por vários países.
⚠️ A gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de aves e ovos, disse o Ministério da Agricultura. O Brasil nunca teve um caso de gripe aviária em humanos.
Gripe aviária: entenda se é possível se contaminar comendo carne de frango
Brasil está livre da gripe aviária?
O Brasil só poderá se declarar livre gripe aviária se não registrar nenhum caso confirmado da doença em granja comercial até o dia 18 de junho.
Esse prazo corresponde aos 28 dias que começaram a ser contados em 22 de maio, um dia depois da desinfecção total da granja de Montenegro.
Esse prazo é chamado de vazio sanitário e corresponde ao ciclo do vírus H5N1.
Segundo o governo, esse é um tempo essencial para garantir que não haja vestígios do vírus no ambiente antes da retomada das atividades na granja. Isso contribuir para a contenção da doença e a segurança sanitária da avicultura na região.
A partir do dia 18 de junho – se não houver novos casos –, o governo vai começar a negociar com os países a reabertura das exportações.
Nem todos eles suspenderam as compras de frango de todo o Brasil. Veja lista completa.
A China, que é a principal compradora do Brasil, bloqueou o país todo, mas o governo tenta negociar uma regionalização.
Já os Emirados Árabes Unidos e o Japão – segundo e terceiro maiores compradores – suspenderam apenas o município de Montenegro e, neste caso, impacto é pequeno.
Isso porque há apenas um frigorífico que exporta frango no município e ele fica fora do raio de 10 km do foco da doença, afirma o secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Marcel Moreira.
Já o quarto maior cliente do Brasil, a Arábia Saudita havia suspendido, inicialmente, as compras de Montenegro, mas ampliou o embargo para todo o Rio Grande do Sul.
Por que alguns países barraram frango de todo o Brasil e outros só do estado ou município?
Frango em números
Arte g1
Governo federal e agências decidem intensificar 'forças-tarefa' contra fraudes em combustíveis
Grupo se reuniu em Brasília nesta quarta; setor estima perdas de R$ 30 bilhões anuais entre sonegação, adulteração e outros tipos de fraude. O governo federal decidiu em reunião, nesta quarta-feira (28), intensificar as "forças-tarefa" voltadas a coibir fraudes no setor de combustíveis. Segundo apurou o g1, membros de diversos órgãos se reuniram no Ministério de Minas e Energia. Além do próprio ministro Alexandre Silveira, participaram representantes de: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro); Ministério da Justiça e Segurança Pública; Polícia Federal; Ministério do Desenvolvimento Indústria, Comércio e Serviços (MDIC); Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Polícia descobre esquema de fraude de impostos na produção de combustíveis em SP Na apresentação à qual o g1 teve acesso, os órgãos apresentaram ações que já têm tomado para combater essas fraudes. A lista inclui uma proposta de projeto de lei, elaborado pelas pastas de Justiça e Minas e Energia, com normas para agravar a punição de furto e roubo de combustíveis, obrigações adicionais de gestão de riscos para o setor e combate aos "devedores contumazes" desse mercado. Há também a sugestão de criar um Operador Nacional do Sistema de Combustíveis – a exemplo do que já existe para o setor elétrico. Os órgãos estimam que, por ano, as perdas financeiras ultrapassem os R$ 30 bilhões somando a sonegação de impostos, a adulteração dos combustíveis e as fraudes de outros tipos. De acordo com o governo, essa perda impacta não só a arrecadação de impostos, como o ambiente de concorrências entre as empresas que atuam no setor. Por que tão caro? Entenda a alta dos combustíveis
Diante de pressão para revogar alta do IOF, Fazenda admite que vai se 'debruçar sobre alternativas'
Declaração foi dada por Dario Durigan após reunião com o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, e com os dirigentes dos maiores bancos privados do país no Ministério da Fazenda. Diante de pressão para revogar alta do IOF, Fazenda admite que vai se 'debruçar sobre alternativas'
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, admitiu nesta quarta-feira (28) que a equipe econômica vai se "debruçar sobre alternativas" que possam substituir o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). A pasta virou alvo de pressão do setor produtivo e financeiro, além de reclamações da base aliada, após o anúncio.
A declaração foi dada após reunião com o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, e com os dirigentes dos maiores bancos privados do país no Ministério da Fazenda.
"Vamos nos debruçar sobre as alternativas. As alternativas estão colocadas na mesa, tanto pela Febraban quanto pela minha própria equipe no Ministério, para que a gente faça uma avaliação cuidadosa, séria, mas faça uma avaliação do que é melhor para o país neste momento", afirmou Durigan.
A avaliação do setor financeiro, segundo Sidney, é de que o equilíbrio das contas públicas, buscado pelo governo por meio do aumento de tributos, "não deve vir de aumento de impostos, sobretudo regulatórios [como o IOF]".
Entenda a alta de impostos
A área econômica anunciou na semana passada o aumento da alíquota do IOF sobre operações de crédito, principalmente para empresas, além de operações cambiais e previdência privada de alta renda.
🔍 O IOF é um tributo federal cobrado pelo governo sobre uma série de operações que envolvem dinheiro, principalmente:
empréstimos (como crédito pessoal ou financiamento);
câmbio (compra de moeda estrangeira);
seguros;
investimentos (como compra e venda de títulos).
Equilíbrio das contas públicas
Durigan explicou que, no caso de mudanças que afetem o impacto estimado de arrecadação com o IOF neste ano, de cerca de R$ 20 bilhões, terão de ser feitos novos ajustes no orçamento.
Com o aumento do IOF, o governo tem o objetivo de arrecadar R$ 20,5 bilhões a mais neste ano e R$ 41 bilhões em 2026. A medida sofre forte resistência no Legislativo, com mais de 20 projetos propondo sua reversão.
Além da alta no IOF, também foi anunciado na última semana um bloqueio no orçamento deste ano de R$ 31,3 bilhões.
Sem o aumento do IOF, o bloqueio de gastos orçamentários teria de ser maior.
Isso porque os recursos adicionais do aumento do IOF já estão sendo considerados na projeção de arrecadação deste ano.
Para atingir a meta fiscal (de déficit zero, podendo chegar a um rombo de até R$ 31 bilhões), podem ser necessários aumentos de outros tributos, ou novos cortes de gastos, segundo o secretário.
"Qualquer ajuste desse equilíbrio, se a medida do IOF for alterada, como foi alterada na quinta-feira, ela traz um ajuste em termos de como você executa o orçamento. Isso pode trazer, automaticamente, impactos para o contingenciamento e para o bloqueio", disse Durigan.
Ele também afirmou que há uma orientação da Presidência da República e também do ministro Fernando Haddad, titular do Ministério da Fazenda, de que seja feito um diálogo com o Congresso Nacional para apresentar as razões da equipe econômica.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fala em coletiva de imprensa sobre o bloqueio do Orçamento e elevação do IOF
Diogo Zacarias/MF
Impacto no custo do crédito
De acordo com o presidente da Febraban, Isaac Sidney, o efeito do aumento do IOF no custo do crédito será "severo", principalmente para as micro, pequenas e médias empresas.
Segundo ele, o impacto nas taxas de juros cobradas pelos bancos será 14,5% a até 40% no custo efetivo total, ou seja, o valor cobrado das empresas, já embutindo os tributos — que são todos repassados aos seus clientes.
"Essa é uma decisão não só política mas também técnica, e nós continuaremos a dar subsídios para que possamos revisitar esse aumento e tirar esse custo, que não é só do crédito. Esse é um custo inclusive da produção do investimento e do consumo", afirmou Sidney.
Caso de gripe aviária em MG ocorreu em propriedade que abriga aves migratórias e era 'esperado', diz governo
Segundo o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), é comum encontrar o vírus de gripe aviária em aves de vida livre. Doença foi confirmada em dois gansos e em um cisne negro silvestre mantidos em sítio. Governo apresenta ações para evitar novos casos de gripe aviária em Minas
O governo de Minas Gerais informou nesta quarta-feira (28), em entrevista coletiva, que o caso de gripe aviária registrado no estado já era "esperado", uma vez que ocorreu em local de conservação que abriga rotas de aves migratórias.
Na terça-feira, o governo decretou situação de emergência sanitária animal após a confirmação de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade em aves ornamentais, criadas sem o objetivo de consumo humano. Tratam-se de dois gansos e uma espécie de cisne negro silvestre, mantidos em sítio na cidade de Mateus Leme, e não em uma granja comercial.
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"Trata-se de caso específico de aves de vida livre, que estavam em propriedade que é rota de aves migratórias. Esse tipo de contaminação de influenza viária é, inclusive, esperado, dada a questão da circulação viral", afirmou Luiza Castro, diretora-geral do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
"[O local é] uma propriedade conservacionista, que recebe sazonalmente aves migratórias. Essa contaminação, pelo nosso rastreio, veio dessa forma", disse a diretora-geral do IMA.
Diretora-geral do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).
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Medidas contra propagação da doença
O governo informou que, a partir da confirmação dos casos no estado, foram priorizadas medidas para evitar a propagação do vírus a partir dessa propriedade. O cuidado é para que a contaminação não chegue até aves comerciais.
Entre as medidas para evitar o contato de granjas comerciais com as aves silvestres estão o isolamento com uso de telas em galpões, cercas de isolamento e desinfecção de veículos.
"[A ação do governo] visa principalmente o isolamento das aves domésticas, para não ter contato com as aves de vida livre, que naturalmente carregam com o vírus da influenza", explicou Izabella Hergot, gerente de defesa animal do IMA.
O governo esclareceu que, desde 2018, a ciência constatou que o vírus ganhou uma patogenicidade maior — ou seja, maior capacidade de contaminação. Isso causou uma onda de diagnósticos da influenza não somente em aves de vida livre, mas também em granjas comerciais mundo afora.
No Brasil, o primeiro caso de gripe aviária foi registrado em maio de 2023, no Espírito Santo. A contaminação se deu em uma ave em rota migratória e, na ocasião, só atingiu aves silvestres. No último dia 16, foi confirmado o primeiro caso em uma granja comercial de Montenegro (RS).
Confirmação de mortes de três aves ornamentais coloca Minas em situação de emergência
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Ações da Azul despencam com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos
Companhia acionou o Capítulo 11 da Lei de Falências americana para eliminar mais de R$ 11,28 bilhões em dívidas. No ano, a queda já acumula 70%. Ações da Azul despencam com pedido de recuperação judicial nos EUA
As ações da Azul despencaram após o anúncio, nesta quarta-feira (28), de que a companhia entrou com pedido de proteção sob o Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos — mecanismo semelhante à recuperação judicial no Brasil.
Antes da abertura do mercado nos Estados Unidos, as ações da Azul chegaram a cair 40%. Por volta das 10h45, a queda na bolsa brasileira era de aproximadamente 6%, até que os papéis foram colocados em leilão.
🔎 O leilão é acionado quando há oscilações abruptas no preço das ações ou em momentos específicos. Ele serve para proteger o mercado de movimentos extremos e permitir que os investidores reajam com mais calma.
A crise não vem de hoje. Duas semanas atrás, suas ações já haviam liderado as perdas do Ibovespa, após a empresa divulgar um prejuízo de R$ 1,82 bilhão no primeiro trimestre — resultado pior que o registrado em 2024. No acumulado do ano, os papéis já caíram 70%.
O processo de recuperação nos Estados Unidos "permite às empresas operar e atender seus públicos de interesse normalmente, enquanto trabalham nos bastidores para ajustar sua estrutura financeira".
O objetivo é reduzir significativamente o endividamento da companhia e gerar caixa. Segundo a empresa, o processo inclui US$ 1,6 bilhão em financiamento e deve eliminar mais de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11,28 bilhões) em dívidas, além de prever US$ 950 milhões em novos aportes de capital na saída do processo.
Aeronave A321M Azul Linhas Aéreas
Azul Linhas Aéreas/Divulgação
A Azul informou que, neste período, vai seguir operando normalmente, "mantendo nossos compromissos com nossos públicos de interesse, incluindo continuar voando e fazendo reservas como de costume".
A empresa também destacou que a medida conta com o apoio de seus principais stakeholders, incluindo detentores de títulos, sua maior arrendadora, a AerCap, e os parceiros estratégicos United Airlines e American Airlines.
Em comunicado aos investidores, John Rodgerson, CEO da Azul, atribuiu as dificuldades financeiras da companhia à pandemia de Covid-19, às turbulências macroeconômicas e aos problemas na cadeia de suprimentos da aviação.
Até então, a Azul era a única empresa aérea em operação no Brasil que não havia recorrido a um processo de recuperação judicial para reestruturar suas finanças. A Gol acionou o Chapter 11 em janeiro. (relembre no vídeo abaixo)
Gol entra com pedido de recuperação judicial nos EUA
Fusão Azul Gol
g1
Imposto de Renda 2025: Antonio Gil, da EY, tirou dúvidas de leitores do g1
O prazo para entregar a declaração do Imposto de Renda termina nesta sexta-feira (30). Imposto de Renda 2025: Antonio Gil, da EY, tirou dúvidas de leitores do g1 O prazo para entregar a declaração do Imposto de Renda termina nesta sexta-feira (30). Prazo de entrega vai até esta sexta-feira (30). Quem precisa declarar? Veja perguntas e respostas sobre o IR 2025.. O que acontece se eu perder o prazo ou não declarar? Entenda as consequências. . Primeiro lote de restituição terá 6,2 milhões de contribuintes contemplados, com crédito total de R$ 11 bilhões. Veja quando começam os pagamentos.
Dólar sobe e fecha em R$ 5,69, após sinais de recuo do governo no aumento do IOF; Ibovespa cai
A moeda norte-americana avançou 0,89%, cotada a R$ 5,6951. Já a bolsa fechou em queda de 0,47%, aos 138.888 pontos. Notas de dólar
Cris Faga/Dragonfly/Estadão Conteúdo
O dólar fechou em alta de 0,89% nesta quinta-feira (28), cotado a R$ 5,6951. Na máxima do dia, a moeda alcançou os R$ 5,7172. Já o Ibovespa encerrou em queda de 0,47%, aos 138.888 pontos.
Na sessão, as atenções dos investidores ficaram voltadas para os sinais de que o governo vai recuar sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Além disso, o mercado também monitorou a divulgação de novos dados de emprego no Brasil e da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.
No noticiário corporativo, as atenções ficam com a Azul, que entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos e teve seus papéis excluídos dos índices da B3(leia mais abaixo). As ações da companhia fecharam em queda de 2,80%.
▶️ No Brasil, as atenções ficaram voltadas para a nova sinalização do governo de que vai se "debruçar sobre alternativas" que possam substituir o aumento do IOF. A pasta virou alvo de pressão do setor produtivo e financeiro, que buscavam revogar a alta do imposto, além de ter recebido uma série de reclamações da base aliada.
▶️ Além disso, o mercado também repercutiu os novos dados do Caged, que indicaram a criação de 257,5 mil empregos formais em abril deste ano, de acordo com o Ministério do Trabalho.
▶️ No exterior, o destaque ficou com a ata da reunião de maio do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA). O documento indicou que a instituição vê um possível aumento da inflação e do desemprego no país nos próximos meses. O Fed também sinalizou um aumento dos riscos de recessão.
Entenda abaixo como cada um desses fatores impacta o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: +0,87%;
Acumulado do mês: +0,32%;
Acumulado do ano: -7,84%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +0,77%;
Acumulado do mês: +2,83%;
Acumulado do ano: +15,47%.
Diante de pressão para revogar alta do IOF, Fazenda admite que vai se 'debruçar sobre alternativas'
Recuo no IOF
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, admitiu nesta quarta-feira (28) que a equipe econômica vai se "debruçar sobre alternativas" que possam substituir o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), que é um tributo federal cobrado pelo governo sobre uma série de operações que envolvem dinheiro.
A pasta havia anunciado um aumento do imposto na semana passada, junto ao anúncio de um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no Orçamento deste ano. A ideia era que as medidas ajudassem o governo a cumprir com a meta fiscal.
A notícia, no entanto, foi mal recebida pelos setores produtivo e financeiro e pelo Congresso no geral, que chegou a ter quase 20 projetos para barrar o aumento do imposto. Diante da reação negativa, o governo voltou atrás e revogou parte da medida no mesmo dia.
As críticas, no entanto, continuaram. Nesta quarta-feira, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, chegou a afirmar que a avaliação do setor financeiro é que o equilíbrio das contas públicas "não deve vir de aumento de impostos, sobretudo regulatórios [como o IOF]".
"Vamos nos debruçar sobre as alternativas. As alternativas estão colocadas na mesa, tanto pela Febraban quanto pela minha própria equipe no Ministério, para que a gente faça uma avaliação cuidadosa, séria, mas faça uma avaliação do que é melhor para o país neste momento", afirmou Durigan, após reunião com Sidney e os dirigentes dos maiores bancos privados do país no Ministério da Fazenda.
Pedido de recuperação judicial da Azul
A Azul anunciou nesta quarta-feira (28) que acionou o Capítulo 11 da Lei de Falências norte-americana, ou "Chapter 11", uma ferramenta semelhante ao processo de recuperação judicial no Brasil.
De acordo com a companhia, o processo nos Estados Unidos "permite às empresas operar e atender seus públicos de interesse normalmente, enquanto trabalham nos bastidores para ajustar sua estrutura financeira".
O objetivo é eliminar mais de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11,28 bilhões) em dívidas, e a empresa vai seguir operando normalmente neste período, segundo a Azul.
Mesmo com o mercado já ciente do mau momento da companhia, o pedido de recuperação judicial gerou uma reação bastante negativa nesta quarta-feira. No pré-mercado, os papéis da empresa na bolsa americana chegaram a recuar 40%.
No Brasil, os papéis da companhia foram colocados em leilão durante o pregão desta quarta-feira e fecharam em queda de 2,80%.
🔎 O leilão é acionado quando há oscilações abruptas no preço das ações ou em momentos específicos. Ele serve para proteger o mercado de movimentos extremos e permitir que os investidores reajam com mais calma.
Há duas semanas, as ações da Azul despencaram por aqui e lideraram as perdas do Ibovespa, após a companhia reportar um prejuízo de R$ 1,82 bilhão no primeiro trimestre do ano, pior do que em 2024. No ano, a queda já acumula 70%.
Após o anúncio de recuperação judicial por parte da companhia aérea, a B3 informou que retirou os papéis da empresa de todos os seus índices, inclusive do Ibovespa. A decisão vem em linha com os termos do Manual de Definições e Procedimentos dos Índices da B3.
Por que as principais companhias aéreas do Brasil tiveram que pedir recuperação judicial?
Caged
Na agenda econômica, os investidores ficaram de olho na divulgação dos novos dados do Caged pelo Ministério do Trabalho e do Emprego.
Segundo a pasta, o país criou 257,5 mil empregos formais em abril deste ano, um aumento de 7,3% em comparação ao mesmo mês do ano passado e o maior resultado para o mês na série histórica do Novo Caged, que contabiliza os dados a partir de 2020.
Em relação aos 12 meses anteriores, o saldo de abril ficou atrás apenas do de fevereiro, que foi atipicamente elevado, com criação de 438.871 vagas. Já em abril de 2024, foram abertos 239.886 postos.
No acumulado do ano, o saldo positivo é de 922.362 postos de trabalho, o segundo resultado mais elevado da série histórica do Novo Caged, atrás apenas de 2024, com abertura de 965.818 vagas no mesmo período.
Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, a trajetória dos resultados deste ano indica que o saldo total de vagas de 2025 deve ficar "um pouquinho menor" do que o de 2024.
Outros destaques da agenda econômica desta semana são:
Quinta-feira (29): taxa de desemprego (Pnad Contínua);
Sexta-feira (30): divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre.
Recessão à vista?
Por fim, outro fator que ficou na mira dos investidores nesta quarta-feira foi a divulgação da ata da última reunião do Fed, que aconteceu no começo de maio.
Segundo o documento, a instituição reconheceu um possível aumento da inflação e desemprego no país nos próximos meses — quadro reforçado pela elevação dos riscos de recessão.
De acordo com a ata, a combinação de aumento da inflação e do desemprego em conjunto forçaria os membros do Fed a decidir se devem priorizar o combate à alta dos preços com um novo aumento de juros ou apoiar o crescimento e o emprego, com cortes nas taxas.
"Quase todos os participantes comentaram sobre o risco de a inflação se mostrar mais persistente do que o esperado", à medida que a economia norte-americana tem se adaptado às tarifas mais altas propostas pelo governo do presidente Donald Trump.
Sobras as tarifas, os mercados ainda aguardam novos acordos entre os Estados Unidos e os países submetidos ao tarifaço de Donald Trump, em especial às negociações com a União Europeia.
🔎 O mercado entende que o aumento das tarifas sobre produtos importados pelos EUA pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar a uma desaceleração da maior economia do mundo ou até mesmo a uma recessão global. Assim, a leitura costuma ser positiva sobre alívios nas tarifas.
Na sexta-feira (23), Trump declarou que recomendaria a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos da União Europeia a partir de junho, o que resultaria em impostos elevados sobre itens de luxo, medicamentos e outros bens fabricados por empresas europeias.
No domingo, no entanto, o presidente dos EUA concordou em adiar a medida para o dia 9 de julho, o que trouxe alívio para os investidores.
Nesta terça-feira, Trump reforçou esse sentimento ao dizer que a UE procurou os EUA para definir rapidamente as datas das reuniões sobre os acordos.
"Este é um evento positivo, e espero que eles, finalmente, assim como eu exijo à China, abram as nações europeias para o comércio com os Estados Unidos da América. Ambos ficarão muito felizes e bem-sucedidos se o fizerem", escreveu nas redes sociais.
A UE enfrenta tarifas de importação de 25% dos EUA sobre seu aço, alumínio e carros e as chamadas tarifas "recíprocas" de 10% para quase todos os outros produtos. Entre os afetados estão os veículos de marcas alemãs, como BMWs e Porsches, até azeite de oliva italiano e bolsas de luxo francesas.
Royal Enfield apresenta a Guerrilla 450 e novas Meteor e Classic 350; veja preços e impressões
Ainda sem preços, a previsão é que a Guerrilla entre no site da marca para pré-reserva somente em setembro, quando serão divulgados os valores das duas versões. Veja as novidades do Festival Interlagos 2025
A Royal Enfield apresentou oficialmente nesta quarta-feira (28) a Guerrilla 450, moto que chega para completar o portfólio da marca indiana e substituir a Scram 411. A marca também divulgou preços e versões das novas Meteor 350 e Classic 350.
Os modelos estarão presentes no estande da marca no Festival Interlagos, que ocorre no autódromo de São Paulo entre os dias 29 de maio e 1º de junho. No evento, o público poderá pilotar algumas motos, assistir a competições, conferir lançamentos de grandes marcas e visitar exposições.
Guerrilla 450
Royal Enfield Guerrilla 450
divulgação/Royal Enfield
Apesar do grande anúncio, a Royal Enfield ainda não divulgou preços da Guerrilla. A previsão é que a moto entre no site da marca para pré-reserva somente em setembro, com duas versões.
A marca revela apenas que ela deve ficar entre R$ 28 mil e R$ 32 mil, faixa em que se encontra a concorrente, a Triumph Scrambler 400X, de R$ 33.990.
Visualmente, ela é bem diferente da Himalayan 450, apesar de compartilharem motor e diversas outras peças. Segundo a marca, a moto é feita para um público que busca esportividade para rodar na cidade, e os dados técnicos reforçam o apelo mais urbano.
As configurações topo de linha são facilmente diferenciadas pelas cores extravagantes, azul, roxo e amarelo. As versões serão:
Yellow Ribbon;
Brava Blue;
Smoke Silver;
Peix Bronze.
Royal Enfield Guerrilla 450
divulgação/Royal Enfield
O propulsor de 452 cilindradas entrega 40 cv de potência e 4 kgfm de torque. A fabricante alega que recalibrou o motor para que a entrega de torque ocorresse em rotações mais baixas do que na Himalayan, o que proporciona mais agilidade na cidade.
O câmbio é de seis velocidades. No teste de apenas três voltas no autódromo de Interlagos, é possível perceber que a moto tem ótimo fôlego. Ela ganha velocidade com facilidade e as retomadas também merecem elogio. Segundo executivos da marca, 90% do torque já está disponível a apenas 3 mil rpm.
O câmbio, por ser o mesmo da Himalayan, tem engates precisos e está bem escalonado para quem anda na cidade. Apesar de pouco tempo de teste, foi perceptível que o freio tem ótimo desempenho, assim como na trail.
As mudanças de direção são rápidas, mas são 184 kg que se refletem na pilotagem. Mesmo sendo mais leve que a Himalayan, dá para perceber que a Guerrilla poderia emagrecer um pouco mais.
Confira a ficha técnica abaixo:
Motor: 452 cm³
Potência: 40 cv a 8.000 rpm
Torque: 4 kgfm a 5.500 rpm
Câmbio: 6 marchas
Comprimento: 2,14 m
Largura: 0,83 m
Altura: 1,12 m
Entre-eixos: 1,44 m
Altura do banco: 0,78 m
Tanque: 11 litros
Entre as semelhanças com a Himalayan estão os amortecedores da marca Showa, mas que não são com garfos na posição invertida como na trail.
As duas motocicletas dividem a plataforma, faróis, lanternas e o painel de instrumentos. As diferenças estão nas dimensões e nas rodas, que são de 17 polegadas na frente e atrás.
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Meteor 350
Royal Enfield Meteor 350 Aurora Blue
Vinicius Montoia | g1
A segunda moto mais vendida da Royal Enfield ganhou uma nova versão, a Aurora Blue, que também foi apresentada no Festival Interlagos. A unidade traz equipamentos e visual mais clássico para a custom de entrada. Entre eles, banco com sissy bar (apoio de lombar), para-brisas e pintura que mescla azul e branco.
Esta configuração estará nas concessionárias a partir de julho deste ano por R$ 25.990 e se somará às já disponíveis:
Fireball Matte Green: R$ 24.990;
Fireball Blue: R$ 24.990;
Fireball Black: R$ 24.990;
Fireball Red: R$ 24.990;
Stellar Black: R$ 25.490;
Stellar Blue: R$ 25.490;
Stellar Red: R$ 25.490;
Supernova Blue: R$ 26.490
Supernova Red: R$ 26.490.
Classic 350
A custom do segmento de entrada que mais tem apelo vintage é a Classic 350, que passa por uma reformulação nas cores e ganha farol de LED. Os preços, entretanto, continuam os mesmos para a linha 2026. A partir de julho, a Classic deixa de ter seis versões e passa a ter apenas três:
Medallion Bronze: R$ 23.490;
Commando Sand: R$ 23.990;
Stealth Black: R$24.490.
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Azul entra com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos
Companhia acionou o Capítulo 11 da Lei de Falências americana para eliminar mais de R$ 11,28 bilhões em dívidas. Ações da empresa despencaram com a notícia. Azul entra em 'recuperação judicial' nos Estados Unidos
Ana Clara Marinho/TV Globo
A Azul anunciou nesta quarta-feira (28) que entrou com pedido de proteção sob o Capítulo 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos — mecanismo semelhante à recuperação judicial no Brasil.
Segundo a companhia aérea, o processo de recuperação nos Estados Unidos "permite às empresas operar e atender seus públicos de interesse normalmente, enquanto trabalham nos bastidores para ajustar sua estrutura financeira".
O objetivo é reduzir significativamente o endividamento da companhia e gerar caixa. Segundo a empresa, o processo inclui US$ 1,6 bilhão em financiamento e deve eliminar mais de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 11,28 bilhões) em dívidas, além de prever US$ 950 milhões em novos aportes de capital na saída do processo.
A Azul informou que, neste período, vai seguir operando normalmente, "mantendo nossos compromissos com nossos públicos de interesse, incluindo continuar voando e fazendo reservas como de costume".
A empresa também destacou que a medida conta com o apoio de seus principais stakeholders, incluindo detentores de títulos, sua maior arrendadora, a AerCap, e os parceiros estratégicos United Airlines e American Airlines.
Em comunicado aos investidores, John Rodgerson, CEO da Azul, atribuiu as dificuldades financeiras da companhia à pandemia de Covid-19, às turbulências macroeconômicas e aos problemas na cadeia de suprimentos da aviação.
Em nota, o Ministério dos Portos e Aeroportos disse que "acompanha com atenção o processo de recuperação judicial da companhia aérea Azul".
O governo acredita que a reestruturação será bem-sucedida, como ocorreu com outras empresas do setor, como Latam e Gol. O ministério reforçou que segue monitorando o setor aéreo e oferecendo apoio institucional às companhias.
Mesmo com o mercado já ciente do mau momento da Azul, o pedido de recuperação judicial gerou uma reação bastante negativa nesta quarta-feira.
Antes da abertura do mercado nos Estados Unidos, as ações da Azul chegaram a cair 40%. Por volta das 10h45, a queda na bolsa brasileira era de aproximadamente 6%, até que os papéis foram colocados em leilão.
🔎 O leilão é acionado quando há oscilações abruptas no preço das ações ou em momentos específicos. Ele serve para proteger o mercado de movimentos extremos e permitir que os investidores reajam com mais calma.
A crise não vem de hoje. Duas semanas atrás, suas ações já haviam liderado as perdas do Ibovespa, após a empresa divulgar um prejuízo de R$ 1,82 bilhão no primeiro trimestre — resultado pior que o registrado em 2024. No acumulado do ano, os papéis já caíram 70%.
Até então, a Azul era a única empresa aérea em operação no Brasil que não havia recorrido a um processo de recuperação judicial para reestruturar suas finanças. A Gol acionou o Chapter 11 em janeiro de 2024. (relembre no vídeo abaixo)
Gol entra com pedido de recuperação judicial nos EUA
Fusão Azul Gol
g1
Guerra das empanadas: ator Ricardo Darín vira meme e alvo de Milei após criticar preços na Argentina; atores reagem
Um dos mais consagrados atores da América Latina, Darín usou o preço de empanadas para exemplificar aumento do custo de vida no país e comprou briga com apoiadores do governo Milei. Uma chuva de memes inundou as redes sociais com o tema nos últimos dias. 'Guerra das empanadas': por que o ator Ricardo Darín virou alvo de Milei
O ator argentino Ricardo Darín, um dos mais consagrados da América Latina, está no centro da polêmica da semana na Argentina ao lado de outro grande símbolo do país: as empanadas.
Em entrevista a um programa de TV local, no último sábado (24), Darín usou o valor de uma dúzia de empanadas (48 mil pesos, ou R$ 234) para ilustrar a alta de preços na Argentina.
Posts de Milei ironizando declaração de Ricardo Darín
Reprodução
A reação foi um terremoto: críticas da cúpula do governo Milei, ironias do próprio presidente e uma chuva de memes nas redes sociais. Em comum, diziam que as empanadas escolhidas por Darín não simbolizavam a realidade, porque há opções vendidas por bem menos. Donos de comércios que vendem empanadas aproveitaram a onda, e o noticiário local repercutiu o embate público.
Iguaria tradicional de países da América Latina, como Argentina, Chile e Colômbia, e da Europa, como Espanha, as empanadas são um salgado feito com massa de trigo ou milho e frita ou assada, dependendo do país, com recheios diversos.
Em São Paulo, locais que vendem a empanada argentina cobram em torno de R$ 14 cada uma, segundo dois restaurantes consultados.
Entenda abaixo o passo a passo da "guerra das empanadas":
▶️ O início
No sábado (24), Darín, que vive entre Buenos Aires e Madri e protagoniza a série "O Eternauta", deu a polêmica declaração sobre as empanadas ao programa "La Mesa de Mirtha", do canal El Trece:
"As pessoas estão tirando os dólares dos colchões (...). Uma dúzia de empanadas está custando 48 mil pesos (cerca de R$ 234, ou R$ 19,50 cada uma). Não consigo entender. Há muita gente que está passando muito mal", disse o ator ao ser perguntado sobre como acha que a Argentina está atualmente.
👀 A reação do governo Milei
Na segunda (26), o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, ironizou o ator e disse que uma dúzia de empanadas custa cerca de R$ 78, ou R$ 6,50 cada uma:
"Me deu vergonhazinha alheia. As empanadas não custam isso, Ricardinho. Fique tranquilo que as pessoas comem empanadas gostosas por 16.000 pesos [a dúzia]", disse o ministro em entrevista ao canal LN+.
A inflação de alimentos na Argentina foi de 2,9% em abril e 14,6% no ano. No Brasil, em comparação, foi de 0,43% e 2,48%.
📱 Os memes, que até Milei compartilhou
Meme com a série O Eternauta, protagonizada por Darín
Reprodução
Nas redes sociais, as declarações de Darín viraram tema de memes, principalmente por meio de contas de apoiadores de Milei.
O próprio presidente argentino compartilhou uma série deles (veja na imagem acima). Os memes envolviam, por exemplo, a empanada em cenas da série "O Eternauta", protagonizada por Darín, e comparavam o salgadinho a um anel de ouro. Ele não chegou a criticar textualmente o ator.
A crítica ao ator era de que as empanadas escolhidas por ele não podiam simbolizar o preço médio de uma iguaria vendida em outros lugares por valores mais em conta.
💰 Comércio capitaliza
Loja de empanada manda recado a Darín
Reprodução
Até as casas de empanadas aproveitaram a polêmica para capitalizar. Uma delas fez propaganda afirmando que suas empanadas custavam bem menos, usando a entrevista de Darín. "Ricardo, te informo: dúzia a 10.999 (R$ 54)", dizia uma delas.
A Mi Gusto, onde Darín comprou as empanadas, se viu obrigada a se explicar: os preços mais altos que a média se deviam à taxa do aplicativo de entregas. A loja então baixou o preço para 42 mil pesos a dúzia (R$ 205).
🎯 No alvo da polêmica, Darín se explica
Na segunda-feira, Ricardo Darín relativizou sua fala e criticou o ministro Luis Caputo:
"Obviamente, nem todas as empanadas custam isso. Há vários tipos de empanadas: as mais caras, mais baratas, depende do bairro (de Buenos Aires) onde você está. Mas acho que estava claro sobre o que estávamos falando, de que os preços estão altos", declarou o ator, que disse ainda achar que a "chuva" de memes reflete o momento tenso no país por conta da alta de preços, da queda no consumo e do aumento na pobreza.
"Isso demonstra como as pessoas (na Argentina) estão carregadas e descontam nas redes todo o seu ódio, suas irritações."
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Mais críticas
Para além dos memes, Darín também virou alvo de várias críticas nas redes. Na maioria delas, usuários acusaram o ator argentino de viver fora da realidade do país e de querer atacar o atual governo por ser kirchnerista (como são chamados os apoiadores da ex-presidente Cristina Kirchner, rival política de Milei).
Também pelas redes, Ricardo Darín retrucou usuários, afirmando ter criticado diversas vezes o governo de Cristina Kirchner e de seu sucessor, Alberto Fernández.
🫴 Apoio público
Outros usuários apoiaram o ator. "Este governo quer que você compre as empanadas mais baratas e que você viva pior sem reclamar", disse um deles. Nesta terça-feira (27), a Associação Argentina de Atores e Atrizes publicou uma nota em apoio a Darín.
"No que se transformou em um hábito, em um modo de governar, a falta de respeito, a agressão explícita, grosseira e sarcástica, mais uma vez se mete com um membro de nossa comunidade apenas porque ele se expressou livremente", disse o comunicado. "A intenção parece ser gerar medo e produzir autocensura."
Corte de gastos de Milei
Desde que assumiu a Presidência da Argentina, em 2023, o ultraliberal Javier Milei tem adotado uma política de austeridade que ele próprio simboliza com uma motosserra.
Desde o início de seu mandato, eliminou milhares de cargos públicos e tem conseguido equilibrar as contas do país pela primeira vez em décadas.
Milei também liberou os preços de medicamentos, alimentos e tarifas de serviços públicos. Paralelamente, cortou aposentadorias, eliminou pensões e impôs limites aos reajustes salariais tanto ao setor público quanto no privado, o que reduziu drasticamente o poder de compra da população.
Com essas medidas, o governo conseguiu reduzir a inflação pela metade. O índice caiu de 211% em 2023 — ano em que Milei desvalorizou o peso em 50% — para 118% em 2024, registrando 47% na taxa interanual de abril.
Também em abril, o país recebeu um novo empréstimo de US$ 20 bilhões (R$ 113 bilhões, na cotação atual) do Fundo Monetário Internacional (FMI) — um voto de confiança do organismo, que em 2018 já havia concedido à Argentina o maior financiamento de sua história: cerca de US$ 45 bilhões (aproximadamente R$ 174 bilhões, na cotação da época).
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Pescador encontra tilápia com mais de 5 kg no Paraná; entenda se peso é normal
Na natureza, peixe pode passar dos 10 kg. No setor comercial, espécie é abatida mais jovem para obter carne mais saborosa. Tilápia de mais de cinco quilos, você já viu?
Um pescador no Paraná encontrou uma tilápia de mais de 5 kg. O caso, registrado em foto, não é história de pescador: na natureza, a espécie pode passar dos 10 kg. Veja no vídeo acima.
A tilápia normalmente é abatida quando pesa cerca de 750 g. Portanto, apenas peixes mais velhos, que ficaram para trás no sistema comercial ou que estão na natureza, conseguem atingir os 5 kg, explica João Alfredo Sampaio, zootecnista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do Rio Grande do Sul.
O especialista explica que a tilápia atinge os 750 g por volta dos 6 meses de idade. O momento é o ideal para o abate porque, quanto mais jovem, mais saborosa é a carne da espécie. Com a idade, ela fica mais dura e com as fibras musculares mais longas e densas.
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A batalha em torno do IOF - O Assunto #1476
Na semana passada, o governo federal anunciou medidas para aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras com o objetivo de arrecadar mais. Mercado, setor produtivo e Congresso reagiram e impuseram recuos. Desde o anúncio de mudanças no IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), na última quinta-feira (22), agentes do mercado financeiro e do setor produtivo fazem o coro para barrar o aumento das alíquotas do imposto. No Congresso, já são 19 propostas para derrubar o decreto do governo federal.
A equipe econômica anunciou a medida com o objetivo de aumentar a arrecadação para equilibrar as contas públicas e atingir a meta do arcabouço fiscal neste ano. Mas o aumento no IOF pegou tão mal que, no mesmo dia no anúncio, houve um recuo parcial: foi retirada do texto a alíquota de aplicação de investimentos de fundos nacionais no exterior, mas mantida a alta nas operações em moeda estrangeira, como a compra de dólares para viagens.
Para explicar o que é o IOF, o que muda na prática e o que motivou a forte reação dos agentes econômicos, Natuza Nery entrevista Bernardo Guimarães, doutor em Economia pela Universidade Yale e professor da FGV-SP.
Natuza conversa também com Gerson Camarotti, comentarista da Globo e da GloboNews e colunista do g1. Ele revela os bastidores do anúncio da medida e do recuo posterior e as batalhas entre alas do governo e da própria equipe econômica.
O que você precisa saber:
BLOG DO CAMAROTTI: Recuo no IOF expõe divisão entre alas política e econômica do governo
REAÇÃO NO MAERCADO: Governo revoga medidas no pacote de aumento do IOF horas depois
EMBATE POLÍTICO: Congresso tem quase 20 projetos para barrar aumento do IOF
O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Amanda Polato, Sarah Resende, Luiz Felipe Silva, Thiago Kaczuroski e Carlos Catelan. Apresentação: Natuza Nery.
Quando você paga IOF?
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fala em coletiva de imprensa sobre o bloqueio do Orçamento e elevação do IOF
Diogo Zacarias/MF
O Assunto é o podcast diário produzido pelo g1, disponível em todas as plataformas de áudio e no YouTube. Desde a estreia, em agosto de 2019, o podcast O Assunto soma mais de 161 milhões de downloads em todas as plataformas de áudio. No YouTube, o podcast diário do g1 soma mais de 12,4 milhões de visualizações.
BTG compra R$ 1,5 bilhão em ativos de Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master
Segundo o BTG, Vorcaro se comprometeu a destinar os recursos ao próprio caixa do Master. Negociação ainda será revisada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Escritório do BTG Pactual, em São Paulo
BTG/Divulgação
O BTG Pactual informou nesta terça-feira (27) que acertou a aquisição de ativos do controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro. A negociação, estimada em R$ 1,5 bilhão, inclui imóveis, ações e direitos creditórios.
Em comunicado divulgado ao mercado, o BTG informou que a operação recebeu aprovação do Banco Central do Brasil (BC) e do Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
O banco também declarou que Daniel Vorcaro se comprometeu a disponibilizar os recursos para o Master, que enfrenta dificuldades financeiras.
A aquisição inclui participações de 15,2% na empresa de energia Light e de 8,1% na Méliuz — esta última indiretamente, por meio de cessão de cotas de fundo de investimento.
"A operação não inclui qualquer participação societária do BTG Pactual no Master ou em qualquer sociedade por este detida, controlada ou veículos de investimento que integrem o seu conglomerado prudencial, tampouco teve quaisquer destes como contraparte", afirmou no comunicado Renato Hermann Cohn, diretor de relações com investidores do BTG.
A conclusão da operação ainda será revisada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
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Mega-Sena, concurso 2.868: prêmio acumula e vai a R$ 11 milhões
Veja as dezenas sorteadas: 10 - 19 - 22 - 26 - 38 - 51. Quina teve 29 apostas ganhadoras; cada uma vai levar R$ 62.629,59. G1 | Loterias - Mega-Sena 2868
O sorteio do concurso 2.868 da Mega-Sena foi realizado na noite desta terça-feira (27) em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas, e o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 11 milhões.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
Veja os números sorteados: 10 - 19 - 22 - 26 - 38 - 51
5 acertos - 29 apostas ganhadoras: R$ 62.629,59
4 acertos - 2.724 apostas ganhadoras: R$ 952,51
O próximo sorteio da Mega será na quinta-feira (29).
Mega-Sena, concurso 2.868.
Reprodução/Caixa
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
Ministro da Agricultura assegura que foco de gripe aviária foi contido e pede 'paciência' no Senado
Carlos Fávaro foi convidado a prestar esclarecimentos sobre as medidas para conter os focos de H5N1 no país. Em imagem de 16/05/2025, escavadeira abre buraco em chão de granja avícola em Montenegro, no Rio Grande do Sul, para descarte de materiais
REUTERS/Diego Vara
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta terça-feira (27) que o foco de gripe aviária em uma granja de Montenegro (RS), que resultou no cancelamento do comércio com diversos países, foi integralmente contido.
Fávaro explicou que a situação pode ser considerada controlada por conta do perfil do vírus, com base na "rapidez de propagação" e na letalidade da doença.
A justificativa é que, se o foco tivesse se espalhado para outras regiões do país, novos casos em granjas teriam sido registrados nos primeiros quatro ou cinco dias após o resultado positivo.
Atualmente, duas suspeitas em granjas comerciais são investigadas, segundo o ministério. Uma no Tocantins e outra na cidade de Anta Gorda, também no Rio Grande do Sul.
Governo de MG confirma caso de gripe aviária
A fala do ministro ocorreu durante audiência pública em uma comissão do Senado. Fávaro foi chamado a prestar esclarecimentos sobre as ações do ministério para conter a gripe aviária.
"Apesar de estarmos no quinto dia útil, depois da desinfecção total da granja, posso assegurar com muita tranquilidade que o foco em Montenegro está contido", afirmou o ministro, em seu discurso inicial.
Primeiro caso em granjas comerciais
O caso de Montenegro resultou no abate de 17 mil aves e acionou protocolos de controle sanitário.
➡️Foi o primeiro registro de gripe aviária em granja comercial no Brasil. O país convive com focos da doença há dois anos, mas até então eles envolveram aves silvestres ou criações domésticas.
⚠️ A gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de aves e ovos, segundo o Ministério da Agricultura. O Brasil nunca teve um caso de gripe aviária em humanos.
Mais de 30 países, incluindo China e União Europeia, impuseram restrições às importações brasileiras de carne de frango.
De acordo com o ministério, dos cerca de 160 países que exportam carne de frango do Brasil, 24 restringiram as compras e 13 fecharam o comércio aviário com o país.
Medidas para proteger os pecuaristas
O ministro também foi questionado pelos senadores do Rio Grande do Sul Hamilton Mourão (Republicanos) e Luís Carlos Heinze (PP) sobre a prorrogação da dívida de pecuaristas do estado, e sobre medidas destinadas para a região, e pediu "paciência":
"Eu só queria pedir paciência, e eu sei que é difícil pedir paciência para quem sofre com problemas consecutivos, como o Rio Grande do Sul. Mas, para que a gente possa esperar com eficiência passar esses 22 dias, para que possamos pedir uma restrição menor. Poderemos trabalhar com mais efetividade após os 22 dias, sem a gripe aviária", afirmou o ministro.
O trabalho de desinfecção da granja de Montenegro (RS) atingida por gripe aviária terminou na quarta-feira (21) e, a partir da última quinta (22), se o Brasil não registrar nenhum outro caso em granjas em 28 dias, pode se declarar livre da doença.
O período, chamado de vazio sanitário, termina em 17 de junho.
Segundo o governo, esse é um tempo essencial para garantir que não haja vestígios do vírus no ambiente antes da retomada das atividades na granja. Isso contribuir para a contenção da doença e a segurança sanitária da avicultura na região.
Fiat divulga os preços do Pulse 2026, dois dias depois do lançamento do Volkswagen Tera
SUV da Fiat foi lançado na semana passada, sem os valores. Versão de entrada fica R$ 1 mil mais barata que o concorrente da VW; veja preços e versões. Conheça o Pulse 2026
A Fiat finalmente anunciou, nesta terça-feira (27), os preços do novo Pulse 2026. Após aguardar mais de uma semana pelo lançamento do rival da Volkswagen, o Tera, os valores das versões já estão disponíveis. Veja abaixo:
Drive 1.3 MT: R$ 98.990;
Drive 1.3 CVT: R$ 111.990;
T200 AT: R$ 116.990;
Audace Hybrid: R$ 131.990;
Impetus Hybrid: R$ 146.990.
Com isso, a versão de entrada da Fiat, a Drive 1.3 com câmbio manual, segue como a opção mais acessível do segmento. O Volkswagen Tera parte de R$ 99.990, enquanto o Kardian, disponível apenas com motor turbo, começa em R$ 112.690.
A versão seguinte do Fiat, equipada com o mesmo motor, mas com transmissão automática, custa R$ 13 mil a mais.
Para enfrentar o Tera com motor TSI, a Fiat oferece o T200 automático por R$ 116.990 — exatamente o mesmo valor do SUV da Volkswagen.
Nas versões intermediárias, a Fiat entra na disputa com o Pulse Audace Hybrid, por R$ 131.990. A Volkswagen, por sua vez, não conta com modelos com motorização híbrida-leve, como o da Fiat. Ainda assim, o Tera Comfort é mais barato, saindo por R$ 126.990.
Na faixa das versões mais completas, a Fiat apresenta o Pulse Impetus por R$ 146.990, cerca de R$ 1.800 acima do Tera High com pacote Outfit The Town e sistema ADAS, que custa R$ 145.119 com os dois opcionais incluídos.
O topo de linha da Fiat também supera o valor do Kardian Première Edition, que é vendido por R$ 145.990.
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Novo Pulse 2026
Sob o pretexto de uma pegada mais esportiva, o novo carro passou por uma renovação da parte dianteira. A versão top de linha também ganhou um toque de sofisticação: o teto panorâmico.
Em termos de performance, o veículo mantém as configurações do modelo anterior, com opções de motores turbo e híbrido para incrementar a potência.
Segundo a montadora, a previsão é que o Pulse esteja disponível na rede a partir de junho de 2025. No entanto, o preço dele ainda é um mistério e só deve ser divulgado nos próximos dias.
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Veja, abaixo, todos os detalhes sobre o Pulse 2026:
Redesign parcial
O desenho frontal do Pulse 2026 foi completamente repaginado. A nova dianteira está mais geométrica e imponente.
A grade inferior, chamada de skidplate, ficou mais larga e ganhou linhas verticais, enquanto o para-choque recebeu dois apliques laterais com acabamentos que variam conforme a versão, além das entradas de ar funcionais.
Já os protetores de para-lamas receberam frisos aerodinâmicos, o que deu um toque mais esportivo ao SUV compacto.
Entretanto, a parte traseira não recebeu nenhuma atualização e continua lembrando a do Argo.
Versões
O Pulse 2026 estará disponível em cinco versões. São elas:
Pulse Drive 1.3 Manual
Pulse Drive 1.3 Automático
Pulse T200 Automático
Pulse Audace T200 Automático Hybrid
Pulse Impetus T200 Automático Hybrid
O carro tem três opções de motorização: o 1.3 Firefly, o T200 e o T200 Hybrid (veja ficha técnica mais abaixo). As configurações são basicamente as mesmas do modelo anterior.
Em termos estéticos, o interior do Drive 1.3 ficou escurecido, assim como a Audace, que ganhou um novo tecido e reestilização nas rodas de liga leve aro 16.
Já a versão top de linha, Impetus, tem painel de portas em couro. A opção do pacote Sunroof adiciona teto panorâmico e farol de neblina.
Do ponto de vista de segurança, o modelo segue oferecendo o Sistema Avançado de Assistência ao Condutor (ADAS) a partir da versão Audace como opcional e padrão na Impetus, em um pacote que inclui frenagem automática de emergência, assistente de permanência em faixa e a comutação dos faróis.
As opções de cores do Pulse na linha 2026 são: Preto Vulcano, Branco Banchisa, Vermelho Monte Carlo, Prata Bari, Cinza Strato, Cinza Silverstone e Azul Amalfi (exclusiva para as versões híbridas). A Audace oferece teto bicolor por meio de opcional, enquanto a Impetus traz esta pintura de série.
Equipamentos e opcionais
🚘 Drive 1.3 Manual
Motor Firefly 1.3 aspirado
Transmissão manual
Cluster 3,5’’
Multimídia 8,5’’
A/C digital
Barras de teto
Farol em LED
Retrovisores elétricos
Maçaneta na cor preta
Rodas de Aço 16’’
Bancos em tecido
Opcional: pacote Plus que inclui rodas de liga leve 16’’, sensor de estacionamento e câmera de ré
🚘 Drive 1.3 Automático
Itens da versão anterior (Drive 1.3 MT) somados a:
Transmissão automática
Modo Sport
Piloto Automático
Maçaneta na cor da carroceria
Opcional: pacote Plus que inclui rodas de liga leve 16’’, sensor de estacionamento e câmera de ré
🚘 Turbo 200 Automático
Itens da versão anterior (Drive 1.3 Automático) somados a:
Motor T200
Rodas de liga leve 16’’
Opcional: rodas de liga leve 17’’
🚘 Audace Turbo 200 Hybrid Automático
Itens da versão anterior (Turbo 200 Automático) somados a:
Motor T200 Hybrid
Banco bipartido
Câmera de ré e sensor de estacionamento
Keyless
Carregador por indução
Partida remota
Multimídia 10,1”
Rodas em Liga 16” com novo desenho
Volante em Couro
Opcionais: pacote ADAS com frenagem autônoma de emergência, assistente de permanência em faixa, comutação automática do farol alto, sensor de chuva e crepuscular; pacote Style com roda de liga 17’’ e teto bicolor
🚘 Impetus T200 Hybrid Automático
Itens da versão anterior (Audace Turbo 200 Hybrid Automático) somados a:
Cluster 7”
Sensor de estacionamento dianteiro
Assistente de permanência em faixa
Frenagem autônoma de emergência
Luz no retrovisor
Retrovisor com rebatimento
Detecção de chuva
Retrovisor fotocrômico
Farol alto automático
Novo painel de portas dianteiras em couro
Teto Bicolor
Opcionais: pacote Sunroof com teto solar panorâmico, luz no para-sol e farol de neblina; serviços conectados com Fiat Connect////Me
Ficha técnica
Fiat Pulse Impetus 2026
Divulgação/Fiat
Justiça nega recuperação judicial para empresas da Voepass que operam transporte aéreo
Decisão acatou abertura de processo apenas para empresas que atuam com serviços financeiros e gestão de hangares. Companhia entrou com embargos de declaração. Anac suspende voos da Voepass por violação de normas de segurança
Jornal Nacional/ Reprodução
A Justiça negou a abertura de um processo de recuperação judicial para empresas da Voepass Linhas Aéreas que atuam com operações de transporte e viagens.
Na decisão, expedida no dia 22, a Vara Regional de Competência Empresarial de Ribeirão Preto (SP) argumenta que as operações de transporte aéreo de passageiros do grupo, que está impedido de realizar viagens por decisão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) após apontamento de falhas de segurança, se encontram suspensas e sem previsão de retomada.
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Uma recuperação judicial, neste caso, iria de encontro com o previsto na própria lei federal que trata do tema. Assim, o pedido foi recusado para:
Passaredo Transportes Aéreos S/A
Map Transportes Aéreos Ltda
Serabens Administradora de Bens Ltda
"A despeito da alegação das requerentes de que já atenderam todas as exigências apresentadas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para retornar às suas atividades, havendo, inclusive, encaminhamento de plano de ação composto por documentos e medidas já tomadas, é certo que, atualmente, as operações de transporte aéreo de passageiros do Grupo Voepass se encontram suspensas e sem previsão de retomada", decidiu a Justiça."
O mesmo parecer apenas autoriza a recuperação judicial para outras duas empresas do grupo, a Joluca Participações e a Passaredo Gestão Aeronáutica, que atuam respectivamente com serviços financeiros e administração de hangares.
Em nota, a Voepass informou estar ciente do aceite parcial da Justiça e confirmou ter entrado com um recurso pela revisão da decisão.
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Desastre aéreo e crise financeira
Esta é a segunda vez que a Voepass, que já foi a quarta maior do país, ajuíza processo de recuperação judicial em sua história recente.
A crise financeira se agravou principalmente por conta dos desdobramentos do desastre aéreo em Vinhedo (SP) e por outras divergências com a Latam, com quem mantinha um acordo que chegou a representar 93% do faturamento. As dívidas estão acima dos R$ 400 milhões, sem contar débitos em dólares, segundo informações atualizadas na mais recente petição apresentada pela empresa.
Em fevereiro, antes de pedir a recuperação judicial, a companhia anunciou uma reestruturação financeira e chegou a obter a suspensão de ações de credores e apreensão de aeronaves.
Além disso, em março, a Anac suspendeu todos os voos da empresa ao apontar irregularidades e falta de segurança nas operações. Este mês, ainda sem conseguir autorização da Anac para retomar as atividades, a empresa demitiu funcionários.
Veja reportagem da EPTV sobre as demissões na Voepass após suspensão de voos da companhia:
Voepass anuncia demissões após suspensão total de voos pela Anac
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Gripe aviária: suspeita é investigada em granja comercial de Anta Gorda, aponta Ministério da Agricultura
Caso foi identificado em galinha criada para comércio. Cidade fica a cerca de 185 km de Porto Alegre e 135 km de Montenegro, onde o primeiro foco da doença em granja comercial foi identificado no RS. Brasil monitora casos de gripe aviária
Reprodução/TV Globo
O mapa de monitoramento de gripe aviária do Ministério da Agricultura incluiu, nesta terça-feira (27), um novo caso suspeito em uma galinha criada para comércio em Anta Gorda, no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul.
A cidade fica a cerca de 185 km de Porto Alegre e 135 km de Montenegro, onde o primeiro foco da doença em granja comercial foi identificado no RS, em 15 de maio.
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De acordo com a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do RS, amostras do caso suspeito foram enviadas para laboratório, que deve confirmar ou descartar a contaminação.
O RS tem outros dois casos em investigação, em Canoas e Montenegro, que não são em granja comercial.
"São coletas de casos suspeitos realizadas e enviadas ao laboratório. Isso faz parte da rotina de trabalho da Secretaria. Nesse momento o sistema está hipersensível, recebendo muitas notificações, e todas as suspeitas fundamentadas são coletadas para descartar a doença. Estamos aguardando o resultado do MAPA (Ministério da Agricultura)", diz nota enviada ao g1.
Doença de Newcastle
Anta Gorda é a cidade em que foi identificado o único caso de Doença de Newcastle (NDC) do Brasil em 2024, o que fez com que o governo federal suspendesse temporariamente a exportação de carne de aves para 44 países.
Na época, oito barreiras sanitárias foram instaladas na região, e 7 mil animais do aviário onde foi detectado o foco do vírus foram abatidos e enterrados.
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MPT processa montadora chinesa BYD por trabalho escravo e tráfico de pessoas na Bahia; órgão pede pagamento de R$ 257 milhões
Ação civil pública foi protocolada nesta terça-feira (27), após funcionários chineses serem resgatados em dezembro do ano passado. Funcionários tinham passaportes retidos e trabalhavam em situações degradantes. Imagens mostram condições de trabalho em obra da BYD na Bahia
O Ministério Público do Trabalho da Bahia (MPT-BA) processou a montadora chinesa Build Your Dreams (BYD) e outras duas empreiteiras por trabalho escravo e tráfico de pessoas. A ação civil pública foi protocolada nesta terça-feira (27) e o órgão pede o pagamento de R$ 257 milhões por danos morais coletivos.
Em nota, a BYD disse que mantém um compromisso "inegociável" com os direitos humanos e informou que vai se manifestar nos autos da ação civil pública. [Confira a íntegra da nota ao final do texto]
O processo está relacionado aos trabalhadores chineses resgatados em dezembro do ano passado. Os 220 funcionários foram contratados para trabalhar na obra de construção da fábrica da BYD na cidade de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador.
Os funcionários chineses foram encontrados amontoados em alojamentos sem condições de conforto e higiene e eram vigiados por seguranças armados, que impediam a saída do local.
Passaportes retidos e policial armado como vigia: relatório do MPT aponta como funcionários da BYD viviam na Bahia
Além disso, os passaportes dos trabalhadores foram retidos e os contratos de trabalho tinham cláusulas ilegais, com jornadas exaustivas e sem descanso semanal. Um dos funcionários ouvidos pelo MPT relacionou o acidente com uma serra ao cansaço causado pela falta de folgas.
De acordo com o MPT, todos os funcionários entraram no país de forma irregular, com visto de trabalho para serviços especializados que não correspondiam às atividades desenvolvidas na obra.
Imagens mostram condições de trabalho em obra da BYD na Bahia
Arquivo Pessoal
Na ocasião, a BYD informou que a construtora terceirizada Jinjang Construction Brazil Ltda havia cometido irregularidades e decidiu encerrar o contrato com a empreiteira. Disse ainda que não "tolera desrespeito à lei brasileira e à dignidade humana" e determinou que parte dos trabalhadores fossem transferidos para hotéis da região.
Com o processo, o MPT-BA pede a condenação da BYD, da empreiteira China JinJiang Construction Brazil Ltda. e da Tonghe Equipamentos Inteligentes do Brasil Co. (atual Tecmonta Equipamentos Inteligentes Brasil Co. Ltda.), que prestavam serviços exclusivos para a BYD.
O órgão pede que as três empresas paguem:
R$ 257 milhões a título de danos morais coletivos;
pagamento de dano moral individual equivalente a 21 vezes o salário contratual (6 mil yuans, o que equivale a R$ 4,7 mil), acrescido de um salário por dia a que o trabalhador foi submetido a condição análoga à de escravo;
quitação das verbas rescisórias devidas;
cumprimento as normas brasileiras de proteção ao trabalho.
O que diz a BYD
Em nota, a BYD disse que mantém um compromisso inegociável com os direitos humanos e informou que vai se manifestar nos autos da ação movida pelo MPT-BA. Leia a íntegra da nota abaixo:
A BYD reafirma seu compromisso inegociável com os direitos humanos e trabalhistas, pautando suas atividades pelo respeito à legislação brasileira e às normas internacionais de proteção ao trabalho.
A empresa vem colaborando com o Ministério Público do Trabalho desde o primeiro momento e vai se manifestar nos autos sobre a ação movida pelo MPT.
Relembre caso
Trabalhadores chineses são resgatados de situação análoga à escravidão na Bahia
Arquivo Pessoal
O MPT-BA recebeu uma denúncia anônima e começou a apurar as condições de trabalho na obra da fábrica da BYD em Camaçari. No dia 23 de dezembro, uma força-tarefa composta pelo também Ministério Público Federal, Defensora Pública da União, Ministério do Trabalho e Emprego, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal, resgatou 163 trabalhadores chineses da Jinjiang.
Posteriormente, outros 57 operários da Tonghe também foram encontrados em situação análoga à escravidão e vítimas de tráfico de pessoas.
Conforme as investigações, cinco alojamentos eram mantidos pela BYD, pela Jinjiang e pela Tecmonta (antiga Tonghe). Alguns funcionários dormiam em camas sem colchões e 31 pessoas usavam o mesmo banheiro.
Além disso, as condições contratuais do vínculo empregatício caracterizavam trabalho forçado. Os trabalhadores eram obrigados a pagar caução, tinham até 70% de seus salários retidos, enfrentavam excessivo ônus de rescisão contratual, além de ter seus passaportes retidos pela JinJiang.
A rescisão antecipada do contrato implicava a perda da caução e dos valores retidos, além da obrigação de custear a passagem de volta e restituir o valor da passagem de ida. Na prática, o trabalhador que rescindisse o contrato de trabalho antes de seis meses, deixaria o país sem receber nada pelo seu trabalho, configurando o confisco dos valores recebidos pelos trabalhadores ao longo da relação de trabalho.
Imagens mostram condições de trabalho em obra da BYD na Bahia
Arquivo Pessoal
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Após congelar R$ 31,3 bilhões, governo anuncia recomposição orçamentária para universidades e institutos federais
Universidades terão recomposição de R$ 400 milhões no orçamento e poderão gastar R$ 300 milhões retidos por decreto. Após o congelamento de R$ 31,3 bilhões no Orçamento de 2025 para atender às regras fiscais, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a recomposição parcial dos recursos destinados às instituições federais de ensino.
De acordo com o ministro da Educação, Camilo Santana (PT-CE), as universidades e institutos federais poderão utilizar cerca de R$ 300 milhões que já tinham, mas não podiam gastar por restrições impostas por um decreto.
🔎Esse decreto do governo limita, entre maio e novembro, o uso mensal de recursos para despesas não obrigatórias a aproximadamente 60% do previsto inicialmente. Salários não são afetados por essa limitação.
A decisão foi comunicada após uma reunião dos ministros Camilo Santana (PT-CE), da Educação, e Fernando Haddad (PT-SP), da Fazenda, com os reitores de universidades e institutos federais no Palácio do Planalto.
Inicialmente, o presidente Lula participaria do encontro, mas cancelou a agenda após ter um quadro de vertigem com diagnóstico de labirintite.
O presidente Lula durante reunião com reitores de universidades e institutos federais nesta segunda-feira (10)
Reprodução/Canal Gov
Além disso, segundo o ministro, serão adicionados outros R$ 400 milhões ao orçamento das universidades e institutos federais vindos de um remanejamento feito dentro do próprio Ministério da Educação.
Esse montante recompõe R$ 340 milhões previstos para as entidades retirados do Orçamento de 2025 na aprovação do projeto em março.
E adiciona mais R$ 60 milhões ao que as universidades e institutos federais poderão gastar.
Segundo o governo, esse montante virá de um remanejamento interno de verbas ainda não detalhado, autorizado pelo Ministério da Fazenda, mesmo diante do congelamento geral.
A medida busca amenizar os impactos dos cortes aprovados na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, sancionada em março.
Como consequência, diversas universidades adotaram medidas emergenciais, como redução no transporte interno de alunos, corte no uso de combustíveis e priorização de pagamentos conforme a ordem de atraso.
Esse decreto será substituído por um novo ato geral que formaliza o congelamento de gastos.
Camilo Santana também afirmou que as universidades não serão mais incluídas em possíveis cortes de gastos a serem realizados este ano e que o governo pretende enviar um projeto de lei ao Congresso Nacional para garantir "sustentabilidade orçamentária" de universidades e institutos federais. As medidas contidas no projeto não foram detalhadas.
Governo aumenta IOF e congela R$ 31 bilhões do Orçamento para cumprir a meta fiscal
Bloqueio de gastos
Os ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento anunciaram na quinta-feira (22) um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento deste ano.
Segundo eles, o bloqueio será feito nos gastos livres dos ministérios, ou seja, aqueles que não são obrigatórios. Essas despesas envolvem investimentos e custeio da máquina pública.
Entre os gastos de custeio, estão: serviços de apoio, tecnologia da informação, energia elétrica e água, locação de bens móveis, diárias e passagens e serviços de comunicações.
Para calcular a necessidade de bloqueio no Orçamento, o governo fez uma nova estimativa das receitas e despesas para este ano.
A ministra do Planejamento explicou que os gastos com a Previdência superaram as previsões e foram um dos principais fatores para o congelamento.
“Despesas, gostaria de apontar um crescimento acima das projeções na previdência. Tivemos, por obrigação legal, que colocar um bloqueio no orçamento”, afirmou a ministra.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, outros pontos geraram a necessidade de contingenciar o orçamento. São eles:
Não houve compensação da desoneração da folha de pagamentos;
Paralisação de servidores da Receita Federal, que está afetando o desempenho da arrecadação federal.
O detalhamento de quais ministérios serão atingidos pelo bloqueio será divulgado até o fim deste mês.
O bloqueio acontece por conta do limite de gastos do arcabouço fiscal, a nova regra para as contas públicas aprovada no ano passado, e também para cumprir a meta fiscal.
No caso arcabouço, a equipe econômica estimou que as despesas, previstas para este ano, estão de R$ 10,6 bilhões acima do limite do arcabouço.
Além disso, há um contingenciamento (também um tipo de bloqueio) de R$ 20,7 bilhões com o objetivo de buscar o cumprimento da meta fiscal deste ano.
MG confirma caso de gripe aviária, e governo decreta estado de emergência sanitária animal
Segundo governo do estado, decreto foi tomado após ser "detectado caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), em aves", em um sítio na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A situação tem prazo de 90 dias. Minas Gerais decreta emergência em saúde pública por causa de gripe aviária
Arquivo/Agência Brasil
O governo de Minas Gerais decretou, nesta terça-feira (27), situação de emergência sanitária animal em razão do risco de disseminação da gripe aviária no estado. A decisão foi tomada após confirmação, de caso de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) em aves ornamentais, criadas sem o objetivo de consumo humano, na Grande BH.
Tratam-se de dois gansos e uma espécie de cisne negro silvestre, mantidos em sítio na cidade de Mateus Leme, e não em uma granja comercial. Em nota, a prefeitura do município afirmou que "não há motivo para pânico e que todas as medidas necessárias estão sendo rigorosamente cumpridas".
O caso não afeta o comércio exterior. Para as exportações, são levados em consideração apenas casos em granjas comerciais.
Na última semana, o Brasil registrou o primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial na em Montenegro (RS) e, desde então, autoridades locais e o governo federal vêm tomando uma série de medidas para impedir a disseminação entre as aves.
Em Minas, o decreto de situação de emergência sanitária animal é necessário para que o estado realize todas as ações de enfrentamento à doença, incluindo mobilização de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros.
De acordo com o governo, a gripe aviária não representa risco à saúde humana, pois não é transmitida pelo consumo de carne ou ovos. O vírus, no entanto, pode levar à morte de aves e comprometer a produção agropecuária.
Minas Gerais é o segundo maior produtor de ovos do Brasil e ocupa a quinta posição na produção de galináceos.
Por nota, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) confirmou que a doença foi analisada em um animal silvestre, e que acompanha a situação no estado.
"O caso registrado em Minas Gerais refere-se a uma ave silvestre. Esses registros demonstram que a doença está sendo introduzida por aves migratórias que sobrevoam o território brasileiro. Algumas dessas aves chegam contaminadas e acabam contribuindo para a disseminação do vírus", informou.
Minas Gerais decreta emergência sanitária animal por causa de gripe aviária
Casos registrados em MG
De acordo com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), este não é o primeiro caso registrado em Minas Gerais.
Em 2023, um pato de vida livre da espécie Cairina moschata foi diagnosticado com Influenza Viária de Baixa Patogenicidade (H9N2), que costuma causar pouco - ou nenhum sintoma clínico - nas aves e não oferece qualquer risco para os seres humanos.
Gripe aviária: Não há risco de contaminação por consumo de ovos e frangos
Minas Gerais descarta 450 toneladas de ovos para prevenir gripe aviária
Governo de Minas Gerais toma medidas de prevenção à Gripe Aviária
Minas Gerais descarta 450 toneladas de ovos
Em maio, o Governo de Minas Gerais anunciou o descarte de 450 toneladas de ovos férteis no Centro-Oeste do estado como medida preventiva contra a gripe aviária.
Os ovos foram enviados por uma granja localizada em Montenegro (RS), município onde o Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou, no dia 15 de maio, a presença do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade. O rastreamento indicou que os ovos estavam destinados à produção de aves e não ao consumo humano.
Ainda, de acordo com o governo estadual, o descarte seguiu o Plano de Contingência da Influenza Aviária, implementado em 2022, com o objetivo de garantir o controle sanitário e evitar a propagação do vírus.
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